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RESUMO CIENCIAS_SOCIAIS

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OS CONCEITOS DE INDIVÍDUO E SOCIEDADE PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS
 As Ciências Sociais, compreendem o conjunto de saberes relativos às áreas da Antropologia, da Sociologia e da Ciência Política.
A Sociologia tem como objeto de estudo a sociedade, com ênfase nas suas diferentes formas de organização, bem como nos processos que interligam os indivíduos em grupos e instituições.
O olhar antropológico privilegia os aspectos culturais da sociedade, como costumes, crenças e valores morais dos diferentes de grupos e comunidades. Sua abordagem possui um caráter integrativo, cuja propósito é não “parcelar o homem”.
Na Ciência Política, analisam-se as questões ligadas às instituições do poder, como a sua origem, manutenção, distribuição, transferência, ou perda.
“Sem dúvida temos consciência, ao mesmo tempo, de que esse abismo entre os indivíduos e a sociedade não existe na realidade. Toda sociedade humana consiste em indivíduos distintos e todo indivíduo humano só se humaniza ao aprender a agir, falar e sentir o convívio com outros.” (Elias, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos, pg. 67).
O ofício de sociólogo”: objeto e método das Ciências Sociais.
Ao observar os fenômenos sociais somos levados a nos confrontar com nossas próprias posições, nossos valores, nossa visão de mundo, que interferem na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nosso modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e que influencia em nossa visão de mundo. 
“Abordagens teóricas são como lentes de aumento, que nos ajudam a ver e compreender melhor certos aspectos da realidade.” (Santos, Myriam Sepúlveda dos. Memória Coletiva e Teoria Social, pg. 
O objeto e o método das Ciências Sociais
As ciências naturais e exatas estudam fatos simples, ou seja, eventos que são facilmente isoláveis recorrentes e sincrônicos. Nestes casos há uma distância significativa entre o cientista e o seu objeto de pesquisa. Nas ciências naturais, a prova ou teste de uma dada teoria pode ser feita por dois observadores situados em locais diversos, que chegarão a resultados iguais. 
A matéria prima da ciência natural, portanto, é todo o conjunto de fatos que se repetem e têm uma constância verdadeiramente sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. (Da Matta, Roberto. Relativizando, pg. 17)
Já as Ciências Sociais estudam fenômenos complexos, situados em planos de causalidade, cuja determinação pode ser consideravelmente varada.
Um bolo pode ser comido porque se tem fome, mas também pode ser comido por motivos sociais, como comemorar uma festa, demonstrar solidariedade, lembrar de uma determinada data e, ainda, por todos estes motivos juntos. (Da Matta, Roberto. Relativizando, pg. 18).
A matéria prima das Ciências Sociais, assim, são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator. (Da Matta, Roberto. Relativizando, pg. 18).
Ao observar os fenômenos sociais somos levados enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. 
O problema não é o de somente reproduzir e observar o fenômeno, mas substancialmente o de como observá-lo. (Da Matta, Roberto. Relativizando, pg. 22).
O método de pesquisa das Ciências Sociais
Os indicadores e a construção de conceitos Em sentido figurado, podemos dizer que os conceitos são as ferramentas de trabalho, como o binóculo ou a bússola, enquanto as técnicas de pesquisa são as instruções para o uso correto desses instrumentos. Existe, portanto, uma relação direta entre os conceitos e o modo de abordar a realidade, observada a partir dos indicadores escolhidos pelo pesquisador.
A análise antropológica da cultura
O conceito antropológico de cultura
Edward Tylor foi um dos primeiros antropólogos a sistematizar o conceito de cultura. Segundo este autor, em seu trabalho intitulado Primitive Culture, de 1871, a cultura poderia ser definida como todo aquele conjunto de conhecimentos, que inclui crenças, arte, moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro de um grupo ou sociedade.
A origem da cultura
Segundo o antropólogo norte-americano, Leslie White, a capacidade de produzir cultura se dá quando o cérebro do homo-sapiens foi capaz de gerar símbolos, com significados próprios. 
A abordagem antropológica e as práticas etnográficas
A abordagem antropológica é caracterizada pela observação direta, por impregnação lenta e contínua dos grupos sociais estudados, com os quais são mantidas relações pessoais. 
A experiência da alteridade trouxe como consequência uma modificação a imagem que se tinha sobre si memo. (Laplantine, François. Aprender Antropologia
A cultura condiciona a visão de mundo do homem
Segundo Ruth Benedict, a cultura é como a lente, através da qual o homem vê o mundo. 
A diversidade cultural
Indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados. Isto se dá pelo seu modo de agir, suas roupas (ou pela ausência delas), os alimentos selecionados e, de um modo mais evidente, a partir das próprias diferenças linguísticas. 
O RELATIVISMO CULTURAL
“A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence (Laraia: 2005; pg. 87.)”
Etnocentrismo
O etnocentrismo é um fenômeno universal. Os indivíduos vêem o mundo através de sua cultura e têm a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. 
O equívoco das visões deterministas sobre a cultura
O determinismo biológico
Muitos ainda acreditam nas velhas, persistentes e incorretas teorias que atribuem capacidades inatas e específicas a determinadas raças.
Atualmente os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais (Laraia: 2005; pg.17). 
O determinismo geográfico
Pela lógica do determinismo geográfico as forças do mundo natural agiriam de modo mecânico e determinante sobre as sociedades humanas.
Na verdade esta visão é equivocada, na medida em que as diferentes culturas humanas são influenciadas, mas não determinadas de modo absoluto pelo meio físico.
As relações entre natureza e cultura
A cultura é condicionada, mas não sobredeterminada por seu meio. Assim, o habitat se define ao ser habitado; e esse habitar cria hábitos e define sentidos existenciais que conduzem a coevolução das culturas com seu meio, através das formas de apropriação de seu meio ambiente. (Leff, Enrique. Saber Ambiental, pg. 283)
A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO E AS QUESTÕES BÁSICAS DA CIÊNCIA POLÍTICA
 
 Thomas Hobbes (1588-1679) - foi um filósofo inglês, que em 1651 publica sua principal obra denominada O Leviatã. Neste trabalho o autor afirma que a sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem se render, mesmo com prejuízo de sua liberdade individual. Isto seria necessário para que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa do bem comum. Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembléia, deveria ser o Leviatã, que possuiria uma autoridade inquestionável.
John Locke (1632-1704)- pode ser considerado o precursor do liberalismo político. Em suas obras são feitas críticas a teoria do direito divino dos reis, ao princípio da afirmação com base na autoridade inata. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as leis natural e civil. Ele também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas idéias forte oposição da Igreja Católica.
Charles de Montesquieu(1689-1755)- era nobre de origem e teve como sua principal obra um trabalho intitulado O espírito das leis. Nele o autor desenvolvia a teoria da separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um destes poderes deveria agir de forma a limitar a força dos demais.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)-Considerando as desigualdades sociais um fato lastimável, Rousseau tenta responder a questão do que compele um homem a obedecer a outro homem ou por que direito um homem exerce autoridade sobre outro. Ele concluiu que somente um contrato tácito e livremente aceito por todos permite cada um "ligar-se a todos enquanto retendo sua vontade livre". A liberdade está inerente na lei livremente aceita. "Seguir o impulso de alguém é escravidão, mas obedecer uma lei auto-imposta é liberdade".
 O "Contrato social", ao considerar que todos os homens nascem livres e iguais, encara o Estado como o resultado de um contrato no qual os indivíduos não renunciam a seus direitos naturais, mas ao contrário entram em acordo para a proteção desses direitos, cabendo ao estado o exercício desta tarefa.
 AS FORMAS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA PARA MAX WEBER
A história humana, segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente de racionalização das relações sociais. O agir em sociedade pressupõe determinadas normas, que se enraízam, institucionalizam e em seguida assumem a forma de leis.
Para explicar este movimento Weber constrói novamente uma tipologia, num sentido ideal, destinada analisar as diferentes formas de dominação legítima. 
A DOMINAÇÃO TRADICIONAL
Baseada nas tradições e mais diretamente relacionadas às monarquias absolutistas do período conhecido como Idade Moderna. 
A DOMINAÇÃO carismática
Nestes casos a legitimidade se baseia no carisma do líder. Esta forma de dominação se apresenta, geralmente, em períodos de ruptura institucional. 
A DOMINAÇÃO RACIONAL LEGAL
Relacionada ao Estado de Direito e a presença de uma burocracia em termos administrativos, cujo princípio de legitimidade se baseia na racionalidade e nas disposições legais. 
O contexto histórico da formação da Antropologia e da Sociologia
A CIÊNCIA
A sociedade ocidental produziu uma forma específica de explicar o mundo, chamada de ciência, ou seja, uma forma racional, objetiva, sistemática, metódica e refutável de formulação das leis que regem os fenômenos.
As condições históricas para o desenvolvimento do pensamento científico e para o surgimento da Sociologia.
O racionalismo e a Revolução Científica do século XVII 
Francis Bacon – 1561 a 1626
René Descartes – 1596 a 1650
Galileu Galilei - 1564 a 1642
Isaac Newton – 1643 a 1727
Os movimentos revolucionários do século XVIII
O iluminismo
Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica do mundo, que predominava na Europa desde o período medieval. O próprio homem deveria passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.  
A Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, em 1789,alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime, marcado pela autoridade da nobreza e do clero. Foi influenciada pelos ideais do iluminismo e pela independência americana. No mundo ocidental marca o início da chamada idade contemporânea.
A Revolução Industrial teve inicio na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ela marca o início da mecanização dos sistemas de produção, que consistiu na substituição da energia humana pela energia motriz no processo de fabricação de mercadorias.
O POSITIVISMO 
Auguste Comte (1798-1857)
 A Lei dos Três Estados:
 Teológico Metafísico Positivo 
As bases da teoria positivista 
A teoria positivista pode ser considerada como um tipo de cientificismo, que tenta explicar e compreender a sociedade humana, como se suas leis fossem derivadas das chamadas ciências naturais. Por esta razão, Comte também definia a nova disciplina como Física Social. 
O filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903) foi o principal representante do evolucionismo nas ciências humanas. Ele especulava sobre a existência de regras evolucionistas na natureza antes de seu compatriota, o naturalista Charles Darwin, que foi o autor da teoria da evolução das espécies. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto", muitas vezes atribuída a Darwin. Os princípios do darwinismo social foram construídos a partir da obra de Spencer.
Charles Darwin (1809-1892) foi um naturalista britânico que alcançou destaque no meio acadêmico ao desenvolver a teoria da evolução da vida na Terra. Em seu livro publicado em 1859, A Origem das Espécies ele introduziu a ideia de evolução a partir de um processo de seleção natural. Este princípio se tornaria a explicação científica dominante para a diversidade das espécies no mundo natural.
A INFLUÊNCIA POSITIVISTA
Bastante influenciado pelo positivismo e pela lógica cientificista do século XIX, Émile Durkheim imaginava a existência de um “reino moral” ou “reino social”. Este reino moral seria o espaço no qual se processariam as representações coletivas. Tanto Durkheim quanto Karl Marx imaginavam ser possível descobrir o que poderia ser definido como “as leis naturais” da sociedade humana. 
O CONCEITO DE FATO SOCIAL
Em As Regras do Método Sociológico, Durkheim afirma que o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais. Eles seriam aqueles modos de agir, pensar e sentir que exercem sobre os indivíduos uma coerção externa e que possuem existência própria. Para este autor os fatos sociais deveriam ser percebidos como coisas.
O FATO SOCIAL PATOLÓGICO
É todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva de uma determinada sociedade. Nestes casos eles engendram conflito ao invés de solidariedade, colocando em risco o consenso e representando uma espécie de estado “mórbido” para a sociedade.
AS CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS
Exterioridade: os fatos sociais agem sobre os indivíduos independentemente de suas vontades particulares. São maneiras de pensar, de agir e sentir que existem fora das consciências individuais.
Poder de coerção: para que o fato seja considerado social, deve também exercer algum poder de coerção sobre os indivíduos.
Generalidade: todo fato social necessariamente possui um caráter de generalidade, ou seja, precisa ser percebido de modo coletivo
A CONSCIÊNCIA COLETIVA 
É o modo como a sociedade vê a si mesma e as demais, através de suas lendas, mitos, concepções religiosas, crenças morais etc... Em outras palavras, seria o sistema de representações coletivas presente em determinada sociedade.
O MÉTODO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA 
Segundo Durkheim,o pesquisador deve assumir uma postura de distanciamento e neutralidade em relação aos fatos estudados, ou seja, deve abandonar as suas pré-noções. Estes, por sua vez, devem ser medidos e observados de forma objetiva. “Os fatos sociais devem ser encarados como coisas.”
AS FORMAS DE SOLIDARIEDADE OU DE COOPERAÇÃO SOCIAL 
Segundo Durkheim, o meio moral em determinada sociedade é produzido pela cooperação entre os indivíduos, por meio de um processo de interação que ele definiu como a divisão do trabalho social. Neste sentido haveriam duas formas básicas de se construir esta cooperação ou solidariedade, que seriam a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. 
A SOLIDARIEDADE MECÂNICA 
Predomina nas sociedades pré-capitalistas. A união do grupo se dá com base na idéia de identidade entre os indivíduos, manifestada através de costumes, religião, laços de família. É forte, neste contexto, a consciência coletiva. 
A SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
Típica das sociedades capitalistas, nas quais a união do grupo se dá com base na interdependência entre os indivíduos. Esta, por sua vez, está ligada ao aumento da divisão do trabalho social,com a conseqüente especialização de funções. Neste contexto é mais fraca a consciência coletiva, com maior autonomia dos indivíduos. 
 O CONCEITO DE ANOMIA
Segundo Durkheim uma situação de anomia pode ser identificada toda vez que as relações sociais, assim como a divisão do trabalho, engendram conflito ao invés de solidariedade. Isto acontece quando deixa de existir correspondência entre as regras jurídicas e morais estabelecidas e as condições geradas pelas transformações das relações sociais, presentes em determinada sociedade.
O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior aos indivíduos. Ao contrário ela seria o resultado de uma imensa rede de relações entre os seus membros. Para analisar esta rede de interações não basta observá-la de modo distante, é necessário se aproximar, interagir e partir daí assimilar os diferentes tipos de racionalidade que motivam as relações sociais existentes. 
Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dos indivíduos, que se relacionam com os demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana. Neste sentido, para Weber a sociologia seria uma ciência compreensiva.
O CONCEITO DE AÇÃO SOCIAL 
A base da sociologia weberiana pode ser estruturada a partir do conceito de ação social, que segundo Weber seria todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado. 
 AS RELAÇÕES SOCIAIS 
São estabelecidas quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente, de acordo com certas expectativas que possuem do outro.
(Quintaneiro, Tania et al. Um toque de clássicos. Ed. UFMG).
A RUPTURA COM O CIENTIFICISMO 
Weber rompe de forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas obras de pensadores do século XIX. Em sua opinião as ciências sociais, que ele define como ciências da cultura, são disciplinas cujas diretrizes metodológicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo ponto de vista do investigador.
O CONCEITO DE TIPO IDEAL 
Para Weber, os tipos ideais, ou tipos puros, seriam instrumentos ou conceitos criados pelo cientista social, para a análise da sociedade por meio de um princípio de comparação. Todo conceito seleciona alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros.
ALGUNS TIPOS IDEAIS DE AÇÃO SOCIAL
Ação social racional com relação a fins 
São aquelas cujo sentido subjetivo envolve os meios adequados para se atingir determinados objetivos, previamente estabelecidos. Ex.: uma pesquisa científica, um projeto econômico, fazer um curso de graduação etc... 
Ação social racional com relação a valores 
São aquelas cujo princípio racional se caracteriza pela tentativa de influenciar outros indivíduos sobre a afirmação de determinados valores. Ex.: participar de uma manifestação em defesa da natureza ou em prol dos direitos humanos, ou entrar para a universidade porque a família considera este um ponto importante. 
Ação social afetiva 
São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em questão. Ex.: ações motivas por ciúme, cólera, paixão etc...
Ação social afetiva 
São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em questão. Ex.: ações motivas por ciúme, cólera, paixão etc...
Ação social racional com relação ao regular ou ação social tradicional
São aquelas cujo sentido subjetivo se constrói com vistas à observação de costumes ou tradições. Ex.: o casamento religioso, ou o batismo dos filhos em determinada igreja, para quem não é praticante daquela crença. Ir para a universidade porque todos na família assim o fizeram etc...
A SOCIOLOGIA DE KARL MARX
Friedrich Engels (1820-1895) Com a participação de seu amigo e colaborador Friedrich Engels, Marx tinha, como objeto de sua pesquisa, a sociedade capitalista do século XIX. 
A obra de Marx também teve influência sobre a construção do primeiro regime socialista a ser instituído na história recente da humanidade. Esta experiência se daria na Rússia, em 1917, ano em que o partido bolchevique, liderado por Lênin, no comando de um movimento revolucionário instituiria naquele país um projeto socialista de inspiração marxista.
A partir daí, a Rússia passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, ou como se costumava dizer ao nível do senso comum, União Soviética.
A dialética é uma corrente filosófica, que tem sua origem na filosofia grega, com Heráclito de Éfeso e se estrutura afirmando a contradição como a própria substância da realidade. Esta se superaria num processo incessante de negação, conservação e síntese. Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar as contradições constitutivas da vida social que resultam na negação de uma determinada ordem.
A DIALÉTICA DE HEGEL
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) é considerado um dos principais representantes do idealismo alemão. Para Hegel, o movimento do pensamento, que ele encarna com o nome de idéia, é o criador da realidade. Esta não seria mais do que a manifestação objetiva e concreta das idéias.
O MATERIALISMO DIALÉTICO
Para Marx, ao contrário, o movimento do pensamento é o reflexo do movimento real, transportado para a mente do homem. A partir daí, passaria a se desenvolver um movimento de interação e transformação recíprocos entre o pensamento e a realidade material. 
O MATERIALISMO HISTÓRICO
O método de abordagem da vida social, elaborado por Marx, foi chamado posteriormente de Materialismo Histórico. De acordo com tal concepção, as relações materiais que os homens estabelecem entre si, o modo como produzem os seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações.
“As formas como os indivíduos manifestam a sua vida refletem muito exatamente aquilo que são. O que são coincide, portanto, com sua produção, isto é, tanto com aquilo que produzem como com a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende, por conseguinte, das condições materiais de sua produção (Marx, Karl. A Ideologia Alemã, pg.19).”
OS MODOS DE PRODUÇÃO
Entende-se por modo de produção a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material, isto é, os bens de que necessitam para viver. Na história podemos distinguir alguns modos de produção como o escravismo na antiguidade, o feudalismo, o capitalismo e o socialismo. Os modos de produção de uma sociedade dependem do estágio das forças produtivas e do desenvolvimento das relações de produção.
FORÇAS PRODUTIVAS
O conceito de forças produtivas refere-se aos instrumentos e habilidades utilizados na produção material, possibilitando o controle da natureza. Seu desenvolvimento é cumulativo.
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
A idéia de relações sociais de produção implica em diferentes formas de organização da produção, da distribuição, da posse e da propriedade dos meios de produção; bem como as suas garantias legais, constituindo-se dessa forma no substrato para a estruturação das classes sociais. De forma sintética, seriam as relações estabelecidas pelos indivíduos entre si e com o grupo, para a organização do trabalho social.
A LUTA DE CLASSES
A presença de diferentes classes sociais nos diversos modos de produção, com interesses muitas vezes antagônicos, levou Marx a considerar a luta de classes como o fator de motivação das transformações da história humana. No capitalismo a duas classes predominantes são a burguesia e o proletariado.
Na sociedade capitalista, segundo Marx, este antagonismo de classes se daria entre
 Burguesia X Proletariado
Para Marx, esta “luta de classes seria o motor da história”. Este modo de pensar a sociedade representaria a base do materialismo histórico, que corresponde a aplicaçãoda dialética materialista ao estudo da história humana. 
A IDEOLOGIA
[Para a teoria marxista a ideologia seria] “o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural”.
(Chauí, Marilena. O que é ideologia, São Paulo, Ed. Brasiliense, pg. 81). 
A ALIENAÇÃO
O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação. 
A atualidade das Ciências Sociais na compreensão da sociedade contemporânea: globalização, desigualdades e exclusão social
 A GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
A globalização pode assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa.
(Giddens, Anthony. As consequências da modernidade, pg. 69.)
 A economia globalizada 
A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. (Ianni, Octavio. Globalização e a nova ordem internacional, pg. 207)
As identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”?
 Globalizar é homogeneizar? 
É claro que a globalização não tem nada a ver com homogeneização. Esse é um universo de diversidades, desigualdades, tensões e antagonismos,simultaneamente às articulações, associações e integrações regionais, transnacionais, e globais.
(Idem, pg. 220)
 O global e o regional 
Ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há também uma fascinação com a diferença com a mercantilização da etnia e da alteridade.
(Hall, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade, pg. 77)
 Para além do estado nação 
Se considerarmos as diversas maneiras pelas quais a globalização incorpora diferentes nações, e diferentes setores dentro de cada nação, sua relação com as culturas locais e regionais não pode ser pensada como se aquela procurasse homogeneizá-las. Muitas diferenças nacionais persistem c/ a transnacionalização.(Canclini, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos, pg. 34).
 A SOCIEDADE EM REDE 
As redes sociais constituem a nova morfologia da nossa sociedade e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancia a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiencia, poder e cultura. (Castells, Manuel, A sociedade em rede, vol.1, pg.112)
 UMA SOCIEDADE DE CONSUMIDORES
Os consumidores são primeiro e acima de tudo acumuladores de sensações. O desejo não deseja satisfação. Ao contrário, o desejo deseja o desejo. (Bauman, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed. pg. 91) 
 DESIGULADADE E EXCLUSÃO
O mundo unificado é um mundo dividido. O modelo da industrialização capitalista visivelmente não é universálizável. Ele possui um lado ordeiro no norte e um lado caótico no sul. (Altvater, Elmar. O preço da riqueza, São Paulo, Ed. UNESP, 1995, pg. 25) 
Os limites ambientais para o desenvolvimento industrial 
O moderno sistema industrial capitalista depende de recursos naturais numa dimensão desconhecida a qualquer outro sistema social na história da humanidade, liberando emissões tóxicas no ar, nas águas e nos solos e portanto, também na biosfera.
(Altvater, Elmar. O preço da riqueza, São Paulo, Ed. UNESP, 1995, pg. 29) 
A atualidade das Ciências Sociais na compreensão da sociedade contemporânea: novos padrões morais e culturais
 O conceito de grupo étnico 
Grupos étnicos podem ser definidos como grupos de pessoas que possuem semelhanças biológicas e culturais.
 Reconfigurações identitárias 
O ser indígena no Brasil contemporâneo.
 O modelo tradicional de família 
O antropólogo Claude Lévi-Strauss define a família como uma união mais ou menos duradoura, socialmente aprovada, entre um homem, uma mulher e seus filhos. Segundo o autor, este modelo estaria presente num grande número de sociedades.
 O movimento feminista 
O denominador comum das lutas feministas foi o questionamento da divisão tradiocional dos papéis sociais. A mulher, tradicionalmente, cabia o espaço da casa, da vida privada, enquanto ao homem era garantido o domínio sobre o espaço público.
 A casa e a rua 
Para Roberto da Matta a casa “não se trata de um lugar físico, mas de um lugar moral: esfera onde nos realizamos basicamente como seres humanos que têm um corpo físico e também uma dimensão moral e social

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