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SUMÁRIO Full I – DIREITO ................................................................................................... 1 1.1. Origem Etimológica ........................................................................... 1 1.2. Conceito ............................................................................................. 1 1.3. Importância ........................................................................................ 1 1.4. Funções ............................................................................................. 1 II - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO ............................................ 1 2.1. Conceito ............................................................................................. 1 2.2. Objetivos ............................................................................................ 1 2.3. Disciplinas Auxiliares ......................................................................... 1 2.3.1. A História do Direito ................................................................... 1 2.3.2. Direito Comparado ..................................................................... 1 2.3.3. Filosofia do Direito ..................................................................... 1 2.3.4. Sociologia do Direito .................................................................. 1 III – CIÊNCIA DO DIREITO ........................................................................... 1 3.1. Ciência ............................................................................................... 1 3.2. Ciência Jurídica ou do Direito............................................................ 1 IV – ZETÉTICA JURÍDICA ........................................................................... 1 V – FONTES DO DIREITO ........................................................................... 2 5.1. Lei ...................................................................................................... 2 5.2. Usos e Costumes .............................................................................. 2 5.3. Analogia ............................................................................................. 2 5.4. Princípios Gerais do Direito ............................................................... 2 5.5. Equidade ............................................................................................ 2 5.6. Jurisprudência ................................................................................... 2 5.7. Doutrina ............................................................................................. 2 5.8. Direito Comparado ............................................................................. 2 VI – DIREITO E MORAL ............................................................................... 2 6.1. Generalidades ................................................................................... 2 6.2. Noção de Moral ................................................................................. 3 6.3. Setores da Moral ............................................................................... 3 6.3.1. Moral Natural .............................................................................. 3 6.3.2. Moral Positiva ............................................................................. 3 6.4. Diferenças entre Direito e Moral ........................................................ 3 6.4.1. Tomásio...................................................................................... 3 6.4.2. Kant ............................................................................................ 3 6.4.3. Fitche .......................................................................................... 3 6.5. Critérios Modernos de Distinção ....................................................... 3 6.5.1. De Ordem Formal ...................................................................... 3 6.5.2. Quanto ao Conteúdo .................................................................. 4 VII - SANÇÃO JURIDICA E SANÇÃO MORAL ........................................... 4 7.1. Sanção Jurídica ................................................................................. 4 7.2. Sanção Moral ..................................................................................... 4 VIII - DIREITO NATURAL ............................................................................. 4 8.1. Conceito do Direito Natural ............................................................... 4 8.2. Importância do Direito Natural ........................................................... 5 8.3. Características do Direito Natural ..................................................... 5 IX – DIREITO POSITIVO .............................................................................. 5 9.1. Conceito de Direito Positivo .............................................................. 5 9.2. Característica do Direito Positivo ...................................................... 5 X – DIREITO OBJETIVO .............................................................................. 5 XI – DIREITO SUBJETIVO ........................................................................... 5 11.1. Conceito ........................................................................................... 5 11.2. Alcance ............................................................................................ 5 XII – DIREITO SUBJETIVO PATRIMONIAL ................................................ 6 XIII – DIREITO SUBJETIVO EXTRA-PATRIMONIAL ................................. 6 XIV – DIREITO SUBJETIVO ABSOLUTO ................................................... 6 XV – DIREITO SUBJETIVO RELATIVO ...................................................... 6 XVI – DIREITO POTESTATIVO .................................................................... 6 XVII – EXPECTATIVA DE DIREITO ............................................................. 6 XVIII – DICOTOMIA DO DIREITO ................................................................ 6 XIX – DIREITO PÚBLICO ............................................................................. 6 XX – DIREITO PRIVADO .............................................................................. 6 XXI – RAMOS DO DIREITO PÚBLICO ........................................................ 6 21.1. Direito Constitucional ....................................................................... 6 21.2. Direito Administrativo ....................................................................... 6 21.3. Direito Tributário .............................................................................. 6 21.4. Direito Penal (Criminal) .................................................................... 7 21.5. Direito Processual ............................................................................ 7 21.6. Direito Internacional Público ............................................................ 7 21.7. Direito Internacional Privado............................................................ 7 XXII – RAMOS DO DIREITO PRIVADO ....................................................... 7 22.1. Direito Civil ....................................................................................... 7 22.2. Direito Empresarial .......................................................................... 7 22.3. Direito do Trabalho (Trabalhista) ..................................................... 7 XXIII – LEI E NORMA JURÍDICA ................................................................. 7 XXIV – INSTITUTO JURÍDICO E ORDENAMENTO JURÍDICO ................. 7 XXV – ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA .............................................. 8 25.1. Concepção de NJ para Hans Kelsen .............................................. 8 25.1.1. Divisão da Norma Jurídica ....................................................... 8 25.1.2. Estrutura(NJ) ........................................................................... 8 25.1.3. Crítica a Estrutura da NJ (Kelsen) ........................................... 8 25.1.4. Estrutura Una da NJ (Kelsen) .................................................. 8 25.2. Teoria da NJ para Miguel Reale ...................................................... 8 XXVI – CARACTERÍSTICA DAS NORMAS JURÍDICAS ............................ 8 26.1. Bilateralidade (NJ) ........................................................................... 8 26.2. Generalidade (NJ)............................................................................ 9 26.3. Abstratividade (NJ) .......................................................................... 9 26.4. Imperatividade (NJ).......................................................................... 9 26.5. Coercibilidade (NJ) .......................................................................... 9 XXVII – CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS ............................. 9 27.1. Quanto ao Território ......................................................................... 9 27.1.1. Federais (NJ) ............................................................................ 9 27.1.2. Estaduais (NJ) .......................................................................... 9 27.1.3. Municipais (NJ)......................................................................... 9 27.2. Quanto à Imperatividade ................................................................. 9 27.2.1. Cogentas (NJ) .......................................................................... 9 27.2.2. Dispositivas ou Supletivas (NJ) ............................................. 10 27.3. Quanto à Violação ......................................................................... 10 27.3.1. Mais que Perfeitas (NJ) .......................................................... 10 27.3.2. Perfeitas (NJ) ......................................................................... 10 27.3.3. Menos que Perfeitas (NJ) ...................................................... 10 27.3.4. Imperfeitas (NJ) ...................................................................... 10 27.4. Quanto ao Conteúdo ..................................................................... 10 27.4.1. Preceptivas (NJ)..................................................................... 10 27.4.2. Proibitivas (NJ) ....................................................................... 10 27.4.3. Permissivas (NJ) .................................................................... 10 27.5. Quanto à Aplicação ....................................................................... 10 27.5.1. Genéricas (NJ) ....................................................................... 10 27.5.2. Particulares (NJ) .................................................................... 10 27.5.3. Individualizadas (NJ) .............................................................. 11 XXVIII – CLASSIFICAÇÃO DA LEI ............................................................ 11 28.1. Conceito de Lei .............................................................................. 11 28.2. Modalidades de Lei........................................................................ 11 28.2.1. Lei em Sentido Amplo ............................................................ 11 28.2.2. Lei em Sentido Estrito ............................................................ 11 28.2.3. Leis Primárias ........................................................................ 11 28.2.4. Leis Secundárias.................................................................... 11 XXIX – HIERARQUIA DAS LEIS PRIMÁRIAS .......................................... 11 29.1. Constituição da República ............................................................. 11 29.1.1. Conceito (CRF) ...................................................................... 11 29.1.2. Alterações à Constituição (CRF) ........................................... 11 29.1.3. Cláusula Pétrea da Constituição (CRF) ................................ 11 29.2. Emenda Constitucional .................................................................. 11 29.2.1. Conceito (EC) ......................................................................... 11 29.2.2. Aprovação (EC)...................................................................... 12 29.2.3. Sanção (EC) ........................................................................... 12 29.3. Lei Complementar ......................................................................... 12 29.3.1. Conceito (LC) ......................................................................... 12 29.3.2. Aprovação (LC) ...................................................................... 12 29.3.3. Alteração (LC) ........................................................................ 12 29.4. Lei Ordinária .................................................................................. 12 29.4.1. Conceito (LO) ......................................................................... 12 29.4.2. Aprovação (LO) ...................................................................... 12 29.5. Lei Delegada .................................................................................. 12 29.5.1. Conceito (LD) ......................................................................... 12 29.5.2. Importância (LD) .................................................................... 13 29.6. Medida Provisória .......................................................................... 13 29.6.1. Conceito (MP) ........................................................................ 13 29.6.2. Delegação de Poderes (MP) ................................................. 13 29.6.3. Efeitos (MP) ........................................................................... 14 29.6.4. Congresso Nacional (MP) ...................................................... 14 29.6.5. Urgência (MP) ........................................................................ 14 29.6.6. Prorrogação (MP)................................................................... 14 29.6.7. Efeitos (MP) ........................................................................... 14 29.7. Decreto Legislativo ........................................................................ 15 29.7.1. Conceito (DL) ......................................................................... 15 29.7.2. Aprovação (DL) ...................................................................... 15 29.8. Resolução ...................................................................................... 15 29.8.1. Conceito (Res.) ...................................................................... 15 29.8.2. Aprovação (Res.) ................................................................... 15 XXX – HIERARQUIA DAS LEIS SECUNDÁRIAS ..................................... 15 30.1. Decreto Regulamentar .................................................................. 15 30.1.1. Conceito (DR) ........................................................................ 15 30.1.2. Oportunidade (DR) ................................................................. 15 30.2. Portaria .......................................................................................... 15 XXXI – PROCESSO LEGISLATIVO ........................................................... 16 31.1. Iniciativa da Lei .............................................................................. 16 31.2. Exame e Revisão ........................................................................... 16 31.3. Sanção ........................................................................................... 16 31.4. Prazo da Sanção ........................................................................... 17 31.5. Sanção Tácita (Presumida) ...........................................................17 31.6. Veto ................................................................................................ 17 31.7. Apreciação do Veto........................................................................ 17 31.8. Rejeição do Veto ............................................................................ 17 31.9. Promulgação .................................................................................. 17 XXXII – VIGÊNCIA DA LEI ......................................................................... 19 32.1. Publicação...................................................................................... 19 32.2. Início da Vigência ........................................................................... 19 32.3. “Vacatio Legis” ............................................................................... 19 32.4. Prazo da “Vacatio Legis” ............................................................... 19 32.5. Princípio da Obrigatoriedade ......................................................... 20 32.6. Princípio da Continuidade .............................................................. 20 32.7. Revogação da Lei .......................................................................... 20 32.7.1. Ab Rogação ............................................................................ 20 32.7.2. Derrogação ............................................................................. 20 32.7.3. Expressa ................................................................................ 20 32.7.3. Tácita (Presumida) ................................................................. 20 32.8. Lei Temporária (Excepcional) ........................................................ 20 32.9. Efeito Repristinário......................................................................... 21 XXXIII – LEI NO TEMPO ............................................................................. 21 33.1. Princípio da Irretroatividade (não volta) ........................................ 21 33.1.1. Direito Adquirido ..................................................................... 21 33.1.2. Ato Jurídico ............................................................................ 21 33.1.3. Coisa Julgada ......................................................................... 21 XXXIV – RELAÇÃO JURÍDICA .................................................................. 21 34.1. Conceito ......................................................................................... 21 34.2. Partes ............................................................................................. 21 34.2.1. Sujeito Ativo ........................................................................... 22 34.2.2. Sujeito Passivo ....................................................................... 22 XXXV – DEVER JURÍDICO ........................................................................ 22 35.1. Dever Jurídico Contratual ou Extracontratual ............................... 22 35.1.1. Dever Jurídico Contratual ...................................................... 22 35.1.2. Dever Jurídico Extracontratual ............................................... 22 35.2. Dever Jurídico Positivo ou Negativo .............................................. 22 35.2.1. Dever Jurídico Positivo .......................................................... 22 35.2.2. Dever Jurídico Negativo ......................................................... 22 35.3. Dever Jurídico Permanente ou Transitório .................................... 22 35.3.1. Dever Jurídico Permanente ................................................... 22 35.3.2. Dever Jurídico Transitório ...................................................... 22 XXXVI – FATO JURÍDOCO ........................................................................ 22 36.1. Fato ................................................................................................ 22 36.2. Fato Jurídico .................................................................................. 22 36.3. Classificação do Fato Jurídico ....................................................... 22 36.3.1. Fato Jurídico Natural .............................................................. 22 36.3.2. Fato Jurídico Humano ............................................................ 23 XXXVII – ATO JURÍDICO ........................................................................... 23 37.1. Conceito de Ato Jurídico ................................................................ 23 37.2. Ato Jurídico em Sentido Estrito ..................................................... 23 37.3. Negócio Jurídico ............................................................................ 23 37.4. Ato Ilícito ........................................................................................ 23 37.4.1. Elementos do Ato Ilícito ......................................................... 23 37.4.2. Intenção .................................................................................. 23 37.4.3. Dano ....................................................................................... 23 37.4.4. Consequências....................................................................... 23 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 1 I – DIREITO 1.1. Origem Etimológica A palavra Direito, advém de uma expressão em latim “De- rectum”,, que por sua vez é a conjugação dos termos “Dis + rectum”. “Dis” = muito “Rectum” = correto, justo 1.2. Conceito Direito é o complexo de preceitos e regras obrigatórias constituídas de sanção que regem as relações humanas estabelecidas em sociedade. 1.3. Importância 1.3.1. A sociedade necessita do Direito para que ela seja organizada no sentido de conduzir a conduta das pessoas. 1.3.2. Alcançar os fins sociais. 1.3.3. O Direito é uma expressão da vontade coletiva e do momento social em que vivemos. 1.4. Funções 1.4.1. Regular as relações jurídicas estabelecidas em sociedade, apontando direitos e deveres a serem cumpri- dos. 1.4.2. Solucionar conflitos existentes na coletividade vi- sando a paz social 1.4.3. Promover o bem estar comum e o bem estar coleti- vo. Exemplo: coibir o tráfico de drogas. II - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 2.1. Conceito É a disciplina jurídica que apresenta o sistema de conhe- cimentos advindos de inúmeras fontes, oferecendo as bases essenciais ao estudo do Direito. (O Direito não é uma ciência isolada, levam-se em conta diversos aspectos - financeiro, social, etc) 2.2. Objetivos Apresentar os princípios, os conceitos e os institutos fun- damentais que serão aplicados nos diversos ramos do Direito. Exemplo: Princípio protecionista Direito do trabalho, Códi- go defesa do consumidor. 2.3. Disciplinas Auxiliares 2.3.1. A História do Direito É a disciplina que visa a pesquisa e a análise dos Insti- tutos Jurídicos pretéritos que servem de informação e base para a definição e alcance do Direito atual (fatos históricos que tiveram repercussão no Direito, Exemplo: a evolução histórica do trabalho. 2.3.2. Direito Comparado É o estudo comparativo de ordenamentos jurídicos estrangeiros que vão orientar o ordenamento jurídico brasileiro. O legislador busca experiências de outros países e trazem para o Brasil. Exemplo: buscar legislação americana para aplicar em crimes na internet. 2.3.3. Filosofia do Direito É a disciplina que procura refletir a respeito dos funda- mentos do Direito, questionando o critério de justiça contido na norma jurídica. 2.3.4. Sociologia do Direito É a disciplina que examina o Direito sob o ponto de vista social, verificando se a norma jurídica está de acordo com os fatos sociais. III – CIÊNCIA DO DIREITO (Estuda as normas jurídicas, ordenamento jurídico) 3.1. Ciência É o conjunto de conhecimentos coordenados relativa- mente a um determinado objeto. 3.2. Ciência Jurídica ou doDireito É a responsável pelo estudo das normas jurídicas im- postas de forma obrigatória pelo Estado à sociedade com o objetivo de determinar ou coibir condutas huma- nas. IV – ZETÉTICA JURÍDICA É a disciplina que adota diversas ciências autônomas (sociologia; economia; contexto social; ...) para o estudo da ciência do direito, analisando o ordenamento jurídico sob diferentes aspectos. (O Direito não é uma ciência isolada). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 2 V – FONTES DO DIREITO (De onde vem, como é criado, tudo que faz nascer o direi- to) 5.1. Lei (Impõem regras a serem observadas) É uma norma comum e obrigatória advinda do poder com- petente (não pode ser criada por qualquer pessoa) e pro- vida de sanção (penalidade). Observação: A lei é hipotética (algo que pode acontecer. Se alguém casar tem as leis), abstrata (regula o casamento em si, se casar passa a ser concreto) e genérica (geral para todos). 5.2. Usos e Costumes Constituem o Direito Costumeiro ou Direito Consuetudiná- rio, que por sua vez são as práticas habituais e constantes que se tornam regras obedecidas por todos. (art. 4º do Código Civil – o juiz pode aplica a lei ou usos e costumes) Exemplo: a regulamentação dos atos do comércio, das troca empresarial nasceu dos usos e costumes (cheque pré-datados; suspensão de trabalhador 1 a 3 dias ...) O interesse da Inglaterra e dos EUA, normalmente predo- minam. LEI COSTUME Poder legislativo Práticas habituais da socie- dade. Tem vigência Naturalmente – espontânea Processo para instauração Habitual Escrita Conduta Eficaz/vigente Vigente porque é eficaz. 5.3. Analogia (por mais que não exista uma lei para a situação, o juiz busca uma norma que resolva o problema) É a aplicação a um caso não previsto em lei de uma norma jurídica que rege hipótese semelhante. Exemplo: direito autoral virtual, difamação virtual, servidor público que não tem direito a greve. 5.4. Princípios Gerais do Direito São regras gerais que servem de base para todo o orde- namento jurídico. Exemplo: Direito trabalho – principio da proteção ao empregado; Direito penal – principio a favor do réu: todo mundo é inocente até que se prove o contrário. 5.5. Equidade É a justiça do caso concreto através da adaptação da lei ao fato concreto promovendo sua suavização. Exemplo: a venda de um bem para um filho sem conhe- cimento dos demais. Cheque é não causal, não precisa explicar o motivo da emissão. Duplicata é causal, está ligada a uma venda. Um drogado emite um cheque para comprar droga. 5.6. Jurisprudência É a sequência de decisões em um mesmo sentido, proferidas pelos tribunais que são utilizadas pelo judici- ário na solução dos conflitos. (Forma de nortear uma decisão, conjunto de julgados em um mesmo sentido, vários juízes julgam isolados alguma causa e forma a jurisprudência). 5.7. Doutrina É a opinião dos juristas apresentada em suas publica- ções no sentido de orientar a elaboração das leis e a sua aplicação ao caso concreto. Exemplo: livros, pareceres, seminários onde os juristas expõem seus conhecimentos. Os doutrinadores devem participar na elaboração, opinião e forma de interpreta- ção, serve também para preencher as lacunas da lei, tipo petições, julgamentos. 5.8. Direito Comparado São as leis estrangeiras e os julgamentos proferidos no exterior que servem de orientação ao legislador para elaborar as leis e ao judiciário para aplica-las nos casos concretos. (Alguns países têm leis mais avançados em algumas áreas e podem ser adaptadas à nossa legislação. Exemplo: contrato franquia dos EUA, direito virtual, casamento homossexual). VI – DIREITO E MORAL 6.1. Generalidades O Direito e a Moral são instrumentos de controle social que se complementam e se influenciam na medida em que eles não podem ser separados ou isolados. Consciência individual moral – todo mundo sabe o que pode ou não fazer. Muitas vezes o que o Direito consi- dera lícito não é moral. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 3 Exemplo: evasão fiscal é ilícito para pagar menos IR Elisão fiscal é licito, mas não é moral – adotar uma forma dentro da lei para pagar menos imposto. No programa Criança Esperança, a Globo deduz IR com o dinheiro do povo. 6.2. Noção de Moral Esta ligada ao bem (conduta). Na Grécia antiga, o bem consistia no desprendimento em superar o sofrimento. Modernamente o bem é tudo aquilo que satisfaz o homem em sociedade e individual. Agir conforme os costumes (varia no tempo e no espaço, ou seja, de acordo com a época e lugar) é moral. 6.3. Setores da Moral 6.3.1. Moral Natural Consiste na ideia do bem captada da natureza humana e que não varia no tempo e no espaço. (Tudo que prejudica os direitos naturais – privacidade, ser feliz, trabalho, lazer) 6.3.2. Moral Positiva 6.3.2.1. Moral Autônoma É a noção do bem de forma particular, advinda da consci- ência individual. (Não atravessar sinal vermelho, uns respeitam e outros não e não têm problema de consciência) 6.3.2.2. Moral Social É a noção do bem que deriva de princípios determinantes em uma sociedade, numa determinada época. (A submissão da mulher em épocas passadas – “Mulher honesta”).) 6.3.2.3. Ética Superior dos Sistemas Religiosos É a noção do bem consagrada e transmitida pelas religiões aos seus seguidores. Exemplo: Relações sexuais, só para fins de procriação. 6.4. Diferenças entre Direito e Moral 6.4.1. Tomásio Segundo o filósofo, o Direito se ocuparia apenas dos as- pectos exteriores do comportamento social, sendo alheio à consciência individual que seria atribuída à moral. (Esta diferença não é ideal – dolo ou culpa – civilmente tem que pagar - penalmente depende da situação). Exemplo: atropelar sem querer, distração! 6.4.2. Kant A conduta humana está de acordo com a moral quando tem por motivação a vontade de alcançar o bem (fins). Por outro lado o Direito se preocupa com a exterioriza- ção da conduta e não com seus motivos. (Pouco importa o motivo não esta ligada ao direito - dolo e culpa) Exemplo: Atropelamento, independente da intenção. 6.4.3. Fitche O Direito permite situações que a moral não concorda Exemplo: elisão fiscal (A moral é contra) 6.5. Critérios Modernos de Distinção 6.5.1. De Ordem Formal 6.5.1.1. Determinação x Abstração O Direito se manifesta através de um conjunto de re- gras que determinam as condutas e a forma de agir. (O critério é mais objetivo). A Moral tem caráter geral e abstrata sem particularida- des (o critério é mais subjetivo). Direito: impõe formas de conduta. Moral: não determina a conduta, depende do local, das relações, do tempo. Depende da experiência individual da pessoa. 6.5.1.2. Bilateralidade x Unilateralidade O Direito é bilateral impondo um dever jurídico e atribu- indo o direito respectivo (na relação entre as pessoas existem direitos e deveres). Exemplo: Contrato de trabalho A Moral é unilateral, eis que ela não impõe condutas. (não impõem deveres; a dívida de jogo não pode ser exigida, não tem respaldo na lei, não tem sustentação do Direito, não gera obrigação) Exemplo: DVD pirata, agiotagem. 6.5.1.3. Interiorização x Exteriorização Quanto a moral os atos são interiorizados (na consci- ência de cada um) e estão no pensamento abstrato. (dor na consciência). Direito contem atos exteriorizados e possuem dimen- são concreta (as condutas são exteriores, como saber os direitos e deveres de um contrato). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 4 6.5.1.4. Autonomia x Heteronomia A moral é autônoma e espontânea nascendo da consci- ência individual ou social. O Direito é heterônomo porque impõem condutas obriga- tórias que poderão ser cumpridas ou não na prática. 6.5.1.5. Coercibilidade x Incoercibilidade O Direito possui coerção (sanção, penalidade) eis que impõem penalidades para garantir o seu cumprimento. Exemplo: Imposto de RendaA moral não possui coerção, podendo ocasionar uma reação adversa, individual e social. (não tem penalidade pela lei). Exemplo: Dívida de jogo do bicho. 6.5.2. Quanto ao Conteúdo 6.5.2.1. Teoria dos Círculos Concêntricos A ordem jurídica está totalmente incluída no campo da moral. A moral é mais ampla que o Direito, sendo que ele se subordina à moral. (o direito tem que atender a moral, antes de ser direito tem que ser moral) 6.5.2.2. Teoria dos círculos secantes O Direito e a moral possuiriam uma faixa de competência comum e uma área particular independente. O dever dos pais de cuidar do filho menor está na esfera da moral e também na do direito. A dívida de jogo e a gratidão e considerada moral. Elisão fiscal é um direito, mas é considera imoral. 6.5.2.3. Teoria kelsiana (Hans Kelsen) O Direito e a moral são sistemas totalmente indepen- dentes. A norma jurídica (regra, conduta) é o único elemento essencial ao Direito, cuja validade não de- pende da moral. (se existe uma regra jurídica, pouco importa a moral) 6.5.2.4. Teoria do Mínimo Ético O Direito representa um mínimo de regras morais ne- cessárias ao bem estar social. (a lei tem que ter um padrão mínimo de moral, mas ambos continuam sepa- rados) Exemplo: Paz social – um mínimo de moralidade para o direito ser aceito. VII - SANÇÃO JURIDICA E SANÇÃO MORAL 7.1. Sanção Jurídica O Direito deve ser cumprido de forma espontânea, mas ele possui coerção e se dá através da possibilidade do uso da força ou da coação, através da punibilidade como forma de garantir o seu cumprimento. Tem alcance coletivo, alguém deixa de cometer um crime pelo receio. Pois, outros já foram punidos. É a penalidade que decorre da lei e todos deveriam cumpri-la. Quando isso não acontece sujeita-se a san- ção da lei. Exemplo: Prisão por falta de pensão é uma coação. Utopia (ideal): todos cumprindo a lei, seguindo as nor- mas! 7.2. Sanção Moral A sanção moral existe, mas não possui coerção através da força ou da coação. Não é induzido por força ou ação jurídica. Pode ser de foro íntimo, consciência individual: remorso. Ou reprovação social: por não pagar dívida de jogo é excluído desse grupo. VIII - DIREITO NATURAL 8.1. Conceito do Direito Natural É o Direito constituído por princípios da própria natureza humana advindos da experiência e da razão que vão direcionar o legislador na elaboração das normas jurídi- cas. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 5 A dignidade da pessoa humana é o elementar; para regu- lar a própria vida humana, liberdade, honra. Tudo que é básico para o homem viver em sociedade. Vem do elementar (direito a vida) direito a liberdade, hon- ra, moradia (defende a dignidade humana) – Constituição – cláusulas pétreas. 8.2. Importância do Direito Natural Serve para buscar um ordenamento jurídico justo que seja capaz de proteger o homem. Ou seja, fazer com que o direito natural seja respeitado. Direito a moradia (criou-se o usucapião para garanti-la) Pois é melhor um possuidor zeloso do que um proprietário descuidado. Exemplo: focos do mosquito da dengue em moradias abandonadas. 8.3. Características do Direito Natural • Ele não é necessariamente escrito. • Ele não foi criado pela sociedade, eis que advém da natureza humana (a sociedade não cria, tem alcance na esfera social). • Não é imposto pelo Estado a princípio. • Ele é universal (atende a todo e qualquer homem em qualquer lugar na terra). • Ele é eterno (cláusulas Pétreas, não podem ser modifi- cadas) • Ele é imutável IX – DIREITO POSITIVO 9.1. Conceito de Direito Positivo É o direito imposto pelo Estado através do ordenamento jurídico obrigatório, em determinado tempo e lugar. Imposto pelo Estado deve ser obedecido. Exemplo: relações de trabalho, impõem obrigações e direi- tos para ambas as partes (Direito do Trabalho). Muitas vezes o Direito Natural é positivado, ou seja, institu- ído pelo Estado. 9.2. Característica do Direito Positivo • O Direito Positivo não é necessariamente escrito, eis que o Direito Costumeiro ou Consuetudinário deriva de práticas habituais realizadas em sociedade. O direito brasileiro é quase todo escrito porque sistema jurídico brasileiro deriva-se do sistema romano- germânico. Exemplo: Lei do Silêncio (não é escrita) 22 horas • O Direito Atual é aquele que está em vigor. Uma vez que o Direito pretérito (passado) integra a história do direito. Vigor = Vigência • O Direito é imposto pelo Estado e constituído de sanção. • O Direito Positivo se desdobra no Direito Objetivo e no Direito Subjetivo. X – DIREITO OBJETIVO É o Direito como norma de organização social, para regular as relações sociais. Ele é a própria ordem jurídica instituída pelo Estado. Exemplo: Direitos do Trabalho (trabalho = salário) Tributário (IPTU = proprietário de bem imóvel) XI – DIREITO SUBJETIVO 11.1. Conceito É aquele que corresponde às possibilidades, os pode- res e as faculdades que a ordem jurídica garante as pessoas. Exemplo: o direito do trabalhador de receber o salário. o direto de receber a importância da venda de um imó- vel. O Direito do Trabalho é positivo e gera deveres/direitos objetivos. Direito subjetivo é o poder que as pessoas têm de cobrar seus direitos. A cada dever subjetivo (pagar salário, empregador) gera-se um dever subjetivo (prestação do serviço, empregado). Ou seja, também: A cada direito subjetivo (receber salário, empregado) gera-se um direito subjetivo (pres- tação de serviço, empregador) Observação: O Direito Subjetivo concede ao seu titular a prerrogativa de invocar o Estado para garantir a sua satisfação. 11.2. Alcance O Direito Subjetivo se desdobra no Direito Patrimonial e no Direito Extra-Patrimonial. Bem como no Direito Abso- luto e do Direito Relativo. DIREITO POSITIVO Direito Objetivo Direito Subjetivo • Direito Patrimonial • Direito Extra-Patrimonial • Direito Absoluto • Direito Relativo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 6 XII – DIREITO SUBJETIVO PATRIMONIAL É o Direito que possui caráter econômico ou patrimonial. Exemplo: direito de receber salário Patrimônio também é considerado dinheiro O patrimônio do dever pode ser utilizado/leiloado para sanar a dívida. XIII – DIREITO SUBJETIVO EXTRA- PATRIMONIAL É o direito que não tem conteúdo econômico, ou patrimo- nial na medida em que visa proteger os atributos da pes- soa humana. Exemplo: Direito Subjetivo a vida; a imagem; a honra; a fidelidade conjugal. É muito importante porque não tem preço (inestimável). XIV – DIREITO SUBJETIVO ABSOLUTO É o direito que pode ser exercido contra todos. (erga om- nes) Exemplo: Direito a propriedade (ninguém pode entrar) XV – DIREITO SUBJETIVO RELATIVO É aquele que só pode ser exigido de uma pessoa determi- nada. Exemplo: exigir o salário ao empregador. XVI – DIREITO POTESTATIVO É poder conferido a alguém para interferir na esfera jurídi- ca de outra pessoa. Pátrio poder – direcionar a vida de uma pessoa sob sua responsabilidade (filho) Tutor - responsável pela tutela (menor). Curador – representante do incapaz (viciado) Procuração -- o procurador tem o Direito Potestativo. XVII – EXPECTATIVA DE DIREITO É a possibilidade de se adquirir o direito. O direito ainda não se formou, mas existe a possibilidade de adquiri-lo futuramente. Exemplo: Direito Nascituro (feto) O nascituro tem direito a herança (mãe solicita reserva do quinhão) 25% pois existe, já outros 3 filhos. XVIII – DICOTOMIA DO DIREITO É a divisão do direito em dois grandes ramos ou grupos: • Direito Público • Direito Privado XIX – DIREITO PÚBLICO É o conjunto de ramos do Direito que regula as relações jurídicas em que o estado* é parte, atuando com sobe- rania e buscando atender o interesse social. *Estado (Estado, cidade, União, ente público em geral) IPTU – município (estado) x particular (Prop. Imóvel urbano)XX – DIREITO PRIVADO É o conjunto de ramos do direito que regula a relação jurídica entre os particulares. O Estado não participa da relação, apenas regula, atra- vés das leis. Exemplo: Empréstimo pessoal. XXI – RAMOS DO DIREITO PÚBLICO 21.1. Direito Constitucional É o ramo do Direito que tem como objeto o estudo da Constituição Federal. Dentre as suas funções, ele esta- belece a forma do Estado e o regime de governo; orga- niza os poderes do Estado; assegura os direitos e ga- rantias fundamentais do cidadão. ADIN => STF Superior Tribunal Federal - STF = guardião da sobera- nia nacional, da Constituição. Todo advogado e fundamentalmente constitucionalista. Porque os demais ramos do direito derivam da relação de submissão Constituição Federal. Não podendo ir contra ela. 21.2. Direito Administrativo É o ramo do Direito que regula a atuação do Estado na prática dos atos administrativos, visando alcançar o interesse público e social. Ele regulamenta a adminis- tração pública e os seus desdobramentos. Exemplo: Contrato de licitação O Direito Administrativo trata de tudo que tem interesse público. 21.3. Direito Tributário Regula o conjunto de normas jurídicas que envolvem a instituição, a arrecadação e a fiscalização dos tributos, como fonte de recursos para o Estado. Criação do tributo é o seu fim. E determinar quem terá a competência para cobrar esse tributo. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 7 21.4. Direito Penal (Criminal) É o ramo do direito que fixa as condutas criminosas e as suas penas. Exemplo: uma conduta criminosa pode ser por ação (ho- micídio), ou omissão (não prestar socorro). 21.5. Direito Processual Rege a organização do Poder Judiciário de forma a esta- belecer as regras para a aplicação do Direito no caso concreto. Quando há divergências entre as partes, entra-se na Justi- ça, independente do ramo, devem-se seguir os procedi- mentos legais, que são regulados/determinados pelo Direi- to Processual (formas e prazos impetrar ações de apela- ções judiciais ...). 21.6. Direito Internacional Público Objetiva regular as relações entre os Estados que com- põem a comunidade internacional através de tratados e convenções internacionais. Exemplo: ONU => países do Oriente (Líbia) Conselho de Segurança. Cada nação tem o seu ordenamento jurídico, mas o Direito Internacional Público tem instituições, como a ONU (Orga- nização das Nações Unidas) que pode intervir nas rela- ções internacionais, para manutenção da paz e garantir os direitos humanos (em teoria). 21.7. Direito Internacional Privado Direito Internacional regula a relação do Estado com indi- víduos de outro Estado, quanto ao conflito das leis. Relação entre pessoa e o Estado (País). Exemplo: se uma pessoa comete um crime em outro país e foge para o Brasil, casa-se e tem filhos, não poderá ser extraditado (Ronald Biggs). Para evitar o conflito armado (guerra), hoje as nações se utilizam de boicotes e sanções econômicas, como forma de pressionar outras nações na solução dos conflitos. XXII – RAMOS DO DIREITO PRIVADO 22.1. Direito Civil É o ramo do Direito que regulamenta as relações jurídi- cas entre os particulares (pessoas naturais e pessoas jurídicas de direito privado). Parte Geral serve de sustentação da parte especial. Estuda as pessoas, os bens, domicilio, ato jurídico, prescrição. Parte Especial (Específico): • Deveres e obrigações (devedor x credor) • Contratos (compra e venda) • Direitos Reais (uso, habitação, hipoteca) • Direito de Família (casamento, tutela) • Direito de Sucessão (testamento, herança, inventá- rio). 22.2. Direito Empresarial É o ramo do Direito que regulamenta as relações jurídi- cas empresariais. Exemplo: contrato comercial, títulos de crédito, tipos de sociedade, letras de câmbio. 22.3. Direito do Trabalho (Trabalhista) É o ramo do Direito que regulamenta as relações jurídi- cas entre empregado e empregador, fixando direitos e deveres para ambas as partes. Trabalhador Funcionário Público Empregado Empregado Rural Avulso Autônomo XXIII – LEI E NORMA JURÍDICA A Lei (espécie) é apenas uma das formas de expressão e revelação da norma jurídica, que por sua vez também se manifesta através das outras fontes do Direito. A Norma Jurídica (gênero) é o conjunto das fontes do Direito. XXIV – INSTITUTO JURÍDICO E ORDENAMENTO JURÍDICO Instituto jurídico é a reunião de normas jurídicas afins que possuem harmonia, coerência e lógica, identifica- das pelo seu objeto e pela finalidade que desejam al- cançar. Exemplo: casamento (conjunto de regras a observar na sua manutenção: fidelidade. E também rescisão: divor- cio, partilha). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 8 Contrato de compra e venda (direitos e deveres, objeto, pagamento, entrega) Ordenamento jurídico é o conjunto de normas jurídicas que formam o direito positivo em vigor em determinado território. ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO (Todos os ramos do Direito Brasileiro) Ramo: Direito do Trabalho INSTITUTO (Salário) Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur + INSTITUTO (FGTS) Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur INSTITUTO (Férias) Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur + INSTITUTO (13º) Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur. + Norma Jur Observação: 1. Diversos institutos jurídicos afins formam um ramo do direito. 2. Diversos ramos do Direito formam um ordenamento jurídico. Instituto: salário, férias, 13º, FGTS (Ramo Direito do Tra- balho) D. Trabalho + D. Civil + Direito Penal ..... (Direitos Positi- vos) = Ordenamento. XXV – ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA 25.1. Concepção de NJ para Hans Kelsen 25.1.1. Divisão da Norma Jurídica 25.1.1.1. Norma Jurídica Primária (conduta) Define o dever jurídico em razão de uma situação de fato. Para determinar o dever jurídico tem-se que analisar o fato. FATO OBRIGAÇÃO Filho menor Pais: cuidar do filho Existência do empregador Pagar o salário 25.1.1.2. Norma Jurídica Secundária (sanção) Ela impõe uma sanção em caso de descumprimento do dever jurídico. Exemplo: pai deve pagar pensão para o filho. Em caso de descumprimento, sofrerá uma sanção. 25.1.2. Estrutura (NJ) Em algumas circunstâncias o sujeito deve observar uma conduta (norma primária) e senão cumpri-la, o Estado deve impor uma sanção (norma secundária). Estrutura da Norma Jurídica = Norma Primária + Norma Secundária. 25.1.3. Crítica a Estrutura da NJ (Kelsen) Ao se dividir a estrutura da norma jurídica, parecem serem criadas duas alternativas, quais sejam, adotar a conduta lícita ou sujeitar-se á sanção prevista. Entretanto, a violação da norma jurídica não é facultati- va, eis que o seu cumprimento é obrigatório. Cria-se a princípio uma alternativa entre cumprir ou não a norma jurídica. Mas na verdade é obrigatório seu cumprimento. 25.1.4. Estrutura Una da NJ (Kelsen) A situação de fato deve estar de acordo com a conduta exigida, sob pena da aplicação da sanção prevista. Exemplo: Se recebo anualmente acima de tanto, deve declarar IR (situação de fato). Se não cumpro, sofro uma penalidade. 25.2. Teoria da NJ para Miguel Reale Para Miguel Reale a norma jurídica é a definição da conduta social exigida pelo Estado, que por sua vez impõem o dever jurídico a ser cumprido para que seja possível a convivência em sociedade. As normas jurídicas apontam os direitos e os deveres a serem observados. É a conjugação de direitos e deveres para convivência harmônica na sociedade. XXVI – CARACTERÍSTICA DAS NORMAS JURÍDICAS 26.1. Bilateralidade (NJ) O Direito é vinculado ao menos a duas pessoas em diferentes polos (lados) atribuindo direito a uma delas e dever a outra. Assim sendo, pode-se enxergar o Direito Subjetivo e o dever jurídico. A relação jurídica é composta pelo titular INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 9 do direitosubjetivo (sujeito ativo) e o detentor do dever jurídico (sujeito passivo). Pelo menos 2 pessoas, uma de cada lado oposto. Pois, podem existir mais de uma pessoa nos dois lados. Direito Tributário: IPTU SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO Poder Público (Município) Proprietário de imóvel urbano Direito Subjetivo Patri- monial: lançar e cobrar Dever jurídico: pagar Pode existir mais de 1 proprietário (sujeito pas- sivo) 26.2. Generalidade (NJ) A norma jurídica é uma regra de alcance geral que obriga a todos que estejam em igual situação. Exemplo: possuidor de Imóvel ou um animal de estimação - Direito real de propriedade – Direito Subjetivo Absoluto. Todos menos eu, são sujeitos passivos e tem o dever de abstenção (não violar a minha propriedade). Ou seja, a norma jurídica se aplica a toda sociedade (não proprietá- ria) Direito Subjetivo Relativo, com relação empregado (sujeito ativo) exigir o pagamento de salário ao empregador (sujei- to passivo). 26.3. Abstratividade (NJ) A norma jurídica é abstrata porque busca atingir toda a sociedade. Exemplo: Direito de Família – instituto do casamento: por ser abstrata, normatiza o casamento de qualquer pessoa. Ela tem alcance para toda a sociedade e é aplicada no caso concreto (quando 1 pessoa se casa a norma passa a ser concreta) Se a norma jurídica fosse concreta teria que existir uma específica para cada pessoa que casasse. A NJ para o casamento do João com a Creuza, NJ do casamento do José com a Maria, ou seja, milhões! 26.4. Imperatividade (NJ) A norma jurídica é imperativa porque não há possibilidade de escolha quanto ao seu cumprimento ou descumprimen- to. Se existe a Lei em vigor, tem que ser cumprir, ou se sujeitar a sanção! 26.5. Coercibilidade (NJ) A norma jurídica contém coerção no sentido de coagir a sociedade a cumpri-la. A coerção tem alcance psicoló- gico e material. Exemplo: A pessoa pode querer matar alguém (subjeti- vo) se matar (objetivo). Através da coerção, o Estado vai impor a sanção. Esta sanção pode inibir a pessoa (psicológico – caráter sub- jetivo) e se não inibir aplica a sanção (material caráter objetivo). XXVII – CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 27.1. Quanto ao Território 27.1.1. Federais (NJ) São aquelas advindas de leis federais, válidas em todo território nacional, criadas e aprovadas pelo Congresso Nacional (Câmara do Deputados Federais e Senado Federal) Exemplo: Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 27.1.2. Estaduais (NJ) Elas são reveladas por leis estaduais, válidas em cada estado da Federação, criadas e aprovadas pelas As- sembleia Legislativa. Exemplo: ICMS, IPVA, ITCD (causa mortis) tem uma lei em cada estado da Federação. 27.1.3. Municipais (NJ) São aquelas que têm abrangência no território dos municípios, sendo elas criadas e aprovadas pela Câma- ra dos Vereadores. Exemplo: IPTU (lançar e cobrar, ou não) competência do município. 27.2. Quanto à Imperatividade 27.2.1. Cogentas (NJ) São aquelas que possuem mais grau de imperatividade porque são absolutas e não podem ser afastadas pela vontade de seus destinatários. Exemplo: tentativa de homicídio (pena 6 anos). A víti- ma não pode intervir e pedir para diminuir a pena para 3 anos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 10 A NJ não dá margem à escolha de sua aplicabilidade. É imperativo, independe da vontade da parte prejudicada. 27.2.2. Dispositivas ou Supletivas (NJ) São NJ que possuem menor grau de imperatividade po- dendo os seus destinatários ajustá-las conforme a sua intenção. Exemplo: Relação de consumo – Código de Defesa do Consumidor: A lei determina Taxa de juros de até 12% a.a.. Mas o comerciante pode cobrar juros menores de acordo com sua vontade/possibilidades. A possibilidade de ajuste está mais ligada às leis que não têm sanção. 27.3. Quanto à Violação 27.3.1. Mais que Perfeitas (NJ) São aquelas que ao serem descumpridas impõem duas consequências: � Nulidade do ato praticado; e � Sanção pessoal. Exemplo: Bigamia – o segundo casamento fica nulo. Pode ocasionar sanção ao autor e a sua nova cônjuge (se essa tiver ciência e for conivente com o fato) 27.3.2. Perfeitas (NJ) São aquelas que uma vez violadas provocam a nulidade do ato. Exemplo: Contrato celebrado por um menor de 16 anos (absolutamente incapaz) sem ser representado pelos pais, na falta desses, por um tutor (o ato será nulo de pleno direito). 27.3.3. Menos que Perfeitas (NJ) São aquelas que impõem uma sanção pessoal em caso de caso de descumprimento ou violação. Exemplo: Homicídio (sanção), não tem como anular a morte da pessoa. 27.3.4. Imperfeitas (NJ) São aquelas que não impõem ao infrator qualquer pena- lidade/sanção. Exemplo: Obrigações naturais. Aquela que existe o débito, mas não tem responsabili- dade jurídica. Só pode acontecer uma reprovação social (moral): Dívida de jogo Dívida Prescrita (prazo para cobrar a efetividade dos direitos) 27.4. Quanto ao Conteúdo 27.4.1. Preceptivas (NJ) São aquelas que impõem uma conduta positiva, que se visualiza através de uma ação. Exemplo: Direito Tributário – Rendimentos anuais su- periores a tantos reais tem que declarar o Imposto de Renda. Exige a ação de declarar, a omissão gera uma sanção. 27.4.2. Proibitivas (NJ) São aquelas que impõem uma conduta negativa, visua- lizada através de uma omissão (abstenção). Exemplo: NJ de Direito Penal (criminal) – não pode matar, roubar ... (condutas negativas) Se pratica a ação existirá a sanção. 27.4.3. Permissivas (NJ) São aquelas que permitem ao destinatário praticar ou não uma conduta. Exemplo: Usucapião (modalidade aquisitiva de propri- edade) passa de possuidor a proprietário. Contrato – celebra, se quiser. 27.5. Quanto à Aplicação 27.5.1. Genéricas (NJ) São aquelas direcionadas a todos que tenham interesse em praticar determinado ato. Exemplo: se há o casamento (se casa por livre e es- pontânea vontade) terão que se submeter a norma geral. Contrato de compra e venda – é espontâneo – mas se realizado terá que se submeter a norma geral. 27.5.2. Particulares (NJ) São aquelas direcionadas a um grupo específico de pessoas. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 11 Exemplo: Cláusula (norma jurídica) - questões que direci- onam o contrato, se assinou o contrato tem que cumprir todas as suas cláusulas. 27.5.3. Individualizadas (NJ) São aquelas a serem cumpridas individualmente. Exemplo: Se matar, será sentenciado (norma jurídica) a reclusão. XXVIII – CLASSIFICAÇÃO DA LEI NORMA JURÍDICA Lei + Jurisprudência + ... + + + Sentença + Costume + ... 28.1. Conceito de Lei A Lei é um dos instrumentos que constitui a forma de ex- pressão e revelação da norma jurídica. 28.2. Modalidades de Lei 28.2.1. Lei em Sentido Amplo É o instrumento de revelação das normas jurídicas advin- das do poder legislativo e do poder executivo. Exemplo: Medida Provisória (Presidente) 28.2.2. Lei em Sentido Estrito É o conteúdo normativo advindo do poder legislativo, atra- vés do denominado processo legislativo, devendo ela ser publicada par que se opere a introdução das regras que vão regulamentar as relações jurídicas sociais. Exemplo: Leis só do Poder Legislativo. 28.2.3. Leis Primárias São aquelas que vão reger o comportamento humano em sociedade. Exemplo: Lei de locação de imóveis. 28.2.4. Leis Secundárias São as leis subordinadas às leis primárias, e apresentam menor alcance social. Exemplo: Portaria – conteúdo legislativo que vigora em um departamento/instituição. XXIX – HIERARQUIA DAS LEIS PRIMÁRIAS 29.1. Constituição da República 29.1.1. Conceito (CRF) É o instrumento que objetiva regular a estrutura do estado, organizar os poderes do Estado e assegurar os direitos e garantias fundamentais do cidadão. 29.1.2. Alterações à Constituição (CRF) As alteraçõesdas normas jurídicas constitucionais po- dem ser efetuadas através de emendas constitucionais, devendo-se respeitar as cláusulas pétreas e o processo legislativo específico. 29.1.3. Cláusula Pétrea da Constituição (CRF) A Constituição não pode ser modificada para abolir a forma federativa do estado, o voto direto, secreto, uni- versal e periódico, a separação dos poderes e os direi- tos e garantias fundamentais do cidadão. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante propos- ta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos De- putados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das uni- dades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprova- da se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respecti- vos membros. § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o res- pectivo número de ordem. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emen- da tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 29.2. Emenda Constitucional 29.2.1. Conceito (EC) É a forma de se alterar (suprimir/acrescentar) o texto constitucional. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 12 29.2.2. Aprovação (EC) A emenda constitucional é aprovada por 3/5 dos membros do Congresso Nacional em 2 turnos de votação em cada uma das casas [Câmara dos Deputados (513) e dos Se- nado Federal (81)]. 29.2.3. Sanção (EC) A emenda constitucional não precisa da sanção do Presi- dente da República, porque ela produz efeito imediato após a promulgação pela Câmara dos deputados e do Senado Federal. 29.3. Lei Complementar 29.3.1. Conceito (LC) Ela tem o objetivo de complementar o texto constitucional, sendo ela, criada quando a própria constituição exigir. CRF DO BRASIL DE 1988 “Art. 128. O Ministério Público abrange: ... § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja inicia- tiva é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelece- rão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla de- fesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emen- da Constitucional nº 45, de 2004) f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 29.3.2. Aprovação (LC) A lei complementar deve ser aprovada por maioria abso- luta dos membros do Congresso Nacional, em um turno único de votação. Maioria absoluta: É mais que a metade do número total de indivíduos que compõe o grupo, ou seja, meta- de do número total de indivíduos que compõe o grupo mais 1 ou mais ½. Caso o grupo tenha 40 integrantes, a maioria absoluta será 21 (metade mais um), enquanto que se o grupo tiver 41 integrantes, a maioria absoluta também corresponderá a 21 (metade mais meio, já que a metade de 41 é 20,5). Ou seja, equivalente ao primei- ro número inteiro superior à metade do colegiado a que se referir. No caso do Senado Federal, com 81 senadores, a maioria absoluta será 41 votos (metade: 40,5 + 0,5). Na Câmara dos Deputados, com 513 deputados, a maio- ria absoluta será 257 votos (metade: 256,5 + 0,5). E no Congresso Nacional que a união dos membros das duas casas (Câmara dos Deputados, 513 + Senado Federal, 81) com 594 membros, a maioria absoluta será 298 votos (metade: 297 + 1). 29.3.3. Alteração (LC) A lei complementar não se confunde com o texto consti- tucional, porque ela não pode alterar a constituição. 29.4. Lei Ordinária 29.4.1. Conceito (LO) As leis ordinárias são as demais leis que compõem o ordenamento jurídico. LEI Nº 6.515, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1977 - Regula os ca- sos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento. Di- vórcio (revogada tacitamente) LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989 - Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comuni- dade. 29.4.2. Aprovação (LO) Deve-se respeitar a sua aprovação por maioria sim- ples (metade do número total de presentes a sessão legislativa mais 1 ou mais ½, equivalente ao primeiro número inteiro superior à metade) do Congresso Nacio- nal, das assembleias legislativas dos Estados e das câmaras dos vereadores dos municípios em 1 turno de votação. 29.5. Lei Delegada 29.5.1. Conceito (LD) São as leis criadas pelo Presidente da República em virtude da delegação promovida pelo Congresso Nacio- nal. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 13 CRF DO BRASIL DE 1988 Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacio- nal. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência ex- clusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reserva- da à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a car- reira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleito- rais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de re- solução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qual- quer emenda. 29.5.2. Importância (LD) Cabe ao poder legislativo o ato de legislar, entretanto, existe a necessidade da criação das leis em menor espaço de tempo, o que se viabiliza através da delegação de po- deres ao Presidente da República. 29.6. Medida Provisória 29.6.1. Conceito (MP) A medida provisória é adotada pelo Presidente da Repú- blica em casos de relevância e urgência, sendo que elas têm força de lei. 29.6.2. Delegação de Poderes (MP) A edição da medida provisória não configura delegação de poderes advinda do Congresso Nacional, porque a própria Constituição autoriza o Presidente a editá-las. CRF DO BRASIL DE 1988 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (In- cluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a car- reira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Cons- titucional nº 32, de 2001) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e crédi- tos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da Re- pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem converti- das em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Na- cional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.(Incluído pela Emenda Consti- tucional nº 32, de 2001) § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Na- cional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos consti- tucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Consti- tucional nº 32, de 2001) § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câ- mara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plená- rio de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdi- do sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de me- dida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorren- tes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluí- do pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 14 29.6.3. Efeitos (MP) A medida provisória produz efeitos durante 60 dias, pror- rogável por mais 60. Em caso de recesso parlamentar interrompe-se a contagem do tempo. No caso das medidas provisórias editadas anteriormente a EC 32/2001: EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 32, de 11 de setembro de 2001. Congresso Nacional. Altera dispositivos dos arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246 da Constituição Federal, e dá outras providências. ... Art. 2º As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até delibera- ção definitiva do Congresso Nacional. Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de setembro de 2001 (Extrato) (DOU de 12/09/2001 - Seção I - pág. 1) 29.6.4. Congresso Nacional (MP) A medida provisória deve ser remetida ao Congresso Na- cional para que ele a aprecie dentro de 45 dias após a publicação. 29.6.5. Urgência (MP) Se a medida provisória não for apreciada até 45 dias após a publicação, ela entrará em vigor em regime de urgência paralisando-se as demais deliberações legislativas até que sejam votadas. 29.6.6. Prorrogação (MP) Se a medida provisória não tiver sido apreciada dentro de 60 dias, após a publicação, a sua vigência será prorrogada por mais 60 dias. ATO DO PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL Nº 12, DE 2010 O PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL, cum- prindo o que dispõe o § 1º do art. 10 da Resolução nº 1, de 2002- CN, faz saber que, nos termos do § 7º do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, a Medida Provisória 481, de 10 de fevereiro de 2010, que "Autoriza o Poder Executivo a doar estoques públicos de alimen- tos para assistência humanitária internacional.", tem sua vigência prorrogada pelo período de sessenta dias. Congresso Nacional, 30 de março de 2010. Senador SERYS SLHESSARENKO Segunda Vice-Presidente da Mesa do Congresso Nacional, no exercício da Presidência (DOU de 31/03/2010) 29.6.7. Efeitos (MP) Se a medida provisória não for convertida em lei ao final de 120 dias contados da publicação ou rejeitada no decorrer desse período, ela perderá os seus efei- tos automaticamente. Lista Medidas Provisórias em vigor e revogadas! A Medida Provisória deixa de vigorar quando: • Rejeitada ATO DECLARATÓRIO Nº 1, DE 2011 O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL faz saber que, em sessão realizada no dia 17 de março de 2011, o Plenário da Casa rejeitou a Medida Provisória nº 508, de 8 de outubro de 2010, que "Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da Educação, no valor de R$ 968.185.382,00, para os fins que especifica". Senado Federal, em 21 de março de 2011 Senador JOSÉ SARNEY Presidente (DOU de 22/03/2011) • Sem eficácia A MP é declarada sem vigência após 120 dias da sua publicação: ATO DECLARATÓRIO DO PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL Nº 19, DE 2010 O PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL, nos termos do parágrafo único do art. 14 da Resolução nº 1, de 2002-CN, faz saber que a Medida Provisória nº 481, de 10 de fevereiro de 2010, que "Autoriza o Poder Executivo a doar estoques públicos de alimentos para assistência humanitária internacional", teve seu prazo de vigência encerrado no dia 10 de junho do corrente ano. Congresso Nacional, em 16 de junho de 2010 Senador JOSÉ SARNEY Presidente da Mesa do Congresso Nacional (DOU de 17/06/2010) • Quando convertida em Lei, convalidando (tornar válido) os atos praticados pela Medida Provisó- ria: LEI Nº 9.069, de 29 dejunho de 1995. Conversão da MP nº 1.027, de 20 de junho de 1995 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 15 Dispõe sobre o Plano Real, o Sistema Monetário Nacional, estabe- lece as regras e condições de emissão do REAL e os critérios pa- ra conversão das obrigações para o REAL, e dá outras providên- cias. 29.7. Decreto Legislativo 29.7.1. Conceito (DL) O decreto legislativo é criado pelo Congresso Nacional no exercício do poder legislativo para tratar de matéria de sua competência privativa. Tratado aprovado por DL tem força constitucional. CRF DO BRASIL DE 1988 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter- nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a cele- brar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo territó- rio nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se- nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da Re- pública e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Re- pública e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Ca- sas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração in- direta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativida- des nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveita- mento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mine- rais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de ter- ras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hecta- res. 29.7.2. Aprovação (DL) A aprovação ocorre por maioria simples. 29.8. Resolução 29.8.1. Conceito (Res.) São atos normativos editados para tratar da competên- cia privativa do Congresso Nacional por imposição constitucional. Exemplo: Resolução para perda de mandato de depu- tado. A diferença entre resolução e Decreto Legislativo está na questão da aprovação. 29.8.2. Aprovação (Res.) Ela deve ser aprovada por maioria absoluta. XXX – HIERARQUIA DAS LEIS SECUNDÁRIAS 30.1. Decreto Regulamentar 30.1.1. Conceito (DR) É um ato do Poder Executivo editado no exercício da administração pública. Competência: Presidente, go- vernador, prefeito. 30.1.2. Oportunidade (DR) O decreto regulamentar é utilizado quando as leis cria- das pelo legislativo não estabelecerem todas as condi- ções para a sua aplicabilidade. Exemplo: a câmara legislativa cria uma lei proibindo animais na praia. O prefeito (executivo) edita um decre- to regulamentar que cria o órgão regulatório (aplicabili- dade). 30.2. Portaria A portaria é adotada pelo superior hierárquico no âmbito do serviço público para estabelecer ordens aos seus subalternos para o funcionamento do serviço. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 16 XXXI – PROCESSO LEGISLATIVO 31.1. Iniciativa da Lei A iniciativa das leis complementares e das ordinárias cabe às seguintes pessoas: CRF DO BRASIL DE 1988 Subseção III Das Leis Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal (STF), aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis- tração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e or- çamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Ter- ritórios; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, re- forma e transferência de militares para a inatividade; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública. e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pú- blica, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. TRIBUNAIS SUPERIORES: 1. Supremo Tribunal Federal (STF) - é o órgão de cúpula do Poder Judiciário Brasileiro, tendo jurisdição em todo o território nacional. 2. Tribunal Superior do Trabalho (TST) - que compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos, bem como outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho entre patrões e empregados. 3. Superior Tribunal de Justiça (STJ) - tutor da inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade interpretativa da lei federal, bem como da uniformidade de interpretação entre os tribunais das normas ema- nadas da União. 4. Superior Tribunal Militar (STM) - Tem competência para julgar os crimes militares tipificados no Código Penal Militar. 5. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - Sua finalidade é cuidar da lisura de todo o processo eleitoral. 31.2. Exame e Revisão O projeto de lei pode ser apresentado por qualquer uma das casas (CD/SF) devendo ser revisto pela outra casa. CRF DO BRASIL DE 1988 Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. Se a casa revisora rejeitar o projeto de lei, ele será arquivado. Se a casa revisora aprovar o projeto de lei, ele será enviado à sanção ou à promulgação. 31.3. Sanção A Casa revisora enviará o projeto de lei aprovado pelo Congresso ao Presidente
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