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Respostas Adaptativas e Comportamentais de Ovinos e Caprinos em Condições Tropicais

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Universidade Federal Rural de Pernambuco 
Departamento de Zootecnia 
Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia 
 
 
 
 
 
Respostas Adaptativas e 
Comportamentais de Ovinos e Caprinos 
em Condições Tropicais 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como parte 
das exigências do Exame de 
Qualificação do Programa de 
Doutorado Integrado em Zootecnia 
 
 
 
 
 
Recife 
2009 
 
Universidade Federal Rural de Pernambuco 
Departamento de Zootecnia 
Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia 
 
 
 
 
 
Respostas Adaptativas e 
Comportamentais de Ovinos e Caprinos 
em Condições Tropicais 
 
 
 
 
Professor Dr. Francisco Fernando Ramos de Carvalho 
 
Doutoranda: Maria Luciana M. W. Neves 
Orientadora: Antonia Sherlânea Chaves Véras 
 
 
 
 
Recife 
2009 
 
ÍNDICE 
 
 Página 
1. INTRODUÇÃO 4 
2. FISIOLOGIA DO ESTRESSE 5 
3. O AMBIENTE E A TERMORREGULAÇÃO DE OVINOS E 
CAPRINOS 
8 
3.1. Mecanismos físicos e fisiológicos de térmólise 10 
4. AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE AO CALOR 
EM OVINOS E CAPRINOS 
16 
4.1. Indicadores fisiológicos 17 
4.2. Indicadores comportamentais 20 
5. ÍNDICES UTILIZADOS PARA A AVALIAÇÃO DA 
ADAPTABILIDADE 
23 
5.1. Índices baseados em medidas ambientais 23 
5.2. Índices baseados em medidas nos animais 28 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 
7. REFERÊNCIAS 32 
 
 
 4
1. INTRODUÇÃO 
 
A maior parte do território brasileiro encontra-se situado na região tropical a 
qual, segundo Ayode (1991 apud MEIRELES, 2005), refere-se a uma extensa faixa 
situada entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, entre as latitudes 23,45ºN e 
23,45ºS (Figura 1), onde a estação fria é de baixa amplitude térmica ao longo do ano, 
porém com grande amplitude térmica diária, com temperatura média ao nível do mar 
nunca inferior a 18°C, em geral, a temperatura média do ar situa-se acima de 20°C, 
sendo que a temperatura máxima, apresenta-se acima de 30°C por grande parte do ano. 
 
 
Figura 1. Mapa-mundi. 
Fonte: http://www.teruakitakahara.com/cultura_japonesa.php 
 
De acordo com Silva (2000) e Hahn (1985), temperaturas acima de 30°C podem 
levar caprinos e ovinos ao estresse por calor que, conforme Souza (2007), limita a 
produção animal nos trópicos, o que é agravado pela introdução de animais 
selecionados para maior produção, provenientes de países de clima temperado, não 
permitindo a estas expressar o máximo da sua capacidade produtiva. 
O clima tem grande influência sobre a produção animal, principalmente devido a 
interação do animal com o ambiente. De acordo com NRC (1981), os animais diferem 
grandemente em suas respostas frente ao ambiente e em sua habilidade para se adaptar 
fisiologicamente ao ambiente térmico. De um modo geral, existem diferenças para 
tolerância ao calor, sendo os animais nativos de regiões tropicais mais tolerantes do que 
os de regiões com clima diferente. 
 5
Diversos estudos a respeito dos efeitos do estresse de calor sobre o crescimento e 
o ganho de peso têm demonstrado que os animais com melhores características de 
adaptação a ambientes quentes são os que apresentam melhores desempenhos em climas 
tropicais (SILVA, 2000). No entanto, a seleção de animais de alta capacidade produtiva 
e reprodutiva em uma determinada região não, necessariamente, irão apresentar a 
performance esperada quando introduzidos em outro ambiente, o que pode ser explicado 
pela interação genótipo x ambiente (SILVA, 2004). 
Em regiões tropicais onde predominam altas temperaturas devido à alta incidência 
da radiação solar, os animais domésticos tentam manter a sua homeotermia através de 
alterações fisiológicas e comportamentais. Entretanto, quando não conseguem manter 
sua homeostase diante de estímulos indesejáveis do meio, entrará em estresse, 
comprometendo seu bem-estar, saúde e desenvolvimento corporal (SILVA, 2004). 
Desta forma, torna-se imprescindível o conhecimento da capacidade de adaptação 
das espécies e raças exploradas no Brasil. De modo que a observação das alterações 
fisiológicas e comportamentais, bem como da intensidade destas respostas adaptativas 
dos animais frente ao ambiente térmico, nos permite selecionar animais mais adaptados 
e auxilia na tomada de medidas preventivas para minimizar os efeitos estressantes do 
clima tropical, maximizando, com isso, a produção. Neste sentido, serão discutidas as 
respostas adaptativas e comportamentais utilizadas por ovinos e caprinos em condições 
tropicais para a manutenção da sua homeostase, bem como estas respostas têm sido 
avaliadas. 
 
2. FISIOLOGIA DO ESTRESSE 
 
O ambiente é composto de estressores que interagem e inclui todas as 
combinações nas quais os organismos vivem (BACCARI JR., 2001). Segundo Selye 
(1936 apud ENCARNAÇÃO, 1989) o termo estresse corresponde ao estado do 
organismo, o qual, após a atuação de um agente estressor, responde com uma série de 
reações não específicas de adaptação. O mesmo pesquisador denomina como agente 
estressor todo o fator exógeno que provoca o estresse. Para Silva (2000), os diversos 
constituintes de meio, isolados ou combinados entre si, são fatores de estresse. 
 6
A interação entre o agente estressor e a resposta ao estímulo, manifesta-se na 
forma de uma síndrome denominada “Síndrome de Adaptação Geral” 
(ENCARNAÇÃO, 1989). 
A Síndrome de Adaptação Geral (SAG) constitui um conjunto de reações não 
específicas desencadeadas quando o organismo é exposto a um estímulo ameaçador à 
manutenção da sua homeostase (SOUZA, 1998). Essa manifestação constitui-se em três 
fases descritas por Souza (1998), Encarnação (1989) e Raslan (2007): 
1ª – Fase de alarme: É a fase na qual o animal entra em contato (choque) com o 
agente estressor e tenta respondê-lo e controlá-lo. Neste momento é acionado o eixo 
hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA); o hipotálamo recebe a informação que existe 
estresse, influenciando assim, a secreção do hormônio liberador de corticotrofina 
(CRH), o qual estimulará a hipófise anterior (adenohipófise) a secretar o hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) que atuará na liberação das catecolaminas (adrenalina e 
noroadrenalina) pela medula adrenal, o que favorece o animal a reagir rapidamente ao 
estresse. Se o estímulo for muito intenso estimulará a secreção de glicocorticóides 
(cortisol, corticosterona e cortisona) pelo córtex da supra renal. Os glicocorticóides têm 
a função de acelerar o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos para 
disponibilizar energia à corrente sangüínea e possibilitar, com isso, o combate do 
organismo contra o estresse. As catecolaminas, por sua vez, são responsáveis pela 
resposta imediata, ou seja, proporciona o animal correr, fugir, procurar abrigo e/ou 
sombra, aumentar batimentos cardíacos, a respiração e a sudação. Nesta fase é que deve 
ser identificado o quadro de estresse, podendo assim tomar as devidas ações de redução 
ou fim do mesmo. 
2ª – Fase de resistência: Essa fase corresponde ao estresse crônico, a produção 
de respostas é mais localizada e o ACTH continua atuando na glândula adrenal para 
produzir os glicocorticóides e as catecolaminas. Observa-se aumento da atividade do 
córtex da supra-renal, com tendências de atrofia do baço, de estruturas linfáticas, 
leucocitose e diminuição de eosinófilos. Nesta fase percebe-se que o animal vem 
perdendo peso, que não acompanha mais o grupo, fica com pêlo arrepiado e abatido. A 
continuidade deste quadro leva o animal a um quadro de estresse agudo, perda 
acentuada de peso, problemas reprodutivos e produtivos. 
3ª – Fase de esgotamento: É a fase na qual o animal apresentaum quadro de 
estresse agudo acentuado, ocorrendo falhas dos mecanismos adaptativos, esgotamento 
das reservas energéticas, disfunção hormonal e até mesmo a morte. É uma fase crítica, 
 7
na qual o animal está muito debilitado e sofrendo uma carga grande de estresse. A 
recuperação do animal dependerá de cuidados extras e específicos dependendo do tipo 
de agente estressor que atua no mesmo. É importantíssimo acompanhar os animais, para 
que os mesmos não cheguem nesta fase de estresse. 
Para entender melhor o que acontece no organismo durante a SAG, Encarnação 
(1989) explica detalhadamente o processo de ativação do eixo hipotálamo – adeno-
hipófise – cótex-adrenal: em condições normais, o hipotálamo regula a concentração de 
glicocorticosteróides no plasma por um rígido mecanismo de feedback negativo, ou 
seja, a concentração sanguínea elevada de glicocorticosteróides atua, principalmente, 
sobre o hipotálamo, inibindo a secreção de CRH e consequentemente a produção de 
ACTH e dos hormônios adrenais. No entanto, em condições de estresse crônico, os 
estressores estimulam diretamente a liberação do CRH, contornando o “regulador” do 
hipotálamo e desprezando com isto, a influência do feedback negativo. Nestas 
condições ocorrem mudanças em quase todo o sistema endócrino, como por exemplo, a 
hipófise secreta menos hormônio do somatotrófico (STH) ou de crescimento (GH), 
tireotróficos (TSH) e gonadotrófico (GTH), conduzindo, os dois últimos, a uma 
reduzida atividade da tireóide e gônadas. Devido ao efeito catabólico e a gliconeogênese 
estimulados pelos glicocorticóides, pode ocorrer constante degradação de tecidos 
musculares e gordurosos, assim como a inibição da síntese desses tecidos, resultando na 
perda de peso e redução no crescimento. Não menos importante, a atrofia do sistema 
timolinfático, causado pelos glicocorticóides, leva a uma redução na capacidade 
imunológica do organismo no combate de quaisquer infecções. Caso o estresse perdure 
demasiadamente, a própria adrenal não consegue sintetizar esteróides em quantidades 
suficientes, dada a grande demanda de matéria prima e energia para produção de seus 
hormônios, levando o organismo ao esgotamento. 
Segundo Silva (2000), o estresse térmico é a força exercida pelos componentes 
do ambiente térmico sobre um organismo, causando nele uma reação fisiológica 
proporcional à intensidade da força aplicada e à capacidade do organismo em 
compensar os desvios causados pela força. Todos os mecanismos envolvidos na 
termorregulação são integrados em centros termorregulatórios localizados no 
hipotálamo, que constituem um sistema de controle retroalimentados (feedback system) 
sinalizados por termossensores localizados no sangue e na pele. Quando os 
termossensores detectam aumento ou diminuição da temperatura de um determinado 
órgão, o centro hipotalâmico de termólise (localizados na parte anterior do hipotálamo) 
 8
ou termogênese (localizados na parte posterior do hipotálamo) é acionado ativando os 
mecanismos de eliminação ou ganho de calor, respectivamente. 
 
3. O AMBIENTE E A TERMORREGULAÇÃO DE OVINOS E CAPRINOS 
 
Os animais vivem em equilíbrio dinâmico com o meio ambiente, sendo o seu 
desempenho condicionado às variações ocorridas ao longo do tempo. São sensíveis às 
mudanças climáticas, de modo que quando mudam estas condições, ou quando são 
levados a um ambiente diferente do original, lançam mão de mecanismos de adaptação 
para manterem as funções fisiológicas em equilíbrio. 
O ambiente é composto por um complexo de fatores que cerca determinada 
espécie de ser vivo podendo ser favorável ou desfavorável ao seu desenvolvimento 
biológico, desempenho produtivo e reprodutivo (BACARI JR., 2001). 
Os elementos meteorológicos que exercem influência sobre a produção animal 
são a temperatura e umidade relativa do ar, radiação, ventos e precipitação, com a 
temperatura do ar exercendo o principal efeito (NRC, 1981). 
A Figura 2 apresenta um esquema dos processos de produção e perda de calor em 
diferentes temperaturas ambientais. 
 
 
Figura 2. Representação esquemática dos processos de produção e perda de calor em 
diferentes temperaturas ambientais. TCI = temperatura crítica inferior, TCS = 
temperatura crítica superior. 
Fonte: Adaptado de Silva (2000), Thompson (1973) e Hafez (1973). 
 
 9
Os animais homeotérmicos, como os caprinos e ovinos, são capazes de manter a 
sua temperatura corporal relativamente constante por meios comportamentais e 
fisiológicos sob uma diversidade de ambientes térmicos variáveis. 
Existe uma faixa de amplitude térmica dentro da qual os animais apresentam 
metabolismo mínimo, sem demonstrar qualquer sintoma de desconforto térmico. Essa 
faixa recebe o nome de Zona de Termoneutralidade (Figura 2), neste ambiente os 
animais não ativam os mecanismos físicos e químicos de termorregulação, não sofrem 
estresse pelo frio ou pelo calor, as funções fisiológicas são normais e a produção não 
sofre interferências. 
A zona de termoneutralidade (ZTN) é limitada pela temperatura crítica inferior 
(TCI) e pela temperatura crítica superior (TCS). Os limites de temperaturas ideais para 
conforto animal são bastante variáveis, não há valores rígidos para ZTN (PEREIRA, 
2005). A Tabela 1 apresenta os dados encontrados na literatura quanto os limites 
críticos da ZTN para ovinos e caprinos. Quando a temperatura ambiente está abaixo da 
TCI o animal encontra-se em estresse pelo frio, e quando acima da TCS o organismo 
entra em estresse pelo calor (SILVA, 2000). 
 
Tabela 1. Temperaturas críticas inferior (TCI) e superior (TCS) para ovinos e caprinos. 
Animais TCI TCS Fonte 
Maioria dos animais 13 18 McDowell (1974) 
Ovinos europeus, adultos -2 20 Silva (2000) 
Ovelha em lactação 4 24 Pereira (2005)* 
Ovinos tosquiados 30 Hahn (1985) 
Cabra em lactação 4 30 Pereira (2005)* 
Caprinos adultos 10 30 Silva (2000) 
*cabras e ovelhas podem suportar um limite máximo de 32°C 
 
Contudo, para que a temperatura corporal permaneça constante, o ganho de calor 
tem que ser igual a perda (ROBERTSHAW, 2006), para isso a temperatura ambiental 
deve estar entre hi e hs (Figura 2). Em temperaturas abaixo da TCI, os animais 
aumentam a sua produção de calor para igualar à perda de calor sensível, sendo a perda 
de calor sensível proporcional a diferença entre a temperatura do animal e seu ambiente. 
Sob temperaturas ambientes abaixo do limite inferior da homeotermia (hi) o organismo 
não consegue um aporte de energia térmica suficiente para compensar as perdas 
 10
sensíveis de calor e então ocorre uma queda na temperatura corporal, proporcional a 
temperatura ambiente. O limite de sobrevivência do organismo é atingido na 
temperatura mínima ai (THOMPSON, 1973; SILVA, 2000) 
Por outro lado, quando a temperatura está acima da TCS, muito comum em 
regiões de clima tropical, as perdas evaporativas são intensificadas e as perdas de calor 
sensível tornam-se mínima chegando a zero quando a temperatura ambiente é igual a 
temperatura do corpo (THOMPSON, 1973; SILVA, 2000; MORAIS et al., 2008). 
No trabalho de Maia, Silva e Andrade (2009), com ovinos da raça Corriedali, 
constatou-se que a uma temperatura de 40°C os animais dependem somente do fluxo de 
calor latente para manter sua termorregulação. 
À medida que a temperatura ambiente se eleva, atingido o limite superior da 
homeotermia (hs), os mecanismos latentes de perda de calor não são mais eficientes, de 
modo que a soma da produção de calor metabólico com a fração de calor absorvido do 
meio passa a ser maior que a quantidade de calor eliminado e, conseqüentemente, os 
animais passam a elevar a temperatura interna, ocorrendo aumento da temperaturacorporal acima dos limites fisiológicos. Se a temperatura do ar atingir o limite máximo 
as, o animal perecerá (THOMPSON, 1973; SILVA, 2000; MORAIS et al., 2008). 
 
3.1. Mecanismos físicos e fisiológicos de térmólise 
 
Os mecanismos de troca de calor sensível que são a radiação, convecção e 
condução, são assim chamados por dependerem de um gradiente de temperatura, ou 
seja, deve existir uma diferença entre as temperaturas do animal e do meio para que a 
troca ocorra. Por outro lado, as trocas latentes também chamadas de insensíveis, não são 
exigentes quanto ao gradiente de temperatura, e assumem maior participação quando a 
temperatura ambiente ultrapassa a TCS (FERREIRA, 2005). 
A transferência de calor por condução depende fundamentalmente do contato 
direto entre as moléculas dos corpos ou superfícies nela envolvidas. Por outro lado, as 
trocas por convecção e radiação podem ser afetadas pela existência de uma capa 
protetora sobre a superfície cutânea e por um gradiente de temperatura entre a superfície 
do animal e o ambiente (SILVA, 2000). 
Em ambientes tropicais o diferencial de temperatura entre o ambiente e a 
superfície do corpo dos animais tende a ser pequeno e às vezes negativo (temperatura 
ambiente maior que a da superfície) (SILVA, 2000), em adição, a carga térmica radiante 
 11
é freqüentemente muito elevada, de modo que a superfície corporal dos animais tende a 
apresentar temperaturas bastante altas, dependendo da natureza dessa superfície (SILVA 
e STARLING, 2003). Nestas condições, o animal deverá dissipar a energia térmica 
produzida pelo metabolismo e a recebida pelo meio externo, sendo o mecanismo físico 
de termólise mais eficaz o evaporativo, por não depender do diferencial de temperatura 
entre o organismo e a atmosfera (SILVA, 2000) além de liberar 0,6 kcal de energia 
calórica por grama de água evaporada a 20°C (MCDOWELL, 1974). 
O mecanismo de termólise ocorre no trato respiratório e na superfície cutânea 
(MCDOWELL, 1974). Conforme Silva (2000), uma das primeiras respostas dos 
animais ao estresse térmico é a alteração na circulação sanguínea local e geral. Quando 
o organismo está em estresse de calor ocorre uma vasodilatação periférica, transferindo 
a energia térmica do interior do corpo para o ambiente externo. No entanto, segundo 
McDowell (1974), o aumento do fluxo sanguíneo periférico não é capaz de restabelecer 
o equilíbrio térmico do animal num ambiente quente, precisando, deste modo, de 
medidas adicionais de perda de calor como a sudação. 
Quando as glândulas sudoríparas são estimuladas por um estresse térmico, 
habitualmente produzem uma lâmina de água sobre a superfície da pele que tende a se 
evaporar rapidamente para restabelecer a temperatura corporal a níveis quase normal 
(MCDOWELL, 1974). No entanto, a capacidade de sudação entre animais pode variar 
entre espécies, raças e indivíduos. Segundo McDowell (1974), os animais domésticos 
que mais suam pela ordem de importância desse mecanismo para a termorregualção são 
os eqüinos, asininos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. 
A eficiência da função e a produção total das glândulas podem ser aumentadas 
mediante a exposição continuada a um ambiente quente, e a taxa de sudorese varia entre 
raças e individualmente (McDowell, 1974). Hafez (1973) relata que ovinos da raça 
Merino australiano possuem maior número de glândulas ativas do que muitas das raças 
britânicas produtoras de carne. Jacinto, Silva Sobrinho e Costa (2004) observaram que 
as peles dos ovinos da raça Ideal tinham maior densidade glandular do que os ovinos 
Morada Nova. Dias et al. (2007b) verificaram que a porcentagem de área da glândula 
sudorípara não apresentou diferenças significativas entre os ovinos Bergamácia, Santa 
inês e seus mestiços. Ligeiro et al. (2006) observaram que a perda de calor por 
evaporação cutânea foi maior nos caprinos mestiços (½ Bôer ½ Saanen) que os puros 
(raças Alpina, Saanen). 
 12
Outro mecanismo importante para aumentar as perdas de calor nos animais 
domésticos submetidos a temperaturas elevadas é o aumento da freqüência respiratória, 
este parâmetro representa o primeiro sintoma visível da resposta ao estresse térmico, 
ainda que situa-se em terceiro lugar na seqüência de respostas adaptativas, pois os 
processos não visíveis de vasodilatação e sudorese apareceram anteriormente 
(MCDOWELL, 1974). 
Segundo Hafez (1973), a sudação e o ofego são complementares no sentido que 
animais com baixa taxa de sudação possuem maior capacidade de perda de calor via 
respiração. Entretanto, as evidências publicadas sobre o grau de importância relativa às 
perdas de calor por evaporação cutânea e respiratória em ovinos são conflitantes, pois 
enquanto alguns trabalhos apontam que, sob altas temperaturas (30-40°C), a perda de 
calor por evaporação cutânea chega a ser até três vezes mais intensa do que a perda por 
evaporação respiratória; outros supõem que a evaporação respiratória seja mais 
importante (SILVA e STARLING, 2003). De acordo com Robertshaw (1966 apud 
MCDOWELL, 1974), a evaporação cutânea de água é o principal meio para a perda de 
calor em ovinos submetidos a temperaturas elevadas e supõe-se ser o meio mais simples 
de perda de calor por convecção em caprinos. Silva e Starling (2003) estimaram que a 
evaporação respiratória em ovinos da raça Corriedale representou apenas 37% da 
evaporação total. 
Porém Brockway, McDonald e Pullar (1965) referem-se a algumas pesquisas, 
com ovinos sob temperaturas ambiente acima de 30°C, as quais constataram aumento 
considerável na evaporação respiratória e um menor aumento na evaporação cutânea. 
Para Ledezma (1987), a sudorese é menos importante do que a evaporação respiratória 
para os ovinos e quando estes são expostos a elevadas temperaturas a taxa respiratória 
aumenta. A evaporação respiratória foi considerada o principal mecanismo de termólise 
em ovinos deslanados (Dias et al., 2007a; Silva Filho, 2009) e lanados (Starling et al., 
2002). Hofman e Riegle (1977) observaram em ovinos que a evaporação respiratória foi 
a principal via de perda de calor, contribuindo com 59% do total em ovinos tosquiados, 
e 65% nos ovinos com lã. 
Dias et al. (2007a), avaliando ovinos da raça Santa Inês de pelame branco, 
castanho e preto, sob condições de temperatura ambiente variando de 17,28 a 27,32°C e 
umidade relativa do ar média no período da manhã de 89,77% e da tarde de 70,30%, 
não observaram diferença significativa na taxa de sudação entre os animais de diferentes 
cores de pelame. O mesmo resultado foi obtido por Silva Filho (2009) entre ovinos da 
 13
mesma raça e variação de pelame, neste experimento as observações foram realizadas 
em três períodos com temperaturas médias de 32,5; 26,0 e 27,5°C e umidades relativas 
médias de 48,5; 68,2 e 63,0%, respectivamente; a conclusão foi que o aumento da 
freqüência respiratória entre os períodos foi suficiente para manter a temperatura 
corporal dentro dos níveis fisiológicos normais, não sendo necessário recorrer ao 
aumento na taxa de sudação, a qual não variou entre os períodos e animais. 
Em regiões tropicais, a capa externa dos animais, constituída pela capa de pelame 
ou de lã, pode assumir funções ligadas à proteção mecânica da epiderme, ao mimetismo 
e à proteção contra radiação solar, tendo grande influência nas trocas térmicas entre o 
organismo e o ambiente. De modo que a transferência térmica através da capa irá 
depender do número de fibras por unidade de área, do ângulo das fibras em relação à 
epiderme, de seu diâmetro e comprimento (SILVA, 2000). 
A existência de um velo espesso em ovinos dificulta a evaporação da umidade 
cutânea, e ainda mais, devido a lã ser higroscópica,ela absorve o vapor d’agua 
(Veríssimo, 2008). Segundo Siqueira (1990 apud BARBOSA et al., 1995), em regiões 
que apresentam altas temperaturas, porém baixa umidade do ar, a lã servirá como um 
isolante térmico, com a função de proteger os animais dos efeitos da intensa radiação 
solar. Porém, um velo sujo absorve mais radiação e, consequentemente esquenta mais 
do que uma lã limpa que reflete mais o calor (VERÍSSIMO, 2008). 
Hafez (1973) comenta que a temperatura corporal dos animais tosquiados 
aumenta mais rapidamente conforme a temperatura ambiental se eleva, porém, o 
esfriamento à sombra, pela ação do vento ou pela redução da temperatura ambiental, é 
mais rápido do que em animais não tosquiados. 
Segundo Silva (2000), a capa protetora oferecida pelo velo de lã reduz a 
evaporação por sudação e, por isso, a evaporação respiratória tem grande importância na 
termorregulação. Starling et al. (2002) encontraram, em ovinos lanados da raça 
Corriedale, aumento na ventilação respiratória com a elevação da umidade atmosférica. 
O calor conduzido através da fibra é maior do que o conduzido pelo ar; assim, 
quanto maior o número de fibras por unidade de área e quanto mais grossas forem essas 
fibras, tanto maior será a quantidade de energia térmica conduzida através da capa. A 
posição inclinada das fibras resulta em contatos mais freqüentes entre elas, reduzindo a 
espessura da capa e o volume de ar em seu interior, aumentando a condução térmica 
(SILVA, 2000). 
 14
Segundo Maia, Silva e Bertipaglia (2003), as características físicas do pelame de 
cor clara com pêlos curtos, grossos e bem assentados, sobre uma epiderme altamente 
pigmentada podem favorecer tanto a convecção como a evaporação na superfície 
cutânea de animais criados em campo aberto em regiões tropicais; ao passo que altos 
níveis de melanina da epiderme dariam a proteção necessária contra a radiação 
ultravioleta. No entanto, Silva (2000) relata que podem ocorrer variações nas 
características do pelame, dentro de uma mesma raça, entre animais criados em 
ambientes diferentes. 
Ligeiro et al. (2006), avaliando características morfológicas de pelame em 
caprinos das raças Alpina, Saanen e mestiços (½ Bôer ½ Saanen), constataram que os 
caprinos apresentam pelame menos denso, formado por pêlos mais finos e compridos 
em comparação aos dados científicos com bovinos. A menor densidade do pelame 
permite maior movimentação do ar entre os pêlos, removendo o ar aprisionado no 
interior da capa, sendo assim, uma característica muito favorável em animais de 
ambientes quentes, e até mais importante que a condução através de pêlos com maior 
diâmetro (LIGEIRO et al., 2006). 
Acharya et al. (1995) constataram que os caprinos de pelame longo tiveram 
menor freqüência respiratória e temperatura da pele que os de pelame curto, sendo estes 
valores menores nos animais com pêlos de cor branca que os pretos. 
Maia, Silva e Andrade (2009), trabalhando com ovinos lanados da raça 
Corriedale, com espessura média do velo de 9,0 cm, submetidos a diferentes 
temperaturas do ar (25, 30 e 40ºC) e duas velocidades de ventos (0,0 e 5,0 m/s), em 
câmara climática, observaram que ventos com velocidade de até 5 m/s não foi suficiente 
para favorecer a transferência de calor sensível do interior para superfície externa do 
velo, tendo influência apenas sobre a temperatura da superfície do pelame, a qual 
diminuiu na temperatura do ar de 25°C, porém quando a temperatura do ar foi de 40°C, 
a temperatura da superfície do pelame tornou-se maior devido à massa de ar quente 
ambiental soprado pelo vento sobre a superfície do pelame. Ainda foi constatado que a 
temperatura do ar se mostrou correlacionada positivamente com a temperatura do 
interior do velo, da epiderme e retal as quais não foram influenciadas pelo aumento da 
velocidade dos ventos. Neste trabalho observa-se que a lã pode servir como barreira que 
impede a entrada e movimentação do ar no interior do velo, impedindo com isso o 
deslocamento do ar preso entre as fibras, e a transferência de calor por convecção 
forçada, dificultando a perda de calor através do velo. 
 15
Veríssimo (2008) observou que a presença de lã em ovelhas da raça Texel os 
protegeu da radiação solar e consequentemente na aquisição de calor, de modo que 
propôs pequena variação e não significativa na temperatura corporal antes e depois do 
estresse proporcionado; já os animais deslanados da raça morada nova tiveram 
aumentos significativos na temperatura retal, porém, ainda assim, permaneceram com 
temperaturas retais inferiores às das ovelhas Texel. Porém, o mesmo pesquisador notou 
que os ovinos lanados (Ile de France, Suffolk e Texel) tiveram que usar com mais 
intensidade a via respiratória para dissipar o calor corporal do que os deslanados (Santa 
Inês e Morada Nova), quando submetidos a condições de alta temperatura e radiação. 
Observa-se no estudo de McManus e Miranda (1997) que os ovinos da raça 
Santa Inês tiveram maior sudação e menor freqüência respiratória que os Bergamácia, 
estes animais foram criados em Brasília cujo clima da região apresenta temperatura 
anual absoluta mínima de 16,0°C e máxima de 34,5°C e umidade relativa do ar média 
de 68%. Porém, Silva e Starling (2003) observaram em ovinos da raça Corriedale, em 
câmara climática com temperatura variando entre 21,1 e 41,1°C, que a espessura do 
velo têm influência na importância relativa da evaporação cutânea e da evaporação 
respiratória de modo que à medida que aumenta a evaporação cutânea, reduz-se a 
evaporação respiratória (Figura 3). 
 
 
Figura 3. Taxas médias de evaporação 
respiratória e cutânea em ovinos da raça 
Corriedale, conforme a espessura do velo. 
 
Silva e Starling (2003) propõem que o nível de evaporação cutânea tende a 
aumentar quando a temperatura da superfície da epiderme se eleva, esta hipótese foi 
baseada nas observações dos resultados representados na Figura 4. Nota-se que nos 
animais com velo menos espesso (Figura 4A) a evaporação cutânea permanece 
praticamente inalterada à medida que a temperatura ambiente se eleva até 45°C, ao 
 16
mesmo tempo em que a evaporação respiratória sobe mais rápido nas temperaturas mais 
altas; já nos animais com velo mais espesso (Figuras 4B e 4C), a temperatura da 
epiderme se eleva devido à maior dificuldade de eliminação de calor sensível através da 
capa, consequentemente a evaporação cutânea aumenta permitindo o organismo 
diminuir o trabalho respiratório. 
 
 
 
 
 
 A B C 
 
Figura 4. Influência da temperatura ambiente sobre as taxas de evaporação respiratória 
e cutânea de ovinos Corriedale com diferentes espessuras do velo: de 7,5 a 8,1 cm (A), 
de 9,7 a 10,4 cm (B) e de 11,1 a 12,6 cm. 
Fonte: Silva e Starling (2003) 
 
4. AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE AO CALOR 
EM OVINOS E CAPRINOS 
 
A adaptação refere-se às mudanças genéticas e fisiológicas do animal em resposta 
a estímulos internos e externos. A adaptação genética compreende a seleção natural e a 
artificial (pela manipulação do homem) enquanto que a adaptação fisiológica se refere 
às mudanças que se produzem dentro do indivíduo em períodos mais curtos ou mais 
longos, o conceito de adaptação fisiológica pode compreender a capacidade e o 
processo de ajuste de um animal, a si mesmo a outro ser vivo e ao seu ambiente físico 
externo (HAFEZ, 1973). 
Um exemplo de adaptação genética pode ser visto nos ovinos e caprinos nativos 
do Brasil. Conforme Ribeiro et al. (2004), estes animais foram introduzidos no Brasil no 
início da colonização, serviam de alimento para os vaqueiros que conduziam a boiadapara o interior do Brasil. Devido a sua resistência a seca, alta rusticidade e prolificidade, 
os caprinos e ovinos transmitiram esta genética por gerações através seleção natural, 
dando origem aos animais nativos encontrados hoje no Brasil. De acordo com o IBGE 
(2008), em 2007 o efetivo de ovinos no Brasil foi de 16.239 milhões de animais, sendo 
57,2% localizados no Nordeste. Ainda neste período, o efetivo de caprinos foi de 9.450 
 17
milhões, sendo 91,4% localizado no Nordeste do País. A maioria dos ovinos 
encontrados no Nordeste brasileiro é pertencentes às raças deslanadas adaptadas ao 
clima tropical e produzem carne e peles (VIANA, 2008). Por outro lado, segundo o 
IBGE (2008), a criação de ovinos para a tosquia ocorre em pontos esparsos do território, 
basicamente nas Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste; sendo a maior parte concentrada 
na região Sul, 96,9% do total destes animais, mais precisamente no Rio Grande do Sul, 
o detentor do maior efetivo com esta finalidade (IBGE, 2008). 
Para Hafez (1973), as raças com características morfológicas mais adaptadas ao 
clima quente apresentam mais pigmento de melanina na pele, tamanho corporal menor e 
as extremidades geralmente são mais longas. 
De acordo com Silva (2000), os fatores que devem ser considerados na 
determinação do conforto térmico e nas condições de adaptação dos animais a 
ambientes específicos são o ambiente, capa externa, características corporais e respostas 
fisiológicas. Porém, na prática da etologia, o bem-estar é avaliado por meio de 
indicadores fisiológicos e comportamentais (RASLAN; TEODORO, 2007). 
 
4.1. Indicadores fisiológicos 
 
Diversos são os indicadores fisiológicos que podem ser utilizados para avaliar a 
tolerância e adaptabilidade dos animais ao ambiente tropical. Contudo, as principais 
medidas fisiológicas utilizadas, para essa avaliação, são a freqüência respiratória e 
temperatura corporal (ABI SAAB; SLEIMAN, 1995). De acordo com Baccari Jr. (1986 
apud SANTOS et al., 2005), animais que apresentam menor aumento na temperatura 
retal e menor freqüência respiratória são considerados mais tolerantes ao calor. 
Robertshaw (1987 apud MCMANUS; MIRANDA, 1997) relata que a taxa de 
respiração pode ser um indicador mais apropriado para a avaliação do estresse de calor 
que a temperatura retal. Além do mais, Barbosa e Silva (1995) e Neves (2008) 
observaram, em ovinos, que a freqüência respiratória é melhor indicador de estresse 
pelo calor que a temperatura corporal. Neiva et al. (2004) concluíram que a freqüência 
respiratória foi a variável mais sensível para detecção de estresse ambiental que a 
temperatura retal. Silanikove (2000) considera que a avaliação do nível de estresse pela 
freqüência respiratória parece ser o mais acessível e mais fácil método para avaliar o 
impacto do estresse térmico em animais de fazenda em condições extensivas; pois para 
isso tudo o que requer é a observação direta do animal e um relógio. 
 18
Para Silanikove (2000), a temperatura retal é um indicador do equilíbrio térmico e 
pode ser usado para avaliar a adversidade do ambiente térmico sobre a produção. 
McDowell (1974) relata que a variação de 1°C na temperatura corporal é suficiente para 
reduzir o desempenho na maioria dos animais domésticos. 
De acordo com Robertshaw (2006), os caprinos e ovinos possuem a temperatura 
retal média de 39,1°C com uma variação fisiológica de 38,5 a 39,7°C para os caprinos e 
de 38,3 a 39,9°C nos ovinos. 
Segundo Reece (2006), a freqüência respiratória refere-se ao número de 
respirações a cada minuto, e está sujeita a inúmeras variações como tamanho corpóreo, 
idade, prenhez, grau de enchimento do trato digestivo, estado de saúde, exercício, 
excitação e temperatura ambiente. Sendo, portanto, seus valores compreensíveis quando 
obtidos apenas em estado de repouso. 
Todos os animais domésticos aumentam a freqüência respiratória à medida que a 
temperatura ambiente se eleva, auxiliando dessa forma a termorregulação (REECE, 
2006). O aumento ou diminuição da freqüência respiratória está na dependência da 
intensidade e da duração do estresse a que estão submetidos os animais. Desta forma, 
Silanikove (2000), indica a utilização da freqüência respiratória para quantificar a 
severidade do estresse pelo calor em ruminantes. Assim, uma freqüência respiratória de 
40-60; 60-80 e 80-120 mov/min caracterizam, respectivamente, estresse baixo, médio-
alto e alto, e acima de 200 mov/min, o estresse seria severo em ovinos. 
No trabalho de Dias et al. (2007a), ao comparar a temperatura retal e da pele, 
freqüência respiratória, batimentos cardíacos e taxa de sudação em ovelhas das raças 
Santa Inês, Bergamácias e mestiços, concluíram que os Santa Inês, principalmente o de 
pelagem branca, foram mais resistentes aos efeitos do clima da região centro-oeste, 
enquanto as da raça Bergamácia foram menos tolerantes. 
Silva et al. (2006), ao avaliar o comportamento da freqüência respiratória e 
temperatura retal entre caprinos exóticos (Boer, Savana e Anglo-Nubiana) e nativos 
(Moxotó) submetidos a ambiente estressante, observaram que apesar das variações nas 
repostas fisiológicas entre as raças, todas demonstraram estarem bem adaptadas 
fisiologicamente às condições climáticas do Semi-árido paraibano. 
Alguns trabalhos têm avaliado a influência da cor do pelame na adaptabilidade 
dos animais. Segundo Robertshaw (1986), animais de pelame escuro apresentam maior 
absorbilidade à radiação térmica, sendo mais sujeitos ao estresse por calor do que 
aqueles de pelame claro. Para Medeiros et al. (2007), animais de pelame branco 
 19
possuem um percentual de absorção menor e uma reflexão maior de calor quando 
comparados aos animais de pelame escuro, que apresentam uma maior absorção para 
radiação solar, armazenando assim maior quantidade de energia térmica, o que pode 
resultar em maior desconforto térmico comparado aos animais de pelame branco. 
Arruda e Pant (1985), trabalhando com caprinos, observaram que os com pelagem 
da cor preta apresentaram maior freqüência respiratória que os brancos. O mesmo foi 
observado por Medeiros et al. (2007) com caprinos sem padrão de raça definido. Pant, 
Arruda e Figueiredo (1985) concluíram que caprinos brancos são mais bem adaptados 
às condições do semi-árido do Brasil que os pretos, e nos ovinos da raça Santa Inês a 
cor do pelame não influenciou a temperatura retal nem a freqüência respiratória. Por 
outro lado, Dias et al. (2007a) observaram maior freqüência respiratória nos ovinos da 
raça Santa Inês castanhos e pretos que nos brancos, na região Centro-oeste com 
temperatura ambiente variando de 19,5 a 27,3°C. 
No trabalho de Neves (2008), os ovinos que tinham pelame preto apresentaram 
maior temperatura da superfície do pelame que os animais de pelame branco, ambos não 
diferenciaram quanto a temperatura retal, mas através da regressão da freqüência 
respiratória em função da temperatura retal, observou-se que, na temperatura do ar de 
aproximadamente 39,5°C, os animais negros tiveram que utilizar com mais intensidade 
a via respiratória para perder o calor corporal. Silva Filho (2009) registrou menor 
temperatura da superfície da pele e do pelame, freqüência respiratória e temperatura 
retal nos ovinos brancos em relação aos castanhos e pretos. Ambos pesquisadores 
(DIAS et al., 2007a; NEVES, 2008; SILVA FILHO, 2009) constataram relativa 
superioridade dos ovinos de pelame branco em relação aos de pelame preto e castanho. 
No entanto, Silva Filho (2009) apesar de constatar que os ovinos brancos 
apresentaram pequena superioridade na tolerância ao calor que os castanhos e pretos, 
não observaram diferença no consumo e ganho de peso entre os animais,as 
temperaturas máximas e mínimas registradas foram de 18°C e 35°C, respectivamente. 
Figueiredo e Arruda (1980) não encontraram diferenças entre ovinos da raça Santa Inês 
brancos e pretos em relação às características produtivas, reprodutivas e de carcaça. 
 
 
 
4.2. Indicadores comportamentais 
 
 20
Diferentes raças têm diferentes características, e estas se refletem nas respostas 
dos animais, em particular no padrão de comportamento no pastejo, à sombra, exposto 
ao sol, descansando e ruminando (SHAFIE; SHARAFELDIN, 1965 apud BARBOSA et 
al., 1995). Os indicadores comportamentais que têm sido avaliados nos animais em 
condições de estresse são ingestão de alimento e água, ruminação, ócio e procura de 
sombra (RASLAN; TEODORO, 2007). Sendo a redução na ingestão de alimentos, 
aumento na ingestão de água, diminuição na atividade de pastejo e a procura pela 
sombra respostas imediatas ao estresse pelo calor (SILANIKOVE, 2000). 
 
4.2.1. Procura por sombra 
 
O uso de sombra diminui os efeitos deletérios da radiação, sendo uma boa 
alternativa na melhoria da produção de animais criados a pasto. Conforme Barbosa e 
Silva (1995) níveis mais elevados de radiação solar acarretam na elevação do índice de 
conforto térmico e conseqüentemente, estimula os animais a buscarem a sombra com 
maior intensidade na estação quente, fato este menos evidenciado na estação fria. 
Segundo Teixeira (2000), quando se deseja aumentar a eficiência da exploração 
pecuária com maior retorno possível deve-se considerar a interação entre animais e 
ambiente. Em geral é recomendado que em ambientes quentes, com alta incidência de 
radiação solar, os animais tenham acesso à sombra com o objetivo de reduzir o 
aquecimento corporal e facilitar sua termorregulação, melhorando a produção animal, 
principalmente a eficiência de utilização dos nutrientes. Andrade (2006) observou que o 
uso de sombreamento nas pastagens melhora os índices de conforto térmico do 
ambiente, melhorando os parâmetros fisiológicos. 
Al-Tamimi (2007) compararam o comportamento fisiológico entre caprinos 
mantidos na sombra ou ao sol. A sombra proporcionou uma menor carga de calor sobre 
o animal, refletindo em menores valores para temperatura da pele e do pelame, 
freqüência respiratória e cardíaca, e temperatura retal. 
Neiva et al. (2004) inferiram ganho de peso 30% maior (174 g/animal/dia) nos 
ovinos mantidos à sombra que aqueles submetidos à radiação solar direta (122 
g/animal/dia). 
Nascimento et al. (2006) avaliaram o comportamento de ovinos da raça Santa Inês 
em pastagem em três diferentes períodos do dia (7-9h, 12-14h e 16-18h). As variáveis 
analisadas foram tempo (%) em que os animais pastejavam, permaneciam em pé e 
 21
permaneciam ao sol, as temperaturas médias e umidades relativas registradas nos 
intervalos avaliados foram, respectivamente de 34,0ºC e 55,1%, 41,3ºC e 37,0%, 36,7ºC 
e 45,0% a campo aberto e 28,3ºC e 68,9%, 35,6ºC e 45,3%, 33,4ºC e 49,9% na sombra 
de árvores, os ovinos expuseram-se mais ao sol nos intervalos de menores temperaturas 
(94,46% das 7 às 9h e 93,66% das 16 às 18h), porém, apesar de no período mais quente 
(12 às 14 h) haver uma diminuição na proporção de animais ao sol, a maior parte destes 
(86,03%) permaneceram ao sol. O tempo em que os animais permaneceram de pé 
aumentou com o passar do dia, sendo menor de 7 às 9 h e maior de 16 às 18 h, acredita-
se que o maior tempo atribuído ao período de 16 às 18h seja devido ao maior tempo de 
pastejo registrado nesse momento. Segundo estes pesquisadores, o fato destes animais 
permanecerem mais tempo ao sol, demonstra o elevado grau de tolerância ao calor 
desses animais. 
 
4.2.2. Consumo de alimento 
 
Os fatores ambientais relacionados ao clima é um dos diversos fatores que 
exercem influência sobre o consumo de matéria seca em animais de clima tropical, 
sendo este também influenciado pela qualidade, tipo e nível de alimento fornecido bem 
como pelas características do próprio animal (MAZUMDER; KUMAGAI, 2006). 
Segundo Silva (2000), além das trocas de calor com o ambiente, o organismo 
pode receber calor através dos processos metabólicos e mecânicos. Assim, animais 
mantidos em estresse de calor, utilizam mecanismos para diminuir a produção de calor 
gerado nos processos metabólicos, uma vez que quanto maior o calor produzido maior 
será o esforço para dissipar esse calor em excesso para o ambiente. Uma das alternativas 
para diminuir o calor gerado pelo metabolismo é a redução do consumo de alimentos 
(FERREIRA, 2005). 
Ortêncio Filho et al. (2001) avaliaram o comportamento de ovelhas das raças 
Texel e Hampshire Down, nas estações fria e quente cuja temperatura média do ar, em 
ambas estações foi maior nos horários das 10 às 14 h e das 14 às 18 h, oscilando, 
respectivamente, na estação quente, entre 29,42°C e 30,89°C, e na estação fria, entre 
25,43°C e 25,78°C. Esses ovinos dedicaram mais tempo de pastejo na estação fria do 
que na quente. Pôde-se constatar também, nos horários mais quentes do dia, entre 12 e 
15 h, que alguns animais ao sol paravam de pastar repentinamente e buscavam a 
sombra, onde, geralmente, ficavam em pé, arquejando. O comportamento de ruminação, 
 22
tanto ao sol quanto à sombra, foi maior durante a estação quente. Em ambas estações, 
nos horários mais quentes, os animais permaneceram mais tempo em ócio à sombra. 
Sendo que o maior tempo dedicado ao ócio foi obtido na estação quente. 
Uma das alternativas para proporcionar um aumento no consumo de matéria 
seca, nos períodos mais quentes, é o fornecimento de concentrado e volumoso de boa 
qualidade. Andrade (2006) observou que a suplementação com concentrado na dieta de 
ovinos da raça Santa Inês em pastagem nativa melhorada, em condições de estresse por 
calor, proporcionou maior consumo de matéria seca, melhor conversão alimentar e 
maior ganho de peso médio diário. Entretanto, o nível de suplementação deve ser 
avaliado com mais cautela, pois níveis muito elevados podem proporcionar aumento na 
produção de calor metabólico e conseqüente aumento do estresse térmico. 
 
4.2.3. Ingestão de água 
 
Além de nutriente essencial para os processos digestivos, a água promove o 
resfriamento do corpo e supre as necessidades aumentadas do organismo em 
conseqüência das perdas pelo suor e vias aéreas superiores durante o estresse pelo calor 
(BACCARI JR., 2001). A estação quente, caracterizada pela alta radiação solar, tende a 
aumentar a temperatura corporal dos animais, sendo a busca por água uma das 
alternativas mais eficientes na redução da temperatura corporal, bem como a reposição 
da água perdida no processo de ofego, diminuindo o estresse calórico (ORTÊNCIO 
FILHO et al., 2001). 
Acharya et al. (1995) observaram em caprinos, maior consumo de água e menor 
consumo de ração durante a parte mais quente do dia, sendo que os animais de pelame 
preto tiveram maior alteração nestes parâmetros. A média da temperatura do ar e do 
termômetro de globo negro foram, respectivamente, de 25,8°C e 25,8°C às 7 horas e 
39,5°C e 54,8°C às 16 horas. 
Ortêncio Filho et al. (2001) observaram que as ovelhas buscaram mais o 
bebedouro na estação quente, sendo que neste período, uma maior freqüência ocorreu 
nos horários mais quentes. 
Neiva et al. (2004) registraram menor consumo de água nos ovinos da raça Santa 
Inês mantidos à sombra (3211 g/animal ou 13% do PV), que aqueles expostos à 
radiação solar direta (3898 g/animal ou 16% do PV). 
 23
Alamer (2009) observou que a restrição de 25 e 50% de água em cabras 
lactantes submetidas ao estresse por calor levou a diminuição no consumo de matéria 
seca, perda de peso vivo (6 e 8%, respectivamente)e redução na produção de leite (18 e 
20%, respectivamente). 
Vale ressaltar que a água deve sempre ser de boa qualidade e oferecida à vontade 
aos animais (BACCARI JR., 2001). Simas (1998) recomenda que os bebedouros devem 
estar sempre limpos, localizados à sombra e perto dos animais e, de preferência, com 
capacidade volumétrica relativamente pequena, mas com suficiente capacidade linear e 
de rápido enchimento, permitindo freqüente renovação da água e consequentemente 
uma menor temperatura. 
 
5. ÍNDICES UTILIZADOS PARA A AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE 
 
Para a avaliação dos efeitos do ambiente tropical sobre a adaptação dos animais, 
Barbosa e Silva (1995) assumem que os elementos climáticos não podem ser avaliados 
separadamente com respeito aos seus efeitos nas respostas fisiológicas e 
comportamentais dos animais, ou seja, estes elementos agem conjuntamente e uma dada 
resposta é uma função de suas ações combinadas. Silva (2000) relata que em 
temperaturas ambientais muito elevadas, tanto o excesso quanto a carência de umidade 
são prejudiciais; ou seja, em ambiente muito seco a evaporação vai ocorrer muito rápido 
causando irritação cutânea e desidratação; e em ambiente muito úmido a evaporação 
torna-se muito lenta ou nula, reduzindo a termólise e aumentando o estresse de calor. 
Deste modo, índices têm sido utilizados para avaliar os efeitos ambientais sobre 
os animais e a respostas destes ao ambiente térmico, sendo seus valores baseados em 
medidas ambientais e ou no próprio animal. 
 
5.1. Índices baseados em medidas ambientais 
 
Além da temperatura do ar, outros elementos climáticos influem na habilidade dos 
animais em dissipar calor como a radiação, umidade relativa do ar e velocidade do 
vento. Diante da importância da interação desses elementos sobre as respostas 
adaptativas dos animais, índices de conforto térmico, combinando dois ou mais desses 
elementos, têm sido utilizados para avaliar o impacto ambiental sobre os animais, pois 
 24
podem descrever mais precisamente os efeitos do ambiente sobre a habilidade do animal 
em dissipar calor (West, 1999). 
 
5.1.1. Índice de Temperatura e Umidade (ITU) 
 
Segundo Silva (2000), o ITU é o índice mais utilizado para avaliar o conforto 
térmico em animais de produção. Foi originalmente desenvolvido por THON (1958 
apud SILVA, 2000) para conforto térmico em humano, sendo empregado para esta 
finalidade em 1959. Este índice tem sido obtido por diversas equações, dentre elas 
destacam-se: 
A equação de Buffington et al. (1981 apud SILVA, 2000), que leva em 
consideração a temperatura do termômetro de bulbo seco (Ta) e a temperatura do ponto 
de orvalho (Tpo), ambas expressas em oC: 
 ITU = Ta + 0,36Tpo + 41,5 
A equação de McDowell (1976 apud SILANIKOVE, 2000), este índice é 
estimado em função da temperatura do ar (Ta) e do bulbo úmido (Tu), ambas expressas 
em oC: 
 ITU = 0,72 (Ta + Tu) + 40,6 
Em função da temperatura do ar (Ta, °C) e da umidade relativa do ar (UR, %), 
encontram-se em equações propostas por: 
Buffington et al. (1982 apud TURCO et al., 2006): 
 ITU = 0,8 Ta + UR (Ta – 14,3) / 100 + 46,3 
onde: 
UR = Umidade relativa do ar, %. 
Kelly e Bond (1971 apud NEVES, 2008): 
 ITU = Ta – 0,55 (1-UR) (Ta – 58) 
Onde: 
Ta = temperatura do ar (°F) 
UR = umidade relativa do ar em decimais. 
De acordo com Hahn (1985), um valor de ITU menor ou igual a 70 indica 
condição normal, não estressante; um valor entre 71 e 78 é crítico; entre 79 e 83, indica 
perigo; e acima de 83 situação de emergência. Hahn (1985) abrange estes limites para 
todos os animais domésticos, porém é sabido que os animais variam quanto a sua 
adaptabilidade ao calor podendo, estes valores, ser mais elevados para caprinos e ovinos 
 25
de ambientes tropicais devido a sua rusticidade e adaptabilidade ao ambiente quente e 
úmido prevalente nestas regiões. 
No trabalho de Medeiros et al. (2007) com caprinos sem padrão de raça definido, 
o ITU variou de 73,88 a 76,66 no período da manhã, e de 80,61 a 82,76 à tarde. No 
período da manhã a média da freqüência respiratória (22,38 mov./min.) e da 
temperatura retal (39,0°C) estavam dentro dos limites fisiológicos da espécie, porém no 
período da tarde apesar do aumento registrado na freqüência respiratória (40,12 
mov./min.) os animais tornaram-se hipertérmicos (temperatura retal de 40,1°C). 
Segundo MARAI et al. (2007), o Livestock and Poultry Heat Stress Indices –
LPHSI sugere que os valores de ITU menor que 82 indicam ausência do estresse de 
calor; de 82 a menor que 84, estresse moderado de calor; de 84 a menor que 86, estresse 
severo de calor; e a partir de 86, estresse de calor extremamente severo para ovinos e 
caprinos. 
Porém, Neves (2008) com base na freqüência respiratória de ovinos da raça 
Santa Inês de três cores do pelame: branca, castanha e preta, estimou níveis críticos de 
ITU de 76,3; 75,2 e 75,3; respectivamente. Também foi observado que os animais 
tiveram hipertermia a partir do ITU de 80,0; 79,5 e 78,9; respectivamente. 
 
5.1.2. Índice de Temperatura Globo e Umidade (ITGU) 
 
A radiação tem grande influência sobre os animais criados em campo aberto, 
nestas condições a utilização do ITU não mostrará quaisquer diferenças para animais 
mantidos à sombra ou ao sol direto (SILVA, 2000). Entretanto, animais submetidos a 
radiação solar direta absorvem maior quantidade de calor podendo comprometer a 
termorregulação e, conseqüentemente, afetar os aspectos produtivos (SOUZA JUNIOR 
et al., 2008). 
Devido a isto, Buffington et al. (1981 apud SILVA, 2000) desenvolveram o Índice 
de Temperatura Globo e Umidade (ITGU), inicialmente proposto para vacas leiteiras 
criadas a pasto, sendo posteriormente destinado para avaliar o conforto térmico dos 
animais de produção criados a pasto. Este índice é expresso pela equação: ITGU = Tgn 
+ (0,36*Tpo) + 41,5; onde Tgn é a temperatura do globo negro (°C) e o Tpo é a 
temperatura do ponto de orvalho (°C). 
Trabalhos com ovinos criados em campo aberto verificaram a superioridade do 
ITGU sobre o ITU (BARBOSA; SILVA, 1995; NEVES, 2008). Observa-se nos dados 
 26
de Neves (2008) que esta superioridade foi mais acentuada nos ovinos com a cor do 
pelame mais escuro, o qual absorve maior quantidade de calor pela radiação. 
Souza et al. (2002) sugerem valores de ITGU para estimar o nível de estresse, 
sendo que os valores de até 74, de 74 a 79, de 79 a 84 e acima de 84 definem situação 
de conforto, de alerta, de perigo e de emergência, respectivamente. No entanto, estes 
valores não servem para a avaliação do bem-estar em ovinos e caprinos, o que pode ser 
observado nos resultados da literatura nacional, nos quais trabalham com valores 
considerados estressantes, mas que muitas vezes não acarreta em respostas fisiológicas 
fora dos padrões da espécie. 
Com o ITGU variando de 61,28 a 77,27, Quesada, McManus e Couto (2001) 
registraram, em ovinos das raças Santa Inês e Morada Nova, médias de freqüência 
respiratória e temperatura retal dentro dos limites fisiológicos considerados normais. 
Cezar et al. (2004) avaliaram os parâmetros fisiológicos de ovinos das raças Santa Inês, 
Dorper e seus mestiços, com ITGU de 75,5 no período da manhã apenas a freqüência 
respiratória encontrou-se elevada (média de 64,38 mov./min.); no período da tarde o 
ITGU de 82,4 promoveu um aumento da freqüência respiratória (96,47 mov./min.) e da 
temperatura retal (40°C). 
Santos et al. (2005) registraram ITGU médio de 85,5 no período da tarde, e 
obtiveram valores de temperatura retal, dos caprinos das raças Boer (39,57°C), Aglo-
Nubiana (39,59°C) e Pardo-Sertaneja (39,66°C), dentro do limite fisiológico normais,entretanto os da raça Moxotó apresentou a temperatura retal mais elevada (40,16°C). 
Valores mais elevados de ITGU foram registrados por Silva et al. (2006) no período da 
tarde (ITGU de 82,25 à sombra e de 93,58 ao sol), porém não ocasionou hipertermia 
nos caprinos das raças Boer (39,42°C), Savana (39,42°C), Anglo-nubiana (39,7°C) e 
Moxotó (39,46°C). Quanto a freqüência respiratória, apenas os caprinos da raça Savana 
apresentaram freqüência respiratória acima de 40 mov./min. (42,85 mov./min.) a qual é 
classificada por Silanikove (2000), como situação de baixo estresse. 
Segundo Andrade (2006), não existe uma tabela sobre o ITGU para ovinos. 
Neves (2008), baseando-se na freqüência respiratória, estimou os valores críticos de 
ITGU de 86,0; 84,0 e 84,2 para ovinos da raça Santa Inês com as cores de pelame: 
branca, castanha e preta; respectivamente, nesta ordem, a hipertermia foi estimada com 
o ITGU de 92,8; 91,4 e 90,5. 
 
 
 27
5.1.3. Índice de Conforto Térmico (ICT) para Ovinos 
 
Este índice foi desenvolvido por Barbosa e Silva (1995) especificamente para 
ovinos, e leva em consideração a radiação e o vento como fatores importantes para estes 
animais. O ICT é estimado pela equação: ICT = 0,6678*Ta + 0,4969*Pp{ta} + 
0,5444*Tgn + 0,1038*vv, onde Ta é a temperatura do ar (°C), Pp{ta}é a pressão parcial 
de vapor (kPa), Tgn é a temperatura do globo negro (°C) e vv é a velocidade dos ventos 
(m/s). 
Ao comparar o ICT com o ITU e ITGU, Barbosa e Silva (1995) e, 
posteriormente, Neves (2008), com ovinos da raça Santa Inês, observaram que o ICT foi 
mais fortemente correlacionado com a temperatura retal e freqüência respiratória do que 
o ITGU. 
Neves et al. (2009) sugerem utilizar como referência para definir o estresse pelo 
calor em ovinos da raça Santa Inês criados no agreste de Pernambuco, o valor crítico de 
ICT de 38,0. 
Barbosa e Silva (1995) avaliaram o comportamento da temperatura retal e 
freqüência respiratória de três raças ovinas, em condições ambientais dos estados de São 
Paulo e Paraná, com ICT variando de 20 a 50. Foram registrados aumentos na 
temperatura retal com ICT acima de 35 nos ovinos da raça Ideal e ICT de 20 nos da raça 
Suffolk e Corriedale; a temperatura retal de 40°C foi estimada com ICT de 37,5 em 
ovinos da raça Suffolk e com ICT de 45 nos da raça Corriedale, porém, nos animais da 
raça Ideal a temperatura retal de 39,8°C foi obtida com o ICT de 50. A freqüência 
respiratória destes animais estava acima de 60 mov/min com ICT de 20, os ovinos da 
raça ideal tenderam a usar mais a freqüência respiratória com valores menores que 92 
mov./min. nos ICT abaixo de 30, porém com um rápido aumento entre os ICT de 35 
(110 mov./min.) e 50 (234 mov./min.). Diante dos resultados obtidos, Barbosa e Silva 
(1995) relatam que sob condições ambientais dos estados de São Paulo e Paraná, 
valores elevados de ICT como 43 podem ser encontrados durante o verão, sendo este 
valor considerado estressante para animais da raça Sulffolk, porém ovinos das raças 
Corriedale e, especialmente a Ideal, mostraram ser mais tolerantes. 
Barbosa et al. (2001) obtiveram, no Estado do Paraná, temperatura retal de 
39,1°C com ICT de 24,3 em ovinos da raça Hampshire Down; de 39,0°C com ICT de 
27,3 nos da raça Texel e de 39,1°C com ICT de 20,6 para os ovinos da raça Ile de 
France, e, com o ICT de 58, a temperatura retal subiu para 40,4; 40,5 e 40,3°C, 
 28
respectivamente, nas três raças. Com o aumento do ICT de 26 para 56 as freqüências 
respiratórias tiveram um aumento de 90,25 para 289,01 mov./min. nos ovinos da raça 
Hampshire Down; de 81,18 para 288,66 mov./min. para os Texel; e de 79,02 para 275,72 
mov/min para os da raça Ile de France. Constata-se, com esses resultado, que nenhuma 
das raças pesquisadas mostrou-se tolerante ao calor imposto, visto que, mesmo elevando 
suas freqüências respiratórias, não foram capazes de manter constante a temperatura 
retal. 
No trabalho de Neves et al. (2009), realizado no município de Sairé, agreste do 
estado de Pernambuco, com ovinos nativos da raça Santa Inês de diferentes cores de 
pelame, foram observados nos animais brancos, castanhos e pretos aumentos nas TR de 
38,8; 38,9 e 38,8°C para 39,7; 39,8 e 39,6°C, e na FR de 35,5; 35,7 e 41,4 mov./min. 
para 89,7; 89,5 e 102,1 mov./min., respectivamente, com o aumento do ICT de 29,8 
para 47,1. Segundo estes autores, tais diferenças desses resultados com os resultados 
obtidos por Barbosa e Silva (1995) e Barbosa et al. (2001) se devem à menor tolerância 
ao calor pelos animais dessas raças com relação aos da raça Santa Inês, adaptados ao 
clima tropical. 
 
5.2. Índices baseados em medidas nos animais 
 
Estes índices avaliam a adaptação fisiológica dos animais ao ambiente quente, 
são denominados Índice de Tolerância ao Calor (ITC). Este índice foi primeiramente 
proposto por Rhoad (1940 apud SILVA, 2000) na tentativa de selecionar bovinos para 
resistência em condições tropicais. Sendo posteriormente desenvolvidos por 
Rauschenbach e Yerolhin (1975 apud SILVA, 2000) índices específicos para ovinos: 
ITC = Ta – 20*d + 60, em que Ta é a temperatura do ar (°C) e d é a diferença entre as 
temperaturas retais medidas de manhã (9 horas) e à tarde (15 horas), durante este 
período os animais devem permanecer expostos à radiação solar direta. 
Souza (2007) relata que vários testes de tolerância ao calor foram desenvolvidos, 
serão apresentadas suas aplicações e limitações, segundo a discussão deste autor: 
 O teste idealizado por Rhoad (1944 apud SOUZA, 2007), conhecido como 
teste de Ibéria, toma-se como base de cálculo a temperatura retal de 
38,3°C, tida como temperatura corporal normal, não levando em conta 
diversas situações fisiológicas que alteram este parâmetro. Neste teste são 
tomadas as temperaturas retais e as freqüências respiratórias dos animais 
 29
de manhã (10:00 h) e à tarde (15:00 h), durante 3 dias, e os dados médios 
são aplicados à fórmula CTC = 100 - [18*(Tr - 38,3)], para cálculo do 
coeficiente de tolerância ao calor. 
 O teste de Dowling (1956 apud SOUZA, 2007) baseia-se na capacidade de 
dissipação do calor corporal, após os animais serem submetidos ao 
exercício físico, sob radiação solar direta, até que a temperatura corporal 
atinja 40°C. Quando então é marcado o tempo necessário para que a 
temperatura retal volte ao valor inicial. Uma crítica a este teste é que o 
calor adquirido nestas condições advém não só da radiação solar, mas 
também do trabalho muscular, que envolve outros processos fisiológicos e 
vias metabólicas não implicados naturalmente no mecanismo de 
termorregulação da espécie. 
 O teste de adaptabilidade proposto por Baccari Jr. et al. (1986 apud 
SOUZA, 2007) tem como princípio a capacidade de dissipação de calor e 
consiste de uma primeira mensuração da temperatura retal dos animais em 
repouso de duas horas à sombra (TR1) e, logo após a mensuração, os 
animais devem ser expostos diretamente ao sol por mais uma hora, após 
essa exposição, os animais devem retornar a sombra por mais uma hora 
quando a segunda mensuração da temperatura retal deve ser feita (TR2). 
As médias das temperaturas retais obtidas (TR1 e TR2, respectivamente), 
devem então ser aplicadas na fórmula do Índice de Tolerância ao Calor 
ITC= 10 – (TR2-TR1), a qual determina o grau de tolerância ao calor dos 
animais pela diferença entre as temperaturas, e consta de uma escala de 0 a 
10, sendo o resultado mais próximo de 10, representado pelos animais 
mais tolerantes ao ambiente. 
 
Dentre os testes de tolerância ao calor utilizados nos animais de produção, o 
proposto por Bacari Jr. et al., têm sido amplamente utilizado em caprinos (SANTOSet 
al., 2005; SILVA et al., 2006) e ovinos (SILVA FILHO, 2009; VERÍSSIMO et al., 
2009). 
Silva et al. (2006) observaram que os caprinos exóticos (Boer, Savana e Anglo-
Nubiana) e nativos (Moxotó) apresentam o mesmo grau de tolerância ao calor nas 
condições do Semi-árido paraibano, cujo ITGU médio foi de 80,11 à sombra e 92,17 ao 
sol. Santos et al. (2005) também não observou diferenças quanto à tolerância ao calor 
 30
entre caprinos exóticos (Boer e Aglo-Nubiana) naturalizadas (Moxotó e Pardo-
Sertaneja), cujo ITGU registrados foram de 80,95 na sombra e 98,95 ao sol. 
Silva Filho (2009) e Veríssimo et al. (2009) não observaram diferença entre 
ovinos da raça Santa Inês com diferentes cores de pelame quanto à tolerância ao calor. 
No entanto, Silva Filho (2009) observou que o ITC variou de 58 a 116, o que representa 
grande variabilidade na tolerância ao calor dentro da raça. Quesada, McManus e Couto 
(2001) também observaram grande variabilidade na tolerância ao calor entre ovinos da 
raça Santa Inês, ao avaliar o comportamento da freqüência respiratória e temperatura 
retal frente ao aumento da temperatura ambiental. Segundo estes pesquisadores, a 
ocorrência de variabilidade à tolerância ao calor dentro de uma raça permite sua seleção 
para esta finalidade. 
Veríssimo (2008) constatou que os ovinos da raça Texel tiveram menor variação 
de temperatura entre os dois horários, obtendo melhor índice de tolerância ao calor que 
os ovinos deslanados da raça Morada Nova; e que as ovelhas das raças Sulffolk e Ile de 
France tiveram altos índices de tolerância ao calor, independente do fato de estarem ou 
não tosquiados, estes resultados foram obtidos em Nova Odessa (São Paulo), cujas 
medidas foram tomadas com as variações médias de temperatura do ar de 28,1 a 30,7°C, 
de umidade de 51 68,3% e ITGU de 79,5 a 82 na sombra e de 91 a 98 ao sol. Entretanto, 
Souza (2007) ressalta que a adapatabilidade não deve ser avaliada apenas pela 
capacidade de tolerância ao calor, pois vários fatores interferem no processo de 
adaptação dos animais, de forma que outros parâmetros devem ser verificados com 
maior exatidão à adaptação dos animais nos diversos aspectos, fisiológicos, produtivos e 
reprodutivos. 
 
 31
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O conhecimento das respostas adaptativas dos animais frente às variações 
climáticas permite a tomada de medidas preventivas que proporcionem melhor conforto 
térmico. 
A temperatura retal e a freqüência respiratória são os principais parâmetros 
fisiológicos utilizados para avaliação do bem-estar animal. 
Em animais criados em ambiente tropical é essencial o fornecimento de sombra 
e água para a melhoria do bem-estar e, consequentemente, da produção. 
Existe variação nas respostas adaptativas entre animais dentro de uma mesma 
raça, o que permite a seleção de animais tolerantes ao calor, melhorando com isso os 
índices produtivos. 
Na seleção de animais nos trópicos, não se deve apenas avaliar a tolerância ao 
calor, mas também os aspectos fisiológicos, produtivos e reprodutivos. 
Os caprinos e ovinos são espécies muito tolerantes ao calor em comparação a 
muitas espécies, como os bovinos, sendo uma excelente alternativa para o aumento na 
produção pecuária do nordeste Brasileiro. 
 
 
 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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