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Resistência de Materiais II Professora: Cristiane Arantes Aula 2 Estado de tensão causado por cargas combinadas Em muitas estruturas os membros devem resistir a mais de um tipo de carregamento. Observe as estruturas apresentadas na Figura 1. Conhecidos como carregamentos combinados, situações similares a essas ilustradas na Figura 1 ocorrem em uma variedade enorme de máquinas, construções, veículos, ferramentas etc. Figura 1 - Exemplos de estruturas submetidas a carregamentos combinados: (a) Viga perfil I sustentada por um cabo com carregamento axial e fletor combinados. (b) Vaso de pressão cilíndrico sustentado como uma viga e (c) Eixo em torção e flexão combinadas. Gere (2003) Aula 2 Estado de tensão causado por cargas combinadas Superposição de Efeitos •Um membro estrutural submetido a carregamentos combinados pode com frequência ser analisado superpondo-se as tensões e deformações causadas por cada carregamento agindo separadamente; •As tensões e deformações devem ser funções lineares das cargas aplicadas, que por sua vez exigem que o material siga a Lei de Hooke e os deslocamentos permaneçam pequenos; •As tensões e deformações devido a um carregamento, não devem ser afetadas por outros carregamentos; •Estruturas comuns satisfazem essas condições e por isso o uso da superposição é bastante comum em engenharia. Aula 2 Estado de tensão causado por cargas combinadas Roteiro de Cálculo 1) Selecione um ponto da estrutura em que as tensões e as deformações devem ser determinadas. (O ponto é geralmente selecionado em uma seção transversal em que as tensões são grandes, como uma seção transversal onde o momento fletor apresenta seu valor máximo). 2) As componentes de força devem agir passando pelo centroide da seção transversal e as componentes de momento devem ser calculadas em torno do eixo do centroide. 3) Para cada carregamento na estrutura determine as resultantes de tensão na seção transversal contendo o ponto selecionado. ( As resultantes de tensão possíveis são uma força axial, um momento de torção, um momento fletor de força de cisalhamento). Aula 2 Estado de tensão causado por cargas combinadas Roteiro de Cálculo 4) Calcule as tensões normais e de cisalhamento no ponto selecionado devido a cada uma das resultantes de tensão. Se a estrutura é um vaso de pressão, determine as tensões devido a pressão interna. 5) Obtenha as tensões σx, σy e τxy agindo em um elemento de tensão no ponto. 6) Determine as tensões principais e as tensões de cisalhamento máximas no ponto selecionado, usando as equações de transformação de tensão ou o círculo de Mohr. 7) Determine as deformações no ponto a partir da Lei de Hooke para tensão plana. 8) Escolha pontos adicionais e repita o processo. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Uma força de 15.000 N é aplicada à borda do elemento mostrado na figura abaixo. Despreze o peso do elemento e determine o estado de tensão nos pontos B e C. Figura 2 - Exemplo de estrutura submetida a carregamentos combinados, elemento submetido à uma força. Hibbeler 7ª ed. Cargas internas: Para o equilíbrio na seção é preciso haver uma força axialde 15.000 N atuando no centiode e um momento fletor de 750.000 N.mm em torno do eixo do centroide ou eixo principal. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Uma força de 15.000 N é aplicada à borda do elemento mostrado na figura abaixo. Despreze o peso do elemento e determine o estado de tensão nos pontos B e C. Figura 3 - Carregamentos combinados, Tesnão normal distribuída devido à força Normal. Hibbeler. Componentes da tensão: Força Normal: A distribuição da tensão normal uniforme devida à força normal. Uma força de 15.000 N é aplicada à borda do elemento mostrado na figura abaixo. Despreze o peso do elemento e determine o estado de tensão nos pontos B e C. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 4 - Carregamentos combinados, Tesnão normal distribuída devido ao momento fletor. Hibbeler. Componentes da tensão: Força Normal: A distribuição da tensão normal devida ao momento fletor é mostrada na figura 4. E a tensão máxima é dada por:. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Superposição de Efeitos: Se as distribuições das tensões normais forem somadas algebricamente, a distribuição da tensão resultante fica: Figura 5 - Carregamentos combinados, Superposição de efeitos. Hibbeler. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Superposição de Efeitos: A localização da linha de tensão nula pode ser determinada por semelhança de triângulos: Aula 2: Carregamento combinado Exercício Superposição de Efeitos: De acordo com a figura observamos que em B e em C só atua tensão normal ou tensão uniaxial: Aula 2: Carregamento combinado Exercício O tanque na Figura6 tem raio interno de 600mm e espessura de 12mm. Está cheio até a borda superior comágua cujo peso específico é ƴágua =10 kN/m³. Se o tanque é de aço com peso específico ƴaço = 78kN/m³, determine o estado de tensão no ponto A. Considere a parte superior do tanque aberta. Figura 6 – Tanque com água .Carregamentos combinados,Hibbeler. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 6 – Tanque com água .Carregamentos combinados, Hibbeler. Cargas internas: O diagrama de corpo livre da seção do tanque e da água acima do ponto A é mostrado na Figura 6. Observe que o peso da água é suportado pela superfície da água imediatamente abaixo da seção e não pelas paredes do tanque. Na direção vertical, as paredes simplesmente apoiam o peso do tanque. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 6 – Tanque com água .Carregamentos combinados, Hibbeler. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 6 – Tanque com água .Carregamentos combinados, Hibbeler. Cargas internas: A tensão na direção circunferencial é desenvolvida pela pressão da água no nível A. Para obter essa pressão, devemos usar a lei de Pascal, segundo a qual a pressão em um ponto localizado a uma profundidade z na água é Por consequência, a pressão no tanque no nível A é : Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 6 – Tanque com água .Carregamentos combinados, Hibbeler. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão: Tensão circunferencial: Tensão logitudinal: OBS: A equação não se aplica, visto que o tanque é aberto na parede superior e, portanto, como já vimos, á agua não pode desenvolver uma carga nas paredes na direção longitudinal. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 7(a) – Haste maciça.Carregamentos combinados, Hibbeler. A haste maciça mostrada na Figura 7(a) tem raio de 0,75 cm. Se estiver sujeita á carga mostrada, determine o estado de tensão no ponto A. Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 7 (b) – Haste maciça.Carregamentos combinados, Hibbeler. Cargas Internas. A haste é secionada no ponto A. Pelo diagrama de corpo livre do segmento AB, Figura 7(b), as cargas internas resultantes podem ser determinadas pelas seis equações de equilíbrio. A força normal (500 N) e a força de cisalhamento (800 N) devem agir no centroide da seção transversal, e as componentes do momento fletor (8.000 N · cm e 7.000 N · cm) são aplicadas em torno dos eixos do centroide (principais). Aula 2: Carregamento combinado Exercício Figura 7 (c) – Haste maciça.Carregamentos combinados, Hibbeler. Cargas Internas. Para "visualizar“ melhor as distribuições da tensão devidas a cada uma dessas cargas, consideraremos as resultantes iguais, mas opostas que agem em AC Figura 7 (c). Aula 2: Carregamento combinado ExercícioComponentes da tensão. Força normal. A distribuição da tensão normal é mostrada na Figura 7(d). Para o ponto A, temos 𝜎𝐴 = 𝑃 𝐴 = 500𝑁 𝜋 0,75𝑐𝑚 2 = 283𝑁0𝑐𝑚2 = 2,83 𝑀𝑃𝑎 Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão. Força de cisalhamento. A distribuição da tensão de cisalhamento é mostrada na Figura 7(e). Para o ponto A, Q é determinada pela área semicircular sombreada. Pela tabela apresentada no final deste livro, temos 𝑄 = 𝑦′𝐴′ = 4 0,75𝑐𝑚 3𝜋 1 2 𝜋 0,75𝑐𝑚 2 = 0,283 𝑐𝑚³ Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão. Força de cisalhamento. A distribuição da tensão de cisalhamento é mostrada na Figura 7(e). Para o ponto A, Q é determinada pela área semicircular sombreada. Pela tabela apresentada no final deste livro, temos 𝑄 = 𝑦′𝐴′ = 4 0,75𝑐𝑚 3𝜋 1 2 𝜋 0,75𝑐𝑚 2 = 0,283 𝑐𝑚³ 𝜏𝐴 = 𝑉𝑄 𝐼𝑡 = 800𝑁 0,2813𝑐𝑚³ 1 4𝜋 0,75𝑐𝑚 4 − (0,75𝑐𝑚) = 604𝑁 𝑐𝑚2 = 6,04 𝑀𝑃𝑎 Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão. Momentos fletores. Para a componente de 8.000 N · cm, o ponto A encontra-se no eixo neutro Figura 7 (f), portanto, a tensão normal é: Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão. Momentos fletores. Para o momento de 7.000 N · cm, c = 0,75 cm, portanto, a tensão normal no ponto A Figura 7(g) é: 𝜎𝐴 = 𝑀 𝑐 𝐼 = 7000𝑁 × 𝑐𝑚 (0,75𝑐𝑚) 1 4𝜋 0,75𝑐𝑚 4 = 21126𝑁 𝑐𝑚2 = 211,26𝑀𝑃𝑎 Aula 2: Carregamento combinado Exercício Componentes da tensão. Momento de torção. No ponto A, ρA = c = 0,75 cm Figura 7(h). Assim, a tensão de cisalhamento é: 𝜏𝐴 = 𝑇 𝑐 𝐽 = 11200𝑁 × 𝑐𝑚 (0,75𝑐𝑚) 1 2𝜋 0,75𝑐𝑚 4 = 16,901𝑁 𝑐𝑚2 = 169,01𝑀𝑃𝑎 Aula 2: Carregamento combinado Exercício Superposição Quando os resultados acima são superpostos, vemos que um elemento de material em A está sujeito às componentes da tensão normal, bem como da tensão de cisalhamento, figura 7(i).
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