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identidade e subjetividade

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Disciplina: Identidade e Subjetividade
RELATÓRIO REFENTE AO TRABALHO REALIZADO – TEMÁTICA : SEXUALIDADE E GÊNERO
Ao abordar o tema a formação da identidade do sujeito moderno, percebe-se que fenômeno da globalização foi de suma importância para o desenvolvimento da humanidade. Através da criação e do aperfeiçoamento da tecnologia, houve um estreitamento das relações entre os países e entre os seres humanos. As novas tecnologias de informação conectam comunidades além das fronteiras nacionais e possibilitam que milhões de pessoas interajam entre si.
Infelizmente, mesmo tendo contribuído, e muito, para o crescimento intelectual e tecnológico da sociedade moderna, alguns problemas foram trazidos com essa evolução; o ecossistema tornou-se mais poluído, as doenças dissiparam-se pelo mundo, as catástrofes naturais tornaram-se constantes. Felizmente, dia a dia, através de pesquisas cientificas, as grandes nações tentam amenizar esses desastres ecológicos e sociais, obtendo resultados significativos. 
Assim, como a evolução científica, o homem também se desenvolveu com a globalização. O sujeito moderno passou a buscar mais conhecimento, tornando-se mais comprometido com a sociedade. A era moderna é marcada pelo individualismo do sujeito, predominando a razão ao contrário da emoção. 
O conhecimento faz parte da vida do sujeito moderno. É através dele que adquiriu a liberdade juntamente com a responsabilidade, havendo uma ligação entre os dois termos. Juntamente com esse conhecimento houve a hibridização cultural. A cultura entre os povos deixou de ser sólida, tornando-se mais flexível, devido a isso, surgiu o multiculturalismo, ou seja, várias formas de pensar e agir são encontradas em um mesmo espaço físico, habitado por grupos diferentes.
Nesse contexto do mundo moderno, o sujeito formou uma nova identidade. Essa identidade é mais ajustável, passível de mudanças e influenciada pelo meio externo. Atualmente, encontra-se em um mesmo espaço físico, grupo de pessoas com pensamentos e comportamentos diferentes, no entanto, há a tolerância desses grupos em relação ao diferente.
Vamos falar da nossa realidade...?!
Em nosso país encontramos uma mistura de culturas. Trata-se de miscigenação de credos e culturais que ocorrem desde o tempo da colonização. O Brasil incorpora em seu território culturas de todas as partes do mundo. Podemos dizer que este processo de imigração começou em 1530 quando os portugueses deram início à colonização do Brasil.
O Brasil viveu mais de trezentos anos, mais precisamente, trezentos e cinquenta oito anos de regime escravista negroafricana. A historiografia nos diz que homens, mulheres e crianças foram sequestradas de várias regiões de África e trazidas para o Brasil, a fim de servir o sistema comercial e exploratório que a escravidão perpetuou.
Mulheres africanas que aqui aportaram vilmente tiveram sua força de trabalho explorada, sua cultura expropriada, e sua sexualidade abusada.
Para além da simples satisfação das taras sexuais dos senhores de engenho, dos filhos e dos cupinchas destes, muitas dessas mulheres eram engravidadas para gerar leite e servir de ama de leite aos filhos das sinhás, e seus filhos servirem de mão de obra escravizada para seu senhor. Ou seja, além de estupradas, seus filhos eram-lhe tirados do colo para servir de mercadoria, e produzir riqueza com sua força de trabalho. Ser escravizada a extrai do status de pessoa humana, e a condiciona ao papel social da bestial.
Ou seja, a violência sexual não era só uma questão de sadismo senhorial. Era uma prática inserida na ordem econômica da época.
Diante de todos esses destratos sociais pelos quais passavam as mulheres negras escravizadas durante os trezentos e cinquenta e oito anos de escravidão negroafricana no Brasil, o reforço à desintegração de sua identidade continua sendo veementemente incorporado no tecido da sociedade brasileira, e se ancora nas estruturas sociais que preconizam sua inferioridade.
No avançar dos anos, a concepção de mulher negra construída pela escravidão a confere toda sorte de desprezo e desmazelo estrutural. E por conta disso, toda sorte de preconceitos e discriminações nos são lançadas.
Deste modo, o preconceito contra a mulher negra a restringe aos porões sociais mais profundos, lhe dizendo que: sua força de trabalho é maior, e assim pode ser explorada (“as negras são fortes”); seu tipo físico não é o padrão ou o desejável, e suas características físicas se tornam motivo de piada, e então é degenerada; és produto de consumo, o que remete a imagem da mulher como fonte de sexo fácil.
Nas peças publicitárias, isto se faz notório na imagem abaixo:
“É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra”. Essa é a mensagem que a Brasil Kirin Indústria de Bebidas S.A., detentora do logotipo da cerveja Devassa nos diz. Que a mulher negra é identificada pela suntuosidade do seu corpo, que reiteradamente é remetida à fonte de sexo fácil.
A mulata faceira, que tem o molejo na cintura e exala o “cheiro exótico” para conquista de um bom homem.
As reminiscências do passado escravista vêm à tona numa peça publicitária de uma cerveja, o que nos mostra que a condição atual da mulher negra não sofreu um avanço positivo a ponto de reverter seu sentido representativo nos espaços públicos.
Sua sexualização se dá no sentido de conceder ao outro o direito de usufruir dos plenos poderes de usar e abusar do seu corpo como uma propriedade, e assim incidir nos pressupostos defendidos por Freyre (2006) quando definiu a serventia sexual da escravizada: (…) “Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem”.
Afinal de contas, como bem cantarolou Joaquim Silvério de Castro Barbosa, na marchinha de carnaval “O teu cabelo não nega”, sucesso do carnaval de 1932: “O teu cabelo não nega, mulata/Porque és mulata na cor/Mas como a cor não pega, mulata/Mulata eu quero o teu amor”.
O grupo Bombril, numa campanha que visava “valorizar a mulher”, presenteou-nos com a peça “Mulheres que brilham”, e utilizou como imagem o estereótipo da mulher negra, e o seu cabelo crespo associado à lã de aço que vende no mercado.
Tão acintosa quanto a peça publicitária é tirar-nos o direito de reconhecimento de nossa identidade para aceitação e construção da autoestima da mulher negra que é tão destruída.
Afrontar-nos de modo tão vil. Essa foi a intenção do grupo Bombril ao criar a peça num país que é o segundo maior consumidor de cosméticos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Pois os padrões de beleza construídos aqui nos diz que temos de ser branca, ter cabelos lisos e sedosos. Tão logo, ter cabelo crespo não significa estar dentro do padrão de beleza exigido.
Apesar de estarmos no Brasil, que é um país tão miscigenado, ainda prevalece o estereótipo de raça, que determina que a mulher negra tem sempre lábios grandes, bumbum avantajado, corpo ‘atraente’ e o pior: ele vem acompanhado da ideia maluca de que ela está disponível (por ser mulher), e de que é isso que ela quer (porque o fenótipo dela sugere que ela é safada). 
Tudo isso faz parte do projeto de marketing internacional implementado pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e pelo Ministério do Turismo. A Embratur foi criada no ano de 1966, durante a Ditadura Militar, sob o comando do então presidente- ditador Castelo Branco, com o objetivo de promover o turismo no Brasil. Naquele período, o país vivia um momento de intensa luta política, com a imposição de uma ditadura que oprimia a população política e economicamente, mas que também contava com uma forte resistência popular. Era necessária a criação de uma imagem internacional do país que escondesse seus problemas políticos, as torturas e a indignação da população, e que permitisse que fossem atraídos turistas de todo o mundo, principalmente dos Estados Unidos e da Europa, aquecendo um mercado ainda pouco explorado no país. O governo cria, então, uma estratégia de marketingbaseado no tripé “Samba-Mulata-Futebol”, tendo como plano de fundo as belezas naturais do país.
A Embratur e a Rede Globo (assim como os empresários do turismo e os donos de redes e casas de prostituição e pedofilia) se aproveitam da nossa triste história e tiram proveito disso, trabalhando há pelo menos cinco décadas para perpetuar essa cultura: a personagem “Globeleza” foi construída pela Globo na década de 90 como símbolo do carnaval do Brasil, e seu concurso transmitido em rede nacional no horário nobre de domingo se apresenta como um exemplo de perspectiva de vida para meninas negras dos bairros pobres do país. Moldam a perspectiva profissional dessas meninas, que passam a sonhar ser dançarinas e se casar com um “gringo”; ninguém ensina a elas que podem ser engenheiras, médicas, dentre outras profissões que dificilmente são associadas a mulheres e negros. Para conseguir empregos formais, o cabelo crespo, a cor da pele, os traços, a aparência, são mal-vindos. Mas, para sambar seminua na TV e no carnaval, todas essas características são muito bem-vindas. O caminho a ser seguido para meninas negras já está traçado: se expor nas vitrines do carnaval.
É embasado nesta sociedade e nesta realidade que produz e reproduz ainda hoje esta concepção a respeito da mulher negra é que se cria a identidade de muitas mulheres que utilizam o fio da morte no Carnaval. Essas mulheres se percebem subalternizadas perante os padrões dominantes da sociedade brasileira, construída sobre instituições e valores de cunho patriarcal e discriminatório. 
 	Com o propósito de serem aceitas nessa sociedade de classe, essas mulheres engodadas de um idealismo machista e preconceituoso se submentem a grandes riscos, como já vimos anteriormente, por um espaço ou visibilidade como cidadã. 
Nessa ocasião ela é tem uma “aprovação” da sociedade, ela é “bem vista”. Após esse momento ela simplesmente é vista como a mulher da comunidade, que se submete a um trabalho” inferior ”.
DEPOIS DISSO PASSAREMOS A MÚSICA (os alunos receberam a letra da música e depois colocaremos a melodia) – DEBATE 
DEPOIS SÓ O COMEÇO DO EPS. 11/11/14 DO PROGRAMA SEXO E AS NEGAS – DEBATE --- VIDEO DA ADVOGADA.
Musica 
Dissimulata
Casuarina
Você me veio com aquele flerte
E como estava eu fiquei inerte
Você me olhava de revesgueite
Me convidando pro tete-a-tete
Esfumaçava o ambiente
Quando dançava pro meu deleite
Sem perceber fui ficando quente
O teu gingado café com leite
Mas o teu charme não era sério
Eu fui mais um a morder a isca
Quero entender qual o seu critério
Para escolher que corações você confisca
Depois de ti sou cobra criada
Contra essa tua sem-vergonhice
Hoje você não me deve nada
Desde que eu parei o baile e...
Disse mulata, dissimulada
Não brinque com o que Deus lhe deu
Vai desfilar os seus dotes
Pra outro crioulo que não seja eu
Mas o teu charme não era sério
Eu fui mais um a morder a isca
Quero entender qual o seu critério
Para escolher que corações você confisca
Depois de ti sou cobra criada
Contra essa tua sem-vergonhice
Hoje você não me deve nada
Desde que eu parei o baile e...
Disse mulata, dissimulada
Não brinque com o que Deus lhe deu
Vai desfilar os seus dotes
Pra outro crioulo que nunca... dissi...

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