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Apostila - Direito Administrativo I

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�CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO I
CAPÍTULO I
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. CONCEITO
Direito Administrativo é o conjunto de normas e princípios jurídicos que regem a atividade administrativa e os sujeitos que a exercem.
2. FONTES
O Direto Administrativo não possui uma codificação das suas leis, estando as mesmas esparsas no ordenamento jurídico. Sendo assim, são consideradas suas fontes, além das leis (lei em sentido amplo), a Doutrina, a Jurisprudência e os Costumes.
3. INTERPRETAÇÃO
Interpretar o Direito Administrativo é captar o sentido de suas normas. Tal interpretação deve levar em conta que:
1º) a Administração Pública age com desigualdade em relação aos administrados;
2º) é prestigiada por poderes discricionários;
3º) seus atos presumem-se legítimos.
4. SISTEMA ADMINISTRATIVO OU SISTEMA DE CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO
É o regime adotado pelo Estado para a fiscalização e correção dos atos administrativos praticados pelo Poder Público em qualquer dos seus departamentos do governo. São de dois tipos:
A) SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (OU SISTEMA FRANCÊS)
Veda à justiça comum de conhecer dos atos e processos da Administração, os quais ficariam a cargo de Tribunais Administrativos. É o controle feito somente pela própria Administração (administrador-juiz).
B) SISTEMA DE JURISDIÇÃO ÚNICA OU SISTEMA DE CONTROLE JUDICIAL OU SISTEMA INGLÊS
A justiça comum tem a competência de apreciar os litígios envolvendo a Administração. É o controle feito pelo Judiciário, com separação do administrador e do juiz. Tal sistema não impede que a Administração julgue uma matéria, mas apenas assegura que referida matéria também possa ser apreciada pelo Judiciário.
CAPÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. GOVERNO X ADMINISTRAÇÃO
O Brasil possui três Poderes, independentes e harmônicos entre si: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Cada um deles exerce uma função típica e duas funções atípicas (que são as funções típicas dos outro dois poderes). 
O Poder Executivo exerce, como funções típicas, a função política (que é exercida pelo Governo) e a administrativa (que é exercida pela Administração Pública); e, como funções atípicas, a função legislativa (edição de medidas provisórias e lei delegadas) e a judicial (julgamento da Sindicância ou PAD).
O Poder Legislativo exerce, como função típica, a função legislativa; e, como funções atípicas, a função judicial (Legislativo julga os crimes de responsabilidade) e a administrativa (ele se administra – atos, licitações, etc.).
O Poder Judiciário exerce, como função típica, a função judicial; e, como funções atípicas, a função legislativa (edita seus regimentos internos) e a administrativa (ele se administra – atos, licitações, etc.).
Assim, o Governo consiste na condução política do Estado, sendo o resultado da integração dos três Poderes do Estado, fixando, assim, metas a serem atingidas pela Administração. Já a Administração Pública consiste na execução das opções políticas e das metas; não praticando atos de governo, só atos de execução, ou seja, a Administração Pública são os três Poderes quando exercem função administrativa.
2. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- CONCEITO SUBJETIVO ou FORMAL ou ORGÂNICO – Administração Pública é o conjunto de entidades, órgãos e agentes aos quais a lei atribui a função administrativa do Estado. Leva em consideração os sujeitos que desempenham a atividade.
CONCEITO OBJETIVO ou MATERIAL ou FUNCIONAL – Administração Pública é a atividade desenvolvida para atender ao interesse público, seja a prestação de serviço público ou a intervenção no domínio econômico. Leva em consideração a própria atividade.
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
É o conjunto de direitos e obrigações que o ordenamento jurídico confere à Administração Pública. Resume-se em duas palavras: prerrogativas (direitos da Administração) e sujeições (direitos dos administrados).
O regime jurídico administrativo se constrói sobre dois princípios basilares: a supremacia do interesse público sobre o particular e a indisponibilidade do interesse público (já analisados anteriormente).
4. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS)
A Administração Pública se constrói basicamente sobre dois princípios basilares:
A) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR
O interesse coletivo tem superioridade, prevalência sobre o interesse particular, até mesmo como condição de sobrevivência deste. Assim não é um indivíduo em si o destinatário da atividade administrativa, mas sim o grupo social num todo, vez que o Estado de Direito hoje é o estado do bem estar social. Ressalte-se que não se deve confundir interesse público com interesse da Administração.
B) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Por se tratar de interesse público, próprios da coletividade, não possui a Administração a disponibilidade dos mesmos, uma vez que estes são confiados, apenas, à sua guarda e realização, ou seja, os bens e o interesse não pertencem à Administração, sendo ela apenas gestora da coisa pública.
Entretanto, além desses princípios basilares, existem outros princípios administrativos, alguns expressos (CF e leis esparsas) e outros tidos como reconhecidos. Cabe ressaltar que os princípios não possuem, entre si, hierarquização conceitual: não há princípio mais ou menos importante, todos são de igual importância. O que acontece, em um caso concreto, é que um (ou mais de um) pode prevalecer quando comparado a outro. Mas não se fulmina, tão só, um princípio em benefício de outro.
→ PRINCÍPIOS EXPRESSOS
A CF em seu art. 37, caput, estabeleceu cinco princípios constitucionais administrativos, os quais devem ser utilizados em todo o agir da Administração. São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – LIMPE.
Além deles existem princípios expressos em leis esparsas, muitos deles tidos como princípios específicos, tais como princípios de licitação e de contratos (lei nº 8666); de serviços públicos (lei nº 8987) e os consagrados na lei nº 9784/99 (SICAPRIOM – segurança jurídica; interesse público; contraditório; ampla defesa; proporcionalidade; razoabilidade; informalismo; oficialidade e motivação).
Passaremos agora a analisar os princípios constitucionais – LIMPE:
A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Tal princípio tem acepção diferente para o particular e para a Administração. Enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe (autonomia de vontade); a Administração só pode fazer aquilo que a lei lhe autoriza (legalidade estrita ou reserva legal). Segundo Seabra Fagundes, “administrar é aplicar a lei de ofício”. 
Modernamente, o princípio da legalidade se ampliou, sendo que, hoje, o agir da administração só será considerado legal no caso de obedecer, simultaneamente, a lei mais os princípios da administração. Ou seja, legalidade = lei + princípios.
Em toda atividade desenvolvida pelos agentes públicos, o princípio da legalidade é o que precede todos os demais, pois este é da essência do Estado de Direito e, por isso, fundamental para o Direito Administrativo, porquanto este nasce com aquele. É fruto da necessária submissão do Estado à Lei.
B) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE OU ISONOMIA OU FINALIDADE PÚBLICA 
Esse princípio tem duas acepções distintas. A primeira traz o dever de atender ao interesse público, colocando o princípio como sinônimo de finalidade pública. Para a doutrina, o tratamento impessoal é o meio pelo qual a administração busca atender a sua finalidade, ao fim público. Assim, o principio da isonomia ou igualdade é aquele em que a Administração deve tratar os administrados de forma igualitária, sem discriminações, a não ser em casos excepcionais (Ex.: vaga para deficientes; prazo de licença maternidade diferente da licença paternidade; prazos para aposentadoriadiferentes entre homens e mulheres, etc), ou seja, deve tratar seus administrados de forma impessoal, a fim de atender ao interesso coletivo, posto que tratamentos pessoais atendem a interesses particulares e não ao interesse público. 
A segunda acepção é que a atividade administrativa exercida por um agente público é imputada ao órgão ou entidade e não ao próprio agente (será visto oportunamente). Resulta dessa segunda acepção a impessoalidade em relação às publicidades dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgão públicos, tendo a Constituição Federal, em seu art. 37, § 1º, vedado que constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Ou seja, a publicidade deve ser da instituição de forma impessoal, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação. Isto porque quem fez a obra pública federal não foi o presidente “Fulano de Tal”, mas sim o Governo Federal, instituição impessoal.
C) PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
Significa atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro (honestidade) e boa-fé. Rege todo o agir estatal, devendo ser observado também pelo particular que se relaciona com a Administração. A infração a tal princípio pode caracterizar ato de improbidade administrativa, caso configure algum ato descrito na Lei nº 8.429/92. Os atos de improbidade também são considerados crime de responsabilidade, caso sejam praticados por agentes políticos. O art. 37, § 4º, CF e a lei de improbidade (Lei nº 8.429/92), trazem as penalidade aplicadas no caso de improbidade administrativa, entre elas vale citar algumas observações: 1ª) a pena de perda da função pública – o termo função pública deve ser visto amplamente, querendo dizer que não importa como o agente está na administração, ele irá sair; 2ª) nem todo ato de improbidade configura crime, mas quando também o for, a ação penal não afasta a ação de improbidade; 3ª) os direitos políticos serão SUSPENSOS (art. 15, V, da CF). 
A imoralidade administrativa acarreta a invalidade do ato administrativo, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. A apreciação judicial da imoralidade pode ser feita através da ação de improbidade administrativa, da Ação Popular e a Ação Civil Pública.
Por fim, um dos exemplos de aplicação da moralidade administrativa é a proibição do nepotismo.
D) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início dos seus efeitos externos. É requisito de eficácia do ato administrativo; entretanto, os atos irregulares não se convalidam pela simples publicação. 
Todavia, não se pode confundir publicidade com publicação. A última é um dos meios de se dar cumprimento à primeira, o princípio em si. De fato, é possível divulgar um ato administrativo, ainda que não tenha ocorrido publicação, assim entendida esta como divulgação do ato em meios da imprensa escrita, como Diários Oficiais ou jornais. Outros exemplos: notificação direta do interessado, afixação de avisos, divulgação na internet, televisão, rádio, etc.
Entretanto, para a doutrina majoritária, o atendimento do princípio da publicidade exige a publicação, ou seja, que o ato esteja escrito em algum lugar, onde o administrado possa consultar. Ou seja, a doutrina admite que a divulgação na televisão e no rádio são meios de publicidade, mas por si só não atendem ao princípio da publicidade, pois as pessoas que não assistiram a televisão ou não ouviram o rádio no momento em que se divulgou o ato, devem poder consultá-lo escrito em algum lugar (em regra, no diário oficial) posteriormente.
Para saber quais atos necessitam ser publicados, deve-se consultar o instrumento básico orientador da atuação do Estado: a Lei. Na falta de disposição específica desta, os atos externos, via de regra, devem ser divulgados por meio de publicação em órgão oficial (diários oficiais, por exemplo). Os atos externos aqui devem ser entendidos como aqueles que alcançam particulares estranhos ao serviço público. Já os atos interna corporis (com efeitos internos) dos órgãos/entidades administrativos também necessitam ser divulgados, mas não demandam publicação em diários oficiais. 
A publicidade dos atos é a regra, posto que os administrados têm o direito de tomar conhecimentos dos atos praticados pela administração, a fim de fiscalizá-la. Entretanto, a publicidade não se reveste de caráter absoluto, encontrando exceções: atos ligados à segurança nacional; a apresentação da proposta na licitação; segredo de justiça.
E) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
Foi acrescentado pela EC nº 19/98 (Reforma Administrativa). É também conhecido como princípio da economicidade e traduz a idéia de uma administração gerencial. Referido princípio impõe a todo os agentes públicos a realização de suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. Ou seja, busca um maior rendimento com menor custo. Entretanto, o menor custo deve ser analisado em cada caso concreto, como sendo o necessário e o suficiente para a prestação de um serviço adequado, posto que este princípio é o princípio básico aplicado na prestação dos serviços públicos, o qual deve ser sempre observado pela Administração na prestação dos mesmos. Assim, na execução dos serviços públicos, a Administração pode gastar uma alta quantia, desde que esta seja a necessária e a suficiente para a prestação do serviço de forma adequada; vedando, desta forma, o superfaturamento dos gastos ou até mesmo um gasto aquém do necessário.
→ PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
A) AUTOTUTELA – É o controle que a administração exerce dos seus próprios atos, com a possibilidade de anulá-los e revogá-los, sem precisar de ser provocada para rever seus atos, podendo fazê-lo de ofício. Esse princípio está consagrado em duas súmulas dos STF: 
SÚMULA 346 - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
SÚMULA 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
5. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
5.1. ENTIDADES POLÍTICAS X ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
As entidades políticas são as entidades estatais, da administração direta ou centralizada. São elas sempre pessoas jurídicas de direito público, com autonomia política (competência legislativa) e administrativa, recebendo suas atribuições diretamente da CF. São elas: União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
Já as entidades administrativas são as entidades da administração indireta ou descentralizada, sendo pessoas jurídicas de direito público ou privado, com autonomia, apenas, administrativa e sem competência legislativa, recebendo suas atribuições da lei. São elas: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Consórcios Públicos. 
Ressalta-se que as entidades administrativas não se subordinam as entidades políticas, existindo entre elas apenas vinculação, posto que entre pessoas jurídicas com autonomia não existe hierarquia.
5.2.CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO e 
CONCENTRAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO
A centralização se verifica quando a Administração está agindo através das suas entidades políticas, ou seja, está agindo através da Administração Direta.
Já a descentralização ocorre quando há a distribuição externa competências da Administração Direta para suas entidades administrativas (Administração Indireta) ou para os agentes delegados. Assim, há duas formas de descentralização: 
a) a descentralização por serviços ou por outorga (por meio de lei), onde se cria uma pessoa jurídica nova, transferindo-lhe a titularidade do serviço a ser prestado; 
b) descentralização por colaboração ou por delegação (por meio de ato ou contrato administrativo), onde não se cria pessoajurídica nova, havendo transferência, apenas, da execução do serviço à particulares (pessoas físicas ou jurídicas), os quais são qualificados como Concessionários, Permissionários e Autorizatários de serviço público.
Ressalta-se que os agentes delegados são é sempre serão particulares, não integrando os mesmos após a delegação a Administração Pública, quer a Direta, quer a Indireta. Ou seja, fazem parte da Administração Descentralizada apenas os entes administrativos.
A desconcentração, por sua vez, ocorre quando há distribuição interna de competências (serviços), criando-se novos órgãos e não novas pessoas jurídicas. Tanto a Administração Direta quanto a Indireta podem realizar a desconcentração, para melhor funcionamento de suas atribuições. 
Por sua vez, a concentração é quando se extingue um órgão público, indo a competência dele para outro órgão, concentrando-a.
5.3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ou DESCENTRALIZADA
A) AUTARQUIA
É pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica (de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo), para desenvolver atividade típica de Estado (serviços essenciais), sem fins lucrativos, possuindo patrimônio próprio (bens públicos), sendo vinculada à entidade política que a criou, detendo autonomia administrativa. É a personificação de um serviço público essencial.
Exemplos de autarquias: 
- INSS (vinculado ao Ministério da Previdência Social); 
- INCRA (vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e da Reforma Agrária); 
- BACEN (vinculado ao Ministério da Fazenda); 
- IBAMA (vinculado ao Ministério do Meio Ambiente);
- EMBRATUR (vinculada ao Ministério do Turismo); 
- CADE (vinculado ao Ministério da Justiça);
PARTICULARIDADES:
 Início da personalidade - com a vigência da lei que a cria;
Se vinculam à entidade política criadora, através dos Ministérios e Secretarias de sua área de atuação, sob o controle finalístico ou de resultados ou supervisão ministerial. Entretanto, segundo a doutrina quando não houver Ministério ou Secretaria da área de atuação, a vinculação ficará a cargo do Ministério ou Secretaria do Planejamento.
 Se submete à Lei nº 8.666/93;
 Submete-se ao Tribunal de Contas (art. 71, 75 e 31, § 4º);
 Seu orçamento integrará o do ente criador, posto que não possui autonomia política, não tendo, assim, competência legislativa;
Possui bens públicos, tendo estes as seguintes características: inalienável (em regra); impenhorável (em regra); não onerável (em regra); e imprescritível (não pode ser adquirido por usucapião – característica absoluta). Nas três primeiras características, a exceção se dá em relação ao bem desafetado, ou seja, ao bem dominial.
 Possui responsabilidade objetiva em suas ações (art. 37, § 6º), respondendo pelos danos que seus agentes, na qualidade de agentes, causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. (fato + dano + nexo = indenização). Já nas omissões, segundo o STF, a responsabilidade é subjetiva. Os agentes públicos somente possuem responsabilidade subjetiva (ação de regresso). Ressalte-se que o ente criador responde pelos danos causados por suas autarquias, sendo essa responsabilidade, no entanto, subsidiária. 
 Possui privilégios processuais da Fazenda Pública:
Prazos dilatados (em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer);
Paga custas só ao final e se perder;
Possui foro processual igual da entidade que a criou: se federal – foro da justiça federal; se estadual, distrital ou municipal – foro da justiça estadual (juízo da Fazenda Pública). Se a ação for de Justiça Especializada vai para a Justiça correspondente;
Suas dívidas ativas são imprescritíveis (nas ações de ressarcimento). Já o Decreto nº 20.910/32 estabeleceu o prazo prescricional de 5 anos (prescrição quinquenal) para as dívidas passivas, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Pública, salvo se outras leis estabelecerem um prazo prescricional menor, como é o caso, hoje, das ações de reparação em que o CC estabeleceu o prazo prescricional de 3 anos;
Precatórios (art. 100/CF).
 Possui imunidade tributária recíproca, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, § 2º, CF). Ressalte-se que referida imunidade, apesar de ter o nome “imunidade tributária”, só abarca os impostos, não se referindo as taxas e contribuições de melhoria.
 Possui regime de pessoal estatutário ou celetista (a EC nº 19, alterou o caput do art. 39, abolindo o regime jurídico único). Obs.: STF, em sede de cautelar em ADIn, suspendeu a eficácia do caput do art. 39/CF, restabelecendo, assim, o regime jurídico único.
ESPÉCIES: 
 Autarquias Simples ou comuns
Autarquia Territorial (art. 33 da CF)
 Autarquias Profissionais – são autarquias federais, que exercem o serviço de segurança (fiscalização) das profissões regulamentadas. Ex.: CREA, CRM, etc.
Obs.: A OAB é considerada uma autarquia sue generis, vez que possui regime jurídico híbrido, sendo regida tanto por normas de direito público quanto de direito privado, tendo como benefício do regime privado a não prestação de contas ao Tribunal de Contas.
 Autarquias Fundacionais – são as Fundações Públicas de Direito Público (serão estudadas posteriormente).
 Autarquias Multifederadas ou Interfederativas – são os consórcios públicos pessoas jurídicas de direito público (serão estudadas posteriormente).
 AGÊNCIA EXECUTIVA – é uma autarquia ou fundação que celebra Contrato de Gestão com o Ministério supervisor (art. 37, § 8º), para ter mais autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sob controle de resultados, e que, cumulativamente, tenha um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento. Não é pessoa jurídica nova, mas, apenas, um rótulo temporário. Recebe tal qualificação e desqualificação por meio de decreto do chefe do Poder Executivo. Exemplo: INMETRO (é a única na esfera federal).
 AGÊNCIA REGULADORA OU AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL – é pessoa jurídica nova, que a lei cria com maior autonomia e privilégios específicos, em razão da função fiscalizadora dos serviços delegados a particulares e reguladora do setor (Poder Normativo). Ex.: ANA, ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANAC, ANTT, ANP, ANS, etc.
Obs.: Dirigente da Agência Reguladora:
– nomeação pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal (art. 52, III, f);
– mandato fixo;
– destituição: término do mandato; condenação judicial e pedido do dirigente
– ao sair, o dirigente passa por um período de “quarentena”.
Obs.: Uma Agência Reguladora pode ser qualificada como Agência Executiva, basta assinar contrato de gestão para ganhar mais autonomia. Entretanto, o inverso não é permitido, ou seja, uma Agência Executiva não pode virar Reguladora.
B) EMPRESA PÚBLICA e SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Ressalta-se, para início de conversa, que a Constituição fez uma divisão implícita das atribuições dadas ao Estado e as dadas aos particulares, tendo ficado a cargo daquele a prestação do serviço público e a cargo deste a exploração da atividade econômica. Nesse diapasão, no título que trata da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 à 192/CF), a Constituição trouxe como princípios, além de outros, a livre iniciativa e a livre concorrência.
Assim, o Estado, em regra, não pode intervir no setor privado, sendo que a exploração direta de atividade econômica pelo mesmo só é permitida quando necessária à segurança nacional ou à relevante interesse coletivo (art. 173). Nesses casos, a lei estabelecerá o estatuto jurídico das empresas estatais, as quais serão criadas para explorarem o setor econômico, ao lado da iniciativa privada, devendo, por isso, se assemelharem a esta.
Alguns doutrinadores chamam as empresas públicas e as sociedades de economia mista como “Empresas Estatais” ou “Empresas do Estado”.
– CONCEITO:
Empresa Pública é pessoa jurídicade direito privado, autorizada por lei específica (de iniciativa do chefe do Executivo), com patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado, para desenvolver atividade econômica (regra) ou serviço público (exceção). Ex.: CEF, ECT, EMBRAPA; BNDES; SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados),etc.
Sociedade de Economia Mista é pessoa jurídica de direito privado, autorizada por lei específica, com patrimônio próprio e capital do Estado e de particulares, para desenvolver para desenvolver atividade econômica (regra) ou serviço público (exceção). Ex.: BB, BASA, PETROBRÁS, ELETROBRÁS; etc.
– PARTICULARIDADES APLICADAS A AMBAS: 
 Início da personalidade - com a publicação e vigência da lei que autoriza sua criação + elaboração do estatuto ou contrato social + registro (na junta comercial ou no cartório de registro civil das pessoas jurídicas);
 Nas omissões possuem responsabilidade subjetiva (STF). No entanto, nas ações, diferentes das outras entidades, possuem duas responsabilidades: SUBJETIVA - quando estiverem explorando atividade econômica; e OBJETIVA - quando estiverem explorando serviço público (art. 37, § 6º/CF);
Se vinculam à entidade política criadora, através dos Ministérios e Secretarias de sua área de atuação, sob o controle finalístico ou de resultados ou supervisão ministerial. Entretanto, quando não houver Ministério ou Secretaria da área de atuação, a vinculação ficará a cargo do Ministério ou Secretaria do Planejamento.
Possuem como regime de pessoal o celetista, embora exija concurso público, com vedação à acumulação de cargos, empregos e funções. Os empregados públicos que trabalhem nelas não tem estabilidade (Súmula 390 TST). Em regra os empregados públicos que trabalhem nas mesmas não se sujeitam ao teto remuneratório do art. 37, XI, CF, posto que este artigo se referiu apenas a administração direta, autárquica e fundacional. Entretanto, a CF admite que os mesmos se submetam ao teto remuneratório do subsídio do Ministro do STF no caso de a empresa estatais receberem auxílio financeiro das entidades criadoras, para custearem suas despesas (art. 37, § 9º, da CF).
 Segundo o art. 173, § 2º, CF, elas não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado. Entretanto, segundo o STF isso somente se aplica quando elas explorarem atividade econômica, em razão do princípio da livre concorrência. Ou seja, não há vedação de se dar o benefício fiscal só para elas quando elas estiverem prestando serviço público. Entretanto, se elas estiverem explorando atividade econômica, elas só podem ganhar o privilégio fiscal desde que ele seja dado também para todas as empresas do setor privado, e não só para elas.
Se sujeitam às mesmas obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias das empresas privadas (art. 173, § 1º, II, CF). Entretanto, segundo o entendimento do STF, as empresas estatais, quando estiverem prestando serviço público, possuirão um benefício tributário diferente das empresas privadas, que é a imunidade tributária recíproca, nos mesmos moldes da concedida às autarquias;
De acordo com o art. 37, § 8º, da CF, as empresas públicas e as sociedade de economia mista podem celebrar contrato de gestão com o poder público, a fim de ampliar suas autonomias gerenciais, orçamentárias e financeiras, com a consequente fixação de metas de desempenho a serem por elas atingidas. No entanto, a assinatura de referido contrato não as qualifica, como acontece com as autarquias e fundações públicas, como Agências Executivas.
 Segundo a doutrina dominante e a jurisprudência do STF, a nova lei de falência (Lei nº 11.101/05) excluiu de sua abrangência as empresas públicas e as sociedade de economia mista, independente de estarem as mesmas explorando atividade econômica ou prestando serviço público, ou seja, as empresas estatais não se submetem a lei de falências;
Não possuem privilégios processuais da Fazenda Pública em juízo;
 A doutrina dominante exige que as mesmas se submetam a um procedimento licitatório para suas compras, obras e serviços, não sendo este, necessariamente, o previsto na Lei 8.666/93. Assim, a lei de licitação só se aplica na omissão do estatuto das mesmas, ou seja, a regra, é que os estatutos devem prever o procedimento para as contratações (art. 173, § 1º, III, CF), e caso não preveja, se aplica a lei 8.666/93. Exemplo disso é que a Petrobras não segue a lei 8.666/93, tendo o seu estatuto previsto um procedimento específico para suas contratações.
 Seus bens são privados (art. 98/CC). Entretanto segundo entendimento do STF: 
a) quando elas prestarem serviço públicos – os bens privados devem ser vistos como se fossem bens públicos, sendo então inalienáveis, impenhoráveis, não oneráveis e imprescritíveis; 
b) quando explorarem atividade econômica – os bens privados devem ser visto como tais (alienáveis, penhoráveis e oneráveis), sendo no entanto imprescritíveis.
 A criação de suas subsidiárias necessitam de autorização legislativa (é diferente de autorização por lei específica). A doutrina não conceitua de forma clara o que vem a ser uma subsidiária, tendo a corrente dominante a conceituado como uma entidade privada (não integrante da Administração) controlada pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista;
Obs.: A autorização para a criação da subsidiária poderá ocorrer em duas oportunidades distintas: 1º) na própria lei específica que está autorizando a criação da entidade; 2º) quando se perder a primeira oportunidade, em um lei qualquer (não necessitando ser uma lei específica).
– DIFERENÇAS:
 CAPITAL: as empresas públicas têm capital 100% público, ou seja, só tem como sócios os entes políticos. Pode ser de dois tipos: a) unipessoal – quando o capital pertencer a uma única entidade pública; e b) pluripessoal – quando o capital pertencer a mais de uma entidade pública, ex: TERRACAP (empresa pública do DF com 49% de capital integralizado pela União). Permite-se, assim, a mistura de capitais públicos, o que não permite é haver capital privado. 
Já as sociedades de economia mista têm capital misto (público + privado), sendo necessário, no entanto, que o capital majoritário votante esteja nas mãos do poder público. Ressalte-se que o simples fato de um ente político investir dinheiro em uma empresa privada, misturando o capital público com o privado, não torna tal empresa uma sociedade de economia mista.
 FORMA SOCIETÁRIA: as empresas públicas assumem qualquer forma admitida em direito (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples ou em comandita por ações; sociedade limitada - LTDA e sociedade anônima -S/A); já as sociedades de economia mista assumem a forma de S/A (Sociedade Anônima).
Ou seja, a empresa pública PODE ser S/A, já a sociedades de economia mista TEM que ser S/A. No entanto, deve-se ressaltar que as empresas públicas, caso assumam as forma de S/A, só poderão ser S/A de capital fechado (não podendo negociar suas ações na Bolsa de Valores). Já as sociedades de economia mista podem ser tanto S/A de capital aberto (vendendo suas ações na Bolsa de Valores) quanto fechado.
 FORO PROCESSUAL: a empresa pública federal tem foro processual na Justiça Federal (art. 109, I,CF), já a sociedade de economia mista federal tem foro processual na Justiça Estadual. Já as empresas públicas e sociedades de economia mista estaduais, distritais e municipais sempre terão foro processual na Justiça Estadual.
C) FUNDAÇÃO PÚBLICA
É a personificação de um patrimônio público, para prestar um serviço social, sem finalidade lucrativa. Segundo o art. 37, XIX, da CF, sua área de atuação será fixada em Lei Complementar (ainda não foi editada referida lei). Terá como objeto atividades de interesse social (assistência, saúde, educação, pesquisa e atividades culturais). 
É diferente das fundações privadas (Fundação não Governamental) regidas pelo Código Civil (ex: Fundação Xuxa Meneguel; Bradesco; Roberto Marinho; etc), que são a personificaçãode um patrimônio privado, instituídas por testamento ou escritura pública.
Se vincula à entidade política criadora, através do Ministério e Secretaria de sua área de atuação, sob o controle finalístico ou de resultados. Também sofre controle do Tribunal de Contas, além de se sujeitar a controle realizado pelo Ministério Público: 1º) se municipal e estatual – MP do Estado onde esteja situada; 2º) se distrital – MPDFT; e 3º) se federal – MPF (mesmo que esteja localizada no DF).
A doutrina majoritária e o STF entendem que a Fundação Pública pode ser tanto pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado. 
No primeiro caso, ela é igual a Autarquia, sendo considerada como uma espécie desta, realizando serviço social essencial e tendo as mesmas particularidades e privilégios da autarquia, inclusive sendo criada por lei específica. É chamada de Fundação Autárquica ou Autarquia Fundacional.
No segundo caso, ela se assemelha à Empresa Pública, realizando serviço social não essencial e tendo algumas particularidades e privilégios desta, além de outros benefícios constitucionais do regime jurídico público, como a imunidade tributária e a possibilidade de assinar contrato de gestão. É autorizada por lei específica com elaboração de estatuto e registro do ato constitutivo (escritura pública). É chamada de Fundação Governamental.
De acordo com o art. 37, § 8º, da CF, as fundações públicas podem celebrar contrato de gestão com o poder público, a fim de ampliar suas autonomias gerenciais, orçamentárias e financeiras, com a consequente fixação de metas de desempenho a serem por elas atingidas, sendo qualificas, como acontece com as autarquias, como Agências Executivas.
Ex.: - Fundação Pública de Direito Privado: CNPQ; etc.
 - Fundações Públicas de Direito Público: IBGE; FUNAI; FIOCRUZ; BN (Fundação Biblioteca Nacional); FUNASA (Fundação Nacional de Saúde); UNB (Fundação Universidade de Brasília); etc.
E) CONSÓRCIO PÚBLICO 
É regido pela Lei nº 11.107/05, que regulamenta o artigo 241 da CF.
São celebrados entre entes federados da mesma espécie ou não para a realização de objetivos de interesse comum, ou seja, podem ser firmados entre todas as esferas de governo:
- municípios + municípios; 
- estados + estados; 
- estados + união; 
- municípios + seus estados. O município somente se consorcia com outro estado se o estado onde ele estiver situado também entre no consórcio;
- municípios + seus estados + união. A União somente participará de consórcio em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
Obs.: O DF como ente híbrido funciona tanto como município quanto como estado, podendo livremente se consorciar.
gestão associada de serviços públicos.
Criação – protocolo de intenções + lei de cada ente (ratificando o protocolo) + contrato = consórcio
O protocolo de intenções é considerado um pré-contrato. São Cláusulas necessárias do protocolo:
a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
a identificação dos entes da Federação consorciados;
a indicação da área de atuação do consórcio;
a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos; e outras.
A ratificação do protocolo de intenção pode ser realizada com reserva (ressalva). Nesse caso, o ente somente entrará no consórcio, caso os entes que não tiveram ressalva concordarem. Ou seja, a ressalva aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento parcial ou condicional (ART. 5º, § 2º).
Natureza Jurídica – contrato (celebrado entre entes da mesma espécie ou não). 
Pessoa Jurídica com prazo determinado 
De acordo com o art. 1º, § 1º, pode ser: 
 PJ de D. Público (assume a forma de associação pública = Autarquia Interfederativa ou Multifederada) – a qual integra a Adm. Indireta de TODOS os entes consorciados (art. 6º, § 1º).
 PJ de D. Privado – regido pela lei civil. Entretanto, observará as normas de direito público com relação as licitações, contratos, prestação de contas e admissão de pessoal (regidos pela CLT).
Obs.: Segundo o STF, na omissão legislativa, aplicando-se a analogia, os Consórcios PJ de D. Privado também integraram a Adm. Indireta de TODOS os entes consorciados (art. 6º, § 1º).
regime de pessoal – celetista (art. 6º, § 2º). Os empregados públicos do consórcio não adquirirão estabilidade, posto que ele é PJ com prazo de duração.
O representante legal do consórcio deverá ser, obrigatoriamente, chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado. Na escolha não tem hierarquia entre os chefes do Executivo participantes do consórcio, sendo que ela recai geralmente sobre aquele que tem mais condição de gerir o consórcio, em geral por estar mais próximo da sede dele.
Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as disposições dos respectivos estatutos – os atos são do consórcio e não do agente (teoria da imputação), tendo o agente responsabilidade subjetiva.
Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio, o qual será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos.
O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio.
A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
5.4. ÓRGÃOS PÚBLICOS
São centros de competência despersonalizados, cuja atuação é imputada à pessoa que integram.
5.4.1. TEORIAS
A) TEORIA DO MANDATO – A relação Estado/agente teria por base um contrato de mandato. O agente público seria mandatário do estado. CRÍTICA: quem assinaria o mandato?
B) TEORIA DA REPRESENTAÇÃO – O agente seria um representante, uma espécie de tutor ou curador do Estado. CRÍTICA: consideraria o Estado como incapaz.
C) TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO – A pessoa jurídica manifesta sua vontade através dos seus órgãos, titularizados por seus agentes. Foi o jurista alemão Otto Gierke quem estabeleceu as linhas mestras da teoria do órgão e indicou como sua principal característica o princípio da imputação volitiva. A atuação do órgão é imputada à pessoa jurídica a qual pertença. O ordenamento jurídico brasileiro adota tal teoria. 
A Teoria da Imputação explica a TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO ou DA APARÊNCIA, que é aquele cuja investidura foi irregular ou viciada mas cuja situação tem aparência de legalidade. De acordo com esta teoria, o ato praticado por um funcionário de fato será válido ou inválido, dependendo se ele seria ou não competente para realizar o ato caso fosse um funcionário de direito, ou seja, o que invalida o ato não é o fato de ser praticado por um funcionário de fato, mas por um funcionário incompetente. Isto em nome dos princípios da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica, da legalidade dos atos administrativos e porque o ato é do órgão e não do agente. 
5.4.2. CARACTERÍSTICAS
são criados e extintos mediante lei (art. 48, XI, CF), sendo a competência iniciativa do chefe do Poder que criará o órgão;
 integram a Administração Direta e Indireta;
 são resultado da desconcentração;
 são entes despersonalizados (não tem personalidade jurídica);
 possuem funções, cargos e agentes;
 não possuem patrimônio próprio,posto que o patrimônio pertence a pessoa jurídica a qual o órgão pertença;
não possui responsabilidade própria, posto que a responsabilidade é da pessoa jurídica a qual o órgão pertença;
não possuem capacidade processual (art. 7º do CPC). Entretanto, a doutrina e a jurisprudência têm entendido que os órgãos independentes e os autônomos possuem capacidade processual para impetrar mandado de segurança em defesa de sua competência quando violada por outro órgão.
são hierarquizados, ou seja, existe hierarquia entre os órgãos públicos, sofrendo eles, assim, controle hierárquico.
 de acordo com o art. 37, § 8º, da CF, os órgãos podem celebrar contrato de gestão com o poder público, a fim de ampliar suas autonomias gerenciais, orçamentárias e financeiras, com a consequente fixação de metas de desempenho a serem por eles atingidas. No entanto, a assinatura de referido contrato não os qualifica, como acontece com as autarquias e fundações públicas, como Agências Executivas. Ressalte-se que é possível que órgãos públicos assinem entre si contrato de gestão, vez que o contrato de gestão, na realidade, é tão só um pacto firmado pela Administração Pública (acordo-programa), por intermédio de um órgão supervisor com outro órgão ou entidade Administrativa.
5.4.3. CLASSIFICAÇÃO
A) QUANTO A ENTE CRIADOR
Órgão Federal
Órgão Estadual
Órgão Municipal
Órgão Distrital
B) QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL:
 Órgãos Independentes – são órgãos originados da CF, representando os três Poderes, não possuindo qualquer subordinação hierárquica ou funcional, tendo suas atribuições exercidas por agentes políticos. São os órgãos integrantes da cúpula da Administração.
Ex.: Presidência/Governadoria/Prefeitura; Senado/Câmara dos Deputados/Assembleias/Câmara Municipal e Distrital; Varas/Tribunais Regionais/Tribunais superiores; Ministério Público, TCU, etc. 
Obs.: Ressalte-se que em todos esses exemplos o órgão independente é apenas aquele onde se encontra o agente que possui a independência. Exemplo: na Vara apenas o gabinete do juiz seria o órgão independente, já não o sendo a secretaria da Vara que fica vinculada ao gabinete.
 Órgãos Autônomos – são situados na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos independentes e subordinados a estes, possuindo autonomia administrativa e financeira. Ex.: Ministérios, Secretarias estaduais e municipais, AGU/Procuradoria Estatual, Municipal e Distrital, etc.
 Órgãos Superiores – são aqueles que possuem poder de direção, mas que não possuem autonomia administrativa e financeira. Ex.: Gabinetes; Superintendências; Departamentos, Secretarias, Coordenadorias; etc.
 Órgãos Subalternos – são aqueles que exercem atribuição de mera execução. Ex.: Repartições, Secções, Divisões, etc.
C) QUANTO À ESTRUTURA:
 Órgãos Simples – aqueles que tem um só centro de competência, sendo concentrados.
 Órgãos Compostos – aqueles que têm mais de um centro de competência, resultado da desconcentração.
Ex.: Presidência da República Ministério da Fazenda  Secretária da Receita Federal  Superintendências Regionais da Receita Federal  Delegacias da Receita Federal 
D) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:
 Órgãos Singulares ou Unipessoais – são aqueles que possuem apenas um agente com decisão final. Ex.: Presidência, Ministério, Vara, etc.
 Órgãos Colegiados ou Pluripessoais – são aqueles que possuem mais de um agente, com decisão conjunta. Ex.: Congresso Nacional, Tribunais
5.5. AGENTES PÚBLICOS
É, em regra, toda pessoa física que presta serviço ao Estado, em caráter eventual ou permanente, com ou sem remuneração. A expressão “funcionário público” é utilizada pelo CP (art. 327) para se referir aos agentes públicos que cometam crimes contra a Administração no exercício do cargo, emprego ou função.
5.5.1. ESPÉCIES
A) AGENTES POLÍTICOS 
São os exercentes de poder, realizando as três funções estatais. Não são hierarquizados, com exceção dos auxiliares imediatos dos chefes do Executivo. Possuem algumas prerrogativas constitucionais. São considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
Ex.: Chefes do Executivo, Ministros, Secretários, Membros do Legislativo e do Judiciário (Magistratura e Ministério Público)
B) AGENTES HONORÍFICOS
São cidadãos requisitados ou designados a prestarem, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão da sua condição cívica, sua honorabilidade e sua notória capacidade processual, mas sem vinculo profissional com o Estado e, normalmente, sem remuneração (exceção: membro do conselho tutelar). São considerados “funcionários públicos” para fins penais. Ex.: mesários; jurados; membros dos conselhos tutelares; comissariados do juizado de menores; etc.
C) AGENTES DELEGADOS 
São particulares que recebem do Estado a execução de determinada atividade e a realizam em seu próprio nome, por sua conta e risco, sob a fiscalização do poder delegante. São oriundos da descentralização por delegação ou cooperação. É pessoa física ou pessoa jurídica (única exceção). Sujeitam-se no exercício da atividade delegada à responsabilidade objetiva. São considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
Ex.: autorizatários, permissionários e concessionários de serviço público; leiloeiros; tradutores públicos; etc.
E) AGENTES CREDENCIADOS 
São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração. São considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
Ex.: artista famoso incumbido de representar oficialmente o Brasil em um congresso internacional sobre a proteção da propriedade intelectual.
F) AGENTES ADMINISTRATIVOS 
São aqueles que exercem uma atividade pública de natureza profissional e remunerada, estando sujeitos à hierarquia funcional. São os ocupantes de cargos, empregos e funções públicas.
Classificam-se em:
servidor público – regime estatutário (lei nº 8112)
empregado público – regime celetista (CLT)
temporários – são pessoas físicas contratadas por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (urgência ou relevância) (art. 37, IX, CF). Exercem uma função pública temporária. Não prestam concurso público. O STF alterou entendimento de que os agentes temporários seriam regidos pala CLT, passando a adotar o entendimento de que eles são regidos por um regime jurídico administrativo. Assim, pelo novo entendimento do STF, as causas que envolvam os agentes temporários não são mais de competência da Justiça Trabalhista, mas sim da Justiça Comum, federal ou estadual.
6. ENTIDADES PARAESTATAIS (3º SETOR)
A) SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO
É pessoa jurídica de direito privado, instituída por particulares, sem fins lucrativos, para prestar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, tendo sua criação prevista em lei. 
 Elas não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim atividade privada de interesse público, em seu nome e com incentivo do Estado. 
 É o chamado “Sistema S” (SENAI, SENAC, SENAT, SEBRAI, etc). Um outro exemplo é a Associação das Pioneiras Sociais – Rede Sarah.
Adquire personalidade com a inscrição de seus atos constitutivos no cartório de registro civil das pessoas jurídicas.
A criação de tais entidades depende de lei que, expressamente, autorize as respectivas Confederações Nacionais a fazê-lo.
 Possui como regime de pessoal o celetista. Há divergência na doutrina e na jurisprudência em relação a exigência de concurso público. No entanto, a posição dominante afirma não haver exigência e nem proibição, ou seja, eles podem fazer concurso Público para suas contratações.
 Não se subordina hierarquicamente a nenhuma outra entidade, há apenas controle finalístico. 
 Possuem três fontes de custeio: 1º) recebem dotações orçamentárias; 2º) recebem contribuições parafiscais;e 3º) os valores pagos pelos usuários em cursos e atividades (o que segundo a doutrina dominante não caracteriza finalidade lucrativa). 
 Súmula 516, STF – seus litígios são de competência da Justiça Estadual.
 Tem que licitar, mas não segue a lei 8666, mas regulamente elaborado pelo TCU chamado “Regulamento Simplificado do Sistema S”.
 Seus dirigentes estão submetidos à lei 8.429 (podem cometer atos de improbidade administrativa), e seus atos são passíveis de mandado de segurança e ação popular.
 Por receber dinheiro público, presta contas ao TCU.
Não gozam de privilégios administrativos, processuais e tributários (exceção: imunidade assistencial - art. 150, VI, 'c', CF)
B) ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (Lei nº 9.637/98)
É a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, que celebrem com o Poder Público Contrato de Gestão, para prestar serviço social não exclusivo do Estado. 
A organização social é uma qualificação, um título, que a Administração outorga a uma entidade privada, sem fins lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público (dotações orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus fins, que devem ser necessariamente de interesse público.
O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos na Lei.
O contrato de gestão pode ser conceituado como o vínculo jurídico formalizado em razão do ajuste realizado entre o Poder Público e a entidade privada, sempre de comum acordo entre as partes, e para realização de atividades de cunho público. Fixa as metas a serem atingidas.
 É qualificação dada a PJ já existente, sendo esta realizada através de ato discricionário do Poder Público, e não ato vinculado. A qualificação é dada pelo Ministro ou titular do órgão supervisor do ramo de atividade que ela exerce ou pelo Ministro do Planejamento.
As organizações sociais, assim como foram qualificadas, podem vir a ser desqualificadas pelo Poder Público, quando se verificar que as disposições do contrato de gestão não estão sendo fielmente cumpridas, conforme o art. 16. A desqualificação será precedida de processo administrativo. A desqualificação implicará na reversão dos bens.
 Elas não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim serviço público não exclusivo do Estado, em seu nome e com incentivo do Estado. 
 É chamada de “OS”. 
 Possui como regime de pessoal o celetista (pode fazer concurso). 
 Não se subordina hierarquicamente a nenhuma outra entidade, há apenas controle finalístico.
 Recebem dotações orçamentárias, prestando, por isso, contas ao TCU.
 Podem receber bens públicos (mediante permissão de uso) e cessão de servidores públicos.
Ex.: Centro de Abastecimento Alimentar do Distrito Federal – CEADF; Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada – ICIPE; Instituto de Integração Social e de Promoção da Cidadania do Distrito Federal – INTEGRA; 
Obs.: A Administração, ao contratar serviço a ser prestado pela Organização Social (esta é a entidade contratada), não necessita realizar licitação (a licitação é dispensável), desde que referido serviço esteja previsto no contrato de gestão celebrado pela OS.
C) ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (Lei nº 9.790/99)
É pessoa jurídica de direito privado, instituída por iniciativa de particulares, que celebram Termo de Parceria com as entidades políticas, sem fins lucrativos, para prestar serviço social não exclusivo do Estado. 
A qualificação como OSCIP, criada pela Lei nº 9.790/99, é concedida às pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privado sem fins lucrativos que atuem pelo menos numa das finalidades descritas no art. 3º da lei nº 9.790/99.
A organização recebe a qualificação de OSCIP após ter o estatuto e os demais documentos listados no art. 5º da Lei nº 9.790/99 analisados e aprovados pelo Ministério da Justiça.
A qualificação como OSCIP facilita parcerias entre a entidade e órgãos públicos (federal, estadual e municipal). Contudo, a qualificação não é garantia da assinatura de futuros contratos, apenas pré-requisito.
O termo de parceria é o instrumento pelo qual se estabelece o vínculo de cooperação entre o Poder Público e a entidade qualificada como OSCIP, com vistas ao intercâmbio de recursos e à realização de projetos de interesse público.
 Elas não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim serviço público não exclusivo do Estado, em seu nome e com incentivo do Estado. 
 É chamada de “OSCIP”.
 É qualificação dada a PJ já existente, sendo esta realizada através de ato vinculado do Poder Público.
O art. 2º da lei elenca um rol de pessoas jurídicas que não são passíveis de serem qualificadas como OSCIP, são elas: sociedades comerciais, organizações sociais, instituições religiosas, sindicatos e outras.
 Possui como regime de pessoal o celetista (pode fazer concurso). 
 Não se subordina hierarquicamente a nenhuma outra entidade, há apenas controle finalístico. 
 Não recebem dotações orçamentárias, não prestando, por isso, contas ao TCU. Entretanto, podem receber recursos públicos.
 Não recebem bens públicos e nem cessão de servidores públicos.
 Exemplos: Associação amigos do futuro; Associação dos Voluntários, Pesquisadores e Portadores de Coagulopatias – AJUDE-C; etc
E) ENTIDADES DE APOIO
É pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por servidores públicos, para prestar serviços sociais não exclusivos do Estado, relacionados à ciência, pesquisa, saúde e educação.
Atuam junto a hospitais públicos e universidades públicas. São chamadas de “Fundação de Apoio”.
São instituídas por servidores públicos, em nome próprio e com recursos próprios, para exercerem atividades de interesse social relativas aos serviços prestados pelas entidades estatais em que esses servidores públicos atuem.
A cooperação com o Estado se faz através de Convênio (vínculo jurídico entre eles).
Podem recebem dotações orçamentárias, permissão de uso de bens públicos e cessão provisória de servidores.
São instituídas, em regra, sob a forma de fundação privada, podendo ser também como associação ou cooperativa.
Regime de pessoal: celetista (pode fazer concurso público)
Sujeitam-se a fiscalização do Ministério Público do Estado onde se situa.
Ex.: FUSP – Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo; FUNDEP – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais.
7. SÚMULAS 
STJ - SÚMULA 150 - Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.
STF - SÚMULA 508 - Compete à justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil, S.A.
CAPÍTULO III
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. PODER VINCULADO
É o poder utilizado pela Administração quando pratica atos vinculados, onde todos os elementos estão previstos taxativamente na lei, não havendo margem de escolha ao administrador. Ex.: aposentadoria compulsória
2. PODER DISCRICIONÁRIO
É o poder conferido à Administração para a prática de atos discricionários. É a liberdade de atuação dentro dos limites da lei, diante de situações concretas. É quando a lei dá a liberdade de valorar a conveniência e a oportunidade da realização do ato. Não é imune ao controle judicial. Tem como limites os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade. Ex.: autorização de porte de arma.
Obs.: Não se confunde com arbitrariedade,que é a ação contrária ou excedente à lei.
3. PODER HIERÁRQUICO
É o poder conferido à Administração para organizar sua estrutura, estabelecendo a competência de seus órgãos e agentes. 
Estabelece as relações de hierarquia e subordinação, ou seja, aparecem as figuras do superior e do subalterno. O superior pode: dar ordens, editar normas, fiscalizar e rever atividades, aplicar sanções, avocar e delegar atribuições. Já o subalterno tem o dever de obediência, salvo quanto às ordens manifestamente ilegais.
4. PODER DISCIPLINAR
É o poder conferido à Administração para apurar infrações funcionais e aplicar penalidades aos agentes públicos. Decorre do Poder Hierárquico. 
É diferente do poder de punir do Estado, que é realizado pelo Poder Judiciário. Isto porque a punição disciplinar é diferente da punição criminal, sendo a diferença na substância, o que resulta na possibilidade da aplicação de ambas conjuntamente sem que ocorra o “bis in idem”.
Comunicação de Instâncias – a condenação na esfera penal gera a condenação na esfera administrativa; já a absolvição na esfera penal só gera a absolvição na esfera administrativa se ocorrer por negativa de autoria ou por inexistência do fato.
O ato punitivo deve ser sempre motivado, sendo assegurado, sempre, o contraditório e a ampla defesa. Devendo tal punição decorrer de Sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
5. PODER DE POLÍCIA
É o poder conferido à Administração para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Tem seu conceito definido também no art. 78 do CTN.
Tem como fundamento o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular.
Palavra-chave: FISCALIZAÇÃO
A competência para exercê-lo é estabelecida pelo Princípio da Predominância de Interesses, ou seja, para a doutrina, a competência é do ente federal que possui competência para regular a matéria (“Quem legisla, fiscaliza”). 
É indelegável às pessoas jurídicas da iniciativa privada, pois atividade exclusiva do Estado.
Pode ser: 
a) originário (quando de competência da Administração Direta) ou delegado (quando de competência da Administração Indireta); 
b) preventivo ou repressivo. 
Possui como limite o Princípio da Proporcionalidade (necessidade  adequação).
A polícia administrativa é diferente da polícia judiciária. A primeira incide sobre bens, direitos e atividades da população, tendo caráter preventivo. E a segunda incide sobre pessoas na apuração de infrações penais, tendo caráter repressivo.
Pode decorrer dele a aplicação de sanções, que deve observar, obrigatoriamente, os Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa.
5.1. ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA:
A) COERCITIBILIDADE – é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração, independentemente da aceitação do administrado. É absoluto, não tem exceção.
B) DISCRICIONARIEDADE – significa a liberdade de escolha, pela Administração, da oportunidade e conveniência de se exercer o poder de polícia. É a regra, entretanto, possui como exceção a expedição do alvará de licença, que é vinculado.
C) AUTO-EXECUTORIEDADE – é a possibilidade que tem a Administração de executar as suas decisões, sem precisar da intervenção do Judiciário. É a execução direta, independente de ordem judicial. Segundo a doutrina dominante só se aplica em duas situações: a) quando a lei expressamente a prevê; b) quando, mesmo a lei não prevendo, for caso de urgência. Exceções: multas e demais prestações pecuniárias não pagas.
6. PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO
É o poder conferido aos chefes do Poder Executivo de editar atos normativos gerais e abstratos, diferenciando-se da lei por não serem inovador. Se exterioriza através de um Decreto.
O Congresso Nacional tem competência para SUSTAR os atos normativos que exorbitem do Poder Regulamentar (art. 49, V, CF).
ESPÉCIES:
 Decreto de Execução ou Regulamentar (art. 84, IV, CF) – explica a lei para sua correta execução, sendo, assim, qualquer lei pode ser regulamentada pelo Executivo. É indelegável. É considerado norma secundária e, por isso, submete-se a controle de legalidade ou de constitucionalidade por meio de controle difuso ou por ADPF.
 Decreto Autônomo (art. 84, VI, CF) – disciplina matéria não prevista em lê. É de competência privativa do Presidente da República, que poderá delegá-lo aos Ministros de Estado, ao PGR e ao AGU (art. 84, parágrafo único). Deve observar a chamada “reserva de lei”, que são matérias só disciplinados por lei. É considerado norma primária e, por isso, submete-se a controle de constitucionalidade por meio de controle difuso ou por ADIN. O inciso VI foi modificado pela EC nº 32, que trouxe duas hipóteses taxativas:
a) para organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) para extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
CAPÍTULO IV
ATOS ADMINISTRATIVOS
1. ATO E FATO JURÍDICO
Ato é o evento decorrente da vontade humana, caso tenha relevância no mundo jurídico é chamado de ato jurídico. Fato é evento da natureza, que caso apresente relevância no mundo jurídico é chamado de fato jurídico.
2. CONCEITO
São atos jurídicos que o Estado pratica para a realização de seus fins. É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, agindo nessa qualidade, valendo-se da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular.
3. ELEMENTOS OU REQUISITOS
A) COMPETÊNCIA 
É o conjunto de atribuições das entidades, órgãos e agentes. É fixada pela lei, sendo, por isso elemento vinculado. É o requisito subjetivo do ato. 
É irrenunciável e imodificável pela vontade do agente, mas pode ser, em regra, delegada e avocada (quando se tratar da competência relativa). . 
Obs.: Arts. 12 a 15 da Lei nº 9.784/99 – Delegar é pegar uma atribuição é passar para outra pessoa fazer, não necessita haver subordinação/hierarquia. Avocar é quando o superior pega/avoca uma atribuição do seu subordinado para ele superior fazer, exigindo hierarquia. A delegação e a avocação só podem ser provisórias e parciais, sendo vedado a delegação e a avocação definitivas e totais, pois configurariam renúncia de competência. São indelegáveis: I) competência exclusiva; II) decisão de recurso administrativo; e III) edição de atos normativos. 
A competência pode ser: a) absoluta ou exclusiva; b) relativa ou privativa. O elemento competência pode ser viciado, sendo o vicio chamado de Excesso de Poder. Ressalte-se que vício na competência absoluta é vício insanável (gera anulação) e na competência relativa é vício sanável (pode anular ou convalidar).
B) FINALIDADE 
É o requisito igual para todos os atos administrativos, pois todos eles têm como fim o interesse público. É indicada pela lei, sendo, por isso elemento vinculado. É requisito objetivo do ato. 
O elemento finalidade pode ser viciado, sendo o vício chamado de Desvio de Finalidade ou Desvio de Poder. O vício de finalidade é insanável (gera a anulação do ato)
Obs.: Existente dois tipos de desvios de finalidade: 
a) desvio lícito – quando se afasta da finalidade pretendida, mas se continua atendendo ao interesse público. Não é considerado desvio de finalidade para a anulação do ato.
b) desvio ilícito – quando se afasta da finalidade pretendida e deixa-se de atender ao interesse público, passando a atender interesses particulares. É considerado desvio de finalidade para a anulação do ato.
C) FORMA 
É o modo pelo qual se exterioriza o ato administrativo. A regra é a exigência da forma escrita, sendo, por isso considerado elemento vinculado. No entanto, existem atos que não possuem forma escrita, tais como, o apito do guarda de trânsito (ato sonoro), o gesto com as mãos do guarda de trânsito (ato gestual) e o semáforo e as placasde trânsito (atos visuais), disciplinados no CTN. 
A lei estabelece a forma dos atos. No entanto, o ato tem duas formas: a) forma rígida – quando a lei determina uma forma específica para a validade do ato (ex.: que seja feito por escritura pública); b) forma livre – a Lei nº 9.784-99 trouxe o princípio do informalismo, que os atos podem ser feitos livremente, quando a lei não exigir uma forma específica, desde que escritos. 
O elemento forma pode ser viciado. Ressalte-se que vício na forma rígida é vício insanável (gera anulação) e na forma livre é vício sanável (pode anular ou convalidar).
D) MOTIVO OU CAUSA 
É a situação fática e jurídica que determinaram a realização do ato. É requisito vinculado ou discricionário. Vinculado quando o motivo vier expresso na lei; e discricionário quando a lei deixar ao administrador a avaliação quanto à conveniência e oportunidade de exercer o ato. O motivo é diferente de motivação. A motivação é a exposição dos motivos, de maneira escrita. 
A regra é a motivação dos atos administrativos. Entretanto, a doutrina traz duas exceções constitucionais: 1ª) a nomeação do cargo comissionado; 2ª) a exoneração do cargo comissionado – chamada de exoneração “ad nutum”. Isto porque a CF afirma que é LIVRE a nomeação e a exoneração do cargo comissionado.
Em relação aos motivos, existe a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, onde a Administração se vincula aos motivos dados para a pratica do ato, tanto quando tem obrigação de motivar (regra), quando não tem obrigação (nas exceções acima apontadas). Palavra- chave: MOTIVOU – VINCULOU.
E) OBJETO OU CONTEÚDO 
É o resultado advindo do ato administrativo. É requisito vinculado ou discricionário. Vinculado quando o objeto vier expresso na lei; e discricionário quando a lei deixar ao administrador a avaliação quanto à conveniência e oportunidade de exercer o ato. O elemento objeto segue o motivo, ou seja, motivo vinculado – objeto vinculado; motivo discricionário – objeto discricionário. 
A lei (art. 104 do CC) exige que o objeto seja lícito, possível, determinado ou determinável, sendo, assim, o vício no objeto é considerado insanável, pois ocorre quando o objeto for ilícito.
3.1. MÉRITO ADMINISTRATIVO
 É a valoração dos motivos e a escolha do objeto, feitas pela Administração, quando autorizada a decidir sobre a conveniência e oportunidade do ato a ser realizado. Só ocorre nos atos discricionários. Não pode ser apreciado pelo Poder Judiciário, com exceção de casos personalíssimos ou nos atos praticados por ele no exercício de sua função administrativa atípica. Ressalva, o Judiciário analisa o ato discricionário, quanto aos requisitos vinculados, mas não analisa o mérito administrativo.
4. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
A) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE ou LEGALIDADE 
É atributo absoluto, pois presume-se que todos os atos administrativos sejam emitidos com observância da lei, já que a Administração é informada pelos princípios da legalidade e da moralidade. Tal presunção é relativa (juris tantum), pois admite prova em contrário, sendo o ônus da prova da parte que alega a ilegitimidade do ato. O ato ilegítimo produz todos os efeitos, como um ato válido, enquanto não for invalidado pela Administração ou pelo Judiciário. 
Presunção de legitimidade é diferente de presunção de veracidade, que é a presunção que os fatos alegados pela Administração sejam verdadeiros.
B) IMPERATIVIDADE 
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros independentemente de sua concordância. Decorre da mera existência do ato, ainda que ilícito, assim, o ato dotado de imperatividade deve ser cumprido enquanto não for invalidado. Não está presente em todos os atos administrativos (atributo relativo), mas, apenas, naqueles atos que sujeitam o administrado a seu fiel atendimento, ou sejam, nos atos que gerem uma obrigação. Assim, há imperatividade nos atos normativos, ordinatórios, punitivos e decorrentes do poder de polícia. Não havendo nos atos negociais e enunciativos.
C) AUTO-EXECUTORIEDADE 
Os atos administrativos são executados pela Administração sem a intervenção do Poder Judiciário. Entretanto, isso não configura restrição ao acesso ao Judiciário. Segundo Maria Sylvia, seguida pela doutrina dominante, só se verifica em duas situações: quando a lei expressamente a prevê e em situações de urgência, mesmo não prevendo a lei. Ressalte-se que pela abrangência dessas duas situações, elas configurar a regra. 
No entanto, a auto-executoriedade não está presente em todos os atos administrativos (atributo relativo), tendo como exceção as multas impostas e não pagas pelo particular.
Geralmente se verifica no poder de polícia. 
5. CLASSIFICAÇÃO
A) QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
 Atos Gerais – não possuem destinatários determinados, destinando-se a uma coletividade inominada. Tem finalidade normativa e, por isso, produzem efeitos externos. Ex.: decretos
 Atos Individuais – possuem destinatários determinados. Tem finalidade de prover situações específicas e, por isso, produzem efeitos internos ou externos. Ex.: nomeação, autorização, etc.
B) QUANTO AO ALCANCE:
 Atos Internos – produzem efeitos apenas no âmbito da Administração, não atingindo os administrados (não obrigam e nem geram direitos). Não necessitam ser publicados nos Diários Oficiais. Ex.: portarias, circulares...
 Atos Externos – produzem efeitos fora do âmbito da Administração, atingindo os administrados. Necessitam ser publicados nos Diários Oficiais. Ex.: decretos, nomeação...
C) QUANTO AO OBJETO:
 Atos de Império – são aqueles que a Administração impõe coercitivamente ao administrado, usando de sua supremacia estatal. São praticados de ofício. Ex.: desapropriação, interdição de atividade, etc.
 Atos de Gestão – são aqueles que a Administração pratica como se fosse um particular, sem utilizar sua supremacia estatal. Ex.: aluguel, alienação, etc.
 Atos de Expediente – são aqueles que visam dar andamento a processos que tramitam na Administração.
D) QUANTO AO REGRAMENTO: 
 Atos Vinculados – são aqueles que a lei estabelece todos os elementos, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador para escolha de conveniência e oportunidade para a pratica do ato. Ex.: licença.
 Atos Discricionários – são aqueles que a lei estabelece margem de liberdade ao administrador para escolha de conveniência e oportunidade para a pratica do ato. Ressalte-se que a discricionariedade decorre da lei e não da ausência de lei. Ex.: autorização.
E) QUANTO AO CONTEÚDO:
 Atos Constitutivos – criam uma situação jurídica. Ex.: nomeação, concessão de licença, etc.
 Atos Desconstitutivos ou Extintivos – põem fim a uma situação jurídica. Ex.: demissão
 Atos Declaratórios – apenas declaram uma situação preexistente. Ex.: certidão
 Atos Alienativos – transferem bens e direitos. Ex.: doação, venda, permuta, etc.
 Atos Modificativos – alteram situações preexistentes, sem por fim nelas. Ex.: mudança de horário de trabalho na repartição.
 Atos Abdicativos – por meio do qual o titular abre mão de um direito. É irretratável e depende de prévia autorização legislativa.
F) QUANTO À FORMAÇÃO:
 Atos Simples – são os que resultam da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado. Ex.: exoneração de servidor comissionado
 Atos Complexos – são os que resultam da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, com distintas competências, cujas vontades se fundem formando um único ato. Ex.: decreto assinado pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado; aposentadoria de servidor (vontade órgão + TC); nomeação de lista tríplice
 Atos Composto – são os que resultam da manifestação de vontade de um órgão, dependendo para ter validade da aprovação de outro órgão, formando-se, assim, dois atos. Ex.: nomeação do Procurador Geral da República (Senado Federal aprova, Presidente nomeia).
G) QUANTO ÀVALIDADE:
 Atos Válidos – aqueles que estão de acordo com todas as exigências legais. 
 Atos Nulos – aqueles que não estão de acordo com as exigências legais. É vicio insanável, não podendo ser convalidado, só podendo ser anulado.
 Atos Anuláveis – quando há, apenas, uma nulidade relativa, podendo o vicio ser sanado, ou seja, o ato pode ser anulado ou convalidado.
 Atos Inexistentes – são aqueles que parecem ser atos administrativos, mas não chegam a ser sequer uma manifestação de vontade da Administração.
H) QUANTO À EFICÁCIA OU EXEQÜIBILIDADE:
 Atos Perfeitos – são aqueles que tiveram sua formação concluída, valido ou invalido.
 Atos Imperfeitos – são aqueles que, ainda, não completaram seus ciclos de formação. Ex.: ato não publicado.
 Atos Pendentes – são aqueles que, embora perfeitos, estão sujeitos a condição ou termo, sendo ineficazes.
 Atos Consumados – são aqueles que já produziram todos os seus efeitos.
6. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
A) ATOS NORMATIVOS 
São atos que advém do Poder Normativo, constituindo-se num comando geral e abstrato, aplicáveis a todos os administrados que se enquadrarem nas situações neles previstas. São análogos à lei, mas são diferentes pois não tem caráter inovador. Visam a possibilitar a fiel execução da lei (Decreto de Execução) ou a regulamentação de matérias não previstas em lei (Decreto Autônomo). Ex.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Instruções Normativas, Resolução, etc.
B) ATOS ORDINATÓRIOS 
São atos que advém do Poder Hierárquico, constituindo-se num comando interno, aplicáveis aos servidores públicos, com o fim de disciplinar o funcionamento da Administração. Somente vinculam os servidores que se encontram subordinados àqueles que o expediu. Não atingem os administrados. Ex.: instruções, circulares, avisos, portarias, ordens de serviço, ofícios, etc.
C) ATOS PUNITIVOS 
São aqueles que contém uma sanção imposta pela Administração aos agentes públicos ou administrados que infringirem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias. Advém do Poder Disciplinar (ato punitivo interno) e do Poder de Polícia (ato punitivo externo).
D) ATOS NEGOCIAIS 
São atos que contém uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular, sugerindo a realização de um negócio. Decorrem do Poder de Polícia, pois após sua edição, haverá fiscalização por parte do Poder Público. Produzem efeitos concretos e individuais. Não há imperatividade. Podem ser vinculados (Ex.: alvará de licença) ou discricionários (Ex.: alvará de autorização ou de permissão de uso).
E) ATOS ENUNCIATIVOS 
São aqueles em que a Administração atesta ou certifica um fato ou uma situação, ou emite opinião sobre determinado assunto. Não contém manifestação de vontade da Administração. Ex.: certidão, atestado, parecer, etc.
Obs.: Certidão – emitida quando a informação a ser passada encontra-se documentada em algum lugar dentro da Administração. Ex: certidão de nascimento, de casamento e de óbito; certidão nada consta criminal, etc
Obs.: Atestado – emitido quando a informação a ser passada não encontra-se documentada em algum lugar dentro da Administração, sendo ela de conhecimento do agente público, que a presenciou, o qual, por ter fé pública documental, atesta tal informação. Ex.: atestado médico e de comparecimento.
7. INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A) ANULAÇÃO 
Ocorre por motivo de ilegalidade, podendo ser feita pela Administração e pelo Judiciário. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54 da Lei nº 9.784/99).
Tem efeitos retroativos (“ex tunc”). Ressalte-se que, como na ilegalidade não se adquiri direitos (STF), poderão ser anulados todo e qualquer ato administrativo, sendo que sua anulação gerará efeito retroativo total, ou seja, da data da anulação até a data que o ato fora praticado.
B) REVOGAÇÃO 
Ocorre nos atos legais, mas que se tornaram inconvenientes e inoportunos. Somente pode ser feito pela Administração (o Legislativo e o Judiciário também revogam os seus atos praticados na função administrativa atípica). Não tem efeitos retroativos (“ex nunc”), posto que como os atos são legais, a revogação só vale de sua data para a frente. Existem alguns atos administrativos que são irrevogáveis, são eles: atos vinculados, atos consumados, atos que geram direitos adquiridos.
C) CASSAÇÃO 
Decorre de ilegalidade na execução do ato administrativo, ou seja, o ato nasce legal, mas durante a sua execução é executado ilegalmente. Tem efeito misto (“ex tunc” e “ex nunc”), ou seja, não tem efeito retroativo total. Assim, não retroage da data da cassação até a data que o ato fora praticado, mas sim até a data em que o ato se tornou ilegal.
7.1. SÚMULAS
STF - SÚMULA 346 - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF - SÚMULA 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
8. FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
 EXAURIMENTO DOS EFEITOS DO ATO
 ANULAÇÃO
 REVOGAÇÃO
 CASSAÇÃO
 CADUCIDADE – ocorre com o surgimento de uma nova norma jurídica contrária ao ato.
 CONTRAPOSIÇÃO – ocorre com o surgimento de um novo ato que impede o anterior.
 DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO
 RENÚNCIA
9. CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
É a possibilidade de correção de defeito sanável em ato administrativo. Somente se convalida ato anulável, ou seja, ato relativamente nulo. Possui dois requisitos: a) não acarretar lesão ao interesse público e nem prejuízo a terceiros; e b) defeito sanável (art. 55 da Lei nº 9.784/99)
Tem efeitos retroativos (“ex tunc”). Há divergência doutrinária quanto a ser discricionário ou vinculado, tem prevalecido a primeira posição. 
Entretanto, há de se ressaltar, que existem alguns vícios que não são passiveis de convalidação. São eles: quanto ao motivo; quanto à finalidade; quanto ao objeto ilegal; quanto à competência exclusiva e quanto à forma, se esta for essencial ao ato. Assim, os únicos vícios que são passíveis de convalidação são quanto a competência relativa e quanto a forma livre.
CAPÍTULO V
LICITAÇÃO PÚBLICA
1. CONCEITO
É o procedimento administrativo, de observância obrigatória, mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para a celebração de contrato de seu interesse. Também chamada de CERTAME.
Por ser um procedimento não confere ao vencedor nenhum direito à celebração do contrato, mas, apenas, uma expectativa de direito.
As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público. Entretanto, isso não impede a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. (art. 20)
2. OBJETO
Segundo o art. 2º, a licitação é obrigatória para a realização de: 
obra; serviços; compras;  alienações;  concessões;  permissões de serviço; locações.
3. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (já estudado anteriormente)
B) PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU DA IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES – é assegurada a igualdade entre todos os licitantes, evitando cláusulas discriminatórias. Entretanto, o estabelecimento de requisitos mínimos para a participação na licitação não configura atentado a tal principio. 
C) PRINCÍPIO DA MORALIDADE (já estudado anteriormente)
C.1) PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA – a licitação deve seguir padrões éticos de probidade, não podendo

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