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Sustentabilidade - Aula 06 a 08

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Sustentabilidade
Aula 6: Legislação e políticas públicas
Ao final desta aula, você será capaz de:
Analisar a trajetória legal e das políticas públicas brasileiras.
Reconhecer as políticas relacionadas à gestão ambiental e à educação ambiental.
Introdução
Desde o princípio, o homem interage com o meio ambiente esforçando-se em descobrir as charadas da natureza. A condição rude do homem primitivo não o impediu de ser criativo para melhor viver. Os registros da pré-história revelam sua enorme capacidade organizativa e coordenação motora diferenciada. Fazendo uso desses talentos, no afã de evitar seu próprio aniquilamento ante a natureza selvagem, o homem conquistou o mundo (Pedro e Frangetto, 2009).
Segundo os mesmos autores, não se pode negar que a disputa homem versus natureza mostra, a princípio, instintiva atitude do ser inteligente em busca de um equilíbrio de forças com tudo que na imensidão o circunda.
A harmonia com o meio ambiente, porém, é obstruída pelo aumento do número de pessoas, bem como pelo consumo em larga escala dos recursos ambientais. Sem a administração desses recursos, é impossível tê-los acessíveis a todos.
Com isso surge as políticas públicas, que deveriam regular o uso desses recursos, necessários para a vida da sociedade, de forma justa e com igualdade. 
Será que é isso que observamos das políticas públicas atuais do Brasil?
Políticas públicas relacionadas ao meio ambiente
Antes de mais nada, para podermos nos situar nas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente vamos a alguns esclarecimentos conceituais:
Segundo Sorrentino et al. (2005), a palavra política origina-se do grego e significa limite. Dava-se o nome de  ao muro que delimitava a cidade do campo. só depois se passou a designar polis o que estava contido no interior dos limites do muro. O resgate desse significado, como limite, talvez nos ajude a entender o verdadeiro significado da política, que é a arte de definir os limites, ou seja, o que é o bem-comum (Gonçalves, 2002, p. 64).
Para Arendt (2000), a pluralidade é a “condição pela qual” (conditio per quam) da política, implica e tem por função a conciliação entre pluralidade e igualdade. Quando entendemos política a partir da origem do termo, como limite, não falamos de regulação sobre a sociedade, mas de uma regulação dialética sociedade-Estado que favoreça à pluralidade e a igualdade social e política.
Por seu turno, o ambientalismo coloca-nos a questão dos limites que as sociedades têm na sua relação com a natureza, com suas próprias naturezas como sociedades. Assim, resgatar a política é fundamental para que se estabeleça uma ética da sustentabilidade resultante das lutas ambientalistas (Sorrentino et al., 2005).
Munidos desses preceitos, entenderemos melhor o histórico das políticas públicas de meio ambiente em nosso país (não que a mesma seja justificável em seus erros e acertos, mas está hoje da forma como se apresenta por determinantes históricos).
Política ambiental
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava  com os problemas ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis e de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de dogma que impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização.
A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre havia outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças.
Nenhuma legislação explicitamente ambiental teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas suas origens, apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio.
Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política ambiental. A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século XX, praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como o início de uma política ambiental efetiva (Barbieri, 2010).
Evolução da política ambiental
Código de Caça. 
Código Florestal. 
Código de Minas. 
Código de Águas.
Outras iniciativas governamentais importantes desse período foram: criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional. As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos sobre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros.
Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos em meados da década de 1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado. No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois. Até meados da década de 1970, a poluição industrial ainda era vista como um sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos.
Política de comando e controle
Enquanto as mudanças ocorriam no Brasil, no mundo iniciava-se uma política de comando e controle (Command and Control Policy), que assumiu duas características muito definidas, segundo Lustosa, Cánepa e Young (2003):
A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão de emissão.
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado.
Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça.
Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores.
Política ambiental no mundo
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle.
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente.
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e Young (2003).
O Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um mau desenvolvimento, em razão da ausência de preocupaçõescom o meio ambiente e a distribuição de renda.
Porém, os estragos ambientais mais do que evidentes e a colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e diversos estados criaram sua agências ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São Paulo e a Feema no Estado do Rio de Janeiro (Barbieri, 2010).
Política ambiental no Brasil
O mesmo autor também mostra que, em matéria ambiental, o Brasil também seguiu uma tendência observada em outros países. Onde os problemas ambientais são percebidos e tratados de modo isolado e localizado, repartindo o meio ambiente em solo, ar e água, e mantendo a divisão dos recursos naturais: água, florestas, recursos minerais e outros. Só no início da década de 1980 é que passariam a ser considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados mediante políticas integradas.
A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo:
Decreto-lei 1.413 de 14/8/1975 sobre medidas de prevenção da poluição industrial.
Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com atividades nucleares.
Lei 6.567 de 24/9/1978 sobre regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 6.902 de 27/04/1981 sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental.
Foi com o advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente.
Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira.
Embora tenha sido editada no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 2009).
Políticas públicas de educação ambiental
Para compreendermos as políticas públicas de educação ambiental, vamos ler o texto de Sorrentino et al. (2005), que fala sobre “A questão da educação ambiental como política pública”.
Com esse texto, podemos perceber a discussão da educação ambiental nas políticas públicas no Brasil, que ainda está em fase de amadurecimento e também é muito polêmica.
Segundo Ferreira (apud Tavolaro, 1999) "As políticas públicas estão hoje a meio caminho entre um discurso atualizado e um comportamento social bastante predatório: por um lado, as políticas públicas têm contribuído para o estabelecimento de um sistema de proteção ambiental no país; mas, por outro, o poder público é incapaz de fazer cumprir aos indivíduos e às empresas uma proporção importante da legislação ambiental" (p. 107).
Tal quadro parece repetir-se no momento em que descemos ao nível estadual. A mesma autora coloca que a implementação dessas políticas restringiu-se ao caráter preservacionista da questão, além das agências estaduais de meio ambiente atuarem de forma marginal, com poucos recursos, e desconectadas das demais políticas.
Vista desse ângulo, por que apostar tantas fichas na internalização da questão ambiental pelas políticas públicas municipais no caso brasileiro?
Temos que ter em mente que: “a sociedade não é o lugar da harmonia, mas, de conflitos e de confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores, etc.).” A diversidade de opções ambientalistas resulta numa certa conflituosidade que necessariamente conduz ao campo político da negociação dos valores e interesses na condução democrática de políticas públicas, tornando o processo de gestão ambiental inequivocamente participativo (Quintas, 2000 apudLayrargues, 2003).
Aula 7: Sustentabilidade
Ao final desta aula, você será capaz de:
Reconhecer conceitos e aspectos da Sustentabilidade. 
Analisar seus objetivos na sociedade atual.
Introdução
Algumas pessoas acreditam que temos a responsabilidade ética de não degradar os ecossistemas, a biodiversidade e a biosfera para todas as formas de vida, assim como acreditam que qualquer visão do mundo centrada no ser humano falhará no final, pois ela assume, de forma errada, que agora temos ou podemos ter conhecimento suficiente para nos tornarmos gerentes ou administradores efetivos da Terra (Miller Junior, 2007).
O mesmo autor afirma que esses críticos, apontam que não sabemos como muitas espécies vivem na Terra, muito menos quais são seus papéis, como interagem umas com as outras e como é seu ambiente não vivo. Temos apenas uma suspeita do que acontece em um punhado de solo, em uma campina ou em qualquer outra parte da Terra.
A partir dessa informação, surge uma questão: Se não conhecemos o suficiente a Terra e nem temos a capacidade de reproduzir esse grande sistema, por que, então, a estamos  destruindo (mesmo sabendo que ela é um recurso esgotável)?
Visões de mundo
Antes de entrarmos nos conceitos e objetivos da sustentabilidade, tal qual ela o é, vamos continuar lendo o texto de Miller Junior (2007) para podermos entender melhor as explicações da aula:
Alguns críticos acreditam que as visões de mundo ambientais centradas no ser humano deveriam ser expandidas para reconhecer o valor intrínseco ou inerente de todas as formas de vida, independentemente de seu uso potencial ou real para os seres humanos. A maioria das pessoas que têm essa visão de mundo acredita que temos responsabilidade ética de evitar a extinção prematura de espécies por meio de nossas atividades por três razões.
1º Cada espécie é depósito único de informações genéticas e deveria ser respeitada e protegida simplesmente porque existe (valor intrínseco). 
2º Cada espécie é um bem econômico potencial para uso humano (valor instrumental). 
3º Populações de espécies são capazes, por meio da evolução e da especiação, de se adaptar às mudanças das condições ambientais.
Alguns acreditam que devemos ir além de focar nas espécies. De acordo com essas pessoas, temos responsabilidade ética de não degradar os ecossistemas, a biodiversidade e a biosfera para esta e para as futuras gerações de seres humanos e de outras espécies.  Essa visão de mundo ecocêntrica é dedicada à preservação da biodiversidade e do funcionamento de sistemas de suporte à vida para todas as vidas.
Uma das visões de mundo centradas na Terra é chamada visão de mundo de sabedoria ambiental. Em muitos aspectos, ela é o oposto da visão de mundo de gestão planetária. 
De acordo com essa visão de mundo, somos parte – não estamos isolados – da comunidade de vida e dos processos ecológicos que sustentam todas as formas vivas.
	Manejo Planetário
	Gerenciamento
	Sabedoria Ambiental
	Nós estamos afastados do restante da natureza e podemos utilizá-la para satisfazer nossas necessidades e desejos crescentes.
	Temos responsabilidade ética de sermos os gerentes ou administradores cuidadosos da Terra.
	Nós somos uma parte da natureza e dependemos dela; a natureza existe para todas as espécies.
	Por causa de nossa inventividade e tecnologia não haverá falta de recursos.
	Provavelmente não ficaremos sem recursos, mas eles não devem ser desperdiçados
	Os recursos são limitados, não deveriam ser desperdiçados e não são exclusividade nossa.
	O potencial para o crescimento econômico é ilimitado.
	Deveríamos encorajar formas benéficas de crescimento econômico e desencorajar as formas prejudiciais ao meio ambiente.
	Deveríamos encorajar formas sustentáveis de crescimento econômico e desencorajar as formas degradantes.
	Nosso sucesso depende de quão bem utilizaremos ossistemas de suporte à vida principalmente em nosso benefício.
	Nosso sucesso depende de quão bem utilizaremos os sistemas de manutenção da vida em nosso benefício e do restante da natureza.
	Nosso sucesso depende de aprender como a natureza se sustenta e integrar essas lições ao nosso modo de pensar.
Agora ficou mais claro como podemos ter visões de mundo diferentes. Nosso desafio é tentarmos focar naquela que se reverta em benefício conjunto: Terra, homem e outras formas de vida.
Mas, e as definições de sustentabilidade, o que é afinal sustentabilidade? 
Miller Junior (2007), coloca que sustentabilidade é a capacidade dos diversos sistemas da Terra, incluindo as economias e sistemas culturais humanos, de sobreviverem e se adaptarem às condições ambientais em mudança. 
Segundo o mesmo autor, a primeira etapa é conservar o capital natural da Terra – os recursos e serviços naturais que mantêm a nossa e outras espécies vivas e que dão suporte às nossas economias.
Renda natural
O primeiro passo em direção à sustentabilidade é entender os componentes e a importância do capital natural e da renda natural ou biológica que ela fornece.
Para os economistas, capital é a riqueza para sustentar uma empresa e gerar mais riqueza. O capital financeiro pode gerar renda financeira. Por exemplo, suponha que você invista R$ 10.000,00 e obtenha 10% de retorno sobre o valor aplicado ao ano. Em um ano você terá R$ 1.000,00 de rendimento e aumentará seu capital para R$ 11.000,00.
Por analogia, os recursos renováveis que compõem parte do capital natural da Terra, podem nos fornecer uma renda biológica indefinidamente renovável, desde que não usemos esses recursos mais rápido do que a natureza o renova. Por exemplo, os serviços naturais, como a reciclagem de nutrientes e o controle do clima (incluindo a precipitação), renovam os recursos naturais, como a superfície do solo e os depósitos de água subterrâneos (aquíferos). A sustentabilidade significa sobreviver com essa renda biológica sem exaurir ou degradar o capital natural que a fornece (Miller Junior, 2007).
Sustentabilidade na sociedade atual
Vamos ler agora, o texto modificado de Reis, Fadigas e Carvalho (2009) para entendermos os objetivos da sustentabilidade na sociedade atual:
Desde as primeiras discussões relacionadas ao meio ambiente, nas quais é possível ressaltar o papel coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU), vários acordos ambientais têm sido negociados e inúmeros fóruns de discussão criados com o objetivo de repensar o modelo economicista adotado para o desenvolvimento e de conter o encaminhamento para a exaustão dos recursos naturais.
Embora ocorram grandes discussões, a implementação de ações objetivas tem sido muito lenta, em grande parte devido à complexidade do cenário multifacetado das nações, ao desequilíbrio da organização institucional do mundo e aos interesses políticos e econômicos específicos.
É percebido, que nos últimos 20 anos, a agenda ambiental internacional e a busca pela sustentabilidade têm evoluído tanto no sentido de implementar  os acordos já assinados, como no sentido de encontrar formas de proteger outros recursos naturais essenciais como, por exemplo, mananciais de água. Muito trabalho tem sido feito principalmente em nível político e científico. No setor econômico nota-se ainda cautela no sentido de adotar formas de produção sustentáveis, mas muitas empresas e setores já se posicionaram progressivamente nesse sentido.
Muitas companhias internacionais não mais ignoram o fato de que padrões de sustentabilidade irão afetar mais e mais os padrões de consumo da sociedade e as formas de produção e de relação com os consumidores que dominarão o século XXI, sendo, portanto, condicionantes significativos de competitividade.
Para que se alcancem os objetivos de sustentabilidade é importante que o trabalho iniciado prossiga em diversas frentes, em âmbito global e local, com a modificação dos sistemas produtivos e das práticas de uso dos recursos naturais.
Para a pesquisadora Elisete Batista da Silva Medeiros, o objetivo da sustentabilidade é colocado sob forma de três restrições que vêm enquadrar a função utilidade intertemporal:
Os recursos naturais devem ser extraídos procurando fazer a substituição por recursos equivalentes.
A exploração dos recursos renováveis deve ser feita respeitando a sua renovação.
A emissão de rejeitos deve ser compatível com a capacidade de assimilação do ambiente.  
Segundo a mesma autora, o fator determinante da sustentabilidade é a rede de relações entre cinco componentes que configuram um determinado modelo de ocupação territorial, a partir de então pode se propor que a sustentabilidade depende das inter-relações entre seu/sua: população, referente a seu tamanho, sua composição e dinâmica demográfica; organização social, referente aos padrões de produção e de resolução de conflitos, e estratificação social; entorno, refere-se ao ambiente físico e construído, processos ambientais, recursos naturais; tecnologia, no que tange à inovação, ao progresso técnico, ao uso de energia; aspirações sociais, quanto aos padrões de consumo, os valores e a cultura.
Novo estilo de desenvolvimento
Quando o ser humano constitui a razão de ser do processo de desenvolvimento significa defender com razões e argumentos um novo estilo de desenvolvimento que seja:
Ambientalmente sustentável no acesso e no uso de recursos naturais conjuntamente com a preservação da biodiversidade. 
Socialmente sustentável na redução da pobreza e das desigualdades sociais e promovendo a justiça e a equidade.
Culturalmente sustentável na conservação de valores, práticas e símbolos de identidade.
Politicamente sustentável ao aprofundar a democracia e garantir o acesso e a participação efetiva da população no processo de decisão de ordem pública, ainda segundo Medeiros.   
Esse estilo é guiado por uma nova ética de desenvolvimento, ética essa na qual os objetivos econômicos do progresso estão subordinados às leis de funcionamento dos sistemas naturais e aos critérios de respeito e dignidade humana e de melhoria da qualidade de vida das pessoas.  
Essa interpretação reflete um paradigma de desenvolvimento. Além disso, a sustentabilidade do desenvolvimento é resultado da preservação da integridade dos processos naturais que garantem os fluxos de energia e de materiais na biosfera, e que se consiga preservar a biodiversidade do planeta (Medeiros, 2007).
Conclusão
Nós precisamos entender que a Terra não precisa que a manejemos para que ela avance, mas nós precisamos da Terra para sobreviver. Não podemos salvar o planeta porque ele não precisa ser salvo (Miller Junior, 2007).
O que precisamos salvar é a existência da nossa e de outras espécies que podem se tornar extintas por causa de nossas atividades, essa é a lição pregada pela sustentabilidade.  
Aula 8: Ações sustentáveis
Ao final desta aula, você será capaz de:
Analisar as questões relacionadas à sustentabilidade em relação às ações necessárias para a mudança do cenário atual. 
Reconhecer os benefícios trazidos por ela à sociedade.
Introdução
Desde o aparecimento da forma mais primitiva de vida na Terra, o planeta vem sofrendo alterações. Aquele pequeno e rudimentar ser unicelular que evoluiu no rico meio de cultura representado pela enorme massa líquida que hoje constitui os oceanos, ao encontrar condições favoráveis, por meio de um processo de divisão simples, multiplicou-se até dominar praticamente todo o meio hídrico. Tal processo, embora aparentemente simples, deu origem a uma cadeia de alterações no ambiente físico, químico e biológico, tornando-o cada vez mais adequado para organismos mais complexos que, por meio da seleção natural, sobreviveram ou desapareceram ao longo do processo evolutivo (Mucci, 2005).
Segundo o mesmo autor, se a própria evolução biológica é responsável por alterações consideráveis na estrutura do planeta, por que o aparecimento da espécie humana é considerado como o marco do início da degradaçãoambiental? 
O que tem o Homo sapiens sapiens que aparece nesse cenário há apenas alguns milhões de anos, no pleistoceno, de tão especial que, ao mesmo tempo que o torna apto a sobreviver em todas as regiões da Terra, faz dele o maior poluidor entre todos os seres vivos?
Vamos descobrir juntos?
Ações sustentáveis
Segundo Mucci (2005), as respostas dos questionamentos introdutórios estão no fato de que, sendo dotado de juízo, raciocínio e poder de abstração, o ser humano plasma o meio em que se encontra de modo a torná-lo adequado à sua sobrevivência. De fato, não há nos dias de hoje, regiões da Terra em que ele não possa habitar. Além do mais, é necessário considerar que, embora a taxa de crescimento populacional esteja virtualmente decrescendo em todos os lugares, em 1925 existiam apenas 2 bilhões de habitantes no mundo e estima-se que em 2025 a população mundial chegará a 10 bilhões.
Nota-se que a população mundial será aproximadamente duas vezes maior que a atual. Esse fato é preocupante, pois os seres vivos já consomem, no presente, algo em torno 40% do material orgânico produzido anualmente pela atividade fotossintética vegetal.
Desta forma, o atendimento das necessidades básicas de todo esse contingente humano atual e futuro exige e exigirá cada vez mais a utilização de recursos do meio ambiente, alterando a maior parte dos ecossistemas o que nos força a considerar a água, o ar e o solo não só como componentes da biosfera capazes de suportar uma determinada biota, mas, principalmente, como recursos que podem e devem ser explorados, respeitando-se sua capacidade de suporte e os aspectos culturais das regiões que ocupam.
Isto posto, os conceitos de sustentabilidade e crescimento econômico constituem temas emergentes. Uni-los é uma tarefa árdua para economistas, políticos, empresários, ecologistas e população, visto que a preocupação das elites que governam o país ou aqueles que estão à frente de grandes empresas com o meio ambiente é mínima ou nenhuma, inclusive falta conscientização por parte da população (Oliveira Neto, 2008).
Segundo ainda o mesmo autor, na atualidade o problema principal é que essas discussões parecem míopes, pois o conceito de sustentabilidade é muito mais abrangente do que apenas tratar do desmatamento, do derretimento das geleiras ou das fontes alternativas de energia, pois a produção de bens e serviços, o consumo e a qualidade ambiental estão hoje estreitamente ligados.
Cada vez mais, há a tendência à valorização e apreciação do meio ambiente como bem a integrar a produção e o consumo de bens e serviços (FUNIBER, 2009).
Segundo Granato e Oddone (2007 apud Funiber, 2009), ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Mas há a alternativa de o setor público incidir sobre o desenvolvimento da produção de bens e serviços ambientais a partir do estabelecimento de regulamentações para prevenção e combate à contaminação ou mediante incentivos à produção de tais bens e serviços.
Conforme Funiber (2009), tendo em conta que a sustentabilidade está especialmente relacionada ao consumo de bens ambientais capazes de satisfazer as necessidades das atuais gerações sem prejudicar o direito ao consumo e à satisfação de necessidades das gerações vindouras, cabe se perguntar como se traduzem em termos econômicos esta preocupação e, em particular, “os direitos das futuras gerações”.
É aqui que reside uma fundamental contraposição entre a economia ambiental e a denominada economia do bem-estar.
Para que possamos começar a pensar numa reversão de valores para que efetivamente façamos ações em prol da sustentabilidade, é necessário que indicadores nos forneçam informações do meio natural e socioeconômico para a análise, que deve ser sistemática e relevante, no planejamento de um sistema de gestão ambiental.
Um indicador é uma informação processada, geralmente de caráter quantitativo, que gera uma noção clara e acessível sobre um fenômeno complexo e sua evolução, de modo a dar uma ideia da situação em que ele se encontra, podendo-se estabelecer, então, qual a diferença existente entre seu estado em relação à ideal situação (Comissão Nacional de Meio Ambiente, 1999).
Por exemplo, no âmbito econômico, o PIB é um indicador de evolução da economia de um país, reunindo informação sobre processos produtivos, riqueza, empregos, etc.
Os indicadores são instrumentos auxiliares na avaliação e no acompanhamento de um projeto no decorrer do tempo. Por exemplo, indicam o grau de conservação de uma região, a qualidade ambiental de uma área urbana (FUNIBER, 2009).
A seguir, alguns indicadores muito úteis nos planos de ação da gestão do meio ambiente e dos espaços naturais em diversas escalas de gestão territorial, segundo FUNIBER (2009):
Programa de monitoramento de planos de ação específicos, que permitem o acompanhamento de um plano de proteção, de recuperação e de introdução de espécies da flora e fauna, de um plano de educação e de sensibilização ambiental e de outros planos de ação que façam parte dos planos de gestão. 
Neste caso são escolhidos os parâmetros de diversas índoles que detectem mudanças ocorridas, sistematiza-se o acompanhamento desses parâmetros, identificando-se as causas provocadoras da mudança, modificando-se e complementando-se assim as propostas de gestão.
Programas de acompanhamento biológico, que têm como principal objetivo o monitoramento do estado em que se encontram as populações de fauna e flora de uma determinada área natural, num período de tempo o mais dilatado possível, e sob uma metodologia padronizada. 
Mediante sua implementação pode-se manter atualizada uma base de dados (Sobre as mudanças na abundância dos seres vivos e as mudanças na estrutura e na composição das populações.) para identificar alterações nos parâmetros estudados, e determinar em que fase do ciclo vital das espécies de organismos vivos estudados ocorrem as mudanças.
Programas de acompanhamento socioeconômico, que visam o monitoramento das características apresentadas pela população humana na área natural, ou em suas proximidades, num dilatado período de tempo e sob uma metodologia padronizada. 
Contemplam o acompanhamento de parâmetros relacionados com a situação socioeconômica da população, com a mudança de usos do solo e com o aproveitamento de recursos naturais (atividades cinergéticas, piscícolas, de coleta, de lazer e de visita, entre tantas outras).
Programas de controle de impacto que buscam como objetivo destacar mudanças de parâmetros biológicos e ambientais, produzidos geralmente por problemas de origem ou indução humana em escala global (diminuição do ozônio na estratosfera, chuva ácida) e em âmbito local e regional (contaminação de um rio, erosão de uma bacia hidrológica, etc). 
São também úteis na gestão de espaços naturais, mas apresentam maior importância em nível suprarregional, ajudando na coordenação de políticas e de planos de gestão em âmbito nacional e internacional.
O uso de indicadores como instrumentos para a gestão e para a tomada de decisões políticas é uma prática habitual em setores como o da economia, da sociologia, da educação, etc. No terreno ambiental e no âmbito dos países da União Europeia, o desenvolvimento de planos nacionais de política ambiental teve início nos anos 80, momento em que surgiu a necessidade de se por em prática a utilização de instrumentos que avaliassem a situação do meio ambiente (Funiber, 2009).
Segundo ainda o mesmo autor, a história do desenvolvimento de indicadores ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural e Desenvolvimento, quando se produziu um consenso geral a respeito da necessidade de avançar para a implementação da sustentabilidade.
Para presenciarmos os benefícios que a sustentabilidade pode trazer para a nossa vida, temos que praticar a vida de forma mais sustentável.
Para entender melhor isso, vamos ler o texto deMiller Junior (2007):
“É preciso haver cidadãos e líderes alfabetizados no aspecto ambiental para construir sociedades sustentáveis e justas. A maioria dos ambientalistas acredita que aprender a viver de maneira mais sustentável requer educação ambiental”.
Eles citam os principais objetivos da educação ambiental ou alfabetização ecológica:
Desenvolver o respeito ou reverência a todas as formas de vida.
Entender o máximo possível sobre como a Terra funciona e se sustenta e usar esse conhecimento para guiar nossas vidas, comunidades e sociedades.
Buscar conexões dentro da biosfera e entre ela e nossas ações.
Usar as habilidades de raciocínio crítico para perseguir a sabedoria ambiental em vez de sermos recipientes repletas de informações ambientais.
Compreender e avaliar nossa visão de mundo ambiental e entendê-la como um processo de longa duração.
Aprender e avaliar as consequências benéficas e maléficas para a Terra de nossas escolhas de estilo de vida e profissão, hoje e no futuro.
Fomentar o desejo de fazer do mundo um lugar melhor e agir para tanto.
Eles citam os principais objetivos da educação ambiental ou alfabetização ecológica:
Segundo o educador ambiental, Mitchell Thomashow, quatro perguntas básicas estão no âmago da alfabetização ambiental.
Primeira, de onde vêm as coisas que consumo? 
Segunda, o que sei sobre o lugar onde vivo?
Terceira, o quanto estou preocupado com a Terra e com outros seres vivos? 
Quarta, qual o meu propósito e minha responsabilidade como ser humano? 
A maneira como respondemos a essas quatro perguntas determina nossa identidade ecológica. Quais são suas respostas?   
Além do aprendizado formal, precisamos aprender com o contato direto com a natureza.
Temos que ter um senso de reverência, admiração, mistério e humildade ao ficarmos sob as estrelas, sentados no meio de uma floresta ou observando a majestade e o poder do oceano, pois isso é o que realmente temos na vida.
Pense que bens materiais não são eternos e que pessoas não são passíveis de posse.
Já a natureza, faz parte de nossa vida e do que somos como seres vivos.....

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