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22/08/2015 1 Engenharia Civil Mecânica dos Solos II Capítulo I - 2ª parte Distribuição das Tensões nos Solos 22/08/2015 2 Mecânica dos Solos II 4. Acréscimos de tensões devido às cargas aplicadas: Aplicando-se sobrecarga ao terreno, o mesmo sofrerá modificações nas tensões até então existentes. Estas modificações ocorrem em todos os pontos do maciço solicitado. Estas modificações de tensões podem ser maiores ou menores, dependendo da posição do ponto em relação ao lugar da aplicação da carga. Mecânica dos Solos II 4.1 Distribuição de tensões no solo: As tensões induzidas em uma massa de solo, decorrente de carregamentos superficiais, dependem fundamentalmente da posição do ponto considerado no interior do terreno em relação à área de carregamento. “A lei de variação das tensões, lateralmente e com a profundidade, constitui a denominada Distribuição de tensões nos solos.” 22/08/2015 3 Mecânica dos Solos II • “A magnitude das tensões aplicadas tende a diminuir tanto com a profundidade, como lateralmente, a medida que aumenta a distância horizontal do ponto à zona de carregamento”. Mecânica dos Solos II • Distribuição das tensões pelo Método do Bulbo de pressões: 22/08/2015 4 Mecânica dos Solos II • As perturbações no estado de tensão inicial de um maciço de solo, provocadas por um carregamento, se propagam indefinidamente, porém a intensidade destas perturbações, diminuem bastante com a profundidade e com o afastamento lateral do ponto de carregamento, de modo que a influência, do ponto de vista prático, é limitada a uma determinada região. Mecânica dos Solos II Existem várias teorias em uso para a determinação dos acréscimos de tensões provenientes do carregamento de um solo, cada uma delas com suas restrições de uso. Dentre elas, veremos: • Solução simplificada ou hipótese simples; • Teoria da elasticidade; • Método do bulbo. 22/08/2015 5 Mecânica dos Solos II 4.2 Hipótese simples ou solução simplificada: Esta solução propõe que as tensões se propaguem uniformemente através da massa de solo segundo um dado ângulo de espraiamento (30 ou 400) ou uma declividade (rampa 2:1). Assim, com a profundidade, a área aumenta, e a tensão proporcionalmente diminui. Mecânica dos Solos II Distribuição das tensões verticais com a profundidade – espraiamento e método 2:1 22/08/2015 6 Mecânica dos Solos II • Calculo da tensão vertical na profundid. Z, pelo método de espraiamento: • Bz = b0 + 2.z.tan(φ0) • Lz = L0 +2.z.tan(φ0) • Calculo da tensão vertical na profundid. Z pelo método 2:1. • Bz = b0 + z • Lz = L0 + z �0 = � �� . � Mecânica dos Solos II De acordo com o tipo de solo, temos os seguintes valores típicos para o ângulo de espraiamento: Solos muito moles = Ф0 < 40º Areias puras = Ф0 40º a 45º Argilas rijas e duras = Ф0 ≅ 70º Rochas = Ф0 > 70º 22/08/2015 7 Mecânica dos Solos II Princípios desta teoria: • A propagação de pressões devido às sobrecargas, restringe-se à zona delimitada pelas linhas de espraiamento: • As tensões são constantes em determinada profundidade, dentro do limite da zona delimitada pelas linhas de espraiamento. Mecânica dos Solos II Restrições: • A hipótese simples contraria todas as observações experimentais efetuadas até hoje: • Em ensaios feitos através de medições no interior do subsolo, verificou-se que a pressão distribuída em determinada profundidade não é uniforme, mas sim variável em forma de sino. 22/08/2015 8 Mecânica dos Solos II 4.3 Soluções advindas da teoria da elasticidade: É a teoria mais empregada na solução dos problemas de acréscimos de tensões nos solos. Ela apresenta resultados bem mais próximos da realidade, do que a hipótese simples. Mecânica dos Solos II No desenvolvimento matemático, a teoria da elasticidade admite que: • Material seja homogêneo (prop. constantes); • Material seja isotrópico (prop. iguais, qq dir.); • Material seja linear-elástico (tensão/deform.=) • A variação de volume do solo é negligenciada • O solo é semi-infinito. 22/08/2015 9 Mecânica dos Solos II Existem formulações para uma grande variedade de tipos de carregamento, denominadas de extensão da solução de Boussinesq. As mais importantes são: • Carga distribuída ao longo de uma linha; • Carregamento uniforme sobre uma placa retangular de comprimento infinito; • Carregamento uniforme sobre placa circular; Mecânica dos Solos II Tipos de carregamento – continuação: • Carregamento triangular de comprimento infinito; • Carregamento em forma de trapézio retangular de comprimento infinito; • Carregamento uniformemente distribuído sobre uma superfície de forma irregular – gráfico de Newmark. 22/08/2015 10 Mecânica dos Solos II 4.3.1 Solução de Boussinesq – carga concentrada. Mecânica dos Solos II • A formula para calculo do acréscimo de tensões estabelecida por Boussinesq é: • Os valores de NB dependem apenas da geometria do problema, sendo dado em função de r/z, no ábaco a seguir. • Observar que Δσv é independente do material ∆�′ = � �2 ∙ �� 22/08/2015 11 Mecânica dos Solos II • Pois os parâmetros elásticos não entram na equação. Mecânica dos Solos II 4.3.2 Solução de Westergaard: Westergaard analisou a solução de Boussinesq para alguns terrenos que se apresentavam menos heterogêneos,com materiais diversos, de granulometria mais grossa (pedregulhos, areias e siltes) em seu meio (material anisotrópico), que favoreciam o aumento de resistência a deformações laterais. 22/08/2015 12 Mecânica dos Solos II • Nestes casos, a solução de Boussinesq afasta- se muito das hipóteses que servem de base ao seu desenvolvimento. • Após estudos, Westergaard fez ajustes na equação de Boussinesq, porém utilizando-se do mesmo ábaco anterior. ∆�′ = � �2 ∙ �� Mecânica dos Solos II 4.3.3 Carregamento uniforme sobre uma placa retangular de comprimento infinito: Considera-se comprimento infinito, quando uma das dimensões é muito maior do que a outra. Esta solução é denominada de Solução de Carothers. 22/08/2015 13 Mecânica dos Solos II • Alternativamente, tem-se o uso do ábaco da figura a seguir, onde se determina o fator de influência. Mecânica dos Solos II • Ábaco de Carothers para determinação dos acréscimos de Tensões verticais e horizontais. 22/08/2015 14 Mecânica dos Solos II • As equações para o cálculo são: • Para Δσ’v = I1 .P Para tensões verticais; • Para Δσ’h = I3 . P Para tensões horizontais. Mecânica dos Solos II 4.3.4 Carregamento uniformemente distribuído sobre uma placa retangular: Esta teoria desenvolveu formulações para o cálculo dos acréscimos de tensões sobre o vértice da placa retangular. Para pontos dentro e fora do vértice original do retângulo, traça-se retângulos auxiliares, cujos vértices coincidem com o ponto . 22/08/2015 15 Mecânica dos Solos II • O ábaco para determinação do fator de influência foi construído com base nos índices m e n, calculados a partir das dimensões (a;b) do retângulo e da profundidade z. Obtendo I do gráfico, temos: Δσ’v = P . I � = � � 22/08/2015 16 Mecânica dos Solos II • No caso de um ponto no interior da área, como o ponto P, a ação da área ABCD é a soma das ações de cada uma das área – AJPM, BKPJ, DLPK e CMPL Mecânica dos Solos II • No caso de ponto externo, como o ponto P , considera-se a ação da área PKDM, subtraem-se os efeitos dos retângulos PKBL e PJCM e soma-se o efeito de retângulo PJAL, porque essa área foi subtraída duas vezes anteriormente. 22/08/2015 17 Mecânica dos SolosII 4.3.5 Carregamento uniformemente distribuído sobre uma área circular: Este cálculo é utilizado para bases de tanques e depósitos cilíndricos e fundações de chaminés e torres. O ábaco a seguir fornece o fator de influência para o calculo do acréscimo de tensões, através dos índices x/R e z/R. Mecânica dos Solos II Distribuição de tensões em uma área circular 22/08/2015 18 Mecânica dos Solos II 4.3.7 Carregamento uniforme de qualquer forma: Solução de Newmark Também conhecido como o ábaco dos quadradinhos, Newmark desenvolveu um processo gráfico que permite obter as tensões induzidas devido a uma área de forma irregular sob condição de carregamento uniforme, atuando na superfície do terreno. 22/08/2015 19 Mecânica dos Solos II • O processo começa com a construção de nove círculos concêntricos, representando a tensão que a construção exerce sobre o solo. Cada circulo representa uma variação de 10% da carga aplicada. • A área compreendida entre os círculos (anel), são dividas em 20 setores iguais. • Cada quadradinho representará um fator de influência igual 0,005 (1/200) da carga aplicada. Mecânica dos Solos II • Necessita-se calcular o tamanho do raio de curvatura para cada circulo, para se ter a projeção de carga em uma escala de valor; • O tamanho do raio de cada curva é dada pela equação: R = R/z .z 22/08/2015 20 Mecânica dos Solos II O cálculo do acréscimo de tensões deverá ser feito da seguinte maneira: • Desenha-se a planta da superfície carregada na escala do gráfico (AB = z); • O ponto onde se quer determinar o acréscimo de pressão deve coincidir com o centro do gráfico; • O acréscimo de tensão será calculado pela seguinte equação: Mecânica dos Solos II Δσ’v = p . N . I ; onde • p = carregamento externo; • N = número de fatores de influência – quadradinhos. • I = unidade de influência. 22/08/2015 21 Mecânica dos Solos II 4.4 Bulbo de pressões: Sabe-se que a influência, do ponto de vista prático, de determinadas cargas aplicadas na superfície de um terreno, é limitada a uma determinada região, diminuindo bastante com profundidade e com o afastamento lateral. Mecânica dos Solos II • Unindo-se pontos na massa de solos solicitados por tensões iguais, obtém-se curvas de distribuição de tensões denominadas de isóbaras. • Ao conjunto de isóboras, denomina-se Bulbo de Pressões. 22/08/2015 22 Mecânica dos Solos II • É possível traçar inúmeras isóboras, cada uma correspondendo a uma tensão específica. Normalmente se traça isóboras correspondendo a uma variação de 10% do valor da carga. Mecânica dos Solos II • O conceito de Bulbo de pressões é aplicado para a massa de solo delimitada pela isóbora correspondente a 10% da carga aplicada à superfície do terreno (0,10q). • Considera-se que valores menores que 10% não tem efeito na deformabilidade do solo de fundação. 22/08/2015 23 Mecânica dos Solos II • A tensão, em qualquer ponto no interior da massa limitada pela isóbora é maior que σz, qualquer ponto fora da isóbora tem tensão menor que σz. • Quanto maiores as dimensões de uma fundação, maior a massa de terra afetada pelo Bulbo de Pressões. Mecânica dos Solos II • O Bulbo de Pressões atinge uma profundidade z0 = α .B, onde B é a menor dimensão da fundação e α um valor dado pela tabela: 22/08/2015 24 Mecânica dos Solos II • A verificação da área afetada pelo Bulbo de Pressões é de vital importância para estabilidade de uma obra de engenharia. • De acordo com o tamanho da largura de uma fundação (menor dimensão), calcula-se a área de influência da isóbora de 10%, e conforme a camada alcançada deverá ser feita uma análise da capacidade de suporte da mesma. Mecânica dos Solos II • Diferença entre os efeitos de uma pequena construção e os efeitos de uma construção maior, que atinge uma camada de argila mole, onde deverá ocorrer recalque. 22/08/2015 25 Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II 22/08/2015 26 Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II • Quando se construir um prédio ao lado de outro pré-existente, deverá ser analisada a integração dos bulbos de pressão dos dois prédios em relação ao perfil do terreno, cuja largura passará a ser a soma da largura dois prédios. 22/08/2015 27 Mecânica dos Solos II Por hoje é só. Próxima aula, exercícios. Obrigado pela atenção.
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