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PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, prezado aluno! Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocação de classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto estude o assunto com muito empenho. Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte teórica: Classe Gramatical Definição Substantivo É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, instituições, animais, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.) Substantivo comum de dois números Tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será estabelecida por meio de outro elemento linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus etc. Substantivo comum de dois gêneros Apresenta uma só forma para ambos os gêneros. Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de qualquer outro determinante. Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista. Substantivo sobrecomum Possui uma só forma e um só gênero a fim de designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro. Substantivo epiceno Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de designar animais de ambos os sexos. Usam-se as expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 2 cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc. Artigo (definidos: o, a, os, as; indefinidos: um, uma, uns, umas) É a palavra que se antepõe ao substantivo, servindo basicamente para generalizar ou particularizar o sentido desse substantivo. Em alguns casos, o artigo é essencial na identificação do gênero e do número do substantivo. Exemplos: Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi demitida. – O pires quebrou. / Os pires quebraram. Adjetivo Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe atribuir uma característica. Com ele concorda em número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros bons, árvore alta, tapete novo etc. Adjetivo uniforme Mantém a mesma forma tanto quando se refere a substantivos masculinos quanto a femininos. Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável, obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça adorável. Numeral É a palavra que indica a quantidade ou a posição dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem (cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo (ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo (multiplicativos). Advérbio É a palavra invariável que se refere a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, indicando uma circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos: PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 3 Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, intensificando-lhe o sentido). Interjeição É a palavra invariável que exprime emoções ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que se faça uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia! Preposição É a palavra invariável que conecta (liga) palavras ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu para sair mais cedo. Conjunção É a palavra invariável que une orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Exemplos: Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos. Verbo É a palavra que designa um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe gramatical mais rica em variação de formas. Pode mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número e voz. No dicionário, são encontrados no modo infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser, PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 4 amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) / Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está doente. (estado) / A lagarta virou borboleta. (mudança de estado) / Choveu forte. (fenômeno) Pronome Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu significado. Existem seis classes de pronomes: Pessoal Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco. Também são pessoais os pronomes de tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa senhoria, vossa excelência, etc. possessivo Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. demonstrativo Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. 1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto. 2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso. 3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 5 aquilo. relativo É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, os quais, as quais. indefinido Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum, nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc. interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta: que, quem, qual, quanto. Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe gramatical. • Emprego de substantivos Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo indicam valor semânticopejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 6 Às vezes, essas mesmas formas são empregadas para traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho etc. Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc. [...] 1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo “militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora como substantivo, ora como verbo. Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional. Resposta – Item certo. • Emprego de artigos 1) Ambos Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este admita o seu uso. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 7 Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é substantivo que admite artigo.) Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite artigo.) Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento que não admite artigo.) 2) Todos Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este admita o seu uso. Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores. Todas as leis devem ser cumpridas. Todos vocês estão suspensos. 3) Todo Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar integralidade do que é considerado, totalidade daquilo que é mencionado; não se usa para indicar generalização. Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro, totalmente.) Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país indiscriminadamente.) ATENÇÃO! É possível surgirem questões que abordam a diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 8 [...] No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do 25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). 2. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O artigo masculino plural os poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos requisitos” (L.25). Comentário – A expressão Todos os requisitos legítimos abrangeria requisitos diferentes daqueles mencionados no texto. Bastaria que fossem legítimos para que diversos requisitos estivessem subentendidos na expressão em negrito. Essa não é a ideia original. O pronome “Todos” sintetiza e retoma especificamente os requisitos listados no trecho anterior: “requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento eleitoral”. A ideia originalmente expressa pelo enunciador é que os requisitos mencionados são todos legítimos. Perceba também que o emprego do artigo os prejudicaria a coesão entre os elementos do texto, pois sugeriria que a expressão Todos os requisito legítimos seria um suposto sujeito sem um verbo que lhe servisse de base para compor uma oração. Analise: Todos os requisito legítimos (???) e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Assim, a passagem tem sua coerência e sua coesão prejudicadas. Resposta – Item errado. [...] Para um número crescente de pessoas em todo o mundo, a vida deixou de ser vivida como destino — como 28 relativamente fixa e determinada. [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 9 Anthony Giddens. Democracia. In: Mundo em descontrole. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 78-82 (com adaptações). 3. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) A interpretação da expressão “todo o mundo” (L.26-27), em “Para um número crescente de pessoas em todo o mundo”, é ambígua, assim como a da expressão todo mundo em Em todo mundo há esperança. Comentário – Não existe essa tal ambiguidade. O que existe é a ideia de integralidade no primeiro caso e de generalização no segundo. Na frase “todo o mundo”, considera-se totalmente o mundo, isto é, todas as partes dele, não ficando nada de fora, conforme o próprio contexto. Na frase Em todo mundo há esperança, a ideia é que existe esperança em qualquer pessoa, indiscriminadamente. Resposta – Item errado. 4) Cujo Não se usa artigo após o pronome relativo cujo. Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e não: cujas as bolsas.) 5) Nomes de jornais, revistas, obras literárias Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras literárias. Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de São Paulo) – não recomendado Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 10 [...] [...] 4. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) A inserção do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais” (L.6) não alteraria o sentido original do período. Comentário – Sem o artigo, o substantivo é entendido em sentido genérico, não especificado. Quais ou quantos “policiais”: todos, alguns, dois, três? Com o artigo definido os, o substantivo “policiais” tem seu alcance semântico delimitado. A referência agora é a todos os policiais da delegacia. Resposta – Item errado. [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 11 5. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese” (L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido genérico. Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado. Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”. Resposta – Item errado. • Emprego de adjetivos Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O primeiro éque também atingimos o grau superlativo (elevação ou redução da qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro ser) com a repetição do adjetivo: Ex.: O filme foi muito lindo. O final do filme foi lindo, lindo. O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar. A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação. Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser, usamos a forma analítica desses adjetivos. Ex.: João é mais pequeno do que inteligente. Seu comportamento é mais bom do que mau. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 12 • Emprego de pronomes 1. Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais a) Ele virou ela. b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Vi-o na rua. 1 Especialmente no que comunica o papel da justiça eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente pelo eleitor no resultado das urnas. [...] Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 6. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O pronome “lhe” (L.3) exerce a função de complemento verbal indireto na oração em que se insere. Comentário – O pronome oblíquo átono “lhe” complementa o sentido do adjetivo “cabível”, portanto não funciona como complemento indireto de verbo. A função do pronome é de complemento nominal. Resposta – Item errado. Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.) Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 13 c) Eu contei a ti o que acontecera. Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco. CUIDADO! Não vá sem eu saber. Todos saíram, exceto eu. d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados. Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto. Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico. Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 14 2. Pronomes de tratamento PRONOME DE TRATAMENTO ABREVIATURA USADO PARA SE DIRIGIR A Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal Você V. tratamento informal Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª cardeais Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e oficiais-generais Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e imperadores Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V. S. papa Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para pessoas graduadas. As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o caso. • Particularidades a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda que por meio de correspondências) Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa) b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar com o gênero da pessoa – concordância ideológica) c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 15 Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) (muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os outros pronomes para a terceira pessoa) 3. Pronomes possessivos Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída. Primeira pessoa Meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s) Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) Terceira pessoa Seu(s), sua(s) 4. Pronomes demonstrativos Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. RONOMES TEMPO ESPAÇO Este(s), esta(s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala Esse(s), essa(s), isso Passado próximo Perto da pessoa com quem se fala Aquele(s), aquela(s), aquilo Passado longínquo Longe de quem fala e da pessoa com quem se fala Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. Este rapaz ao meu lado é meu amigo. Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. O que é isso aí do teu lado? Naquela época, a vida era melhor. O que é aquilo atrás do carro? Ex.: Eu trouxe meu caderno. Tu trouxeste tuas canetas. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 16 • Casos Especiais a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este: empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão textual conhecida como catafórica.). Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse: empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual conhecida como anafórica) b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.) c) O que ele disse era verdade. Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos) [...] 16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como 19 um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura. [...] 7. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18) refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que o antecede. Comentário– Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 17 as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas testemunhas”. Resposta – Item certo. 5. Pronomes indefinidos São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns podem flexionar-se em gênero e número. • Casos Particulares a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido. Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo. b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor positivo, exprime possibilidade. Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo, expressa impossibilidade. 6. Pronomes relativos a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei. Eis o instrumento de que lhe falei. O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais sílabas e dispensa sem e sob Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal. Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”, em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o “que” não é pronome relativo. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 18 b) A casa onde morei era muito antiga. (certo) A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado) ONDE é usado restritivamente em referência a lugar. A escola onde estudo foi fechada. A escola aonde vais é muito longe. A escola donde vens é muito longe. ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente, como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma pergunta que exprime a ideia de lugar. Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a preposição “a”. Caso o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”, usaremos “donde” (contração de de + onde). Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde. c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho. O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades. Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho? d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 19 O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em gênero e número com a “coisa” possuída. Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE. NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este. Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz. O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO, daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele. 1 A China já entendeu que sua passagem de emergente para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no 4 ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por seis nos últimos dez anos. [...] Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012. 8. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cujo” (L.4) por qual. Comentário – Se você leu atentamente o que eu acabei de escrever, não deve ter perdido tempo com esta questão. Não é possível substituir cujo por qual. O pronome relativo cujo estabelece relação de posse/dependência/pertencimento entre o antecedente e o consequente (número de matrículas do ensino superior). Resposta – Item errado. e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 20 O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto, se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA DE DIZER “ARTIGO”. f) Esqueci tudo quanto foi dito. Podemos confiar em todos quantos estão presentes. Podemos confiar em todas quantas estão presentes. QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver acompanhado de tudo (e variações). g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo. Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim. QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo. [...] [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 21 9. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto. Comentário – Preste muita atenção no enunciado. O que o examinador procura, na verdade, é um pronome relativo, pois é ele que retoma palavras ou expressões antecedentes. Assim sendo, o item está errado. Vejamos: – “mostra que há setores” (l. 7) => conjunção integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo mostrar. – “como a construção civil, que tem uma” (l. 8) => pronome relativo, pois substitui a expressão “construção civil” na oração em que aparece. Repare: a construção civil tem uma. Observação: a oração introduzida por pronome relativo é chamada subordinada adjetiva. – “que é um equívoco” (l 13) => outra conjunção integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo mostrar (l. 12). – “mostram que o mercado de trabalho já é bem” (l. 14) => outra vez temos uma conjunção integrante, que introduz oração substantiva. O “que” introduz o objeto direto do verbo mostrar. Repare o artifício: Os números mostram ISSO. O vocábulo ISSO se equivale à oração (substantiva) “que o mercado de trabalho já é...” Resposta – Item errado. [...] [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 22 10. (Cespe/TJ-ES/AnalistaJudiciário/2011) A supressão da preposição em “em que” desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se indica que o pronome “que” retoma “subjetividade” . Comentário – Não é verdade que o pronome relativo “que” retoma “subjetividade”. Ele retoma o antecedente “êthos”. A oração adjetiva pode ser reescrita assim: A sociabilidade assume um tom caracteristicamente marcante na êthos. Resposta – Item errado. [...] 11. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Na linha 49, o vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a de marcar reciprocidade de ação. Comentário – Não é verdade. No primeiro caso, o “se” é parte integrante do verbo assemelhar-se (= ser semelhante a; parecer-se), como em queixar-se, suicidar-se etc. No segundo, o pronome indica reciprocidade, ou seja, “Criador e criatura” praticam e sofrem a ação um em relação ao outro. Resposta – Item errado. • Colocação dos Pronomes Oblíquos átonos Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.). PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 23 Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). Casos de Próclise a) Palavras de sentido negativo Nada me fará desistir. Ninguém me fará desistir. b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves. Talvez se cumprimentassem. c) Conjunções subordinativas e pronomes relativos Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. O livro que me deste é muito interessante. d) Conjunções coordenativas alternativas Ora se atribulava, ora se aquietava. Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. e) Pronomes e advérbios interrogativos Quem lhe contou a verdade? Por que te afliges tanto? f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado. Alguém te contou a verdade? g) Frases exclamativas e optativas Como te atreves! Deus o abençoe, meu filho! h) Preposição em + verbo no gerúndio Em se tratando desse assunto, nada mudará. Casos de Mesóclise a) Verbo no futuro do presente ou do pretérito, sem palavra atrativa Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida inteira.) Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.) Casos de Ênclise PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 24 a) Antes de tentar decorar qualquer outra regra, é fundamental saber que a tendência da língua portuguesa recai sobre o uso da ênclise. Portanto, se não ocorrer qualquer um dos casos mencionados anteriormente, usaremos a ênclise. Levante-se e lute. Tratando-se desse assunto, nada mudará. Vendê-lo era o que mais importava. Aqui, fazem-se chaves. Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento: 1 – O particípio não admite ênclise. Dada-me a resposta, calei-me. (errado) Dada a mim a resposta, calei-me. (certo) 2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise. Direi-te a verdade. (errado) Dir-te-ei a verdade (certo) 3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono. Ambos se casarão amanhã. 4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra negativa. Estou aqui para te servir (ou servir-te). Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo). 5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será possível se o pronome for o ou a. Estamos a contemplá-la. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 25 Se soubesse, não continuaria a lê-lo. Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe). Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal). a) Verbo auxiliar + infinitivo Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar) Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal) Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra atrativa impede a ênclise) Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio “não” é insuficiente para impedi-la) b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal) Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal) c) Verbo auxiliar + gerúndio Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar) Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal) Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra atrativa, que impede a ênclise) Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio perde sua força atrativa) d) Verbo auxiliar + particípio Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise do verbo principal por estar ele no particípio) Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do advérbio de negação) PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 26 Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar “solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos. a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa) b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós) c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge Amado) • Advérbios Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias. Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica quando a ação verbal se realizou) Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando o modo indicado pelo advérbio) Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, adicionando-lhe valor semântico intensificador) Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas. As providências foram infrutíferas, lamentavelmente. Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o grau comparativo de superioridade. Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 27 Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro. Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva. Ex.: Chegaram agorinha. Termineia prova rapidinho. Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos eles. Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis. Ex.: Não falem alto! As aulas de português não custam caro. • Preposições Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de subordinação do consequente ao antecedente. Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à mesma oração) O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a oração completiva nominal “fracassar”. Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico. Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 28 Ex.: Estou com você. (associação, a favor) Estou contra você. (posição contrária) Pus sob a mesa. (posição inferior) Pus sobre a mesa (posição superior) Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade) Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição) Veio de casa. (origem) 1 A tecnologia passou a dominar não apenas o comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo 4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por 7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as dimensões do real. 10 É impossível despojar o mundo das suas ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em 13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa 16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque 19 é levado pelos acontecimentos. Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações). PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 29 12. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas linguísticas no texto, assinale a opção correta. (A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos” (l.7). (B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e a “técnica” (l.15). (C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13. (D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos para a expressão “por meio”. (E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a coerência do texto. Comentários – Alternativa A: Muito cuidado, pois apenas uma parte do que foi dito está correta. Embora a locução conjuntiva “da mesma maneira que” estabeleça uma comparação, esta ocorre entre “a História” e “as ciências, as artes e a política”. Alternativa B: aqui não há problemas. A locução prepositiva “por meio de” confere ao termo “um conjunto de regras” circunstância de instrumento, o qual é utilizado para que “a História” seja vista “da mesma maneira que as ciências, as artes e a política”. Semelhantemente, a contração da preposição per com o artigo a (= “pela”) provoca o mesmo efeito no termo “técnica” – é por meio dela que o “homem moderno tem a pretensão de” dominar o mundo. Alternativa C: este item trata da função referencial dos pronomes, aspecto que as bancas gostam de explorar. O exercício não é difícil, mas requer atenção do candidato quanto à leitura do texto. Em “dominá-lo”, o PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 30 pronome realmente se refere ao termo “mundo”. O problema surge agora: em “o transforma”, o pronome oblíquo se refere a “homem moderno” (l. 14). Alternativa D: em “da racionalidade técnica”, a preposição (que se contraiu com o artigo “a”) indica exatamente o que o examinador afirmou. Já em “de forma sistemática”, a preposição integra locução adverbial com valor semântico de modo/maneira (de dominar o mundo plenamente). Portanto a relação é estabelecida com o verbo dominar. Alternativa E: eu sugiro a reescritura da passagem como propões a banca, pois facilita a análise. “Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio aos acontecimentos...” É notória a falta de coesão entre os elementos textuais, a qual consequentemente prejudica a coerência argumentativa. Experimente manter a presente alteração e trocar o conectivo “no” por em: “Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver em meio aos acontecimentos...” Ficou melhor assim? Como isso não foi proposto, o item também está errado. Resposta – B 1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa forma, contribuem para o crescimento econômico do país. 4 Consequentemente, a competitividade é erigida em valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente, 7 que o mais longo período da história da vida humana foi orientado pela cooperação e solidariedade, valores PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 31 fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia 10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por 13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade, coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior produtividade quando seus resultados forem distribuídos 16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de 19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas, 22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura, socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável. Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações) 13. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir (A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo. (B)“fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência. (C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação. (D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja. Comentário – Alternativa A: a ausência da preposição constitui erro gramatical e prejudica a coerência do texto. A locução verbal “é erigida” (= é erguida, é construída) tem seu sentido modificado pela circunstância expressa pela locução adverbial “em valor supremo”. Uma locução adverbial é composta por preposição + substantivo (Eu caminho à noite.), adjetivo (Fiz o trabalho de PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 32 novo.) ou advérbio (Eu vim de lá.). A preposição serve para conectar o termo anterior e o posterior; sem ela, a locução perde sua característica. Alternativa B: a coerência estaria preservada, mas a correção gramatical não. A troca da preposição “para” por a faz surgir a crase (fusão da preposição com o artigo “a”), que deve ser indicada por meio do acento grave: à. Alternativa C: são equivalentes a locução prepositiva por meio de, a preposição acidental “mediante” e o vocábulo pela (contração da preposição per com o artigo a), todos denotam circunstância de instrumento. A preposição mediante não se aglutina com artigo, diferentemente da preposição per. Por isso a forma é "mediante a elevação..., [mediante] a redução... [mediante] o aumento de investimentos...". Não há necessidade de repetir a preposição. Vamos trocar "mediante" por per, que se aglutina com artigo: "pela elevação..., a redução... o aumento de investimentos...". Assim como não houve necessidade de repetir a preposição "mediante", não há a obrigatoriedade de repetir o vocábulo per. Alternativa D: o caso aqui é semelhante ao da alternativa A. a preposição “de” conecta o substantivo “condição” ao seu complemento: “de que esta seja”. A ausência dela prejudica a correção gramatical e afeta o sentido original do texto. Note ainda que o vocábulo “que” é, primeiramente, conjunção integrante; depois, passa a ser pronome relativo. Resposta – C [...] O fato é que essa ininterrupta e incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes 10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem 13 depara-se com seus limites. [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 33 Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.). Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações). 14. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que complementam “afã de” (l.11). Comentário – Antes da oração reduzida “ao tentar realizar” há uma enumeração de orações (“de descobrir, criar, conquistar”) coordenadas entre si e ligadas ao substantivo “afã” por meio da preposição “de”. A preposição “a” introduz oração que indica quando o homem se depara com seus limites. Resposta – Item certo. 1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas 4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas para produzir foi transformado. [...] Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações). 15. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso, mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se iniciar o texto com Na realidade atual. Comentário – Cuidado! “A realidade atual” (termo personificado, usado em sentido figurado), é o agente do processo verbal; sintaticamente, é o sujeito dele – por isso não deve ser aglutinado à preposição em como se fosse um adjunto adverbial. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 34 Resposta – Item errado. 16. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a relação entre as ideias apresentadas. Comentário – o significado do vocábulo é o seguinte: que se envolveram ou deixaram envolver; implicados; comprometidos: Envolvidos em uma conspiração, os acusados precisam de um bom álibi para escapar da prisão. Resposta – Item certo. 17. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4), respectivamente. Comentário – No texto, a preposição “para” também exprime finalidade. Resposta – Item certo. 18. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção gramatical do período. Comentário – Sim, pois ela promove o vínculo entre o adjetivo “convencidos” e a oração completiva nominal subsequente. A retirada dela afetaria a coesão do período e as regras de regência nominal. Resposta – Item certo. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 35 [...] [...] 19. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) A substituição da locução “a fim de” (L.16) por para manteria a correção gramatical e o sentido original do texto. Comentário – Sim, são equivalentes quanto ao sentido a locução prepositiva “a fim de” e a preposição para, ambas exprimem circunstância de finalidade. Também não se verifica incorreção gramatical na substituição: ...ir agachar-se sob o túmulo para escapar dos golpes do destino... Resposta – Item certo. [...] PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 36 20. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”, em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz expressão que exprime finalidade. Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para” introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada: colecionar livros. Resposta – Item certo. • Conjunções Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas)ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções, um vínculo de coordenação. Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm entre si uma relação de equivalência sintática) Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de coordenação) É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que estudemos”) PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 37 Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo (coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas; subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal). CONJUNÇÕES COORDENATIVAS aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem como adversativas e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso) alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por isso explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo) CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS integrantes (introduzem orações subordinadas que funcionam como substantivos: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, apositiva) que, se adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias) causais que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, na medida em que, se PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 38 comparativas como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como) concessivas embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não) condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. conformativas como, conforme, segundo, consoante consecutivas que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não) finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que proporcionais à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto temporais Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que 1 Em linhas gerais, o texto da Lei da Ficha Limpa prevê que, para ficar impedido de concorrer a um cargo público eletivo, basta que o candidato tenha sido condenado por um 4 órgão colegiado, ainda que ele esteja com recursos em PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 39 tramitação, caso muito comum, por exemplo, em condenações de tribunais eleitorais. [...] Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba. Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações). 21. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No texto, a expressão “ainda que” (L.4) tem sentido equivalente ao da expressão desde que. Comentário – A locução conjuntiva “ainda que” transmite valor concessivo à informação e pode se substituída, por exemplo, pela conjunção embora. A locução desde que transmitira ao leitor um sentido de condição. Resposta – Item errado. 22. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 – adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens abaixo. I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe. II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos trechos, semelhantes relações de sentido. III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de tempo. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 40 Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia de possibilidade presente nas palavras do poema. Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste. Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida; “até” denota ideia de inclusão. Resposta – Itens errados. [...] A ideologia 10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por 13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade, coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior produtividade quando seus resultados forem distribuídos 16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de 19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema produtivo. [...] Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações) 23. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo, relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 41 (A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de “produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será necessário mudar “faz” para fazem. (B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de “quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva a ideia de condição. (C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou” (l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo. Comentário – Alternativa A: as locuções adjetivas “da competição” e “[da] produtividade” estão subordinadas ao substantivo “ideologia” pormeio da mesma preposição: “de” (que se contraiu com o artigo “a” = “da”). Por isso a repetição dela é desnecessária. Ainda que se queira empregá-la novamente, o núcleo do sintagma permanece “ideologia” (terceira pessoa do singular), o que obriga o verbo também a permanecer flexionado no mesmo número e na mesma pessoa. Alternativa B: frequentemente, classificamos a conjunção quando como subordinativa adverbial temporal. Antes, porém, é preciso analisar o seu real valor semântico no período em que ocorre. É o caso, por exemplo, da passagem aludida pelo examinador. Nela, o valor semântico do conectivo assemelha-se ao da conjunção condicional “se”. Por isso o uso de um ou de outro é indiferente. Alternativa C: a conjunção alternativa “ou” serviu para nos comunicar que a concretização de um dos fatores (elevação proporcional dos salários; redução dos preços de bens e serviços e aumento de investimentos dos lucros gerados) é suficiente para elevar o nível de bem-estar coletivo. Já a conjunção aditiva e muda esse entendimento e passa a indicar que deve haver o somatório desses fatores (eles devem ocorrer solidariamente) para que o objetivo seja atingido. Resposta – Itens errado, certo e errado. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 42 [...] Pesquisas científicas recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e 7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e 10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma probabilidade muito maior de estar bem situadas 13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física e emocional com seus amigos e familiares. [...] Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 24. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a coerência e a correção do texto serem mantidas. Comentário – O “que” (l. 7-8) é conjunção integrante. Note que ele introduz orações que funcionam como objeto direto dos verbos mostrar e admitir. Isso nada tem a ver com a substituição proposta pelo examinador, que focaliza pronome relativo. A razão do problema causado pela troca é outra. O conjunto “no qual” (l. 9) é composto pela preposição em e pelo pronome relativo o qual. A preposição é obrigatória porque introduz o advérbio de lugar “um ponto em sua carreira”, expresso na oração anterior e representado pelo pronome no segmento subsequente: não consegue mais progredir em um ponto em sua carreira (= “no qual”). Substituir “no qual” por “que”, sem a presença da preposição “em”, prejudica a correção gramatical. Além disso, a coerência textual também sofre, observe: “...chegou a um ponto em sua carreira que não consegue mais progredir...” PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 43 Percebeu que agora é a “carreira” que não progride mais? Essa mudança brusca de sentido afeta a coerência. Resposta – Item errado. [...] [...] [...] 25. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento “que” recebe a mesma classificação morfossintática. Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo, substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva restritiva. Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração subordinada substantiva objetiva direta. Resposta – Item errado. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 44 [...] [...] 26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não como se caso alguém se execute. Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado. A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da conjunção caso. Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso. Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 45 Resposta – Item certo. [...] [...] 27. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de consequência no trecho em que ocorre. Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que. Resposta – Item errado. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 46 28. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que, porquanto, visto que ou porque. Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo examinador podem expressar noção de causa. Resposta – Item certo. 1 Especialmente no que comunica o papel da justiça eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 47 pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o 7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas pelos votos legitimamente conquistados. [...] Sabe-se que, no Brasil, o eleitor geralmente escolhe seus candidatos em função de sua imagemsocial, pelo que os 19 meios de comunicação de massa lhe vendem, ou por aquilo que é produzido e maquiado no grande mecanismo de promoção pessoal que é a propaganda eleitoral. No entanto, uma 22 característica essencial da liberdade em nosso processo democrático é que o eleitor brasileiro não precisa (e não deve) justificar as suas escolhas. [...] Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 29. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Os elementos “Assim” (L.6) e “No entanto” (L.21) expressam ideias equivalentes. Comentário – Na linha 6, o elemento “Assim” serve para expressar uma ideia conclusiva em relação à atuação da justiça eleitoral. O conectivo “Assim” equivale-se a portanto, logo, por conseguinte. Já o elemento “No entanto”, na linha 21, expressa ideia distinta, pois estabelece uma ressalva à declaração feita sobre o voto do eleitor brasileiro. A locução “No entanto” equivale-se a porém, contudo, entretanto. Resposta – Item errado. [...] outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a 13 quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 48 contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos 16 grupos socialmente fragilizados. Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações). 30. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 11, o vocábulo “pois” está empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto. Comentário – Este é um caso clássico da preposição pois com sentido conclusivo: após o verbo da oração e isolada por meio de vírgulas. Veja novamente: “É crucial, pois, que as ações afirmativas...”. Resposta – Item certo. • Verbos a) FLEXÕES VERBAIS Voz 1. ATIVA � indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo. Ex.: Cabral descobriu o Brasil. 2. PASSIVA � indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo. Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva. 2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA. Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado. As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz passiva sem agente da passiva. 3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e pronominal ou sintética. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 49 Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal no particípio = analítica. Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + pronome SE = sintética. Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’ [...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva. VOZ ATIVA VOZ PASIVA Sujeito Pacientes afetados pela síndrome Agente da passiva pelos pacientes afetados pela síndrome Verbo transitivo direto ultrapassaram (o que?) Locução verbal (voz passiva analítica) foi ultrapassada Objeto direto a fronteira da adaptabilidade às demandas Sujeito paciente A fronteira da adaptabilidade às demandas Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa: a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE = sujeito indeterminado b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE = sujeito indeterminado c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO + SE = sujeito indeterminado d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado 3. REFLEXIVA � indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo sujeito ao mesmo tempo. PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 50 Ex.: Não me considero tão importante. Reservamo-nos o direito de ficar calado. Ele se deu um presente. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e representa a mesma pessoa do sujeito. 2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando, conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, etc. Ex.: Feri-me a mim mesmo. Julgai-vos a vós mesmos. 3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade. Ex.: Os amigos se cumprimentaram. Amavam-se um ao outro. 1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos, 4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade, 7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes 10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem 13 depara-se com seus limites. [...] Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.). PACOTE DAS MATÉRIAS COMUNS PARA O MPU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 51 Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações). 31. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos mencionados. Comentário – Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal sugerida: “Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história é seu constante anseio...”. Pronto, ficou claro que realmente não existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual, simultâneo ao ato da fala. Mas o pretérito perfeito composto, de fato, imprime à passagem um aspecto durativo, contínuo, não limitado no tempo. Vamos “ouvir” o que Cegalla tem a nos dizer: “O pretérito perfeito composto traduz um fato passado repetido, ou que se prolonga até o presente: Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.” Resposta – Item certo. 1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração dos indivíduos, visando
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