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PSI - Wallon - Cap 3

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Psicologia Sócio Interacionista 
Henri Wallon. Psicologia e Educação
Capitulo 3 – Estágios do Personalismo (3 a 6 anos)
Este estágio está voltado para a pessoa, para o enriquecimento do eu e da construção da realidade.
A consciência corporal, juntamente com a capacidade simbólica é condição fundamental para o processo de desenvolvimento da pessoa, para a tomada da consciência de si, para o processo de diferenciação eu – outro. 
As aquisições são graduais e alternantes: da constituição do eu corporal para a constituição do objeto, e desta para a do eu psíquico.
A passagem do estágio sensório motor e projetivo para o personalismo exige uma alternância de função, uma subordinação da função da inteligência, para que o predomínio da afetividade possa, neste momento do desenvolvimento emergir e orientar o processo de constituição da pessoa. Essa constituição da pessoa é permeada por conquistas, conflitos, contradições e crises que aparecem e reaparecem ao longo de desenvolvimento. Uma das crises mais visíveis é a puberdade. 
No estágio do personalismo, a criança que até então se referia a si própria na terceira pessoa do singular começa a fazer uso constante do pronome pessoal na primeira pessoa, mostrando uma evolução na linguagem como o inicio da consciência de si, de seu processo de busca de afirmação e diferenciação. 
Esse estágio é nomeado por três fases distintas: oposição, sedução e imitação. 
Oposição – caracterizada pela necessidade de se auto afirmar, de impor sua visão pessoal, de se constituir e de se diferenciar do outro. 
Essa fase foi denominada por Wallon de fase da recusa e da reinvindicação. A distinção do eu e do outro é percebida primeiramente em relação aos objetos, com a criança expressando-se na forma do meu e do teu. Nesta fase a criança começa a ser capaz de duplicidade, de saber simular uma coisa para se conseguir outra, de mentir e usar a força para conseguir o que deseja. 
Ao ser capaz de reagir a situações das quais se recorda ou de que prevê a criança já começa a fazer distinção entre fantasias e a realidade, e sente muito prazer em misturá-los em seus jogos (faz de conta). 
Sedução – A criança agora tem necessidade de ser admirada, de sentir que agrada aos outros, pois só assim poderá se admirar também. 
Seus movimentos transformam-se pela maturação motora que ocorre nessa fase, podendo executar movimentos com perfeição. Ela se torna o centro de atenção infantil. Os não, não faço... Ou não empresto, é meu... É passado; agora, é em um tom sedutor que expressa: ... Olha como eu faço! Em busca de fazer valer seus méritos, a fim de obter uma satisfação narcísica.
A necessidade de ser admirada e aprovada por quem admira vem sempre acompanhada por inquietações, conflitos e decepções, pois nem sempre correspondem à sua expectativa. A criança torna-se competitiva e ciumenta. 
Imitação – Marca a fase do personalismo. Não são mais suficientes para a criança suas próprias qualidades e passa a cobiçar as dos outros, tomando-os como modelo. Já não se trata de reinvindicação, mas de um esforço de substituição pessoal por imitação. A imitação passará a ser de um papel, de uma personagem, de um ser preferido e muitas vezes desejado.
As condutas de imitação favorecem suas primeiras aprendizagens. A imitação não é possível antes da segunda metade do segundo ano, pois requer da criança o poder de discriminar e selecionar os gestos para copiar o modelo e, sobretudo, o poder de distribuí-los no tempo e no espaço durante a produção; implica a atitude para constelar conjuntos perceptivo - motores.
Ao tomar consciência de sua pessoa distinta do outro, confirmá-la, a criança vai buscar compreender sua posição nas relações com os outros e partindo das relações familiares pode construir uma referencia de conjunto no qual tem lugar e papel específicos.
O meio escolar é fundamental para o desenvolvimento, pois é diversificado, rico e oferece novas oportunidades de conveniência para a criança que, ainda nesse estágio, tem como referencia principal a família. 
A escola é um meio para a constituição de grupos que são iniciadores das praticas sociais e intervêm no processo do desenvolvimento, quando a simbiose afetiva e o sincretismo subjetivo, característico do comportamento infantil nos estágios anteriores, já apresentam sensível redução. 
O eu e o outro se constituem simultaneamente, a partir de um processo gradual de diferenciação, oposição e complementaridade recíprocas.
Com a consciência de si, há uma bipartição intima entre o eu e o outro, que vai se configurar como um outro eu, um outro interior, denominado socius. 
O socius exerce o papel de intermediário entre o mundo interior e o exterior; é o confidente, o conselheiro e muitas vezes, o espião. 
A instabilidade e a preservação são manifestações da atenção infantil no estágio personalista e são exercícios funcionais para a atenção que surge no estágio seguinte: o categorial. 
 Ementa
A predominância funcional é afetiva (relações afetivas) e o conflito é de natureza endógena (centrípeta). Período de formação da personalidade, marcado por conflitos e crises. Nessa fase, a afetividade que é simbólica incorpora os recursos intelectuais (principalmente a linguagem) e se exprime por palavras e ideias.
 	São características desse estágio: atividades de oposição; atividades de sedução (idade da graça); atividades de imitação; discriminação “eu e o outro”; uso da 1ª pessoa para referir-se a si mesmo: eu, meu, não; desaparecimento gradativo dos diálogos que tem consigo mesma.
 	Há a ocorrência de conflitos pessoais: oposição ao não eu (confrontos = ciúmes, tirania, agressividade). Disputa de brinquedos: desejo de propriedade conta mais do que o próprio objeto (sentimento de posse). Portanto, há a expulsão e a incorporação do outro, ou seja, movimentos complementares e alternantes no processo de formação do “eu”.
Resumo Internet
	O estágio do personalismo é marcado por oposições, inibições, autonomia, sedução, imitação, que irão contribuir para a formação e enriquecimento do eu, a edificação interior. Divide-se em três períodos. Primeiramente, ao buscar afirmar-se como indivíduo autônomo, a criança toma consciência de si própria, o que é constatado pelo emprego dos pronomes eu e meu e demonstração de atitudes de recusa (uso do não). Seu ponto de vista diante do mundo se torna único e exclusivo, e suas crises de oposição confrontam-se com as pessoas do meio próximo a fim de imperar sua vontade. Ao conseguir tal objetivo, sente-se exaltada. Nem sempre é vencedora, e isso lhe causa ressentimentos e diminuição da autoestima. Ambos os momentos representam uma crise necessária para a construção do eu, que, dependendo da forma vivenciada, pode determinar prejuízos em seu desenvolvimento (Vila, 1981). Os sentimentos de ciúme, a posse extensiva aos objetos e as cenas para chamar a atenção dos que estão ao seu redor são características essenciais para se distinguir dos outros. Mas, para tanto, é preciso haver a participação da representação (Wallon, 1981).

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