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Psicologia da Tirania (plano de aula resolvido)

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Faculdade Estácio FAP
Psicologia da Tirania
Priscilla Lima Machado
201301094048 
Turma: 2001
Psicologia Aplicada ao Direito
Profª: Sandra Brandão
Abril – 2013
Belém – PA
1- Diversos comportamentos autoritários e brutais:
Judeus sendo levados para as câmaras de gás, vilas inteiras destruídas por bandos enfurecidos em Ruanda, reincidência sistemática de estupro e destruição de comunidades como estratégia de "limpeza étnica" nos Bálcãs, o massacre de My Lai no Vietnã do Sul, a tortura de prisioneiros iraquianos em Abu Graib e, mais recentemente, a carnificina causada por ataques suicidas de homens-bomba em Bagdá, Jerusalém, Londres e Madri.
2- Diversos experimentos e como se dá a formação de comportamentos autoritários e brutais:
Experimento 1: No final da década de 50, o psicólogo social Muzafer Sherif descobriu que meninos em idade escolar se tornavam cruéis e agressivos com seus colegas quando colocados em grupos que tinham de competir por recursos escassos.
Experimento 2: No começo dos anos 60, Stanley Milgram fez uma experiência com homens comuns orientados a dar choques com intensidade crescente numa pessoa que se passava por aluno (era um assistente que não sentia os choques). Todos os “professores” estavam dispostos a aplicar 300 volts, e dois terços fizeram o que foi pedido, com choques de 450 volts. Os participantes continuaram a punir os alunos mesmo ouvindo-os gritar de dor e saber que tinham problemas cardíacos. 
Experimento 3: Em 1971, o “experimento do prisioneiro” realizado pelo psicólogo Philip G. Zimbardo, em Stanford, distribuiu universitários nos papéis de prisioneiros e guardas, numa prisão simulada. Foi estuda a dinâmica dentro do grupo por duas semanas. Os guardas exerceram poder de forma tão cruel que o experimento teve de ser suspenso após seis dias. Os pesquisadores concluíram que membros de grupo não conseguem resistir à pressão da posição que assumem e que a brutalidade é a expressão “natural” de papéis associados a grupos que têm poderes desiguais. As pessoas têm um impulso inevitável de agir de modo tirânico quando se reúnem coletivamente e detêm poder.
Experimento 4: O experimento da BBC dividiu aleatoriamente guardas e prisioneiros em um cenário de prisão. Foi acompanhado através de câmeras escondidas e monitorado seu estado psicológico com testes diários. O bem-estar de cada um foi medido pela quantidade de cortisol. Ao contrário de Zimbardo, nenhum pesquisador fazia algum papel específico na prisão, foi manipulada também características de hierarquia. Afetando a identificação dos prisioneiros com os grupos e as formas de comportamento adotadas perante isso. Foram permitidas oportunidades de promoção de prisioneiros a guarda, depois eliminada, esperando que assim eles procurassem rejeitar sua identidade e trabalhassem para melhorar. E depois de suprimida, era suposto que os prisioneiros começassem a colaborar entre si para resistir à autoridade dos guardas. 
Os resultados confirmaram as previsões. A identidade compartilhada levou a uma melhor organização, eficiência e bem-estar psicológico. Os guardas surpreenderam, pois assombrados pela ideia de que a associação de grupos e poder são perigosos, relutavam em exercer controle. Discordavam de outros guardas sobre como desempenhar seus papéis e não desenvolveram um senso de identificação. O que levou a uma diminuição da capacidade organizacional, reduziu a eficiência em manter a ordem e ficaram desanimados e esgotados. 
Com seis dias, os prisioneiros se uniram para desafiá-los. Resultando em uma fuga organizada e ao colapso da estrutura guarda-prisioneiro. Os prisioneiros e guardas criaram um sistema mais igualitário. Mais uma vez, no entanto, alguns dos membros se sentiam desconfortáveis com a ideia de exercer poder. Eles não puniam os indivíduos que se negavam a realizar as tarefas que lhes eram atribuídas e quebravam as regras do acordo.
Um segunda surpresa foi quando os participantes não acreditaram que poderiam manter o funcionamento e ficaram perdidos. Alguns prisioneiros e guardas tramaram o golpe para se tornaram novos guardas, com roupas diferentes. Eles queriam recriar a divisão guarda-prisioneiro, mas desta vez assegurando controle sobre os prisioneiros, até mesmo com o uso da força, caso necessário. Dados psicológicos indicavam que eles haviam se tornado mais autoritários e dispostos a aceitar líderes severos. O estudo foi encerrado no oitavo dia. O fantasma da tirania claramente não era resultado da ação "natural" dos grupos. A tirania surgiu por causa da falência desses grupos: entre os guardas, por causa da dificuldade de criar laços de coesão; no caso da comuna, pelo fracasso na tarefa de transformar crenças coletivas em realidade. 
Comportamentos autoritários e brutais dependem da personalidade e da organização social. Grupos não suprimem valores e crenças pessoais, mas tendem a acirrar características individuais. A tirania é o resultado de processos de grupo, não de patologias individuais, ocorre quando grupos que tentam introduzir valores humanos e sociais democráticos não são bem-sucedidos, quando o colapso de um sistema causa tanta destruição que uma vida social regular e previsível se mostra inviável, a promessa de uma ordem rígida e hierarquizada se torna mais sedutora.

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