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DIREITO 
Os Fundam 
 
Contextualizando 
1º VÍDEO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade financeira do Estado 
 
O Estado tem como objetivo realizar o bem comum, ou seja, as necessidades públicas, 
implementadas por meio de políticas públicas que visam à eliminação da pobreza, desigualdades 
sociais e de renda e a marginalização de povos oprimidos. 
Essas atividades são de caráter essencial, quando ligadas à saúde, à segurança e à educação, e de 
caráter complementar, quando praticadas pelos Estados ou pelos entes privados, por meio da 
outorga (transferência da própria titularidade do serviço) ou por delegação (transferência da 
prestação do serviço público). 
Aliomar Baleeiro salienta que a “atividade financeira consiste em obter, criar, gerir e despender 
o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu àquelas 
outras pessoas de direito público” (BALEEIRO, 2015, p. 18). Alberto Deodato, por outro lado, 
defende que essa atividade “é a procura de meios para satisfazer as necessidades públicas” 
(DEODATO, 1968, p. 1). 
 
O DIREITO FINANCEIRO 
A atividade financeira do Estado se dá pela prestação do serviço público (atividades prestadas 
pelo Estado ou por quem este determina), pelo exercício regular do poder de polícia (regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público sobre determinadas atividades) 
e pelo poder de intervenção no domínio econômico (ao exercer o poder normativo e regulador da 
atividade econômica). 
Os gestores públicos, na realização dessas atividades, praticam uma série de ações essenciais ou 
vitais à população, em busca da satisfação do interesse público, relacionado às finanças públicas 
(Quadro 1), podendo ser de três esferas: 
1. A orçamentária (receita e despesa); 
2. A financeira (crédito bancário e 
de fornecimento); 
3. A patrimonial (bens patrimoniais). 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
Direito Financeiro 
O Direito Financeiro está situado dentro do ramo de direito público, que estuda a atividade 
financeira do Estado sob o olhar do campo jurídico, ou seja, das normas jurídicas (legislação), 
tendo como missão a avaliação de receitas (originárias e derivadas, conhecidas como receitas 
tributárias), despesas (ordinária e extraordinária), orçamento público (receita e despesa) e o 
crédito público. 
Direito Público 
Esse ramo do Direito Público, de caráter autônomo, tem seus ditames legislativos traçados pelo 
art. 24, I, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que define que a União, os estados e o distrito 
federal exercem a competência legislativa concorrente sobre sua legislação. Todavia, aos 
municípios, dentro de sua competência, é permitido legislar especificamente sobre tal assunto, 
conforme estipula o art. 30, II, da Constituição (BRASIL, 1988). 
Dentro desse contexto, o orçamento é o espelho da vida do ente federado, apresentando suas 
receitas e despesas. Sua montagem dependerá da atuação do governo, ou seja, do foco da sua 
atuação. 
As receitas são os recursos financeiros que o Estado possui para fazer frente às despesas e à 
realização de políticas públicas, e podem ser originárias, que são receitas empresariais do próprio 
Estado, e derivadas, que nascem da captação de recursos dos particulares (pessoas naturais ou 
jurídicas), por meio dos tributos. 
1. As receitas originárias ou estatais 
São receitas produzidas pelo próprio Estado, por meio de suas atividades ou bens. Assim, temos: 
 o os aluguéis, certas doações, juros, laudêmios, foros, contrato de venda e atividades 
praticadas pelo Estado com seus bens, dos quais advêm receitas; 
 o as multas que o Estado emite por transgressões praticadas por pessoas físicas (naturais) 
ou jurídicas ao ferirem a lei, que entram para os cofres públicos a título de sanção; 
 as indenizações, advindas de atos praticados contra o patrimônio; 
 as adjudicações, que nascem a título de ressarcimento por danos causados ao erário ou 
decorrente de sanção pela prática de ilícitos, em que temos, como exemplos, os butins de 
guerra, confiscos permitidos e apropriações de bens vacantes; 
2. Receitas derivadas 
São receitas obtidas sobre o patrimônio ou atividades advindas do Estado que nascem da captação 
de recursos públicos, intitulados tributos. 
Esses são deveres pecuniários compulsórios nascidos de um fato lícito, ou seja, decorrem 
unilateralmente de uma lei em que o credor é o Estado-fisco e o devedor é o contribuinte ou o 
responsável tributário, que tem o dever de recolher o quantum apurado ou definido aos cofres 
públicos. 
 
A despesa faz parte do orçamento público, visando ao cumprimento de receitas dentro da 
prestação de atividades e serviços da administração pública, que se divide em ordinária, prevista 
no orçamento público, e extraordinária, que nasce sem previsibilidade. 
 
RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO 
O Direito Financeiro visa a gerir receitas e despesas, por intermédio da confecção do orçamento, 
apresentando e direcionando as responsabilidades de cunho fiscal dos entes federados e dos 
agentes envolvidos nas atividades financeiras do Estado. 
Assim, esse ramo organiza e normatiza os atos e procedimentos que farão parte da arrecadação 
tributária, que é, por sua vez, objeto de estudo do Direito Tributário, por meio de uma relação 
jurídica obrigatória entre o Estado e o fisco. 
O objeto do Direito Tributário é o estudo da norma jurídica tributária, ou seja, do direito tributário 
legislado ou positivado, sendo o instituto jurídico alvo o tributo. Assim, da mesma forma em que 
há pontos de interseção entre as duas áreas, há, também, pontos que as separam, devido às 
características de cada. 
O ponto de ligação ocorre quando o Direito Tributário se socorre do Direito Financeiro, como no 
caso da repartição de receitas tributárias, que pertence ao campo da atividade financeira do 
Estado. Por outro lado, há diferenças nítidas entre os dois ramos do Direito, como, por exemplo: 
1. O Direito Financeiro estuda a receita originária, enquanto o Direito Tributário estuda a 
receita derivada, ou seja, os tributos e suas espécies; 
2. O Direito Financeiro estuda a atividade financeira do Estado como um todo, exceto a 
referente à tributação, enquanto o Direito Tributário estuda apenas parte dessa atividade, 
que é relativa aos tributos. 
Desse modo, há entrelaces em todos os ramos do Direito (Quadro 2), ou seja, o Direito 
Financeiro e o Direito Tributário relacionam-se tanto com o Direito Público, quanto com o 
Direito Privado (com os direitos que fazem parte deste). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DO TRIBUTO 
 
O tributo é uma receita derivada, ligada, antigamente, à imposição do vencedor sobre o perdedor 
de uma guerra, como forma fiscal para o Estado. Hoje em dia, contudo, esse conceito evoluiu, 
passando a ser considerado como base, por meio de uma prestação em dinheiro ou em bens, 
arrecadados pelo ente tributante (o Estado-fisco), que visa a prover o Estado de recursos para a 
manutenção da máquina administrativa e a realização dos fins aos quais almeja (interesse 
público). 
“Tributar” (tribuere) emprega-se para designar a ação estatal, enquanto o derivado “contribuir” 
(unir, incorporar, dar, fornecer) volta-se para a ação do contribuinte (AMARO, 2019, p. 38), 
diferenciando-se, assim, de um acordo voluntário de vontades ou de um contrato. 
Esta prestação pecuniária do tributo, então, difere-se da prestação da receita originária, já que a 
primeira, no caso do tributo, não possui a finalidade de indenizar o Estado, em decorrência de um 
eventual prejuízo (atividade ilícita), e nem possibilitar a garantia de recursos por meio de 
depósitos, fianças ou cauções. Desse modo, a reserva de lei traz consigo dois princípios; a 
legalidade (previsão legal) e a tipicidade (descrição do tributo). 
Segundo Paulo de Barros Carvalho (2019), o tributo, quando traduzido como norma jurídico-
tributária, é definido por uma relação jurídico-tributáriaque nasce de três critérios, que 
estabelecem o fato gerador em concreto: 
 O material (fato); 
 O temporal (circunstância); 
 O espacial (lugar onde ocorreu o fato). 
 O fato gerador em abstrato, por outro lado, refere-se à hipótese de incidência (previsão 
da lei), enquanto o fato gerador em concreto é a materialização do ocorrido, sendo, assim, o fato 
imponível. 
 
Há duas consequências advindas desta norma tributária: 
 O critério pessoal da consequência (os sujeitos da relação jurídico-tributária); 
 O critério quantitativo (base de cálculo e alíquotas, adições de valores devidos, deduções 
sobre os valores que, uma vez aplicados, implicarão o valor a ser pago). 
Essa hipótese de incidência é tida como a descrição de fatos previstos na legislação tributária 
(aspecto material), que será somada aos aspectos temporal e espacial. Desse modo: 
Toda e qualquer regra jurídica (independentemente de sua natureza tributária, 
civil, comercial etc.) tem a mesma estrutura lógica: a hipótese de incidência (fato 
gerador, suporte fático etc.) e a regra (norma, preceito, regra de conduta) cuja 
incidência fica condicionada à realização dessa hipótese de incidência. (BECKER, 
1963, p. 289). 
Um exemplo da realização da hipótese de incidência é a aquisição, por parte de um consumidor 
de um armário em um determinado estabelecimento comercial, sujeito ao ICMS. Assim, o 
consumidor, ao praticar essa aquisição, proporciona a realização do fato jurídico em concreto, 
havendo a incidência do comando e a instauração do vínculo obrigacional tributário, que é o 
dever de pagar o quantum em moeda ao Estado, a título de tributo. 
O art. 4º do Código Tributário Nacional (CTN), ao definir a natureza jurídica do tributo, salienta 
que é irrelevante, para qualificar sua natureza jurídica, “a denominação e demais características 
formais adotadas pela lei” e a “destinação legal do produto de sua arrecadação” (BRASIL, 1966). 
 
A investigação da natureza jurídica, mencionada no artigo, é referente a seu fato gerador, 
previsto na lei que o instituiu, sendo irrelevante a destinação do tributo, ou seja, sua arrecadação, 
pois se refere à receita ligada a seu aspecto financeiro. Desse modo, a prática desse fato gerador 
pelo sujeito passivo determina o dever de recolher o tributo. 
2º VÍDEO 
 
 
 
 
O poder de tributar 
A competência tributária é o poder de tributar, previsto na Constituição Federal, definido a 
um dos entes federados para instituir, fiscalizar e arrecadar determinado tributo, definindo, 
assim, o comando para que o ente federado possa exercer sua competência em relação aos 
ditames constitucionais, não podendo, uma vez instituído, deixar de ser cobrado. 
O art. 7º do CTN (BRASIL, 1966) salienta que a competência tributária de instituir o tributo é 
indelegável, enquanto as funções de arrecadar e fiscalizar são delegáveis. 
 
Imposto Territorial Rural (ITR) 
Um exemplo disso é o Imposto Territorial Rural (ITR), que, por meio de acordo, estipula que 
a União, competente para instituí-lo, poderá deixar aos municípios a arrecadação e fiscalização 
do tributo em questão, dentro de suas terras. 
 
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) 
Outro exemplo é o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), cuja instituição é de competência 
da União, porém poderão ser delegadas a sua arrecadação e a fiscalização a outra pessoa jurídica 
de Direito Público, sendo característico desse tipo de competência o fato de ser facultativo, 
indelegável, intransferível, incaducável e irrenunciável. 
Desse modo, a repartição de competências na esfera tributária é dividida em: 
 
Responsabilidade Fiscal, em seu art. 11 e § único, define como elemento fundamental da 
gestão fiscal a instituição e arrecadação dos tributos inerentes à sua competência. Assim, caso 
não seja realizada a criação dos tributos viáveis (Quadro 3), o ente federado ficará impedido de 
receber transferências voluntárias. 
Competência tributária privativa 
Que se refere à instituição de impostos, empréstimos compulsórios e contribuições especiais pelos 
entes federados; 
Competência tributária comum 
Que é observada por meio de fatos geradores dos tributos vinculados a uma atividade estatal 
específica, taxa e contribuição de melhoria, ou seja, quem prestar o serviço será o competente 
para instituí-los; 
Competência tributária cumulativa 
Que está prevista no art. 147 da Constituição, destinada aos territórios (quando existirem) e ao 
Distrito Federal. 
 
A capacidade tributária ativa decorre da competência tributária (Quadro 4), que se apresenta 
por meio das funções de fiscalizar e arrecadar o tributo, mas sem instituir, e sendo delegáveis de 
uma pessoa jurídica de direito público a outra (ente político ou ente administrativo). Segundo o § 
2º do art. 7 do CTN, esta delegação não é ad aeternum, podendo ser revogada a qualquer tempo 
(BRASIL, 1966). 
 
Quadro 4. Função da 
competência e da 
capacidade tributária 
no Direito Tributário. 
 
Nesse contexto, o art. 119 do CTN define que o sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público 
que poderá exigir o cumprimento da obrigação principal, bem como da obrigação secundária. 
Assim, a expressão “titular da competência para exigir o adimplemento da obrigação tributária”, 
do referido art. 119 do CTN, significa “ter atribuição de constituir o crédito tributário, com o que 
lhe confere exigibilidade, e em seguida exigir judicialmente seu pagamento, se necessário” 
(MACHADO, 2019, p. 143). 
Para Eduardo Sabbag (2020), há dois tipos de sujeito: 
1. O sujeito ativo direto (entes tributantes); 
2. O sujeito passivo indireto (entidades parafiscais, como CREA e CRC, entre outros). 
Sendo que o primeiro tem competência para instituir o tributo, e o segundo, capacidade de 
fiscalizar e arrecadar. Neste caminho, por exemplo, a Súmula 396 do STJ nos diz que a 
“Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição 
sindical rural” (BRASIL, 1964). 
Por fim, as limitações constitucionais ao poder de tributar são entendidas como manifestações 
dos direitos fundamentais, previstas na Constituição Federal, que não ultrapassam seus próprios 
enunciados, compostas de princípios e imunidades que visam à garantia dos direitos fundamentais 
do contribuinte. 
 
REFORÇA OS ESTUDOS. 
A competência tributária é prevista na Constituição Federal e definida a um dos entes 
federados para instituir determinado tributo. Sobre a competência tributária, podemos 
dizer que: 
 O ente federado pode exercer sua competência nos limites constitucionais. 
 Ela se apresenta por meio das funções de arrecadar, fiscalizar e executar o tributo. 
Correta 
Muito bem, a resposta está correta! 
Conforme vimos no tópico “O poder de tributar”, a competência tributária descreve o 
poder de tributar, previsto na Constituição Federal e definido a um dos entes federados 
para instituir, fiscalizar e arrecadar determinado tributo, nos limites constitucionais, e 
não poderá ser delegada de uma pessoa jurídica de direito público a outra. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
Os princípios tributários são mandamentos nucleares do sistema tributário, que visam à 
interpretação e à aplicação das normas dentro do seu campo de atuação. 
Esses princípios não se confundem uns com outros, já que expressam, por exemplo, que a lei deve 
ser anterior ao fato gerador do tributo por ela criado ou majorado (CF, art. 150, III, alínea “a”) e 
não podendo se exigir que haja lei anterior ao início do exercício financeiro no qual o tributo é 
cobrado (CF, art. 150, III, alínea "b”). 
O princípio da legalidade está delineado no art. 5º, II, enquanto o princípio da legalidade 
tributária se encontra no art. 150, I, da Constituição Federal. Considerando que há necessidade de 
produção legislativa, nos casos do art. 97, II, do CTN, devemos, assim, descrever o fato tributável, 
bem como definir a base de cálculo e da alíquota,ou o critério a ser utilizado para estabelecer o 
valor do tributo, e o sujeito ativo da relação tributária, na lei instituidora do tributo. 
Há casos, contudo, em que a majoração ou redução de tributos não seguirá tal determinação, como 
os impostos de caráter extrafiscal (II, IE, IOF e IPI), que poderão ter sua alíquota majorada ou 
diminuída em razão da política governamental em vigor, por meio de ato do Poder Executivo, 
desde que respeitados os ditames legais, conforme determinado pelo art. 153, § 1º da CF. 
O princípio da isonomia (art. 150, II, da CF) prevê aos entes tributantes a impossibilidade de 
tratamento desigual de contribuintes na mesma situação, ou seja, não há diferenciação em razão 
de ocupação profissional ou atividade exercida, por exemplo. 
A isonomia prevê dois patamares: o sentido formal, feito pela edição de normas gerais; e o sentido 
material, feito pelo tratamento igualitário aos iguais (acepção horizontal) e o tratamento aos 
desiguais dentro de suas desigualdades (acepção vertical). Desse modo, quando se agride o 
princípio da isonomia em matéria tributária, é ferido também o princípio da capacidade tributária, 
já que ele é o seu corolário, em matéria tributária. 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 145, §1º, determina que os impostos deverão ter 
como base a capacidade econômica que corresponde aos princípios da capacidade contributiva, 
ou da capacidade econômica. 
Por outro lado, o art. 150, III, ‘'a'’, da CF apresenta o princípio da irretroatividade, que é um 
dos pilares da segurança jurídica, definindo que a nova lei será aplicada apenas aos fatos 
geradores ocorridos no futuro.CURIOSIDADE 
A base do princípio da surpresa (o contribuinte não poderá ser surpreendido pela instituição ou 
majoração de tributos) é o princípio da segurança jurídica, que possui como braços os princípios 
da irretroatividade, da anterioridade e da noventena, privilegiando os direitos fundamentais do 
contribuinte. 
Há debates sobre como será aplicada a lei, ou seja, o instante em que se define o fato gerador do 
tributo, nos casos de fatos geradores pendentes (que dependem de uma atividade para serem 
concretizados) e periódicos (que se prolongam no tempo), que podem ser simples (único evento, 
como o IPTU) ou compostos (diversos eventos, como o IR). 
Desse modo, o CTN autoriza a retroatividade de lei para beneficiar o contribuinte, desde que 
não tenha acontecido da decisão final do litígio. 
Podemos também explorar o chamado princípio da anterioridade, que pode ser dividido em 
dois casos: 
 
Anterioridade anual 
Na anterioridade anual, previsto no art. 150, III, b, da CF, impede-se que nova produção 
legislativa seja aplicada de imediato à situação que está em curso, ou seja, não há surpresa para o 
contribuinte, estabelecendo, assim, a proibição de cobrança, no mesmo ano, da publicação da lei 
que o institui ou majora, bem como no caso de revogação de qualquer benefício fiscal, já que gera 
efeitos financeiros para o contribuinte. 
 
Anterioridade nonagesimal 
No segundo caso, o da anterioridade nonagesimal (EC n. 42/2003), alguns tributos só poderão 
ser exigidos caso cumpram pelo menos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto no art. 150, III, ''c'', da CF. Os tributos IE (CF, 
art. 153, I e II), IOF (CF, art. 153, V), imposto extraordinário (CF, art. 154, II) e empréstimos 
compulsórios (CF, art. 148, I) não seguem a nenhum tipo de anterioridade. 
 
O Texto Constitucional de 1988 estabelece o princípio do não-confisco, proibindo, no art. 150, 
IV, que os tributos sejam utilizados com efeito confiscatório. Neste caminho, o STF (ADI 551/RJ) 
avalia que a vedação ao efeito de confisco estende-se às multas decorrentes do descumprimento 
de obrigação tributária. 
 
Assim, os impostos possuem formato diferenciado das taxas na análise do efeito confiscatório, 
devido ao caráter contraprestacional, já que haverá uma análise do custo e do valor cobrado a 
título de taxa, fato que não ocorre com os impostos, devido à manifestação de riqueza do 
contribuinte. 
Além das já mencionadas, podemos apontar o art. 150, V, da CF, que estabelece o princípio da 
liberdade de tráfego, proibindo a imposição de limites ao tráfego de pessoas ou bens por meio 
da oneração de tributos; as vedações específicas à União, que são regras protegidas por cláusula 
pétrea (art. 151 da CF/88); e demais princípios, como: 
 
O princípio da uniformidade geográfica 
Veda a criação de tributos que determinem privilégios ou preferências entre os entes federados. 
Todavia, é permitida a concessão de incentivos fiscais com finalidade de possibilitar o 
desenvolvimento econômico entre regiões, conforme narrado no art. 151, I, da CF; 
 
O princípio da vedação às isenções heterônomas 
(Art. 151, III, da CF) veda à União instituir isenções de outros entes federados, mas conta com 
exceções, no art. 155, § 2º, XII, “a” e “e”; 
 
O princípio da uniformidade da tributação de renda 
(Art. 151, II, da CF) veda tributar renda como instrumento de concorrência desleal entre os entes 
e seus agentes, bem como a renda das obrigações de dívida pública entre os entes federados. 
 
IMUNIDADES 
A imunidade é uma limitação da competência tributária que produzirá a não incidência da norma 
tributária nos casos de taxa (CF, art. 5º, XXXIV), impostos (CF, art. 150, VI) e contribuições para 
a seguridade social (CF, art. 195, § 7º). 
Em relação aos impostos, o art. 150, inciso VI, da CF, diz que é vedado à União, aos estados, ao 
Distrito Federal e aos municípios instituir impostos sobre: 
 patrimônio, renda ou serviços uns dos outros; 
 templos de qualquer culto; 
 patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
 livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão. 
A imunidade recíproca é a expressão do pacto federativo ao definir que os entes federados e 
suas autarquias, como os conselhos de fiscalização profissional e fundações públicas, não podem 
fazer incidir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns sobre os outros (ADI 
939/DF), inclusive a OAB, que possui natureza sui generis (RE 259.976 – AgR/RS). 
O STF incluiu, neste campo de imunidade, as empresas públicas e a sociedade de economia mista, 
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (RE 
407.099/RS). 
Há pelo menos duas situações nas quais o patrimônio, a renda e os serviços das entidades públicas 
não são imunes: quando relacionados à exploração de atividades econômicas; e quando 
relacionados a atividades em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário (MACHADO, 2019, p. 288). 
 
Assim, não estão imunes aos impostos sobre produtos industrializados (IPI) ou sobre circulação 
de mercadorias (ICMS), já que o contribuinte do primeiro é o industrial e o do segundo é o 
comerciante, que produzirá a saída do bem, com intuito de lucro, sendo a relação jurídica 
tributária instaurada entre estes e o Fisco. 
Segundo a Constituição Federal, não haverá instituição de tributos sobre o exercício 
das atividades religiosas (art. 150, VI, ''b''), ou seja, não haverá tributação sobre as atividades 
litúrgicas essenciais da entidade religiosa (o espaço físico – templo e atividades da entidade). 
O STF entende que, se um imóvel que pertence a ente imune é alugado, ele não deixa de estar 
vinculado às finalidades essenciais do ente, não perdendo a imunidade (ALEXANDRE, 2020, p. 
234). 
Assim, segundo a Súmula Vinculante 52, do STF: 
 
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da 
Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis sejaaplicado nas atividades 
para as quais tais entidades foram constituídas (BRASIL, 2015c). 
Contudo, para Hugo de Brito Machado (2019), um imóvel de entidade religiosa que realiza 
atividade econômica sem ligação com atividades religiosas deveria não ser imune, evitando 
concorrência desleal devido à livre iniciativa. No mesmo entendimento, imóveis alugados de 
entidades religiosas e seus rendimentos podem ser tributados. 
 
Em seguida, o art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal de 1988, veda a instituição de impostos 
sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, das entidades sindicais e 
das instituições de educação ou de assistência social, sem fins lucrativos. 
O imóvel, então, pertence às instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, 
ainda quando alugado a terceiros, desde que a renda dos aluguéis seja aplicada às atividades 
essenciais de tais entidades (BRASIL, 2003). 
 Não ter fins lucrativos, segundo o art. 14 do Código Tributário Nacional, significa: 
 Não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
 Aplicar integralmente no País os seus recursos, na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
 Manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades, 
capazes de assegurar sua exatidão. 
Segundo a decisão do STF, "a imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na 
posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante 
para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do tributo 
envolvido” (BRASIL, 1977). 
Nos casos de livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão, a imunidade cultural, 
também chamada de imunidade objetiva, refere-se aos impostos ICMS, IPI, II e IE, em que são 
incluídas apostilas, filmes e papéis fotográficos. Além disso, segundo a Súmula Vinculante 57, a 
imunidade tributária constante do art. 150, VI, ''d'', da CF/88 aplica-se à importação e à 
comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente 
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam 
funcionalidades acessórias (BRASIL, 2020). 
Depois de elencar essas diferentes imunidades, é importante mencionar que há diferenças entre 
as não incidências, a isenção e a alíquota zero (Quadro 5), já que, para a primeira, não há 
instituição de tributo e, para as duas últimas, há instituição, mas não há cobrança. 
 
3º VÍDEO 
 
 
 
 
As prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Correta 
Muito bem, a resposta está correta! 
Conforme vimos no tópico “Imunidades”, a imunidade recíproca abrange os conselhos de 
fiscalização profissional e fundações públicas, inclusive a OAB, e as empresas públicas e 
sociedades de economia mista, bem como as prestadoras de serviços públicos de 
prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
O tributo 
 
O art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN) conceitua o tributo com base na apresentação de 
seus elementos, sendo eles: 
 O caráter pecuniário da prestação tributária (como a prestação em moeda); 
 A compulsoriedade dessa prestação, ou seja, a prestação do tributo deve ser prevista por 
lei; 
 A natureza não sancionatória de ilicitude, já que o tributo está previsto na lei; 
 A prestação “instituída em lei”, já que a obrigação tributária é lastreada pela lei; 
 A natureza vinculada (ou não discricionária) da atividade administrativa, mediante a qual 
se cobra o tributo. 
Ao analisarmos o caráter pecuniário da prestação tributária, podemos perceber que, apesar de 
haver proibição de o tributo in natura ser pago em serviços ou bens, a Lei Complementar 
104/2001 acresceu, ao art. 156 do CTN, o inciso XI, que permite a dação em pagamento de bens 
imóveis como forma de extinção do crédito tributário. 
Além disso, a Portaria PGFN n. 32, de 08 de fevereiro de 2018, regulamenta o procedimento de 
dação em pagamento de bens imóveis para extinção de débitos de natureza tributária inscritos em 
dívida ativa da União. 
 
Em 26 de abril de 2007, a Lei distrital 1624/97, que dispunha sobre o pagamento de débitos de 
microempresas e das empresas de pequeno e médio porte, mediante dação em pagamento de 
materiais, foi julgada como inconstitucional pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
1917, sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, com fundamento de que somente por lei 
federal é que se poderia criar a dação em pagamento por bens móveis. 
 
Compulsoriedade da prestação 
A compulsoriedade da prestação refere-se ao dever de pagar o tributo, independentemente da 
vontade do contribuinte, já que não poderá se constituir em sanção de ato ilícito por se tratar de 
receita derivada. Esta compulsoriedade está prevista nos tributos, mas não na multa, pois o 
primeiro não possui finalidade sancionatória, enquanto a segunda se apresenta como uma 
sanção. O tributo só pode ser criado por lei, complementar ou ordinária, ou medida provisória. 
Este fato decorre do princípio democrático, em que o povo elege os seus representantes. 
Por fim, a prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada é advinda 
de lei e, por isso, a prestação é compulsória. A atividade vinculada é aquela na qual a autoridade 
administrativa não goza de liberdade para apreciar a conveniência nem a oportunidade de agir 
(MACHADO, 2019, p.62). 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
 
Até hoje, os estudiosos do Direito debatem sobre a classificação dos tributos em espécie, de modo 
que sugiram quatro principais correntes (Quadro 6): 
Corrente bipartite 
A primeira delas, a corrente bipartite, dividiu os tributos em tributos vinculados e não 
vinculados, sendo que os primeiros se referem a uma atividade estatal vinculada (taxa) e os 
segundos, a, uma não vinculada (impostos). 
Corrente tricotômica ou tripartite 
A segunda classificação de tributos, a corrente tricotômica, ou tripartite (art. 4º e 5º do CTN), 
divide os tributos em não vinculados (impostos), vinculados (taxa) e atividades vinculadas com 
base na valorização de imóveis, referente a uma obra pública (contribuição de melhoria). 
A contribuição parafiscal e o empréstimo compulsório não são tidos como uma nova espécie 
tributária, pois (RIBEIRO, 2013, p. 09): 
a contribuição parafiscal que se utilizar do fato gerador da taxa, como a 
contribuição previdenciária do empregado, taxa será. O empréstimo 
compulsório que se utilizar do fato gerador do imposto (o que quase sempre 
acontece) será imposto. 
Corrente quadripartite 
Em seguida, a corrente quadripartite possui divergência entre os seus expositores. Enquanto 
Ribeiro de Moraes (1995) salienta que há quatro espécies tributárias (impostos, taxas, 
contribuição de melhoria e contribuições parafiscais) e entende que os empréstimos compulsórios 
são tidos como impostos restituíveis, Ricardo Lobo Torres (2001) e Fabio Fanucchi (1986) 
possuem entendimento diverso. 
Para eles, os tributos são impostos, taxas, contribuições especiais (contribuição de melhoria e 
contribuições parafiscais) e empréstimos compulsórios (Figura 1). 
Corrente quinquipartite 
Por fim, a corrente quinquipartite é a abarcada pela Constituição Federal de 1988, em que 
impostos, taxas e contribuições de melhoria têm como base o seu fato gerador, ou fato jurígeno, 
que dá ensejo à tributação e às contribuições especiais, enquanto o empréstimo compulsório tem 
como finalidade a destinação legal do produto de arrecadação. 
 
 
 
 
 
 
4º VÍDEO 
 
 
 
 
IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES 
Segundo o art. 16 do CTN, os impostos não possuem finalidade específica, ou seja, são instituídos 
e arrecadados em virtude de lei, decorrente de manifestação de riqueza por parte do contribuinte. 
O art. 145, §1º, da CF, salienta que os impostos são graduados conforme a capacidadeeconômica 
ou a capacidade contributiva do contribuinte, que são divididas em: 
Competência tributária privativa 
Impostos federais (art. 153, CF), impostos estaduais e do Distrito Federal (art. 155, CF), e 
impostos municipais e do Distrito Federal (art. 156, CF); 
 
Competência tributária residual 
Impostos extraordinários (art. 154, II, CF), leis completares, com novos fatos geradores e bases 
de cálculo, e não cumulatividade; 
 
Competência tributária extraordinária 
Impostos extraordinários de guerra (art. 155 e 156, CF). 
 
O art. 77 do CTN conceitua taxa e prevê dois fatos geradores: 
Taxa de polícia 
O primeiro destes, a taxa de polícia, é conceituada no art. 78 do CTN e refere-se ao regular 
exercício do poder de polícia (legalidade ou legitimidade), detido pelo agente público quando de 
sua atuação, exercida mediante o estrito cumprimento legal, respeitando a vinculação de seu 
exercício ao devido processo legal e à efetividade deste exercício do poder. 
Taxa de serviço público 
O segundo fato gerador, a taxa de serviço público, segundo o art. 79 do CTN, é a utilização 
efetiva (quando contribuinte utiliza o serviço público) ou potencial (quando o serviço público de 
utilização compulsória é colocado à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa 
em efetivo funcionamento) do serviço público. 
 Contudo, por exemplo, o serviço de iluminação pública não poderá ser remunerado por meio de 
taxa (BRASIL, 2015b), pois não se enquadra em qualquer uma das duas características do serviço 
público, que pode ser: 
Serviço específico, realizado em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de 
necessidade públicas; 
Serviço divisível, suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 
Há diferenças entre a taxa e o preço público, sendo que a primeira refere-se à receita derivada 
(surgem de uma imposição legal e são instituídas por pessoas jurídicas de direito público) e a 
segunda refere-se à receita originária (não surgem de uma imposição legal e são cobradas por 
pessoas jurídicas de direito privado, decorrentes de serviço público, e praticadas por elas). 
Assim, ''preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente 
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, 
em relação à lei que as instituiu" (BRASIL, 1969). 
O pedágio, por exemplo, é considerado uma taxa, quando instituído e arrecadado por uma pessoa 
jurídica de direito público, e é tomado como preço público, quando cobrado por uma pessoa 
jurídica de direito privado. 
 
Contribuição de melhoria 
A contribuição de melhoria é uma espécie tributária decorrente de uma obra pública nova, 
conforme salientado pelos art. 81 e art. 82, do CTN, e pelo art. 145, III, da Constituição Federal. 
Em primeiro lugar (art. 82, I, CTN), o dispositivo exige a publicação prévia de elementos como: 
Um memorial descritivo do projeto; 
O orçamento do custo da obra; 
A determinação da parcela do custo da obra, a ser financiada pela contribuição; 
A delimitação da zona beneficiada; 
A determinação do fator de absorção do benefício de valorização para toda a zona, ou para cada 
uma das áreas diferenciadas nela contidas. 
 
Cálculo da contribuição 
O cálculo da contribuição de melhoria se dá pela lei instituidora, que deve determinar a parcela 
do custo da obra a ser financiada pelo tributo (art. 82, I, "c", CTN) e pela contribuição relativa a 
cada imóvel, que será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra e pelos imóveis situados 
na zona beneficiada, em função dos respectivos fatores individuais de valorização (art. 82, I, 
CTN). 
 
Empréstimo compulsório 
Em seguida, a espécie tributária empréstimo compulsório, de natureza vinculada, visa à entrada 
de recursos temporários aos cofres da União, por meio de lei complementar, pois somente este 
ente poderá instituí-lo, conforme determina o art. 148 da Constituição Federal. Além disso, o § 
único do art. 15 do CTN determina que a lei instituidora deste ensejo tributário deverá apresentar 
como será sua restituição. Assim, os requisitos desse empréstimo, expostos na CF, estipulam que 
ele serve (BRASIL, 1988): 
 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; e 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, b. 
Contribuições especiais 
Por fim, as contribuições especiais estão previstas no art. 149 da Constituição Federal e são de 
criação exclusiva da União. Elas representam um gênero de contribuição subdividida em 
subespécies como as contribuições sociais; a contribuição de intervenção no domínio econômico 
(CIDE); as contribuições corporativas; e a contribuição para o custeio do serviço de iluminação 
pública (COSIP). 
As contribuições sociais, segundo o STF (RE 138.284-8/CE), são divididas em (BRASIL, 1992): 
1. Contribuições de seguridade social (art. 194, CF): ações destinadas ao tripé saúde, 
previdência social e assistência social, dispostas no art. 195 da Constituição Federal; 
2. Outras contribuições sociais (art. 195, § 4º da CF): contribuições residuais à seguridade 
social; e 
3. Contribuições sociais gerais (art. 212, § 5º da CF): contribuições destinadas ao custeio 
de áreas diversas, dentro do campo social, como o salário-educação. 
Contribuição de intervenção do domínio econômico (CIDE) 
A contribuição de intervenção do domínio econômico (CIDE) é de competência da União e 
tem finalidade de intervir em determinada situação econômica ou social (ALEXANDRE, 2020, 
p. 104), como, por exemplo, a CIDE-Royalteis, a CIDE-Remessas ou a CIDE-Tecnologia, criada 
pela Lei 10.168/2000, e a CIDE-Combustíveis. 
 
Contribuições corporativas 
As contribuições corporativas são contribuições de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas. Esta subespécie tributária tem como finalidade o financiamento de atividades 
representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais (CREA, OAB e CRM, por exemplo) 
ou econômicas (corporações). A contribuição sindical é destinada aos sindicatos por seus 
afiliados (BRASIL, 2015a). Todavia, com a Reforma Trabalhista, esta deixou de possuir natureza 
tributária, pois passou a ser uma liberalidade do trabalhador. 
 
 
Contribuição de iluminação pública 
Por fim, a contribuição de iluminação pública (COSIP) é uma subespécie de contribuição 
especial, criada pela EC 32/2002, como sucedâneo de cobrança da taxa de iluminação pública, 
declarada inconstitucional pelo STF (Súmula 41 do STF). A competência para a criação da COSIP 
é dos municípios e do Distrito Federal. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a COSIP é um 
tributo sui generis, não podendo ser considerado nem imposto nem taxa, já que sua finalidade é 
específica, mas não individualizada (ALEXANDRE, 2020). 
 
A contribuição de melhoria é uma espécie tributária decorrente de uma obra pública 
nova. Em relação aos requisitos para sua instituição, então, podemos apontar: 
O memorial descritivo do projeto. 
 
Correta 
Muito bem, a resposta está correta! 
Conforme vimos no tópico “Impostos, taxas e contribuições”, o art. 82, I, da CTN 
exige a publicação prévia, para instituição da contribuição de melhoria, de 
elementos como: um memorial descritivo do projeto; o orçamento do custo da 
obra; a determinação da parcela do custo da obra, a ser financiada pela 
contribuição; a delimitação da zona beneficiada; e a determinação do fator de 
absorção do benefício de valorização para toda a zona, ou para cada uma das 
áreas diferenciadas nela contidas. 
 
5 º VÍDEO 
	DIREITO
	Os Fundam
	O DIREITO FINANCEIRO
	Direito Financeiro
	Direito Público
	1. As receitas originárias ou estatais
	2. Receitas derivadas
	RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
	FUNDAMENTOS DO TRIBUTO
	O poder de tributar
	A competência tributária é o poderde tributar, previsto na Constituição Federal, definido a um dos entes federados para instituir, fiscalizar e arrecadar determinado tributo, definindo, assim, o comando para que o ente federado possa exercer sua comp...
	Imposto Territorial Rural (ITR)
	Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
	PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
	Anterioridade anual
	Anterioridade nonagesimal
	No segundo caso, o da anterioridade nonagesimal (EC n. 42/2003), alguns tributos só poderão ser exigidos caso cumpram pelo menos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto no art. 150, III...
	IMUNIDADES
	O tributo
	Compulsoriedade da prestação
	CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
	Corrente bipartite
	Corrente tricotômica ou tripartite
	Corrente quadripartite
	Corrente quinquipartite
	IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES
	Taxa de polícia
	Taxa de serviço público
	Contribuição de melhoria
	Cálculo da contribuição
	Empréstimo compulsório
	Contribuições especiais
	Contribuição de intervenção do domínio econômico (CIDE)
	Contribuições corporativas
	Contribuição de iluminação pública

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