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Faculdade Estácio FAP
Max Weber e Karl Marx
Priscilla Lima Machado
201301094048 
Turma: 2001
Fundamentos das Ciências Sociais
Profª: Rosi Vieira
Maio – 2013
Belém – PA
Max Weber
Na Alemanha, diferente da França e Inglaterra que desenvolveram o pensamento social influenciadas pelo desenvolvimento industrial e urbano na Europa, o pensamento se desenvolveu tardiamente, já no século XIX, influenciado por outras correntes filosóficas e outras ciências humanas. O país se organizou como Estado nacional mais tardiamente também. 
O alemão Weber desde cedo pensava em seguir uma carreira política, o levando a refletir sobre as relações entre as ações políticas e científicas. Ele era a favor de uma clara cisão entre os dois tipos de atividade e acreditava na separação da ciência e opinião. Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha.
Weber se opôs a concepção do positivismo. Para ele, a pesquisa histórica é essencial para poder compreender as sociedades. Essa pesquisa é feita com base na coleta de documentos e na interpretação das fontes, permitindo assim o entendimento das diferenças sociais, que eram considerados para ele de gênese e formação, e não de estágios de evolução. O caráter particular e específico de cada formação social e histórica deve ser respeitado. 
Ele combinou a perspectiva histórica, com as especificações de cada sociedade, com a sociológica, levando em consideração os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico. Em sua obra As causas sociais do declínio da cultura antiga, Weber fez a análise das transformações da sociedade romana pela utilização da mão de obra escrava, mostrando também a passagem da Antiguidade para a sociedade medieval.
O objeto de estudo de Weber era a ação social, a conduta humana dotada de sentido. O homem passou a ter significado e especificidade. É o agente social que dá sentido à sua ação. 
Weber acreditava que não existia oposição entre o individuo e a sociedade, mas sim que as normas sociais agiam como forma de motivação em cada indivíduo. Então a tarefa da ciência era descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que interessasse. As ações sociais ocorrem da interdependência dos indivíduos, de acordo com suas motivações e valores sociais produzem o sentido da ação social, e geram efeitos sobre a realidade em que ocorrem, não significando a possibilidade de prever todas as consequências desses atos. Cabe ao cientista perceber isso. O fato de agir pensando nos outros, dá um caráter social a essas ações. A relação social é diferente da ação. Para ocorrer uma relação é preciso que o sentido seja compartilhado, com todos os sujeitos relacionados com um mesmo objetivo.
Com a frequência de ações sociais pode-se ter uma ideia da tendência que leva o individuo a agir de determinada maneira. 
Segundo Weber, o cientista também age conforme seus motivos, cultura e tradições. Então é de se esperar uma parcialidade na análise sociológica, intrínseca a pesquisa, como toda a forma de conhecimento. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas procura desvendar. Mas deve-se conduzir o estudo buscando objetividade dentro da análise dos acontecimentos. A meta do cientista é compreender, buscar os nexos causais que deem o sentido da ação social.
Um acontecimento pode ter causas de origem religiosa, política e econômica ao mesmo tempo, todas elas formam um conjunto de aspectos que influenciam os atos individuais. O método de reflexão garante a cientificidade de uma explicação, e não a objetividade pura dos fatos. 
Ele especificou que o tipo ideal não é um modelo perfeito a ser buscado pelas formações sociais históricas, mas é um instrumento de análise científica, permitindo conceituar fenômenos e formações sociais e identificar na realidade observada suas manifestações. E compará-las. É construído e testado, depois aplicado a diferentes situações em que dado fenômeno possa ter ocorrido. À medida que o fenômeno se aproxima ou se afasta de sua manifestação típica, pode-se identificar e selecionar aspectos que tenham interesse à explicação.
No seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo Weber relaciona o papel do protestantismo na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno. Partindo de dados estatísticos mostrando a proeminência de adeptos da Reforma Protestante. E estabeleceu conexões entre a doutrina e a pregação protestante, e o que isso provocava nos comportamentos dos indivíduos e no desenvolvimento capitalista. Nesse trabalho ele expõe as relações ente religião e sociedade, e mostra particularidades do capitalismo. 
Sua contribuição foi muito importante para a sociologia, se evidencia em seus estudos a fecundidade da análise histórica e da compreensão qualitativa dos processos históricos e sociais, a subjetividade na ação e na pesquisa social. 
Ele não acreditava em nenhuma lei preexistente que regulasse o desenvolvimento da sociedade ou a organização social, permitindo o estudo das particularidades, e a compreensão das formações sociais em suas singularidades. Contribuiu também para a formação de um pensamento crítico, histórico e consoante na Alemanha. 
Seus principais trabalhos foram: Artigos reunidos da teoria da ciência: economia e sociedade (obra póstuma) e A ética protestante e o espírito do capitalismo. 
Karl Marx
A teoria de Marx baseava-se no materialismo histórico, e originou a corrente de pensamento mais revolucionária do ponto de vista teórico e da prática social. Ele tinha o objetivo de entender e modificar o sistema capitalista, escrevendo sobre filosofia, sociologia e economia. Além de contribuir para a ciência, seu intuito era a transformação política, econômica e social. Sua obra mais importante, O capital era voltado não só para estudiosos da economia, mas para todos os homens com intenções revolucionárias. 
Ele se definia como um militante socialista. Suas ideias não se limitaram ao campo teórico e científico, mas como princípios norteadores e de luta para uma nova sociedade, no século XIX quando foi organizado o marxismo como uma corrente política, e houve conflitos de diversos grupos sociais. 
Marx atentou-se as diversas dificuldades enfrentadas pela Europa com o desenvolvimento do capitalismo, pois ao mesmo tempo em que crescia, foi-se tornando mais agudos os seus conflitos e dissensões. 
O filósofo teve grande influência de Engels, com quem escreveu O manifesto do partido comunista, obra fundadora do “marxismo” como movimento político e social a favor do proletariado. E também de Hegel, que entendia a história como um processo coeso que envolvia diversas instâncias da sociedade, da religião à economia, e cuja dinâmica se dava por oposições entre forças antagônicas, tese e antítese. Marx utilizou-se desse método para explicar que os agentes sociais não são os únicos responsáveis pela dinâmica dos acontecimentos, mas que as forças em oposição também atuam sobre isso. 
Os pensamentos franceses e ingleses de Saint-Simon, François-Charles Fourier e Robert Owen também foram significativos para Marx, como as suas críticas e propostas de transformação social, mesmo julgando-as “utópicas”. Esses autores foram influenciados por Rousseau, e sua ideia da origem das desigualdades sociais atribuídas a propriedade privada. Suas propostas era a transformação da sociedade, implantando uma ordem social justa e igualitária, eliminando o individualismo, a competição e a propriedade privada. Usavam métodos como propaganda e a realização de experiências-modelo, como um guia para a sociedade. Mas não haviam ainda considerado a luta política entre as classes sociais e o papel revolucionário do proletariado na implantação de uma nova ordem social. Por isso Marx os denominava “utópicos”, e o seu próprio socialismo como científico. 
Na obra de Marx também é encontradas críticas aos pensamentos clássicos, como os dos economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo. E a criação de conceitos como: alienação, classes sociais,valor, mais-valia, trabalho.
O termo “alienação” juridicamente significa venda de um bem ou direito, para Rousseau possui a ideia de privação, falta ou exclusão. Filósofos alemães atribuíram o significado de desumanização e injustiça, o qual foi absorvido por Marx. Para ele, a indústria, a propriedade privada e o assalariamento alienavam ou separavam o operário dos “meios de produção” e do fruto de seu trabalho, que se tornaram propriedade privado do empresário capitalista. No teor político houve também a alienação do homem, pois o princípio de representatividade criou a ideia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos. E defendeu que o Estado representa apenas a classe dominante e segue seus interesses.
“A divisão social do trabalho” fez com que o pensamento filosófico se tornasse atividade exclusiva de um determinado grupo. Algumas escolas filosóficas, como o liberalismo transformavam-se em verdadeiras “filosofias do Estado”, defendendo-o e justificando-o. 
Assim, o homem sendo alienado, separado e mutilado, apenas voltando-se contra o sistema econômico que o excluía, poderia retornar a sua integridade humana. Através de uma crítica radical, que nasce de um livre exercício da consciência, só se efetiva na práxis, que é a ação política consciente e transformadora. 
O conceito de classes sociais busca denunciar as desigualdades contra a falsa ideia de igualdade política e jurídica proclamada pelos liberais. Fala da divisão dos homens em relação a propriedade dos meios de produção, de onde se originam as classes sociais, com os “proletários” e os “capitalistas”. Os proletários são os trabalhadores despossuídos dos meios de produção e que vendem sua força de trabalho em troca de salário. Os “capitalistas” são aqueles que, possuindo meios de produção sob a forma legal da propriedade privada, apropriam-se do produto do trabalho de seus operários em troca dos salários do qual eles dependem para sobreviver.
As classes sociais formadas pelo capitalismo estabelecem instransponíveis desigualdades entre os homens. Uma enorme quantidade de riquezas se concentra nas mãos de uns poucos indivíduos que têm o objetivo e as possibilidades de acumular bens e obter lucros cada vez maiores.
 As relações estabelecidas entre as classes são relações de oposição em razão de interesses inconciliáveis (proletário quer menor jornada de trabalho, maiores salários e participação nos lucros da venda do que produziu ao mesmo tempo em que o capitalista quer maior jornada de trabalho, menores salários e direito à propriedade do que foi produzido). Apesar das oposições, as classes sociais são complementares e interdependentes, pois uma só existe em função da outra. Para Marx, a história humana é a história da luta de classes. 
O operário era obrigado a sobreviver da sua força de trabalho, para o capitalismo era como uma mercadoria, que em troca recebia o salário, o valor da força de trabalho. Que deveria garantir as condições de subsistência do trabalhador e de sua família. 
O cálculo do salário de pende do preço dos bens necessários a sobrevivência do trabalhador, da natureza do trabalho e da destreza e habilidade do próprio. Deve-se levar em consideração ao trabalhador qualificado, o tempo gasto com educação e treinamento para desenvolver suas capacidades.
A força de trabalho é uma mercadoria, mas não se trata de uma mercadoria qualquer. É a única mercadoria capaz de “criar valor”. Assim, o valor de um bem depende da força de trabalho empregada na sua produção. 
O lucro é o ganho superior ao investimento. O capitalista produz para obter lucro, isto é, quer ganhar com seus produtos mais do que investiu.
A mais-valia é o valor excedente produzido pelo operário, o qual não retorna ao operário na forma de salário, mas incorpora-se ao produto e é apropriado pelo capitalista.
Após a análise do modo de produção capitalista, Marx estudou as formas políticas produzidas no seu interior. Para Marx, as condições específicas de trabalho geradas pela industrialização tendem a promover a consciência de que há interesses comuns para o conjunto da classe trabalhadora, e, consequentemente, tendem a impulsionar a sua organização para a ação política.
Marx também entende que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens se organizam para a produção de bens. 
A produção de bens engloba as forças produtivas (são as condições materiais de toda produção: matérias-primas, instrumentos, técnica e trabalhadores) e as relações de produção (são as formas pelas quais os homens executam a atividade produtiva: trabalho assalariado, servidão, escravidão, etc.). O estudo do modo de produção é importante para se compreender como organiza e funciona uma sociedade. 
A teoria marxista repercutiu pela Europa e também nas colônias europeias e em movimentos de independência. Marx concebia a realidade social como uma concretude histórica, como um conjunto de relações de produção que caracteriza cada sociedade num tempo e espaço determinados. Por outro lado, cada sociedade representava uma totalidade, um conjunto único e integrado das diversas formas de organização humana nas suas mais diversas instâncias – família, poder, religião. 
Apesar de considerar as sociedades como totalidades e como situações históricas concretas, Marx conseguiu, pela profundidade de suas análises, extrair conclusões de caráter geral e aplicáveis a formas sociais diferentes. Daí a razão para a contribuição de Marx ter sido tão ampla. 
COSTA, Cristina. Sociologia – Introdução à ciência da sociedade. 3ª Ed. 2005.

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