Buscar

Neurofisiologia e Neuroanatomia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Biofísica e Fisiologia 
 Etapas Funcionais do Sistema Nervoso 
 
O funcionamento do Sistema nervoso pode ser dividido em três etapas: 
sensorial, integrativa e motora. 
 
Na etapa sensorial, células especializadas ou terminações nervosas de 
neurônios bipolares (receptores sensoriais) irão captar estímulos providos do 
ambiente ou do interior do corpo. Posteriormente, o estímulo captado será 
convertido em energia eletroquímica, ou seja, as células que captaram o estímulo 
alteram sua polaridade (de eletronegativa tornam-se eletropositivas = potencial 
do receptor) e com isto geram impulsos ou sinais. Os nervos ou fibras 
aferentes irão conduzir este impulso até áreas específicas do Sistema Nervoso 
Central. 
 
Na etapa integrativa (também chamada de associação), neurônios do sistema 
nervoso central (neurônios de associação) serão acionados pelos impulsos 
oriundos da periferia e com isto despolarizam e secretam neurotransmissores, 
afim de “interpretar a informação trazida da periferia” e em seguida “gerar 
novos impulsos” para correção ou sinalização do problema detectado pela etapa 
sensorial. Os impulsos gerados podem desencadear reações imediatas (por 
exemplo, a contração da musculatura esquelética para afastar o corpo da área de 
perigo) ou reações tardias (informações serão memorizadas e num momento 
oportuno serão resgatas, dando-nos a condição de reação). 
 
Na etapa motora, nervos ou fibras eferentes ou motoras irão transportar os 
impulsos do Sistema Nervoso Central, até a periferia corporal, que efetuará 
uma resposta (órgão ou tecido efetor).Os nervos eferentes encontram-se 
subdivididos em somáticos (levam sinais para o músculo esquelético) e 
autônomos (levam sinais para as vísceras, coração ou glândulas) subdivididos 
em autônomos simpáticos ou parassimpáticos. 
 
Referências 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro, 2006. 
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro 2000. 
HENEINE, I. F. Biofísica básica. 2ª ed. São Paulo, Atheneu, 2002. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. 
Ateneu,São Paulo, 2001 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células 
da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e 
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a 
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem 
tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também 
denominada excitabilidade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que 
permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Essa 
propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas 
emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta 
emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de 
um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda 
de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande 
velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de 
condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo 
sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e 
como a mensagem nervosa é transmitida. 
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o 
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celular que podem ser 
subdivididos em dendritos e axônios. 
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como 
receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os 
axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos 
nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de 
colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio 
propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o 
local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a 
informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de 
um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas 
ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com 
outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de 
arborização terminal. 
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do 
sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios 
nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. 
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes 
chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann 
(encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em 
muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina - 
invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do 
impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da 
bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição denominada nódulo de 
Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a 
parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, 
constitui o chamado neurilema. 
Referências consultadas: 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro, 2006. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. 
Ateneu,São Paulo, 2001 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2ª edição. Atheneu, São Paulo, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Principais Funções das Estruturas do Sistema Nervoso Central 
 
Os órgãos do Sistema Nervoso Central encontram-se divididos em encéfalo 
(formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula 
espinhal.Cada estrutura será especializada em executar funções de extrema 
importância ao organismo, entretanto, estas funções são efetuadas frente a 
estímulos sensoriais (captados da periferia corporal e transformados em 
impulsos) e também podem promover inúmeras reações periferia do corpo 
(etapa motora), ou seja, as etapas sensoriais e motoras interagem 
diretamente com as funções executadas pelo Sistema Nervoso Central. 
a-)Funções do córtex cerebral 
A área cortical do cérebro encontra-se dividida em: 
 Lobo frontal – apresenta grupos de neurônios responsáveis pela 
coordenação dos movimentos (giro pré-central), pelos pensamentos e 
emoções e pela fala (área de Broca). 
 Lobo parietal – também denominado “área somestésica”, visto que 
seus neurônios estão envolvidos no processamento de todas as 
informações derivadas da pele. A comunicação destes neurônios nos 
proporciona as sensibilidades do tato, da pressão, das variações de 
temperatura e da dor. 
 Lobo occipital – seus neurônios serão acionados e sua comunicação 
resulta na visão. 
 Lobo temporal – Apresentainúmeros núcleos de neurônios, dentre 
as quais a memorização temporária, audição, emoções e integração 
de inúmeras funções executadas por regiões distintas do sistema 
nervoso (Área de Wernick) 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
 
Figura 1 Lobos do cérebro 
Fonte: susanacosta.wordpress.com/2007/05/31/cerebro/ 
 
 b-)Áreas Subcorticais 
 Representada por todas as regiões do cérebro que encontra-se localizada no 
centro deste órgãos. 
 Diencéfalo – corresponde ao tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. O 
tálamo encontra-se no centro do cérebro, portanto, torna-se uma região que 
recebe impulsos de diferentes procedências, e após processá-los, direciona 
para áreas centrais especializadas no processamento destes impulsos. O 
hipotálamo, também é classificado com uma das estruturas do diencéfalo, e 
apesar de representar uma região muito pequena do cérebro, apresenta 
grupos de neurônios responsáveis pelas seguintes funções: manutenção da 
temperatura corporal (termostato); determinação da fome, da sede e da 
saciedade; determina o sono; emite impulsos para nervos autônomos 
transportarem sinais para as vísceras e regula o funcionamento da glândula 
hipófise ou pituitária (conhecida como glândula mestre do corpo humano, 
pelo controle funcional que exerce em inúmeras glândulas endócrinas) ; 
 Hipocampo – seus neurônios participam da memorização à longo prazo; 
 Amígdala – está relacionada com as emoções e o comportamento do 
indivíduo 
 Corpo ou glândula pineal – encontra-se abaixo do esplênio do corpo caloso, 
cuja função é produzir o hormônio melatonina.A pineal, perante a redução 
da luminosidade, libera para o sangue o hormônio melatonina, que estimula 
a redução do metabolismo celular.Com isto haverá menor produção de 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
radicais livres pela célula (este fator revigora a célula) e prepara o 
organismo para o sono. 
 
Figura 2 Estruturas subcorticais do cérebro 
Fonte: scotty.ffclrp.usp.br 
 
 c-)Tronco encefálico 
 O tronco encefálico encontra-se subdividido em três regiões: 
 Mesencéfalo – participa do controle dos movimentos oculares. Contém 
núcleos relé (neurônios que podem emergir seu axônio para diversas áreas 
do sistema nervoso central, efetivando desta forma, inúmeras conexões) 
participam do sistema auditivo e visual. 
 Bulbo – também conhecido como medula oblonga, representa a extensão 
rostral (anterior) da medula espinhal. Participa da regulação do ritmo 
respiratório, transmite informações dos hemisférios do cérebro para o 
cerebelo além de participar do controle da musculatura facial. 
 Ponte Apresenta inúmeros núcleos de neurônios: centro da deglutição, 
centro do vômito, centro vasomotor, centro respiratório bulbar e centro da 
tosse. Estes neurônios acionam nervos autônomos que transportam sinais 
para os órgãos, portanto, é comum denominar estes grupos (ou núcleos) de 
neurônios de “núcleos autônomos do bulbo”. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
Figura 3 Componentes do tronco encefálico 
Fonte: http://www.afh.bio.br/nervoso/img/tronco%20cerebral.gif 
 
 d-)Cerebelo 
 
 É uma estrutura foliada que está presa ao tronco encefálico (região 
posterior). Suas funções são: 
 
 Coordenação dos movimentos; 
 Planejamento e execução dos movimentos 
 Manutenção da postura; 
 Coordenação dos movimentos da cabeça e dos olhos 
 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
Figura 4 Posição anatômica do cerebelo 
Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-
nervoso/imagens/divisao-do-sistema-nervoso-1.jpg 
 
 e-)Medula espinhal 
 A medula espinhal representa a área caudal do Sistema Nervoso 
Central.Receberá impulsos aferentes e eferentes, onde torna-se fundamental na 
conexão do corpo com as estruturas do Sistema Nervoso Central e vice-versa. 
 
Referências 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro, 2006. 
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro 2000. 
HENEINE, I. F. Biofísica básica. 2ª ed. São Paulo, Atheneu, 2002. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. 
Ateneu,São Paulo, 2001 
 
 
 
 
 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
Potenciais de Membrana e Potencial de Ação 
 
Todas as células do corpo possuem potenciais elétricos. Além disso, células neurais e 
musculares são excitáveis, ou seja, capazes de autogeração de impulsos eletroquímicos 
em suas membranas. 
O potencial de membrana no interior da fibra nervosa é 90 mv mais negativo que o 
potencial no líquido extracelular -LEC. 
Todas as membranas do corpo apresentam uma Bomba de Na
+ 
e K
+
 que bombeia Na
+
 
para fora da fibra ao mesmo tempo em que bombeia K
+
 para dentro dela. A carga 
negativa no interior da membrana é produzida por essa bomba eletrogênica, porque um 
maior número de cargas positivas é bombeado para fora do que para dentro da fibra, 
deixando um déficit de íons positivos no interior. Além dessa função também ocorre o 
controle hídrico no interior da célula em função da forma hidratada dos íons nos meios 
intra e extracelulares. Os sinais nervosos são transmitidos por Potenciais de Ação, que 
são variações rápidas do potencial de membrana que passa de negativo para positivo. 
Para “conduzir” um sinal neural, um Potencial de Ação se desloca ao longo da fibra 
nervosa, até atingir sua extremidade. 
Etapas: 
Repouso – no Potencial de Repouso, diz-se que a membrana está “polarizada”, pelo 
grande potencial negativo da membrana. 
Despolarização – a membrana fica subitamente permeável aos íons Na+ que difundem 
para o interior da célula. OPotencial de Repouso de – 90 mv varia rapidamente na 
direção da positividade. 
Repolarização - dentro de poucos décimos milésimos de segundo, os canais de Na
+ 
começam a se fechar, enquanto os de K
+
 se abrem mais do que normalmente, 
permitindo a saída (rápida difusão) de íons K+ para fora da célula. Concomitantemente, 
ocorre a ativação da bomba de Na
+ 
e K
+. 
Estes dois eventos restabelecem o potencial 
negativo de repouso da membrana. 
 
Canais de Na
+
 - quando o potencial de membrana varia de -90 mv em direção ao zero 
(em função de estímulo limiar) provoca a abertura da comporta de ativação (posição 
aberta), fazendo com que íons Na+ passem pelos canais, aumentando sua 
permeabilidade em até 5.000 vezes. Essa comporta se fecha décimos milésimos de 
segundo após as comportas de ativação se abrirem (posição fechada). Nesse ponto, o 
potencial de membrana começa a retornar ao potencial de repouso (“repolarização”). 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Nota
saber o que significa em detalhes.
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Canais de K
+
 - Durante o estado de repouso, a comporta do canal de K
+
 está fechada. 
Quando o potencial de membrana varia de – 90 mv em direção ao zero ocorre uma lenta 
alteração conformacional, abrindo a comporta e permitindo a difusão de grande 
quantidade de K
+
 para o exterior. Devido à lentidão da abertura desses canais eles, em 
sua maioria, só abrem a partir do momento em que os canais de Na+ começam a se 
fechar. Assim, a diminuição do fluxo de Na
+
 e o aumento simultâneo do fluxo de K
+
 
aceleram a repolarização. Restabelecido o potencial de repouso, os canais de K+ se 
fecham novamente.Referências consultadas: 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro, 2006. 
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro 2000. 
HENEINE, I. F. Biofísica básica. 2ª ed. São Paulo, Atheneu, 2002. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. 
Ateneu,São Paulo, 2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jaciane
Realce
SINAPSES 
 
As sinapses podem ser: 
 
 Interneuronais- transmissão de estímulos de um neurônio ao outro; 
 
 Neuroefetuadoras – transmissão de estímulo de um neurônio efetor para 
células de órgãos efetores (Músculo Estriado Esquelético, Músculo Estriado 
Cardíaco, Músculo liso e Glândulas); 
 
 
Com relação a maneira em que uma célula transmite o estímulo a outra células, 
temos: 
 
 Sinapses elétricas – as junções intercelulares são do tipo “comunicantes”, 
sendo chamadas CONEXONS.Nesta condição, uma célula permite através 
destas junções comunicantes, a passagem de íons, transmitindo seus sinais; 
 
 Sinapses químicas – nestas os sinais são transmitidos de uma célula a outra, 
utilizando substâncias químicas chamadas de Neurotransmissores e/ou 
Neuromoduladores. 
 
 
Os neurotransmissores são macromoléculas, capazes de estimular ou inibir a 
célula pós-sináptica.Os neuromoduladores são peptídeos, cuja cadeia química é 
menor que a dos neurotransmissores, capazes de modular ( regular) a ação da célula 
pré e pós-sináptica. 
Na sinapse, morfologicamente encontra-se uma membrana pré-sináptica e uma 
membrana pós-sináptica, separadas pela fenda sináptica. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
 
Figura 1 Aspecto morfológico da sinapse 
Fonte: www.clubedoaudio.com.br 
 
 
 
O neurônio pré-sináptico é quem secreta o neurotransmissor, que fica 
armazenado em vesículas localizadas no interior do botão pré-sináptico, presente na 
extremidade da terminação nervosa (ramificações terminais do neurônio). 
As sinapses químicas proporcionam a propagação dos estímulos em um único 
sentido. 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
Figura 2 Sentido da propagação do impulso nas sinapses químicas 
Fonte: www.afh.bio.br/nervoso/nervoso5.asp 
 
No botão pré-sináptico, existe vesículas que armazenam os 
neurotransmissores e também mitocôndrias, que participam da produção de energia 
(ATP), utilizada na síntese destes mediadores químicos. 
O neurotransmissor pode ser excitatório (estimulam a propagação do impulsos 
na célula pós-sináptica) ou inibitório (inibem temporariamente a propagação de 
impulsos). 
 
 
 
Liberação de Neurotransmissores 
 
A membrana pré-sináptica está constituída por um grande número de proteínas 
de canais “voltagem dependente”.Com isto,em função do potencial de ação, acredita-
se que ocorra uma intensa difusão de cálcio (Ca++) para o meio intracelular da 
membrana pré-sináptica, e estes íons energizam ainda mais a superfície interna da 
membrana.As vesículas que armazenam os neurotransmissores são sensibilizadas 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
pela entrada ou influxo de cálcio (Ca++) e aproximam-se da membrana pré-sináptica e 
por um processo de exocitose, expulsam os neurotransmissores na fenda sináptica. 
 
 
Figura 3 Sensibilização das vesículas do botão pré-sináptico seguida de exocitose e liberação dos neurotransmissores 
Fonte: www.icb.ufmg.br 
 
*Curiosidade: Cada vesícula armazena entre 2.000 a 10.000 moléculas do 
neurotransmissor acetilcolina (Ach) 
 
Atuação do neurotransmissor na membrana pós-sináptica 
 
Na membrana pós-sináptica existe um grande número de proteínas 
receptoras. Estas proteínas apresentam um receptor voltado para o meio extracelular, 
ou seja, na fenda sináptica. Após a ligação do neurotransmissor específico, esta 
proteína receptora irá reagir, permitindo a propagação ou inibição da condução do 
impulso pelo neurônio pós-sináptico.De acordo com a reação ocorrida na proteína 
receptora, estas serão classificadas em: 
 
 Proteínas de Canal 
Permitirá a passagem de íons específicos pela membrana deste neurônio. 
 
 Mecanismo de ação 
Quando ocorre o acoplamento do neurotransmissor na proteína receptora de 
canal, íons específicos atravessam a membrana por meio deste canal. As proteínas de 
canal são extremamente seletivas, portanto, podem permitir a passagem de: 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Íons positivos ou cátions – As proteínas de canal catiônicas permitem a 
passagem de sódio (Na+) e raramente de potássio (K+) e cálcio (Ca++).Esta 
seletividade ocorre pela presença de comportas, cargas elétricas na superfície 
interna da membrana e formato do canal protéico. 
 
Íons negativos ou ânions – As proteínas de canal aniônicas permitem a 
passagem de cloro (Cl-) devido a mesmas características referenciadas nas 
proteínas de canais catiônicas. 
 
Ocorre que as proteínas de canal catiônicas apresentam cargas negativas, ao 
contrário das proteínas de canal aniônicas. 
 
 
 Proteína Ativadora do 2º mensageiro 
Esta proteína está conectada a uma proteína globular, voltada para o meio 
intracelular, denominada proteína G, constituída por 3 subunidades (alfa,beta e 
gama).As subunidades beta e gama prendem a proteína G a superfície interna 
da membrana, enquanto que a subunidade alfa representa a porção ativadora 
da proteína G. 
 
 Mecanismo de Ação 
Quando o neurotransmissor liga-se a Proteína Ativadora de 2º mensageiro, ocorre 
a liberação da subunidade alfa, que passa da face interna da membrana para o 
citoplasma do neurônio pós-sináptico.No citoplasma, a parte alfa terá as seguintes 
funções: 
1. Liga-se a proteína de canal, provocando a abertura da comporta Com isto, 
ocorrerá a saída ou efluxo de potássio (K+), que passa do meio intra para o 
extracelular; 
2. Ativa mecanismos metabólicos a partir da adenosina monofosfato cíclico 
(AMPc) ou guanosina monofosfato cíclico( GMPc), podendo prolongar o 
metabolismo celular; 
3. Ativa enzimas intracelulares que provocam reações químicas na célula; 
4. Ativa a transcrição genética, podendo causar formação de novas proteínas 
dentro do neurônio e estas participam de alterações estruturais dos neurônios, 
especialmente nos processos de memória à longo prazo; 
 
Excitação do Neurônio pós-sináptico 
 
Resultado de um intenso fluxo iônico de sódio (Na+) para o meio intracelular.Deprime 
a condução de cloro (Cl-) ou potássio (K+) por difusão. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
Inibição do Neurônio pós-sináptico 
 
Ocorre abertura de canais de cloro (Cl-) que entra (influxo) no neurônio e de potássio 
(K+) que sai (efluxo) da célula.Este processo é feito após a ligação do 
neurotransmissor ao respectivo receptor, presente na proteína de canal. 
 
Mecanismo de remoção do Neurotransmissor 
 
Após realizar a condução de impulsos do neurônio pré-sináptico para o neurônio pós-
sináptico, o neurotransmissor será removido da fenda pelos seguintes mecanismos: 
1. Sofrerá difusão da fenda sináptica para células ou líquido circundantes; 
2. Sofrerá destruição enzimática na fenda sináptica. Exemplo: a enzima 
Acetilcolinesterase degrada o neurotransmissor acetilcolina (Ach) em dois 
fragmentos: acetato + colina.A colina é transportada ativamente para o interior 
do botão pré-sináptico, sendo reutilizada na formaçãode nova molécula de 
acetilcolina (Ach), processo que conta com a catálise da enzima 
Acetiltransferase. 
3. Recaptação do neurotransmissor consiste no retorno do neurotransmissor para 
o botão pré-sináptico do qual foi liberado. Bombas de recaptação presentes 
neste botão participam deste mecanismo de remoção.Após retornar ao botão, 
o neurotransmissor poderá ser destruído por enzimas específicas (exemplo: 
enzima Monoaminoxidase ou MAO que destruirá os neurotransmissores 
aminas biogênicas) ou também poderão ser novamente armazenados nas 
vesículas, dependendo da disponibilidade de espaço para a sua acomodação. 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
 
Figura 4 Recaptação do neurotransmissor 
Fonte: http://static.hsw.com.br/gif/nerve-6.gif 
 
Referências 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro, 2006. 
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de 
Janeiro 2000. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. 
Ateneu,São Paulo, 2001 
 
 
Sistema Nervoso 
 
Ouvir sons, sentir cheiro, gosto, frio, calor, ver objetos e cores entre outras sensações, 
separadamente ou todas ao mesmo tempo, são algumas das habilidades que o nosso sistema 
nervoso possui. Esse eficiente centro de automatismo e decisões é responsável pela 
integração de idéias e sensações, pela conjugação dos fenômenos de consciência e de 
adaptação do organismo às condições do meio em que está inserido. Está constituído por 
células altamente diferenciadas em excitabilidade e condutibilidade – os neurônios, que 
sustentados por células especializadas – gliais, formam as vias de condução dos impulsos 
nervosos e de conexão entre as regiões do sistema nervoso. 
Os centros de processamento do sistema nervoso estão localizados no interior do paquímero 
neural, denominado sistema nervoso central: são o encéfalo e a medula espinal, contidos na 
cavidade craniana e canal vertebral respectivamente. As vias nervosas compreendem dois 
grupos: as vias sensitivas e as vias motoras. As primeiras conduzem impulsos originados em 
receptores cutâneos, viscerais e órgãos dos sentidos especiais para o sistema nervoso central. 
As vias motoras conduzem os impulsos no sentido inverso, do sistema nervoso central para os 
órgãos efetores – músculos e glândulas. 
O encéfalo é o nome dado ao conjunto de cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O cérebro 
compreende o telencéfalo e o diencéfalo juntos e o tronco encefálico está constituído de 
mesencéfalo, ponte e bulbo. Estas partes do encéfalo estão dispostas no sentido crânio-caudal 
e possuem relação com os nervos cranianos ou encefálicos. 
No cérebro é possível notar a presença de relevos de tecido nervoso separados por sulcos. 
Estes relevos são nomeados de giros. Os giros cerebrais estão organizados de modo a formar 
lóbulos e estes se juntam para formar lobos. Assim é possível identificar na superfície do 
cérebro a presença dos lobos frontal, parietal, occipital e temporal, além do lobo da ínsula que 
se coloca mais profundamente na região temporal. Cada lado direito e esquerdo do cérebro é 
nomeado hemisfério cerebral que apresentam entre si a fissura sagital superior, separando-os 
parcialmente. Internamente em cada hemisfério envolvido por estes lobos estão os ventrículos 
laterais que apresentam separados pelo septo pelúcido. 
 O diencéfalo apresenta quatro formações em sua constituição, o tálamo, o hipotálamo, o 
epitálamo e o subtálamo. No plano mediano se encontra o III ventrículo. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Nota
sulcos é o composto que separa os tecidos dos cérebro
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
O mesencéfalo está posicionado entre o cérebro (acima) e a ponte (abaixo). A ponte está 
posicionada entre o mesencéfalo (acima) e o bulbo ou medula oblonga (abaixo). O bulbo ou 
medula oblonga está posicionado entre a ponte (acima) e a medula espinhal ou espinal 
(abaixo). 
O cerebelo está localizado posteriormente à ponte e bulbo com quem forma o IV ventrículo. 
Apresenta dois hemisférios cerebelares unidos pelo vermís. 
A medula espinal ocupa o interior do canal vertebral desde o nível do forame magno até o nível 
da segunda vértebra lombar (L2). Possui relação com os nervos espinais. Sua porção caudal 
se encontra mais afilada sendo nomeada cone medular. A partir do cone medular se encontra 
um conjunto de nervos no interior do canal medular que recebem o nome de cauda eqüina. 
Todo o sistema nervoso central está envolvido por um conjunto de três membranas de tecido 
conjuntivo nomeadas: dura-máter – camada externa, aracnóide – camada média e pia-máter – 
camada interna. 
O Líquor também conhecido como líquido cérebro espinhal é elaborado constantemente no 
interior dos ventrículos encefálicos através do plexo corióide e reabsorvido através das 
granulações aracnóideas para a circulação sanguínea existente no interior de alguns seios 
meníngicos. Sua produção chega a ser totalmente renovada três vezes ao dia. Tanto o líquor 
bem como as meninges possuem a função de proteger o sistema nervoso central. 
Fazem parte do sistema nervoso periférico os nervos, os gânglios e as terminações nervosas. 
O nervo é formado geralmente de fibras nervosas mielinizadas que possuem a função de 
conduzir estímulos entre o sistema nervoso central e os órgãos dos sistemas do organismo, em 
ambos os sentidos. 
Os nervos estão divididos em cranianos e espinais. Os cranianos totalizam 12 pares e os 
espinais 31 pares. Os nervos cranianos são: olfatório, óptico, oculomotor, troclear, trigêmeo, 
abducente, facial, vestíbulo coclear, glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso. Os nervos 
espinais são: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, 1 coccígeo. 
Os gânglios são formados pelo conjunto de corpos neuronais, também nomeados pericários, 
localizados próximos da medula espinal, próximo ou na intimidade da parede das vísceras. 
As terminações nervosas estão presentes na porção terminal do axônio sensitivo ou motor. 
 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
 
DANGELO, J. C. & FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3ª edição. São 
Paulo: Atheneu, 2005. 
GRAY, H. et al. Anatomia. 29ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977. 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2ª edição. São Paulo: Atheneu, 1993. 
ZORZETTO, N. L. Curso de anatomia humana. 7ª edição. São Paulo: IBEP, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SONO 
Uma boa noite de sono garante que acordemos bem-dispostos e que as energias gastas 
durante o dia sejam devidamente repostas. O sono é um período de intensa atividade orgânica, 
durante o qual as experiências vividas ao longo do dia são memorizadas e consolidadas. 
ETAPAS DO SONO 
O sono pode ser dividido em cinco etapas. Nas duas primeiras, ocorrem apenas cochilos, a 
terceira e a quarta se caracterizam por sono profundo, e durante a quinta ocorrem a maioria 
dos sonhos. 
A NEUROFISIOLOGIA DO SONO 
O sono é comum a todos os vertebrados e a quase todos os animais, O grande passo na 
pesquisa do sono foi dado em 1953, quando Aserinski e Kleitman observaram que o sono não 
é um estado homogêneo, mas que podia ser dividido em dois estados fisiológicos bem 
distintos, sendo um como movimentação ocular rápida (EEG semelhante à vigília), a que 
denominou-se sono paradoxal ou sono REM (rapid eyes movements), e o outrosem 
movimentos oculares rápidos, o sono não-REM. Os estudos posteriores verificaram várias 
diferenças fisiológicas, mostrando que o sono não-REM apresenta redução da atividade 
neuronal, da taxa metabólica, da temperatura cerebral, da atividade simpática, com atividade 
lenta no EEG e com atividade motora ocasional. O sono REM apresenta aumento da atividade 
metabólica, da temperatura cerebral, da atividade parassimpática e simpática (fazendo oscilar 
as freqüências cardíaca e respiratória), com o EEG dessincronizado, redução de atividade da 
musculatura esquelética (excetuando-se o diafragma, a musculatura ocular e a do ouvido 
médio).Kleitman e Dement, numa série de trabalhos, determinaram as várias fases do sono 
NREM (I a IV), suas particularidades e elementos constituintes, a duração destas fases no 
sono, e que os sonhos ocorrem durante o sono REM. Estudos subsequentes, puderam definir o 
substrato neural do sono, quando foram identificados os núcleos geradores do sono REM, 
localizados na ponte do tronco cerebral e núcleos executivos distribuídos no bulbo, medula, 
tálamo e córtex cerebral. 
Funções do sono: não se sabe adequadamente a função do sono. Por isso, surgiram na 
literatura teorias que tentam traçar elementos que expliquem, ao menos parcialmente, algumas 
evidências observadas: 
1. A teoria da conservação de energia: baseia-se no fato de que o animal de maior taxa 
metabólica dorme maior número de horas que o animal de menor taxa metabólica. 
2. Teoria da termorregulação: consiste na observância de que ratos, quando privados de sono 
por duas semanas, demonstram uma queda da temperatura corpórea, sugerindo que o sono 
tem um papel de retenção de calor. 
3. Teoria do metabolismo anabólico: refere que durante o sono ocorre liberação do hormônios 
catabólicos (cortisol) e há redução da liberação dos hormônios anabólicos (GH) 
4. Teoria da restauração tecidual: descreve que durante o sono REM ocorre um aumento da 
síntese protéica no tecido cerebral e durante o sono não-REM ocorre aumento da síntese 
protéica no tecido corporal. 
5. Teoria da consolidação da memória e do aprendizado: os proponentes desta teoria 
acreditam que as informações e processamentos atribuídos ao sono REM apaguem, de forma 
seletiva, traços de memória, como se fosse descarga de informação supérflua durante a vigília. 
Mas o achado de que o sono REM serviria apenas para este processo de informação 
acumulada ficou desestruturado com as pesquisas endereçadas ao desenvolvimento 
ontogenético do ciclo sono-vigília, pois observou-se que todos os mamíferos recém-nascidos 
apresentavam altas taxas de sono REM e era o primeiro estágio a aparecer 
ontogeneticamente. Portanto, os autores sugeriram que os eventos neurais forneciam substrato 
sensorial e motor para o sistema nervoso central, para promover o enriquecimento das 
densidades sinápticas, assim como desenvolver circuitos neuronais bem operantes 
Os transtornos de sono das crianças 
Sono fracionado 
As crianças não dormem a noite toda, despertam várias vezes. Isto deve-se a que qualquer 
pessoa ao despertar espera encontrar-se na mesma situação em que estava quando 
adormeceu. Para entender melhor, imaginemos como se sentiria um adulto que tivesse 
adormecido na sua cama com um pijama e a meio da noite acordasse na sala de tv e sem 
roupa. O mesmo acontece com um bebe; se adormeceu nos braços da sua mãe e acorda 
sozinho na cama, começa a chorar. Por isso, é importante que os bebes aprendam a dormir 
sozinhos, para evitar que as mudanças durante a noite possam induzir ao sono fraccionado. 
Ruídos respiratórios 
Às vezes, o sono pode alterar-se devido ao intenso ruidos respiratórios. Com efeito, embora 
muitos se surpreendam, trata-se de um problema bastante comum durante a infância, 
especialmente nas crianças em idade escolar, e as causas mais comuns são a hipertrofia das 
adenóides, as amigdalites. Muitas vezes os ruidos podem produzir apneias (pausas 
respiratórias), por isso a pessoa desperta com a sensação de sufoco. 
Pesadelos 
 
Entre as crianças os pesadelos são outro dos transtornos habituais. Trata-se de sonhos 
terríveis que, apesar de se poderem produzir em qualquer idade, afectam de forma especial as 
crianças, particularmente entre os seis e os doze anos. Como qualquer sonho, os pesadelos 
acontecem na etapa REM, ou seja, hora e meia depois de ter adormecido, aproximadamente. 
Enquanto a criança está com o sonho “feio”, pode fazer pequenos movimentos como caretas, 
ou emitir algum som como gemido ou choro, mas geralmente não se recorda de nada no dia 
seguinte. Os pesadelos são mais frequentes quando a pessoa tem febre, as vezes tão intenso 
que a pessoa chega a cordar. 
Terrores noturnos 
Quando a criança é vítima de terrores noturnos desperta abruptamente, senta-se na cama, 
chora horrorizada e olha assustada para o teto ou para um ponto fixo, mas sem ter a 
consciência do que está acontecendo, sem reconhecer ou identificar os seus próprios pais. Os 
terrores noturnos não acontecem na fase REM, mas sim na primeira etapa do sono, e embora 
não se conheçam as causas, acredita-se que estejam relacionados com certos estados de 
pânico. Devido ao fato da criança sentir muito medo, abraçá-lo e segurá-lo é suficiente para 
que ele acalme. A idade de maior incidência é entre os três e os cinco anos, e geralmente 
supera-se sem necessidade de tratamento, salvo em casos muito graves. Tal como os 
pesadelos, no dia seguinte a criança não recorda absolutamente nada. 
Sonâmbulismo 
Os indivíduos que sofrem de sonambulismo são capazes de realizar certos movimentos 
relativamente complexos, como sentar, levantar ou caminhar, sem ter consciência do que estão 
fazendo. Geralmente, fazem estas ações com os olhos abertos. Quando caminham não 
costumam tropeçar ou bater contra obstáculos. Embora seja verdade que alguma parte do seu 
sistema nervoso se encontra desperto, o indivíduo não tem consciência e habitualmente tão 
pouco recorda alguma coisa no dia seguinte. Inclusive, se o despertarem durante o episódio 
ele não compreenderá o que se está acontecendo. O sonambulismo tem um certo carater 
hereditário, já que é mais frequente em crianças cujos pais são sonâmbulos, e embora possa 
apresentar em qualquer idade é mais frequente durante a infância, entre os quatro e os dez 
anos. 
Diurese noturna 
Costuma surgir na primeira infância, durante o sono a criança faz chichi. Geralmente, a causa 
está associada a anatomia da bexiga que é pequena, embora também pode ser por motivos 
psicológicos. Ocorre nas crianças até aos doze anos e a na maioria das vezes existem 
antecedentes familiares. Habitualmente, logo depois do episódio a criança acorda, porque a 
cama fica molhada. É motivo de muita vergonha entre as crianças. 
Síndroma das pernas inquietas 
As crianças movem as pernas bruscamente durante o sono. Em alguns casos, com tanta 
intensidade que se levantam sentem dores nos membros inferiores devido à intensa atividade 
que realizaram durante a noite. Trata-se de um transtorno muito comum que se produz durante 
as fases 3 e 4, mas nunca na etapa REM, ou seja, enquanto a pessoa está adormecida. 
Costuma ser mais frequente nas crianças em idade escolar, embora também possa acontecer 
com adolescentes e adultos. A causa é desconhecida, mas em muitos casos existem 
antecedentes familiares. Produz-se todas as noites, para a infelicidade de quem compartilha a 
cama com estas pessoas. 
Referências consultadas: 
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006. 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios – conceitos fundamentais de neurociências. Ateneu,São 
Paulo, 2001 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2ª edição. Atheneu,São Paulo, 2000. 
 
 
 
 
Psiconeuroimunologia 2 - Imunologia e 
Emoções 
Incluído em 14/01/2005 
 
 
É no Sistema Límbico que tem início a função psíquica de avaliar a situação, 
os fatos e eventos de vida. Esse modo de avaliação sempre leva em 
consideração vários elementos, tais como, a personalidade, a experiência 
vivida, as circunstâncias atuais, as normas culturais. Acontecem também a 
partir do Sistema Límbico, as diversas interações entre os sistemas 
nervoso, endócrino e imunológico, fazendo interagir as percepções 
córticocerebrais com o hipotálamo. 
O Estresse, por sua vez, seja ele de natureza física, psicológica ou social, é 
um termo que compreende um conjunto de reações fisiológicas, as quais, 
sendo exageradas em intensidade e duração, acabam por causar 
desequilíbrio no organismo, freqüentemente com efeitos danosos. 
As primeiras constatações do Estresse emocional foram relatadas a partir de 
1943, quando então se comprovou um aumento da excreção urinária dos 
hormônios da suprarenal (cortisol e adrenalina) em pilotos e instrutores 
aeronáuticos em vôos simulados. Alguns anos antes essas alterações já 
haviam sido suspeitadas pesquisando competidores de natação momentos 
antes das provas. 
O conceito original de Estresse, entretanto, foi apresentado antes (1936) 
pelo pesquisador canadense de origem francesa Hans Selye, a partir de 
experimentos em que animais eram submetidos a situações agressivas 
diversas (estímulos estressores), e cujos organismos respondiam sempre de 
forma regular e específica. 
Selye descreveu toda ocorrência do Estresse sob o nome de Síndrome 
Geral de Adaptação, com três fases sucessivas: alarme, resistência e 
esgotamento. Após a fase de esgotamento, observava o surgimento de 
algumas doenças, tais como a úlcera péptica, a hipertensão arterial, artrites 
e lesões miocárdicas . 
Como já ressaltamos em outros textos, mais importantes que os estímulos 
objetivamente tidos como estressores, são os estímulos estressores 
avaliados e julgados como tais pelas diferentes pessoas. Existe uma 
sensibilidade (afetiva) pessoal e particular em cada um de nós, constituindo 
um conjunto de mecanismos dos quais o organismo lança mão em reação 
aos agentes particularmente tidos como estressores, caracterizando a forma 
como cada pessoa avalia e lida com estas situações. 
Essa sensibilidade pessoal à realidade explica por que avaliamos desta ou 
daquela forma as situações tidas como desafiadoras, enfrentando-as ou 
não, e reagindo à elas de maneiras particularidades e muito pessoais, 
"permitindo" assim que elas exerçam maior ou menor repercussão sobre o 
organismo. 
Fisiologia da Resposta ao Estresse 
O Sistema Neuro-Endócrino-Imunológico 
Entre 1970 e 1990 foram muito expressivos os experimentos de laboratório 
que tentavam comprovar a relação entre Sistema Nervoso Central (SNC) e 
Sistema Imunológico. Nessas duas décadas chegou-se a constatar o 
despovoamento celular do timo em ratos, através da indução de lesões no 
hipotálamo. Também se demonstrou que lesões destrutivas no hipotálamo 
dorsal levavam à supressão da resposta de anticorpos. Isso tudo sugeria 
que o hipotálamo seria uma espécie de base de integração entre os 
sistemas nervoso e imunológico na resposta ao estresse (Mauro Diniz 
Moreira, Julio de Melo Filho, Psicossomática Hoje, Artes Médicas). 
A partir de 1990 constata-se também que alterações ocorridas na hipófise 
também poderiam determinar modificações imunológicas, visto que a 
extirpação dessa glândula ou mesmo seu bloqueio farmacológico impedia a 
resposta imunológico no animal de laboratório (Khansari DN, Effects of 
stress on the immune system - Immunol. Today, v.11, no. 5, p.170, 1990). 
A resposta imune ao estresse se dá através de uma ação conjunta entre o 
sistema nervoso, sistema endócrino e sistema imunológico. Por excesso de 
intensidade ou duração do estresse pode surgir alguma doença atrelada a 
qualquer desses sistemas. 
Experiências, Estresse e Imunologia 
Uma alteração precoce que se observa durante o estresse é o aumento nos 
níveis dos hormônios corticoesteróides secretados pelas glândulas 
suprarrenais (cortisona). Parece que estes níveis acham-se em proporção 
inversa à eficácia dos mecanismos de adaptação, ou seja, nos casos com 
mecanismos adaptativos adequados os níveis não são muito elevados mas, 
no caso de pessoas deprimidas, portanto, com severas dificuldades 
adaptativas, esses níveis são maiores. 
A glândula suprarrenal parece ter um desempenho mais ou menos seletivo 
no estresse. Em estados de agressão, enquanto sua parte central 
(córtex) produz cortisol, a medula da glândula também participa, liberando 
norepinefrina (noradrenalina). Nas situações estressoras de tensão e 
ansiedade a liberação medular privilegia a epinefrina (adrenalina). 
Mello Filho reviu experimento de 1976, onde pôde constatar em macacos 
submetidos a estresse um aumento dos níveis de 17 hidroxicorticóides, 
catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), hormônio estimulador da 
tireóide (TSH) e hormônio do crescimento (GH), enquanto se observava um 
decréscimo dos hormônios sexuais, invertendo-se essa situação à medida 
que o animal se recuperava (Mauro Diniz Moreira, Julio de Melo Filho, 
idem). 
As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) afetam as reações 
imunológicas, seja por reação fisiológica, como por exemplo a contração do 
baço, seja por estímulo celular através de receptores específicos 
(adrenérgicos) na membrana celular. O certo é que o aumento das 
catecolaminas inibe as respostas de anticorpos. 
E as catecolaminas podem ter sua liberação condicionada à fatores 
neuropsicológicos. Num estudo clássico, desenvolvia-se experimentalmente 
a supressão da função imunológica pelo uso de imunossupressor 
(ciclofosfamida), associado a uma bebida contendo substância de gosto 
muito particular e forte (sacarina). Essa supressão podia repetir-se quando 
era administrada apenas a bebida com sacarina, caracterizando portanto 
uma supressão imunológica através de condicionamento biológico, já que a 
sacarina não é imunossupressora. 
Portanto, como vimos até agora, as células do sistema imunológico 
encontram-se sob uma complexa rede de influência dos sistemas nervoso e 
endócrino. Seus mediadores (neurotransmissores e hormônios diversos) 
atuam sinergicamente com outros produtos linfocitários, de macrófagos e 
moléculas de produtos inflamatórios na regulação de suas ações. 
Experiências dessa natureza sugerem grande variedade de hipóteses sobre 
a influência das emoções na imunidade. Será a crença no remédio tão 
importante quanto o próprio remédio? Será que isso ajuda a explicar o 
efeito dos placebos e da medicina alternativa? Seriam, essas hipóteses, 
capazes de estabelecer relações entre os estados de ânimo positivos e o 
aumento da sobrevida de pacientes portadores de AIDS, ou de câncer? 
O sistema imunológico, portanto, parece explicar as interações entre os 
fenômenos psicossociais aos quais as pessoas estão submetidas e 
importantíssimas áreas de patologia humana como, por exemplo, as 
doenças de auto-imunes (auto-agressão), infecciosas, neoplásicas e são 
centenas de experimentos que atestam a expressiva influência das emoções 
no Sistema Imunológico. Vamos relacionar, na Tabela abaixo, apenas 
poucos trabalhos experimentais sobre imunidade e transtorno emocional, 
alguns referidos por Melo Filho e outros mais recentes. 
AUTOR ANO EXPERIMENTO 
Meyer e 
Haggerty 1956 
16 famílias acompanhadas por um período de 12 meses, cerca de um quarto de todas infecções de 
orofaringe por estreptocócos seguiram-se a crises familiares. 
Kasl 1979 Observou que cadetes militares em épocas de grande pressão eram mais propensos a contrair 
mononucleose infecciosa do queoutros cadetes pertencentes a grupo controle. 
Baker e 
Brewerton 1981 
Estudaram 22 pacientes portadores de artrite reumatóide e os compararam com grupos controle. 
Puderam observar que o início da doença seguiu-se a eventos traumáticos na vida destes pacientes em 
nível estatístico significativo, quando comparados ao grupo controle. 
Schleifer 1983 
15 homens que recentemente perderam suas mulheres por câncer de mama tinham respostas 
diminuídas de Linfócitos T no início do trabalho, com aparente recuperação na medida que o 
acompanhamento prosseguia e o luto passava. 
Kronfol 1983 Utilizou a fitogemaglutinina, a concavalina A e o mitógeno vegetal PW que induzem ativação de 
linfócitos para estudar competência imunológico em indivíduos deprimidos, encontrando alterações. 
Linn 1984 Encontra função imunológica reduzida em pessoas enlutadas e com graus importantes de depressão 
avaliados por uma escala. 
Marasanov 1999 Um relacionamento entre falha imunológica e distúrbios emocionais (ansiedade, fobia e depressão), 
foram identificados em pacientes com câncer de pulmão. 
Mori, Kaname 
e Sumida 1999 
O cortisol do plasma aumentou durante estimulação de estresse em gatos, sugerindo que o estresse 
hipotalâmico induzido é um modelo útil para estudos imunológicos. 
 
Lupus Eritematoso Sistêmico 
Apesar de muitos homens serem afetados pelo Lúpus, ele costuma ocorrer 
de 10 a 15 vezes mais nas mulheres adultas do que nos homens adultos. 
Mesmo entre as mulheres, acredita-se que aquelas de origem africana, 
indígena ou asiática desenvolvam a doença com mais freqüência do que 
mulheres brancas. 
Possivelmente os fatores hormonais seriam responsáveis pela maior 
incidência do Lúpus entre as mulheres. Isso pode ser suspeitado tendo em 
vista o aumento dos sintomas que ocorre antes do período menstrual e 
durante a gravidez. Particularmente o estrogênio estaria relacionado à 
doença. Quanto à idade, o Lúpus pode aparecer em qualquer faixa etária e 
os sintomas serão os mesmos nos homens e mulheres. 
O Lúpus Eritematoso Sistêmico ou, mais simplesmente Lúpus, é uma 
doença crônica, auto-imune, que causa inflamações em várias partes do 
corpo, especialmente na pele, juntas, sangue e rins. 
Vejamos como podem ser entendidas as chamadas Doenças Auto-
imunes. 
No estado normal nosso sistema imunológico produz proteínas chamadas 
anticorpos cuja função é proteger o organismo das eventuais agressões, 
sejam dos vírus, das bactérias, de células cancerígenas e quaisquer outros 
corpos estranhos. Estes agentes agressores, capazes de determinar a 
produção automática de anticorpos, são então chamados antígenos. 
Devido a uma desordem imunológica, como ocorre no Lúpus (existem 
muitas outras), o sistema imunológico defensivo perde sua habilidade de 
diferenciar os corpos estranhos (antígenos) e suas próprias células e passa 
a direcionar anticorpos contra o próprio organismo. Estes anticorpos 
dirigidos anormalmente contra o próprio organismo são chamados 
de auto-anticorpos. 
Os auto-anticorpos acabam reagindo com elementos do próprio organismo 
formando complexos imunológicos. São esses tais complexos imunológicos 
que acabam crescendo nos diversos tecidos, dependendo do tipo da doença 
auto-imune, causando todo tipo de lesões. 
Quando esses tecidos são, por exemplo os rins, teremos as 
glomerulonefrites agudas auto-imunes, assim como podemos ter as artrites 
da febre reumática, ou a inflamação da tireoidite e assim por diante. Assim 
sendo, o Lúpus é um dos tipos das chamadas doenças auto-imunes. 
Tipos de Lúpus 
Existem 3 tipos de Lúpus: o Lúpus Discóide, o Lúpus Sistêmico, e o Lúpus 
Induzido por Drogas. 
a) - O Lúpus Discóide é sempre limitado à pele. É identificado por 
inflamações cutâneas que aparecem na face, nuca e couro cabeludo. 
Aproximadamente 10% das pessoas Lúpus Discóide pode evoluir para o 
Lúpus Sistêmico, o qual pode afetar quase todos os órgãos ou sistemas do 
corpo. 
b) - O Lúpus Sistêmico costuma ser mais grave que o Lúpus Discóide e, 
como o nome diz (sistêmico=geral), pode afetar quase todos os órgãos e 
sistemas. Em algumas pessoas predominam lesões apenas na pele e nas 
juntas, em outras podem predominar as juntas, rins, pulmões, sangue, em 
outras ainda, outros órgãos e tecidos podem ser afetados. Enfim, cada caso 
de Lúpus é diferente do outro. 
c) - O Lúpus Induzido por Drogas, também como o nome diz, ocorre 
como conseqüência do uso de certas drogas ou medicamentos. Os sintomas 
são muito parecidos com o Lúpus Sistêmico. 
Algumas drogas já foram detectadas como facilitadoras do desenvolvimento 
de Lúpus. É o caso, por exemplo, da hidralazina, medicamento para 
tratamento da hipertensão, ou da procainamida, usada para tratamento de 
algumas arritmias cardíacas. 
Entretanto, quando ocorre a doença auto-imune devido ao uso dessas 
substâncias, isso depende mais da pessoa que da própria substância, ou 
seja, não são todas as pessoas que tomam esses produtos que 
desenvolverão o Lúpus, mas apenas uma pequena porcentagem delas. Isso 
significa que a imunidade dessas pessoas vulneráveis à doença auto-imune 
é que é o problema, propriamente dito. 
Causas do Lúpus 
As causas do Lúpus não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que 
fatores ambientais e genéticos estão envolvidos. Enquanto os cientistas 
acreditam haver uma predisposição genética para a doença, é sabido que 
fatores ambientais também têm importante papel para eclodir o Lúpus. 
Alguns dos fatores ambientais que podem despertar a doença são: 
infecções, medicamentos, exposição a raios ultravioletas e o estresse. É por 
causa desse último fator associado à causa, o estresse, que o Lúpus 
pertence também ao capítulo das doenças psicossomáticas. 
Em relação ao componente genético do Lúpus, podemos dizer que embora a 
doença seja conhecida por ocorrer dentro de famílias, não houve ainda a 
identificação de um gene ou genes responsáveis por ela. É em torno de 10 a 
12% o número de pacientes que têm parentes próximos com a doença, e 
apenas 5% de filhos de pacientes desenvolverão o Lúpus. 
 
Sintomas e Diagnóstico do Lúpus 
Apesar do Lúpus poder afetar qualquer área do organismo, a maioria dos 
pacientes apresenta os sintomas em apenas alguns órgãos. Devido esse 
aspecto geral (sistêmico) do Lúpus, ele pode se assemelhar a muitas outras 
doenças, tornando seu diagnóstico difícil. 
O diagnóstico é feito, muitas vezes, por um cuidadoso exame clínico, uma 
detalhada entrevista e através de exames de laboratórios. Atualmente não 
há um exame específico para determinar se a pessoa tem Lúpus ou não. 
Para o Lúpus Discóide o diagnosticado pode ser facilitado por biópsia do 
tecido atingido pela inflamação. Nesse caso, a biópsia vai mostrar 
anormalidades que não são encontradas na pele normal. Geralmente esse 
tipo de Lúpus não atinge órgãos internos do corpo. Nesse caso, o teste ANA, 
um teste sangüíneo usado para detectar Lúpus Sistêmico, pode dar 
negativo. 
O suspeito de Lúpus deve apresentar pelo menos quatro dos sintomas 
abaixo, mesmo que esses sintomas possam não ocorrem todos 
necessariamente ao mesmo tempo. 
Critérios Usados Para Diagnosticar Lúpus 
Erupções cutâneas 
Erupções no malar (maçãs do rosto) 
Erupção discóide (em forma de disco) 
Manchas vermelhas protuberantes 
Fotossensibilidade 
Reação à luz do sol com erupções cutâneas 
Ulcerações Orais 
Feridas no nariz e na boca, normalmente sem nenhuma dor 
Artrite 
Artrite não erosiva, envolvendo duas ou mais juntas periféricas (artrite que 
não destrói os ossos próximos às juntas) 
Seroenterite 
Pleurite ou pericardite 
Muitas vezes os rins são comprometidos no Lúpus, havendo excesso de 
proteína na urina e/ou aumento de células, elementos anormais derivados 
de hemáciase/ou leucócitos e/ou de células de tubos renais. 
Com certa freqüência podem surgir sintomas neuro-psiquiátricos, tais como 
convulsões e psicose. No sangue o Lúpus pode provocar anemia hemolítica, 
diminuição de leucócitos abaixo de 4000 células por milímetro cúbico 
(leucopenia). 
O primeiro teste de laboratório idealizado para detectar o Lúpus foi o teste 
celular LE (lupus erythematosus). Quando o teste é repetido várias vezes, 
costuma ser positivo em 90% das pessoas portadora de Lúpus Sistêmico. 
Entretanto, nem todas as pessoas com o teste celular LE positivo estão com 
Lúpus. Esse teste pode dar positivo em até 20% das pessoas com artrite 
reumática, em outras condições reumáticas, em pacientes com problemas 
no fígado e em pessoas usam drogas como procainamide, hydralazine e 
outras. 
Outro teste, o chamado Teste de Fator Anti Nuclear (ANA ou FANA) é mais 
específico para o Lúpus do que o teste celular LE. Este teste dá positivo em 
virtualmente todas as pessoas com Lúpus Sistêmico e é o melhor exame 
disponível atualmente. É tão eficaz para Lúpus que se o resultado for 
negativo, provavelmente o paciente não tem a doença. 
Devido à essas dificuldades clínicas e laboratoriais, pode levar um bom 
tempo até que uma pessoa seja definitivamente diagnosticada com Lúpus. 
Durante esse período, o paciente pode se sentir frustrado pela aparente 
incapacidade dos médicos em confirmar um diagnóstico. Antes que o 
diagnóstico seja confirmado, algumas queixas principais do paciente serão 
de ordem emocional. 
O Lúpus e a Depressão 
Há uma percepção clínica geral de que a Depressão ocorra com freqüência 
no curso do Lúpus. Se essa Depressão pode ser normalmente esperada 
devido ao estresse e aos sacrifícios impostos pela doença ou se, ao 
contrário, é ela que agrava e desencadeia os sintomas e crises agudas é 
uma questão de difícil resposta. 
As pessoas com Lúpus e deprimidas normalmente são alertadas que esse 
estado emocional pode ser induzido pelo próprio Lúpus, pelos 
medicamentos usados no tratamento e por um incontável número de 
fatores vivenciais com alguma relação com essa doença crônica. 
Mas, a condição clínica de Depressão não deve ser confundida com as 
pequenas alterações diárias de humor, a que todos estamos sujeitos no 
enfrentamento das dificuldade cotidianas. Ao nos sentirmos felizes ou 
angustiados ou invejosos ou irritados, todos estamos "deprimidos" de vez 
em quando. 
Por outro lado, Transtorno Depressivo clinicamente identificado é um 
prolongado e desagradável estado de incapacidade com intranqüilidade, 
ansiedade, irritabilidade, sentimentos de culpa ou remorso, baixa auto-
estima, incapacidade de concentração, memória fraca, indecisão, falta de 
interesse nas coisas que normalmente gostava, fadiga e uma variedade de 
sintomas físicos tais como dores de cabeça, palpitações, diminuição do 
apetite e/ou performance sexual, outras dores no corpo, indigestão, 
constipação ou diarréia etc.. 
Alguns estudos mostram que 15% das pessoas com doenças crônicas em 
geral sofrem de Transtorno Depressivo ; outros autores aumentam esse 
número para quase 60%. De qualquer forma, é bom ter em mente que, 
embora o Transtorno Depressivo seja muito mais comum em portadores de 
doenças crônicas, como por exemplo o Lúpus, do que no resto da 
população, nem todos esses doentes vão sofrer de Depressão 
obrigatoriamente (Howard S. Shapiro). 
No Lúpus Eritematoso Sistêmico os sintomas da depressão, tais como a 
apatia, letargia, perda de energia ou interesse, insônia, aumento nas dores, 
redução do apetite e da performance sexual, etc., podem estar sendo 
atribuídos à própria doença e, com isso, minimizando a importância clínica 
desse estado afetivo passível de tratamento. 
Por causa disso ou, devido à insensibilidade do clínico, a maioria dos casos 
de Depressão no paciente lúpico passa despercebido e sem tratamento, 
muitas vezes até que a doença atinja estágios bastante avançados, quando 
a gravidade do problema se torna insuportável para o paciente, correndo 
risco de levar ao suicídio. Na realidade, muitos estudos indicam que entre 
30 e 50% dos casos de Depressão não são diagnosticados pelos 
procedimentos médicos corriqueiros. 
Muitos pacientes com Lúpus se recusam a admitir que estejam em um 
estado depressivo e negam com veemência que estão se sentindo infelizes, 
intimidados ou deprimidos. Eles pretendem transmitir uma imagem de 
coragem, determinação ou coisa assim. Nesses casos os pacientes 
apresentam a Depressão atípica (disfarçada). Eles resistem ao 
reconhecimento pessoal do estresse emocional e da depressão clássica 
substituindo os sentimentos típicos por vários outros sintomas físicos. Sim, 
porque sintomas físicos sempre têm um elogioso aval da sociedade. 
Contribuindo ainda para não se proceder um tratamento adequado da 
Depressão no paciente com Lúpus, está a noção distorcida de que as 
pessoas com um a doença crônica "têm razões para se sentirem deprimidos 
porque estão doentes", como se isso justificasse o não tratamento e o 
descaso diante do fato. Essa crença interfere no diagnóstico precoce, no 
tratamento precoce, e no alívio igualmente precoce da depressão. 
Entre os vários fatores que contribuem para a Depressão numa doença 
como o Lúpus estão os abalos emocionais causados pelo estresse e tensão 
associados à lida com a doença, os sacrifícios e esforços necessários aos 
ajustes que o paciente deve fazer na sua vida e os vários medicamentos 
usados no tratamento do Lúpus, como por exemplo os corticosteróides. 
Também é importante o envolvimento de certos órgãos no Lúpus, como é o 
caso do cérebro, coração ou rins, que também pode levar a um estado 
depressivo. Existem ainda muitos outros fatores ainda pouco explicados que 
podem estar relacionados à depressão do paciente com Lúpus. 
 
Urticária 
Entende-se por Urticária, o surgimento relativamente agudo de lesões 
avermelhadas (eritematosas), papulosas (em relevo elevado), numa área 
de pele circunscrita, que desaparece à pressão digital e que, 
caracteristicamente, se acompanha de prurido (coceira). A Urticária aparece 
de repente e pode desaparecer rapidamente em uma ou duas horas, 
podendo também durar até 24 horas. Freqüentemente se apresenta em 
grupos de manchas e aparecem novas manchas enquanto outras 
desaparecem. Calcula-se que 20% da população tenha sofrido uma erupção 
de Urticária em alguma etapa de sua vida. 
Até aproximadamente a década de 50, a Urticária, doença caracterizada 
pelo aparecimento de placas (pápulas) avermelhadas, difusas ou 
localizadas, era considerada uma doença essencialmente alérgica. 
Acreditava-se, exclusivamente, que a Urticária seria um efeito secundário à 
ingestão de certos alimentos ou medicamentos mas, o enfoque moderno 
deste problema aponta para causas alérgicas e não alérgicas. 
Quando a Urticária permanece ativa por 6 semanas ou mais é denominada 
Urticária Crônica e se constitui em sério problema médico, visto a 
dificuldade de se fazer um diagnóstico preciso de sua causa. Além deste 
aspecto duradouro da crise de urticária da Urticária Crônica, o quadro tende 
a permanecer por longo tempo num eterno vai-e-vem das crises (em 
termos médios cerca de 5 anos). 
A Urticária Crônica é uma doença de origem multifatorial, envolvendo 
células e estruturas protêicas que constituem a pele, cujo mecanismo 
inflamatório não depende exclusivamente do envolvimento da pele, mas sim 
do organismo geral. 
O início dos sintomas da Urticária é mediado pela histamina, mas o 
processo todo da doença é mais complexo. O verdadeiro responsável pela 
manifestação local ou corporal da Urticária é a célula sanguínea chamada 
mastócito. Os mastócitos costumam estar muito aumentados no sangue 
periférico dos pacientes com Urticária, mas esseaumento observado não 
resultaria de um verdadeiro defeito primário do organismo mas, 
possivelmente, da indução (física ou emocional) desse defeito que quebraria 
o equilíbrio biológico da fisiologia da pele normal. 
Além da presença aumentada de mastócitos no paciente com Urticária, 
costuma estar presente sempre um infiltrado linfocitário em maior ou menor 
densidade, acompanhado, ocasionalmente, também de eosinófilos. 
Existem relatos de sobra na literatura média da associação entre Urticária 
Crônica e fatores psicossomáticos, mas tal associação tem sido desprezada 
nos modelos de investigação causal clássicos. Apesar desse descaso da 
dermatologia, Diniz Moreira (1983), citado por Melo Filho (idem) reviu 12 
pacientes com Urticária Crônica, adotando, além de um modelo 
investigativo etiológico clássico, também uma abordagem integral do 
doente. Observou que em cerca de 80% dos casos existiam conflitos 
emocionais na origem e na manutenção dos sintomas da Urticária Crônica. 
Hoje se sabe, seguramente, que este distúrbio se classifica naqueles de 
natureza psicossomática. 
Tipos de Urticária 
Uma forma comum da Urticária é o chamado Dermografismo. Trata-se de 
uma alteração cutânea que acomete até 5% da população gerla e consta de 
uma Urticária produzida por fricção ou coceira sobre a pele, ocorrendo 
freqüentemente depois de banho quente ou quando se usa roupa apertada. 
 O nome Urticária Colinérgica é destinado para a Urticária que se 
desenvolve depois de atividades que aumentam a temperatura corporal. As 
atividades que podem causar este tipo da doença incluem: banhos de 
imersão, ducha muito quente, hidromassagem, exercício, febre ou 
ansiedade e tensão emocional. Calcula-se que 5% a 7% dos pacientes que 
sofrem de Urticária podem apresentar a Urticária Colinérgica. 
A Urticária induzida pelo frio se apresenta depois da exposição ao vento ou 
à água a temperatura muito baixa. Esta Urticária pode aparecer nas 
extremidades e, geralmente, em qualquer área exposta do corpo. 
A Urticária Solar é aquela causada por exposição à luz solar ou à lâmpadas 
solares, podendo ocorrer uma reação dentro de um a três minutos. O 
exercício pode ser outra causa de Urticária. Alguns indivíduos afetados por 
esse tipo de Urticária podem também desenvolver obstrução pulmonar e/ou 
perda de consciência. Esta grave reação se denomina Anafilaxia Induzida 
pelo exercício. 
Cerca de 80% dos casos de Urticária Crônica são apontados como sendo de 
causa desconhecida. Em conseqüência da abordagem terapêutica utilizada, 
pôde apreciar evolução muito mais favorável em confronto com os dados 
disponíveis na literatura médica, pois em cerca de 55% dos casos os 
sintomas desapareceram em média com 4 meses de tratamento. Em todos 
os casos criaram-se condições para um verdadeiro processo psicoterápico 
entre o paciente e o médico alergista, levando a uma eficácia clínica 
nitidamente superior à obtida com a clássica abordagem organicista. 
 Apresentação do artigo 
 
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença auto-imune, ou seja, o 
sistema imunológico apresenta incapacidade de reconhecer 
estruturas do próprio corpo, passando à destruí-las.Sua etiologia é 
diversificada, entretanto, alterações emocionais tornam-se 
importantes fatores para sua manifestação.O aspecto biológico que 
conecta stress, ansiedade e outras desordens psíquicas ao Lúpus, 
consiste nos hormônios liberados durante esta condição.O cortisol é 
um hormônio que apresenta papel fisiológico significativo nas 
modificações do corpo perante situações vivenciadas e sua relação 
com o Lúpús relaciona-se ao “efeito modulador” exercido sobre o 
sistema imunológico.Quando uma alteração psíquica torna-se 
permanente, os efeitos do cortisol, tornam-se nocivos, podendo 
alterar a atuação imunológica originando a manifestação clínica 
desta doença auto-imune. 
 
www.unb.br/.../psiconeuroimunoendocrinologia.htm 
 
Fonte: Esquema simplificado da tese do Dr. Ambrosio Vega Dias, levada ao 
2o. Congresso Pan-americano de Hipnose e Medicina Psicossomática, em 
novembro de 1971, México, U.S.A.) - Fonte: ARESI, Albino. Homem Total e 
Parapsicologia. São Paulo: Mens Sana, 1982, págs. 25-26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO 
 O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a 
perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas 
variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio 
interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das 
funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da 
glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão 
dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de 
respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam 
com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade 
ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma 
célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é 
uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é 
inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos 
celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios 
assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez 
excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de 
impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de 
tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo 
sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a 
mensagem nervosa é transmitida. 
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o 
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que 
podem ser subdivididos em dendritos e axônios. 
 
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como 
receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios 
são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios 
podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um 
início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal 
axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com 
outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A 
região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se 
sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada 
ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações 
são chamadas coletivamente de arborização terminal. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema 
nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, 
localizados próximo da coluna vertebral. 
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios,formando feixes 
chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann 
(encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos 
axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina - invólucro 
principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da 
mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em 
axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam 
a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso 
dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de 
mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema. 
 
O impulso nervoso 
 
A membrana plasmática do neurônio transporta 
alguns íons ativamente, do líquido extracelular para 
o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao 
líquido extracelular. Assim funciona a bomba de 
sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio 
para fora, enquanto o potássio é bombeado 
ativamente para dentro.Porém esse bombeamento 
não é eqüitativo: para cada três íons sódio 
bombeados para o líquido extracelular, apenas dois 
íons potássio são bombeados para o líquido 
intracelular. 
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Realce
Jaciane
Nota
pesquisar a origem e função.
Jaciane
Realce
 
 
Imagem: www.octopus.furg.br/ensino/anima/atpase/NaKATPase.html 
 
Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente 
impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de 
concentração (de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido 
pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente 
para o meio extracelular. 
 
Imagem: www.epub.org.br/cm/n10/fundamentos/animation.html 
Em repouso: canais de 
sódio fechados. 
Membrana é praticamente 
impermeável ao sódio, 
impedindo sua difusão a 
favor do gradiente de 
concentração. 
Sódio é bombeado 
ativamente para fora pela 
bomba de sódio e 
potássio. 
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, 
estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit 
de cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente 
carregadas. 
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e 
potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana 
positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada. 
Meio interno Ao ser estimulada, uma pequena região da 
membrana torna-se permeável ao sódio (abertura 
dos canais de sódio). Como a concentração desse 
íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio 
atravessa a membrana no sentido do interior da 
célula. A entrada de sódio é acompanhada pela 
pequena saída de potássio. Esta inversão vai 
sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse 
processo é denominado onda de despolarização. 
Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são 
causados pela despolarização da membrana além 
de um limiar (nível crítico de despolarização que 
deve ser alcançado para disparar o potencial de 
ação). Os potenciais de ação assemelham-se em 
tamanho e duração e não diminuem à medida em 
que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja, 
são de tamanho e duração fixos. A aplicação de 
uma despolarização crescente a um neurônio não 
tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, 
então, surja o potencial de ação. Por esta razão, 
diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei 
do tudo ou nada". 
 
Meio externo 
Imagem: 
www.biomania.com.br/citologia/membrana.php 
 
Imagem: geocities.yahoo.com.br/jcc5001pt/museuelectrofisiologia.htm#impulsos 
Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa, o 
interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um grande número de íons sódio se 
difundiu para o interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o 
interior da fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. 
Por outro lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio 
interno. Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se difundem, então, para 
o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade 
no exterior – processo chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal 
da membrana. A repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a 
despolarização, propagando-se ao longo da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio 
bombeia novamente os íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de 
cargas positivas no interior da membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que 
o normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o interior 
(por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos 
seus níveis originais. 
 
 
Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o 
potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação 
iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não 
retornando pelo caminho já percorrido. Conseqüentemente, os potenciais de ação são 
unidirecionais - ao que chamamos condução ortodrômica. Uma vez que a membrana axonal 
é excitável ao longo de toda sua extensão, o potencial de ação se propagará sem decaimento. 
A velocidade com a qual o potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão 
longe a despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende 
de certas características físicas do axônio: a velocidade de condução do potencial de ação 
aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor diâmetro necessitam de uma maior 
despolarização para alcançar o limiar do potencial de ação. Nesses de axônios, presença de 
bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos 
nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para outro, 
não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se em 
condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso 
nervoso. 
 
Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. 
Moderna, 2001. vol. 2. 
 
O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito  corpo 
celular  axônio. 
 
http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 
 
Sinapses 
Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com 
outro neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria). 
Sinapses elétricas 
As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência 
direta da corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em sítios especializados 
denominados junções gap ou junções comunicantes. Nesses tipos de junções as membranas 
pré-sinápticas (do axônio - transmissoras do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou 
corpo celular - receptoras do impulso nervoso) estão separadas por apenas 3 nm. Essa estreita 
fenda é ainda atravessada

Outros materiais