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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
Aula 02 - Paradigma qualitativo em ciência, a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo.
Tema da Apresentação
Aula 02 - Paradigma qualitativo em ciência, a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo.
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTA AULA
O surgimento do paradigma qualitativo;
O contexto em que se incluem na ciência a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo.
O lugar da interpretação, da compreensão e do sentido no contexto do paradigma qualitativo. 
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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
INTRODUÇÃO
A pesquisa qualitativa e o trabalho de campo são emblemáticos da pesquisa sem serviço social. Nesta aula você estará acompanhando uma apresentação do contexto em que surge o paradigma qualitativo e especialmente sua relação com as limitações do método positivista quando aplicado às ciências sociais. Estará também refletindo sobre o problema da interpretação e compreensão dos dados qualitativos no contexto de uma pesquisa científica. 
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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
O MÉTODO CIENTÍFICO TRADICIONAL
Ao longo do século XX, surgem diversas críticas ao ideal de um método científico único, aplicável a todo e qualquer objeto. Essas críticas emergem principalmente na medida em que se verifica a pobreza dos resultados obtidos através do método científico tradicional quando aplicado às ciências humanas e sociais.
É importante destacar que a crítica aqui colocada é tecida ao modelo positivista.
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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
CRÍTICA AO MÉTODO CIENTÍFICO TRADICIONAL
- Impossibilidade de fazer surgir a verdade como uma fotografia exata da realidade;
Há “dados” que devem ser levados em conta embora não sejam facilmente assimiláveis às exigências da pesquisa experimental e suas quantificações; 
Não é apenas negar o positivismo ou as ciências exatas, e descobrir uma via que responda a pesquisa sobre o social.
Não é apenas uma crítica ao modelo positivista, é uma crítica a sua aplicabilidade nas ciências sociais e humanas.
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CRÍTICA AO MÉTODO CIENTÍFICO TRADICIONAL
Será que conhecemos melhor alguém ouvindo a pessoa falar, ou fazendo exames neurofisiológicos completos e acessando seu genoma? 
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PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL III
Crítica ao Método Científico Tradicional
Atenção! Não é simples!!
Quer-se levar em conta o que as pessoas dizem em meio ao seu ambiente natural! Ou seja, sem o controle de variáveis que pode ser alcançado em pesquisas experimentais feitas em laboratório! Finalmente considere que o próprio pesquisador é uma das variáveis de difícil controle na pesquisa! O pesquisador que uma vez no campo não observa sem interferir, mas, ao contrário, participa do meio em questão e isso não apenas por estar sendo percebido pelos outros, mas pelo que ele introduz de sua subjetividade, com suas ações verbais e não verbais.
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A CIÊNCIA MODERNA 
O Método GALILEU GALILEI:
Relações quantitativas;
Indução experimental;
Observações de números em casos particulares. 
Passos para seu método: observação / análise/ indução / verificação / generalização / confirmação.
A chamada ciência moderna inaugura-se com o astrônomo Galileu.
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A CIÊNCIA MODERNA
A ciência moderna rompe com essa expectativa de que ao final, entenderemos o sentido do mundo. Seu método, suas práticas, são temperadas pela frieza da matemática que mantém ao máximo fora da operação científica o sujeito pesquisador. Para a ciência moderna devemos confiar na matemática e buscar conhecer as leis que podem explicar o sensível. Partimos do sensível, mas para abandoná-lo em favor do que pode ser matematicamente provado. Leis que expliquem aquilo que podemos observar e sem supor nenhum significado fundamental que explique a existência e os eventos do universo.
O que é uma fórmula matemática? Qual sentido ela imprime?
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A CIÊNCIA MODERNA: A MATEMÁTICA.
Assim, para a ciência moderna o importante é a verificação matemática. O que é verificado matematicamente, isto é, teoricamente, confirma a “existência” de uma dada lei que serve para explicar o maior número possível de fenômenos. Essa prática científica revela / constrói leis que explicam os acontecimentos percebidos pela mente humana. Isso é fazer conhecimento científico e, para muitos autores clássicos, pode-se simplesmente dizer que isso é conhecimento. 
O resto é opinião, senso comum mais ou menos disfarçado, seja doutrina religiosa, mito ou meramente sabedoria tradicional.
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A CIÊNCIA MODERNA: A MATEMÁTICA X AÇÃO HUMANA.
Não se consegue capturar a diversidade das ações humanas no interior de um conjunto de leis cujos enunciados sejam matematicamente formulados. Ou, quando se o consegue, explica-se muito pouco com isso ou pouco se adquire de verdadeiramente interessante com as explicações alcançadas segundo este modelo. Isso vale também para instituições, agrupamentos, sociedades, enfim, tudo que é imanente ao ser humano, ou seja, que não se pode pensar em separado a ele, ou que não se pode pensar como independente de suas ações. 
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A CIÊNCIA MODERNA: AUSÊNCIA DE SENTIDO.
Essa referencia à ciência moderna foi trazida para que você perceba que o “sentido” será algo muito importante para a pesquisa que irão realizar. Na contramão dessa grande virada, o paradigma qualitativo e as diversas tendências que se alinham a ele voltam a dar lugar ao sentido na prática científica. Correlatas ao sentido, estão a interpretação e a compreensão. Interpreto os acontecimentos, fazendo sentido sobre eles. Interpreto as ações humanas, dando sentido a elas. Ao dar sentido, compreendo. Isso implica pensar uma prática científica da qual a subjetividade é parte inerente. Ou seja, dar sentido é compreender que não existe um significado pré-estabelecido.
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A mudança de Paradigma: o Paradigma qualitativo.
O termo paradigma ficou consagrado pelo trabalho do epistemólogo americano Thomas Kuhn. Para Kuhn um paradigma científico é o campo social e conceitual a partir do qual o cientista pode encontrar tanto as perguntas a fazer quanto as soluções a serem encontradas. Não enxergamos a realidade como ela é, e nem os cientistas. Estes partem sempre de um lugar feitos de valores culturais e conceitos científicos. Quando muda um paradigma, outros problemas são colocados e outras soluções. Durante muito tempo vigorou na ciência o paradigma positivista, com a glorificação do método científico único. Até que um novo paradigma viesse a aparecer.
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O PARADIGMA QUALITATIVO
Segundo PATTON (1986, APUD
ALVES MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER, 1998, pg. 131), a principal característica das correntes que se incluem no paradigma qualitativo é o fato de seguirem a tradição “compreensiva”, ou interpretativa. Para esta tradição vale o pressuposto de que as pessoas agem em função de “suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato, precisando ser desvelado (Ibid, 1998, p.131).
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O PARADIGMA QUALITATIVO
Observar seres humanos é observar seres que falam, o que introduz na observação a dimensão da escuta e da compreensão / interpretação. Tal aspecto é diretamente ligado ao fato de que seres humanos não fazem sempre a mesma coisa, o que torna a discussão sobre o livre arbítrio uma das mais antigas e controversas no campo da filosofia. Se o ser humano age livremente, isso quer dizer que seu comportamento é imprevisível e / ou que a causa de seu comportamento é sempre redutível às suas intenções?
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O PARADIGMA QUALITATIVO
As correntes que se alinham ao paradigma qualitativo apresentam três características essenciais, a saber: visão holística, abordagem indutiva e investigação naturalística (ALVES MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER, 1998). 
A visão holística implica em que a compreensão vem de uma visão do todo e não do conhecimento das partes em separado. Por exemplo, para compreender uma escola, é preciso sempre considerá-la como um todo e não separá-la em suas partes componentes para examinar melhor a cada uma delas.
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O PARADIGMA QUALITATIVO
A abordagem indutiva tem tudo a ver com o trabalho de campo, uma vez que nela o pesquisador parte do particular para chegar ao geral. Assim, valoriza-se a investigação da singularidade, para chegar à universalidade visada pelas teorias científicas (ainda que universalidade provisória). Esse tipo de investigação é mais livre, o que revela uma flexibilidade em relação à objetividade e ao controle, típicos das pesquisas em ciências naturais
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O PARADIGMA QUALITATIVO
A investigação naturalística é aquela em que a intervenção do pesquisador no contexto observado é reduzida a um mínimo. Em um experimento de laboratório, o pesquisador introduz as variáveis que deseja para estudar seus efeitos sobre o objeto estudado. A partir do momento em que determinadas variáveis são introduzidas enquanto outras suspensas ou controladas voluntariamente, o pesquisador no laboratório ou experimental fará suas observações e registrará as mudanças (dados) que interessam.
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Paradigma Qualitativa x Paradigma Positivista
PARADIGMA QUALITATIVO
Quer-se indicar que se está assumido que a realidade social não é singular nem objetiva, mas antes disso é plural e formada pelas experiências humanas e pelos contextos sociais, sendo por isso melhor estudada em seu contexto sócio histórico através da consideração das interpretações subjetivas de seus vários participantes.
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Paradigma Qualitativa x Paradigma Positivista
PARADIGMA POSITIVISTAS
Assume que a realidade é relativamente independente do contexto, do qual deve ser abstraída e estudada de maneira analítica (sendo dividida em partes) com a utilização de técnicas objetivas e medidas padronizadas.
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A PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa, por Minayo (2012, p.21), “responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada por seus semelhantes.”
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O MÉTODO QUALITATIVO
Segundo Marconi (2009, p.269), “o referido método se difere do método quantitativo não só por não empregar instrumentos estatísticos, mas também pela forma de coleta e análise dos dados. A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc”.
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O MÉTODO QUANTITATIVO
Segundo Richardson (1999,p.70), “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informação quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”
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O TRABALHO DE CAMPO
“Consiste em levar para a prática empírica a construção teórica elaborada na primeira etapa. Essa fase combina instrumentos de observação, entrevistas ou outras modalidades de comunicação e interlocução com os pesquisados, levantamento de material documental e outros. Ela realiza um momento relacional e prático de fundamental importância exploratória, de confirmação e refutação de hipóteses e de construção de teoria. É a fase central para o conhecimento da realidade. ” (MINAYO, 2012, p.26)
Logo, “pesquisa ou prática realizada em ambientes cotidianos do mundo real, e não em laboratório ou sala de aula” 
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SÍNTESE DA AULA: 
Nesta aula, você: 
Teve contato com uma discussão geral em torno dos diferentes níveis metodológicos que atravessam sua pesquisa: Metodologia científica, metodologia de pesquisa e metodologia da pesquisa.
- Retomou contato com os desafios peculiares ao pesquisador em ciências sociais.
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