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HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL - AULA 8 : O DIREITO NO ESTADO NOVO
* DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA VIRTUAL DOS PROFESSORES DA ESTÁCIO DE SÁ. * Adaptado
A ORDEM CONSTITUCIONAL DE 1937
Eleito Presidente em 1934, pela Assembléia Constituinte, Getúlio Vargas impôs em novembro de 1937, quando se aguardava as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938, por meio de golpe de Estado, dissolvendo o Congresso Nacional, revogando a Constituição de 34 e outorgando uma nova Carta Constitucional – do denominado Estado Novo. 
Representou um momento de forte mudança para o Brasil, pois se opunha ao liberalismo e alinhava o Brasil ao fascismo.
Sua principal característica era a enorme concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo. Do ponto de vista político-administrativo, era fortemente centralizadora, ficando a cargo do presidente da República a nomeação das autoridades estaduais, os interventores, que nomeavam as autoridades municipais.
A intervenção estatal na economia, tendência que vinha desde 1930, ganhava força com a criação de órgãos técnicos voltados para esse fim. Destaque-se o estímulo à organização sindical em moldes corporativos, uma das influências mais evidentes dos regimes fascistas então em vigor.
 O Parlamento e os partidos políticos, considerados produtos espúrios da democracia liberal, eram descartados. Era prevista a convocação de uma câmara corporativa com poderes legislativos, o que no entanto jamais aconteceu. 
A própria vigência da Constituição, segundo o seu artigo 187, dependeria da realização de um plebiscito que a referendasse, o que também jamais foi feito.
CARTA DE 1937- INOVAÇÕES E RETROCESSOS
A Constituição de 1937 (A Polaca), foi inspirada na Constituição polonesa de 1935, e teve por objeto fundamental o fortalecimento do Poder Executivo federal na sua relação com os Poderes Legislativo e Judiciário e com as outras esferas do governo. 
Durante o Estado Novo, não estiveram de pé os Direitos Humanos.
A magistratura perdeu suas garantias (art.177). Um tribunal de exceção, o Tribunal de Segurança Nacional, passou a ter competência para julgar os crimes contra a segurança do Estado e a estrutura das instituições (art.172). Leis eventualmente declaradas contrárias à própria Constituição autoritária, ainda assim podiam ser validadas pelo Presidente.
A fim de exaltar a figura do presidente para aproximá-lo das massas e justificar seus atos, foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para fazer propaganda dos atos de governo. 
A Constituição declarou o país em Estado de emergência (art.186), com suspensão da liberdade de ir e vir, censura da correspondência e de todas as comunicações orais e escritas, suspensão da liberdade de reunião, permissão de busca e apreensão em domicílio (art.168).
Muitas garantias individuais, até mesmo aquelas que não representavam risco algum ao regime vigente, perderam sua efetividade.
Pelo artigo 186 das “disposições finais e transitórias”, o estado de emergência era declarado em todo o país, com a suspensão de todas as liberdades civis formalmente garantidas pela própria Constituição. 
Em outro preceito transitório que teve vigência indefinida, ficava o governo autorizado a aposentar funcionários civis e militares “no interesse do serviço público, ou por conveniência do regime” 
ESTADO NOVO = ESTADO DE FORÇA
Um Estado Democrático de Direito comporta duas características fundamentais: a primeira, que o Estado deve proporcionar uma ampla participação popular nos processos decisórios políticos. A segunda, que o Estado deve estar apto a garantir de forma alargada, direitos e garantias fundamentais aos seus cidadãos.
O Estado Novo não contemplou nenhuma das duas características. Neste sentido, cumpre ressaltar que a década de 1930 conheceu o fenômeno do Estado Forte e, no seu limite, os regimes totalitários de direita, dos quais a maior expressão foram o fascismo italiano e o nazismo alemão. 
O POPULISMO DE VARGAS NO ESTADO NOVO
O Estado Novo representou a consagração de alguns direitos trabalhistas importantes, tais como a instituição do salário mínimo (1940), o estabelecimento da consolidação das Leis de Trabalho (CLT, 1943) e a cristalização das juntas de conciliação e julgamento do Ministério do Trabalho (1939). 
Também veio a consagrar o sindicato único por profissão (Lei Sindical de 1939), verticalizado, atrelado ao Estado e a ele totalmente subordinado, de modo a impedir qualquer outra modalidade de organização dos trabalhadores. 
Durante o Estado Novo foi criado o imposto sindical, obrigatório para todos os trabalhadores - sindicalizados ou não. Tal imposto tornou-se uma importante fonte de recursos que permitiu ao Estado não só ter mais verbas, mas também, com elas, dotar os sindicatos, federações e confederações, favorecendo suas funções assistencialistas. 
Neste período, a sindicalização tornou-se pré-condição para a reivindicação de alguns direitos, como a aquisição da casa própria ou empréstimos junto aos institutos de aposentadorias e pensões.
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS
A CLT surgiu como uma necessidade institucional após a criação da Justiça do Trabalho em 1939. 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. 
A promulgação da CLT conferiu grande prestígio popular ao regime e em particular a Getúlio Vargas, que fortaleceu sua imagem de protetor da classe trabalhadora. Nos anos que se seguiram ao fim do Estado Novo, a CLT passou por sucessivas reformas e ampliações. Seu corpo básico, contudo, continua em vigência até os dias de hoje.
AS FASES DA CONSTITUIÇÃO DE 1937
A Constituição de 1937 teve vigência ao longo de um período marcado por duas fases bem distintas: 
a) a primeira marcada pela ascensão e a consolidação da ditadura do Estado Novo em consonância com a vaga autoritária e fascista que varreu a Europa nos anos 30 e início da década de 40 e,
b) a segunda caracterizada pela crescente dissonância entre o regime do Estado Novo e a mudança nos rumos da Segunda Guerra Mundial, com a entrada dos Estados Unidos no conflito a partir de 1941 e com o realinhamento do Brasil no esforço de guerra contra as potências do Eixo. Com isso, abriram-se as portas para uma nova correlação de forças políticas e para uma redemocratização que se mostrava cada vez mais inevitável. 
REFERÊNCIAS
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. (Capítulo XVII – p. 349 a 496)
PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História. 6. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2008. (Capítulo XII – p. 391 a 397)
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_gv/htm/1Entre_dois_governos/Redemocratizacao_e_eleicoes_de_1945.asp, acessado em 28 de outubro de 2006
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm, acessado em 28 de outubro de 2006.
http://www.cpdoc.fgv.br/dhbb/verbetes_htm/5805_1.asp, acessado em 28 de outubro de 2006.

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