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D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 74 AULA 03: Organização Político-Administrativa. Competências. SUMÁRIO PÁGINA 1 – Organização Político-Administrativa 1-40 2 – Repartição de Competências 41-65 3 - Lista de Questões 66-71 4 - Gabarito 72-73 Organização político-administrativa Para uma boa compreensão da Organização do Estado Brasileiro, é necessário que revisemos, rapidamente, o que diz o “caput” do art. 1º da Constituição: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Como dissemos na aula 00 deste curso, nesse dispositivo fica caracterizado que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá- se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia, compreende-se um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, 28ª edição), o mínimo necessário para a caracterização da organização federalista é a decisão do legislador constituinte de criar o Estado federal e suas partes indissociáveis, a Federação (União) e os Estados-membros, pois a criação de um governo geral implica a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Essa decisão está consubstanciada nos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. Além disso, a Constituição Federal deve estabelecer os seguintes princípios: Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação devem possuir a nacionalidade única desta; Repartição constitucional de competências entre os entes federativos; Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria; Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal, para manutenção do equilíbrio federativo; D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 74 Participação dos Estados no Poder Legislativo federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal; Possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente, dependendo da aquiescência da população do Estado afetado; A existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para interpretação e proteção da Constituição Federal. A Federação brasileira obedece a esses princípios, sendo composta por União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos entes autônomos e de mesma hierarquia. Para proteção da federação como forma de estado, o vínculo entre esses eles é indissolúvel (não há direito de secessão em nosso ordenamento jurídico). Além disso, o constituinte determinou a impossibilidade de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a federação (art. 60, § 4º, I, CF). Destaca-se, porém, que autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade internacional: os Estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que a RFB autoriza. Outra importante diferença que deve ficar clara para você é aquela entre federação (que acabamos de estudar) e confederação. Como vimos, na federação, há uma união indissolúvel de entes autônomos com base numa Constituição. Na confederação, a união é dissolúvel e se dá entre Estados soberanos, com base em um acordo internacional. Um exemplo de confederação é a República Árabe Unida. Aprofundemos um pouco mais no estudo da federação, tema recorrente em provas de concurso. O Estado Federal, de acordo com a doutrina, é delineado de acordo com o tipo de federalismo que adota. O federalismo pode ser: Quanto à formação, tanto por agregação quanto por segregação. O primeiro tipo é formado pela união de vários Estados, tendo como exemplo os EUA. O segundo, por meio da divisão de um Estado preexistente, como é o caso do Brasil. FEDERAÇÃO • UNIÃO INDISSOLÚVEL • OS ENTES FEDERADOS SÃO AUTÔNOMOS • TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUIÇÃO CONFEDERAÇÃO • UNIÃO DISSOLÚVEL • OS ENTES FEDERADOS SÃO SOBERANOS • TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO INTERNACIONAL D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 74 Quanto à concentração de poder, tanto centrípeto, quanto centrífugo ou de equilíbrio. No centrípeto, o governo central detém a maior parte do poder; no centrífugo, há uma grande descentralização, com menor concentração do poder no governo central e ampliação dos poderes regionais. Por fim, no federalismo de equilíbrio, busca-se uma distribuição equitativa de poderes entre governos centrais e regionais. Os EUA adotam o modelo centrífugo e o Brasil, o de equilíbrio. Quanto ao equacionamento das desigualdades, tanto simétrico quanto assimétrico. O primeiro busca a distribuição igualitária de competências e de receitas; já o segundo, embora também vise à igualdade entre os entes federados, busca, também, reduzir as desigualdades socioeconômicas entre os Estados federados. É o modelo adotado pela CF/88. Continuemos nossa análise sobre a organização da República Federativa do Brasil (RFB) pela leitura do art. 18 da Constituição: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Esse dispositivo constitucional, assim como o “caput” do art. 1º da CF/88, que acabamos de rever, enumera os entes federativos que compõem a República Federativa do Brasil: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Além disso, confere autonomia a todos esses entes, que podem decidir sobre matérias específicas, dentro dos limites constitucionais. Não há subordinação ou hierarquia entre eles: todos têm suas competências definidas pela Constituição. O § 1º do art. 18 da Constituição Federal determina, ainda, que Brasília é a capital federal. Brasília não se confunde com o Distrito Federal, ocupando apenas parte do seu território. Um ponto importante sobre o art. 18 é que a Constituição de 1988 permitiu que os Municípios compusessem o Estado federal, inovando em relação à anterior. Já os Territórios foram excluídos da Federação, passando a ser apenas integrantes da União, conforme determina o art. 18, §2º da Carta Magna: § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 74 1. (Cespe/2011/CNPq) A União, os estados, os municípios e o Distrito Federal são entes federativos, diferentementedos territórios federais, que integram a União e não são dotados de autonomia. Comentários: De fato, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal são entes federados, autônomos, conforme dispõe o art. 18 da Constituição. Já os Territórios não são dotados de autonomia, sendo meras descentralizações administrativas da União (art. 18, § 2º, CF). Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 74 1. União A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas enumeradas pela Carta Magna. Quando representa a República Federativa do Brasil, entretanto, apresenta soberania. Note que neste caso quem realmente pratica os atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, sendo apenas representada por órgãos da União (como o Presidente da República, por exemplo). Não confunda, caro (a) aluno (a) os conceitos de República Federativa do Brasil (RFB) e União. A primeira é o todo, compreendendo União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios. A segunda é parte: é um dos integrantes da RFB. Em seu artigo 20, a Constituição enumera os bens da União: B E N S D A U N I à O AS TERRAS DEVOLUTAS INDISPENSÁVEIS À DEFESA DAS FRONTEIRAS, DAS FORTIFICAÇÕES E CONSTRUÇÕES MILITARES, DAS VIAS FEDERAIS DE COMUNICAÇÃO E À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, DEFINIDAS EM LEI OS LAGOS, RIOS E QUAISQUER CORRENTES DE ÁGUA EM TERRENOS DE SEU DOMÍNIO, OU QUE BANHEM MAIS DE UM ESTADO, SIRVAM DE LIMITES COM OUTROS PAÍSES, OU SE ESTENDAM A TERRITÓRIO ESTRANGEIRO OU DELE PROVENHAM, BEM COMO OS TERRENOS MARGINAIS E AS PRAIAS FLUVIAIS AS ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES NAS ZONAS LIMÍTROFES COM OUTROS PAÍSES OS RECURSOS NATURAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL E DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA O MAR TERRITORIAL OS RECURSOS MINERAIS, INCLUSIVE OS DO SUBSOLO AS CAVIDADES NATURAIS SUBTERRÂNEAS E OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PRÉ- HISTÓRICOS OS TERRENOS DA MARINHA E SEUS ACRESCIDOS AS PRAIAS MARÍTIMAS AS TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍNDIOS OS POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA AS ILHAS OCEÂNICAS E AS COSTEIRAS, EXCLUÍDAS DESTAS AS QUE CONTENHAM A SEDE DE MUNICÍPIOS, EXCETO AQUELAS ÁREAS AFETADAS AO SERVIÇO PÚBLICO E A UNIDADE FEDERAL, E AS REFERIDAS NO ART. 26, II DA CF (ESSAS ÁREAS, MESMO CONTENDO SEDE DE MUNICÍPIOS, PERTENCEM À UNIÃO) D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 74 Alguns esclarecimentos sobre os incisos do art. 20 da Constituição se fazem necessários. As terras devolutas (art. 20, II, CF) são propriedades públicas sem nenhuma utilização específica que não se encontram, a qualquer título, integradas ao domínio privado. Em regra, pertencem aos Estados membros, com exceção daquelas atribuídas pela Carta Magna à União (indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei). Outro conceito importante é o de mar territorial. De acordo com a Lei federal n. 8.617/93, o mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular (art. 1º). Além disso, destaca-se que de acordo com a súmula no 650 do STF, os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. Questão de prova: 2. (Cespe/2012/TJ-PI) O patrimônio da União é formado por bens indicados exemplificativamente na CF, incluídas todas as ilhas fluviais e lacustres em zonas limítrofes com outros países, praias marítimas e ilhas oceânicas e costeiras. Comentários: De fato, trata-se de um rol exemplificativo, como demonstra a expressão “e os que lhe vierem a ser atribuídos” (art. 20, I, CF). O erro da questão é que nem todas as ilhas oceânicas e costeiras são bens da União. Há exceções (art. 20, IV, CF). Questão incorreta. Continuando nosso estudo, dispõe a CF/88 (art. 20, IX) que pertencem à União os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O solo onde esses recursos estão situados, porém, permanece como propriedade do particular. Só para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta Magna: Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em uma fazenda do Sr. João da Silva, em Goiás. A propriedade da fazenda continuará sendo do Sr. João, embora o ouro encontrado seja da União. Caso uma concessionária venha a explorar essa jazida, deverá pagar royalties à D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 74 União, proprietária dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extraído), entretanto, será da concessionária. É importante ressaltar que o legislador constituinte permitiu à União, para efeitos administrativos, a criação de regiões de desenvolvimento (art. 43), mediante a articulação de sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando ao seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais, por meio de lei complementar, que disporá sobre as condições para integração de regiões em desenvolvimento; a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social (CF, art. 174, § 1º), aprovados juntamente com estes. Além disso, poderão ser estabelecidos incentivos regionais que compreenderão, além de outros, na forma da lei (art. 43, § 2º, CF): Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. 3. (Cespe/2011/TCU) De acordo com a CF, a União e os estados- membros podem criar regiões de desenvolvimento visando à redução das desigualdades regionais. Comentários: Essa prerrogativa é apenas da União (art. 43, CF). Questão incorreta. 4. (Cespe/2008/TCU_ACE) As riquezas minerais, como o petróleo, são bens da União. Comentários: Questão correta. Fundamento: art. 20, IX, CF. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 74 5. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) Os potenciais de energia hidráulica são bens comuns da União e dos estados onde se encontrem. Comentários: Os potenciais de energia hidráulica são bens da União (art. 20, VIII, CF). Questão incorreta. 6. (Cespe/2008/Abin) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são de domínio das comunidades indígenas.Comentários: As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 20, XI, CF). Questão incorreta. 7. (Cespe/2009/ANTAQ) Considere a situação em que uma pessoa, ao cavar um poço artesiano no sítio de sua propriedade, tenha encontrado uma reserva de gás natural. Nesse caso, a reserva pertencerá à União, mas o proprietário terá, por força expressa de dispositivo constitucional, direito a participação no resultado da lavra. Comentários: Reza o art. 176 da Constituição que as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 74 2. Estados-membros Os Estados-membros ou Estados federados1, assim como a União, são entes autônomos, apresentando personalidade jurídica de direito público interno. Apresentam capacidade de auto-organização e autolegislação, conforme se depreende do artigo 25, “caput” da Constituição: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. A auto-organização se dá por meio da elaboração de suas Constituições, fruto do exercício do poder constituinte derivado decorrente pela atuação de suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação ocorre pela edição de suas próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário, também nas Assembleias Legislativas. Tanto a auto-organização quanto a autolegislação devem obedecer aos princípios constitucionais sensíveis, enumerados taxativamente pela Constituição em seu art. 34, VII. O nome “sensíveis” se deve ao fato de que estes são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal, ou seja, caso contrariados, provocam uma reação: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 1 Não confunda Estado federado (sinônimo de Estado-membro) com Estado federal ( sinônimo de República Federativa do Brasil). Os primeiros são parte do segundo. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 74 Devem, também, obedecer aos princípios constitucionais extensíveis, normas de organização que a Lei Fundamental estendeu a Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. Encontram-se dispostos em normas espalhadas pelo texto da Carta Magna. É o caso dos fundamentos e objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e art. 4º, I a X, CF/88). Por fim, os Estados-membros devem obediência aos princípios constitucionais estabelecidos, normas espalhadas pelo texto da Constituição que, além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais de observância pelos Estados-membros em sua auto-organização. Exemplo: arts. 27; 28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41, CF. Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que “se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o mesmo não se pode afirmar quanto aos princípios federais extensíveis e aos princípios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar (STF, Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388). Para fixarmos melhor quais são os princípios constitucionais sensíveis, que tal um esquema? Os Estados-membros possuem, também, autogoverno, apresentando Legislativo, Executivo e Judiciário estaduais. Por meio do povo, são eleitos P R I N C Í P I O S C O N S T I T U C I O N A I S S E N S Í V E I S DIREITOS DA PESSOA HUMANA FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO E REGIME DEMOCRÁTICO APLICAÇÃO DO MÍNIMO EXIGIDO DA RECEITA RESULTANTE DE IMPOSTOS ESTADUAIS, COMPREENDIDA A PROVENIENTE DE TRANSFERÊNCIAS, NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E NAS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DIRETA E INDIRETA AUTONOMIA MUNICIPAL D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 74 seus representantes no Legislativo e Executivo locais, sem subordinação ao Poder Central. A Constituição Federal prevê expressamente a existência dos Poderes Legislativo (CF, art. 27), Executivo (CF, art. 28) e Judiciário (CF, art. 125) estaduais. O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo formado apenas pela Assembleia Legislativa. Veja o que dispõe o artigo 27, §1º, da Carta Magna: § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema proporcional. Seu número é determinado pela regra estabelecida no art. 27, “caput”, da Carta Magna: Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Assim, caso um Estado tenha 38 (trinta e oito) deputados federais, terá 36+(38-12), o que totaliza 62 (sessenta e dois) deputados estaduais. No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da Constituição: Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ)Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 74 Observe que o subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos secretários de Estado é fixado por lei, a partir de projeto apresentado pela Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor serve como limite remuneratório (teto) no âmbito do Poder Executivo estadual, exceto para os procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será 90,25% do subsídio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite diverso para Legislativo, Executivo e Judiciário, um teto único. É o que determina o art. 37, §12, da Constituição: § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. No que concerne ao Judiciário, estabelece a Constituição que os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos (art. 125, “caput”, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º, CF/88). A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, § 3º, CF/88). Além de auto-organização, autolegislação e autogoverno, os Estados possuem autoadministração. Assim, são competentes para se administrarem, no exercício das competências definidas pela Constituição. Determina a Carta Magna que os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). São, portanto, três os requisitos para que os estados atuem nessas hipóteses: Lei complementar estadual; Que os municípios envolvidos sejam limítrofes; Finalidade de organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 74 Mas, afinal, o que são microrregiões, regiões metropolitanas e aglomerados urbanos? As regiões metropolitanas são formadas por um conjunto de Municípios cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Município-polo. As microrregiões, por sua vez, são formadas por Municípios limítrofes, sem continuidade urbana, com características homogêneas e problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos são áreas urbanas cujos Municípios apresentam tendência à complementaridade de suas funções, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ação coordenada dos entes públicos. É o caso da Baixada Santista, por exemplo. A CF/88 determina quais são os bens dos Estados em seu art. 26, que reproduzimos abaixo: Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 8. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Espírito Santo é um órgão da União e, por isso, é subordinado à Presidência da República. Comentários: O Espírito Santo é um ente da federação autônomo, sem qualquer subordinação à Presidência da República. Questão incorreta. 9. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Poder Executivo do Espírito Santo é chefiado pelo governador desse estado. Comentários: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 74 O Chefe do Executivo do Espírito Santo, como o de qualquer Estado da federação, é o Governador. Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 74 3. Municípios Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII, “c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração. Pode-se dizer que o Município se auto-organiza por meio de sua Lei Orgânica Municipal e leis municipais; autogoverna-se por meio da eleição direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual; e, por fim, autoadministra-se ao pôr em exercício suas competências administrativas, tributárias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituição Federal. Entretanto, diferentemente do que acontece nos demais entes da federação, não há Poder Judiciário municipal. Questão de prova: 10. (Cespe/2012/TJ-AL) Os municípios gozam de certa autonomia que permite, em função das regras e princípios de autogoverno, contar com poderes Executivo e Legislativo eleitos pela população, mas não com Poder Judiciário próprio. Comentários: De fato, não há Poder Judiciário municipal. Questão correta. No que diz respeito à auto-organização, determina a Carta da República que: Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição; (...) D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 74 V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VII -o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; Questões de prova: 11. (Cespe/2012/TJ-PI) Compete às constituições estaduais fixar os subsídios dos prefeitos e dos vice-prefeitos, de maneira a evitar anomalias e discrepâncias remuneratórias entre os municípios de um mesmo estado-membro. Comentários: Determina o art. 29, V, da Constituição Federal que os subsídios dos prefeitos e dos vice-prefeitos são fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal. Questão incorreta. 12. (Cespe/2012/TJ-AL) As eleições para prefeito e vice-prefeito dos municípios com mais de duzentos mil eleitores ocorrerão, necessariamente, em dois turnos, caso nenhum dos candidatos alcance a maioria absoluta dos votos validamente emitidos no primeiro turno, aí computados os votos em branco, mas não os nulos. Comentários: Nesse caso, não se computam nem os votos em branco nem os nulos (art. 29, II, c/c art. 77, § 2º, CF). Questão incorreta. A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre Poderes, disciplinará a competência legislativa do Município, bem como suas competências comum e suplementar (art. 23 e 30, II, da Constituição, respectivamente), estabelecerá as regras do processo legislativo municipal e a regulamentação orçamentária do Município, em consonância com a Constituição Federal e a Estadual. Compete à Lei Orgânica Municipal, ainda, fixar o número de Vereadores , observado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 74 c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 74 p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes. A má notícia é: já vi isso ser cobrado em prova! A boa, por sua vez, é que geralmente se cobra a alínea “a”, ou seja, o fato de o limite máximo ser de nove Vereadores para Municípios de até 15 mil habitantes ou a alínea “x”, que determina o máximo de 55 Vereadores nos Municípios com mais de oito milhões de habitantes. O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça. Considerando que o constituinte não foi muito claro nessa determinação, o STF entende que a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas é a Súmula 208, que determina que “compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 74 de contas perante órgão federal”. A segunda é a Súmula 209, que estabelece que “compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. Destaca-se, ainda, que os delitos eleitorais, segundo o STJ (STJ, DJU, 17 ago, 1992, 3ª Seção) o Prefeito deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo Tribunal Regional Eleitoral, no caso de prática de crimes eleitorais e pelo Tribunal de Justiça (não pelo Tribunal do Júri) no caso de prática de crimes dolosos contra a vida (STJ, 5ª Turma, HC 2.259-9-MT, DJU, 28.02.1994). No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito Municipal, é importante que os classifiquemos em próprios ou impróprios. Enquanto os primeiros são infrações político-administrativas, cuja sanção corresponde à perda do mandato e à suspensão dos direitos políticos, os segundos são verdadeiras infrações penais, apenados com penas privativas de liberdade. Os primeiros (próprios) deverão serjulgados pela Câmara Municipal, enquanto os segundos (impróprios) deverão ser julgados pelo Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores. Destaca-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência originária do Tribunal de Justiça, salvo as exceções anteriormente mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infrações penais comuns contra o Prefeito Municipal. Não se admite a extensão interpretativa para se considerar a existência de foro privilegiado para as ações populares, ações civis públicas e demais ações de natureza cível. Essa proibição também vale para as ações de improbidade administrativa, por ausência de previsão constitucional específica. A Constituição prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol exemplificativo): efetuar repasse que supere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. Esquematizando: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 74 A Constituição não outorgou foro especial aos Vereadores perante o Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode fazê-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou- se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII), a chamada imunidade material. No que se concerne ao subsídio dos vereadores, a Constituição determina, em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: JULGAMENTO DO PREFEITO CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESVIO DE VERBA SUJEITA A PRESTAÇÃO DE CONTAS PERANTE ÓRGÃO FEDERAL JUSTIÇA FEDERAL CRIMES ELEITORAIS TRE CRIMES DE RESPONSABILIDADE PRÓPRIOS CÂMARA MUNICIPAL CRIMES DE RESPONSABILIDADE IMPRÓPRIOS E CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA TRIBUNAL DE JUSTIÇA AÇÕES POPULARES, AÇÕES CIVIS PÚBLICAS E DEMAIS AÇÕES DE NATUREZA CÍVEL, BEM COMO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PRIMEIRA INSTÂNCIA D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 74 Número de habitantes Até 10.000 De 10.001 a 50.000 De 50.001 a 100.000 De 100.001 a 300.000 De 300.001 a 500.000 Acima de 500.000 Subsídio máximo do vereador (% subsídio deputados estaduais) 20% 30% 40% 50% 60% 75% Dispõe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, § 1º, que a Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Além disso, nos §§ 2º e 3º, prevê uma hipótese de crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal: § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. 13. (Cespe/2009/DPE-AL) Os territórios, quando criados, podem ser divididos em municípios, aos quais não serão aplicadas as regras de regência dos demais municípios, já que estarão inseridos em território federal, considerado como descentralização administrativa da União. Comentários: Os municípios têm sua autonomia garantida pela Constituição, independente de fazerem parte de um Território. Questão incorreta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 74 4. Distrito Federal O Distrito Federal apresenta algumas características dos Estados e algumas características dos Municípios. Como exemplo, cita-se que, como os Municípios, é regido por lei orgânica e não tem poder de organização do Ministério Público e do Poder Judiciário que atuam em seu território. Da mesma forma, apresenta competências próprias dos Estados, como é o caso da concorrente, e está sujeito à intervenção federal. Possui, ainda, como os Estados, três representantes no Senado Federal, participando da composição do Poder Legislativo federal. O Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de auto- organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 34). A auto-organização do Distrito Federal se dá por meio de lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição (art. 32, “caput”, CF/88). No que se refere à autolegislação, apresenta uma característica peculiar: a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o Distrito Federal apresenta todas as competências legislativas dos Estados- membros. Algumas não lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da competência para dispor sobre sua organização judiciária, que é privativa da União (art. 22, XVII, CF). Além disso, ao contrário dos Estados-membros, a competência para organizar e manter, no seu âmbito, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar é da União (CF, art. 21, XIII e XIV). Já no que tange ao autogoverno, a eleição do Governador e do Vice- Governador segue as regras da eleição para Presidente da República. A dos deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que ocorre com os demais entes federados, não há previsão constitucional para alteração dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos Estados-membros, o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, “caput”, CF/88). Além disso, não pode organizar nem manter o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, nem as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses órgãos são organizados e mantidos pela União, cabendo a ela legislar sobre a matéria. Nesse sentido, determina a Súmula 647 do STF que “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 74 14. (Cespe/2010/MPS) O DF acumula as atribuições referentes à competência legislativa reservada aos estados e aos municípios. Comentários: É o que determina o art. 32, §1º da Constituição Federal. Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 74 5. Territórios Federais Os Territórios federais não são entes federados, integrama União (art. 18, §2º, CF). Caso sejam criados, obedecerão às regras constitucionais a seguir: Territórios Poderão, ou não, ser divididos em Municípios (art. 33, § 1º, CF) As contas do seu Governo serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º) Quando tiverem mais de cem mil habitantes, além do Governador, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais. A lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (CF, art. 33, §3º) Governador escolhido pelo Presidente da República, com nome aprovado previamente, por voto secreto, após arguição pública, pelo Senado Federal (CF, art. 52, III, “c”) A jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes locais, na forma da lei (CF, art. 110, parágrafo único) Elegerão quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º) . Segundo a Carta Magna, a criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Destaca-se que a criação de um Território federal a partir do desmembramento de um Estado obedece as mesmas regras referentes à formação dos Estados, que estudaremos a seguir. 15. (Cespe/2012/TJ-PI) De acordo com a CF, os territórios federais, uma vez criados, não elegem representantes para o Senado Federal, mas sua população tem a prerrogativa de eleger quatro deputados para representá-la na Câmara dos Deputados. Comentários: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 74 De fato, os Territórios não elegem senadores, mas sua população tem a prerrogativa de eleger quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º). Questão correta. 16. (Cespe/2010/MPS) De acordo com a CF, os territórios podem ser divididos em municípios. Comentários: De fato, a Constituição permite tal divisão (art. 33, § 1º). Questão correta. 17. (Cespe/2012/TJ-AL) O DF bem como os territórios não podem ser divididos em municípios. Comentários: O DF não pode ser dividido em municípios, mas os territórios sim! Questão incorreta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 74 6. Formação dos Estados Antes de estudarmos a formação dos Estados, é importante definirmos os fenômenos da fusão, cisão ou incorporação, possíveis de ocorrerem tanto com os Estados quanto com os Municípios. Pela fusão, o ente federado se incorpora a outro, da mesma espécie (um Estado se incorpora a outro Estado ou um Município se incorpora a outro Estado). Com isso, há a formação de um terceiro e novo ente federado, distinto dos anteriores e com personalidade própria. Os entes federativos que lhe deram origem não mais existirão. Já pela cisão, o ente federativo (Estado ou Município) se subdivide, formando dois ou mais novos entes. No caso de um Município, haverá a formação de novos Municípios. No caso de um Estado, poderão ser formados novos Estados ou Territórios. Os entes formados apresentam personalidade distinta daqueles que lhes deram origem. Os originários, por sua vez, desaparecem. Finalmente, no desmembramento, que também pode ocorrer tanto nos Estados quanto nos Municípios, há duas possibilidades. Em ambas, o ente (ou entes) originários não desaparecem. A primeira delas (desmembramento-anexação) é quando um ou mais entes federados cedem parte de seu território para que este seja anexado a um ente já existente. Exemplo: o Município de Goiânia cede parte de seu território ao de Aparecida de Goiânia. A segunda possibilidade (desmembramento-formação) ocorre quando um ou mais entes federados cedem parte de seu território para que haja a formação de um novo ente. Foi o que aconteceu com Goiás, quando este cedeu parte de seu território para a formação do estado do Tocantins. De volta à análise da Constituição, seu art. 18, § 3º, determina que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada2, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observe que a formação dos Territórios obedece aos mesmos requisitos necessários para a incorporação, subdivisão e desmembramento de Estado. Combinando-se este artigo ao art. 48, VI, CF/88, tem-se que esses requisitos são: 2 Na ADI 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo “população diretamente interessada” o significado de que, nos casos de desmembramento, incorporação ou subdivisão de Estado, deve ser consultada, mediante plebiscito, toda a população do (s) Estado (s) afetado (s), e não apenas a população da área a ser desmembrada, incorporada ou subdividida. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 74 Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas; Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. “E o que são populações diretamente interessadas, professora?” A resposta é dada pela Lei 9.709/1998, que em seu artigo 7º dispõe: Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada. O resultado do plebiscito é vinculante, caso desfavorável, pois torna a modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão final sobre a modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá editar ou não a lei complementar. Já a consulta às Assembleias Legislativas é meramente opinativa. Mesmo se esta for desfavorável à mudança territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdivisão, incorporação ou desmembramento. 18. (Cespe/2012/TJ-PI) Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formar novos estados, mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, estando o Congresso Nacional vinculado ao resultado da consulta popular. Comentários: O resultado do plebiscito é vinculante apenas caso seja desfavorável, pois torna a modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão final sobre a modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá editar ou não a lei complementar. Questão incorreta. 19. (Cespe/2010/OAB) No tocante às hipóteses de criação de estados-membros, previstas na CF, assinale a opção correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 74 a) Na fusão, dois ou mais estados unem-se, geograficamente, para a formação de um novo estado, o que implica perda da personalidadeprimitiva. b) Na cisão, o estado subdivide-se em dois ou mais estados membros, com personalidades distintas, mantendo o estado originário sua personalidade jurídica. c) No desmembramento para a formação de novo estado, o estado originário perde sua identidade, para formar um novo estado com personalidade jurídica própria. d) No desmembramento para a anexação de outro estado, a parte desmembrada constituirá novo estado, com identidade própria. Comentários: A letra A está correta. Na fusão, os dois ou mais estados que se fundem dão origem a um novo, com personalidade jurídica própria. Exemplo: se Tocantins e Goiás se fundirem, darão origem a um terceiro Estado, com personalidade jurídica diferente daquelas dos estados de origem. A letra B está errada. Na cisão, cada subdivisão forma um Estado com personalidade jurídica diferente da primitiva. Exemplo: O Pará pode sofrer cisão e deixar de existir, surgindo dois novos estados, cada um com personalidade jurídica própria. A letra C está errada. No desmembramento, o estado subdivide-se em dois ou mais estados membros, com personalidades distintas, mantendo o estado originário sua personalidade jurídica (é o conceito da letra b). Foi o que aconteceu com Goiás, quando da origem do estado do Tocantins. A letra D também está errada. No desmembramento para a anexação de outro estado, a parte desmembrada passará a fazer parte do Estado ao qual se anexou. Exemplo: o Pará pode perder parte de seu território para o Tocantins, desmembrando-se para anexação de território a este último. Nesse caso, tanto Pará quanto Tocantins continuarão a existir, mas a parte desmembrada fará parte do território tocantinense. A letra A é o gabarito da questão. 20. (Cespe/2010/MPS) Para a criação de um novo estado na Federação brasileira, é necessária a realização de plebiscito nacional, de forma a garantir o equilíbrio federativo. Comentários: Não há necessidade de plebiscito nacional, mas apenas regional, para consulta às populações diretamente interessadas. Questão incorreta. 21. (Cespe/2010/MPU) Considere que determinado estado da Federação tenha obtido aprovação tanto de sua população diretamente interessada, por meio de plebiscito, como do Congresso Nacional, por meio de lei complementar, para se desmembrar em dois estados D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 74 distintos. Nesse caso, foi cumprida a exigência imposta pela Constituição para incorporação, subdivisão, desmembramento ou formação de novos estados ou territórios federais. Comentários: Relembremos os requisitos estabelecidos pela Constituição para a formação de novos Estados ou Territórios federais: Considerando que a oitiva das Assembleias Legislativas não tem caráter vinculante, foram cumpridos todos os requisitos para a incorporação, subdivisão, desmembramento ou formação de novos estados ou territórios federais. Questão correta. R E Q U I S I T O S P A R A A F O R M A Ç Ã O D E N O V O S E S T A D O S O U T E R R I T Ó R I O S CONSULTA PRÉVIA, POR PLEBISCITO, ÀS POPULAÇÕES DIRETAMENTE INTERESSADAS OITIVA DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS DOS ESTADOS INTERESSADOS EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR PELO CONGRESSO NACIONAL D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 74 7. Formação dos Municípios O art. 18, § 4º da Constituição, com redação dada pela EC no 15/1996, assim dispõe: § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. São, portanto, cinco os requisitos para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios: Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios; Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal; Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima; Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). 22. (Cespe/2010/Procurador – Prefeitura de Boa Vista) Nas consultas plebiscitárias para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, deve-se consultar a população dos territórios diretamente afetados pela alteração. Nesse caso, a vontade popular é aferida pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada. Comentários: A questão está correta. Fundamento: art. 18, § 4º, que acabamos de estudar. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 74 23. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de município devem ser feitos por lei estadual, observados os requisitos previstos na CF. Comentários: A criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios devem ser feitos por lei ordinária estadual, observados os requisitos previstos em lei ordinária federal. Questão incorreta. C R I A Ç Ã O D E M U N I C Í P I O S EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, FIXANDO GENERICAMENTE O PERÍODO DENTRO DO QUAL PODERÁ OCORRER A CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS APROVAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA FEDERAL DETERMINANDO OS REQUISITOS GENÉRICOS E A FORMA DE DIVULGAÇÃO, APRESENTAÇÃO E PUBLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL CONSULTA PRÉVIA, POR PLEBISCITO, ÀS POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS APROVAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA ESTADUAL DETERMINANDO A CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DO(S) MUNICÍPIO(S) D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 74 8. Vedações aos Entes Federados A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes federados: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantesrelações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil é um Estado laico, leigo ou não confessional, não adotando qualquer religião oficial. Entretanto, admite-se a colaboração de interesse público com os cultos religiososou igrejas, na forma da lei. O inciso II veda que um ente da Federação recuse fé a documentos públicos produzidos por outro, em virtude de sua procedência. Assim, a Receita Federal do Brasil não pode recusar fé a uma certidão negativa de débito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo. Finalmente, o inciso III acima também reforça o pacto federativo, ao vedar que os entes da federação criem preferências entre si ou entre brasileiros, em função de sua naturalidade. Assim, é vedado, por exemplo, que um concurso público estabeleça que somente os naturais de Minas Gerais poderão concorrer a determinada vaga. 24. (Cespe/2009/MPE-RN) É vedado à União, aos estados, ao DF e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná- los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança. Comentários: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 74 É o que determina o art. 19, I, da CF/88. Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 74 9. Intervenção Federal A autonomia dos entes federados poderá, excepcionalmente, ser afastada, em algumas situações anormais determinadas taxativamente pela Constituição. Nesse caso, haverá intervenção da União sobre Estados ou Distrito Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada intervenção federal) ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município (intervenção estadual). As hipóteses de intervenção federal nos Estados e Municípios são dispostas em rol taxativo (“numerus clausus”) no art. 34 da CF: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 74 Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República age de ofício, independentemente de provocação. É a chamada intervenção federal espontânea. Já no caso de coação ou impedimento que impeça o livre exercício dos Poderes Legislativo ou Executivo, a intervenção dependerá de solicitação, ao Presidente da República, do Poder que está sofrendo a coação ou o impedimento. Caberá ao Presidente decidir acerca da conveniência e oportunidade de atender ao pedido. Em alguns casos, porém, a intervenção será provocada por requisição, ficando o Presidente da República obrigado a promovê-la, caso a suspensão do ato impugnado não seja suficiente para restabelecer a normalidade. São eles: Para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, em que a decretação da intervenção federal dependerá de requisição do STF. Para prover a execução de ordem ou decisão judicial, em que a requisição será feita: a) Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da justiça eleitoral; b) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do STJ; c) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STF, da justiça do trabalho ou da justiça militar. Finalmente, em alguns casos, a intervenção será provocada, dependendo de provimento de representação. É o caso de ofensa aos princípios sensíveis ou de necessidade de prover a execução de lei federal, em que a intervenção dependerá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República (PGR). Os princípios sensíveis, caso você já tenha se esquecido, estão listados no art. 34, VII, da CF/88. 25. (Cespe/2004/TCU) A decretação de intervenção da União no estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por pressuposto o provimento pelo STF de representação proposta pelo procurador-geral da República. Comentários: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 74 Nesse caso, a intervenção é espontânea, agindo o Presidente da República de ofício. Questão incorreta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 74 10. Intervenção nos Municípios As hipóteses em que os Estados poderão intervir em seus Municípios ou a União poderá intervir nos Municípios situados em seus Territórios estão previstas no art. 35 da CF/88: Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Observe que, assim como a intervenção federal, trata-se de medida excepcional, uma vez que a regra é a autonomia do Município. Por isso mesmo, só pode ser decretada nos casos taxativamente previstos pela Constituição da República, em seu art. 35. Como ato político que é, apenas o Governador do Estado ou o Presidente da República (este, no caso de Municípios situados em Territórios) poderão decretá-la. No caso previsto no inciso IV, isso dependerá de provimento, pelo Tribunal de Justiça, de representação formulada pelo Procurador-Geral de Justiça. Destaca-se, ainda, que, igualmente à intervenção federal, haverá um controle político exercido pela Assembleia Legislativa, que, no prazo de 24 horas, apreciará o decreto interventivo. A exceção se dá no caso do art. 35, IV, da Carta Magna. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br38 de 74 26. (Cespe/2004/TCE-PE) Acerca da intervenção nos municípios, é juridicamente correto afirmar que as hipóteses dela são taxativamente previstas na Constituição Federal, que o ato de decretação é de natureza política, a cargo do governador do estado; que somente pode ser decretada pelo estado, salvo no caso de município situado em território federal; que, em alguns casos, depende de julgamento prévio por parte do tribunal de justiça e que, decretada a intervenção, deverá a assembleia legislativa apreciá-la, deliberando por maioria simples. Comentários: Puxa vida, o examinador fez o meu trabalho: resumiu tudo que precisamos guardar sobre a intervenção nos municípios. Questão correta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 74 11. O Controle do Congresso Nacional na Intervenção O controle político do Congresso Nacional sobre o decreto de intervenção se dá com fundamento nos § 1º e 2º do art. 36 da CF/88: § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. Destaca-se que, caso haja a rejeição do decreto interventivo pelo Congresso Nacional, o Presidente da República deverá cessá-lo imediatamente. Outro ponto importante sobre o controle político do Congresso Nacional é que ele está dispensado em algumas situações, estabelecidas no § 3º do art. 36 da Carta Magna. São elas: Intervenção federal para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; Intervenção federal em caso de afronta aos princípios sensíveis da Constituição. Nesses casos, estabelece a Constituição que, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Caso, porém, essa medida não seja suficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente da República decretará a intervenção federal, que será submetida ao controle político do Congresso Nacional. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 27. (Cespe/2007/TJ-PI) Em caso de descumprimento de decisão judicial proferida pelo TJPI, caberá, em qualquer hipótese, ao STJ a requisição de intervenção federal no estado. Comentários: D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 74 Segundo o § 3º do art. 36 da Constituição, nesse caso, o decreto interventivo limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Questão incorreta. 28. (Cespe/2007/TJ-PI) É indispensável a participação do Congresso Nacional na hipótese de intervenção da União no estado, quando esse se nega a promover a execução de lei federal. Comentários: Nesse caso, segundo o § 3º do art. 36 da Constituição, é dispensada a apreciação do Congresso Nacional. Questão incorreta. D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 74 Repartição de competências Na definição de José Afonso da Silva, competência é a “faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, órgão, ou agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar as suas funções”. O objetivo da repartição de competências na CF/88 é dividir o poder político entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o federalismo de equilíbrio entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Para isso, a Carta Magna adotou como critério para estabelecer competências o chamado princípio da predominância do interesse. Assim, determinou que matérias de interesse geral fossem de competência da União, deixando aquelas de interesse regional para os Estados e as de interesse local para os municípios. A Constituição reparte competências ao dividir, entre os entes federados, as diversas atividades do Estado brasileiro. Essa repartição pode ser modificada por emenda constitucional, desde que não ocorra de tal forma que haja tendência à abolição da forma federativa de Estado (cláusula pétrea), por reduzir de forma substancial a autonomia de um ou mais entes federados. A repartição de competências pode se dar por meio de duas técnicas: repartição horizontal ou vertical. Na horizontal, os entes federados atuam em áreas específicas, sem a interferência de um sobre o outro, sob pena de inconstitucionalidade. Já na vertical, há uma atuação coordenada dos entes federados. O sistema de repartição de competências adotado pela Constituição brasileira se fundamenta na técnica da enumeração dos poderes da União (arts. 21 e 22), indicação dos poderes dos Municípios (art. 30) e atribuição dos poderes remanescentes aos Estados (art. 25, § 1º, CF). Em todos esses casos, faz-se uso da técnica de repartição horizontal de competências. Simultaneamente, a Carta Magna permite a delegação de algumas competências (art. 22, parágrafo único), prevê áreas comuns em que a UNIÃO MATÉRIAS DE INTERESSE GERAL ESTADOS- MEMBROS MATÉRIAS DE INTERESSE REGIONAL DISTRITO FEDERAL MATÉRIAS DE INTERESSE REGIONAL E LOCAL MUNICÍPIOS MATÉRIAS DE INTERESSE LOCAL D. Constitucional p/TRE-MG (AJAJ) Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 74 atuação dos entes federados se dá paralelamente (art. 23) e algumas áreas concorrentes entre União, Estados e Distrito Federal. Nas competências concorrentes, verticalmente repartidas, cabe à União estabelecer as normas gerais e aos Estados e Distrito Federal a competência suplementar. 1. Competências da União A Carta da República estabelece, em seu art. 21, as competências exclusivas da União: Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
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