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TPS - Silvia lane - Linguagem, Pensamento e Representações Sociais

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Temas em Psicologia Social 
Livro: O Homem em Movimento
Capitulo: Linguagem, Pensamento e Representações Sociais
O homem está sempre interferindo na natureza, em sua família, no seu círculo de amizade, na história e como resposta também é modificada pelo fruto de suas interferências. Para Skiner, comportamento verbal é todo aquele que é mediado por outra pessoa, e desta forma se incluem os gestos, sinais ritos e obviamente a linguagem.
A linguagem se originou na espécie humana como necessidade de transformar a natureza, através da cooperação entre os homens, por meio de atividades produtivas que garantissem a sobrevivência do grupo social.
A linguagem como produto de uma coletividade produz através dos significados das palavras articuladas em frases os conhecimentos e os valores associados a praticas sociais que se cristalizam. Qualquer analise da linguagem implica considera-la como produto histórico de uma sociedade.
Seja Skinner, Piaget, Vygotsky, Malrieu ou Leontiev, todos são concordes em afirmar que a função primaria da linguagem é a comunicação e o intercambio social, através da qual a criança representa o mundo que a cerca e que influenciará seu pensamento a suas ações no seu processo de desenvolvimento e hominização. 
A aprendizagem da língua materna insere a criança na historia de sua sociedade, fazendo com que ela reproduza em poucos anos o processo de hominização pelo qual a humanidade se produziu. 	
Significados produzidos historicamente pelo grupo social e adquirem no âmbito do individuo do individuo um sentido pessoal, ou seja, a palavra se relaciona com a própria vida e com os motivos de cada individuo (realidade). 	
Uma analise feita por Terwilliger mostra que a palavra é uma arma de poder, demostrando o quanto a imposição de um significado único e absoluto a palavra é forma de dominação do individuo.
	Este fato mostra o quanto a autoridade é cercada de valores e de emoções que a tomam inquestionável e absoluta, reproduzindo relações sociais esperadas pelo grupo. 
	Essa arma de poder só é dominada pelo confronto entre diferentes significados possíveis – pensamento critico defendido por Paulo Freire.
Neste processo de subjetivação, de visão de mundo, surge a representação social. O indivíduo desde pequeno vai testando o que aprendeu, confrontando e escolhendo (objetivando) o que considera mais vantajoso e consequentemente se personalizando.
		Segundo Malrieu a representação social se constrói no processo de comunicação. Dessa forma a representação social se estrutura tanto pelos objetivos da ação do sujeito social como pelos dados que concordam ou que se opõem a eles. A comunicação e a personalização determinam e são determinadas pelas representações, que implicam objetivação, seleção, coordenação das posições dos outros e de si mesmo. 
As representações sociais são construídas a partir da interação coletiva, de atos ilocutórios que são as falas que caracterizam a posição que as pessoas ocupam. Esta representação é o sentido pessoal que o homem atribui aos significados elaborados socialmente. Ao longo do tempo os significados mudam e para que ele entenda quem é se interioriza e se modifica.
É no discurso de cada sujeito que se identifica o que lhe é semiótico, pois sua fala está carregada de sua crença e a escolha de suas palavras está de acordo com sua ideologia.
Por mais que o homem possua sua visão de mundo, na sociedade todos em algum momento precisam cooperar para o bem comum, obedecendo a regras, adquirindo posições, representando e expondo sua ideologia de várias formas, interagindo e se interiorizando e emanando no real o que ele mesmo subjetiva.
Consciência/alienação: a ideologia no nível individual
Como se sabe o indivíduo influencia e é influenciado pela historia e sua sociedade. Ser mais ou menos influente dependerá de como ele age, ou seja, ele pode fazer as coisas acontecerem ou simplesmente ver quem está a sua volta agindo. O sujeito através de suas ações vai modificando e construindo a história. É preciso pensar e ter senso crítico para isso acontecer.
Como então entender a ideologia contida nas atividades superestruturais da sociedade que são as instituições políticas, jurídicas, religiosas, filosóficas, que tanto influenciam a ideologia individual? Como o sujeito pode reconhecer que nem tudo lhe impõem é o melhor?
A condição básica para o ser humano se comunicar é a linguagem. É ela que o ajudará em todas as suas relações com seus semelhantes e a entender a sua própria individualidade, sua forma de pensar. Esta mesma linguagem vem sempre carregada de significados, representações e revela o que cada grupo procura, qual a sua ideologia.
O sujeito pode detectar as contradições existentes no grupo onde impera determinada ideologia, mas muitas vezes, não existe o senso crítico, e o sujeito vê tudo como natural, aceitando o que lhe é imposto sem questionar, sem entender quem ele realmente é e a sua importância social, o que entende-se como alienação.
O indivíduo consciente de si compreende que faz parte de uma classe social, que deve estar num grupo que age como tal, lutando pelo que entender ser seu direito, mas também compreende que no que acredita, muda a sua vida. Ele age, planeja, pesa o que fez, lembrando-se sempre de todo o significado da linguagem que aprendeu.
Não se pode negar que também acontece a não-ação, e isto ocorre no pensamento – o que é fundamental para a tomada de decisões, para avaliar se determinada atitude será boa ou não. Isto refletirá o que o sujeito aprendeu na linguagem como certo-errado, verdadeiro-falso, bom-ruim. A linguagem produzida está cheia de representações de mundo, de realidade, de homem, daquele que a produziu. Tudo isso coopera para trazer a sua memória experiências em que suas atitudes tiveram os resultados esperados e se não tiveram, do mesmo modo continua sendo importante para a conscientização do mesmo, ao contrário de simplesmente aceitar o que o grupo lhe diz impondo que é assim que se deve ser feito.
Se o indivíduo persistir em responder sempre da mesma forma, produzir da mesma forma, refletir da mesma forma, é inevitável a persistência da alienação.
A ciência busca então entender os fatos, separar o concreto do abstrato, o concreto que está sob o empírico aparente, como entender socialmente o indivíduo como manifestação de uma totalidade. Mas a própria ciência é uma atividade e produção humana, estando carregada em seus processos e resultados dos interesses daquele que a produziu.
Procura-se então encontrar a ideologia, nível de consciência a partir do discurso individual com o pesquisador, sendo vital a relação entre pesquisador – pesquisado, colaborando para o estudo. O pesquisador é objeto de estudo de si e do outro.
Faz-se necessário não apenas estudar a ideologia individual, mas também a relação entre o grupo, desde aqueles que simplesmente reproduzem cristalizadamente os papéis e a ideologia deste grupo até as atitudes questionadoras. Confrontar o discurso e a ação. Intervir e acumular conhecimentos na pesquisa, uma observação não apenas passiva, mas participante.
Ter senso crítico e não apenas aceitar ou cristalizar papéis e ideais é essencial para o indivíduo que não deseja ser simplesmente manipulado ou ser e permanecer alienado. Mas o homem consciente tem leitura ideológica, crítica sobre o que está a sua volta, que se move e movimenta a história de seu mundo e de sua sociedade.

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