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INFLUENZA AVIÁRIA INTRODUÇÃO Influenza aviária (IA) é uma doença viral que acomete os tratos respiratório e digestivo e o sistema nervoso de várias espécies de aves. A doença pode ocorrer em muitas espécies de aves domésticas e silvestres. O vírus de IA varia muito em sua habilidade de causar doença (patogenicidade) e de se difundir entre as aves. Espécies de aves silvestres usualmente não desenvolvem doença clínica, mas algumas estirpes virais causam doença grave, culminando em alta mortalidade em galinhas, perus, faisões, pavões e galinhas-d' angola. A manifestação da doença e sua gravidade variam, dependendo da espécie afetada e da estirpe do vírus da IA. HISTÓRICO A forma altamente patogênica da IA foi inicialmente conhecida como peste aviária. Foi diagnosticada pela primeira vez na Itália, no ano de 1878, porém, o agente causal foi definido como sendo um vírus, em 1901 e, somente em 1955, foi demonstrado que se tratava de um Influenzavirus tipo A. A influenza aviária altamente patogênica (HPAI) faz parte da lista A do código zoossanitário internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Sua inclusão não ocorreu somente por se tratar de uma doença infecciosa, cuja taxa de mortalidade pode chegar a 100%, mas também pelo impacto econômico que pode ocorrer em função de restrições comerciais e de embargo imposto aos países, onde têm ocorrido surros da doença. Ambas as estirpes do vírus da IA, de média e ou alta patogenicidade, têm sido isoladas em surros da doença e são responsáveis por grandes perdas econômicas. Nos Estados Unidos, a forma patogênica foi reconhecida pela primeira vez em 1924-1925. A maior epidemia da forma altamente patogênica da IA ocorreu nos EUA em 19831984 e levou mais de 2 anos para ser erradicada, totalizando um gasto de aproximadamente US$ 70 milhões e sacrifício de aproximadamente 17 milhões de aves. Nos EUA não têm ocorrido surtos de IA altamente patogênica, desde 1986, embora desafios com estirpes menos patogênicas ocorram todos os anos, causando perdas significantes à indústria avícola. O Brasil ainda é considerado livre de IA. Entretanto, para conseguir manter esse status, há muito trabalho ainda a ser feito. Atualmente, o mundo está passando por uma panzootia, em que a estirpe H5N1, que iniciou a sua difusão pela Ásia, :; em 2003, atinge no momento muitos países em todos os con- i; tinentes, exceto o americano, porém, não temos como preci- sar até quando! TAXONOMIA Família: Orthomyxoviridae Ordem: Orthomyxovirus Gênero: Influenzavirus Tipo A: Acomete humanos, suínos, eqüinos e aves. Tipo B: Acomete somente humanos. Tipo C: Acomete somente humanos. Os vírus da IA tipo A são divididos em subtipos, de acordo com a sua antigenicidade, que é determinada por duas glicoproteínas, localizadas na superfície viral, a hemaglurinina (H ou HA) e a neuraminidase (N ou NA). Atualmente são conhecidos 16 tipos de hemaglurininas e nove de neuraminidases. Portanto, os vírus podem ser caracterizados com diferentes combinações. As estirpes altamente patogênicas, que acometem aves, têm sido representadas principalmente pelos subtipos H5 e H7. O nome de estirpes do vírus da IA isolados deve incluir: tipo do vírus (A, B ou C), hospedeiro, origem geográfica, número do registro no laboratório de isolamento, ano de isolamento e descrição antigênica escrita entre parênteses. Exemplo: Alturkey/1I68 (H8N4). ETIOLOGIA O vírus da influenza pertence à família Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus tipo A. Os vírus de influenza são RNA vírus de cadeia simples. O RNA está contido em oito segmentos individuais que codificam 10 proteínas diferentes. Os vírions são geralmente esféricos podendo atingir 200nm. As partículas virais possuem envelope, de onde saem projeções glicoprotéicas: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Até o momento, foram registradas 16 diferentes proteínas HA e nove diferentes proteínas NA. Todos os isolamentos de alta patogenicidade foram viroses influenzaA dos subtipos H5 e H7. Entretanto, esses subtipos também podem apresentar vírus de baixa patogenicidade. Outros subtipos também podem apresentarse patogênico para as aves. A HA é a responsável: pela ligação do vírus ao receptor da célula do hospedeiro, pela penetração do vírus na membrana citoplasmática e também pela capacidade hemaglutinante do vírus. Os anticorpos contra HA são muito importantes na neutralização do vírus e na proteção contra a infecção. A NA é a responsável pela liberação de novos vírus das células do hospedeiro por meio de sua ação sobre o ácido neuramínico na célula. Anticorpos contra a NA também são importantes na proteção RESISTÊNCIA As estirpes virais desse gênero apresentam as seguintes resistências: · Temperatura: inativado a 56°C por 3h, ou 60°C por 30min.
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