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CAPÍTULO 2 - ESTRUTURA ATÔMICA 2-1 INTRODUÇÃO antes de entender fenômenos que determinam propriedades nos materiais a partir da MICROESTRUTURA deve-se primeiramente entender a ESTRUTURA ATÔMICA (e ESTRUTURA CRISTALINA) dos materiais porque estas definem algumas de suas propriedades ESTRUTURA PROPRIEDADES CIÊNCIA DOS MATERIAIS ESTRUTURA ATÔMICA ESTRUTURA CRISTALINA MICROESTRUTURA O que promove as ligações? Quais são tipos de ligações existem? O tipo de ligação interfere em quais propriedades do material? 2-1 INTRODUÇÃO Ordem de grandeza da estrutura atômica 10-15 a 10-10 m A estrutura eletrônica dos átomos determina a natureza das ligações atômicas e define algumas propriedades dos materiais Propriedades: físicas, ópticas, elétricas e térmicas 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Por que os elementos não se decompõem formando novos elementos? • Por que as substâncias se decompõem formando novas substâncias? • Por que o número de elementos é pequeno comparado ao número de substâncias? Surgimento de Dalton Thompson TEORIAS: Rutherford Bohr Princípio da incerteza de Heisenberg 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Teoria atômica de Dalton entre 1803-1808: - átomo; - igual em todas as suas propriedades; - átomos de elementos possuem propriedades físicas e químicas diferentes; - substância formada pela combinação de dois ou mais átomos Cada átomo guarda sua identidade química. •Teoria atômica de Thomson 1887: - átomo de Dalton não explicava fenômenos elétricos (raios catódicos = e-); - modelo do “pudim de passas”: uma esfera positiva com e- na superfície; - Eugene Goldstein supôs o próton destruindo a teoria de Thomson. 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Teoria atômica de Rutherford 1911: Para saber o conteúdo de um caixote pode-se atirar nele, se a bala passar ele está vazio, ou tem um material pouco consistente. Partículas alfa contra uma fina lâmina de ouro (0,0001 cm - dez mil átomos) a grande maioria das partículas atravessava a lâmina ou parte ricocheteava. 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Teoria atômica de Rutherford 1911: MODELO PLANETÁRIO - o átomo não é maciço, mais espaços vazios; - região central - núcleo - cargas positivas; - eletrosfera - elétrons (1836 vezes mais leve); - a relação entre partículas que passam e a as que ricocheteiam: tamanho do átomo cerca de 10 mil vezes maior que o tamanho do núcleo. 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Teoria atômica de Bohr 1911: MODELO RUTHERFORD-BOHR Não explicava os espectros atômicos. - os elétrons circundam orbitalmente - cada nível tem um valor determinado de energia (não é possível permanecer entre os níveis); - excitação do elétron: passa de um Nível para o outro; - volta emitindo energia NOVIDADE DA TEORIA: quantização da energia dos elétrons O átomo de Bohr mostrando os elétrons em orbitas circulares ao redor do núcleo. Os orbitais apresentam energia quantizada. Ocorre transmissão de energia do átomo quando um elétron pula de um orbital mais afastado do núcleo, para um mais próximo. 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES • Princípio da Incerteza de Heisenberg 1927: - a luz interage com o elétron, logo não é possível ter certeza de sua posição; - contrapôs as órbitas circulares de Bohr; - o elétron é bem mais caracterizado pela sua energia do que por sua posição, velocidade ou trajetória. Fenômenos químicos: eletrosfera - núcleo inalterado Fenômenos nuclear ou radioativo: núcleo Números quânticos NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n): representa os níveis principais de energia para o elétron, pode ser imaginado como uma camada no espaço onde a probabilidade de encontrar um elétron com valor particular de n é muito alta. Características direcionais dos orbitasi s, p e d 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES 2-2 CONCEITOS ELEMENTARES ÁTOMOS NÚCLEOS PRÓTON NEUTRON ELETROSFERA ELÉTRON Átomo - núcleo neutrons prótons - eletrosfera elétrons mantida pela atração eletrostática carga massa e- -1,60 x 10-19C 9,11 x 10-28g próton +1,60 x 10-19C 1,67 x 10-24g neutron - 1,67 x 10-24g 2-3 ESTRUTURA ATÔMICA 2-3 ESTRUTURA ATÔMICA Elétrons (e-): - componente do átomo com carga negativa de 1,6 x 10-19C; - apresentam-se em órbitas; - podem ser e- de valência, se na última camada; - podem gerar cátions ou ânions. Os e- mais afastados do núcleo determinam: - propriedades químicas; - natureza das ligações interatômicas; - controlam tamanho do átomo, condutividade elétrica; - influencia nas características óticas. 2-4 ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS Números quânticos Exemplo da distribuição eletrônica do átomo de sódio, de número atômico 11, observa-se os elétrons nas camadas quânticas K, L e M. 2-4 ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS Números quânticos 2-4 ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS Valência • A camada de valência é a camada mais afastada do núcleo. • Está relacionada com a capacidade de um átomo em se combinar quimicamente com outros elementos • Os elétrons da camada de valência são chamados os elétrons de valência, são elétrons livres, ainda não ligados, que estão disponíveis para realizar ligações químicas. Geralmente não está completa 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.1 Introdução • O tipo de ligação interatômica geralmente explica a propriedade do material. • Por exemplo, o carbono pode existir na forma de grafite que é mole, escuro e “gorduroso” e na forma de diamante que é extremamente duro e brilhante. Essa enorme disparidade nas propriedades começa pelo tipo de ligação química do carbono em cada um dos casos. Importância 2.5.1 Introdução Para um elemento adquirir a configuração estável de 8e- na última camada ele pode: (1) receber e- extras (2) ceder e- (3) compartilhar e- associação entre átomos Iônicas Ligações Primárias Covalentes Metálicas formando íons + ou - 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS • Iônica Os elétrons de valência são transferidos entre átomos produzindo íons Forma-se com átomos de diferentes eletronegatividades (alta e baixa) A ligação iônica não é direcional, a atração é mútua A ligação é forte= 150- 300Kcal/mol 2.5.2 Ligações iônicas 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS • Forças atrativas eletrostáticas entre os átomos: não-direcional átomos no material iônico: todos os íons positivos tem como vizinho mais próximo íons negativos forças atrativas iguais em todas as direções 2.5.2 Ligações iônicas 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.2 Ligações iônicas Em resumo: •Atração mútua de cargas + e - •Envolve o tamanho de íons •Elementos menos eletronegativos: cedem e- cátions •Elementos mais eletronegativos: recebem e- ânions 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.2 Ligações iônicas Propriedades de compostos iônicos • Os íons em um sólido iônico são ordenados na rede, formando uma forte atração elétrica entre eles • Sais e óxidos metálicos são tipicamente compostos iônicos. • A forte ligação é responsável por: - Elevada dureza - Elevado pontos de fusão e ebulição - Cristalinos sólidos a Tambiente - Podem ser solúveis em água • Os sólidos cristalinos não conduzem eletricidade, pois os íons não estão livres para mover-se e transportar corrente elétrica. • Compostos iônicos fundidos ou dissolvidos em água serão condutores de eletricidade, pois como partículas iônicas estão livres. 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS • Covalente Os elétrons de valência são compartilhados Forma-se com átomos de alta eletronegatividade A ligaçãocovalente é direcional A ligação covalente é forte (um pouco menos que a iônica)= 125-300 Kcal/mol Esse tipo de ligação é comum em compostos orgânicos, por exemplo, em materiais poliméricos e diamante. 2.5.3 Ligações covalentes Tipo de simetria em ligações covalentes 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS •Um par de elétrons comum •Pode ser coordenada ou dativa •Covalência entre ametais (Ex. F2, O2, Cl2) baixo PF •Covalência entre mais átomos (Ex. Diamante) alto PF 2.5.3 Ligações covalentes Em resumo: Metano Amônia Par de elétrons não ligados 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.3 Ligações covalentes •Compostos covalentes unidades individuais: moléculas Molécula simples: pequeno grupo de átomos ligados por forças covalentes. Propriedades: - Podem ser líquidos ou sólidos(não cristalinos) a Tambiente - Insolúveis em água, mas solúveis em outros solventes - Isolantes elétricos e não eletrólitos Apresentam baixo ponto de fusão e ebulição: forças entre átomos são fortes, mas as forças entre moléculas são fracas e facilmente quebradas no aquecimento - São más condutores de eletricidade devido a ausência de elétrons (ou íons) livres Macromolécula: moléculas grandes com um grande número de átomos ligados covalentemente em uma estrutura contínua. Propriedades: - Sólidos com alto ponto de fusão: elementos podem formar ligações simples com outros átomos, formando uma estrutura muito estável. Ex Diamante - Cristalinos, freqüentemente - Solúveis em qualquer solvente - Não conduzem eletricidade: elétrons não estão livres 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.3 Ligações covalentes Diamante macromolécula • C centro de um tetraedro regular formado de outros quatro carbonos • Estrutura contínua em cada cristal • Dureza do diamante trincar um diamante significa quebrar milhões de ligações covalentes 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS Muito poucos compostos exibem ligação iônica e covalente puras. A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação covalente e vice–versa transferem e compartilham elétrons. O grau do tipo de ligação depende da eletronegatividade dos átomos constituintes. Muitos cerâmicos e semicondutores são formados por metais e não-metais, e são na verdade uma mistura de ligações iônicas e covalente. Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos aumenta o caráter iônico. 2.5.3 Fração covalente 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS • Metálica Forma-se com átomos de baixa eletronegatividade (em torno de 3 elétrons de valência) Os elétrons de valência são divididos por todos os átomos (não estão ligados a nenhum átomo em particular) e assim eles estão livres para conduzir A ligação metálica não é direcional porque os elétrons livres protegem o átomo carregado positivamente das forças repulsivas eletrostáticas A ligação metálica é forte (um pouco menos que a iônica e covalente)= 20- 200 Kcal/mol 2.5.4 Ligações metálicas 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2.5.4 Ligações metálicas • Elétrons externos dos átomos do metal estão livres para mover-se entre os centros positivos junção eletrônica determinam propriedades • Força elétrica de atração entre elétrons móveis e imóveis ligação metálica. Forte ligação resulta em: materiais densos, fortes com alto ponto de fusão e ebulição • Metais - bons condutores de eletricidade: elétrons livres são transportadores de carga e corrente elétrica, quando uma ddp é aplicada na peça metálica. - bons condutores de calor: choques de elétrons livre, transferindo Ec - tem uma superfície “prateada” que pode ser facilmente manchada por corrosão, oxidação do ar e da água íons mar de elétrons 2-5 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS FORTES ENTRE ÁTOMOS 2-6 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.6.1 Introdução • Podem ser: • Ligações ou Forças de - Dipolos permanentes - Pontes de van der Waals Hidrogênio - Dipolos flutuantes - Dipolos induzidos • Está relacionada com a quantidade de energia envolvida - PE dos halogênios (F2, Cl2, Br2, I2): crescente massa molecular - PE dos haletos dos halogênios geometria molecular: linear, trigonal plana, angular, tetraédrica, piramidal; repulsão dos pares eletrônicos - ângulo de ligação van der Waals São ligações de natureza física A polarização (formação de dipolos) devido a estrutura da ligação produz forças atrativas e repulsivas entre átomos e moléculas A ligação de van der Waals não é direcional A ligação é fraca< 10 Kcal/mol 2-6 LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS 2.6.2 Forças de van der Waals 2-7 RESUMO DAS LIGAÇÕES IÔNICA COVALENTE METÁLICA SECUNDÁRIAS 2-7 RESUMO DAS LIGAÇÕES Iônica Covalente Metálica Intermolecular Intensidade de ligação Muito forte forte moderada e variável fraca Dureza moderada a alta muito duro, frágil baixa a moderada; dúctil e maleável mole e plástico Cond. elétrica condução por transporte de íons, somente quando dissociado isolante em sólido e líquido bom condutor por transporte de elétrons isolantes no estado sólido e líquido Ponto de fusão moderado a alto baixo geralmente alto baixo Solubilidade solúvel em solventes polares solubilidade muito baixa insolúveis solúveis em solventes orgânicos Exemplos muitos minerais diamante, oxigênio, moléculas orgânicas Cu, Ag, Au, outros metais gelo,sólidos orgânicos (cristais) Comparação entre o tipo de ligação e propriedades esperadas Exceção do diamante 2-8 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.8.1 Introdução Representação tetraédrica dos diferentes tipos de ligações que ocorrem entre os materiais de engenharia. Alguns valores de energia e comprimento de ligação 2-8 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.8.2 Energia de ligação Energia de ligação necessária para romper um mol de ligações Comprimento das energias de ligação: Ligação Kcal/mol Comprimento (nm) C - C 88 0,154 C = C 162 0,13 C C 213 0,12 C - H 104 0,11 C - O 86 0,14 H - H 104 0,074 2.8.3 Energia de ligação É a mínima energia necessária para formar ou romper uma ligação. Estão relacionados com a energia de ligação propriedades como: - módulo de elasticidade; - coeficiente de expansão térmica; - ponto de fusão; - calor latente; - resistência mecânica. 2-8 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO Energia de ligação x distância interatômica na ligação do H–H • Quando energia é fornecida a um material, a vibração térmica faz com que os átomos oscilem próximos ao estado de equilíbrio. • Devido a assimetria da curva de energia de ligação x distância interatômica, a distância média entre os átomos aumenta com o aumento da temperatura. 2-8 COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2.8.4 Energia de ligação 2-8 FORÇAS E DISTÂNCIAS INTERATÔMICAS 2.8.5 Resumo: ligação primária / energia de ligação Cerâmicos (ligação iônica/covalente) Metais (ligação metálica) Polímeros (covalente e secundárias) Grande energia de ligação Energia de ligação variável Propriedades direcionais Ligações secundárias dominantes
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