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Storybrand Prof.ª Natália Gabrich de Oliveira Descrição O desenvolvimento do roteiro de marca e seu diferencial em um mercado competitivo. Propósito Entender o novo formato de propaganda e marketing para a sociedade atual por meio da técnica de storybrand, a qual visa facilitar a comunicação com cliente, construindo e deixando claro o propósito da marca para seus consumidores. Objetivos Módulo 1 Storytelling: definição e estrutura Reconhecer o conceito de storytelling e seus termos, com foco na construção de Módulo 2 O que é uma história de marca: o cliente como o herói narrativas atraentes e instigantes. Identificar a importância das histórias como transmissoras de conhecimento. Módulo 3 Golden Circle e o Método dos 7 Passos do Storybrand Reconhecer cada um dos sete passos para a criação de um roteiro de marca. Módulo 4 O roteiro storybrand: redigindo uma narrativa de marca Empregar o roteiro de storybrand de forma eficiente em uma marca e redigir uma narrativa corretamente. Introdução O conceito de marca deve estar cada vez mais próximo da sociedade e de seus clientes, gerando vínculos mais sólidos. Para tanto, neste estudo, abordaremos a importância das histórias na sociedade e o cliente como herói da história da marca. Por fim, iremos compreender os passos para a construção de um storybrand – um roteiro de marca – de forma eficiente, atendendo aos objetivos da empresa e explorando seu propósito como diferencial. 1 - Storytelling: definição e estrutura No fim deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de storytelling e seus termos, com foco na construção de narrativas atraentes e instigantes. Ligando os pontos Sabendo da importância das narrativas na vida de seus consumidores, a marca britânica de cartões de crédito Barclaycard produziu em 2019 um dos melhores exemplos de storytelling: a campanha audiovisual na qual um casal procura o seu “lugar feliz” ou “espaço de conforto” no mundo, cada uma à sua própria perspectiva. Para dar vazão à história multifacetada, a Barclaycard criou dois filmes contados a partir de dois pontos de vista diferentes. A ideia era mostrar como um casal acaba “suportando” as manias e desejos um do outro por meio do amor. Assim, o primeiro vídeo acontece em uma partida de luta livre, onde um casal demonstra experiências diametralmente opostas sobre o evento. Logo, é possível ver que a mulher é claramente uma grande fã de wrestling, mas seu parceiro, ao contrário, nitidamente deseja poder estar em outro lugar, em seu "lugar feliz": um festival de música colorido, com muita gente dançando e ao ar livre. No segundo anúncio, por sua vez, a situação oposta se desenrola. O personagem principal, agora, é o homem que está tendo um momento fantástico em um festival de música, enquanto a atenção da mulher, entediada, se desvia para seu “sonho de consumo”: ela começa a fantasiar que está em um ringue de luta livre, não apenas assistindo, mas atuando na partida televisionada para milhares de pessoas, isto é, o seu verdadeiro “espaço de conforto” idealizado. Ambos os vídeos comunicam a mensagem de que o Barclaycard é o aliado do amor deste casal justamente por oferecer economia em milhares de eventos quando os ingressos são comprados via o cartão da marca. Portanto, nem o homem nem sua parceira desistem de sua vida a dois, mesmo tendo gostos diferentes, por saberem que ao frequentar um evento que não é o melhor de todos, consequentemente, terão desconto para poderem ir ao evento que verdadeiramente gostam. Sobre a estratégia de storytelling, Alex Naylor (Diretor Geral de Comunicação de Marketing do Barclays, Reino Unido) disse ao site “Campaign”: "Quando se trata de nosso amor pelo entretenimento, nossas paixões e preferências são todas únicas - quer seja assistir a uma partida de luta livre ou dançar na multidão em um festival musical. Por isso, estamos entusiasmados em poder dar vida a isto de uma forma inovadora, usando a narração de histórias ‘espelhadas’ por perspectivas diferentes”. Depois dessa discussão, que tal ligarmos os pontos de maneira prática para entender um pouco mais sobre o assunto? Questão 1 Se ao contar uma boa história, antes de tudo, é preciso saber qual a mensagem pretendemos transmitir, igualmente necessário é também entender como a estrutura narrativa do storytelling está bem encadeada de modo a ser clara a interpretação por parte do receptor. Desse modo, se você estivesse na posição de apresentar um relatório sobre a mensagem e a estrutura discutidas no case Barclaycard, seria possível afirmar que: A mensagem é clara (o cartão Barclaycard auxilia os casais a compartilharem momentos que realmente fazem sentido em suas vidas por meio da compra de ingressos com descontos a eventos diversos), porém, a estrutura não é de A fácil interpretação (ou seja, as duas perspectivas não mostram claramente a percepção de cada personagem e nem como o cartão da Barclaycard proporcionaria o encontro desses personagens com o seu “lugar feliz” no mundo). B A mensagem é confusa (o cartão Barclaycard não mostra como é possível auxiliar os casais a compartilharem momentos que realmente possam fazer sentido em suas vidas por meio da compra de ingressos), porém, a estrutura é de fácil interpretação (já que as duas perspectivas mostram a percepção de cada personagem, mas deixam de fora os motivos que fariam o cartão da Barclaycard proporcionar o encontro desses personagens com o seu “lugar feliz” no mundo). C A mensagem é clara (o cartão Barclaycard auxilia os casais a compartilharem momentos que realmente fazem sentido em suas vidas por meio da compra de ingressos com descontos a eventos diversos) e a estrutura também é de fácil interpretação (as duas perspectivas mostram a percepção de cada personagem e como o cartão da Barclaycard proporciona o encontro desses personagens com o seu “lugar feliz” no mundo). D A mensagem é confusa (o cartão Barclaycard não explicita como os casais precisam de seu serviço para compartilharem momentos que realmente façam sentido em suas vidas) e a estrutura também é confusa (já que as duas perspectivas mostram a percepção conflitante de cada personagem e, assim, não especificam como o cartão da Barclaycard poderia Parabéns! A alternativa C está correta. Como o case demonstra, a mensagem da marca ao apresentar sua estratégia de storytelling do cartão Barclaycard é clara: o cartão auxilia as pessoas (no vídeo específico, o casal) a compartilharem bons momentos juntas por meio da compra de ingressos com desconto. Igualmente, a estrutura narrativa também é clara pois ela deixa explícito ao cliente/espectador que, ao tomar contato com as perspectivas do homem e da mulher, o cartão os auxilia não apenas a ter vantagem financeira com impactos na vida cotidiana, como também a “suportar” um evento que não gostariam de estar, mas que pode render descontos na compra de outro ingresso para um evento realmente excitante. Questão 2 A partir da leitura do texto, foi possível entender como o storytelling dá corpo e vida à experiência que a marca de cartões Barclaycard pretende oferecer aos seus clientes. Em relação à empatia criada por meio da história narrada no comercial, o que você destacaria como o principal elemento que proporciona esse movimento de projeção e também identificação do público com o casal em cena? proporcionar o encontro desses personagens com o seu “lugar feliz” no mundo). E A mensagem é confusa (o cartão Barclaycard não consegue demonstrar como pode auxiliar os casais a compartilharem momentos que realmente façam sentido em suas vidas) e, igualmente, a estrutura traz uma interpretação enviesada (já que as duas perspectivas mostram a percepção de cada personagem em conflito com a escolha ou não de usar o cartão da Barclaycard na busca pelo seu “lugar feliz” no mundo). A O storytelling tem a força de trazer, orgânica e naturalmente, a imagem de que aspelos quais pensa que o que está comprando é melhor. (SINEK, 2018, p. 61) Um conhecido caso estudado em faculdades de administração relembra as grandes ferrovias americanas que surgiram em 1800 e que focaram cada vez mais e mais em trilhos, motores e trens, deixando de lado o seu por quê, já que se sentiam seguras no mercado de transportes, afinal, eram potências financeiras da época. Porém, no início do século XX, uma nova tecnologia aparece no mundo dos transportes: o avião. A partir deste momento, temos a queda de todas estas grandes empresas ferroviárias e uma mudança permanente no mercado. Esse acontecimento nos deixa então com a seguinte pergunta: se as companhias ferroviárias, com todos os recursos financeiros que tinham, tivessem focado em transporte de massa, e não em trens, não seriam elas as detentoras das tecnologias de transporte aéreo nos dias de hoje? O Método dos 7 Passos Donald Miller, em seu outro livro Storybrand (2019), reforça que, mesmo que uma empresa gaste enormes quantias em marketing e campanhas publicitárias, pode não obter os resultados esperados. Ele questiona: e se o problema nestes resultados não estiver no produto? E se o problema estiver na maneira como falamos sobre ele? O fato é que somente a beleza de um layout não vende, pois precisamos de palavras e argumentos, como vimos anteriormente. Além disso, acima de tudo, devemos tornar a mensagem clara para nosso cliente, e isso não é uma tarefa nada fácil. Para tornar a mensagem, suas palavras, um texto organizado e claro, a melhor maneira de construí-lo é no formato de uma história, pois a história é um dispositivo que faz sentido e se aproxima de seu espectador. Quando definimos os elementos de uma história em relação à nossa marca, criamos um roteiro que os clientes podem seguir para se envolver com nossos produtos e serviços. (MILLER, 2019, p. 9) Miller afirma ter criado uma fórmula que facilita o desenvolvimento de um roteiro para as marcas, auxiliando o desenvolvimento do enredo que será contado do cliente. Ele chama essa fórmula de 7 passos do storybrand. Segundo a sua técnica, a estrutura ideal é: “Um PERSONAGEM que deseja alguma coisa encontra um PROBLEMA antes que a possa obter. No auge de seu desespero, um GUIA entra em sua vida, lhe dá um PLANO e O CONVIDA A AGIR. Tal ação o ajuda a não FRACASSAR e termina em um SUCESSO” (MILLER, 2019, p. 9). Cartaz do filme Alice no País das Maravilhas (2010). Exemplo “João precisa resolver o problema de manter a sua casa limpa e cheirosa antes que uma visita chegue. No auge de seu desespero, ele vê um comercial do produto SuperLimpo, que mostra como ele conseguiria, de forma rápida e eficiente, concluir aquela limpeza. O comercial o incentiva a comprar o produto, que é vendido online e com entrega rápida, bastando pagar com seu cartão de crédito. Com isso, ele sabe que não terá mais uma casa suja e com cheiro ruim, e terá garantida uma ótima impressão para suas visitas.” Estes 7 pontos (personagem, problema, guia, plano, convite a agir, fracasso e sucesso) são adaptados então para um enredo em que a empresa possa desenvolver um roteiro para sua fala e argumentos. Desvendando cada ponto dos 7 passos Vamos, então, explorar e entender cada um desses 7 pontos, de forma rápida, antes de explorarmos suas particularidades e técnicas de desenvolvimento. Personagem Como já vimos anteriormente, o cliente deve ser o herói de sua história, não a marca. A marca representa o guia deste herói (voltaremos a isso em breve) e, como tal, deve guiar o cliente como um instrumento confiável para superar seus desafios. A empresa de cosméticos Avon atualmente utiliza bastante seus clientes como personagens principais de seus conteúdos. Em suas mídias sociais é comum observarmos postagens com os clientes como protagonistas, sugerindo dicas de beleza para outros consumidores. Dessa forma, a empresa demonstra o seu consumidor como aquele que está apto a resolver os seus desafios de beleza. A especialista em comunicação Nancy Duarte fez extensas pesquisas sobre como criar apresentações poderosas. A estratégia que ela recomenda a seus clientes é simples: ao discorrer, posicione-se como Yoda e, a sua audiência, como Luke Skywalker. Dessa forma, nos posicionamos como um líder sábio, que fornece produtos e serviços que o herói precisa para prosperar. Atenção! É importante entender que todo herói tem um objetivo. Ele quer algo e o resto de sua jornada é descobrir se ele efetivamente vai conseguir o que quer. Temos que descobrir o objetivo desse cliente para criarmos uma história em que ele se sinta convidado a participar. O problema Os clientes procuram, bem como os heróis das histórias, resolver um problema que interrompeu a sua vida tranquila. Ao falarmos sobre os problemas que nossos clientes enfrentam, aprofundamos seu interesse em tudo o que oferecemos. (MILLER, 2019, p. 31) Um bom exemplo disso é a empresa Polishop, especializada em produtos diferenciados, e que destaca, em muitos de seus vídeos promocionais, os problemas que seus produtos resolvem. Dessa forma, ela cria um vínculo com seus clientes e com seus problemas, externos e internos. Miller afirma que a maioria das empresas tenta vender soluções para problemas externos, quando, na verdade, a maioria dos clientes procura soluções para problemas internos. Mais à frente, vamos compreender como abordar corretamente os problemas desses clientes, tocando-os de forma profunda e gerando apaixonados pela marca. O guia Os clientes, como heróis em sua jornada, não estão procurando por outro herói, mas sim por um guia para orientá-los. Se os heróis fossem sempre capazes de resolver por si só os próprios problemas, nunca se encontrariam em situações difíceis, por exemplo: Em Guerra nas Estrelas temos Obi Wan e Yoda como guias de Luke. Em Jogos Vorazes temos Haymitch como guia de Katniss. Atenção! Caso a marca, erroneamente, se posicione como herói, o cliente tende a se distanciar. Ele passa inconscientemente a ver a marca como um competidor ou alguém que está somente contando uma história que toma o seu precioso tempo. O plano O herói, ou cliente, sempre vai confiar em um guia com um plano. Esse plano é um condutor para esse cliente chegar mais perto do ato de compra. Comprar sempre será uma decisão importante e, por conta disso, os clientes esperam que seu guia os indique uma forma fácil e simples de fazer negócios, orientando o caminho de maneira clara e objetiva, o que chamamos aqui de plano. Um bom exemplo de um plano são orientações simples de como realizar a compra em um site ou como agendar uma visita ou serviço. Tutorial de compra segura no site da empresa Magazine Luiza. O convite para agir Miller (2019) afirma que os clientes não agem, a não ser que sejam devidamente estimulados para isso. Podemos observar que os heróis das histórias precisam ser estimulados e desafiados para agirem; eles simplesmente não tomam atitudes do nada. O autor afirma inclusive que os seres humanos agem somente quando suas histórias os desafiam a isso. A inércia faz com que os clientes se tornem observadores e, portanto, devem ser estimulados a agir para gerar um engajamento. Caso não haja uma clara chamada para a ação, as pessoas tendem a não se envolver com a empresa. Fracasso A história do cliente precisa evitar um final trágico. Precisa haver algo a ser perdido, pois, caso contrário, não haverá interesse algum pela história. Por que você assistiria a um filme em que o herói não tem nada a perder com seu fracasso? Precisamos demonstrar ao cliente que há um custo em não comprar aquele produto ou serviço, que há um prejuízo em não fazer negócios com sua empresa. O cliente definitivamente precisa saber o que está em jogo, de forma bem clara, para assim valorizar ainda mais a aquisição do seu produto. Sucesso Todo cliente quer ser levado ao momento de sucesso, em que seu problema será resolvidoe sua vida será tranquila novamente. Este é o objetivo de sua jornada. Caso você não deixe claro que você está levando o cliente para este caminho de sucesso, outra marca poderá fazê-lo. Mostre a ele o quanto sua vida será boa por adquirir o seu produto e serviço, de forma clara e objetiva, sem rodeios. Dica É fundamental deixar claro para seus clientes o quanto sua marca pode mudar a vida delas. Nunca presuma que eles já sabem disso. Os arquétipos no storybrand: um diferencial competitivo Confira agora alguns arquétipos na construção de marcas, tendo como base a aplicação do Círculo Dourado (Golden Circle) para estabelecer uma conexão eficiente com o público. Vamos assistir! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O autor Simon Sinek, criador da teoria do Círculo Dourado, afirma que sua teoria é um ponto fundamental para que uma empresa/marca se direcione no sentido de compreender os anseios de seus clientes. Para ele, a teoria é como uma fórmula matemática que possibilita compreender o comportamento humano. Seguindo essa afirmativa, podemos afirmar que a utilização do Círculo Dourado Parabéns! A alternativa B está correta. Ao utilizar o Círculo Dourado e responder suas perguntas, a empresa passa a compreender melhor seu posicionamento e propósito. Com seu propósito definido, é importante posicionar-se de dentro para fora do Círculo em seus discursos, criando um vínculo com seus clientes e com a sociedade. Questão 2 O autor Donald Miller afirma que os clientes não agem, a não ser que sejam devidamente estimulados. Dentro dos 7 passos da jornada criada por Miller, A contribui efetivamente para definir um preço de produto para o consumidor que seja justo e de acordo com suas expectativas. B permite definir posicionamento, propósito e causa da empresa, alinhando seu discurso com seus clientes. C proporciona maior probabilidade de divulgação espontânea na mídia, tornando a empresa mais conhecida para potenciais clientes. D permite a empresa conseguir elencar seus produtos ou serviços prioritários, decidindo em quais vale a pena focar sua publicidade. E promove a melhor comunicação com o cliente, facilitando o serviço de atendimento ao consumidor da empresa. qual deles representa essa afirmação do autor? Parabéns! A alternativa C está correta. Podemos observar que os heróis das histórias precisam ser estimulados e desafiados para agirem, eles simplesmente não tomam atitudes do nada. Dessa forma, entendemos que os clientes também precisam de um incentivo para praticar uma ação. A O plano. B O personagem. C O convite para agir. D O fracasso. E O sucesso. 4 - O roteiro storybrand: redigindo uma narrativa de marca Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de empregar o roteiro de storybrand de forma eficiente em uma marca e redigir uma narrativa corretamente. Ligando os pontos A partir da ideia de que existe o monomito, isto é, uma estrutura narrativa cíclica visível e aplicável em muitas histórias encontradas desde períodos folclóricos remotos até ao mais recente lançamento cinematográfico, a concepção de storybrand começou a chamar a atenção das marcas. Já afeitas à ideia de criar narrativas para vender seus produtos e serviços por meio do storytelling, agora, as marcas começam a vender suas “próprias narrativas” de marca, isto é, sua própria visão de storybrand. Diferentemente de se colocar no papel de herói do cliente, a perspectiva de storybrand discutida por Donald Miller (criador do conceito), traz a concepção de que é necessário destacar que o herói é o próprio cliente e que há um vilão (nítido, indiscutível e que precisa ser combatido) que atrapalha este herói de viver uma boa experiência de consumo com a marca. Assim, a estrutura que se dá a ver é: (1) um personagem entra na história (que é seu cliente), (2) eles têm um problema (eles precisam de ajuda para resolvê-lo), (3) eles encontram um guia (que são os benefícios que a marca oferece), (4) o guia deles lhes dá um plano (como resolver o problema deles) e, finalmente, (5) esse plano os chama à ação (para comprar o que sua marca oferece e resolver o problema deles). Um exemplo recente e próximo ao público brasileiro é a campanha “Destrave”, da Vivo Fibra, criada pela agência África, em 2019. Com um tom jovem e uma linguagem mais próxima à internet, uma série de vídeos de 15 segundos destaca o verdadeiro vilão de todas as situações nas quais o usuário faz uso dos serviços on-line: a internet lenta e que constantemente trava. Assim, momentos importantes como um chá on-line de revelação do gênero do bebê, um lance decisivo de uma partida do jogo em rede ou mesmo a parte mais importante da consulta com um terapeuta feita por vídeo chamada são interrompidos pela internet de baixa qualidade. A saída? Um plano de internet com Vivo Fibra para “destravar” a vida dos clientes. Porém, quem é o verdadeiro herói é justamente o cliente, que vê a necessidade de combater o vilão (internet lenta) por meio da ajuda de um guia sagaz a orientá-lo nesse combate (a própria Vivo). Logo, a prática de storybrand permite que as empresas mudem o foco de suas próprias realizações para que elas realmente possam ajudar o cliente, transformando-o no personagem heroico e a empresa no guia útil. Após a leitura do case, vamos ligar os pontos? Questão 1 Sobre o chamado para a ação no storybrand, é possível destacar que o herói da marca necessita se ver impelido a agir seguindo a ajuda proposta pela própria marca. Pensando na situação de que você precise explicar o roteiro criado para a marca, de modo claro, você arriscaria dizer que o chamado para a ação no caso da campanha “Destrave” se mostra visível quem mais momentos da história? A De modo claro, o chamado para a ação se dá na sequência de quando o problema (corte abrupto do momento importante vivenciado pelo usuário) é causado pelo vilão (internet travada), ou seja, a ajuda oferecida pelo guia (Vivo Fibra) chama a ação para o contrato de um serviço que dá ao herói da marca (o cliente) a possibilidade de eliminar o vilão e trazer o objeto desejado (uma internet de qualidade que dê continuidade às experiências rompidas). Além disso, metalinguística e secundariamente, é possível dizer que o nome da própria campanha se mostra como um chamado à ação pelo uso do verbo no imperativo: “Destrave”. De modo claro, o chamado para a ação se dá no começo da narrativa quando o problema (internet travada) é causado pelo vilão (pandemia), ou seja, a ajuda oferecida pelo guia (Vivo Fibra) chama a ação para o contrato de B seu serviço que, assim, elimina o vilão (herói da marca) e traz o objeto desejado (uma internet de pouca qualidade para dar continuidade às experiências rompidas). Além disso, metalinguística e secundariamente, é possível dizer que o nome da própria campanha se mostra como um chamado à ação pelo uso do verbo no imperativo: “Destrave”. C De modo claro, o chamado para a ação se dá na sequência de quando o problema (corte abrupto do momento importante vivenciado pelo usuário) é causado pelo vilão (internet travada), ou seja, a ajuda oferecida pelo guia (o próprio herói da marca) chama a ação para o contrato de seu serviço que, assim, elimina o vilão e traz o objeto desejado (uma internet de qualidade mediana para dar continuidade às experiências rompidas). Apenas nesse momento existe um chamado para ação durante toda a campanha. D De modo claro, o chamado para a ação se dá na sequência de quando o problema (corte abrupto do momento importante vivenciado pelo usuário) é causado pelo vilão (internet travada), ou seja, a ajuda oferecida pelo guia (a pandemia, no caso) chama a ação para o contrato de seu serviço, que, assim, elimina o vilão e traz o objeto desejado (uma internet de baixa qualidade para dar continuidade às experiências rompidas). Além disso, metalinguística e secundariamente, é possível dizerque o nome da própria campanha se mostra como um chamado à ação pelo uso do verbo no passado: “Destravei”. De modo claro, o chamado para a ação se dá apenas no fim da narrativa, quando o problema (corte abrupto do momento importante Parabéns! A alternativa A está correta. O chamado para a ação ocorre, no contexto da narrativa e de modo claro, a partir da sequência de quando o problema (corte abrupto do momento importante) é causado pelo vilão (internet travada). Dessa forma, a ajuda oferecida pelo guia (Vivo Fibra) chama a ação para o contrato de um serviço que dá ao herói da marca (o próprio cliente) a possibilidade de eliminar o vilão e trazer o objeto desejado. Ou seja, uma internet de qualidade que dê continuidade às experiências rompidas previamente. Metalinguística e secundariamente, também se pode afirmar que o roteiro destaca e antecipa no nome da própria campanha um chamado à ação pelo uso do verbo no imperativo: “Destrave”. Questão 2 Acerca do papel da marca na posição de um guia que auxilia e não necessariamente de um herói que salva o cliente em apuros, vê-se que a estratégia parece trocar os papeis de importância na relação entre marca e consumidor. Essa troca, via as práticas de storybrand, na sua leitura da campanha apresentada pela Vivo Fibra, coloca o cliente e a marca, respectivamente, em que posições narrativas dentro do roteiro? E vivenciado pelo usuário) é causado pelo vilão (internet travada), ou seja, a ajuda oferecida pelo guia (o próprio herói da marca) que chama a ação para o contrato de seu serviço (Vivo Fibra) e, assim, o vilão é eliminado e o objeto de desejo é conquistado (isto é, uma internet de qualidade discutível que dará continuidade às experiências rompidas). A Protagonista (Cliente) – Coadjuvante (Vivo Fibra) B Parabéns! A alternativa A está correta. Com papeis bem definidos, de modo a não criar confusão na cabeça de quem consome a peça publicitária, é possível afirmar que o papel de protagonista cabe ao cliente, isto é, o herói da marca. Com importância secundária, no papel de coadjuvante, a posição narrativa adotada pela marca é de um guia que irá auxiliar o herói em sua jornada na busca pelo objeto de desejo e na luta contra o vilão. Logo, nessa troca de papeis, o cliente se vê numa posição de maior prestígio. Questão 3 Em relação ao vilão apresentado no storybrand da Vivo Fibra, o que você considera ser essencial na construção dessa “figura” que atrapalha a vida dos usuários e perpassa a narrativa de todos os vídeos da marca na campanha “Destrave”? Digite sua resposta aqui Protagonista (Vivo Fibra) – Coadjuvante (Cliente) C Protagonista (Cliente) – Antagonista (Vivo Fibra) D Antagonista (Cliente) – Protagonista (Vivo Fibra) E Coadjuvante (Cliente) – Antagonista (Vivo Fibra) Chave de resposta A principal aposta do storybrand apresentado pela campanha “Destrave” é a construção do vilão como a internet lenta, de baixa qualidade e que, tal qual o título da campanha já adianta, vive travando e atrapalhando os usuários da rede. Desse modo, pode-se dizer que, seguindo os princípios descritos por Donal Miller acerca do storybrand, o vilão é bem construído, de forma a criar fácil interpretação por parte do público sobre quem ele é, o que ele faz de ruim e o porquê é preciso buscar na marca uma resolução possível contra tais vilanias. O vilão não é dúbio, não é multifacetado e, especialmente, não se confunde com a qualidade máxima buscada pelo herói da marca (uma internet de boa qualidade, rápida e que não trave à toa). Herói Disposições gerais Para desenvolvermos o roteiro do storybrand, precisamos analisar mais detalhadamente cada um dos 7 passos que acabamos de ver. O criador do modelo, Donald Miller, propõe que primeiro seja desenvolvido um roteiro geral da marca e posteriormente de cada produto. Este roteiro esclarece tudo sobre produtos e serviços e dá argumentos poderosos para a conquista de seu público-alvo. Vamos conferir! O roteiro de storybrand de Donald Miller e seus 7 passos. O cliente é o herói de sua marca A primeira pergunta a ser respondida: O que o cliente quer? Toda história se inicia com um herói em busca de alguma coisa e, desta forma, a marca precisa descobrir os anseios desse herói. É importante que a marca compreenda se ela pode, e como deve, atender às necessidades do herói. Quando a marca encontrar como atender a essas necessidades, deve informar de forma clara e objetiva, convidando o cliente a participar da jornada. Miller (2019) cita alguns exemplos: Planejador financeiro “Um plano para sua aposentadoria.” Associação de ex-alunos da faculdade “Deixe um legado cheio de significado.” Restaurante de pratos finos “Uma refeição da qual todos se recordarão.” Corretor imobiliário “O lar que você sempre sonhou.” Uma empresa que possui várias divisões de serviços e vende produtos para vários setores pode acabar por diluir o desejo de seu cliente se tratar este desejo com muita abrangência. Concentre-se em um desejo único, pelo menos no primeiro momento, enquanto desenvolver o roteiro geral da marca. Sendo assim, reafirmando o que falamos anteriormente, a clareza e o foco no desejo do cliente são fundamentais para definir o que ele busca. Atenção! É importante pensar que o cliente não pode ter uma ideia vaga do que se está oferecendo. Em vez de direcionar as ambições do cliente para algo muito aberto e genérico, tente direcionar a um único foco, um único desejo. O problema As empresas vendem soluções para problemas externos, mas os clientes buscam soluções para problemas internos. Quando identificamos os maiores problemas que os nossos clientes enfrentam, eles veem a marca como uma empresa que os compreende. Consequentemente, quanto mais falamos dos problemas que os clientes vivem em seu dia a dia, mais interesse eles têm na marca. Livraria “Uma história na qual se perder.” Lanchonete “Um início de dia saudável.” Para falarmos dos problemas, precisamos compreender o seguinte: toda história possui um vilão, e este vilão causa problemas externos, internos e filosóficos ao herói. Este vilão não precisa ser uma pessoa real. Exemplo Se estamos vendendo um software para a gestão de tarefas, o vilão pode ser a ideia de distrações. Com isso, precisamos entender: qual é a principal fonte de conflito que os seus produtos ou serviços derrotam? É sobre este vilão que você vai falar! Agora que compreendemos que temos um vilão na história, temos que entender que este vilão causa tipos de problema e conflitos diferentes. Segundo Miller, estes conflitos se dividem em problemas internos, externos e filosóficos: Em uma história, um vilão inicia um problema externo, que faz com que o personagem experimente uma frustração interna, que é, simplesmente, filosoficamente equivocada. Esses são também os três níveis de problemas que um cliente espera resolver quando compra um produto. (MILLER, 2019, p. 60) Vejamos acerca desses três tipos de problemas: Muitas vezes, é algo comum e tangível, com o qual estamos acostumados a nos relacionar. Geralmente é algo bastante óbvio: no caso de um restaurante, o problema que ele irá resolver é a fome; para Problema externo um encanador, um vazamento; e para um dedetizador, uma infestação de cupins. Geralmente é manifestado pelos problemas externos, ou seja, são uma consequência de um problema externo. É neste momento que o herói duvida de si e pergunta: “Será que sou suficiente?”. As histórias sempre nos ensinam que os problemas internos dão uma motivação maior ao herói do que os externos. Se você resolve um problema interno do cliente, causado por um externo, com certeza ele vai enxergar sua empresa com outros olhos. Refere-se a algo muito maior do que toda a história em si. Tem a ver com o por quê da marca. Um problema filosófico geralmente é mais fácil de ser encontrado quando usamos as palavras deveria ou não deveria, por exemplo: “Não deveria ser permitidoque pessoas ruins vençam no final”, “Todas as pessoas deveriam ter direito a uma moradia”, “As pessoas deveriam ter como se comunicar com seus parentes distantes”. Como podemos ver nos exemplos acima, os problemas filosóficos dizem respeito a algo maior do que a necessidade momentânea do cliente: dizem respeito a como o mundo funciona ou não. Para a marca realmente satisfazer seus clientes, deve tentar resolver os problemas internos, externos e filosóficos de sua vida de uma só vez, sempre que envolverem os seus negócios. Isso gera a atenção do público e o leva ao clímax em qualquer filme. Já que compreendemos os três tipos de problemas a serem resolvidos, vejamos a seguir dois exemplos aplicados a marcas. É desta forma que as perguntas devem ser respondidas em seu roteiro: Problema interno Problema filosófico Tesla Motor Cars – fabricante de carros elétricos Vilão: consumo voraz de gasolina mundial, tecnologia inferior. Externo: preciso de um carro. Interno: quero ser um dos primeiros a adotar essa nova tecnologia. Filosófico: minha escolha de carro deve ajudar a salvar o meio ambiente. Nespresso - máquinas de café domésticas Vilão: máquinas de café que fazem um café ruim. Externo: quero saborear um bom café em casa. Interno: quero que minha máquina de fazer café em casa faça com que eu me sinta sofisticado. Filosófico: eu não deveria precisar ser um barista para fazer um café gourmet em casa. Esses são os desafios que você deve ajudar o seu cliente a superar, nestes três níveis, de acordo com o vilão definido. O guia Todo herói está à procura de um guia, e não de outro herói. É isso que a marca deve ser para ele, um guia. Se pensarmos bem, se o próprio herói tivesse a habilidade de resolver o seu problema sozinho, o público de uma história não iria se interessar por ele. Sabemos intuitivamente que, se ele tivesse essa capacidade, consequentemente não teria tido o problema. Acaba aí o interesse por aquela história. Em uma história, o personagem com mais autoridade sobre um assunto é o guia, e não o herói. Mas dificilmente o protagonista da história seria o guia. O guia, neste caso, a empresa, deve somente cumprir o seu papel. Cena do filme Matrix (1999) em que Morpheus oferece ao protagonista Neo as duas opções de escolha: tomar a pílula vermelha ou a pílula azul. Uma marca precisa de duas coisas para poder se posicionar como guia: Empatia Para expressar a empatia, um guia deve demonstrar compreensão da dor e da frustação de seu herói. Seguindo esta lógica na prática, quando somos receptivos aos problemas de nossos clientes criamos um vínculo de confiança, e as pessoas só confiam em quem as entendem. Uma vez que identifiquemos os problemas internos de nosso cliente/herói, só precisamos que saibam que os entendemos e que estamos ao seu lado para encontrar a solução. Autoridade Em relação à autoridade, devemos pensar que esta autoridade não deve ser colocada como imposição ou superioridade. Isso distancia as pessoas. Quando nos referimos à autoridade estamos falando de competência. Em nossa história, um guia não precisa ser a pessoa mais perfeita do mundo, mas precisa ser experiente para conseguir auxiliar o herói em sua jornada. Uma vez que identifiquemos os problemas internos de nosso cliente/herói, só precisamos que saibam que os entendemos e que estamos ao seu lado para encontrar a solução. Existem formas de adicionar autoridade a um discurso, sem parecer uma imposição, como por exemplo: A utilização de depoimentos de clientes de confiança na empresa. Demonstrar dados estatísticos, de clientes satisfeitos ao porcentual de crescimento da empresa. Listar prêmios conquistados pelo trabalho. Exemplificar empresas para as quais prestou serviço, usando seus logotipos. A professora Amy Cuddy, da Harvard Business, em seu livro O Poder da Presença (2016), afirma que a primeira impressão realmente pode fazer a diferença e coloca duas perguntas básicas que definem uma boa impressão: “Posso confiar nessa pessoa?” Quando expressamos empatia, ajudamos nossos clientes a responder a esta primeira pergunta. “Posso respeitar essa pessoa?” A comprovação de competência ajuda nossos clientes a responder a segunda pergunta. Resumindo, deve-se então formular declarações empáticas da empresa/marca, demonstrando que você compreende e se importa com o problema de seus clientes, bem como formas de demonstrar competência e autoridade no que faz. Uma vez que expressemos empatia e demonstremos autoridade, podemos posicionar nossa marca como o guia que nossos clientes procuram. Isso fará uma diferença significativa na forma como eles se lembram de nós, nos entendem e, em última instância, se envolvem com nossos produtos e serviços. (CUDDY, 2016, p. 84) O plano Definitivamente, o herói precisa de um guia que tenha um plano; caso contrário, não haverá confiança entre eles. O cliente deve acreditar na empresa ao nível de se arriscar, deve confiar o suficiente para separar seu dinheiro suado. Porém, a maioria dos clientes ainda não vai assumir este risco, pois precisam de mais segurança. Antes de se arriscar, fazendo negócio com a empresa, o cliente vai argumentar para si: “E se isso não funcionar? E se eu estiver fazendo papel de bobo?”. Para amenizar as dúvidas dos clientes, o guia (empresa/marca) deve dar argumentos de confiança. O plano gera clareza e demonstra como alguém pode fazer negócio com a marca, ou pelo menos, elimina a sensação de risco do cliente. O ideal é que o plano, ou seja, este caminho para a realização do negócio, seja explicado em no mínimo três etapas para facilitar o entendimento do cliente. Este tipo de plano é chamado de plano de processo. O plano de processo descreve as etapas, passo a passo e de forma didática, que o cliente precisa cumprir para comprar e usar um produto, até mesmo misturando ambas as informações. Inclusive, o plano pode incluir etapas pós compra. Veja um exemplo de uma concessionária de automóveis: Faça um test drive do carro. Compre o carro. O objetivo de qualquer plano é diminuir a confusão do cliente, reduzindo dúvidas e gerando mais confiança de compra/contratação. Dica Recomenda-se que este plano de processo tenha pelo menos três itens e no máximo seis para evitar causar novamente confusão no cliente. Além do plano de processos, temos o plano de concordância, uma ferramenta para aliviar medos internos do cliente, como instruções de instalação, contrato de satisfação de cliente e garantia interna de qualidade. Este plano vem como um “bônus”, dando uma segurança extra para o comprador. A melhor maneira de descrever um plano de concordância é listar todas as possíveis preocupações de seu cliente, no que se refere a seu produto ou serviço, e depois contrapor essas informações com acordos que aliviam os medos dele, como, por exemplo, um “contrato de garantia de qualidade”. Resumindo, você deve se perguntar: quais medos seus clientes têm com relação a sua empresa, produto ou ramo? Que acordos e contratos você poderia fazer com eles para aliviar esses receios? O convite O herói/cliente não age se não houver um estímulo para isso. De forma geral, todo herói precisa ser desafiado por forças externas para tomar uma atitude. Com nossos clientes isso não será diferente: por mais que você já tenha dado argumentos suficientes para que ele realize uma compra, é preciso ainda incentivá-lo de forma bem clara e óbvia. Usufrua de manutenção grátis por tempo determinado. Este “convite para agir” do qual falamos é o que Miller denomina como chamada para ação. Essas chamadas para ação são divididas em dois tipos: Chamadas de ação diretas Chamadas de ação transitórias Chamadas de ação diretas Chamadas de ação diretas, como o próprio nome sugere, são chamadas mais óbvias, como “compre agora”, “ligue hoje mesmo”, “peça já”, “agende uma consulta”, “registre-se hoje”. Banner no site das Casas Bahia. Com certeza, você já viu uma chamada de açãocomo essa em algum site, correto? Uma chamada direta é algo que representa um passo a mais para a conclusão de uma venda. É um estímulo. É comum encontrarmos esse tipo de chamada em e-mails, sites, anúncios de rádio e tv e até cartões de visita, eventualmente. Chamadas de ação transitórias As chamadas de ação transitórias são mais suaves e indiretas. Elas funcionam como um incentivo e geralmente fornecem algo de graça ao cliente. Comentário Se formos comparar os dois tipos de chamadas, a chamada direta seria como “quer casar comigo?”, enquanto a chamada transitória seria “vamos sair um dia desses?”. Existem chamadas de ação transitórias de vários tipos, tais como: 1. Informações gratuitas, como vídeos educacionais, podcasts e textos técnicos. 2. Depoimentos de clientes satisfeitos. 3. Amostras grátis de produtos ou serviço. 4. Avaliações gratuitas de um produto, por um período. Estas chamadas de ação transitórias promovem para a marca o reconhecimento em determinado território, a criação de reciprocidade com o cliente, além de posicionar a marca como guia. Resumindo Podemos observar o quanto é importante uma chamada para ação para que um cliente dê um passo a mais em relação à compra. Vimos também que existem dois tipos de chamadas de ação (direta e transitória) e são elas que você deve definir para estimular essa ação dos clientes. O fracasso Todo ser humano, em sua essência, tenta evitar um final trágico em sua história. Pensando nisso, as marcas que não avisam a seus clientes o que pode acontecer se eles não comprarem seus produtos não respondem à pergunta básica - “e daí?” - que todo cliente faz. Podemos então compreender que é fundamental perguntarmos a nós mesmos o que o cliente perde por não comprar nosso produto ou adquirir nosso serviço. Donald Miller (2019), afirma que, nesse ponto, devemos explorar, de forma mediana (nem excessiva e nem leve), o medo do cliente sobre fracassos que podem ocorrer decorrentes de problemas que nossos produtos resolvem. No livro Construção da Teoria da Comunicação (tradução livre), de Dominic Infante, Andrew Ranger e Deanna Womack, é proposto um processo de quatro etapas, que eles chamam de “apelo do medo”. Veja a seguir: Devemos fazer o leitor (ou ouvinte) saber que está vulnerável a uma ameaça “Quase 30% de todas as casas têm evidências de infestação de cupins.” Devemos informar ao leitor que, uma vez que está vulnerável, deve agir para reduzir sua vulnerabilidade “Como ninguém quer cupins, é preciso que você faça alguma coisa para proteger sua casa.” Devemos avisá-lo sobre uma chamada para ação específica, capaz de protegê- lo do risco “Oferecemos um tratamento domiciliar completo, que garantirá que sua casa se livre de cupins.” Devemos desafiar as pessoas a tomar essa ação específica “Li ó h j d i ” É necessário, então, refletir sobre que tipo de problema ou fracasso a empresa está ajudando o cliente a evitar, como: Os clientes poderiam perder dinheiro? Qual é o custo de não fazer negócios com você? Eles poderiam economizar mais dinheiro com você do que com um concorrente? Sua qualidade de vida diminuiria se não utilizarem seus produtos ou serviços? Aplicando isso à concessionária de carros usados, teríamos as seguintes respostas: Ser ludibriado por um vendedor de carros usados; Comprar um carro defeituoso; Sentir-se explorado. Resumindo Para compreender que fracassos, derrotas ou frustações podem ser exemplificados para seus clientes, pense em listar pelo menos três situações, como no exemplo anterior. Esse conteúdo, aplicado a uma marca, vai ilustrar aos clientes o que a empresa faz para ajudá-lo. O sucesso Todas as pessoas querem ser levadas a algum lugar que traga felicidade, plenitude, conforto e realização. “Ligue para nós hoje e agende o serviço.” Neste momento, deve-se questionar para onde a marca pretende levar seus clientes: para a casa dos sonhos? Para a segurança financeira? Para um passeio divertido com os amigos? Todo cliente, mesmo que inconscientemente, quer ter esta pergunta respondida. Ryan Deiss, da empresa Digital Marketer, criou uma tabela que ajuda a compreender esta questão do final perfeito para a história dos clientes. Ele propõe que algumas perguntas sejam respondidas, sinalizando as diferenças para a vida dos clientes, antes e depois de se envolverem com a marca/empresa. Veja a seguir: ANTES DE SUA MARCA DEPOIS DE SUA MARCA O QUE ELES TÊM? O QUE ELES SENTEM? COMO É UM DIA TÍPICO? QUAL É O STATUS DELE? Por Ryan Deiss, da Digital Marketer MILLER, 2019, P.119. Os clientes precisam ser informados do futuro que a marca vê para eles ao comprarem seus produtos. Isso os motiva profundamente. Uma das melhores formas de ilustrar isso é de forma visual: se você está vendendo uma cozinha, pode utilizar uma foto de uma família feliz brincando com seu filho em uma cozinha brilhante e nova em folha. Atenção! Independentemente do que a empresa venda, é importante mostrar pessoas felizes/satisfeitas com o produto ou serviço que adquiriram. Miller (2019, p. 120) afirma que existem modos corretos de concluir uma história e ele cita três modos que considera dominantes na maioria dos roteiros: O herói obtém algum tipo de poder ou posição. Una-se a alguém ou algo que o faça se sentir completo. Experimente algum tipo de autorrealização que também tenha o condão de o fazer se sentir inteiro. Segundo Miller (2019), cada um desses três pontos complexos pode ser dividido em variações específicas, facilitando alinhar isso a uma história de marca. Vamos então ver cada um deles individualmente e suas subdivisões de caminhos. Obter poder e posição (necessidade de status) Nosso cérebro tem como função nos ajudar a prosperar e sobreviver, e parte do conceito de sobrevivência é possuir status. Quando a marca contribui para tornar seus clientes mais respeitados socialmente, estamos oferecendo algo que eles desejam. Para a marca oferecer status a seus clientes, existem vários caminhos: Oferecer acesso Um cartão fidelidade pode oferecer algum tipo de acesso exclusivo, filas especiais, acúmulo de pontos. União que faz o herói se sentir inteiro(necessidade de algo externo para alcançar a completude) Miller (2019) afirma que a razão pela qual as histórias geralmente terminam com a união dos amantes, como se estes se completassem em totalidade, tem a ver com o desejo. O mesmo acontece com um herói com alguma deficiência, ou quando o herói é resgatado por alguém no final: a sensação de completar-se. De que maneira, então, uma empresa pode ajudar os seus clientes a se tornarem completos? Vejamos: Criar escassez Oferecer um número limitado de um item específico, com exclusividade, gera um símbolo de status. Categoria premium Sistemas categorizados que dividem seus clientes por categorias, como membros platinum de um cartão de crédito ou empresa aérea, ganham vantagem e consequentemente status. Oferecer identificação por associação Marcas com prestígio e luxo agregado, como Rolex e Mercedes. Não podemos afirmar se valem o que custam, mas a associação de luxo que promovem é indiscutível. O produto pode aliviar o cliente do estresse e levá-lo à sensação de perfeição. A sensação de um trabalho bem-feito, uma casa limpa ou uma noite de sono mais tranquila. Aqueles que não têm as ferramentas certas trabalham mais, se cansam mais. As ferramentas certas, conforme normalmente é prometido pelas empresas, sejam elas tesouras, softwares, ou varas de pesca, dão ao cliente um poder “sobre-humano”. Para o ser humano de uma forma geral, e na maioria das colocações, o tempo é um inimigo implacável. Qualquer ferramenta, sistema ou serviço que economize tempo, a ser utilizado de forma melhor, proporciona uma sensação de plenitude ao cliente. Reduzindo a ansiedade Reduzindo a carga de trabalho Proporcionando mais tempo Autorrealização ou aceitação (necessidadede alcançar nosso potencial) Heróis/clientes enfrentam várias dificuldades em sua jornada tentando provar a si próprios. Ao atingirem seu potencial, eles encontram a paz interior e conseguem se aceitar. Para que uma marca promova essa sensação de autorrealização, existem algumas formas: Inspiração Explore características da marca que podem estar associadas a um acontecimento inspirador, como um testemunhal. Aceitação Promova a autorrealização e aceitação do público. Transcendência Ofereça aos clientes uma forma de viver a vida com mais relevância. Ao definir estes pontos de sucesso, a empresa consegue efetivamente demonstrar essas possibilidades a seus clientes, a fim de destiná-los a uma realização. Resumindo Observamos que é necessário demonstrar de forma repetitiva e clara que o produto ou serviço da empresa pode mudar a vida de seu cliente. Devemos demonstrar que o objetivo da empresa é levar as pessoas a algum lugar. O próximo passo As pessoas procuram resoluções para seus problemas externos, internos e filosóficos, e podem conseguir isso por meio de status, autorrealização, autoaceitação e transcendência. Se a empresa conseguir que seus produtos ajudem as pessoas a alcançar essas coisas, deve-se, então, fazer disso um aspecto central da promessa da marca. Agora que compreendemos como produzir o roteiro de marca, é necessário e fundamental que isso seja implementado formalmente na empresa, atingindo principalmente seus colaboradores. Toda a organização deve estar integrada e assimilar esse roteiro internamente para que a mensagem passada esteja unificada, verdadeira e engajada. Atenção! Devemos lembrar que a eficiência dos membros de uma empresa está sempre alinhada ao orgulho que eles têm de estarem fazendo parte daquilo. Dessa forma, a missão da empresa ganhará vida e criará ligações com seus clientes, mas somente se seus colaboradores realmente acreditarem no que dizem. Propósito de marca serve para quê? Confira agora a importância do propósito da marca, a partir dos 7 passos do storybrand, a fim de refletir sobre o impacto positivo ou negativo de uma marca na sociedade. Vamos assistir! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Ao construir um roteiro de marca (storybrand), um dos pontos mais importantes é compreender que a função da empresa é de guia, e não de herói. Sua função é mostrar para o herói o plano que ele utilizará para atingir seu objetivo e resolver seu problema. Além disso, para se colocar efetivamente como um guia, a marca precisa demonstrar autoridade e empatia. Nas opções abaixo, qual podemos classificar como uma demonstração eficiente de autoridade da marca? A Quantidade de clientes insatisfeitos com a marca que entraram em contato pelo SAC. B A demonstração que o preço de seus produtos é superior ao dos concorrentes. C A utilização de depoimentos de clientes de forma pública, demonstrando o quanto gostam de seus produtos/serviços. Parabéns! A alternativa C está correta. A utilização de depoimentos são incentivos para potenciais clientes. Eles conferem, além de autoridade no assunto, confiança. Os depoimentos, porém, devem ser utilizados de forma controlada para que a empresa não se coloque no lugar de herói. Questão 2 Dentro do roteiro de marca, um dos principais passos é o do problema, e é neste passo que identificamos o vilão da história do cliente. Porém, para que este vilão seja eficiente em nossa história de marca, ele precisa seguir algumas regras. Qual dos atributos abaixo deve ser obrigatório em um vilão no storybrand? D A realização de uma grande redução de preços na fachada da loja. E O investimento massivo em publicidade a fim de aparecer em meios de grande visibilidade. A O vilão deve ser o concorrente. B O vilão deve ser o preço. C O vilão sempre será alguém próximo ao cliente. D O vilão só aparece no final da história. E O vilão deve ser um só. Parabéns! A alternativa E está correta. No storybrand, acredita-se que a história precisa ter apenas um vilão para que não haja confusão no entendimento e seja um roteiro atraente. O cliente precisa lidar de forma clara com um problema para ter uma boa compreensão de como resolvê-lo. Considerações finais Podemos concluir que o roteiro de marca, proposto por Miller, tem como objetivo descomplicar as mensagens que a marca trocará ao longo de sua vida com seus clientes, aumentando sua possibilidade de sucesso e tornando-a, consequentemente e se possível, uma referência no que faz. Ao compreendermos que as empresas devem estar alinhadas aos anseios de uma sociedade e, consequentemente, de seus clientes, a posicionamos de forma ideal em sua linguagem, como guia e não protagonista, tornando a comunicação mais eficaz e fluida e atingindo melhor o seu alvo. Devemos acima de tudo entender que o lucro, financeiro ou de marca, será somente uma consequência, e deve ser algo conquistado com verdade e clareza, promovendo o bem-estar, atendendo aos anseios e ajudando pessoas a resolverem seus problemas. Não há melhor forma de concluir uma história se não for com um final feliz! Podcast Ouça agora algumas estratégias para o desenvolvimento de um roteiro eficiente, tendo em vista a análise dos principais concorrentes. Vamos ouvir! Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Pesquise no Youtube por Story brand | Construa a história da sua marca, vídeo de Frederico Braga em que ele analisa os processos propostos por Donald Miller em seu livro. Veja como o processo de storytelling pode mudar uma apresentação lendo o artigo Storytelling: tudo o que você precisa saber, da Endeavor Brasil. Leia o artigo Clientes: como colocá-los no topo da pirâmide, e veja como Erica Martin sinaliza a importância de colocar o cliente como centro dos negócios de uma empresa. Leia o texto de Renato Mesquisa, O Círculo Dourado: o segredo dos grandes líderes para inspirar seus apoiadores, sobre a teoria de Simon Sinek. Confira como a empresa Soap, especializada em apresentações, conta algumas técnicas essenciais na matéria 5 dicas de como fazer um storytelling. Referências CAMPBELL, J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Pensamento, 2008. CASCUDO, L. da C. Made in África. São Paulo: Global, 2002 COUTO, A. Branding. Consultado na internet em: 10 mar. 2022. DAMÁSIO, A. António Damásio explica comportamento humano. Consultado na internet em: 10 mar. 2022. DENNING, S. 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B O storytelling tem a força de trazer, de modo abrupto e sem preparo, a imagem de que as situações vivenciadas pelo casal são inverossímeis e, logo, improváveis de serem vivenciadas por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, ainda que com temáticas diferentes, já que o centro da narrativa está na ideia de se ver “obrigado” a se casar para a existência de uma vida feliz ao lado de seu parceiro ou parceira. C O storytelling tem a força de trazer, orgânica e naturalmente, a imagem de que as situações vivenciadas pelo casal são verossímeis e passíveis de serem vivenciadas por qualquer pessoa que vive apenas no Ocidente, ou seja, o centro da sua narrativa está na ideia de se ver “obrigado” a estar num lugar por conta de seu parceiro ou parceira apenas experimentada nesta parte do mundo. D O storytelling tem a força de trazer, orgânica e naturalmente, a imagem de que as situações vivenciadas pelo casal são atípicas e nunca experimentadas por nenhuma pessoa normal em qualquer parte do mundo, ou seja, cria-se uma empatia parcial já que o centro da narrativa está na ideia de se ver “obrigado” a estar num Parabéns! A alternativa A está correta. A capacidade de criar empatia que o storytelling demonstra no vídeo em questão se dá pela quase universalização da ideia de que praticamente todo mundo, em algum momento da vida, se viu “obrigado” a participar ou estar em um evento sem muita vontade, apenas para agradar o seu parceiro ou parceira. Essa sensação, produzida de modo orgânico, natural e compartilhada pelas pessoas, é o gatilho que dispara a primeira centelha de empatia entre o casal da campanha e os clientes e espectadores que consomem a produção. Questão 3 Imagine uma situação na qual você precise fazer uma sequência de vídeos para dar continuidade à ideia da campanha do Barclaycards. Seguindo o mesmo princípio de histórias “espelhadas”, qual o nível de importância (pequena, média ou grande) você daria ao espaço na construção do storytelling no qual se passam as histórias contadas? casamento infeliz com seu parceiro e sua parceira. E O storytelling tem a força de trazer, de forma abrupta e sem naturalidade, a imagem de que as situações vivenciadas pelo casal são inverossímeis, porém passíveis de serem vivenciadas por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, ou seja, o centro da narrativa está na ideia de “impossibilidade de vida a dois” que o vídeo demonstra em relação ao parceiro ou parceira que não gosta de determinado evento. Digite sua resposta aqui Chave de resposta O espaço deveria ter uma importância muito grande pois é por meio dele que o cliente/espectador consegue se localizar junto à história que está sendo contada. Ainda mais relevante é o espaço quando a questão de trabalhar com a ideia de pontos de vista distintos é colocada em cena. Em outras palavras, no caso de um storytelling com perspectivas conflitantes, como é o fio narrativo principal da campanha, o espaço serve para dar o tom narrativo de cada personagem, suas ambições e seus desejos. Por fim, o espaço serve para explicar a questão de qual evento é narrado, posto que o cartão vende a ideia não apenas de comprar ingressos com desconto, mas de comprar uma experiência que faça sentido real para quem vivencia aquele evento. Definição de storytelling Ao traduzirmos o termo story para o português, chegaremos à palavra história, substantivo originado do latim para se referir a um conto ou narrativa. No entanto, há uma diferença entre “story” e “history”: Story History Apresenta uma estrutura narrativa no estilo ficcional, como um conto de fadas dos irmãos Grimm. É relacionada a fatos, como, por exemplo, a queda do Muro de Berlim ou algum acontecimento cotidiano. O sufixo telling, do inglês arcaico, remete a um verbo que significa contar ou narrar. Desse modo, storytelling é o ato de contar histórias (story + telling). Essas histórias podem ser reais ou ficcionais, mas apresentam uma estrutura narrativa no estilo ficcional. A diferença do storytelling para uma história comum é que, no storytelling, há um propósito de provocar determinadas reações e sentimentos no público. Xavier (2015, p. 11-12) sugere três definições distintas para a assimilação de seu conceito: Definição pictórica (imagética) Técnica artística de moldar e juntar as peças de um quebra-cabeça, formando um quadro memorável. Definição poética (metafórica) Técnica artística de empilhar tijolos narrativos, construindo monumentos imaginários repletos de significado. Definição pragmática (objetiva) Técnica artística de elaborar cenas, dando- lhes um sentido envolvente que capte a atenção das pessoas e enseje a assimilação de uma ideia central. É possível dizer que o termo “storytelling” passou a ser utilizado a partir da criação de teorias acerca da Poética de Aristóteles. O filósofo grego sustenta a tese de que “o homem é um animal social” e que nossas habilidades racionais se manifestam na comunicação com o outro à medida que exercitamos a linguagem e partilhamos conhecimento na forma de histórias. Domingos (2009) afirma que a prática de contar histórias está diretamente relacionada à necessidade de os indivíduos se relacionarem e pertencerem a um grupo. Algo inerente ao ser humano, tal necessidade contribuiu para a formação das culturas. No Brasil, a contação de histórias tem origens folclóricas e mescla características de indígenas, africanos e portugueses, três povos que contribuíram muito na formação da cultura nacional. O antropólogo Câmara Cascudo (2002) atesta que as nossas narrativas são expressas na oralidade e representadas por meio de cantigas, canções de ninar, causos e lendas. Curiosidade A cantiga de ninar Boi da cara preta surgiu no Maranhão; apesar de lúdica, ela trata indiretamente das experiências de africanos vindos para o Brasil na condição de escravizados. A canção foi uma forma de os descendentes de africanos tornarem mais leves e fantasiosas as dores do passado. Dessa forma, as histórias, sejam elas reais ou imaginárias, são mensagens que podem ser aspiracionais, reflexivas, informativas ou meramente recreativas. A contação de histórias, contudo, não se limita às narrativas impressas e orais. É possível desenvolver narrativas por meio do corpo, dos gestos e dos objetos. Veja o seguinte caso: No ano 121 a.C., o imperador chinês Wu Ti lamentou profundamente a morte da sua bailarina favorita. O líder, assim, ordenou que o mago da Corte a trouxesse de volta do “Reino das Sombras”; caso contrário, ele seria decapitado. A salvação do mago estava na sua criatividade: utilizando uma pele de peixe, confeccionou a silhueta de uma bailarina e inseriu uma cortina branca contra a luz do Sol, fazendo o desenho transparecer na luz do tecido. Assim surgiu o teatro de sombras, uma das mais antigas manifestações artísticas de que se tem notícia. Ao longo do tempo, a invenção de novos recursos possibilitou que as histórias pudessem ser contadas de outras maneiras. Hoje em dia, é possível criar uma narrativa em suas redes sociais, mas, para isso acontecer, inúmeros experimentos foram realizados para que as histórias pudessem ser contadas por meio do movimento. Em 1878, o inglês Eadweard Muybridge utilizou 24 câmeras fotográficas para registrar uma série de imagens estereoscópicas de um homem montado em um cavalo a galope. A partir disso, as narrativas animadas se popularizaram, possibilitando o surgimento do cinema. O ato de contar histórias é um assunto de pesquisa de diversas áreas, como a Comunicação, a Filosofia, a Sociologia, a Psicologia e a Neurociência. De acordo com o Laboratório da Dinâmicada Linguagem, na França, o cérebro humano é empático por natureza. Ou seja, quando um indivíduo lê um romance, ele é capaz de se colocar no lugar dos personagens; com isso, várias regiões do cérebro são ativadas, como se o leitor estivesse fazendo as mesmas coisas que o personagem da narrativa. “Se o leão não contar a própria história, o caçador o fará”, diz um provérbio africano. Todos nós contamos histórias. Cada indivíduo narra um acontecimento de determinada maneira a partir da perspectiva que imaginou e vivenciou ou de acordo com os próprios interesses. Isso nos faz entender como o storytelling surgiu no mundo dos negócios e do marketing, já que, para se relacionar, convencer e vender, é preciso saber contar uma boa história. Estrutura narrativa De acordo com Denning (2007), as histórias são capazes de: Unir gerações; Gerar empatia; Conectar pessoas; Transmitir informações; Preservar a memória; Reforçar crenças e valores; Definir os caminhos da linguagem. Ao contar uma história, estamos transmitindo uma mensagem, certo? Porém, para que ela tenha o efeito desejado, é necessário que todos que participam do processo comunicativo assimilem o conteúdo transmitido. O que possibilita uma história ser produzida (por parte do emissor) e compreendida (pelo receptor) é a sua estrutura. A estrutura narrativa é inicialmente formada por: Personagens São aqueles que fazem a história acontecer. Batman é um exemplo de personagem. O super-herói criado pela DC Comics em 1939 surgiu nos quadrinhos, mas teve seu universo expandido para os jogos e as grandes telas, fazendo sucesso até os dias de hoje. Enredo Indica as ações que guiarão os personagens na narrativa. A história de Batman é movida pelo assassinato dos pais quando o personagem ainda era criança. O acontecimento floresceu um espírito vingativo em Bruce Wayne - nome original do bilionário americano -, o que o levou a criar Batman, persona inspirada em um morcego que combate crimes e enfrenta inimigos na cidade de Gotham City. Narrador É quem conta a história. Como exemplo, podemos citar Scherazade, uma personagem da lendária obra As mil e uma noites. No enredo, o rei da Pérsia, que havia sido traído pela esposa, decide passar cada noite da sua vida com uma mulher diferente, sendo que, na manhã seguinte, ela seria degolada. Scherazade foi uma dessas mulheres. Como forma de preservar sua vida, passa a contar histórias instigantes durante mil e uma noites para o rei não mandar matá-la. Nesse caso, a moça era personagem e narradora, já que as histórias persas e egípcias eram contadas por ela. Espaço É onde a história se passa. O cenário das narrativas da obra As mil e uma noites é o Oriente Médio - mais especificamente, na região que cerca o Egito e a Pérsia. Uma estrutura narrativa necessita ainda de outros dois elementos fundamentais: Cronologia O pensamento narrativo precisa organizar os eventos por episódios, ordenando os acontecimentos. Ou seja, uma história precisa ter três atos: começo, meio e fim. Por exemplo, quando você está assistindo a um filme e há uma cena em flashback, ela normalmente apresenta uma fotografia diferenciada para que as situações do presente e do passado não sejam confundidas durante a assimilação da narrativa. Causalidade As relações entre os elementos narrativos geram inferências causais, o que sugere que contextos devem ser criados para que os episódios da narrativa se relacionem com o todo. O contexto é formado pela junção de tempo e espaço, e isso permite que o público entenda a narrativa de maneira mais detalhada e assertiva. Por exemplo, espera-se que um romance do século XVIII abordando a relação entre uma mulher escravizada e um senhor de engenho apresente como contexto o período do Brasil Colônia, retratando os modos de vida daquela época. O figurino, a linguagem e os cenários fazem parte desse contexto. Ao criarmos uma narrativa, encadeamos os eventos de forma lógica e estruturada, seguindo determinados padrões, como: A quebra de rotina O que motiva uma narrativa é um acontecimento extraordinário. A presença de um protagonista A presença de um personagem principal, que é movido por um acontecimento e desperte a empatia do público. A presença de um antagonista Pode ser um inimigo físico ou subjetivo, como uma doença, por exemplo. É o vilão que cria os obstáculos enfrentados pelo protagonista. O conflito São os momentos de embate entre protagonista e antagonista. A tensão gerada na narrativa é importante para prender a atenção da audiência. O monomito (jornada do herói) Elementos de uma boa história A estrutura narrativa e a popularização do termo “storytelling” também estão relacionadas ao monomito (ou jornada do herói), de Joseph Campbell, teoria apresentada na obra O herói de mil faces (1989). Campbell, que se interessava pela relação da psicologia com os mitos, analisa nessa obra várias lendas e fábulas, identificando elementos em comum nas histórias. O que o autor percebeu no experimento foi que o personagem central de uma narrativa passa por uma série de etapas até se tornar, de fato, um herói. Chistopher Vogler (1997) estruturou o pensamento de Campbell em 12 etapas. Confira! Ciclo representativo da jornada do herói. Adaptado de: VOGLER, 1997. Os três atos representam as etapas cronológicas da narrativa: 1º ato - começo É a introdução da narrativa, quando são apresentados o contexto, o tempo, o espaço e os personagens protagonistas. 2º ato - meio É o desenvolvimento da narrativa, quando os principais problemas são expostos e os conflitos acontecem. 3º ato - fim É a conclusão da narrativa, na qual o público toma ciência dos desfechos dos personagens Vamos compreender o que acontece, segundo Vogler (1997), em cada uma das 12 etapas: Mundo comum Apresenta o personagem, o universo em que ele vive e como são suas relações. A partir das características demonstradas, que podem ser positivas ou negativas, o público começa a identificar aspectos em comum com esse personagem. A aventura é algum evento que acontece na vida do personagem, que o tira de sua zona de conforto, o coloca em uma situação que o obriga a agir. Como no exemplo anterior da história de Batman, foi o assassinato dos pais que o levou a sair do seu lugar comum e se tornar um justiceiro que combate os crimes. O personagem resiste a sair do seu mundo para enfrentar o conflito, pois o novo causa dúvida, medo e insegurança. O personagem se depara com uma figura física ou sobrenatural que o faz refletir sobre o chamado e o incentiva a seguir na aventura. O momento em que, de fato, o personagem sai do seu mundo para enfrentar o conflito, que pode ser tanto externo quanto interno. No exemplo de Batman, é nesse momento que Bruce Wayne se transforma no super-herói e parte para Gotham em busca dos vilões. Chamado à aventura Recusa do chamado Encontro com o mentor (ajuda sobrenatural) Travessia do primeiro limiar Durante a trajetória, o personagem se depara com uma série de obstáculos e provações. É o momento em que ele define melhor as suas relações com os outros e consigo mesmo, proporcionando uma identificação do público ainda maior. A caverna é uma metáfora para o esconderijo do personagem. Trata-se do momento no qual ele decide se recolher e volta a refletir sobre o conflito, encarando novamente seus medos e as inseguranças. Isso acontece porque ele está próximo de enfrentar um desafio maior ainda. No exemplo de Batman, a caverna oculta é literalmente uma caverna: a batcaverna se torna uma espécie de quartel-general, um espaço que representa o ventre da baleia na narrativa do super-herói. O personagem passa pelo teste mais difícil até o momento, que pode ser uma provação física, uma luta com seu maior inimigo ou um conflito interno severo. Batman, por exemplo, tem como provação suprema o duelo com o Coringa, seu antagonista na narrativa. Após vencer todos os desafios, opersonagem merece ser recompensado. É o momento de conquistar algo de muito valor ou até mesmo se reconciliar com alguém importante para ele. O ventre da baleia (testes, aliados e inimigos) Aproximação da caverna oculta Provação suprema Recompensa Caminho de volta O retorno para o seu mundo acontece sem perigos dessa vez, mas com muitas reflexões, a partir dos aprendizados vivenciados durante a jornada. Aqui está o clímax da história. É quando o inimigo ressurge repentinamente e o personagem precisa batalhar em sua melhor versão, pois a perda pode ser fatal e prejudicar toda a comunidade à sua volta. No caso de Batman, a maior luta enfrentada por ele é contra os próprios medos, como, por exemplo, o medo da morte. Caso vença a batalha, esse é o momento do retorno definitivo ao seu mundo. O personagem é reconhecido e apresenta a todos a sua transformação. Acredita-se que, quando um autor constrói uma narrativa, cumprindo todas essas fases, torna-se mais fácil a aceitação da audiência, pois a jornada do herói é considerada uma espécie receita de sucesso. Isso ocorre porque o público se identifica com o personagem durante várias dessas etapas e com seus conflitos pessoais, refletindo ao lado dele sobre os desafios internos e externos que a jornada da vida apresenta. Isso resulta em empatia e admiração pelo personagem por parte da audiência. Viu como é possível criar conexões emocionais com as narrativas? Isso explica ainda o imenso mercado criado em torno de personagens de super- heróis e contos de fadas. A magia está em ser capaz de criar laços afetivos com o público, que se envolve nas etapas dessa jornada. Ao adquirir um produto derivado da narrativa, como um brinquedo ou uma miniatura, o consumidor se conecta novamente àquela experiência. Dessa maneira, o storytelling transforma produtos em itens de alto valor agregado. Ressurreição Retorno com o elixir A jornada do herói: uma narrativa de sucesso A professora e mestre em Criação e Produção de Conteúdos Digitais Bia Galvão apresenta produtos audiovisuais (jornalísticos e publicitários), reconhecendo como uma narrativa envolvente pode tornar-se um hit no mercado. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 No contexto da estrutura narrativa, assinale o elemento responsável pela organização da história e ordenamento dos fatos: A Cronologia B Personagem C Espaço D Causalidade Parabéns! A alternativa A está correta. A cronologia é o alinhamento dos acontecimentos, que precisam apresentar uma ordem lógica para que o público seja capaz de compreender a narrativa. Questão 2 Associe corretamente as diferentes etapas da jornada do herói. I - O personagem retorna para o seu mundo reconhecido e transformado. II - Retorno do inimigo principal, clímax da narrativa. III - O personagem se recolhe e reflete sobre seu conflito. IV - Apresentação do personagem e do mundo em que ele vive. V - O personagem se recusa a sair da sua zona de conforto. a. Ressurreição b. Mundo comum c. Retorno com o elixir d. Recusa do chamado e. Aproximação da caverna oculta E Enredo A I-c, II-a, III-d, IV-b, V-e. B I-c, II-a, III-e, IV-b, V-d. C I-a, II-c, III-e, IV-d, V-b. D I-a, II-c, III-d, IV-e, V-b. Parabéns! A alternativa B está correta. O personagem retorna para o seu mundo reconhecido e transformado na última etapa chamada de retorno com o elixir. O retorno do inimigo principal, considerado o clímax da narrativa, ocorre na fase da ressurreição. A aproximação da caverna oculta é quando o personagem se recolhe e reflete sobre seu conflito. Tanto ele quanto o mundo em que vive são apresentados na primeira etapa denominada mundo comum. Por fim, na fase da recusa do chamado, ele se recusa a sair da sua zona de conforto. 2 - O que é uma história de marca: o cliente como o herói Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de identificar a importância das histórias como transmissoras de conhecimento. Ligando os pontos E I-c, II-b, III-e, IV-a, V-d. O ser humano é um sujeito que vive e se relaciona por meio da linguagem. Parte importante da esfera linguística, as histórias servem como ponte nas relações entre os seres e “seus mundos”. Interessado em conectar pessoas em seu serviço, o conteúdo da Airbnb é totalmente focado nelas: as pessoas que possuem as casas listadas no site e os viajantes que irão para esses espaços. Como uma marca disruptiva que criou uma espécie de “antes” e “depois” no setor de turismo, hotelaria e serviço de bem-estar, Airbnb tem mostrado como a conexão com o “outro” é importante para sua marca e como ela acaba tornando isso possível e palpável. Em uma abordagem muito humana, o site dispõe de uma página inteira dedicada a contar as inspiradoras “Histórias de anfitriões” de sua marca. Com vídeos e pequenas biografias sobre os anfitriões da Airbnb em todo o mundo, a página acaba por dar espaço a um tipo de stroybrand que coloca as pessoas como os “heróis” da marca. Outro exemplo do apreço em compilar histórias foi a experiência de branding da revista “Pineapple”, uma publicação própria da marca. Descrita pelo site como "uma revista feita para que as incríveis histórias da grande família da Airbnb sejam compartilhadas, esse é também um lugar para os leitores verem como as pessoas vivem e criam conexões nas cidades de hoje". Com lançamento trimestral, sem anúncios e tiragem inicial de 18 mil exemplares, a “Pineapple” foi distribuída entre os anfitriões trazendo reportagens sobre as cidades e as pessoas de San Francisco (EUA), Londres (Reino Unido) e Seul (Coreia do Sul). Mais do que mero interesse editorial, os destinos narrados estão entre os mais procurados pelos clientes da plataforma. Dessa forma, é possível observar que uma marca, com foco na humanização de sua narrativa e não apenas em si, é capaz de provocar mudanças na sociedade e demonstrar que são as pessoas as verdadeiras protagonistas desse momento de disrupção no mercado - como é o caso da marca Airbnb. Assim, o usuário da plataforma (tanto do lado de quem oferece a acomodação quanto do lado de quem se hospeda) condensa em si as informações necessárias para a marca compreender melhor as suas demandas, se adaptar e também se vender enquanto um serviço diferencial frente à concorrência. Após a leitura, é hora de aplicar seus conhecimentos e se aprofundar um pouquinho mais! Vamos conectar esses pontos? Questão 1 O case da Airbnb destaca o cliente como o verdadeiro herói da sua marca. É por meio dele que se visualiza não apenas o sucesso da empreitada iniciada pela marca, mas como ele é continuado pelos clientes nas práticas cotidianas de hospedagem e bem-estar no turismo. A partir dessa reflexão, o que você acredita ser o maior desafio da marca ao selecionar as narrativas que irão compor a página “Histórias de anfitriões”? A Encontrar histórias que consigam juntar a ideia de que a narrativa tem um tom particular, próprio do anfitrião que a conta, e também um tom de experiência comum apenas entre os usuários premium da plataforma, ou seja, é por meio dessas pessoas de alta qualificação que se torna possível encontrar as melhorias constantes já que suas visões “são mais relevantes”. B Encontrar histórias que consigam juntar a ideia de que a narrativa tem um tom particular, próprio do anfitrião que a conta, e também um tom de experiência comum entre os usuários da plataforma, ou seja, é por meio das próprias pessoas que fazem uso do Airbnb que se torna possível encontrar as melhorias constantes já que suas visões “vêm de dentro”. C Encontrar histórias que consigam separar nitidamente a ideia de que a narrativa tem um tom particular, próprio do anfitrião que a conta, mas também um tom de experiência comum entre os usuários da plataforma, ou seja, é por meio da separação clara dessas narrativas que se torna possível encontrar as melhorias constantes, já que suas visões são “diametralmenteopostas”. Encontrar histórias que consigam juntar a ideia de que a narrativa tem um tom particular, Parabéns! A alternativa B está correta. Partindo do princípio que as histórias são contadas por anfitriões, pessoas que hospedam outras pessoas em seus espaços, a questão principal a ser levada em consideração é tentar encontrar boas histórias que juntem a particularidade de cada anfitrião que conta a história e, de modo a compartilhar experiências comuns, entender como aquela narrativa também possui laços com outras potenciais histórias. Logo, por meio do storytelling, a marca toma contato com as experiências que “vêm de dentro”, ou seja, de pessoas que vivenciam diariamente os serviços, desafios, problemas e diferenciais da própria plataforma da Airbnb. Questão 2 Em relação à concepção de que toda boa história de uma marca precisa trazer suas “ideias elementares” para, assim, dar forma à narrativa, o que você consegue destacar da experiência relatada da Airbnb com a criação de sua própria revista “Pineapple”? Ou seja, na sua opinião, qual é a ideia elementar D próprio do usuário que se hospeda na casa, e também um tom de experiência comum entre os anfitriões da plataforma que apenas leem essas histórias, ou seja, é por meio da junção de usuários que se torna possível encontrar as melhores narrativas a contar “experiências de dentro”. E Encontrar histórias que consigam separar a ideia de que a narrativa tem um tom genérico, replicável por qualquer anfitrião, sem nenhuma particularidade, e também a ideia de que as histórias não necessariamente precisam ter um tom de experiência comum entre os usuários, ou seja, são narrativas sem muita importância porque elas não “vêm de dentro” da empresa. traçada pela marca na criação de uma publicação destinada aos usuários da plataforma? A Trazer para mais perto da marca os melhores e mais bem qualificados anfitriões, humanizando sua participação não apenas como cliente, mas como um coprodutor de conteúdos da publicação desde a sua colaboração na criação de relatos advindos da sua experiência em recepcionar hóspedes até a distribuição gratuita deste material exclusivamente para anfitriões premium. B Trazer o público que se hospeda para mais perto da marca, humanizando sua participação não apenas como cliente da plataforma, mas como um leitor voraz dos conteúdos publicados por meio de jornalistas especializados em hotelaria até a distribuição gratuita deste material para anfitriões e pessoas que se hospedam via o serviço da Airbnb. C Trazer o público para mais perto da marca, humanizando sua participação não apenas como cliente, mas como um coprodutor de conteúdos pagos na publicação, isto é, desde a sua colaboração na criação de relatos advindos dos próprios usuários até a venda por assinatura deste material para anfitriões e pessoas que se hospedam via o serviço da Airbnb. D Trazer o público para mais perto da marca, humanizando sua participação não apenas como cliente, mas como um coprodutor de conteúdos da publicação, isto é, desde a sua colaboração na criação de relatos advindos dos próprios usuários até a distribuição gratuita Parabéns! A alternativa D está correta. Sem sombra de dúvida, a estratégia criada pela Airbnb ao criar sua própria revista era que ela pudesse ser um veículo de encontro entre as histórias, experiências e relatos dos usuários e anfitriões ligados ao serviço ofertado pela plataforma. Logo, é possível destacar que a ideia elementar foi humanizar ainda mais a participação dos usuários coprodutores de conteúdos da publicação e também leitores do material que era distribuído gratuitamente. Questão 3 Como um exemplo bem contemporâneo de serviço disruptivo nos setores de hospitalidade e viagens, a grande disrupção da marca Airbnb foi colocar na mão do usuário comum o poder de transformar seu lar em um local de hospedagem privada e segura, com toques personalizados e a oferta de uma experiência menos distante, fria ou formal demais tal qual as tradicionais redes de hotéis já fazem há anos. Pensando na possibilidade de criar um storybrand para a marca Airbnb, o que você destacaria como a principal diferença da marca em termos de ser um guia ou um serviço de auxílio aos clientes? deste material para anfitriões e pessoas que se hospedam via o serviço da Airbnb. E Trazer o público para mais perto da marca, humanizando sua participação não apenas como usuário da plataforma, mas como um coprodutor de conteúdos da publicação, isto é, desde a sua colaboração na criação de relatos ficcionais sobre experiências falsas inventadas pelos usuários até a distribuição gratuita deste material para a imprensa especializada no assunto. Digite sua resposta aqui Chave de resposta A principal diferença que a marca Airbnb traz aos usuários é a capacidade de criar um serviço de hospedagem prático, seguro, confiável e, acima de tudo, com a possibilidade de humanização na relação entre anfitrião e hóspede. Por isso, um diferencial ao dar a visão de que a marca serve como um auxílio aos clientes seria focar na concepção de que uma viagem turística é mais do que um passeio para conhecer paisagens, ao contrário, é também um momento de conhecer pessoas, suas histórias e vivências. Logo, a experiência do serviço Airbnb dá a possibilidade de que o viajante crie, caso queira, novos laços de amizade já dentro do próprio espaço onde se hospeda. A marca e o storytelling Quantas marcas participam da sua vida? As marcas habitam a nossa mente, fazem parte da nossa construção e demonstração de valor. Muitas vezes, são responsáveis pela realização dos nossos sonhos e desejos, companheiras e testemunhas de momentos marcantes na nossa vida. No dicionário, a palavra marca é definida como um traço; sinal é a impressão que alguém ou algo deixa com suas ações. Na publicidade, o fruto dessas ações forma um conjunto de significados capaz de representar o produto ou serviço para o consumidor. Mais do que uma representação, a marca também é um organismo vivo. Sofre transformações e ressignificações, caminhando junto com a sociedade. Ana Couto, empresária e renomada especialista em branding, CEO da empresa que leva seu nome, utiliza com frequência a afirmação: “A marca é, faz, fala e transforma” (COUTO, 2021). Philip Kotler, escritor e professor universitário, considerado o maior especialista na prática do marketing, define marca como a união do nome, termo ou símbolo, com o intuito de criar diferencial entre produtos e empresas. Kotler aponta que esses diferenciais são apoiados na construção de pilares que interagem com todos os setores da empresa e formam o importante conceito de comunicação denominado branding, responsável por entregar valores tangíveis e intangíveis ao consumidor. Philip Kotler. Ainda sob essa perspectiva, o professor afirma que uma das ferramentas mais poderosas na entrega desses valores é o storytelling. Desde seu livro anterior, Marketing 3.0, ele demonstra que as histórias de marca são fundamentais para tocar o espírito do consumidor (KOTLER, 2010). A linha do tempo da publicidade demonstra que as histórias sempre tiveram um lugar de importância na construção da imagem da marca, mas, segundo Franco, em seu livro Storytelling e suas aplicações no mundo dos negócios (2015), a necessidade eminente dessa ferramenta se dá em um cenário desgastado em que a propaganda se baseava na frase imperativa “Sou melhor, me compre” (FRANCO, 2015, p. 157). Famosa propaganda da Volkswagen nos anos 80. Esse tipo de discurso foi perdendo credibilidade e dando espaço ao posicionamento da marca e do produto, transformando o diálogo com o consumidor em algo envolvente, arquetípico e inteligente. Um diferencial da contação de histórias é o acesso ao inconsciente e ao emocional das pessoas. A teoria está ancorada no estudo realizado pelo psicólogo Carl Jung, discípulo de Freud e defensor da Psicologia Analítica. Ostorytelling faz uso da teoria de Jung que aponta a existência de um inconsciente coletivo, capaz de guardar todo material herdado ao longo da existência humana. Segundo Carl Jung (2000), o inconsciente coletivo é comum e inerente a todos os seres humanos, o que ele chama de “ideias elementares”. Carl Gustav Jung. As ditas “ideias elementares” dão forma às histórias, e, quando elas se aproximam desse “molde”, conquistam e encantam os espectadores, justamente por dialogar com algo que mexe com suas emoções e sentimentos. Vale ressaltar que o ser humano se conecta às histórias desde os primórdios. Ouvir e contar estão entre os passatempos preferidos dos homens, presentes em todos os povos e culturas. Todos nós temos memórias ancestrais de narrativas que encantam e estimulam comportamentos e, sem perceber, repassamos os valores aprendidos nessas histórias. São doutrinas, ditos e preceitos transmitidos por gerações, ao redor do mundo inteiro. Podemos afirmar também, seguindo este raciocínio, que todo o conhecimento é fixado com muito mais eficiência quando ele está relacionado a uma história. Como se constrói uma história de marca? A história de uma marca se desenvolve por meio de um enredo, um roteiro, e tem início no motivo pelo qual a marca começou, desenrolando-se nas lembranças desse começo. Este roteiro está alinhado às ações e aos planejamentos que podem levar a marca onde ela gostaria de chegar. Uma boa história oferece muito mais que argumentos funcionais. Seu papel é explicar e atuar no posicionamento da marca. O ser humano cria histórias para estabelecer fechamentos e enredos a fatos aleatórios, ajudando nossa mente em busca de sentido. Ter uma história de marca é fornecer argumento ao consumidor, é proporcionar uma conexão poderosa, baseada em valores mútuos, demostrando os valores intrínsecos da marca e criando uma relação que vai além do produto ou serviço, meramente. Para ter uma boa história, uma marca deve ter propósito. Essa é uma demanda da atualidade que aponta a necessidade eminente de transformação. A publicitária Ana Couto afirma que estamos passando pela terceira onda do branding, cujo objetivo é a construção de valor, sendo essa construção orientada pelo propósito. Ana Couto, referência em branding no Brasil. Ana explica que abandonamos o antigo modelo, focado apenas na construção da marca, chamado de brand driven, para o novo modelo de branding chamado purpose driven, que tem o propósito como centro da gestão de marca. O propósito tem seu início com a idealização da marca e deve ser definido nos planejamentos integrados com todos os setores da empresa. É no dia a dia de sua gestão que se constrói uma comunicação eficaz, capaz de consolidar a imagem desejada. Podemos afirmar que uma história sólida demanda tempo, coerência e persistência. Simon Sinek, conhecido autor e consultor de liderança e gerenciamento, frequentemente expõe o diferencial da Apple por ser uma marca que se mantém inovadora, atraindo cada vez mais fãs. Em sua análise, Sinek sempre aponta uma preferência exclusiva pela marca por parte dos seus seguidores, que chegam a defender o uso dos produtos e muitas vezes se denominam “Applemaníacos”. Essa demonstração de afeto exemplifica a entrega de valor pela marca e demonstra a afirmação do consultor: “As pessoas não compram o que você faz, mas por que você faz” (SINEK, 2018, p 59). Baseado no que vimos, podemos afirmar que “o propósito conduz as ações”. O primeiro passo para construir uma história eficaz é antes de tudo encontrar o seu propósito e verificar se ele está alinhado aos anseios e desejos do público-alvo da empresa. Além disso, é fundamental considerar as transformações da sociedade em seu âmbito político, social e ambiental e se adaptar às suas mudanças no dia a dia. Para exemplificar, podemos citar a Coca-Cola, que há muito tempo reafirma a sua posição de liderança no mercado de refrigerantes apostando na associação da marca a eventos esportivos, festivais de música e shows. Com essas ações, a marca demonstra a importância de construir sua história junto ao consumidor, proporcionando algo que vai além do produto em si. O foco da empresa prioriza ações que despertam emoção e sentimento, o que, segundo o professor e neurocientista da University of Southern Califórnia, Antonio Damásio, nos torna capazes de tomar decisões racionais; ou seja, entre duas opções racionalmente parecidas, escolhemos a que oferece emoções com origem em experiências passadas. Campanha “Juntos em todas as copas” promovida pela empresa Coca-Cola. Podemos observar que uma marca com foco no consumidor (e não apenas em si) é capaz de passar pelas mudanças da sociedade de forma mais assertiva. O cliente como protagonista pode fornecer todas as informações necessárias para a marca compreender melhor suas demandas e se adaptar. Exemplo Uma forma eficiente de incentivar o protagonismo do cliente é a oferta de wi-fi dentro de estabelecimentos privados. Esse é o caso dos parques do Walt Disney World. A iniciativa simples proporciona a divulgação de momentos especiais vividos pelos clientes dentro dos parques, conectando e inspirando milhares de pessoas que gostariam de usufruir da mesma experiência. Em 2020, o Itaú modificou a tradicional assinatura da marca, utilizada por mais de 20 anos, para iniciar uma nova abordagem, alinhada com a necessidade da comunicação atual. O banco passa a assinar em suas peças a frase: “Feito com você” no lugar de “Feito para você”. Essa abordagem é o discurso central de todas as plataformas de comunicação do banco, e o conceito ganha o potencial de se multiplicar e reforçar o branding da marca. Imagem com novo branding da empresa Itaú. Transformar o consumidor em protagonista gera uma conexão com a marca, e um consumidor conectado a ela se sente engajado, contribui para seu crescimento, além de atuar como protagonista da sua história. Marcas como Harley-Davidson, Apple e Twitter souberam engajar o consumidor, dando voz para seus clientes além da própria marca. A partir desse momento, eles começam juntos a construir histórias memoráveis. É nesse alinhamento entre marca e consumidor que a empresa irá prosperar por décadas: branding + propósito + consumidor. O cliente como o herói Qual é o seu herói favorito? Os heróis têm o poder de nos inspirar a transformar o mundo em um lugar melhor. Eles simbolizam a superação, a união de todas as forças e a busca de novos desafios. Quando o herói está em cena, tudo é possível! Todo aquele que empreende uma jornada já é um herói. (PEARSON, 1994, p. 19) O herói é um protagonista muito importante na contação de histórias, é uma figura que ocupa um lugar desejado. Ele tem o poder de gerar empatia no público e é frequentemente utilizado em campanhas publicitárias com o intuito de pedir ajuda e inspirar as pessoas a tomarem determinadas atitudes em prol de uma causa. Campanha promovida pela Secretaria da Saúde do Estado do Mato Grosso do Sul reforçando poder da solidariedade na doação de órgãos. Na história das marcas, a imagem do herói pode ser encontrada sob diferentes perspectivas. A marca pode incorporar esse papel, centralizando o discurso nela mesmo. O líder da marca pode se tornar o herói, o cliente pode se tornar o herói. Quando a marca coloca o cliente como herói, o protagonismo é dele. As histórias dos clientes estão acima daquelas da marca, e isso contribui para delimitar toda a experiência de valor que falamos anteriormente. Uma marca que é exemplo desse modelo é a Harley-Davidson. A história da Harley rende um ótimo roteiro. A narrativa da sua criação, com todos os obstáculos e as superações, foi responsável por tornar a marca icônica e referência de qualidade e durabilidade. No início de sua história, o produto e seus fundadores ocupavam o maior papel na narrativa, a ponto de o próprio fundador participar de uma ousada estratégia em que ele era o piloto responsávelpor competir em uma importante corrida de moto daquela época. Com o passar do tempo, a marca percebe que as melhores e mais interessantes histórias são as contadas pelos seus consumidores. Começa então a focar seu branding em dar ênfase às boas histórias vividas por eles. Isso torna a marca referência em experiência. As histórias contadas conectam seus clientes, completamente envolvidos com a marca, ao ponto de virarem verdadeiros fãs. Essa conquista se comprova na quantidade de fãs clubes, vestuário, clientes tatuados com a marca e defensores do seu estilo de vida. A Harley transcendeu a fabricação de motocicletas e se tornou um ícone de liberdade e estilo de vida em todo o mundo. Um filme publicitário chamado “Oração”, lançado pela Harley, demonstra a construção desses valores. Vejamos mais sobre esse vídeo: O vídeo em preto e branco foi criado com base no tema “Viva por isso”, e começa com a imagem de um motociclista em uma bela estrada, com roupas e acessórios que fazem parte do imaginário popular de como se veste um motociclista da Harley. Rapidamente, outro motociclista se junta a ele. A locução em off nos dá a sensação de que o personagem principal está refletindo sobre liberdade, conceito principal na essência da marca. Fica claro também o conceito de família; à medida que o filme acontece mais motociclistas entram em cena e as vozes vão se multiplicando. Como vimos anteriormente, Yung desenvolveu o conceito de “ideias elementares”. Dentro desta teoria, ocorre o estudo das imagens primitivas que ele acreditou estarem inseridas no inconsciente coletivo. Um exemplo seria afirmar que o conceito de herói está embutido em toda a sociedade, sem a necessidade de uma explicação formal. Esse inconsciente coletivo é uma espécie de recipiente, onde histórias universais estariam guardadas e seriam embaladas por roteiros que são representações dessas narrativas, presentes em todos os nossos sentimentos, intuições, pensamentos e atitudes. Para entender sua importância na construção das narrativas, precisamos conhecer a teoria desenvolvida pelo mitólogo e antropólogo Joseph Campbell denominada “A jornada do herói”. Joseph escreveu um livro chamado Herói de mil faces (2008) (The hero with a thousand faces), em que define herói como um mito e defende que todos seguem o mesmo padrão. São histórias sobre a verdade, de sentido e significado; histórias imortais e imemoráveis que atravessam épocas e lugares. Joseph Campbell. Seguindo os estudos de Yung, Campbell traçou a jornada do herói como uma sequência comum e inerente da psique humana. Nessa sequência, o herói passa por três grandes estágios: Em todo o enredo, podemos perceber o cliente como protagonista. A preparação A jornada Sua jornada está repleta de atos de coragem e provações, que atribuem à sua história identificação e empatia do leitor, pois de alguma forma nos sentimos vivenciando esses acontecimentos. Esses elementos tornam a história memorável. Podemos identificar também várias biografias de celebridades e narrativas dentro desse contexto. A marca de produtos de higiene pessoal Dove, por exemplo, utiliza o propósito de elevar a autoestima para se conectar com o público-alvo. Dentre várias ações, podemos destacar o filme publicitário Retratos da Beleza: por meio de uma dinâmica, a marca pede para as pessoas se descreverem para um artista que irá desenhá-las. A pessoa descreve cada detalhe do seu rosto, como: pintas, rugas, manchas, entre outros. Cena do fime publicitário Retratos da Beleza, da marca Dove. Logo após, foi pedido que descrevessem outras pessoas que estavam na dinâmica: o resultado mostrou que as pessoas se enxergavam sempre mais negativamente do que as outras. A Dove utiliza pessoas como protagonista da marca em toda a sua comunicação. Com esta ação, ela conseguiu demonstrar seus valores tangíveis e intangíveis, reforçar os benefícios dos produtos, criar uma experiência emocional por meio da empatia. Outro caso de sucesso em que a marca coloca o cliente como protagonista é o da campanha da rede social Twitter, chamada de #ComecePelasPessoas. No vídeo da campanha, a empresa mostra uma série de clientes, hoje reconhecidos Captura de tela da campanha #comecepelaspessoas, do Twitter. O entorno como referência no que fazem, por demonstrarem sua voz, seus argumentos e posicionamento por meio do Twitter. No vídeo com imagens dessas pessoas, a narradora fala sobre como eles moldam a cultura, orientam outros e inspiram transformações. Dentre vários usuários apresentados na campanha, estão Salem Mitchel, que incentiva a autoaceitação, a autoestima e a transformação dos padrões de beleza, e Nancy Baker, treinadora londrina que, em um trabalho voluntário, treina meninas para serem as próximas craques do futebol, incentivando a quebra do estereótipo e o aumento das mulheres no esporte. Baseado nesses posicionamentos, podemos observar que, quando se trata do papel da marca para um cliente, ela é a mentora e será a condutora da história, com o propósito de responder por sua existência. Uso da emoção pelas marcas Confira agora a influência das propostas emocionais no desempenho de uma marca a partir de exemplos e seus respectivos impactos. Vamos assistir! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O marketing pode utilizar o storytelling para se aproximar das pessoas, o que o torna uma ferramenta imprescindível para alcançar de forma eficiente os clientes de uma marca. Sendo assim, podemos afirmar que a principal função do storytelling é: Parabéns! A alternativa A está correta. O storytelling tem por premissa, bem como as histórias tradicionais, criar um vínculo com o espectador, fazendo com que ele se emocione e se envolva com os personagens da história. Questão 2 Segundo o autor Simon Sinek, “as pessoas não compram o que uma empresa faz, elas compram o porquê ela faz” (SINEK, 2018, p. 59). Baseado nessa afirmativa, podemos afirmar que este “porquê” está relacionado: A Divulgar mensagens, gerar envolvimento e emoção. B Demonstrar as vantagens sobre o concorrente. C Facilitar a visibilidade do produto no ponto de venda. D Gerar confiança no cliente promovendo a compra. E Fazer o cliente assistir por mais tempo o comercial da marca. A à promoção de vendas. B ao preço final do produto. C à campanha publicitária. Parabéns! A alternativa D está correta. Podemos afirmar que o propósito de uma marca, conduz às ações. Dessa forma, uma marca que explora o seu propósito tem a maior possibilidade de possuir clientes seguidores fiéis. 3 - Golden Circle e o Método dos 7 Passos do Storybrand Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer cada um dos sete passos para a criação de um roteiro de marca. Ligando os pontos D ao propósito da marca. E à satisfação do cliente. Mais do que vender um produto ou serviço, o que as marcas na contemporaneidade têm reforçado é que elas vendem “ideias” e “experiências”. Porém, além de um mero discurso de marketing, como é possível colocar isso em prática? A resposta para esta questão fica a cargo do uso que a marca europeia Vodafone, especializada em telecomunicações móveis, tem feito das práticas de storytelling por meio da apropriação das noções trazidas do chamado “Círculo Dourado”. Criado por Simon Sinek, a ideia central do “Círculo Dourado” é tentar criar ordem e prever o comportamento humano, logo, uma tentativa de compreensão de entender o porquê fazemos o que fazemos. Com três perguntas que se desenvolvem na seguinte ordem “por quê?”, “como?” e “o quê?”, o Círculo Dourado é usado em estratégias de storytelling para dar forma à narrativa de uma marca que se mostra necessária ao público. É justamente isso que a Vodafone fez, em 2017, com seu comercial na campanha “Unlimit Yourself” (Não se limite). Assim, para o lançamento de seus novos planos de dados 5G e ilimitados, a Vodafone fezuma parceria com a agência Ogilvy UK para criar uma dança coreografada executada por uma mulher e mais de 25 de seus “sósias”. Todas as mulheres estão vestidas com a assinatura da marca em tons de vermelho, com cabelos curtos quase idênticos, mas em trajes diferentes. Desse modo, a história principal dá conta de mostrar os lados "ilimitados" que a protagonista multifacetada vivencia na sua vida: da festa com os amigos à maternidade, do trabalho ao lazer, do lar à rua, do privado ao público. Trazendo em seu bojo a discussão sobre o “Círculo Dourado”, a marca conseguiu demonstrar que era necessária na vida da mulher para que ela pudesse experimentar todas os seus inúmeros ângulos e peculiaridades cotidianas sem se limitar a um determinado lado ou momento da vida (ou seja, responde à questão de “por que preciso da marca?”). Igualmente, importante, ao acompanhá-la na rotina diária por meio de aparelhos móveis, a marca demonstra como isso é possível de ser executado na correria de quem experimenta a vida urbana dos grandes centros (ou seja, responde à questão do “como?”). Por fim, quando tudo está à vista dos consumidores já envolvidos na narrativa, a marca explica o que é o seu plano de 5g com dados ilimitados para uso em comunicações móveis (ou seja, responde à pergunta final sobre “o quê?” se propõe a vender como produto, serviço, ideia ou experiência). Depois da discussão do case, pensando de modo prático, que tal ligarmos os pontos agora? Questão 1 A personagem principal da campanha da Vodafone desempenha o papel de uma pessoa com várias atividades durante o dia, com focos diversos e, especialmente, alguém que valoriza muito o tempo de cada atividade em sua vida. Em termos gerais (especialmente, vinculando estereótipos tão arraigados na publicidade aos seus usos na criação de narrativas de marca), como você explicaria que a escolha de uma mulher (e seus vários sósias) e não de um personagem homem como o exemplo trazido no storytelling? A A escolha da mulher para representar uma personagem multifacetada e constantemente conectada às várias partes de um mesmo ser, que, literalmente, se desdobra em muitos, parte do estereótipo de que a mulher é um sujeito multitarefas (multitask), logo, uma personagem feita sob medida para se aliar à ideia dos dados ilimitados oferecidos na campanha. B A escolha da mulher para representar uma personagem limitada, atarefada e nem sempre conectada à tecnologia, de forma direta, parte do estereótipo de que a mulher é um sujeito que atua apenas em uma tarefa por vez (multitask), logo, uma personagem feita sob medida para se aliar à ideia do pacote de dados limitados que é oferecido na campanha. C A escolha da mulher para representar uma personagem multifacetada e constantemente conectada às várias partes de um mesmo ser, que, literalmente, se desdobra em muitos, parte do estereótipo de que a mulher é um sujeito que atua apenas em uma tarefa por vez (single- task), logo, uma personagem feita sob medida Parabéns! A alternativa A está correta. Ainda que a campanha não problematize o quanto as mulheres se veem muito mais sobrecarregadas de atividades nos espaços públicos e privados por onde vivem e transitam em relação aos homens, mesmo assim, a marca apropria-se do estereótipo de mulher multitarefas (multitask) para vender a ideia de que os dados ilimitados da Vodafone se conectam à essa perspectiva de vida sempre agitada, conectada e ágil. Algo que não seria efetivamente tão bem demonstrado na narrativa caso um homem fosse escolhido para o papel do personagem principal do storytelling usado pela marca. Por exemplo, as questões do cuidado dos filhos e do lar são elementos que, infelizmente, acabam por passar ao largo das responsabilidades cotidianas de muitos homens que trabalham para se aliar à ideia dos dados ilimitados na campanha. D A escolha da mulher para representar uma personagem single-task e, simultaneamente, multitask, ou seja, limitada, mas também conectada às várias partes de um mesmo ser que se desdobra em muitos, parte do estereótipo de que a mulher é um sujeito complexo, logo, uma personagem feita sob medida para se aliar à ideia dos dois pacotes de dados (limitados e ilimitados) na campanha. E A escolha da mulher para representar uma personagem multifacetada e constantemente perdida em relação às questões tecnológicas, parte do estereótipo de que a mulher é um sujeito multitarefas (multitask), mas, ao mesmo tempo, padece de conhecimentos relacionados ao mundo virtual, logo, uma personagem feita sob medida para se aliar à ideia de um pacote de dados voltado para iniciantes. fora, ao contrário do que se vê na vida da mulher, que se desdobra em muitas no comercial. Questão 2 Responsável por criar uma apresentação que venderá a estratégia de contar uma narrativa para oferecer, ao fim, os serviços de 5G e dados ilimitados da Vodafone, você foi selecionado para abrir a mesa de debates falando sobre a conexão entre a venda de produtos e serviços aliada à venda de ideias e experiências. De modo bem prático, quais os principais pontos de contato entre o serviço/produto e a ideia/experiência apresentados no storytelling da Vodafone você consegue elencar? A Serviço/produto: dados ilimitados, internet para uso apenas no trabalho e nos negócios. Ideia/experiência: conexão e integração das várias etapas, momentos e pessoas que compõem o seu complexo e singular dia a dia no trabalho. B Serviço/produto: dados ilimitados, cobertura 5G, internet para uso apenas no lazer e no cotidiano do lar. Ideia/experiência: conexão, agilidade e integração das várias etapas, momentos e pessoas que importam no contexto da sua vida privada e familiar. C Serviço/produto: dados limitados, cobertura 4G, internet para uso no lazer e em momentos fora de casa. Ideia/experiência: conexão e integração dos momentos alegres e de pessoas do seu círculo de amizades que compõem o seu dia a dia nos fins de semana. Parabéns! A alternativa D está correta. De modo claro, a conexão entre serviço/produto e ideia/experiência que o storytelling da Vodafone promove se estabelece com base na seguinte combinação: (I) Serviço/produto: dados ilimitados, cobertura 5G, internet para uso no trabalho, no lazer e no cotidiano do lar. (II) Ideia/experiência: conexão, agilidade e integração das várias etapas, momentos e pessoas que importam e compõem o seu complexo e singular dia a dia. Em outras palavras, a campanha “Unlimit Yourself” propõe pensar nas variadas facetas que compõem a vida diária de uma pessoa e nos muitos afazeres de ordem pessoal, profissional, familiar e de lazer que perpassam essa rotina. Questão 3 Imaginando a situação hipotética de que você foi escalado para explicar o motivo de Vodafone apresentar a venda de seu serviço apenas no fim do comercial e não logo no comecinho, como muito se faz, como você defenderia a ideia de que o uso do Círculo Dourado se mostra relevante na construção da campanha “Unlimit Yourself”? D Serviço/produto: dados ilimitados, cobertura 5G, internet para uso no trabalho, no lazer e no cotidiano do lar. Ideia/experiência: conexão, agilidade e integração das várias etapas, momentos e pessoas que importam e compõem o seu complexo e singular dia a dia. E Serviço/produto: dados limitados, cobertura 4G, internet para uso no cotidiano do lar e para questões familiares. Ideia/experiência: conexão, agilidade e integração das várias etapas, momentos e pessoas que compõem apenas o seu espaço doméstico. Digite sua resposta aqui Chave de resposta A principal aposta do Círculo Dourado é demonstrar, antes de tudo, a razão pela qual a marca, potencialmente, deve fazer parte da sua vida. Na sequência, ao entender como isso se mostra de modo prático, o círculo chega à etapa final que é justamente demonstrar aquilo ou o que se propõe a vender (produto, serviço, ideia ou experiência). Isso se mostra importante no caso emestudo por conta da estratégia narrativa de contar a história de uma mulher multifacetada que, metaforicamente, ilustra a vida cotidiana de pessoas que precisam de dados ilimitados para darem conta de todas as suas múltiplas funções no dia a dia. Logo, oferecer apenas ao fim a solução para os problemas demonstrados no decorrer da história solidifica, organicamente, que a narrativa consegue angariar, primeiramente, o interesse do cliente/espectador e, só a partir daí, já com ele envolto na narrativa, ela oferece um bem significável. O Círculo Dourado (Golden Circle) O autor Simon Sinek afirma em seu livro Comece Pelo Porquê (2018) que alguns poucos líderes, diferentemente da maioria das pessoas, preferem inspirar a manipular para motivar aqueles que os rodeiam. Ele chama esse padrão de atitude e comunicação tão diferente de “Círculo Dourado”. Esse conceito é inspirado na proporção áurea, uma relação matemática que sustenta um padrão em diversos elementos da natureza, criando ordem em meio ao caos. Dessa forma, o Círculo Dourado seria uma maneira de criar ordem e prever o comportamento humano; ou seja, ele ajuda a compreender por que fazemos o que fazemos. Segundo ele, o Círculo Dourado também é uma forma de compreender como alguns líderes e algumas organizações atingiram um grau superior de influência. Para compreendermos tudo isso, primeiro precisamos entender como o círculo é formado: são três círculos, um dentro do outro, do maior para o menor. Cada círculo representa uma questão importante, sendo elas, do maior para o menor: O quê Toda empresa e organização sabe o quê faz, independentemente do ramo de atividade. Ela também é capaz de explicar seus produtos e serviços, vendidos de forma fácil e rápida. Este o quê é o ponto mais fácil de identificar de todos os outros círculos. Como Algumas empresas e pessoas sabem explicar como fazem o quê fazem. Este como geralmente é utilizado para explicar porque alguma coisa é melhor ou diferente de outras, sendo um valor agregado daquele produto ou serviço. Muitas vezes as pessoas acreditam que este fator é o suficiente para justificar uma decisão de compra ou aquisição de um serviço, mas isso não é tudo. Por quê O mais profundo e interno dos círculos é o do por quê. Poucas empresas e pessoas conseguem argumentar com clareza o por quê do que fazem o quê fazem. Quando falamos do por quê não estamos nos referindo a ganhar dinheiro e lucrar somente. O ganho financeiro é uma consequência disso. O por quê tem relação com o propósito da empresa/pessoa, tem relação direta com suas crenças e causas. Tente imaginar uma resposta para essas perguntas: Por que sua empresa existe? Por que você levanta da cama todos os dias? Por que o seu produto contribui para um mundo melhor? A maioria das empresas e pessoas tem a tendência de pensar e agir de fora para dentro do Círculo Dourado, ou seja, do o quê para o por quê, mas isso não é comum à toa. É mais fácil trabalharmos o que é mais simples e depois o mais complicado. Conforme diz Sinek, em seu livro: Nós dizemos o quê fazemos, às vezes dizemos como o fazemos, mas raramente dizemos por quê fazemos o quê fazemos. (SINEK, 2018, p. 50) Já os líderes e as empresas inspiradoras, que se tornam influentes e servem de referência, pensam e agem na forma inversa do círculo, de dentro para fora, do por quê para o quê. Um ótimo exemplo disso é a Apple, não somente pelo seu sucesso, mas por continuar, após tantos anos, sendo uma companhia inovadora e atraindo seguidores fiéis. Se a Apple fosse uma empresa típica e comum, como tantas que vemos por aí, ela se comportaria em relação ao Círculo Dourado como as outras, de fora para dentro. No seu discurso, teríamos uma explicação de o quê ela fabrica e de como acham que são diferentes, como se isso fosse o bastante para convencer alguém a comprar seus produtos, mesmo possuindo um valor elevado. Conforme afirma Sinek, o discurso da empresa Apple, se fosse igual a todos os outros, seria mais ou menos assim: “Fazemos ótimos computadores. Eles são lindos, bem projetados e simples de utilizar. Quer comprar um?” (SINEK, 2018, p. 52). Não é muito convincente, correto? Você acha que esse discurso é suficiente para convencê-lo a pagar o valor de um novo computador? Mas é assim que a maioria das empresas se coloca atualmente, acreditando que basta isso para vender. O quê Explicam o quê fazem – “Esse é nosso novo carro”. Esse modelo, de fora para dentro do círculo (o quê > como > por quê), é comum em todos os tipos de empresas e nichos, tanto em produtos quanto em serviços, tanto direcionado ao consumidor final quanto a outras empresas. Exemplo Esse modelo pode ser encontrado inclusive na política: “Esse é o candidato Fulano e sua posição em relação aos impostos é essa. Viu como ele é inovador? Vote nele!”. Em todos esses exemplos, podemos observar uma tentativa de convencer de que existe algo de diferente e com maior valor, como se esse argumento fosse sempre o suficiente. Além disso, não podemos esquecer de que todos os concorrentes também estão utilizando discursos similares, correto? Agora, vamos pensar em como a Apple faz as coisas e como ela realmente se posiciona. Desta vez, nosso caminho vai de dentro para fora do círculo, sendo primeiro o por quê: Como Dizem como fazem e como são bons nisso – “Ele tem bancos de couro, é econômico e com grande facilidade de pagamento”. Por quê Depois disso, incentivam uma ação do consumidor (compre!) e esperam um comportamento no momento seguinte. “Em tudo que fazemos queremos pensar de modo diferente, ‘fora da caixa’. A forma com que mudamos o mundo é criando produtos bonitos, simples de utilizar e intuitivos, facilitando o seu uso. O resultado disso são ótimos computadores. Que tal comprar um?” (SINEK, 2018, p. 53) Neste caso, temos uma mensagem diferente da que vimos anteriormente. A Apple inverte a ordem das informações utilizando o círculo de dentro para fora, começando pelo por quê, ou seja, por seu propósito, que não tem nada a ver com o quê eles fazem. Seus produtos e serviços na verdade são uma prova de seu propósito. Comentário Mesmo que concorrentes copiem o que a Apple faz, não conseguirão copiar o seu propósito, o que sempre irá torná-la uma empresa única. Isso comprova que seus consumidores não compram o quê ela produz, e sim por quê ela produz. No sentido contrário, podemos utilizar a Dell como exemplo. Em 2002 e 2003, a Dell lançou no mercado seus palmtops e tocadores de MP3, ambos os produtos de boa qualidade. Porém, a empresa era focada na fabricação de computadores e se definia somente por o quê fazia. Não havia muito sentido para nós comprar um palmtop ou um tocador de mp3 deles. Parecia, inclusive, não ser correto ou justificável. Diferente do ocorrido com a Apple, não havia razão para ficar seis horas em uma fila na porta de uma loja, no dia do lançamento, para comprar o novo aparelho da Dell, como ocorreu com o primeiro dia de vendas do Iphone. Algumas pessoas atribuem o sucesso da Apple à sua habilidade com o marketing, afirmando que ela vende um “estilo de vida”. Essa afirmação não está correta, pois a Apple não inventou um estilo de vida. O correto neste caso seria afirmar que pessoas que vivem de certa maneira se sentem atraídas pela Apple e gostariam de incorporar seus produtos em sua vida. Os produtos que as pessoas escolhem podem ser uma forma concreta e física de seu estilo de vida, algo que reafirme a sua causa e por quê fazem o que fazem. Podemos dizer então que esses produtos endossam suas escolhas. O autor Simon Sinek, autor da teoria do Círculo Dourado, afirma que: Uma simples alegação de que um computador é melhor, mesmo com uma evidência racional para sustentá-la, pode até criar o desejo e até motivar uma decisão de compra, mas não cria fidelidade. Se um consumidor se sentir inspirado a comprar um produto, e não manipulado, ele será capaz de verbalizar os motivos