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Doenças das aves

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MANEJO PARA O CONTROLE DE DOENÇAS
Muitas doenças podem ocorrer entre os vários tipos de aves. São apresentadas descrições superficiais para alguns dos principais problemas que geralmente são observados em todo o mundo. A sanidade e a prevenção de doenças são fundamentais dentro de todo o manejo das aves. Um plantei saudável é obtido através de um programa de controle total de doenças. É importante reconhecer os problemas sanitários muito rapida­mente e, imediatamente, responder com um diagnóstico e tratamento sincronizados e precisos que podem envolver a assistência imediata de um profissional.
A doença pode ser definida como um desvio da normalidade. Algumas doenças podem ser altamente infecciosas e disseminar-se de ave para ave, e outros problemas classificados como doença podem não ser plenamente transmi­tidos. As desordens nutricionais são às vezes referidas como doenças; com certeza são desvios da condição normal, mas muitas aves podem apresentar sintomas de deficiência sem que estes sintomas sejam transmitidos de ave para ave. Como as aves são alojadas e submetidas a um manejo de alta densidade, muitas doenças respiratórias vêm se tornando um sério problema. A ventilação inadequada e o contato íntimo ave a ave têm contribuído com a transmissão de doenças respira­tórias.
Os microrganismos podem invadir o organismo da ave através de um grande número de vias em comum. A pele, os olhos, a boca e as passagens nasais que se ligam aos sistemas respiratório l' digestivo são as principais vias pelas quais os agentes da doença atingem o organismo. Os microrganismos patogênicos.
são bactérias, vírus, protozoários, parasitas (internos e externos) e fungos. Muitos destes microrganismos são geralmente resistentes às condições ambientais e se multiplicam muito rapidamente em um substrato com calor e umidade, particu­larmente o tecido vivo. Os microrganismos não somente são transmitidos de ave a ave, mas também através de equipamentos, calçados e vestes dos homens e através de veículos, ração, água, ar e cama. O ar é um agente transmissor muito comum quando contém partículas de poeira sobre as quais bactérias e vírus são transportados. Os galpões são particularmente adequados para hospedar pulgas e carrapatos, bem como muitos outros agentes de doenças. O piso e o material da cama são lugares excelentes para multiplicação de agentes patogênicos. A maioria das instalações de perus e frangos de corte tem cama suja e os galpões de galinhas poedeiras podem ter um piso sólido de concreto ou asfalto. 
O projeto inicial das instalações avícolas deve levar em conta características que permitirão uma limpeza sistemática e a manutenção adequada da higiene. A instalação do sistema de bebedouros deve apresentar um reservatório para administração de medicamentos que permitirão um tratamento preciso e imediato através da água, quando utilizados apropriadamente. Quando as aves estão doen­tes, elas freqüentemente beberão água mesmo sem comer. 
O controle da doença é um desafio quando se trabalha com um galpão de aves com densidade elevada e a prevenção deve ser continuamente praticada para minimizar o potencial de infecção. As medidas preventivas são melhor conduzidas através de um programa de sanidade bem planejado e manejado. Um programa de vacinação deve ser efetuado para oferecer proteção para doenças específicas sabidamente prevalentes. Um esquema de vacinação deve ser empregado paralelamente a um programa sanitário contínuo e aplicado especificamente para as necessidades do programa de manejo; e em nenhuma hipótese a vacinação deve ser considerada como uma substituta de um programa de manejo bem planejado.
DOENÇAS 
Muitos termos são utilizados em associação com a descrição da doença e problemas afins. Por exemplo. a doença pode ser definida como qualquer desvio do estado normal do bem-estar ou como uma ligeira indisposição ou algo que põe em perigo a vida, e portanto não é necessariamente algo que pode ser transmitido de ave a ave. As doenças crônicas são de longa duração e surtos de doenças agudas são de curta duração. O termo comumente utilizado, infecções refere-se à invasão do tecido por microrganismos, que crescem e produzem toxinas ou então lesam os tecidos corporais e órgãos. Estes microrganismos são denomi­nados de patogênicos, o que significa que têm a habilidade de promover a infecção e a doença. Quando o termo imunidade é utilizado, refere-se ao poder do animal resistir e superar a infecção. A imunidade pode ser iniciada por uma vacina - uma suspensão de microrganismos que produza doença - elaborada em labora­tórios e administradas às aves antes que a doença tenha acesso através de outras fontes não controladas. 
Agentes de Doença 
1. Os vírus são agentes muito comuns de doenças aviárias. Eles são facilmente transmitidos através do ar ou por alimentos, equipamentos e trajes contaminados. 
Os microrganismos são extremamente pequenos quando comparados com outros patógenos podem replicar-se somente no interior de células vivas. Eles são alta­mente resistentes às desinfecções e aos agentes detergentes e, portanto, são difíceis de eliminar. 
2. As bactérias são microrganismos microscópicos unicelulares. Elas produ­zem muitas doenças aviárias, mas podem ser facilmente controladas pelo uso adequado de antibióticos. Existem antibióticos específicos que são efetivos contra tipos específicos de bactérias. Os antibióticos de largo espectro podem ser efetivos contra inúmeros tipos de bactérias. Recomenda-se que se utilize os antibióticos com muito critério porque as bactérias desenvolvem imunidades antibióticas, diminuindo a eficiência das drogas após um período de uso. (As bactérias são facilmente disseminadas através de muitas vias; por isso deve-se adotar sempre procedimentos sanitários muito cuidadosos.) 
3. Os protozoários são seres microscópicos unicelulares, geralmente muito resistentes aos desinfetantes, e que podem viver por longos períodos de tempo no solo. Eles multiplicam-se rapidamente no intestino, produzindo lesão tissular e toxinas deletérias para o bem-estar do hospedeiro. 
4. Os parasitas vivem fora do hospedeiro e são externos ou internos. São multicelulares e freqüentemente promovem a morte do hospedeiro por utilizarem produtos essenciais para a manutenção do organismo. Podem sobreviver por longos períodos de tempo fora do hospedeiro, sendo disseminados facilmente de ave para ave ou a partir de equipamentos, solo, cama, instalações e trajes dos homens. Crescem rapidamente sob condições de calor e umidade, mas são alta­mente resistentes ao ressecamento e também a ambientes frios. 
5. Os fungos são formas inferiores de vegetais multicelulares que são comu­mente encontrados em condições de calor e umidade. São encontrados com freqüência nas rações. Os grãos e outros produtos que não são aquecidos durante o processamento são freqüentemente as principais fontes de fungos. 
A maioria das doenças facilmente transmitida através do contato direto com outras aves ou pelo contato com recintos ou equipamentos contaminados. Elas são disseminadas através de cama e solo, ração e água, por pássaros silvestres, tratadores e visitantes. Os microrganismos que produzem doenças geralmente ganham entrada no organismo através do nariz, boca, olhos, pele, cloaca ou através do ovo.
DOENÇAS VIRAIS
MAREK
A doença de Marek pode comprometer galinhas com aproximadamente 6 a 16 semanas de idade. Em geral, os patologistas consideram que esta doença é produzida por um ou mais herpes vírus. As galinhas parecem ser mais suscetíveis à infecção por contato durante o início da vida, nos períodos de eclosão e criação inicial; no entanto, a morte pode não ocorrer até a fase final do período de crescimento ou na idade de produção de ovos. Muitas aves morrem em um período de poucas semanas após tornarem-se infectadas e a mortalidade continua por toda a vida do lote. Não há nenhum tratamento conhecido, mas nos últimos anos foi desenvolvida uma vacina efetiva. Ela deve ser administrada imediatamente após o nascimentoantes que as aves deixem o incubatório. Debilidade ou fraqueza de uma ou ambas pernas é o principal sintoma e as aves doentes podem ficar paralisadas com uma perna flexionada para trás e a outra para frente.
LEUCOSE LINFÓIDE
A leucose linfóide, às vezes conhecida como a doença do fígado grande ou linfomatose viceral, é uma doença causada por um vírus que acomete aves semi-adultas ou adultas. A doença é caracterizada pela ocorrência gradual de mortalidade baixa e persistente entre o lote. Tumores podem estar presentes. e as aves tornam-se emaciadas ou caquéticas com cristas e barbeIas pálidas. O espessamento dos ossos longos das pernas e particularmente das canelas pode ser observado. Não há nenhum tratamento; o melhor controle até o presente momento é adquirir um planteI que foi geneticamente selecionado para ser resis­tente ao vírus.
GUMBORO
A doença de Gumboro ou doença infecciosa bursal (DIB) é uma doença viral das galinhas, aguda e contagiosa que produz dano renal severo. Ela é altamente infecciosa e dissemina-se através de muitas vias normais. Penas arrepia­das, sonolência, tremores, e uma diminuição do consumo de ração, acompanhados por uma diarréia branca ou acinzentada, são os principais sintomas. Os rins estão pálidos, aumentados e repletos de uratos (um material parecido com cola). Não há nenhum tratamento, mas existe uma vacina que previne a doença. Muitos surtos ocorrem em uma idade precoce, de 3 a 6 semanas e por esta razão geral­mente recomenda-se a vacinação logo ao nascimento. O tratamento mais efetivo é um bom manejo para reduzir a severidade da doença.
DCR - DOENÇA CRÔNICA RESPIRATÓRIA
A doença crônica respiratória (DCR) é causada pelo Mycoplasma gallisep­ticum, uma bactéria que é desprovida de parede celular rígida. Existem duas espécies de Mycoplasma, M. gallisepticum e M. synoviae que afetam em todas as idades galinhas e perus. Em perus causam a sinusite e sinovite infecciosas. respectivamente. Se a galinha reprodutora é portadora do microrganismo ele pode ser transmitido para o pintinho através do ovo, mas pode também ser transmitido através de contato direto com outras aves que estão infectadas e por equipamentos contaminados ou através da poeira. Freqüentemente, os sinto­mas são semelhantes a das outras doenças respiratórias - os sinais primários são edema da face e cabeça, dificuldade respiratória e fraqueza. Pode ser obser­vado um acúmulo de exsudato caseoso amarelado nos sacos aéreos, pulmões e saco pericárdico. Nenhuma droga comum é efetiva em todos os casos. Os antibióticos e sulfonamidas podem prevenir algumas infecções secundárias sérias e ajudarão a manter o apetite, que faz com que a ave lute para debelar sua infecção. Não há nenhuma vacina satisfatória e um bom manejo preventivo é o melhor método de controle. Algumas companhias de reprodutores mantêm um planteI de reprodutoras livres de Mycoplasma possibilitando que os incuba­tórios vendam pintos livres de Mycoplasma.
ENCEFALOMIELITE AVIÁRIA
O tremor epidêmico (encefalomielite aviária) em galinhas é caracterizado pela ocorrência de sintomas nervosos produzidos pela infecção viral. A morta­lidade pode ocorrer em pintinhos com menos de 3 a 4 semanas de idade, mas não em galinhas adultas. Sonolência, apatia e prostração aparecem em aves jovens, acompanhadas pela debilidade parcial ou completa da perna, paralisia pode ser também observada. Uma diminuição severa da produção de ovos é o sintoma mais evidente em surtos que ocorrem entre galinhas poedeiras e não há lesões post-mortem significantes. Até o presente momento não existe trata­mento específico. É recomendada a vacinação de frangas que são destinadas à reprodução com 8 a 16 semanas de idade.
BOUBA AVIÁRIA
A varíola aviária (Bouba Aviária) é uma doença viral comumente observada entre galinhas e perus. As lesões aparecem nas áreas não empenadas da pele. bem como nos tratos respiratório superior e digestivo. O agente causal é um DNA vírus de grande dimensão denominado DNA poxvírus. A varíola é trans­mitida pela picada de insetos tais como mosquitos e pelo contato com aves infectadas; o poxvírus é resistente às condições ambientais e pode persistir por muitos meses livre na natureza. A varíola pode ser prevenida através de vacinação durante o período inicial de crescimento, sendo melhor revacinar as frangas bem antes do início da produção. A vacina utilizada é um poxvírus tipo pombo preparado para galinhas; os perus são geralmente vacinados com poxvírus tipo galinha. As galinhas geralmente são vacinadas pelo método da puntura da dobra da asa e os perus são através do uso do método de escarificação da coxa de 2 a 3 meses de idade.
ENTERITE DE GALINHAS E PERUS
A enterite de galinhas e perus é uma doença viral caracterizada pela ocorrên­cia súbita de fezes sanguinolentas, depressão e freqüentemente mortalidade eleva­da. O vírus é transmitido por muitos tipos de aves silvestres e pela ingestão de fezes de indivíduos infectados. Morte abrupta é geralmente o primeiro sintoma e uma diminuição concomitante do consumo de água e ração pode ser notada. A ave que morre pode estar com boa conformação física e com pequenas hemor­ragias aparecendo em vários pontos tais como peito, músculos da coxa, sobre coração, fígado e moela. Não há nenhum tratamento, portanto, bom manejo e cuidados básicos são muito importantes para minimizar os prejuízos.
BIG - BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS
A bronquite infecciosa das galinhas (BIG) é uma doença respiratória produ­zida por vírus, de caráter agudo e altamente contagiosa. A doença ocorre ampla­mente em todos os países onde se cria galinhas. A doença pode ocorrer entre aves em crescimento, mais freqüentemente em frangos de corte e menos freqüen­temente entre galinhas poedeiras. Entre pintinhos recém-nascidos, podem ser observados espirros, estertor nasal e outros sintomas de comprometimento respi­ratório. Pode ocorrer debilidade, depressão e amontoamento em volta da campâ­nula. A mortalidade é relativamente baixa. Entre galinhas poedeiras são obser­vados sintomas semelhantes associados com uma queda de produção (20 a 50%). Para prevenção são utilizadas, em aves jovens, vacinas com vírus vivo modificado; no caso de um surto não há nenhum tratamento que não um bom manejo, apesar que em alguns casos são administrados antibióticos para controlar infecções secundárias por outras bactérias. 
LTI - LARINGOTRAQUEÍTE INFECCIOSA
A laringotraqueíte infecciosa (LTI) é uma infecção viral aguda das galinhas caracterizada por problemas respiratórios sérios, espirros, tosse e estertor tra­que aI. As aves podem ser imunizadas antes de adquirirem a doença, mas isso deve ser feito somente se a doença foi previamente observada na região. As aves devem ter pelo menos 4 semanas de idade para serem vacinadas. Inúmeras técnicas de vacinação são aceitas, tais como as vias oculares e da puntura da dobra da asa.
INFLUENZA AVIÁRIA
A influenza aviária é uma doença viral que afeta os sistemas respiratório e nervoso. Algumas vezes é denominada de "peste aviária", ocorre em todo o mundo e é o principal problema da indústria avícola mundial. Na maioria dos surtos os sintomas mais comuns são aqueles descritos para as doenças respira­tórias e espirros, tosse e respiração laboriosa no entanto pode também ocorrer diarréia, edema da cabeça e da face e/ou distúrbios nervosos. A mortalidade pode ser bastante variável e os surtos em aves poedeiras são associados à diminui­ção da produção de ovos. As aves que estão em produção durante o surto, freqüentemente produzem ovos com cascas anormais. Não há nenhum tratamento efetivo, mas bom manejo, nutrição adequada e antibióticos de largo espectro podem levar à redução dos efeitos deletérios produzidos por agentes secundários.
NEWCASTLE
A doença de Newcastle acomete galinhas, perus e muitas outras aves silvestres e domésticas. Ela é causada por um vírus. As aves podem apresentar comprome­timento respiratório, diarréia e paralisia antes da morte. Entre as aves poedeiras pode ocorrer uma diminuição abrupta da produçãode ovos associada à pouca ou nenhuma mortalidade. A doença pode ser controlada através da aplicação de um programa de vacinação planejado com cuidado. A Newcastle exótica apresenta os mesmos efeitos nas espécies aviárias e a mortalidade é sempre elevada. Esta doença geralmente é introduzida por aves exóticas - papagaios, jandaias e muitas aves introduzidas no país ilegalmente. O tratamento da doença não tem nenhum valor e até o presente momento o melhor método de controle é efetuar uma depopulação completa das aves na região infectada.
DOENÇAS BACTERIANAS
PULOROSE OU DIARRÉIA BRANCA BACILAR
A pulorose ou diarréia'bacilar branca (Salmonella pullorum)foi durante uma época uma das doenças mais sérias de aves jovens nos EUA. Ela é ainda um problema muito sério em muitos países do mundo. É um excelente exemplo de doença que um dia desafiou seriamente a indústria avícola, mas que hoje é muito bem controlada apesar de não totalmente eliminada, fato este que deve ser lembrado. O agente etiológico, Salmonella pullorum, pode ser carreado por roedores, lagartos e muitos outros animais de sangue frio, bem como por todos os tipos de aves silvestres e domésticas. Ela é transmitida pela galinha para sua progênie (Fig. 8.1) através do ovo bem como pelo contato entre aves, e no incubatório, pela penugem dos pintinhos que transportam os microrganismos. Entre pintinhos há uma mortalidade elevada, e as aves que recuperam podem tornar-se portadoras e uma fonte de infecção. O melhor controle é efetuado pelo teste do sangue do planteI de reprodutoras e a eliminação das "reatoras". O Plano Nacional de Melhoramento Avícola dos EUA oferece um meio efetivo de controle através da aplicação de um teste sistemático e a inspeção do lote de reprodutoras e incubatórios. A mortalidade em aves jovens pode ser controlada pela aplicação de furazolidona, sulfas ou antibióticos de largo espectro. Ainda, práticas de bom manejo podem ser altamente efetivas. 
O tipo aviário é causado por uma bactéria, Salmonella gallinarum, que é disseminada pelos equipamentos, rações, pessoas e ratos, e pode ser transmitida da galinha para o pintinho através do ovo. Esta doença é semelhante em muitos aspectos com a pulorose e a técnica do teste de sangue é efetiva quando se utiliza um antígeno para detecção tanto de pulorose como de tifo aviário. São observados sintomas gerais de sonolência e morte súbita, e surtos agudos ocorrem em aves jovens bem como em aves adultas. O controle é semelhante àquele utilizado para pulorose e é realizado sob vigilância do Plano Nacional de Melhora­mento Avícola dos EUA. 
A cólera aviária é uma doença bacteriana altamente infecciosa das galinhas, perus, aves aquáticas e outras aves, com a maioria dos surtos ocorrendo em aves em crescimento e adultas. As formas agudas e crônicas da doença podem ser identificadas pela morte súbita de aves aparentemente saudáveis. Na forma crônica, os sintomas são cristas e barbeIas edemaciadas que podem também apresentar uma coloração azul-escuro. As aves infectadas ficam sonolentas, pros­tradas e febris e apresentam-se sentadas com suas cabeças caídas sobre o corpo ou viradas e repousadas sobre a asa. Elas responderão ao tratamento, mas com sucesso limitado e aquelas que se recuperam podem tornar-se portadoras. A prevenção pode ser realizada em parte através da administração de uma bacterina sob a pele do pescoço entre 12 e 16 semanas de idade ou através da administração de uma amostra "vacina!" viva de Pasteurella multocide na água de beber. 
As infecções causadas por Escherichia coli vêm tornando-se mais e mais prevalentes entre todas as aves. Este microrganismo está amplamente disseminado na natureza e é um habitante normal e permanente do intestino delgado de todos animais, inclusive o homem. No entanto, quando quantidades suficien­temente elevadas estão presentes, ocorrem infecções que resultam em 2 a 10% de mortalidade entre aves jovens, freqüentemente a uma idade de 7 a 9 semanas. Deve-se evitar condições favoráveis para a multiplicação rápida destes microrga­nismos. Um surto de infecção com E. coli indica que existe uma condição sanitária muito pobre, assim deve ser praticado um manejo muito mais cuidadoso para manter um bom nível de sanidade. As condições estressantes geralmente produ­zem um surto onde níveis não muito elevados de microrganismos podem estar presentes. Uma ventilação adequada, sem umidade excessiva, poeira, superlo­tação e bebedouros limpos e regularmente desinfetados são fatores importantes na manutenção de um ambiente favorável para a ave manter uma boa saúde. 
O botulismo é causado pela ingestão de toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum. Ele ocorre freqüentemente nos meses mais quentes em galinhas, aves aquáticas, perus e faisões domesticados. As aves apresentam apatia, debili­dade e perda de controle das pernas, asas e pescoço que levam à morte. É necessário um bom manejo para prevenir a ingestão de materiais alimentares deteriorados, carcaças e vegetais em decomposição e certos besouros da cama. Há disposição de algumas antitoxinas para alguns tipos de toxinas botulínicas e a utilização de selênio e antibióticos pode ser efetiva. É importante que as aves tenham acesso a água fresca, não alcalina e limpa. A remoção e destruiçáo das aves doentes devem ser realizadas com cuidado para evitar que outros animais não tenham acesso. 
A erisipela é urna doença aguda que afeta primariamente os perus. É urna das poucas doenças contraídas pelos homens através de contato direto de flui­dos corporais, incluindo o sangue, sobre urna solução de continuidade ou ferida aberta. Os surtos podem ser caracterizados pela ocorrência de morte súbita de algumas aves e um monco irregular ou aumentado de volume, lesões vermelho­escuras sobre a pele da carúncula, face ou cabeça dos perus. Os plantéis infectados podem ser tratados com penicilina e simultaneamente inoculados com bacterina de erisipela. As tetraciclinas podem ser adicionadas na ração para um tratamento de longa duração enquanto a imunização se desenvolve no lote. Os trabalhadores das granjas podem contrair a doença das aves infectadas e à medida que a doença progride observamos primeiro infecção, aumento de volume e dor de dedos, mãos e braços. É necessário se dar urna assistência médica imediata porque pode ocorrer a morte. 
A coriza infecciosa (resfriado) em galinhas produz edema da face, espirro.­e descarga nas passagens nasais e nos olhos. Todas as idades são suscetíveis apesar de que as aves de meia-idade ou mais velhas são mais freqüentemente infectadas. Práticas de manejo para controle podem requerer a depopulação, para eliminar todas as aves portadoras, associadas a boa limpeza e desinfecção do galpão. Urna bacterina pode ser utilizada para imunizar as aves em regiões com urna história clínica de infecção elevada. Sulfonamidas e antibióticos podem ser efetivamente utilizados para tratar os surtos da doença. 
A infecção paratifóide é urna doença aguda ou crônica das aves e pode ser produzida por urna das muitas espécies de Salmonella. Os sintomas da doença são geralmente observados em aves jovens de até aproximadamente 7 semanas de idade. Diarréia profusa sucedida por desidratação, acúmulo de fezes ao redor da cloaca (empastamento), asas caídas, amontoamento ao redor da campânula e morte são os principais sintomas observados. O controle da doença em aves jovens deve ser obtido mediante a aquisição de aves de um planteI de reprodutoras sabidamente livre da infecção. As medidas rigorosas de manejo sanitário devem ser efetuadas para todas aves através de limpeza e desinfecção de fômites e equipamentos. O tratamento das aves infectadas com antibióticos e outras drogas é razoavelmente efetivo. 
A enterite ulcerativa, algumas vezes denominada como doença das perdizes, pode comprometer todas as aves e ser disseminada primariamente através das fezes. A doença é altamente contagiosa. Os sintomas da doença são semelhantes aos da coccidiose e incluem sonolência, ave com aspecto corcunda, pescoço retraído, asascaídas, olhos parcialmente fechados, penas arrepiadas, diarréia, anemia e fezes sanguinolentas. Pode ocorrer mortalidade. Ulcerações intestinais e lesões com alterações da coloração do fígado caracterizam a doença. O manejo básico e a seleção de um planteI livre da doença são de importância primária. As aves velhas devem ser criadas separadas dos lotes jovens que é uma boa prática no controle de todas as doenças. A maioria dos antibióticos a baixas doses são efetivos no controle da doença e doses elevadas são indicadas para o tratamento curativo. 
DOENÇAS POR PROTOZOÁRIOS 
COCCIDIOSE
A coccidiose, uma infecção causada por um protozoário, é uma das doenças das aves de conhecimento mais antigo e a mais destrutiva. Existem pelo menos nove espécies do gênero Eimeria que infectam galinhas e outras sete que infectam perus. As mesmas espécies de coccídios observadas nas galinhas não são detectadas nos perus ou outros animais: os coccídios são hospedeiros específicos. A coccidiose geralmente ocorre sob duas formas: a cecal que pode ter uma forma aguda, ou a intestinal onde há freqüentemente uma infecção crônica. As aves jovens parecem ser mais severamente comprometidas e aquelas que se recuperam, quase sempre apresentam lesões sérias do epitélio intestinal e conseqüentemente têm uma perda da habilidade de absorver nutrientes. Assim elas se refugam no galpão de produção. Fezes sanguinolentas bem como palidez da cabeça, perda de apetite e peso, diarréia esporádica e aparência geral compro­metida são os sintomas mais comuns da infecção. Apesar das aves mais velhas não apresentarem os sintomas na mesma intensidade que as aves jovens, a produ­ção de ovos entre as poedeiras pode ficar substancialmente reduzida. As vacina­ções são efetivas para controlar a doença, apesar das vantagens econômicas deste procedimento serem duvidosas e exigirem um manejo excelente para ter sucesso. As drogas para tratamento curativo e preventivo são efetivas e a maioria dos frangos de corte é criada com um grau elevado de medicação que dá bons resul­tados na prevenção de um surto da doença que ocorre sob boas condições de manejo. Cama molhada e excesso de umidade ao redor dos comedouros e bebe­douros são propícios para a multiplicação e transmissão dos agentes. 
A histomoníase ou cabeça negra compromete severamente os perus e tem sido também descrita em galinhas. faisões e outras aves. O agente etiológico é o protozoário Histomonas meleagridis, veiculado por galinhas infestadas por vermes cecais. A doença é caracterizada pela ocorrência de sonolência, asas caídas e fezes amareladas (cor sulfurosa). A região da cabeça pode ficar escura. A ave pode ficar emaciada e a mortalidade pode ser elevada. O tratamento para prevenir surtos em perus é muito efetivo. Para tratamento há disponibilidade de muitas drogas e um bom manejo nas criações de perus é de grande importância no controle da disseminação deste microrganismo mesmo na ausência de uma galinha portadora em contato íntimo com perus. 
DOENÇAS PARASITÁRIAS
Os parasitas dividem-se em internos e externos. Os externos se dividem em duas categorias principais, piolhos e carrapatos. Os piolhos são mais comuns. Eles são insetos chatos, desprovidos de asas, de cor amarelo-acastanhada e que se movem muito rapidamente. Existem inúmeros tipos. Os piolhos de corpo, da coluna, da cabeça e da asa da galinha são todos adaptados para as condições específicas da região em que elas habitam. Eles atuam como um irritante para a ave, produzindo irritação constante e reduzindo o desempenho normal dela. O carrapato da galinha detectado no norte dos EUA suga sangue e se parece com o carrapato vermelho. Os ovos são depositados na base das penas. Os carrapatos são sugadores exclusivos de sangue e induzem a formação de escaras na pele comprometendo assim a aparência da carcaça depenada. Os aerossóis e pós inseticidas são efetivos no combate dos parasitas, mas devem ser aplicados para que não contaminem a ração e a água. O exame freqüente das galinhas auxilia na prevenção de problemas sérios. também boa alimentação e manejo cuidadoso devem ser adotados para impedir o estresse e auxiliar a prevenção da infecção.
Os vermes são parasitas internos. Eles ocorrem com maior freqüência em regiões quentes onde não há períodos de frio e clima seco. Os vermes, que existem sob inúmeras formas, competem com a ave, alimentando-se de nutrientes digeridos no intestino. Grande número de vermes no intestino produz irritação, inflamação e espessamento das paredes. Práticas de bom manejo e higienização são necessárias para o controle dos parasitas externos como internos, apesar deles se diferirem em seu modo de infecção. Para cada tipo específico de verme são necessárias drogas específicas e freqüentem ente nutrientes adicionais podem ser recomendados com o objetivo de compensar a perda de nutrientes para os vermes. 
DOENÇAS FÚNGICAS 
Fungos e leveduras geralmente invadem o sistema respiratório e o trato digestivo superior. A aspergilose, uma doença de pintinhos e peruzinhos, é produ­zida por um fungo e é caracterizada pela ocorrência de sintomas respiratórios e lesões nos pulmões e. sacos aéreos. A utilização de cama e ração mofada deve ser evitada e as aves devem ser mantidas em boas condições através de uma dieta adequada e galpão limpo, seco e não superlotado. A ração pode ser a principal fonte destes organismos, por isso recomenda-se uma monitoria cuidadosa dos ingredientes (grãos).

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