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A MARCHA E SEUS DETERMINANTES: - Locomoção: Locus: Lugar; Movere: Mover; - Engatinhando; - Patins; - Meio de transporte; - Locomoção dos seres humanos na posição bípede = Deambulação Conceito: Mudança de um lugar para outro! Marcha normal consiste: Deambulação com movimentos rítmicos, alternados e sem esforço consciente, em que obrigatoriamente, um pé se encontre em contato com o solo, com um padrão cíclico que se repete indefinidamente a cada passo, passando por um período de duplo apoio, o qual varia conforme a velocidade da marcha de cada indivíduo. Pode ser alterada quando houver interferências; Consequentemente: Aumento o gasto energético; Alteração padrões normais; Ex.: Amputação Durante a deambulação: Alteração de velocidade a cada passo; Deslocamentos do centro de massa corpórea nos planos frontal e sagital; A marcha só é obtida pelos deslocamentos angulares dos vários segmentos do corpo em torno dos eixos localizados próximos às articulações... A pelve se inclina, gira e oscila conforme se move anteriormente. Os segmentos do membro inferior apresentam deslocamentos nos três planos, enquanto os ombros giram e os braços balançam em fase contrária aos deslocamentos da pelve e das pernas. Planos Anatômicos: Um ciclo de marcha é definido pelo intervalo de tempo compreendido entre dois toques sucessivos do calcanhar do mesmo pé. Durante este ciclo ocorrerão 3 fases: Apoio; Balanço. Duplo apoio? FASE DE APOIO: Responsável por 60% do ciclo da marcha normal. Dividida em 5 fases: Apoio duplo inicial: Contato inicial; Resposta a carga / Apoio total. Apoio simples: Apoio Médio; Apoio duplo final: Apoio terminal; Pré-balanço / Impulso. Contato inicial: Toque do calcâneo no solo e absorção do impacto. Objetivos: O membro é posicionado para iniciar o apoio com o rolamento do calcanhar. Resposta a carga / Apoio total: Todo o pé encontra-se apoiado no solo, com transferência de peso nesse membro. Objetivos: Absorção do choque; Estabilidade para recepção do peso; Preservação da progressão. Apoio Médio: O pé encontra-se em posição neutra, com descarga de peso total. O membro contralateral, em balanço, encontra-se na mesma direção. Objetivos: Progressão sobre o pé estacionário; Estabilidade do tronco e do membro. Apoio terminal: Fase final do apoio com desprendimento do retropé. Objetivos: Progressão do corpo além do pé de sustentação. Pré-balanço / Impulso: Desprendimento do hálux do solo. Objetivos: Posicionar o membro para o balanço. FASE DE BALANÇO: Compreendida entre o impulso e o contato inicial, ocorre avanço do membro. Responsável por 40% do ciclo da marcha normal. Divide-se em 3 fases: Balanço inicial / Aceleração; Balanço médio / Balanço pendular; Balanço terminal / Desaceleração. Balanço inicial / Aceleração: Membro subindo para chegar de encontro com o membro contra-lateral. Flexão quadril e flexão de joelho. Objetivos: Liberação do pé do solo; Avançar o membro a partir de sua posição de queda. Balanço médio / Balanço pendular: Mesma direção do membro contra lateral. Objetivos: Avanço do membro; Liberação do pé do solo. Balanço terminal / Desaceleração: Membro preparado para toque de calcâneo. Objetivos: Completar o avanço do membro; Preparar o membro para o apoio. Fase de apoio duplo! Dois pés em contato com o solo... DETERMINANTES DA MARCHA: São combinações de pequenos movimentos que minimizam as excursões do centro de gravidade e consequentemente reduzem o gasto energético durante a realização da marcha. Rotação pélvica; Inclinação pélvica; Flexão de joelho na fase de apoio; Movimentos do pé e tornozelo; Deslocamento lateral da pelve. ROTAÇÃO PÉLVICA: A pelve roda alternadamente para frente e para trás em torno de um eixo vertical. Quando a perna de balanceio move-se para frente, a bacia roda 4º a frente (rotação pélvica anterior) neste lado do eixo central e 4º para trás no outro lado (rotação posterior), um total de 8º. O quadril do membro em balanço inclina-se para baixo para minimizar um deslocamento vertical durante a marcha. DESLOCAMENTO LATERAL DA PELVE: Enquanto o peso é mudado alternadamente de uma perna para a outra, a bacia move-se lateralmente. FLEXÃO DE JOELHO: A perna entra em fase de apoio com o joelho quase em completa extensão. Este inicia imediatamente uma flexão (15º) e continua a fazer assim até que o pé esteja todo apoiado no chão. O joelho passa a estender-se logo após o médio apoio. MECANISMO DO PÉ E DO TORNOZELO: O pé, logo após o contato do calcanhar com o solo, entra em extensão e se apóia totalmente no solo. Recursos sofisticados permitem analisar, durante o ciclo da marcha, desvios e compensações: Avaliação cinemática: Descrições espaciais e temporais de um movimento. Avaliação cinética: Avalia as forças e os movimentos. Eletromiografia dinâmica: Atuação de cada músculo ou grupo muscular. Baropodometria computadorizada: Avalia as pressões segmentares dos pés. - Terminologia para descrever medidas lineares do ciclo de marcha: Cadência: número de passos em um intervalo de tempo (passos/minutos); Comprimento do passo: medido entre dois pontos de referencia (ex.: calcanhares) durante o duplo apoio. Defeitos na marcha e suas causas... Protética: Mau alinhamento da articulação do joelho; Comprimento excessivo da prótese ou contrário (curta); Irregularidade dos componentes; Pé com amortecimento inadequado. Biológicas: Fraqueza muscular; Dor (espícula óssea, neuroma, descarga de peso). Outras causas: Edema que desaparece; Musculatura que se atrofia ligeiramente; Emagrecimento do paciente. Marcha de base alargada: Descrição: A largura da base de marcha é maior do que a da marcha normal excedendo-se de até 12 cm. Há deslocamento lateral exagerado da pelve e inclinação lateral do tronco. Quando observar: Fase de duplo apoio. Como observar: Por trás do paciente, em marcha. Causas: Insegurança do paciente; Dor ou desconforto na área do períneo; Contratura dos abdutores de quadril; Prótese muito longa; Encaixe alinhado em valgo (defeito). Comum: Transfemoral e transtibial. Marcha com inclinação lateral do tronco Descrição: O tronco inclina-se para o lado da prótese e para trás, quando esta estiver na fase de apoio. Este movimento desloca o centro de gravidade para o lado da sua prótese, facilitando o equilíbrio momentâneo. Como observar: Por trás do paciente, andando. Causas: Dor ou desconforto na área do períneo; Contratura dos abdutores de quadril; Prótese muito curta; Prótese alinhada com a base larga; Insegurança; Equilíbrio insuficiente; Apoio insuficiente na região lateral do encaixe. Comum: Transfemoral e transtibial. Marcha com circundução (Marcha Ceifante) Descrição: A prótese segue uma linha curva lateral, na fase de passagem. Como observar: Por trás do paciente, andando. Causas: Contratura dos abdutores de quadril; Prótese muito comprida; Controle inadequado do joelho protético; Suspensão inadequada da prótese; Fraqueza de flexores de quadril. Chicotada da fase de passagem Descrição: Chicotada medial: Quando o artelho se descola do chão, o calcanhar move-se medialmente. Chicotada lateral: Quando o artelho se descola do chão, o calcanhar move-se lateralmente. Como observar: No deslocamento dos artelhos, por trás, na marcha. Causas: Rotação interna exagerada do eixo do joelho (Chicotada lateral); Rotação externa exagerada do eixo do joelho (Chicotada medial); Encaixe muito apertado; Excessivo valgismo do joelho protético. Rotação do pé quando do contato do calcanhar com o chão Descrição: Quando o calcanhar entra em contato com o solo, o pé roda rapidamente para fora, algumas vezes tendo movimento vibratório. Como observar: A frente do paciente, em marcha. Causas: Borracha amortecedora do calcâneo muito tensa; Paciente que usa sucção muito tempo; a rotação do pé é o resultado do controle escasso do coto dentro do encaixe; Excessiva força ao descolar o artelho. Levantamento desigual dos calcanhares Descrição: O calcanhar da próteselevanta mais do que o do membro são, logo após o deslocamento do artelho. Como observar: De lado ou por trás. Causas: Fricção inadequada do joelho protético; Flexão brusca e forçada do coto, a fim de assegurar livre passagem da perna e extensão total da prótese. Comum: Transtibial. Choque terminal no final da extensão Descrição: Durante a última fase de balanceio para a frente, a perna da prótese move-se rapidamente e pára bruscamente com impacto forte no encosto limitador, quando o joelho entra em extensão total. Como observar: De lado. Causas: Fricção inadequada do joelho protético; Extensão forçada do joelho. Batida de sola Descrição: Depois que o peso foi transferido para a prótese, depois do contato do calcanhar, o antepé desce rapidamente e atinge o solo como um tapa, fazendo ruído. Como observar: De lado ou de frente. Causas: Borracha amortecedora do calcanhar muito mole. Pé SACH: difícil acontecer. Comprimento desigual dos passos Descrição: O comprimento dos passos da prótese é diferente daquele da perna sã (lado amputado, o passo é curto). Como observar: De lado. Causas: Suspensão inadequada da prótese / Encaixe largo; Fricção inadequada do joelho protético; Contratura em flexão quadril; Dor no local de descarga de peso; Fraqueza dos flexores de quadril; Insegurança. Hiperlordose lombar Descrição: Excessiva curvatura lombar anteroposterior quando a prótese está na fase de apoio. Como observar: De lado. Causas: Contratura em flexão quadril; Apoio isquiático inadequado e dor; Fraqueza de extensores de quadril e abdominal. Comum: Transfemoral. “Vaulting” (Saltitamento) Como observar: De lado ou por trás. Descrição: O amputado anda oscilando seu corpo para cima e para baixo durante a marcha; Na fase de apoio médio, estende totalmente seu pé sadio ficando na “ponta do pé”. Esta manobra encomprida seu membro são, possibilitando sua prótese a passar, sem ter que dobrar o joelho. Tão logo a perna com a prótese “passa”, ele apóia todo o pé bom no solo oscilando para baixo. Causas: Fricção inadequada do joelho; Prótese muito longa; Suspensão inadequada (movimento de pistão: coto movimenta dentro do encaixe); Controle inadequado do joelho protético.
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