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Saiba Mais Aula 07 – Empresa e Relação com Consumidor Responsabilidade Fato e Vício do Produto ou Serviço Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Fornecedor Leciona Sérgio Cavalieri filho a respeito da distinção entre obrigação e responsabilidade, afirmando que a “Obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever jurídico sucessivo, consequência à violação do primeiro”. Ilustra o jurista Cavalieri, que “Se alguém se compromete a prestar serviços profissionais a outrem, assume uma obrigação, um dever jurídico originário. Se não cumprir a obrigação(deixar de prestar os serviços), violará o dever jurídico originário, surgindo daí a responsabilidade, o dever de compor o prejuízo causado pelo não cumprimento da obrigação. O Código do Consumidor chegou a elencar causas de exclusão de responsabilidades em numerus clausus(art.12,§ 3º e art. 14 § 3º), buscando assim não permitir que a parte obrigada ao dever jurídico, pudesse eximir da sua responsabilidade, aventurando outras causas de exclusão. Consigna o CDC. a responsabilidade civil objetiva do fornecedor pelo fato do produto/ serviço, no qual o fabricante, contrutor, o produtor, importador e os prestadores de serviços respondem independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos causados ao consumidores por defeitos nos produtos/serviços ofertados ao mercado de consumo(art.12, art. 14 do CDC). Na responsabilidade objetiva não é necessário a demonstração subjetiva da culpa, em outras palavras: mesmo não tendo agido com culpa, o fornecedor deve indenizar os danos que seus produtos e serviços venham causar ao consumidor. Destarte, a responsabilidade do fornecedor do produto e do serviço é objetiva, significando que o fornecedor será responsabilizado pelo dano provocado pelo produto ou serviço, mesmo que não tenha agido com negligência, imprudência ou imperícia, (culpa). É relevante consignar, que a responsabilidade dos profissionais liberais o Código do Consumidor não atribuiu a responsabilidade objetiva e sim a responsabilidade subjetiva, ou seja: a responsabilidade com culpa, expressando a norma jurídica do consumidor no art. 14, § 4 do CDC: “art. 14. A responsabilidade pessoal do profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.” A Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço O CDC distingue as responsabilidades por danos causados aos consumidores pelo fato do produto ou serviço, denominados acidentes de consumo da responsabilidade pelos vícios de qualidade ou quantidade dos produtos ou serviços. A responsabilidade pelo fato do produto acarreta um dano ao consumidor ou terceiros como, por exemplo, o refrigerante que explode nas mãos de consumidor, ocasionando uma lesão nas mãos. Neste caso a responsabilidade é daquele fabricante, o produtor, o construtor, nacional / estrangeiro ou importador do produto será direita e independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados ao consumidor por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. O fabricante, o construtor, o produtor ou importador, no entanto, não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. O intermediador do produto, ou seja, o empresário que atua no ramo do varejo, agindo com o repasse da mercadoria, a princípio não será responsável pelo dano causado ao consumidor, isso porque a responsabilidade sobre o fato do produto/serviço atua no campo da produção do bem. No entanto, há casos em que o intermediador apresentará responsabilidade pelos danos causados ao consumidor, dispõe o artigo 13 do CDC: “Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.” Já as hipóteses de responsabilidade pelo vício de qualidade produto e serviço bem como do vício de quantidade estão previstas nos art. 18 usque 20 do CDC., considerados vícios de qualidade por inadequação do produto/serviço. Não se pode deixar de considerar que os vícios de adequação, previstos nos arts. 18 e segs. do Código de Defesa do Consumidor, suscitam uma desvantagem econômica para o consumidor, mas a perda patrimonial não ultrapassa os limites valorativos do produto ou serviço defeituoso, na exata medida da sua inversibilidade ou imprestabilidade. Nas duas modalidades – responsabilidade sobre o fato/vício do produto - basta o consumidor provar a existência do fato(produto ou serviço com vício) e do nexo causal(que o dano foi provocado em decorrência do produto ou serviço).
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