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Curso de Psicologia – FENÔMENOS E PROCESSOS 
Unidade I – Percepção 
Profa. Alessandra Schiarantolla 
 
 
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Apostila adaptada de Rosemary Soffner e Aline Ellen Rodrigues Santos 
OLÁ! Você está na unidade Percepção. Conheça aqui os elementos que constituem o processo de 
percepção, bem como suas propriedades. Aprenda também sobre as funções e formas da percepção e 
entenda sobre as perspectivas teóricas que a abordam. Bons estudos! 
 
 
As relações entre os indivíduos e o mundo dá-se através de mecanismos perceptivos, sendo 
todo o conhecimento adquirido através da percepção. Para começarmos a falar de percepção, é 
necessário entender o que ela é e como ela atua no indivíduo. 
Em um primeiro momento, não se pode negar que a percepção tem uma ligação direta com 
a sensação, pois é esta que irá, no primeiro instante, captar os estímulos internos ou externos para 
que o indivíduo comece a perceber, categorizar e distinguir os estímulos de outros. A percepção é o 
processo pelo qual concebemos a realidade, sendo que ela trabalha como base do comportamento 
humano, agindo de maneira consciente sobre a comunicação, sobre os pensamentos e sentimentos. 
Segundo Dalgalarrondo (2000, p. 81) a percepção é “a tomada de consciência, pelo indivíduo, do 
estímulo sensorial [...]. Diz respeito à dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica do 
processo”. Assim, transforma os estímulos sensoriais em processos perceptivos conscientes. 
O processo perceptivo ocorre no instante da captação, por meio dos sentidos, de um estímulo 
que logo em seguida é enviado ao cérebro. Ela não fornece uma imagem exata do que é real, sendo o 
significado que damos às experiências vividas, que serão experienciadas dependendo das expectativas 
e motivações do que foi aprendido durante o desenvolvimento social e também da atenção de cada 
indivíduo. 
Gerring e Zimbardo (2005, p. 151) afirmam que a percepção é 
 
“[o] conjunto de processos que organiza a informação na imagem sensorial e 
interpreta na forma de algo produzido por objetos ou eventos no mundo exterior 
[...] como tendo sido produzidas pelas propriedades dos objetos ou eventos no 
mundo exterior, tridimensional.” 
1.1. Processo perceptivo e seus elementos 
1. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROCESSO PERCEPTIVO 
FENÔMENOS E PROCESSOS 
UNIDADE II – PERCEPÇÃO 
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Unidade I – Percepção 
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Há diversos tipos de elementos do processo perceptivo, podendo este ser classificado por 
finalidade, tempo, abstração, associação, visual, personalização, entre outros. Esse processo é 
complexo e abrange todos os sentidos, ou seja, é obtido através dos cinco sentidos – visão, audição 
tato, paladar e olfato – e implica na pessoa em sua totalidade, trazendo a construção de significados. 
Independentemente de o indivíduo perceber as coisas que o cercam, ele vive em um mundo 
complexo, não de informações distintas e separadas, estando em contato a todo momento não com 
sensações separadas, mas com imagens inteiras. Luria (2000) ainda afirma que o reflexo das imagens 
que estão a nossa volta ultrapassa os limites das sensações de forma isolada, mas irá se basear em 
um trabalho conjunto dos órgãos dos sentidos, sendo uma síntese de sensações isoladas atuando 
nos complexos sistemas conjuntos. 
A síntese pode alcançar tanto somente uma modalidade, quanto várias modalidades. Ou seja, 
ao analisar uma foto, é possível reunir impressões visuais isoladas em uma imagem integral, ou, ao 
vermos uma maçã unem-se as impressões visuais, táteis e gustativas e ainda é possível acrescentar os 
conhecimentos a respeito da fruta. Segundo Luria (1999, p. 39), “[s]omente como resultado dessa 
unificação é que transformamos sensações isoladas numa percepção integral, passamos do reflexo 
de indícios isolados ao reflexo de objetos ou situações inteiros”. 
É errôneo dizer, então, que o processo de percepção se dá a partir de uma transição das 
sensações simples para sensações complexas somente pela soma das mudanças, já que esse processo 
passa por etapas muito mais complexas. 
O processo perceptivo, dessa forma, irá requerer que haja discriminação do conjunto 
de indicativos atuantes (cor, peso, propriedades táteis, sabor, entre outros), juntamente com 
os indicativos básicos determinantes e com a abstração concomitante de indicativos inexistentes. 
Assim, demanda a unificação dos principais indicativos do grupo e busca semelhança de um conjunto 
de indicativos percebidos e despercebidos com o conhecimento que já se tem anteriormente daquele 
objeto. Havendo, no processo dessa comparação, a hipótese de que o objeto que foi proposto se 
encaixe com a informação que chega ao cérebro, acontecerá a identificação do objeto e o processo 
perceptivo estará concluído. Por outro lado, se o resultado dessa comparação não acontecer, isto é, a 
coincidência de hipótese com a informação real que chega ao indivíduo, a busca de uma solução 
correspondente irá continuar enquanto o indivíduo não identificar o objeto ou incluir esse objeto em 
uma determinada categoria. 
Segundo Luria (1999, p. 39-40), 
 
“[n]a percepção de objetos conhecidos (um copo, uma garrafa, uma mesa), esse 
processo de identificação do objeto ocorre com muita rapidez, bastando ao homem 
unir dois-três indícios perceptíveis para chegar à solução adequada. Na percepção 
de objetos novos ou desconhecidos, o processo de sua identificação é bem mais 
complexo e assume formas bem mais desenvolvidas. Imaginemos que o homem 
examina um dispositivo histológico desconhecido para a obtenção de delicadíssimos 
cortes de tecidos: o micrótomo. Inicialmente ele percebe uma complexa construção 
instalada numa pesada base de ferro fundido, em seguida distingue partes metálicas 
isoladas e pode ter a súbita impressão de tratar-se de uma balança. No entanto ele 
não vê os pratos indispensáveis à balança ou as escalas que representam o peso. Ele 
continua a examinar esse objeto desconhecido até que seus olhos distinguem a 
superfície plana do aparelho e uma lâmina muito afiada. Então ele pode lembrar-se 
de que viu algo semelhante numa mercearia e que esse aparelho era empregado 
para cortar presunto ou salame em fatias finas. Somente depois disto a lâmina 
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aguda, contígua à superfície metálica, torna-se indício determinante e o sujeito 
começa a formar a idéia de que o objeto percebido tem relação com os 
instrumentos de corte cujas hélices micrométricas parecem assegurar uma 
regulação precisa da espessura dos cortes” 
Assim, como visto no exemplo dado pelo autor, a percepção plena do objeto irá aparecer 
como uma implicação complexa de um trabalho de análise e síntese, trazendo apenas indicativos 
essenciais e inibindo os indicativos secundários, combinando nesse todo apreendido os detalhes 
perceptivos. 
Estão incluídos no processo perceptivo muito além da simples excitação dos órgãos quando 
chega o estímulo no córtex cerebral, já que componentes motores também atuam nesse processo em 
forma de apalpação do objeto, assim como o movimento dos olhos, que distinguem o que chama 
mais atenção. 
Estando a atividade receptora muito próxima aos processos de pensamento direto, essa 
semelhança ocorrerá quanto mais novo e mais complexo for o objeto que está sendo compreendido. 
 
1.2. Peculiaridades do processo perceptivo 
Luria (1991) afirma que existem quatro aspectos básicos no processo de percepção do 
indivíduo: 
Caráter ativo e imediato - Como já foi colocado anteriormente, a percepção do indivíduo ocorrerá 
pelos seus conhecimentos anteriores e experiências já vividas, o que fará com que seja possível 
imaginar objetos que não estão presentes naquele momento e planejar ações futuras, sendo 
responsável pela captação e discriminação dos estímulos. 
Caráter material e genérico - É responsável pela categorizaçãoe significação das diferentes 
percepções, ou seja, o indivíduo irá atribui-las, num primeiro momento, a determinadas categorias 
gerais e, à medida que vai se evoluindo e tendo uma maior vivência, consegue aprimorar a percepção 
daquele estímulo. 
Constância e correção - Tem-se informações sobre determinado objeto por experiências anteriores e 
também pelas suas propriedades. A percepção fará a correção da impressão desse estímulo 
imediatamente, sendo capaz de corrigir os traços perceptivos mesmo que o estímulo mude de lugar 
ou de cor, por exemplo. Ainda que o objeto esteja em movimento, o indivíduo consegue manter a 
percepção sobre ele. É entre os dois e os quatorze anos que há evolução sobre tamanho, constância 
e cor. 
Móvel e dirigível - É a possibilidade dessa função psicológica, que é a percepção, ser dirigida 
voluntariamente para outra função psicológica, que é a atenção. Ou seja, a nossa percepção é capaz 
de ser dirigível, sendo possível deslocar a percepção para onde o indivíduo quiser. 
 
 
2. PROPRIEDADES DA PERCEPÇÃO 
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Uma das teorias que mais se concentraram em explicar a percepção foi a teoria da Gestalt. 
Ela afirma que a percepção tem como um dos princípios organizadores o fato de que os objetos são 
percebidos de maneira unificada, ou seja, a percepção não se trata de sensações individuais que 
aglomeramos em nossa mente, mas ocorre de maneira organizada e espontânea sempre que olhamos 
a nossa volta, combinando partes do campo perceptivo como se apresenta, de acordo com Schultz e 
Schultz (1992). 
As percepções são consideradas normais se o que o indivíduo percebe é, de fato, o que está 
a sua volta, ou seja, o que realmente se ouve, se vê e se sente. Alterações da percepção podem 
ocorrer, sendo por ilusões e alucinações, que podem ser criadas pelo homem e até mesmo pelos 
animais, como, por exemplo, a camuflagem, que é usada por homens na guerra assim como por 
animais para sua sobrevivência. Por outro lado, a percepção pode ser diferenciada de acordo com 
algumas propriedades que ela apresenta como veremos a seguir. 
 
2.1. Percepção seletiva e sensitiva 
Já ouviu falar que quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você 
consiga o que deseja? O que está por traz disso é a percepção seletiva. 
No mundo, há muita informação, mas não conseguimos perceber tudo o que está ao nosso 
redor, assim, a percepção seletiva é esse filtro natural, podendo ser consciente ou inconsciente, em 
que o que se enxerga são os estímulos que prendem a atenção do indivíduo. Dessa forma, sendo 
definido um foco, o que está ao redor que não é de grande importância para o indivíduo é ignorado. 
Já a percepção sensitiva ocorre quando se passa muito tempo com um estímulo muito 
próximo e ocorre a adaptação sensitiva, consistindo em perder a capacidade ou a sensibilidade ao 
estímulo com o qual se está tendo um grande contato. 
 
2.2. Diferentes fatores que influenciam na percepção 
A percepção ocorre principalmente através da atenção, que é a responsável por iniciar o 
processo de percepção seletiva, fazendo com que o indivíduo perceba alguns fatores ao seu redor e 
ignore outros como já foi exemplificado anteriormente. Segundo 
FATORES EXTERNOS - Há algumas características dos estímulos que irão determinar nossa atenção 
com frequência, tais como a intensidade, contraste, movimento e a incongruência. 
FATORES INTERNOS - Influenciam a nossa atenção, tais como a motivação, experiências anteriores e 
fenômenos sociais. 
Vejamos no quadro a seguir as características de cada um deles. 
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Aqui iremos abordar o conceito de percepção dentro de diversas perspectivas teóricas e, de 
acordo com suas particularidades, apresentar o que é esse fenômeno e como ele ocorre. 
A percepção tem diferentes significados dependendo da abordagem teórica em que ela é 
trabalhada, mas o que podemos dizer, e que todos concordam, é que a percepção é 
uma interpretação da realidade, não se tratando da realidade em si. No senso comum, por exemplo, 
acredita-se que algo é real através da experiência individual de cada ser humano, e essa experiência 
apresenta, muitas vezes, resultados diferentes de acordo com cada indivíduo, pois cada um interpreta 
a realidade a sua volta de forma diferente e a partir dos seus pressupostos vividos. 
Cavalcanti (2008) afirma que 
“[n]a perspectiva do senso comum, o conceito de percepção tem os seus usos 
relacionados com os sentidos, principalmente com a visão, de modo que a 
percepção passa a ser tratada como um sinônimo de capacidade e apreensão 
sensorial. Quando um indivíduo enxerga, ele está percebendo objetos no seu campo 
visual ou quando este escuta, ele está percebendo sons no ambiente.” 
3. PERSPECTIVAS TEÓRICAS DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO 
 
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Na psicologia, o conceito de percepção toma que o indivíduo faz uma organização e 
interpretação dos estímulos que foram recebidos pelos órgãos dos sentidos, e, com isso, existe a 
possibilidade de identificar objetos e acontecimentos a sua volta. Assim, a percepção apresenta duas 
etapas, sensorial e intelectual, sendo as duas complementares, pois não proporcionam uma visão 
realista do que está a sua volta, havendo necessidade da interferência do intelecto. 
Já segundo a filosofia, a percepção irá descrever uma situação que o espírito irá captar 
utilizando a intuição e os estímulos exteriores, sendo que cada filósofo apresenta o conceito de 
percepção de forma distinta, de acordo com sua base teórica. Conforme, Gomes (2005 apud 
Descartes, s.p) “[p]ercepções [...] derivam dos objetos, mas diferiam das simples sensações por 
envolverem julgamentos mentais ativos. ‘Eu compreendo somente pela faculdade do julgamento, a 
qual está na mente; o que eu acredito eu vi com meus olhos”. 
 
 
3.1. Teoria da Gestalt 
A Psicologia da Gestalt surge no princípio do século XX, por volta de 1912, e incorpora em sua 
teoria um elemento que foi ignorado no estruturalismo, que é a relação entre os estímulos. 
Assim, a Gestalt trabalha com a ideia de um processo para dar contorno ao que está exposto 
ao olhar, configurando o que é colocado diante dos olhos do indivíduo. Ela traz a conceito de conhecer 
o objeto pelo seu todo e não pelas suas partes, tendo suas próprias leis que coordenam seus 
elementos. É uma teoria que traz duas propriedades relacionadas à qualidade das formas: 
Sensíveis - Próprias do objeto. 
Formais - Próprias da nossa concepção. 
É uma teoria que trabalha em relação à teoria da forma, ou seja, sugere que o cérebro humano 
tem a tendência de, automaticamente, desmembrar a imagem em partes distintas, organizá-las de 
acordo com que o cérebro concebe como forma, tamanho, cor e textura semelhantes, que 
posteriormente serão reagrupadas novamente em um conjunto representativo que possibilita a 
compreensão do significado revelado. Sendo assim, o princípio básico da teoria da Gestalt é que 
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o todo é interpretado diferentemente da soma das suas partes. Esta alegação leva à descoberta de 
diferentes fatos que acontecem durante o processo perceptivo. 
Para a Gestalt, durante o processo perceptivo, há fatores que são objetivos e subjetivos, que 
apresentam uma variação em relação à sua importância relativa. O indivíduo tende a isolar as “boas 
formas”, representando essa relação entre o organismo e o meio, ocorrendo o mesmo entre as 
relações de figura-fundo, no qual a percepção é organizada de maneira que todo campo perceptivo 
irá se diferenciar em um fundo e em uma forma. Dessa forma, os elementos,figura e fundo estão 
intimamente ligados e não existem independentemente, representando o principal foco de estudo da 
teoria da Gestalt. 
Para a Gestalt, a percepção irá variar significativamente de uma pessoa para outra, pois a ela 
depende de inúmeras variáveis, tais como experiências culturais e pessoais, estado motivacional, 
entre outros. 
 
Além do princípio figura e fundo, a teoria da Gestalt também determina vários 
outros princípios ou leis da percepção, como veremos a seguir: 
Lei da Proximidade - Os elementos são dispostos de acordo com a distância a que se encontram uns 
dos outros. Quanto mais perto uns dos outros, mais são percebidos como um grupo. Quanto mais 
longe, menos são percebidos como um mesmo grupo. 
 
Lei da Semelhança - Os objetos semelhantes tendem a se agrupar. Essa semelhança pode ocorrer na 
cor dos objetos, na textura e na sensação de peso e volume dos elementos. Estas características 
podem ser percebidas quando se cria relações ou agrupamentos de elementos na formação de uma 
figura. Por outro lado, quando não se usa de maneira adequada, pode haver uma maior dificuldade 
na percepção visual, como, por exemplo, quando se usa uma textura semelhante no plano de fundo 
e nos elementos do primeiro plano, em que fica mais difícil de identificar a figura desejada no primeiro 
plano. 
 
Lei da Continuidade -Mantendo-se homogênea a proximidade, a percepção é disposta de acordo com 
a similaridade dos estímulos. Se vários elementos de um desenho apontam para o mesmo lado, por 
exemplo, o resultado final será mais facilmente detectado, facilitando a compreensão. Os elementos 
dispostos de maneira harmônica irão proporcionar um conjunto mais harmônico. 
 
Lei da Simplicidade - Esta lei de maior influência da Gestalt-terapia, apresenta uma grande relevância, 
pois declara que todas as formas tendem a ser entendidas em seu caráter mais simples. Isto é, quanto 
mais simples, mais facilmente é entendida. Desta maneira, a parte mais facilmente compreendida em 
um desenho é a mais regular, que irá requerer uma percepção mais simplificada. 
 
Lei do Fechamento - Elementos são agrupados de maneira que se pareçam completar um ao outro. 
Na mente do indivíduo, é visto um objeto completo mesmo quando não há um. O conceito de 
encerramento está relacionado ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um 
objeto inacabado. 
FIQUE DE OLHO!!! Para saber um pouco mais sobre figura-fundo e percepção, leia o artigo “A 
psicologia da Gestalt e a ciência empírica contemporânea”, de Arno Engelmann (2002). 
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3.2. Behaviorismo radical 
Skinner traz a explicação de percepção através do conceito de comportamento perceptivo, 
que são muitos comportamentos inter-relacionados a um comportamento complexo. 
Trazendo a explicação da percepção, segundo Lopes e Abbid (2002), em termos de 
comportamento perceptual, considera-se a influência de variáveis ambientais nesta resposta, 
evidenciando que a questão deve ser tratada em termos de controle de estímulos e não como uma 
tarefa cognitiva. 
De acordo com Cavalcanti (2008), 
“Skinner (1974/2006) afirma que o ambiente afeta o organismo antes e depois que 
este se comporta, pois o contexto em que a resposta ocorre, o comportamento em 
si, assim como suas consequências no ambiente se relacionam para formar o 
histórico de reforço do indivíduo. Portanto, se o comportamento é reforçado ou não 
em um determinado contexto, este contexto, ou estímulo antecedente, passa a 
exercer controle sobre este comportamento. Assim sendo, o comportamento 
perceptual tem relação tanto com estímulos discriminativos e estímulos delta 
quanto com a presença ou não de reforçadores no ambiente (Silva, 2000). A teoria 
da percepção na análise do comportamento, referida de forma mais econômica 
como comportamento perceptual, abrange diversos comportamentos e todos estes 
comportamentos possuem uma relação com os princípios de controle de 
estímulos.” 
O estudo da percepção de Skinner pode ser desmembrado em dois momentos: 
Momento 1 - O estudo do comportamento perceptivo como precorrente. 
Momento 2 - O estudo dos precorrentes do comportamento perceptivo. 
O estudo do comportamento perceptivo como precorrente dá-se de maneira que a 
investigação passa pelo comportamento perceptivo e desempenha um papel fundamental de 
modificação do ambiente, passando pelo processo de resolução de problemas e permitindo a emissão 
de um comportamento discriminativo que leve à solução das questões. 
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Conforme Simonassi e Cameschi (2003), 
 
“[c]omportamentos precorrentes são ações operantes que geram estímulos 
discriminativos que afetam a probabilidade de ocorrência de respostas 
subseqüentes (Skinner, 1969/1980; Baum, 1994 /1999). As categorias de ação 
precorrentes ocorrem tipicamente em situações de resolução de problemas, onde 
uma resposta subseqüente pode ser ou não a resposta-solução. 
 
Na segunda etapa, a investigação já trabalha com uma série de outros elementos e 
comportamentos, como a atenção e consciência, que irão modificar a probabilidade de emissão de 
comportamento perceptivo. Realizando a análise das relações dos demais comportamentos com o 
comportamento perceptivo, atinge-se o ponto mais alto da linearidade da teoria da percepção no 
behaviorismo radical, o que Skinner considera mais convincente do que as explicações chamadas de 
mentalistas, como a Gestalt, a femonenologia, entre outras teorias que fazem o uso da teoria das 
cópias, como é nomeado por Skinner. Loppes e Abbid (2002) afirmam que, quando a percepção é 
explicada através dos conceitos de comportamento perceptivo, não há necessidade de nenhuma 
outra mediação mental, considerando que a percepção é mais uma questão de controle de estímulos 
do que de cópia mental, se houver a identificação das variáveis que controlam o seu comportamento.” 
 
3.3. Outras teorias da percepção 
Entre a psicologia e a filosofia, são diferentes as teorias que abordam e conceituam a 
percepção, pois a ela é central no entendimento da psique do homem. Assim, veremos, a seguir, mais 
algumas teorias que complementam o entendimento sobre a percepção. 
O associassonismo tem como principal representante Wundt, considerado o pai da psicologia, 
que criou o primeiro laboratório de psicologia experimental no final do século XIX. Segundo essa 
teoria, a percepção é formada por átomos de sensações isoladamente, ou seja, as sensações são 
captadas isoladamente pelo cérebro e, em seguida, são associadas entre si, construindo a percepção 
global do objeto. O indivíduo, nessa teoria, atua como receptor passivo dos estímulos. 
Já a teoria da percepção direta, formulada por Gibson (1904-1980), afirma que as informações 
que chegam aos receptores são satisfatórias para esclarecer sobre os processos perceptivos. Segundo 
ela, a cognição não é relevante para percepção. Conforme Sillman, 
[a] percepção direta é possível pela disponibilidade de informação significativa que, 
segundo Gibson (1986), consiste em padrões invariantes que especificam a 
estrutura do ambiente para um animal capaz de captá-la, sem que essa estrutura 
necessite ser reconstruída internamente partindo de fragmentos (dados) do mundo 
obtidos pelos órgãos dos sentidos. 
Há também as teorias ascendentes, chamadas também de bottom-up, e as teorias 
descendentes da percepção, chamadas de top-down. Essas teorias consideram praticamente todos 
os processos cognitivos, porém a primeira considera percepções acionadas por estímulos, enquanto 
FIQUE DE OLHO!!! Para saber mais sobre as teorias da percepção e como cada uma se coloca sobre 
as distorções que ocorrem no processo perceptivo, leia o artigo “Ilusões: o olho mágico da 
percepção”, de Marcus Vinicius C. Baldo e Hamilton Haddad (2003). 
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na segunda são consideradas as experiências acumuladas, conhecimentos trazidos de vivências 
anteriores. As teorias ascendentes abarcam: 
• Teoria do padrão - Afirma que o indivíduo traz consigo padrões armazenados na memória. 
Assim, a percepção ocorrerá quando o indivíduo visualiza um estímulo e o compara com outro 
que foi guardado em sua memória. 
• Teoria dos protótipos - Defende que o indivíduo tem um modelo representativo com traços 
e características de objetos, não existindo uma correspondência exata, mas generalizada. 
• Teoria das características - Declara que não se percebe o modelo por inteiro, mas sim por 
suas características. 
Já as teorias descendentes, que são aquelas que o ser humano traz consigo análises mais 
elevadas, enfatizando os conhecimentos prévios, experiências e a interpretação que o indivíduo já 
possui, levando também em conta as expectativas relacionadas a percepção, abarcam três outras 
teorias: 
• Efeitos das necessidades - As necessidades influenciam na percepção do indivíduo, ou seja, 
se você tem necessidade de algo a sua percepção o levará a criar imagens que pertençam ao 
que você necessita. 
• Efeitos dos contextos - O contexto poderá influenciar nos objetos que são adquiridos. 
• Efeitos das motivações - A influência que a motivação tem sobre a nossa percepção. 
 
 
A percepção é extremamente importante para o reconhecimento do indivíduo no mundo. É 
possível observar diferentes tipos de percepção adequadas aos estímulos que são recebidos, 
permitindo a organização de informações que estão sendo emitidas tanto pelo mundo externo, 
quanto interno do indivíduo. 
Segundo Barreto (2009), 
 
[o]s sentidos têm a função de nos fazer conhecer o percebido. Dá-nos uma 
concepção dos objetos e uma confiança em sua existência, uma sensação que 
acompanha a percepção. Ao cheirar uma rosa o seu odor está inscrito na flor que é 
a base para a percepção, neste caso, é a qualidade da rosa que percebo pelo olfato. 
 
Há diversas formas de perceber as coisas que estão ao nosso redor, uma vez que a percepção 
tem estreita ligação com os cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. 
 
4.1. Percepção visual 
Para muitos teóricos, a percepção visual é a percepção que mais se destaca, Skinner afirma 
isso, colocando não necessariamente que a visão seja o sentido mais importante que temos, mas que 
a visão é o sentido mais complexo e desenvolvido. 
4. FORMAS E FUNÇÃO DA PERCEPÇÃO 
 
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A percepção visual será, então, caracterizada pela captação de formas, cores, movimentos, 
luminosidade e relações espaciais. 
 
Para uma melhor compreensão de como ocorre a captação desses estímulos pela visão, é 
necessário compreender a estrutura do sistema visual, no qual o olho, que é uma área periférica 
desse sistema, irá representar um complexo aparelho que irá se dividir em vários componentes. Os 
olhos, assim, agem como uma porta de entrada para o sistema visual, no qual, em seguida, o córtex 
cerebral faz o papel de transportar e organizar a informação visual, sendo, então, na parte do córtex 
cerebral onde se constrói a percepção. 
Conforme Luria (1991), 
[n]o aparelho do olho podemos distinguir a parte sensível à luz (retina) e vários 
dispositivos auxiliares de caráter motor; dentre estes um (a íris e o cristalino) 
assegura a afluência dos raios luminosos que chegam à retina, a focalização da 
imagem e a proteção do aparelho contra influências estranhas (a córnea) e permite 
realizar o movimento do dispositivo complexo (os músculos do olho). 
Vamos, aqui, analisar um pouco mais detalhadamente cada parte do olho citada. 
A retina pode ser considerada a estrutura mais fundamental, já que é a camada mais interna 
e consegue captar luz através de células receptoras fotossensíveis, processando os impulsos 
luminosos através de uma rede de neurônios. 
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Existem dois tipos de células receptoras fotossensíveis que são responsáveis por traduzir as 
imagens recebidas em uma representação organizada: bastonetes e cones. 
Stolfi (2008) afirma, sobre essas duas células, que 
[n]a retina temos duas classes de células sensíveis à luz: • Cones: Células sensíveis à 
intensidade e à cor (compreendem três sub-tipos: L, M e S, sensíveis 
respectivamente ao amarelo, verde e azul); são responsáveis pela Visão Fotópica, 
ou visão de luz intensa. Dos cerca de 7.000.000 de cones existentes na retina, 
metade situam-se na Fóvea. Muitos cones são ligados individualmente a 
terminações nervosas; seu diâmetro varia de 1 a 5 µm. • Bastonetes: Células 
sensíveis apenas à intensidade, responsáveis pela Visão Escotópica, ou visão em 
condições de pouca luz. Há cerca de 75 a 150 milhões de bastonetes na retina, mas 
são praticamente inexistentes na Fóvea. Por serem ligados em grupos às 
terminações nervosas, formam conjuntos mais sensíveis à luz do que os Cones, 
porém com menor capacidade de resolução de detalhes. A visão escotópica não 
proporciona sensação de cor. 
Essas duas células trabalham conjuntamente, sendo que os cones proporcionam uma visão 
colorida e detalhada, enquanto os bastonetes trabalham com a baixa luminosidade, promovendo 
contraste e detecção de movimento. 
Há fatores ambientais ou individuais que podem influenciar a percepção visual, interferindo 
no resultado final da nossa percepção. O quadro a seguir mostra alguns desses fatores: 
 
Tendo o conhecimento da estrutura visual, é possível perceber melhor como vemos e como 
ocorre a percepção no nosso sistema visual. 
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4.2. Percepção auditiva 
Essa é a percepção que temos dos sons através do ouvido, estando ligada ao volume e 
intensidade do som e ritmo. Assim como a percepção visual, é considerada como uma das percepções 
que mais se destacam. 
A percepção auditiva interpreta os sentidos que estão em torno e essa interpretação é um 
processo ativo que irá depender dos nossos conhecimentos prévios e processos cognitivos. Luria 
(1991) afirma que “[o] nosso ouvido percebe tons e ruídos. Os tons são oscilações rítmicas regulares 
do ar; e a freqüência dessas oscilações determina a altura do tom, enquanto a amplitude dessas 
oscilações determina a intensidade do som”. As oscilações que ocorrem irão variar de acordo com a 
frequência e altura do som, ou seja, quanto maior a frequência, maior a altura. 
 
O aparelho periférico é formado por um dispositivo bem complexo, como aponta Luria (1991): 
 
Os tons que atuam sobre o homem e os ruídos passam pela entrada do ouvido e 
chegam ao tímpano, uma película elástica dotada da capacidade de oscilar-se em 
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ritmo com o som. Através do sistema de ossículos situados no ouvido médio 
(bigorna, martelo, estribo), essas oscilações são transmitidas através da janela oval 
ao aparelho do ouvido interno, onde está situado o aparelho da recepção auditiva 
— a cóclea, cheia de líquido (endolinfa). As oscilações, transmitidas pelo referido 
aparelho do ouvido médio, põem em movimento o líquido da cóclea e provocam 
oscilações correspondentes nesse sistema fechado. Na membrana básica da cóclea, 
está situado um dispositivo especial que transforma as oscilações do líquido em 
excitações nervosas — o órgão de Kortiv —, dispositivo extraordinário dotado da 
propriedade de transformar oscilações sucessivas em excitação de células nervosas 
isoladas espacialmente distribuídas. 
 
O que se percebe, assim, é que a cada som que chega ao aparelho do receptor auditivo, uma 
ou váriasséries de cordas sofrem uma oscilação, provocando excitações dos nervos através das células 
capilares correspondentes. Ocorrendo oscilações nas cordas mais curtas quando no caso de sons altos 
e oscilações das cordas mais longas quando há sons mais baixos. 
 
4.3. Percepção tátil 
A percepção tátil não se dá de maneira uniforme, sendo sentida em algumas partes do corpo, 
como as mãos, língua e lábios, de maneira mais sensibilizada. Entretanto, pode ser percebida em todo 
o corpo, permitindo reconhecer, em contato com o corpo, a presença dos objetos, assim como sua 
forma, tamanho e temperatura. Tendo grande importância na afetividade e também no sexo. 
A capacidade de diferenciar os objetos de pequenos tamanhos, a percepção da dor e do calor 
são fatores presentes na percepção tátil. Algumas partes do corpo têm uma sensibilidade maior ao 
calor, por exemplo. 
Silva (2015) afirma que 
[...] a percepção tátil ocorre nas sensações em resposta a estímulos externos e 
alteração do ambiente. Estas se caracterizam como exteroceptivas (fornecem 
informação a respeito do ambiente externo) e interoceptivas ou viscerais 
(transmitem informações a respeito das funções internas). 
 
Silva (2015) ainda expõe que existem quatro tipos de sensações exteroceptivas, sendo elas: 
• dor; 
• temperatura; 
• proporção; 
• pressão. 
 
O sistema nervoso central do indivíduo sofre influências indiretas aos sinais que são expressos na 
pele. Assim, os principais receptores sensoriais presentes são: 
 
• Meissner - Receptor de contato. 
• Pacini - Receptor que dá a noção de pressão. 
• Ruffini - Receptor que dá a percepção de calor. 
• Krause - Receptor que dá a sensibilidade ao frio. 
• Terminações nervosas livres - Transmitem ao cérebro a percepção da dor. 
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4.4. Percepção gustativa 
É a percepção importante para a alimentação, pois o paladar é o que dá sentido aos sabores 
pela língua. Esse é o sentindo menos desenvolvido pelos humanos, associado, muitas vezes, com o 
prazer, sendo o seu principal fator a diferenciação de sabores. 
 
 
E esses sabores são o doce, o amargo, o azedo e o salgado, sendo que cada parte da nossa 
língua atua na recepção de cada sabor. O paladar é captado por receptores gustativos presentes nas 
papilas gustativas. Esses receptores estão presentes sobretudo na língua, mas também podemos 
detecta-los na faringe, no palato, epiglote e laringe. 
4.5. Percepção olfativa 
O nariz é o principal órgão do sentido do olfato, sendo que a percepção olfativa é muito mais 
aguçada em alguns animais, como os cachorros, do que nos seres humanos, mas ela é muito 
importante para a alimentação, assim como ela é de grande importância em relação à memória 
afetiva. 
O olfato é colocado como fator de suma importância na cultura e nas memórias do indivíduo, 
pois ela capta odores que nos fazem reviver ou diferenciar culturas. Segundo Classen et al (1996, p. 
13), 
 
[a] natureza íntima, emocionalmente saturada da experiência olfativa, assegura que 
tais odores codificados em valores são interiorizados pelos membros da sociedade 
de um modo profundamente pessoal. O estudo da história cultural dos odores é, 
portanto, numa acepção muito correta, uma investigação sobre a essência da 
cultura humana. 
 
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O alcance olfativo, assim como estudos que diferenciam um odor do outro, bem como suas 
combinações, são alguns fatores que englobam a percepção olfativa. 
 
4.6. Outras formas de percepção 
 
Além das cinco formas já exploradas, ainda existem mais três tipos de percepção que derivam 
principalmente da percepção visual e auditiva, pois são formas de percepção que não têm sentidos 
específicos para serem utilizados, mas sim um conjunto deles. Assim, temos: 
• PERCEPÇÀO ESPACIAL - Utiliza a percepção visual e auditiva, trazendo o envolvimento dos 
tamanhos e distanciamento dos objetos. É a percepção que nos auxilia saber de onde está 
vindo um determinado som ou até mesmo em qual direção o objeto está indo. A parte do 
cérebro que tem papel de suma importância nesse tipo de percepção é o lobo parietal. 
• PERCEPÇÃO TEMPORAL – É uma percepção voltada para a duração e para situar o individuo 
no tempo, tendo estreita ligação com as experiências vividas, bem como saber distinguir os 
dias da semana, horas, ou até mesmo o distanciamento de uma atividade para outra. 
• PROPRIOPERCEPÇÃO - É a capacidade de situar seu próprio corpo espacialmente. Esta 
percepção está ligada ao sistema vestibular do ouvido, que permite termos equilíbrio. 
É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
• compreender o que é percepção, como se dá o processo perceptivo, identificando os 
elementos que o constituem; 
• identificar os seus quatro aspectos básicos; 
• identificar quais são as características da percepção e os fatores externos e internos que 
influenciam no processo perceptivo; 
• compreender as diferentes teorias e como cada uma identifica e conceitua a percepção em 
suas diferentes maneiras; 
• saber os diferentes tipos de percepção, e como elas ocorrem sendo elas a percepção visual, 
auditiva, gustativa, tátil, olfativa e ainda as percepções temporal, espacial e propriopercepção. 
 
REFERÊNCIAS 
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https://www.ufrgs.br/blogdabc/sensacao-e-percepcao-na-relacao/>acesso em: 08 de maio de 2020. 
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conceito de percepção. Disponível em: 
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/3091/2/20011039. pdf>acesso em: 07 de 
maio de 2020. 
CLASSEN, C.; HOWES, D.; SYNNOTT, A. Aroma: a história cultural dos odores. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1996. 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Editora 
Artes Médicas do Sul, 2000. 
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Brasília, v. 18, n. 2, p. 129-137, ago. 2002. Disponível em . Acesso em: 07 de maio de 2020. 
LURIA, A. R. Curso de psicologia geral. Trad. de Paulo Bezerra. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1991. 
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em: 08 de maio de 2020.

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