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líquidos ou sólidos. O uso de medicação por via oral é permitido no AME sem modificar essa nomenclatura. b. Aleitamento materno predominante: criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água, ou seja, chás, água adocicada, infusões e sucos. c. Aleitamento materno complementado: criança recebe, além do leite materno, alimentos complementares, ou seja, qualquer alimento semissólido ou sólido com a finalidade de complementar o leite materno. d. Aleitamento materno misto ou parcial: criança faz ingestão de outros tipos de leite além do materno. A orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é clara: o aleitamento materno exclusivo deve ser realizado até os 6 meses enquanto o aleitamento materno de modo geral deve ser recomendado até, pelo menos, os dois anos. Nesse aspecto, é importante destacar que as crianças que não estão em aleitamento materno exclusivo antes dos 6 meses apresentam maior chance de adoecimento por infecção intestinal e hospitalização por doenças respiratórias. Benefícios comprovados do aleitamento materno: a. Redução de cerca de 13% na mortalidade em crianças menores de cinco anos por causas preveníveis; b. Redução da incidência e gravidade da diarreia; c. Redução da morbidade por infecção respiratória; d. Redução de processos alérgicos; e. Redução de doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2; f. Melhor nutrição, pois o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o melhor crescimento e desenvolvimento da criança; g. Proporciona melhor desenvolvimento cognitivo e da inteligência; h. Promove melhor desenvolvimento da cavidade bucal; i. Protege contra doenças nas mulheres que amamentam, como redução do câncer de mama e de ovário; j. Promove redução de gastos por não onerar de forma alguma a família; k. Promove vínculo afetivo entre a mãe e o filho Fases de produção do leite: na gravidez, a mama é preparada para a lactação a partir da ação de diversos hormônios, principalmente estrogênio (ramificação dos ductos lactíferos) e progestogênio (formação dos lóbulos). Essa é a fase I da lactogênese. O início da secreção do leite, caracterizando o começo da fase II da lactogênese, ocorre devido à queda nos níveis de progestogênio após o nascimento da criança e a expulsão da placenta, com liberação de prolactina por parte da hipófise anterior. Dessa forma, a síntese do leite após o nascimento da criança é controlada pela ação hormonal e a apojadura do leite, que costuma ocorrer entre o terceiro ou quarto dia pós-parto, acontecendo mesmo sem o estímulo de sucção da criança ao seio. Em seguida, inicia-se a fase III da lactogênese, que persiste por toda a lactação e é de controle autócrino, dependendo primordialmente da sucção do bebê e o correto esvaziamento da mama. Composição do leite materno: a água contribui com quase 90% da composição, garantindo o suprimento das necessidades hídricas da criança em aleitamento materno exclusivo. Seu principal carboidrato é a lactose e a principal proteína é a lactalbumina. As gorduras são variáveis no leite materno e são