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Aula 03 - Organização Político-Administrativa

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AULA 03: Organização Político-Administrativa. 
Competências. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1 – Organização Político-Administrativa 1-40 
2 – Repartição de Competências 41-65 
3 - Lista de Questões 66-71 
4 - Gabarito 72-73 
Organização político-administrativa 
 Para uma boa compreensão da Organização do Estado Brasileiro, é 
necessário que revisemos, rapidamente, o que diz o “caput” do art. 1º da 
Constituição: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
Como dissemos na aula 00 deste curso, nesse dispositivo fica 
caracterizado que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá-
se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado composto por diversas 
entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia, 
compreende-se um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela 
Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo 
governo central. 
Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, 28ª edição), o 
mínimo necessário para a caracterização da organização federalista é a decisão 
do legislador constituinte de criar o Estado federal e suas partes indissociáveis, 
a Federação (União) e os Estados-membros, pois a criação de um governo 
geral implica a renúncia e o abandono de certas porções de competências 
administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Essa 
decisão está consubstanciada nos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. Além 
disso, a Constituição Federal deve estabelecer os seguintes princípios: 
 Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação 
devem possuir a nacionalidade única desta; 
 Repartição constitucional de competências entre os entes federativos; 
 Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de 
competência tributária que lhe garanta renda própria; 
 Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e 
Municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; 
 Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção 
federal, para manutenção do equilíbrio federativo; 
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 Participação dos Estados no Poder Legislativo federal, de forma a 
permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal; 
 Possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de 
Estado existente, dependendo da aquiescência da população do Estado 
afetado; 
 A existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para 
interpretação e proteção da Constituição Federal. 
 A Federação brasileira obedece a esses princípios, sendo composta por 
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos entes autônomos 
e de mesma hierarquia. Para proteção da federação como forma de estado, o 
vínculo entre esses eles é indissolúvel (não há direito de secessão em nosso 
ordenamento jurídico). Além disso, o constituinte determinou a impossibilidade 
de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a federação 
(art. 60, § 4º, I, CF). 
 Destaca-se, porém, que autonomia difere de soberania. No Brasil, 
apenas a República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, 
inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade 
internacional: os Estados federados são reconhecidos pelo direito 
internacional apenas na medida em que a RFB autoriza. 
 Outra importante diferença que deve ficar clara para você é aquela entre 
federação (que acabamos de estudar) e confederação. Como vimos, na 
federação, há uma união indissolúvel de entes autônomos com base numa 
Constituição. Na confederação, a união é dissolúvel e se dá entre Estados 
soberanos, com base em um acordo internacional. Um exemplo de 
confederação é a República Árabe Unida. 
 
 Aprofundemos um pouco mais no estudo da federação, tema recorrente 
em provas de concurso. O Estado Federal, de acordo com a doutrina, é 
delineado de acordo com o tipo de federalismo que adota. O federalismo pode 
ser: 
 Quanto à formação, tanto por agregação quanto por segregação. O 
primeiro tipo é formado pela união de vários Estados, tendo como exemplo os 
EUA. O segundo, por meio da divisão de um Estado preexistente, como é o 
caso do Brasil. 
FEDERAÇÃO 
• UNIÃO INDISSOLÚVEL 
• OS ENTES FEDERADOS SÃO AUTÔNOMOS 
• TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUIÇÃO 
CONFEDERAÇÃO 
• UNIÃO DISSOLÚVEL 
• OS ENTES FEDERADOS SÃO SOBERANOS 
• TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO 
INTERNACIONAL 
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 Quanto à concentração de poder, tanto centrípeto, quanto 
centrífugo ou de equilíbrio. No centrípeto, o governo central detém a maior 
parte do poder; no centrífugo, há uma grande descentralização, com menor 
concentração do poder no governo central e ampliação dos poderes regionais. 
Por fim, no federalismo de equilíbrio, busca-se uma distribuição equitativa de 
poderes entre governos centrais e regionais. Os EUA adotam o modelo 
centrífugo e o Brasil, o de equilíbrio. 
 Quanto ao equacionamento das desigualdades, tanto simétrico 
quanto assimétrico. O primeiro busca a distribuição igualitária de competências 
e de receitas; já o segundo, embora também vise à igualdade entre os entes 
federados, busca, também, reduzir as desigualdades socioeconômicas entre os 
Estados federados. É o modelo adotado pela CF/88. 
 Continuemos nossa análise sobre a organização da República Federativa 
do Brasil (RFB) pela leitura do art. 18 da Constituição: 
Art. 18. A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta Constituição. 
 Esse dispositivo constitucional, assim como o “caput” do art. 1º da 
CF/88, que acabamos de rever, enumera os entes federativos que compõem a 
República Federativa do Brasil: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. Além disso, confere autonomia a todos esses entes, que podem 
decidir sobre matérias específicas, dentro dos limites constitucionais. Não há 
subordinação ou hierarquia entre eles: todos têm suas competências definidas 
pela Constituição. 
 O § 1º do art. 18 da Constituição Federal determina, ainda, que Brasília 
é a capital federal. Brasília não se confunde com o Distrito Federal, ocupando 
apenas parte do seu território. 
 Um ponto importante sobre o art. 18 é que a Constituição de 1988 
permitiu que os Municípios compusessem o Estado federal, inovando em 
relação à anterior. Já os Territórios foram excluídos da Federação, passando a 
ser apenas integrantes da União, conforme determina o art. 18, §2º da Carta 
Magna: 
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem 
serão reguladas em lei complementar. 
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1. (Cespe/2011/CNPq) A União, os estados, os municípios e o 
Distrito Federal são entes federativos, diferentementedos territórios 
federais, que integram a União e não são dotados de autonomia. 
 
Comentários: 
 De fato, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal são entes 
federados, autônomos, conforme dispõe o art. 18 da Constituição. Já os 
Territórios não são dotados de autonomia, sendo meras descentralizações 
administrativas da União (art. 18, § 2º, CF). Questão correta. 
 
 
 
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1. União 
A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade 
internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas 
enumeradas pela Carta Magna. Quando representa a República Federativa do 
Brasil, entretanto, apresenta soberania. Note que neste caso quem realmente 
pratica os atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, 
sendo apenas representada por órgãos da União (como o Presidente da 
República, por exemplo). 
 Não confunda, caro (a) aluno (a) os conceitos de República Federativa do 
Brasil (RFB) e União. A primeira é o todo, compreendendo União, Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios. A segunda é parte: é um dos 
integrantes da RFB. 
 Em seu artigo 20, a Constituição enumera os bens da União: 
 
B
E
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AS TERRAS DEVOLUTAS INDISPENSÁVEIS À DEFESA DAS FRONTEIRAS, DAS 
FORTIFICAÇÕES E CONSTRUÇÕES MILITARES, DAS VIAS FEDERAIS DE COMUNICAÇÃO 
E À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, DEFINIDAS EM LEI 
OS LAGOS, RIOS E QUAISQUER CORRENTES DE ÁGUA EM TERRENOS DE SEU DOMÍNIO, 
OU QUE BANHEM MAIS DE UM ESTADO, SIRVAM DE LIMITES COM OUTROS PAÍSES, OU 
SE ESTENDAM A TERRITÓRIO ESTRANGEIRO OU DELE PROVENHAM, BEM COMO OS 
TERRENOS MARGINAIS E AS PRAIAS FLUVIAIS 
AS ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES NAS ZONAS LIMÍTROFES COM OUTROS PAÍSES 
OS RECURSOS NATURAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL E DA ZONA ECONÔMICA 
EXCLUSIVA 
O MAR TERRITORIAL 
OS RECURSOS MINERAIS, INCLUSIVE OS DO SUBSOLO 
AS CAVIDADES NATURAIS SUBTERRÂNEAS E OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PRÉ-
HISTÓRICOS 
OS TERRENOS DA MARINHA E SEUS ACRESCIDOS 
AS PRAIAS MARÍTIMAS 
AS TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍNDIOS 
OS POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA 
AS ILHAS OCEÂNICAS E AS COSTEIRAS, EXCLUÍDAS DESTAS AS QUE CONTENHAM A 
SEDE DE MUNICÍPIOS, EXCETO AQUELAS ÁREAS AFETADAS AO SERVIÇO PÚBLICO E A 
UNIDADE FEDERAL, E AS REFERIDAS NO ART. 26, II DA CF (ESSAS ÁREAS, MESMO 
CONTENDO SEDE DE MUNICÍPIOS, PERTENCEM À UNIÃO) 
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Alguns esclarecimentos sobre os incisos do art. 20 da Constituição se 
fazem necessários. 
As terras devolutas (art. 20, II, CF) são propriedades públicas sem 
nenhuma utilização específica que não se encontram, a qualquer título, 
integradas ao domínio privado. Em regra, pertencem aos Estados membros, 
com exceção daquelas atribuídas pela Carta Magna à União (indispensáveis à 
defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias 
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei). 
Outro conceito importante é o de mar territorial. De acordo com a Lei 
federal n. 8.617/93, o mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze 
milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral 
continental e insular (art. 1º). 
Além disso, destaca-se que de acordo com a súmula no 650 do STF, os 
incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, 
ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. 
Questão de prova: 
2. (Cespe/2012/TJ-PI) O patrimônio da União é formado por bens 
indicados exemplificativamente na CF, incluídas todas as ilhas fluviais 
e lacustres em zonas limítrofes com outros países, praias marítimas e 
ilhas oceânicas e costeiras. 
Comentários: 
De fato, trata-se de um rol exemplificativo, como demonstra a expressão “e 
os que lhe vierem a ser atribuídos” (art. 20, I, CF). O erro da questão é que 
nem todas as ilhas oceânicas e costeiras são bens da União. Há exceções (art. 
20, IV, CF). Questão incorreta. 
Continuando nosso estudo, dispõe a CF/88 (art. 20, IX) que pertencem à 
União os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O solo onde esses 
recursos estão situados, porém, permanece como propriedade do particular. 
Só para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta 
Magna: 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos 
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em 
uma fazenda do Sr. João da Silva, em Goiás. A propriedade da fazenda 
continuará sendo do Sr. João, embora o ouro encontrado seja da União. Caso 
uma concessionária venha a explorar essa jazida, deverá pagar royalties à 
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União, proprietária dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extraído), 
entretanto, será da concessionária. 
 É importante ressaltar que o legislador constituinte permitiu à União, 
para efeitos administrativos, a criação de regiões de desenvolvimento (art. 
43), mediante a articulação de sua ação em um mesmo complexo 
geoeconômico e social, visando ao seu desenvolvimento e à redução das 
desigualdades regionais, por meio de lei complementar, que disporá sobre as 
condições para integração de regiões em desenvolvimento; a composição dos 
organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, 
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social (CF, 
art. 174, § 1º), aprovados juntamente com estes. 
 Além disso, poderão ser estabelecidos incentivos regionais que 
compreenderão, além de outros, na forma da lei (art. 43, § 2º, CF): 
 Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de 
responsabilidade do Poder Público; 
 Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; 
 Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais 
devidos por pessoas físicas ou jurídicas; 
 Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das 
massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, 
sujeitas a secas periódicas. 
 
3. (Cespe/2011/TCU) De acordo com a CF, a União e os estados-
membros podem criar regiões de desenvolvimento visando à redução 
das desigualdades regionais. 
Comentários: 
Essa prerrogativa é apenas da União (art. 43, CF). Questão incorreta. 
4. (Cespe/2008/TCU_ACE) As riquezas minerais, como o petróleo, 
são bens da União. 
Comentários: 
Questão correta. Fundamento: art. 20, IX, CF. 
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5. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) Os potenciais de 
energia hidráulica são bens comuns da União e dos estados onde se 
encontrem. 
Comentários: 
 
 Os potenciais de energia hidráulica são bens da União (art. 20, VIII, CF). 
Questão incorreta. 
6. (Cespe/2008/Abin) As terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios são de domínio das comunidades indígenas.Comentários: 
 
 As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 
20, XI, CF). Questão incorreta. 
7. (Cespe/2009/ANTAQ) Considere a situação em que uma pessoa, 
ao cavar um poço artesiano no sítio de sua propriedade, tenha 
encontrado uma reserva de gás natural. Nesse caso, a reserva 
pertencerá à União, mas o proprietário terá, por força expressa de 
dispositivo constitucional, direito a participação no resultado da lavra. 
Comentários: 
 
 Reza o art. 176 da Constituição que as jazidas, em lavra ou não, e 
demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, 
e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do 
produto da lavra. Questão correta. 
 
 
 
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2. Estados-membros 
 Os Estados-membros ou Estados federados1, assim como a União, são 
entes autônomos, apresentando personalidade jurídica de direito público 
interno. Apresentam capacidade de auto-organização e autolegislação, 
conforme se depreende do artigo 25, “caput” da Constituição: 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios 
desta Constituição. 
 A auto-organização se dá por meio da elaboração de suas Constituições, 
fruto do exercício do poder constituinte derivado decorrente pela atuação de 
suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação ocorre pela edição de suas 
próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário, também nas 
Assembleias Legislativas. 
 Tanto a auto-organização quanto a autolegislação devem obedecer aos 
princípios constitucionais sensíveis, enumerados taxativamente pela 
Constituição em seu art. 34, VII. O nome “sensíveis” se deve ao fato de que 
estes são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal, ou seja, 
caso contrariados, provocam uma reação: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito 
Federal, exceto para: 
(...) 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
1 Não confunda Estado federado (sinônimo de Estado-membro) com Estado federal ( sinônimo 
de República Federativa do Brasil). Os primeiros são parte do segundo. 
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 Devem, também, obedecer aos princípios constitucionais 
extensíveis, normas de organização que a Lei Fundamental estendeu a 
Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. Encontram-se dispostos em 
normas espalhadas pelo texto da Carta Magna. É o caso dos fundamentos e 
objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e 
art. 4º, I a X, CF/88). 
 Por fim, os Estados-membros devem obediência aos princípios 
constitucionais estabelecidos, normas espalhadas pelo texto da Constituição 
que, além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais 
de observância pelos Estados-membros em sua auto-organização. Exemplo: 
arts. 27; 28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41, CF. 
 Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal de 
que “se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos 
abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a 
expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o 
mesmo não se pode afirmar quanto aos princípios federais extensíveis e aos 
princípios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo 
texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram 
acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até 
mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar (STF, 
Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388). 
 Para fixarmos melhor quais são os princípios constitucionais sensíveis, 
que tal um esquema? 
 
 Os Estados-membros possuem, também, autogoverno, apresentando 
Legislativo, Executivo e Judiciário estaduais. Por meio do povo, são eleitos 
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DIREITOS DA PESSOA HUMANA 
FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO E 
REGIME DEMOCRÁTICO 
APLICAÇÃO DO MÍNIMO EXIGIDO DA RECEITA 
RESULTANTE DE IMPOSTOS ESTADUAIS, 
COMPREENDIDA A PROVENIENTE DE 
TRANSFERÊNCIAS, NA MANUTENÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E NAS AÇÕES E 
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE 
PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA, DIRETA E INDIRETA 
AUTONOMIA MUNICIPAL 
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seus representantes no Legislativo e Executivo locais, sem subordinação ao 
Poder Central. A Constituição Federal prevê expressamente a existência dos 
Poderes Legislativo (CF, art. 27), Executivo (CF, art. 28) e Judiciário (CF, art. 
125) estaduais. 
O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo formado apenas pela 
Assembleia Legislativa. Veja o que dispõe o artigo 27, §1º, da Carta Magna: 
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados 
Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição 
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e 
incorporação às Forças Armadas. 
 Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos, pelo 
sistema proporcional. Seu número é determinado pela regra estabelecida no 
art. 27, “caput”, da Carta Magna: 
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa 
corresponderá ao triplo da representação do Estado na 
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, 
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais 
acima de doze. 
 Assim, caso um Estado tenha 38 (trinta e oito) deputados federais, terá 
36+(38-12), o que totaliza 62 (sessenta e dois) deputados estaduais. 
 No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da 
Constituição: 
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de 
Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no 
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último 
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano 
anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a 
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, 
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro 
cargo ou função na administração pública direta ou indireta, 
ressalvada a posse em virtude de concurso público e 
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. 
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos 
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, 
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
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 Observe que o subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos 
secretários de Estado é fixado por lei, a partir de projeto apresentado pela 
Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor 
serve como limite remuneratório (teto) no âmbito do Poder Executivo estadual, 
exceto para os procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será 
90,25% do subsídio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). 
 Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite 
diverso para Legislativo, Executivo e Judiciário, um teto único. É o que 
determina o art. 37, §12, da Constituição: 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste 
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, 
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições 
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do 
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos 
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 No que concerne ao Judiciário, estabelece a Constituição que os Estados 
organizarão sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos (art. 125, 
“caput”, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competência dos 
tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização 
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º, CF/88). 
 A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a 
Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e 
pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de 
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar 
seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, § 3º, CF/88). 
 Além de auto-organização, autolegislação e autogoverno, os Estados 
possuem autoadministração. Assim, são competentes para se administrarem, 
no exercício das competências definidas pela Constituição. 
 Determina a Carta Magna que os Estados poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e 
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para 
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). São, portanto, três os requisitos para 
que os estados atuem nessas hipóteses: 
 Lei complementar estadual; 
 Que os municípios envolvidos sejam limítrofes; 
 Finalidade de organização, o planejamento e a execução de funções 
públicas de interesse comum. 
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Mas, afinal, o que são microrregiões, regiões metropolitanas e 
aglomerados urbanos? 
As regiões metropolitanas são formadas por um conjunto de Municípios 
cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um 
Município-polo. As microrregiões, por sua vez, são formadas por Municípios 
limítrofes, sem continuidade urbana, com características homogêneas e 
problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos são 
áreas urbanas cujos Municípios apresentam tendência à complementaridade de 
suas funções, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ação 
coordenada dos entes públicos. É o caso da Baixada Santista, por exemplo. 
A CF/88 determina quais são os bens dos Estados em seu art. 26, que 
reproduzimos abaixo: 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, 
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma 
da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no 
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, 
Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 
8. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Espírito Santo é um órgão da União e, 
por isso, é subordinado à Presidência da República. 
Comentários: 
 
 O Espírito Santo é um ente da federação autônomo, sem qualquer 
subordinação à Presidência da República. Questão incorreta. 
9. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Poder Executivo do Espírito Santo é 
chefiado pelo governador desse estado. 
Comentários: 
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(AJAJ) 
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 O Chefe do Executivo do Espírito Santo, como o de qualquer Estado da 
federação, é o Governador. Questão correta. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Municípios 
 Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela 
Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 
34, VII, “c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organização, 
autolegislação, autogoverno e autoadministração. 
 Pode-se dizer que o Município se auto-organiza por meio de sua Lei 
Orgânica Municipal e leis municipais; autogoverna-se por meio da eleição 
direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerência dos 
Governos Federal e Estadual; e, por fim, autoadministra-se ao pôr em 
exercício suas competências administrativas, tributárias e legislativas, 
diretamente conferidas pela Constituição Federal. Entretanto, diferentemente 
do que acontece nos demais entes da federação, não há Poder Judiciário 
municipal. 
 Questão de prova: 
10. (Cespe/2012/TJ-AL) Os municípios gozam de certa autonomia 
que permite, em função das regras e princípios de autogoverno, 
contar com poderes Executivo e Legislativo eleitos pela população, 
mas não com Poder Judiciário próprio. 
Comentários: 
De fato, não há Poder Judiciário municipal. Questão correta. 
 No que diz respeito à auto-organização, determina a Carta da República 
que: 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada 
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os 
seguintes preceitos: 
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo 
realizado em todo o País; 
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro 
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato 
dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no 
caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro 
do ano subsequente ao da eleição; (...) 
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V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários 
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, 
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I; 
VII -o total da despesa com a remuneração dos Vereadores 
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da 
receita do Município; 
Questões de prova: 
11. (Cespe/2012/TJ-PI) Compete às constituições estaduais fixar os 
subsídios dos prefeitos e dos vice-prefeitos, de maneira a evitar 
anomalias e discrepâncias remuneratórias entre os municípios de um 
mesmo estado-membro. 
Comentários: 
Determina o art. 29, V, da Constituição Federal que os subsídios dos prefeitos 
e dos vice-prefeitos são fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal. 
Questão incorreta. 
12. (Cespe/2012/TJ-AL) As eleições para prefeito e vice-prefeito 
dos municípios com mais de duzentos mil eleitores ocorrerão, 
necessariamente, em dois turnos, caso nenhum dos candidatos 
alcance a maioria absoluta dos votos validamente emitidos no 
primeiro turno, aí computados os votos em branco, mas não os nulos. 
Comentários: 
Nesse caso, não se computam nem os votos em branco nem os nulos (art. 29, 
II, c/c art. 77, § 2º, CF). Questão incorreta. 
 A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre 
Poderes, disciplinará a competência legislativa do Município, bem como suas 
competências comum e suplementar (art. 23 e 30, II, da Constituição, 
respectivamente), estabelecerá as regras do processo legislativo municipal e a 
regulamentação orçamentária do Município, em consonância com a 
Constituição Federal e a Estadual. 
 Compete à Lei Orgânica Municipal, ainda, fixar o número de Vereadores , 
observado o limite máximo de: 
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) 
habitantes; 
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) 
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; 
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c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) 
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; 
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta 
mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; 
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta 
mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; 
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e 
vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; 
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento 
e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; 
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 
(trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) 
habitantes; 
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) 
habitantes; 
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 
(seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) 
habitantes; 
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 
(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) 
habitantes; 
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 
(novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) 
habitantes; 
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e 
duzentos mil) habitantes; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 
(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e 
trezentos e cinquenta mil) habitantes; 
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão 
e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e 
quinhentos mil) habitantes; 
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p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 
(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e 
oitocentos mil) habitantes; 
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 
(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e 
quatrocentos mil) habitantes; 
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) 
de habitantes; 
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 
(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de 
habitantes; 
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 
(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de 
habitantes; 
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 
(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; 
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 
(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; 
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 
(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 
e 
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 
8.000.000 (oito milhões) de habitantes. 
 A má notícia é: já vi isso ser cobrado em prova! A boa, por sua vez, é 
que geralmente se cobra a alínea “a”, ou seja, o fato de o limite máximo ser 
de nove Vereadores para Municípios de até 15 mil habitantes ou a alínea “x”, 
que determina o máximo de 55 Vereadores nos Municípios com mais de oito 
milhões de habitantes. 
 O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito 
perante o Tribunal de Justiça. Considerando que o constituinte não foi muito 
claro nessa determinação, o STF entende que a competência do Tribunal de 
Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça 
comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
 Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira 
delas é a Súmula 208, que determina que “compete à Justiça Federal 
processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação 
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de contas perante órgão federal”. A segunda é a Súmula 209, que estabelece 
que “compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. Destaca-se, ainda, 
que os delitos eleitorais, segundo o STJ (STJ, DJU, 17 ago, 1992, 3ª Seção) o 
Prefeito deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo Tribunal 
Regional Eleitoral, no caso de prática de crimes eleitorais e pelo Tribunal de 
Justiça (não pelo Tribunal do Júri) no caso de prática de crimes dolosos contra 
a vida (STJ, 5ª Turma, HC 2.259-9-MT, DJU, 28.02.1994). 
 No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito 
Municipal, é importante que os classifiquemos em próprios ou impróprios. 
Enquanto os primeiros são infrações político-administrativas, cuja sanção 
corresponde à perda do mandato e à suspensão dos direitos políticos, os 
segundos são verdadeiras infrações penais, apenados com penas privativas de 
liberdade. Os primeiros (próprios) deverão serjulgados pela Câmara Municipal, 
enquanto os segundos (impróprios) deverão ser julgados pelo Judiciário, 
independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores. 
 Destaca-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência 
originária do Tribunal de Justiça, salvo as exceções anteriormente 
mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infrações penais 
comuns contra o Prefeito Municipal. Não se admite a extensão interpretativa 
para se considerar a existência de foro privilegiado para as ações populares, 
ações civis públicas e demais ações de natureza cível. Essa proibição também 
vale para as ações de improbidade administrativa, por ausência de previsão 
constitucional específica. 
 A Constituição prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do 
Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol exemplificativo): efetuar repasse que 
supere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; não 
enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor em relação 
à proporção fixada na Lei Orçamentária. 
 Esquematizando: 
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 A Constituição não outorgou foro especial aos Vereadores perante o 
Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode 
fazê-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou-
se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII), a 
chamada imunidade material. 
No que se concerne ao subsídio dos vereadores, a Constituição 
determina, em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas 
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o 
que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica 
e os seguintes limites máximos: 
 
 
 
 
JULGAMENTO 
DO PREFEITO 
CRIMES DE COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA COMUM 
TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA 
DESVIO DE VERBA SUJEITA A 
PRESTAÇÃO DE CONTAS 
PERANTE ÓRGÃO FEDERAL 
JUSTIÇA 
FEDERAL 
CRIMES ELEITORAIS TRE 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
PRÓPRIOS 
CÂMARA 
MUNICIPAL 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
IMPRÓPRIOS E CRIMES 
DOLOSOS CONTRA A VIDA 
TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA 
AÇÕES POPULARES, AÇÕES CIVIS 
PÚBLICAS E DEMAIS AÇÕES DE 
NATUREZA CÍVEL, BEM COMO 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
PRIMEIRA 
INSTÂNCIA 
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Número de 
habitantes 
Até 
10.000 
De 
10.001 
a 
50.000 
De 
50.001 a 
100.000 
De 
100.001 
a 
300.000 
De 
300.001 
a 
500.000 
Acima 
de 
500.000 
Subsídio 
máximo do 
vereador (% 
subsídio 
deputados 
estaduais) 
20% 30% 40% 50% 60% 75% 
Dispõe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, § 1º, que a Câmara 
Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha 
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. 
 Além disso, nos §§ 2º e 3º, prevê uma hipótese de crime de 
responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal: 
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por 
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto 
com o subsídio de seus Vereadores. 
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da 
Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. 
 
 
13. (Cespe/2009/DPE-AL) Os territórios, quando criados, podem ser 
divididos em municípios, aos quais não serão aplicadas as regras de 
regência dos demais municípios, já que estarão inseridos em território 
federal, considerado como descentralização administrativa da União. 
 
Comentários: 
 Os municípios têm sua autonomia garantida pela Constituição, 
independente de fazerem parte de um Território. Questão incorreta. 
 
 
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4. Distrito Federal 
 O Distrito Federal apresenta algumas características dos Estados e 
algumas características dos Municípios. Como exemplo, cita-se que, como os 
Municípios, é regido por lei orgânica e não tem poder de organização do 
Ministério Público e do Poder Judiciário que atuam em seu território. Da 
mesma forma, apresenta competências próprias dos Estados, como é o caso 
da concorrente, e está sujeito à intervenção federal. Possui, ainda, como os 
Estados, três representantes no Senado Federal, participando da composição 
do Poder Legislativo federal. 
O Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de auto-
organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 
32 e 34). A auto-organização do Distrito Federal se dá por meio de lei 
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos 
os princípios estabelecidos na Constituição (art. 32, “caput”, CF/88). 
No que se refere à autolegislação, apresenta uma característica peculiar: 
a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados 
e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o 
Distrito Federal apresenta todas as competências legislativas dos Estados-
membros. Algumas não lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da 
competência para dispor sobre sua organização judiciária, que é privativa da 
União (art. 22, XVII, CF). Além disso, ao contrário dos Estados-membros, a 
competência para organizar e manter, no seu âmbito, o Ministério Público, o 
Poder Judiciário, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar 
é da União (CF, art. 21, XIII e XIV). 
Já no que tange ao autogoverno, a eleição do Governador e do Vice-
Governador segue as regras da eleição para Presidente da República. A dos 
deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. 
 Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que 
ocorre com os demais entes federados, não há previsão constitucional para 
alteração dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos 
Estados-membros, o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 
32, “caput”, CF/88). 
 Além disso, não pode organizar nem manter o Judiciário, o Ministério 
Público e a Defensoria Pública, nem as polícias civil e militar e o corpo de 
bombeiros. Todos esses órgãos são organizados e mantidos pela União, 
cabendo a ela legislar sobre a matéria. Nesse sentido, determina a Súmula 647 
do STF que “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos 
membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. 
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14. (Cespe/2010/MPS) O DF acumula as atribuições referentes à 
competência legislativa reservada aos estados e aos municípios. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 32, §1º da Constituição Federal. Questão 
correta. 
 
 
 
 
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5. Territórios Federais 
 Os Territórios federais não são entes federados, integrama União (art. 
18, §2º, CF). Caso sejam criados, obedecerão às regras constitucionais a 
seguir: 
 
 
 
 
 
Territórios 
 Poderão, ou não, ser divididos em Municípios (art. 33, § 1º, 
CF) 
 As contas do seu Governo serão submetidas ao 
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de 
Contas da União (CF, art. 33, § 2º) 
 Quando tiverem mais de cem mil habitantes, além do 
Governador, haverá órgãos judiciários de primeira e 
segunda instância, membros do Ministério Público e 
defensores públicos federais. A lei disporá sobre as eleições 
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa 
(CF, art. 33, §3º) 
 Governador escolhido pelo Presidente da República, com 
nome aprovado previamente, por voto secreto, após 
arguição pública, pelo Senado Federal (CF, art. 52, III, “c”) 
 A jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais 
caberão aos juízes locais, na forma da lei (CF, art. 110, 
parágrafo único) 
 Elegerão quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º) 
. 
 Segundo a Carta Magna, a criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
Destaca-se que a criação de um Território federal a partir do desmembramento 
de um Estado obedece as mesmas regras referentes à formação dos Estados, 
que estudaremos a seguir. 
 
15. (Cespe/2012/TJ-PI) De acordo com a CF, os territórios federais, 
uma vez criados, não elegem representantes para o Senado Federal, 
mas sua população tem a prerrogativa de eleger quatro deputados 
para representá-la na Câmara dos Deputados. 
Comentários: 
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 De fato, os Territórios não elegem senadores, mas sua população tem a 
prerrogativa de eleger quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º). Questão 
correta. 
16. (Cespe/2010/MPS) De acordo com a CF, os territórios podem ser 
divididos em municípios. 
Comentários: 
 De fato, a Constituição permite tal divisão (art. 33, § 1º). Questão 
correta. 
17. (Cespe/2012/TJ-AL) O DF bem como os territórios não podem 
ser divididos em municípios. 
Comentários: 
O DF não pode ser dividido em municípios, mas os territórios sim! 
Questão incorreta. 
 
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6. Formação dos Estados 
Antes de estudarmos a formação dos Estados, é importante definirmos 
os fenômenos da fusão, cisão ou incorporação, possíveis de ocorrerem tanto 
com os Estados quanto com os Municípios. 
 Pela fusão, o ente federado se incorpora a outro, da mesma espécie (um 
Estado se incorpora a outro Estado ou um Município se incorpora a outro 
Estado). Com isso, há a formação de um terceiro e novo ente federado, 
distinto dos anteriores e com personalidade própria. Os entes federativos 
que lhe deram origem não mais existirão. 
 Já pela cisão, o ente federativo (Estado ou Município) se subdivide, 
formando dois ou mais novos entes. No caso de um Município, haverá a 
formação de novos Municípios. No caso de um Estado, poderão ser formados 
novos Estados ou Territórios. Os entes formados apresentam personalidade 
distinta daqueles que lhes deram origem. Os originários, por sua vez, 
desaparecem. 
 Finalmente, no desmembramento, que também pode ocorrer tanto nos 
Estados quanto nos Municípios, há duas possibilidades. Em ambas, o ente (ou 
entes) originários não desaparecem. 
A primeira delas (desmembramento-anexação) é quando um ou mais 
entes federados cedem parte de seu território para que este seja anexado a 
um ente já existente. Exemplo: o Município de Goiânia cede parte de seu 
território ao de Aparecida de Goiânia. 
A segunda possibilidade (desmembramento-formação) ocorre quando 
um ou mais entes federados cedem parte de seu território para que haja a 
formação de um novo ente. Foi o que aconteceu com Goiás, quando este cedeu 
parte de seu território para a formação do estado do Tocantins. 
De volta à análise da Constituição, seu art. 18, § 3º, determina que os 
Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, 
mediante aprovação da população diretamente interessada2, através de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observe que a 
formação dos Territórios obedece aos mesmos requisitos necessários para a 
incorporação, subdivisão e desmembramento de Estado. Combinando-se este 
artigo ao art. 48, VI, CF/88, tem-se que esses requisitos são: 
 
2
 Na ADI 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo 
“população diretamente interessada” o significado de que, nos casos de 
desmembramento, incorporação ou subdivisão de Estado, deve ser consultada, 
mediante plebiscito, toda a população do (s) Estado (s) afetado (s), e não apenas a 
população da área a ser desmembrada, incorporada ou subdividida. 
D. Constitucional p/TRE-MG 
(AJAJ) 
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 Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente 
interessadas; 
 Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; 
 Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
“E o que são populações diretamente interessadas, professora?” 
 A resposta é dada pela Lei 9.709/1998, que em seu artigo 7º dispõe: 
Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o 
entende-se por população diretamente interessada tanto a do 
território que se pretende desmembrar, quanto a do que 
sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, 
tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que 
receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo 
percentual que se manifestar em relação ao total da população 
consultada. 
 O resultado do plebiscito é vinculante, caso desfavorável, pois torna a 
modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão final sobre a 
modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá editar ou não 
a lei complementar. Já a consulta às Assembleias Legislativas é meramente 
opinativa. Mesmo se esta for desfavorável à mudança territorial, o Congresso 
Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdivisão, incorporação 
ou desmembramento. 
 
18. (Cespe/2012/TJ-PI) Os estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formar 
novos estados, mediante aprovação da população diretamente 
interessada, por meio de plebiscito, estando o Congresso Nacional 
vinculado ao resultado da consulta popular. 
Comentários: 
O resultado do plebiscito é vinculante apenas caso seja desfavorável, 
pois torna a modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão 
final sobre a modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá 
editar ou não a lei complementar. Questão incorreta. 
19. (Cespe/2010/OAB) No tocante às hipóteses de criação de 
estados-membros, previstas na CF, assinale a opção correta. 
D. Constitucional p/TRE-MG 
(AJAJ) 
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a) Na fusão, dois ou mais estados unem-se, geograficamente, para a 
formação de um novo estado, o que implica perda da personalidadeprimitiva. 
b) Na cisão, o estado subdivide-se em dois ou mais estados membros, com 
personalidades distintas, mantendo o estado originário sua personalidade 
jurídica. 
c) No desmembramento para a formação de novo estado, o estado 
originário perde sua identidade, para formar um novo estado com 
personalidade jurídica própria. 
d) No desmembramento para a anexação de outro estado, a parte 
desmembrada constituirá novo estado, com identidade própria. 
Comentários: 
A letra A está correta. Na fusão, os dois ou mais estados que se fundem 
dão origem a um novo, com personalidade jurídica própria. Exemplo: se 
Tocantins e Goiás se fundirem, darão origem a um terceiro Estado, com 
personalidade jurídica diferente daquelas dos estados de origem. 
 A letra B está errada. Na cisão, cada subdivisão forma um Estado com 
personalidade jurídica diferente da primitiva. Exemplo: O Pará pode sofrer 
cisão e deixar de existir, surgindo dois novos estados, cada um com 
personalidade jurídica própria. 
 A letra C está errada. No desmembramento, o estado subdivide-se em 
dois ou mais estados membros, com personalidades distintas, mantendo o 
estado originário sua personalidade jurídica (é o conceito da letra b). Foi o que 
aconteceu com Goiás, quando da origem do estado do Tocantins. 
 A letra D também está errada. No desmembramento para a anexação de 
outro estado, a parte desmembrada passará a fazer parte do Estado ao qual se 
anexou. Exemplo: o Pará pode perder parte de seu território para o Tocantins, 
desmembrando-se para anexação de território a este último. Nesse caso, tanto 
Pará quanto Tocantins continuarão a existir, mas a parte desmembrada fará 
parte do território tocantinense. 
 A letra A é o gabarito da questão. 
20. (Cespe/2010/MPS) Para a criação de um novo estado na 
Federação brasileira, é necessária a realização de plebiscito nacional, 
de forma a garantir o equilíbrio federativo. 
 
Comentários: 
 
 Não há necessidade de plebiscito nacional, mas apenas regional, para 
consulta às populações diretamente interessadas. Questão incorreta. 
21. (Cespe/2010/MPU) Considere que determinado estado da 
Federação tenha obtido aprovação tanto de sua população diretamente 
interessada, por meio de plebiscito, como do Congresso Nacional, por 
meio de lei complementar, para se desmembrar em dois estados 
D. Constitucional p/TRE-MG 
(AJAJ) 
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distintos. Nesse caso, foi cumprida a exigência imposta pela 
Constituição para incorporação, subdivisão, desmembramento ou 
formação de novos estados ou territórios federais. 
 
Comentários: 
 
 Relembremos os requisitos estabelecidos pela Constituição para a 
formação de novos Estados ou Territórios federais: 
 
 
 
Considerando que a oitiva das Assembleias Legislativas não tem caráter 
vinculante, foram cumpridos todos os requisitos para a incorporação, 
subdivisão, desmembramento ou formação de novos estados ou territórios 
federais. Questão correta. 
 
 
 
 
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CONSULTA PRÉVIA, POR PLEBISCITO, ÀS 
POPULAÇÕES DIRETAMENTE INTERESSADAS 
OITIVA DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS 
DOS ESTADOS INTERESSADOS 
EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR PELO 
CONGRESSO NACIONAL 
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7. Formação dos Municípios 
 O art. 18, § 4º da Constituição, com redação dada pela EC no 15/1996, 
assim dispõe: 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento 
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período 
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de 
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da 
lei. 
São, portanto, cinco os requisitos para a criação, incorporação, fusão e 
desmembramento de municípios: 
 Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando 
genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento de municípios; 
 Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos 
genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de 
viabilidade municipal; 
 Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma 
estabelecida pela lei mencionada acima; 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos; 
 Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). 
 
22. (Cespe/2010/Procurador – Prefeitura de Boa Vista) Nas 
consultas plebiscitárias para criação, incorporação, fusão e 
desmembramento de municípios, deve-se consultar a população dos 
territórios diretamente afetados pela alteração. Nesse caso, a vontade 
popular é aferida pelo percentual que se manifestar em relação ao 
total da população consultada. 
 
Comentários: 
A questão está correta. Fundamento: art. 18, § 4º, que acabamos de 
estudar. 
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(AJAJ) 
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23. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) A criação, a 
incorporação, a fusão e o desmembramento de município devem ser 
feitos por lei estadual, observados os requisitos previstos na CF. 
 
Comentários: 
A criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios devem 
ser feitos por lei ordinária estadual, observados os requisitos previstos em lei 
ordinária federal. Questão incorreta. 
 
 
 
 
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EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, FIXANDO GENERICAMENTE 
O PERÍODO DENTRO DO QUAL PODERÁ OCORRER A CRIAÇÃO, 
INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS 
APROVAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA FEDERAL DETERMINANDO OS 
REQUISITOS GENÉRICOS E A FORMA DE DIVULGAÇÃO, APRESENTAÇÃO 
E PUBLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL 
DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL 
CONSULTA PRÉVIA, POR PLEBISCITO, ÀS POPULAÇÕES DOS 
MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS 
APROVAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA ESTADUAL DETERMINANDO A 
CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DO(S) 
MUNICÍPIO(S) 
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(AJAJ) 
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8. Vedações aos Entes Federados 
A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes 
federados: 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantesrelações de dependência ou aliança, ressalvada, 
na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
 No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil é um Estado laico, 
leigo ou não confessional, não adotando qualquer religião oficial. Entretanto, 
admite-se a colaboração de interesse público com os cultos religiososou 
igrejas, na forma da lei. 
 O inciso II veda que um ente da Federação recuse fé a documentos 
públicos produzidos por outro, em virtude de sua procedência. Assim, a 
Receita Federal do Brasil não pode recusar fé a uma certidão negativa de 
débito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se 
de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo. 
Finalmente, o inciso III acima também reforça o pacto federativo, ao vedar 
que os entes da federação criem preferências entre si ou entre brasileiros, em 
função de sua naturalidade. Assim, é vedado, por exemplo, que um concurso 
público estabeleça que somente os naturais de Minas Gerais poderão concorrer 
a determinada vaga. 
 
24. (Cespe/2009/MPE-RN) É vedado à União, aos estados, ao DF e 
aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-
los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança. 
 
Comentários: 
 
D. Constitucional p/TRE-MG 
(AJAJ) 
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 É o que determina o art. 19, I, da CF/88. Questão correta. 
 
 
 
 
 
 
 
D. Constitucional p/TRE-MG 
(AJAJ) 
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9. Intervenção Federal 
A autonomia dos entes federados poderá, excepcionalmente, ser 
afastada, em algumas situações anormais determinadas taxativamente pela 
Constituição. Nesse caso, haverá intervenção da União sobre Estados ou 
Distrito Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada 
intervenção federal) ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município 
(intervenção estadual). 
As hipóteses de intervenção federal nos Estados e Municípios são 
dispostas em rol taxativo (“numerus clausus”) no art. 34 da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito 
Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da 
Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas 
unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois 
anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias 
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos 
em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão 
judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. 
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(AJAJ) 
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 Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República 
age de ofício, independentemente de provocação. É a chamada intervenção 
federal espontânea. 
Já no caso de coação ou impedimento que impeça o livre exercício dos 
Poderes Legislativo ou Executivo, a intervenção dependerá de solicitação, ao 
Presidente da República, do Poder que está sofrendo a coação ou o 
impedimento. Caberá ao Presidente decidir acerca da conveniência e 
oportunidade de atender ao pedido. 
Em alguns casos, porém, a intervenção será provocada por requisição, 
ficando o Presidente da República obrigado a promovê-la, caso a suspensão do 
ato impugnado não seja suficiente para restabelecer a normalidade. São eles: 
 Para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, em que a decretação 
da intervenção federal dependerá de requisição do STF. 
 Para prover a execução de ordem ou decisão judicial, em que a 
requisição será feita: 
a) Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da 
justiça eleitoral; 
b) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do STJ; 
c) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do 
próprio STF, da justiça do trabalho ou da justiça militar. 
Finalmente, em alguns casos, a intervenção será provocada, dependendo 
de provimento de representação. É o caso de ofensa aos princípios sensíveis 
ou de necessidade de prover a execução de lei federal, em que a intervenção 
dependerá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da 
República (PGR). Os princípios sensíveis, caso você já tenha se esquecido, 
estão listados no art. 34, VII, da CF/88. 
 
25. (Cespe/2004/TCU) A decretação de intervenção da União no 
estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da 
dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por 
pressuposto o provimento pelo STF de representação proposta pelo 
procurador-geral da República. 
Comentários: 
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(AJAJ) 
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Nesse caso, a intervenção é espontânea, agindo o Presidente da 
República de ofício. Questão incorreta. 
 
 
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10. Intervenção nos Municípios 
As hipóteses em que os Estados poderão intervir em seus Municípios ou 
a União poderá intervir nos Municípios situados em seus Territórios estão 
previstas no art. 35 da CF/88: 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a 
União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto 
quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois 
anos consecutivos, a dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita 
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas 
ações e serviços públicos de saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para 
assegurar a observância de princípios indicados na 
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de 
ordem ou de decisão judicial. 
 
 Observe que, assim como a intervenção federal, trata-se de medida 
excepcional, uma vez que a regra é a autonomia do Município. Por isso 
mesmo, só pode ser decretada nos casos taxativamente previstos pela 
Constituição da República, em seu art. 35. 
 Como ato político que é, apenas o Governador do Estado ou o Presidente 
da República (este, no caso de Municípios situados em Territórios) poderão 
decretá-la. No caso previsto no inciso IV, isso dependerá de provimento, pelo 
Tribunal de Justiça, de representação formulada pelo Procurador-Geral de 
Justiça. 
 Destaca-se, ainda, que, igualmente à intervenção federal, haverá um 
controle político exercido pela Assembleia Legislativa, que, no prazo de 24 
horas, apreciará o decreto interventivo. A exceção se dá no caso do art. 35, IV, 
da Carta Magna. 
 
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26. (Cespe/2004/TCE-PE) Acerca da intervenção nos municípios, é 
juridicamente correto afirmar que as hipóteses dela são taxativamente 
previstas na Constituição Federal, que o ato de decretação é de 
natureza política, a cargo do governador do estado; que somente pode 
ser decretada pelo estado, salvo no caso de município situado em 
território federal; que, em alguns casos, depende de julgamento prévio 
por parte do tribunal de justiça e que, decretada a intervenção, deverá 
a assembleia legislativa apreciá-la, deliberando por maioria simples. 
Comentários: 
 
 Puxa vida, o examinador fez o meu trabalho: resumiu tudo que 
precisamos guardar sobre a intervenção nos municípios. Questão correta. 
 
 
 
 
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11. O Controle do Congresso Nacional na Intervenção 
O controle político do Congresso Nacional sobre o decreto de intervenção 
se dá com fundamento nos § 1º e 2º do art. 36 da CF/88: 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, 
o prazo e as condições de execução e que, se couber, 
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do 
Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, 
no prazo de vinte e quatro horas. 
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a 
Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no 
mesmo prazo de vinte e quatro horas. 
Destaca-se que, caso haja a rejeição do decreto interventivo pelo 
Congresso Nacional, o Presidente da República deverá cessá-lo imediatamente. 
Outro ponto importante sobre o controle político do Congresso Nacional é 
que ele está dispensado em algumas situações, estabelecidas no § 3º do art. 
36 da Carta Magna. São elas: 
 Intervenção federal para prover a execução de lei federal, ordem ou 
decisão judicial; 
 Intervenção federal em caso de afronta aos princípios sensíveis da 
Constituição. 
Nesses casos, estabelece a Constituição que, dispensada a apreciação 
pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á 
a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao 
restabelecimento da normalidade. Caso, porém, essa medida não seja 
suficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente da República 
decretará a intervenção federal, que será submetida ao controle político do 
Congresso Nacional. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades 
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 
 
27. (Cespe/2007/TJ-PI) Em caso de descumprimento de decisão 
judicial proferida pelo TJPI, caberá, em qualquer hipótese, ao STJ a 
requisição de intervenção federal no estado. 
Comentários: 
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 Segundo o § 3º do art. 36 da Constituição, nesse caso, o decreto 
interventivo limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa 
medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Questão incorreta. 
28. (Cespe/2007/TJ-PI) É indispensável a participação do Congresso 
Nacional na hipótese de intervenção da União no estado, quando esse 
se nega a promover a execução de lei federal. 
Comentários: 
 
 Nesse caso, segundo o § 3º do art. 36 da Constituição, é dispensada a 
apreciação do Congresso Nacional. Questão incorreta. 
 
 
 
 
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Repartição de competências 
 
Na definição de José Afonso da Silva, competência é a “faculdade 
juridicamente atribuída a uma entidade, órgão, ou agente do Poder Público 
para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de 
que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar as suas funções”. 
O objetivo da repartição de competências na CF/88 é dividir o poder 
político entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o 
federalismo de equilíbrio entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Para isso, a Carta Magna adotou como critério para estabelecer competências o 
chamado princípio da predominância do interesse. Assim, determinou que 
matérias de interesse geral fossem de competência da União, deixando aquelas 
de interesse regional para os Estados e as de interesse local para os 
municípios. 
 
 
A Constituição reparte competências ao dividir, entre os entes federados, 
as diversas atividades do Estado brasileiro. Essa repartição pode ser 
modificada por emenda constitucional, desde que não ocorra de tal forma que 
haja tendência à abolição da forma federativa de Estado (cláusula pétrea), por 
reduzir de forma substancial a autonomia de um ou mais entes federados. 
A repartição de competências pode se dar por meio de duas técnicas: 
repartição horizontal ou vertical. Na horizontal, os entes federados atuam em 
áreas específicas, sem a interferência de um sobre o outro, sob pena de 
inconstitucionalidade. Já na vertical, há uma atuação coordenada dos entes 
federados. 
O sistema de repartição de competências adotado pela Constituição 
brasileira se fundamenta na técnica da enumeração dos poderes da União 
(arts. 21 e 22), indicação dos poderes dos Municípios (art. 30) e atribuição dos 
poderes remanescentes aos Estados (art. 25, § 1º, CF). Em todos esses casos, 
faz-se uso da técnica de repartição horizontal de competências. 
Simultaneamente, a Carta Magna permite a delegação de algumas 
competências (art. 22, parágrafo único), prevê áreas comuns em que a 
UNIÃO 
MATÉRIAS DE INTERESSE 
GERAL 
ESTADOS-
MEMBROS 
MATÉRIAS DE INTERESSE 
REGIONAL 
DISTRITO 
FEDERAL 
MATÉRIAS DE INTERESSE 
REGIONAL E LOCAL 
MUNICÍPIOS 
MATÉRIAS DE INTERESSE 
LOCAL 
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atuação dos entes federados se dá paralelamente (art. 23) e algumas áreas 
concorrentes entre União, Estados e Distrito Federal. Nas competências 
concorrentes, verticalmente repartidas, cabe à União estabelecer as normas 
gerais e aos Estados e Distrito Federal a competência suplementar. 
 
1. Competências da União 
A Carta da República estabelece, em seu art. 21, as competências 
exclusivas da União: 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de 
organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que 
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 
permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a 
intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material 
bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as 
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, 
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de 
previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de 
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e 
social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão 
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da 
lei,

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