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PSI - Wallon - Cap 4

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Estagio Categorial – Cap. 4
Nesta etapa, ela aprende a denominar corretamente os objetivos familiares, e separa-los de sua própria existência e percebe a existência das coisas independentemente de sua pessoa.	
Mas as experiências vivida, a relação afetiva que estabelece a cada momento com cada acontecimento de seu universo predominam sobre o pensado e determinam positiva ou negativamente as características que atribui aos objetos, pessoas ou situações com que lida.
De acordo com Wallon, entre os 6 a 11 anos, a criança encontra-se no estágio categorial de desenvolvimento. E uma idade que aparece no conjunto da evolução mental como de estabilidade relativa, com progressos regulares, se comparada ao período de crises profundas que se abrem na adolescência.
Nesse período, a criança se desenvolver, tanto no plano motor como no afetivo, mas as características do comportamento são determinadas principalmente pelo desenvolvimento intelectual, e é nesse domínio que se podem perceber grandes saltos. A criança aprende a conhecer como pessoas pertence a diferentes grupos, exercendo papeis e atividades variados. Toma conhecimentos de suas possibilidades, adquirindo um conhecimentos mais completo e concreto de si mesma.
Pra Wallon (1989), a emergência de pensamento categorial depende da influência conjunta do desenvolvimento biológico e da inserção no meio Humano. Uma das características que marcam o início do estágio é a emergência de uma capacidade nova para a criança: a de autodisciplinar mental, conhecida comumente por atenção. Essa capacidade torna possível que ela se mantenha atenta por mais tempo em uma mesma atividade, desconsiderando os vários estímulos que recebe do ambiente e responde apenas aos que as interessam.
No plano motor, os gestos estão mais precisos e localizados, de forma ela pode selecionar o gestos adequado a ação que deseja realizar. Pode também planejar mentalmente o movimento e prever etapas e consequências do deslocamento.
Outro fator que determina a formação de sua personalidade é o meio de onde provem, os diferentes grupos em que tem início suas práticas sociais. 
Além do espaço, outros aspectos que caracterizam um meio são semelhanças de interesses, obrigações e costumes.
Os meios onde a criança vive e os que ambiciona são o molde que dá cunho a sua pessoa. O meio de que depende começa certamente por dirigir suas condutas, e o hábito que precede a escolha, mas a escolha pode impor-se, quer para resolver discordâncias, quer por comparação de seus próprios meios com os outros.
A escola exige a participação em relações diversificadas, mais flexíveis que as relações até então mantidas na família. O exercício de diferentes papeis com solicitações diferentes a leva a uma crescente individualização, a se perceber cada vez mais como um eu em relação a outros, em um processo de conflitos e cooperação com os demais. É no confronto de seu com o dos outros que vão-se definido melhor para elas os papeis que lhe competem.
A conduta da criança, assim, não pode ser explicita apenas como resultado de um conjunto de regras internalizadas na primeira infância. Ela é, nesse sentido, o resultado transitório de um conjunto de forças – maturacionais e de exigências do meio- que a orientam para uma direção ou para outra, tendo em vista sua necessidade de liberdade e de afetividade social.
No estágio categorial, uma nova estrutura mental se organiza, e o período é marcado por duas etapas. A primeira, que vai até por volta dos 9 anos, corresponde ao pensamento denominado pré-categorial por Wallona, pensamentos ainda marcado pelo sincretismo. Na segunda fase desse estagio, entre 9/10 anos, ocorre a formação de categorias intelectuais como elemento de classificação, o que vai permitir que a criança se posicione no mundo utilizando categorias para ordenar a realidade. Nesse momento emerge o pensamento categorial, que juntamente com o pré-categorial caracteriza a inteligência discursiva.
O pensamento por pares
Wallon afirma que o ponto de partida da inteligência discursiva é o par, que sustenta o pensamento sincrético. É a primeira forma de organização intelectual.
O pensamento existe apenas pelas estruturas que introduz nas coisas. O elemento de pensamento e essa estrutura binária, não os elementos que constituem.
Isso quer dizer que a criança não consegue se ater exclusivamente a uma unidade por vez, um objetivo, fato ou situação só podem existir em seu pensamento em relação a outro que lhe de identidade. Para Wallon, todo termo identificável pelo pensamento, pensável, exige um termo complementar, com relação ao qual ele seja diferenciado e a qual possa ser oposto.
O pensamento por pares se caracteriza por uma percepção global, maciça, formada pela união de circunstancias, coisas, acontecimentos, em que se confundem sentimentos e realidade. As imagens que a criança retém do mundo são misturados, e ela e incapaz de distinguir as partes do todo que percebe. Não consegue destacar um elemento do conjunto, compara-lo com outro e inseri-lo em outro conjunto, em outra ordem.
A atividade intelectual se realiza por atos descontínuos, borboleteantes.
Assim, qualquer detalhe que a atraia em um objetivo ou em uma situação pode prender sua atenção, fazendo que perca totalidade do conjunto, mudando o curso de sua atividade.
No pensamento por pares, a criança não consegue opera com sistema de relações, as noções de tempo e lugar se embaraçam no curso de suas ideias. Não conseguem distinguir fato e causa, agente e efeito, classifica os objetos de acordo com a relação que tem com eles ou a partir de suas disposições no momento. Assim, ela pode explicar que a lâmpada vê porque clareia, que uma pessoa dorme porque sonha, por exemplo. Cada objeto concreta em si todas as qualidades que o definem, e uma características pode exprimir a totalidade de um conjunto.
A criança não sabe separar a qualidade do objeto, não consegue ainda abstrair.
Sem essas diferenciação, o pensamento é preso por contradições, pela coexistência no mesmo objeto de qualidades, cujos efeitos podem ser muitos diferentes entre si ou mesmos inversos, e os temas permanecem a dois em uma relação fechada.
O confronto com a experiência dá à criança um sentimento de inadequação e a leva a procurar ajustar melhor suas representações diante da realidade.
Ao pensamento sincrético, sucede-se o pensamento de relações, que possibilitará explicações da realidade, de maneira que a criança possa utilizar mais corretamente as ligações logicas.
O pensamento Categorial 
Entre os 6 a 9 anos, a redução do sincretismo, mas só a partir da emergência do pensamento categorial será possível à criança operar com um sistema de relações.
A ultrapassagem do par exige novo poder de discriminação. O pensamento distinguira novos planos, como a diferenciação do que pertence à realidade, ao mito, á religião, e estabelecera hierarquia nas operações mentais- nomear, agrupar, comparar-, preparando a segunda etapa desta estagio, quando a criança passa a utilizar com mais segurança categorias como instrumentos do pensamentos para ordenar o mundo.
A medida que o pensamento se torna mais capaz de resolver diferenciações, de identificar, comparar e classificar os objetos, de determinar as condições de existências das coisas ou de explica-las por meio das relações de tempo, espaço e causalidade, a criança vai tomando consciência dos papeis que ocupa o outro com relação a si e ela mesma com o outro.
Com o resultado do crescimento e da participação no meio cultural, seu pensamento se organiza em torno de nações fundamentais que ordenam os dados da realidade: a noção de tempo, de espaço, de causa.
Ainda não constituem a plenitude da abstração e a pureza do conceito, mas já são um meio entre a experiências concreta e a ideia geral.
Para Wallon, é impossível dissociar na pessoa qualquer um dos conjuntos funcionais- inteligência, afetividade ou ato motor-, de forma que a criança como um todo que continua a se desenvolver. Uma etapa constitui sempre um sistema mais amplo quea idade biológica. Os estágios são caracterizados por um conjunto de necessidades e interesses que buscam assegurar o desenvolvimento da pessoa. Assim, é necessário ter em conta que a matéria do pensamento não se forma unicamente pelo desenvolvimento do sistema nervoso, mas pela pessoa em sua totalidade, em sua relação com o meio, no qual a criança se integra de acordo com suas possibilidades.
Como afirma Wallon, a escola é um meio onde convivem diferentes grupos e onde a criança exercita suas potencialidades, transformando ou confirmando a imagem que traz de si, da vivencia com a família. Nessa fase, ela ainda necessita da confirmação de seu trabalho, ainda precisa ser estimulada a participar de novos grupos em que sejam possíveis a divisão de tarefas , o trabalho em equipe e a competição.

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