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Portfolio-Antropologia-Bioetica-e-interdisciplinaridade

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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO 
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTABÉIS 
 
 
 
 
CRISTIANE ELISABETE FERRAZ DA SILVA 
 
 
 
 
PRINCIPIOS GERAIS DA BIOÉTICA MODERNA 
BIOÉTICA E INTERDISCIPLINARIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OURINHOS 
2014 
 2 
CRISTIANE ELISABETE FERRAZ DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DA BIOÉTICA MODERNA 
BIOÉTICA E INTERDISCIPLINARIDADE 
 
 
Trabalho apresentado no curso de graduação 
ao Claretiano – Centro Universitário. Curso 
de Bacharelado em Ciências Contábeis 
Prof. Reinaldo Antonio P. da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OURINHOS 
2014 
 
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1. PRINCIPIOS GERAIS DA BIOÉTICA MODERNA 
 
O mundo humano é um mundo de significados mais além das aparências, e, portanto, de 
valores. Alguns destes, os que orientam a busca do bem que proporcionará a felicidade, 
são valores éticos. Existe uma série de valores éticos que deveriam ser aceitados 
universalmente, por exemplo, a liberdade, ou a igual dignidade de todas as pessoas. 
 
O aforismo de Hipócrates, primeiro não fazer dano (princípio da não maleficência), que 
aporta uma chamada de prudência, a procura de fazer o bem (principio da beneficência), 
se complementa, no momento atual, com outros princípios. Os princípios da bioétia 
resultam um bom instrumento para analisar a qualidade ética de decisões importantes na 
área científica e sanitária. Tais princípios são: beneficência, não-maleficência, autonomia 
e justiça. O esforço por respeitar os princípios de bioética nas atuações profissionais y sua 
utilização como referência necessária para resolver problemas éticos, permite orientar a 
pratica profissional ao cumprimento de tais princípios. 
 
O mais moderno dos princípios da bioética é o da autonomia, já que surge como 
conseqüência de um conceito do ser humano que implica a idéia da liberdade pessoal. 
Boécio (séc. V) define, por primeira vez, a pessoa humana como sujeito independente do 
grupo social. Até esse momento não se concebia a possibilidade de que uma pessoa 
atuasse segundo expectativas diferentes de sua família ou da classe social que pertencia. 
 
O principio da autonomia exige o respeito a capacidade de decisão das pessoas, e o direito 
a que se respeite sua vontade, naquelas questões que se referem a elas mesmas. 
 
Na pratica da medicina tradicionalmente foi inspirada na busca do bem da pessoa doente e 
se guiou pela prudência. Sem embargo, a bioética como disciplina não surge até a segunda 
metade do século XX. No ano de 1974, o Congresso dos Estados Unidos criou uma 
comissão para elaborar diretrizes éticas com o objetivo de proteger e dar garantia aos 
direitos das pessoas incluídas em estudos de investigação biomédica, já que tinham sido 
em algumas ocasiões, até esse momento, vítimas do desejo experimentador dos 
científicos. Como conseqüência, em 1978 foi redatado o informe Belmont 2, um dos 
primeiros documentos escritos sobre bioética. Neste documento se reconhecia a 
necessidade do respeito e da opinião das pessoas doentes (autonomia), da pratica 
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profissional beneficente e da justiça. Um ano mais tarde, Beuchamp y Childress 3 
introduziram na reflexão Bioética o conceito da não-maleficência que é aceitado 
universalmente como quarto principio. 
 
Os detratores de que fosse reconhecida a primazia à vontade e desejo dos pacientes, 
sustém que as autonomias lhes fazem tomar decisões erradas, já que não são capazes de 
entender e integrar a informação sobre a sua doença. Afirmam que os profissionais 
declinam suas responsabilidades quando permitem que seja o paciente quem tome a 
decisão e limitam o papel do médico a informar sobre questões técnicas difíceis de 
compreender. Opinam assim mesmo que a proteção dos pacientes se é total e absoluta, 
impedirá a introdução de novos medicamentos, ao dificultar excessivamente a 
investigação. 
 
2. BIOÉTICA E INTERDISCIPLINARIDADE 
 
Desde o inicio do saber humano até os nossos dias, as ciências sofreram uma 
transformação, desde cosmopolitas até a super-especialização, desde um conjunto 
universal de conhecimentos até propriedades sem nenhum tipo de comunicação entre si. 
 
O conhecimento em paulatino aumento e na medida da capacidade de entendimento do 
homem frente a uma realidade cada vez mas ampla e superadora desse entendimento, deu 
como resultado que o ser humano tenha que ir limitando áreas do conhecimento, em zonas 
cada vez mais especificas, para poder, dessa maneira, chegar a compreender em forma 
rápida e profunda essa realidade que o rodeia, mais a realidade não se dividiu em 
propiedades, a realidade segue sendo uma. Nosso mundo com suas intrincadas relações, 
complexas para nosso entendimento limitado, se faz também mais imcompreensivel pelo 
isolamento que se produz entre as distintas especialidades. A falta de dialogo entre os 
especialistas nos faz ver que o mal da especialização tem como conseuqencia uma 
esclerose mental; o conhecoimento deixa de ser uma relação com o mundo real, para 
desenvolver sistemas de abstrações cada vez mais estreitos e sem comunicação entre si. 
 
O mundo, essa realidade repleta de relações que conectam a todos os elementos em um 
universo, se vê desagregado, parcializado e as relações que os unem ou os feitos únicos se 
vê desmembrados y parcializados pelas distintas ciências, dessa forma a ciência física, por 
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exemplo, compreende o átomo de uma maneira e a química de outra. 
 
A partir dessa premissa fundamental surge à necessidade de uma corrente que englobe as 
distintas ciências, para poder encontrar um horizonte global de compreensão onde se pode 
analisar a realidade em seu conjunto. 
 
A interdisciplinaridade se impõe em todas aquelas partes onde as especialidades estão 
institucionalizadas em setores especializados, cuja coordenação é ao mesmo tempo 
elaboração de uma síntese específica das informações heterogêneas e especiais, sendo o 
objetivo, em todas as partes e sempre, um objetivo de ação. 
 
A interdisciplinaridade é uma necessidade para poder compreender ao mundo em forma 
global, para poder resolver problemas em forma global, para poder pensar uma realidade 
que desestruturada em especialidades estancadas e sem comunicação entre si, nos faz 
perder de vista as relações do mundo, as relações do homem com o mundo e as inter-
relações do mundo. 
 
E essa perda da visão universal do conhecimento, acoplada a uma busca de soluções a 
problemas que necessitam com maior resposta urgente, não parcializadas, mais em forma 
total, como seria o meio ambiente, a paz ou a ética moderna, é que as ciências 
interdisciplinares surgem como uma necessidade de nosso tempo. 
 
É a única maneira que se pode retornar a um conhecimento onde a natureza seja respeitada 
em sua totalidade, onde o ser humano recupere sua visão universal. Entre nossos 
contemporâneos, a reivindicação interdisciplinar não é mais que a reafirmação da 
integridade perdida. 
 
Mais como podemos falar de interdisciplinaridade da ciência se si perdeu no transcorrer 
da história, esse conceito de universalidade que se tinha na época dos gregos ou dos 
medievais, ter novamente um conceito interdisciplinar é recuperar a consciência global do 
mundo. 
 
 
 
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3. CONCLUSÃO 
 
Hoje o mundo moderno afronta uma grande problemática entre a vida e a ciência. A causa 
de tantas perguntas e de tantos conceitos surge a Bioética, pondo um marco sobre os 
valores humanos e científicos. 
 
Todos os princípios da bioética são muito importantes e devem ser bem interpretados, não 
de uma maneira isolada ou conforme os interesses das pessoas. 
 
O principio mais moderno que é o da autonomia, é raiz de vários debates. Até onde seria 
correto que as pessoas decidam o que querem para elas? Será que tudo que possam decidiré bom e vai trazer conseqüências boas? 
 
Por isso que cada caso deve ser estudado dentro do conjunto das situações. A Biótica na 
área da medicina é algo muito importante e delicado. O tema dos pacientes terminais ou 
com doenças incuráveis, fetos com malformações que se aconselha o aborto terapêutico, a 
eutanásia ou “suicídio assistido”, são temas que deveriam fazer todos refletir sobre o valor 
e a dignidade da vida humana. 
 
O principio da beneficência e da não-maleficência também tem um grande peso e valor. 
Não devemos buscar e fazer o mal a ninguém, pelo contrario, devemos ajudar e apoiar aos 
nossos semelhantes. 
 
A ciência e a tecnologia devem ser usadas para o bem das pessoas, para buscar alivio nos 
sofrimentos das pessoas enfermas, e não a morte. 
 
Dando minha opinião, como profissional da saúde, que trabalho justamente com idosos 
terminais, vejo cada dia o desrespeito a vida e aos pacientes terminais. Para o governo 
político, são um verdadeiro estorvo e gerador de gastos, para a medicina, algo que já não 
se pode resolver e a morte não se pode evitar; mais esquecem que atrás de cada paciente 
existe uma pessoa, uma história, uma vida, que deve ser tratada com dignidade e respeito 
até o seu ultimo suspiro. 
 
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Ainda temos que percorrer um caminho muito longo para conseguir um equilíbrio entre a 
ciência, a ética e a moral na sociedade moderna. Infelizmente muitos valores importantes 
como o amor ao semelhante, a gratuidade, a generosidade, a preocupação pelo bem estar 
do seu próximo se estão perdendo, dando lugar a um pensamento egoísta e imoral, onde 
tudo é permitido e que todo muito tem direito de fazer o que quer, à margem de qualquer 
conseqüência. 
 
A Bioética e a interdisciplinaridade mostram a importância de todos trabalharem em união 
para buscar e alcançar o mesmo objetivo: O bem para todos. 
 
Cada ciência tem a sua maneira de ver as coisas e tem uma linha de pensamento e 
raciocino diferente. Mais essas diferenças não devem ser motivo de desunião, e sim de 
complementação. 
 
Ninguém pode conseguir algo perfeito sozinho. Todos necessitam a ajuda dos outros. Por 
isso a Bioética como ciência, precisa das demais ciências para alcançar uma estrutura 
sólida de princípios e as outras ciências necessitam dela para não ultrapassar dos limites 
permitidos dentro da humanidade. 
 
E dessa relação nascem vários ramos que vão sendo lançados na sociedade, para alcançar 
o bem comum, trabalhados desde uma visão global das coisas e dos acontecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. REFERENCIAS 
 
BEAUCHAMP J F, CHILDRESS. Princípios da ética biomédica. Editorial Masson, 
Barcelona, 1999. 
 
BOOTOMORE, TOM. Interdiscliplinaridad y Ciências humanas. Ediciones UNESCO 
España, 1983.

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