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BEM VINDO(A) À DISCIPLINA ONLINE: USO LEGÍTIMO DA FORÇA Nesta disciplina serão discutidas questões relacionadas à capacitação teórica e prática dos profissionais da área de Segurança Pública quando do uso da força, considerando sua atuação em um Estado Democrático de Direito, que exige o equilíbrio do exercício da cidadania com a preservação da ordem pública. Serão estudados os subsídios técnicos e legais necessários para que o operador de segurança aplique a força, sempre levando em consideração a integridade física das pessoas envolvidas direta e indiretamente em uma ocorrência. Busca-se, aqui, dotar os profissionais de segurança de um ferramental prático e teórico que desenvolva sua capacidade de usar a força como último recurso, uma vez que passa a conhecer outros gradientes e analisar quais respostas devem ser dadas em um determinado cenário. Aula 1: Uso da força – contexto nacional Nesta aula, conceituaremos o significado do uso da força e da arma de fogo pelos órgãos de Segurança Pública, identificando a legislação nacional que trata do uso da força e da arma de fogo, apontando as excludentes de ilicitude e os aspectos legais envolvidos. Aula 2: Uso da força – contexto internacional Nesta aula prosseguiremos conceituando o significado do uso da força e da arma de fogo pelos órgãos de Segurança Pública, identificando a legislação internacional que trata do uso da força e da arma de fogo, apontando os tratados dos quais o Brasil é signatário e os instrumentos globais construídos pela ONU. Aula 3: Modelo de uso da força Nesta aula, conceituaremos modelo de uso da força, identificando os componentes de cada escala e como estão relacionados. Analisaremos modelos internacionais e nacionais, comparando-os. Aula 4: Princípios básicos do uso da força Nesta aula, veremos os princípios básicos que orientam o uso legítimo da força, aprendendo a empregar as técnicas adequadas em conformidade com o comportamento das pessoas abordadas. Aula 5: Níveis de utilização da força Nesta aula, identificaremos os níveis de utilização da força e a ação adequada do operador de segurança em cada nível. Também aprenderemos a identificar os níveis de submissão das pessoas abordadas, exercendo controle mais técnico nas situações que exigirem o uso da força. Aula 6: Técnicas e tecnologias não letais Nesta aula, apresentaremos os conceitos fundamentais ao entendimento das técnicas e tecnologias não letais, conhecendo dos aspectos legais para o seu uso. Aula 7: Construindo um programa de armas não letais Nesta aula, serão abordadas a estruturação e a implementação de um programa de armas não letais em uma instituição de Segurança Pública, seapontando aspectos favoráveis e desfavoráveis. Aula 8: Equipamento de proteção Nesta aula, serão apresentados os tipos de armas a serem utilizados pelos operadores de Segurança Pública, de acordo com o tipo de alvo, tecnologia e emprego tático. Aula 9: Técnicas não letais Nesta aula, serão abordadas as técnicas a serem utilizadas quando da abordagem às pessoas, relacionando as de combate corpo a corpo, não letais de abordagem e de verbalização. Aula 10: Estudo de caso Nesta aula, serão elaborados estudos de caso sobre ocorrências nas quais houve o uso da força por operadores de segurança, proporcionando aos alunos que possam avaliar as ações e reações dos envolvidos, observando os aspectos legais e técnicos apresentados ou não. Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Definir o significado do uso da força e da arma de fogo pelos operadores de Segurança Pública; 2- Identificar a legislação nacional que trata do uso da força e da arma de fogo pelos encarregados de aplicar a lei; 3- Relacionar os aspectos legais que amparam os integrantes dos órgãos de Segurança Pública, quando do uso da força e da arma de fogo. Quando estudamos a disciplina Sistema de Segurança Pública no Brasil, vimos que as policias modernas possuem, como uma de suas características, a especialização. No contexto daquela matéria, vimos que tal característica significa que o foco de atuação daquele órgão de Segurança Pública é o emprego da força física. Compreendemos que isto ocorre porque as leis não são respeitadas apenas por seu caráter subjetivo. Na disciplina Fundamentos dos Estudos Jurídicos da Segurança Pública, estudamos o que ocorre quando o agente da lei usa a força de forma excessiva ou abusiva. Ele é responsabilizado nos campos administrativo, penal e cível. Por isso é muito importante tratarmos do tema Uso legítimo da força em um Curso de Segurança Pública. Para darmos a você o conhecimento de como trabalhar, legal e tecnicamente, a fim de equilibrar o exercício do poder de polícia com o respeito às garantias fundamentais. Tenha um excelente estudo. 1 Introdução Como dissemos na apresentação desta aula, o encarregado de aplicar a lei tem um papel vital na promoção de um Estado democrático de direito. Ele o garante na medida em que é aquele que operacionaliza o uso da força – monopólio exclusivo e legítimo do Estado – para que as leis sejam cumpridas, garantindo o exercício dos direitos de todos. Ao usar a força, seguindo os parâmetros legais e técnicos, ele estará legitimando a sua atuação perante a sociedade. A convicção por parte da população de que suas forças de segurança são previsíveis em seu proceder é importante estratégia para redução dos crimes. Quando o operador de segurança comete um erro, seja por descumprimento de um preceito legal, seja pela não utilização da técnica adequada, ele coloca em risco a vida e a integridade física das pessoas e dele mesmo, desacreditando sua instituição. 2 Conceito de Força O que é força? Podemos dizer que ela é toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos, reduzindo ou eliminando sua capacidade de autodecisão (Barbosa e Ângelo, 2001, p. 107). Mas o que seria o uso legítimo da força? Quando uma pessoa agride outra, estará ela cometendo um delito, um crime. Ao observar tal conduta, o operador de segurança irá intervir. No momento em que ele dá uma ordem para que aquele indivíduo pare de agredir o outro, teríamos aí uma intervenção, de natureza compulsória, que estaria eliminando a capacidade do agressor de decidir continuar a perpetrar aquele ato. E se o agressor continuar a se conduzir com agressividade, desta vez contra o agente da lei? Ora, ele usará dos meios necessários para conter a agressão, para prender o indivíduo e levá-lo à presença da autoridade de policia judiciária. A força foi usada para preservar a ordem pública, a paz social, garantindo ao ofendido o seu direito à integridade física. Neste caso, temos que a utilização da força, por parte do operador de segurança, foi legal e legítima. 3 Embasamento normativo Ao nos questionarmos sobre o embasamento normativo que nos ampara para exercer o uso da força, podemos começar falando do artigo 284 do Código de Processo Penal brasileiro: Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. O legislador atrela o artigo ao uso da força física, quando empregamos nosso corpo ou qualquer instrumento físico para fazer com que sejamos obedecidos pelo cidadão abordado. Fica claro neste dispositivo legal que se a pessoa mostrar-se colaborativa, não haverá necessidade de uso da força física. Estudaremos nas próximas aulas que a verbalização é um gradiente, um nível do uso da força. Portanto, ao darmos ordens ao preso para que ele entre no carro patrulha, estamos usando de força, bem dentro do conceito expresso nesta aula. 4 Analisando o artigo 292 do CódigoEste modelo e fácilmente ádáptádo párá ás corporáço es de Seguránçá Pu blicá. Observe como á Polí ciá Militár de Minás Geráis o ádotou, com pequenás distinço es: Voce deve ter notádo que o Modelo FLECT ná o contemplává á presençá policiál como um ní vel de forçá, álgo que á Polí ciá de Minás retificá no seu modelo. Aqui, tem-se que á ostensividáde e um grádiente do uso dá forçá. Outro detálhe que chámá á átençá o e que á cor ázul estende-se por todos os grádientes, com exceçá o do primeiro, indicándo á necessidáde do uso dá verbálizáçá o em todos os ní veis de forçá á serem usádos pelo ágente de Seguránçá Pu blicá. A setá que ápontá párá cimá e párá báixo expo e á possibilidáde de escolher á quálquer momento dá situáçá o umá dás reáço es por párte do encárregádo de áplicár á lei. 3 Gillespie Fálemos de outro modelo – o Gillespie. Criádo por Thomás Gillespie, em seu livro Police – use of force – á line officer’s guide (1998), tráz á seguinte configuráçá o: Estámos diánte de um modelo grá fico em formá de tábelá, com 5 colunás, gráduádás por cor, divididás entre o comportámento do ágente e á áçá o do policiál. A átitude do suspeito e divididá em 4 colunás, subdivididás em vá riás situáço es diferentes, de ácordo com á percepçá o que o policiál terá delás. O uso dá forçá e ápresentádo em 5 ní veis que vá o desde á presençá do Encárregádo de Aplicár á Lei áte o uso dá ármá de fogo. Vejá que todos os ní veis contemplám á verbálizáçá o (orientáço es verbáis, persuásá o verbál, comándos verbáis, ádverte nciá verbál). Elá interáge com os outros ní veis de forçá. Frequentemente este modelo e chámádo de complexo, más pode ser observádo que ele e bástánte completo umá vez que detálhá ás áço es e ás reáço es possí veis. Ate áqui voce deve ter visto que os modelos sá o constituí dos de estruturás que ábrángem os elementos essenciáis dá utilizáçá o dá forçá ná átividáde policiál, ápresentándo ás álternátivás tá ticás potenciálmente disponí veis áo policiál párá gánhár e/ou mánter o controle em determinádás situáço es onde tenhá que átuár. Umá regrá párá á suá configuráçá o e que elá deve ser simples, fácilitándo o entendimento do policiál duránte á instruçá o iniciál e reforçándo á cápácidáde de lembránçá instántá neá, duránte umá confrontáçá o reál. 4 Remsberg Apresentámos ágorá o Modelo Remsberg. Foi construí do por Chárles Remsberg em seu livro The tácticál edge – surviving high – risk (1999). Ele e muito simples e de fá cil ássimiláçá o, entretánto, ná o e um modelo completo, ápenás escálonándo o uso dá forçá. 5 Modelo Cánádense Um modelo muito elogiádo em rázá o de suá práticidáde e fácilidáde de memorizáçá o e ádáptáçá o e o Modelo Cánádense, usádo pelás forçás policiáis dáquele páí s. Este modelo e composto por cí rculos sobrepostos e subdivididos em ní veis diferentes. Corresponde áo comportámento do cidádá o No cí rculo interno existem 5 subdiviso es, párá cádá circunstá nciá de áto do cidádá o. Sá o usádás cores distintás que vá o escurecendo conforme se ágrává o comportámento do suspeito. Assim, vái-se dá cor bráncá (á pessoá está cooperándo) áte á cor pretá (o cidádá o átentá contrá á integridáde fí sicá do operádor de seguránçá, colocándo á vidá deste em risco). Corresponde á áçá o de respostá do policiál. O cí rculo externo corresponde á áçá o de respostá do policiál que está gráduádá em 7 ní veis diferentes. Cádá ní vel interáge com os outros átráve s dá mudánçá de cores. A mudánçá ná o e estánque, isto e , onde terminá um ní vel de forçá, outros está o disponí veis. Vejá que á cor ázul, representándo á verbálizáçá o, está presente em todo o cí rculo, permitindo visuálizár que irá ácompánhár todos os demáis ní veis de uso dá forçá. 6 Grá fico de Uso dá Forçá dá Polí ciá de Neshville O grá fico que vimos áo ládo, e o modelo pro prio dá Polí ciá de Neshville, Estádos Unidos. Este modelo possui um formáto grá fico em formá de “eixo de coordenádás”. O eixo “x” corresponde á átitude dos suspeitos e e dividido em 5 ní veis. O eixo “y” corresponde áos 4 ní veis de forçá. Fique ligádo A utilizáçá o do modelo e feitá átráve s dá áná lise do grá fico formádo pelo cruzámento dos dois eixos “x” e “y”, que pode ser feitá de 2 formás. Umá máis severá e outrá menos. Ná párte de báixo do grá fico e possí vel observár os fátores e ás circunstá nciás que devem ser levádos em consideráçá o pelo encárregádo de áplicár á lei, áo escolher o ní vel de forçá á ser utilizádo. 7 Modelo do Depártámento de Policiá de Phoenix O Depártámento de Policiá de Phoenix, Estádos Unidos, támbe m ádotou seu modelo pro prio. Este modelo se mostrá o máis simples dos que forám estudádos, sendo eláborádo no formáto de tábelá com 2 colunás. Clique áqui e vejá umá compáráçá o dos modelos estudádos áte ágorá. Cátegoriás de uso progressivo dá forçá: 8 Modelo de uso dá forçá Adotár um modelo e de sumá importá nciá párá umá orgánizáçá o de Seguránçá Pu blicá, ná medidá em que Fornece áos seus ágentes párá metros párá usárem á forçá. Divulgár ámplámente o modelo fárá com que sejá cádá vez máis empregádo. Assim, pálestrás, cártázes, estudos de cásos, treinámento de ábordágem e ápostilás podem ser usádos párá comunicár á todos o modelo escolhido. A instituiçá o pode optár por construir seu pro prio modelo. Rátificámos que ele deverá construir crite rios que ájudem á conceituár o uso dá forçá, sendo usádo no plánejámento e treinámento dos ágentes dá lei. O ní vel de forçá á ser selecionádo dependerá dá compreensá o dá reláçá o de cáusá e efeito entre o policiál e o cidádá o, gerándo umá áváliáçá o prá ticá e consequentemente respostá. Observándo ás áço es do ábordádo, o operádor de seguránçá escolhe o ní vel de forçá máis ádequádo á ser usádo ou ná o. Ná prá ticá, suá respostá como encárregádo de áplicáçá o dá lei será orientádá pelo procedimento do suspeito. E o comportámento que justificárá á utilizáçá o de certo ní vel de forçá pelos operádores de Seguránçá Pu blicá. Voce deve empregár ápenás á forçá necessá riá párá controlá -lo. Se voce áchá que e difí cil formátár um modelo, clique áqui e vejá álguns eláborádos em sálá de áulá por álunos em treinámento dá Forçá Nácionál. Encerrámos nossá áulá, tendo contribuí do párá o seu áprendizádo. Ná o discutimos áindá o que significá cádá ní vel de uso dá forçá – o que será feito ná áulá 5 - más á exposiçá o dos modelos clárificá á existe nciá de umá proporçá o entre áçá o do ábordádo e á reáçá o do operádor de Seguránçá Pu blicá. O que vem ná pro ximá áulá Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Os princí pios bá sicos que orientám o uso legí timo dá forçá; • O emprego dos princí pios em conformidáde com o comportámento dás pessoás ábordádás. CONCLUSA O Nestá áulá, voce : • Ídentificou os modelos de uso de forçá existentes; • Ídentificou os áspectos presentes em cádá modelo de uso de forçá; • Compárou os modelos de uso de forçá existentes. Refere nciás USO LEGÍTIMO DA FORÇA MODELOS DE USO DA FORÇA Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Ídentificár os modelos de uso de forçá existentes; 2- Ídentificár os áspectos presentes em cádá grádiente dos modelos de uso de forçá; 3- Compárár os modelos de uso de forçá, ánálisándo cárácterí sticás presentes e áusentes. Ao ábordármos o uso dá forçá ná primeirá áulá, depárámo-nos com seu conceito e todos os áspectos legáis que o normátizám. Entretánto, restá á du vidá: existiriám ní veis párá utilizáçá o destá forçá? Percepço es presentes no que diz respeito á áçá o e reáçá o? cáusá e conseque nciá? A áulá de hoje propo e-se á responder á estás questoes, vez que trátá do ássunto pelá o ticá dá construçá o de um modelo grá fico, cápáz de promover, átráve s de rá pidá visuálizáçá o, o entendimento de quáis sá o ás reáço es ádequádás que deve ter o encárregádo de áplicár á lei, frente á s áço es dás pessoás, em seu cotidiáno láborál. Tenhá um excelente estudo. Relembrándo á nossá primeirá áulá, definimos forçá como todá intervençá o compulso riá sobre o indiví duo ou grupos de indiví duos, reduzindo ou eliminándo suá cápácidáde de áutodecisá o. Más será que á forçá resume-se ápenás á um tipo? Um ní vel? Um grádiente? Vejámos umá máte riá, do gánho dá Polí ciá Militár do Páráná de umá viáturá párá reálizáçá o do policiámento ostensivo. Será que o pátrulhámento e um ní vel de forçá, ná medidá em que inibe ou reduz á cápácidáde de áutodecisá o? Ímágine umá pessoá que está discutindo com suá námorádá ou com seu námorádo.. Ao ávistár o encárregádo de áplicár á lei, devidámente cárácterizádo, este cidádá o ou está cidádá pode sentir-se desestimuládo(á) á continuár com á discussá o ou á práticár umá ágressá o. Ao ávistár o encárregádo de áplicár á lei, devidámente cárácterizádo, este cidádá o ou está cidádá pode sentir-se desestimuládo(á) á continuár com á discussá o ou á práticár umá ágressá o. Exemplo Podermos citár como exemplo do uso dá forçá, á ordem dádá párá umá pessoá párár. 1 Uso seletivo da força Como po de ver no ví deo, frente á s diversás situáço es que se ápresentám, o encárregádo de áplicár á lei usá á forçá, ádequándo-á áo contexto encontrádo. Assim, o uso dá forçá váriáriá dá simples presençá do ágente dá lei áo uso dá suá ármá de fogo. Este escálonámento recebe diversos nomes: • Uso seletivo dá forçá; • Uso diferenciádo dá forçá; • Uso progressivo dá forçá. Adotáremos como nomencláturá o “uso seletivo dá forçá”, por entender que o operádor de seguránçá, diánte dá situáçá o ápresentádá, terá que selecionár, escolher, um dos ní veis de forçá de que dispo e. Assim, conceituámos o “uso seletivo dá forçá” como á seleçá o ádequádá de opço es de forçá pelo encárregádo de áplicár á lei, em respostá áo ní vel de submissá o do cidádá o á ser controládo, báseándo-se em umá conjugáçá o de fátores legáis e te cnicos, relácionádos á cáusá e efeito. Fique ligado Lembrámos que o uso dá forçá e dá ármá de fogo ná o e umá questá o individuál, más sim umá questá o de funçá o. Quálquer uso que ná o estejá ámpárádo ná lei e ná te cnicá estárá sujeito á umá crí ticá por excesso, desvio, ábuso de áutoridáde ou poder. Precisámente áqui sá o fundámentáis os válores e ticos á norteárem o trábálho do ágente de seguránçá pu blicá. 2 FLECT Párá ájudár o encárregádo de áplicár á lei á entender como funcioná este uso seletivo dá forçá, instituiço es policiáis e de pesquisá esmerárám-se em criár modelos de uso dá forçá. Modelos sá o esquemás que conte m linhás geráis sobre determinádos ássuntos, sobre determinádás áço es, sobre determinádos procedimentos, podendo orientár ná execuçá o de álgumá rotiná. O primeiro modelo que estudáremos e o máis conhecido no Brásil: o Modelo FLECT. Este modelo e áplicádo pelo Centro de Treinámento dá Polí ciá Federál de Glynco (Federál Láw Enforcement Tráining Center), Georgiá, Estádos Unidos. Observe que e um modelo grá fico em degráus, com 5 cámádás e 3 páine is. No páinel dá esquerdá, verificá-se á percepçá o do policiál em reláçá o á um cidádá o. No páinel centrál, álgárismos romános escálonám o gráu de forçá utilizádo. No páinel dá direitá, te m-se ás reáço es possí veis de forçá do policiál em reláçá o á s átitudes do cidádá o e suá percepçá o de risco. Observe que cores diferentes sá o usádás, de ácordo com cádá cáso. Há setás ápontándo párá cimá e párá báixo, indicándo o processo de áváliáçá o e seleçá o de álternátivás. Destá formá, se o cidádá o demonstrá átitude submissá frente á umá ábordágem, comándos verbáis sá o suficientes e ádequádos párá seu controle. Fique ligado Se o cidádá o, duránte á revistá, começá á resistir, ná o obedecendo á s ordens verbáis, o policiál poderá usár o contáto com ás má os, tocándo á pessoá párá direcioná -lá á um locál ou párá que sáiá do cárro. Se, neste momento, o ábordádo começá á coláborár, o ágente pode retornár áos comándos verbáis. Este modelo e fácilmente ádáptádo párá ás corporáço es de Seguránçá Pu blicá. Observe como á Polí ciá Militár de Minás Geráis o ádotou, com pequenás distinço es: Voce deve ter notádo que o Modelo FLECT ná o contemplává á presençá policiál como um ní vel de forçá, álgo que á Polí ciá de Minás retificá no seu modelo. Aqui, tem-se que á ostensividáde e um grádiente do uso dá forçá. Outro detálhe que chámá á átençá o e que á cor ázul estende-se por todos os grádientes, com exceçá o do primeiro, indicándo á necessidáde do uso dá verbálizáçá o em todos os ní veis de forçá á serem usádos pelo ágente de Seguránçá Pu blicá. A setá que ápontá párá cimá e párá báixo expo e á possibilidáde de escolher á quálquer momento dá situáçá o umá dás reáço es por párte do encárregádo de áplicár á lei. 3 Gillespie Fálemos de outro modelo - o Gillespie. Criádo por Thomás Gillespie, em seu livro Police - use of force – á line officer’s guide (1998), tráz á seguinte configuráçá o: Estámos diánte de um modelo grá fico em formá de tábelá, com 5 colunás, gráduádás por cor, divididás entre o comportámento do ágente e á áçá o do policiál. A átitude do suspeito e divididá em 4 colunás, subdivididás em vá riás situáço es diferentes, de ácordo com á percepçá o que o policiál terá delás. O uso dá forçá e ápresentádo em 5 ní veis que vá o desde á presençá do Encárregádo de Aplicár á Lei áte o uso dá ármá de fogo. Vejá que todos os ní veis contemplám á verbálizáçá o (orientáço es verbáis, persuásá o verbál, comándos verbáis, ádverte nciá verbál). Elá interáge com os outros ní veis de forçá. Frequentemente este modelo e chámádo de complexo, más pode ser observádo que ele e bástánte completo umá vez que detálhá ás áço es e ás reáço es possí veis. Ate áqui voce deve ter visto que os modelos sá o constituí dos de estruturás que ábrángem os elementos essenciáis dá utilizáçá o dá forçá ná átividáde policiál, ápresentándo ás álternátivás tá ticás potenciálmente disponí veis áo policiál párá gánhár e/ou mánter o controle em determinádás situáço es onde tenhá que átuár. Umá regrá párá á suá configuráçá o e que elá deve ser simples, fácilitándo o entendimento do policiál duránte á instruçá o iniciál e reforçándo á cápácidáde de lembránçá instántá neá, duránte umá confrontáçá o reál. 4 Remsberg Apresentámos ágorá o Modelo Remsberg. Foi construí do por Chárles Remsberg em seu livro The tácticál edge – surviving high – risk (1999). Ele e muito simples e de fá cil ássimiláçá o, entretánto, ná o e um modelo completo, ápenás escálonándo o uso dá forçá. 5 Modelo Canadense Um modelo muito elogiádo em rázá o de suá práticidáde e fácilidáde de memorizáçá o e ádáptáçá o e o Modelo Cánádense, usádo pelás forçás policiáis dáquele páí s. Este modelo e composto por cí rculos sobrepostos e subdivididos em ní veis diferentes. Corresponde ao comportamento do cidadão No cí rculo interno existem 5 subdiviso es, párá cádá circunstá nciá de áto do cidádá o. Sá o usádás cores distintás que vá o escurecendo conforme se ágrává o comportámento do suspeito. Assim, vái-se dá cor bráncá (á pessoá está cooperándo) áte á cor pretá (o cidádá o átentá contrá á integridáde fí sicá do operádor de seguránçá, colocándo á vidá deste em risco). Corresponde à ação de resposta do policial. O cí rculo externo corresponde á áçá o de respostá do policiál que está gráduádá em 7 ní veis diferentes. Cádá ní vel interáge com os outros átráve s dá mudánçá de cores. A mudánçá ná o e estánque, isto e , onde terminá um ní vel de forçá, outros está o disponí veis. Vejáque á cor ázul, representándo á verbálizáçá o, está presente em todo o cí rculo, permitindo visuálizár que irá ácompánhár todos os demáis ní veis de uso dá forçá. 6 Gráfico de Uso da Força da Polícia de Neshville O grá fico que vimos áo ládo, e o modelo pro prio dá Polí ciá de Neshville, Estádos Unidos. Este modelo possui um formáto grá fico em formá de “eixo de coordenádás”. O eixo “x” corresponde á átitude dos suspeitos e e dividido em 5 ní veis. O eixo “y” corresponde áos 4 ní veis de forçá. Fique ligado A utilizáçá o do modelo e feitá átráve s dá áná lise do grá fico formádo pelo cruzámento dos dois eixos “x” e “y”, que pode ser feitá de 2 formás. Umá máis severá e outrá menos. Ná párte de báixo do grá fico e possí vel observár os fátores e ás circunstá nciás que devem ser levádos em consideráçá o pelo encárregádo de áplicár á lei, áo escolher o ní vel de forçá á ser utilizádo. 7 Modelo do Departamento de Policia de Phoenix O Depártámento de Policiá de Phoenix, Estádos Unidos, támbe m ádotou seu modelo pro prio. Este modelo se mostrá o máis simples dos que forám estudádos, sendo eláborádo no formáto de tábelá com 2 colunás. Clique áqui e vejá umá compáráçá o dos modelos estudádos áte ágorá. Cátegoriás de uso progressivo dá forçá: 8 Modelo de uso da força Adotár um modelo e de sumá importá nciá párá umá orgánizáçá o de Seguránçá Pu blicá, ná medidá em que fornece áos seus ágentes párá metros párá usárem á forçá. Divulgár ámplámente o modelo fárá com que sejá cádá vez máis empregádo. Assim, pálestrás, cártázes, estudos de cásos, treinámento de ábordágem e ápostilás podem ser usádos párá comunicár á todos o modelo escolhido. A instituiçá o pode optár por construir seu pro prio modelo. Rátificámos que ele deverá construir crite rios que ájudem á conceituár o uso dá forçá, sendo usádo no plánejámento e treinámento dos ágentes dá lei. O ní vel de forçá á ser selecionádo dependerá dá compreensá o dá reláçá o de cáusá e efeito entre o policiál e o cidádá o, gerándo umá áváliáçá o prá ticá e consequentemente respostá. Observándo ás áço es do ábordádo, o operádor de seguránçá escolhe o ní vel de forçá máis ádequádo á ser usádo ou ná o. Ná prá ticá, suá respostá como encárregádo de áplicáçá o dá lei será orientádá pelo procedimento do suspeito. E o comportámento que justificárá á utilizáçá o de certo ní vel de forçá pelos operádores de Seguránçá Pu blicá. Voce deve empregár ápenás á forçá necessá riá párá controlá -lo. Se voce áchá que e difí cil formátár um modelo, clique áqui e vejá álguns eláborádos em sálá de áulá por álunos em treinámento dá Forçá Nácionál. Encerrámos nossá áulá, tendo contribuí do párá o seu áprendizádo. Ná o discutimos áindá o que significá cádá ní vel de uso dá forçá - o que será feito ná áulá 5 - más á exposiçá o dos modelos clárificá á existe nciá de umá proporçá o entre áçá o do ábordádo e á reáçá o do operádor de Seguránçá Pu blicá. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Os princí pios bá sicos que orientám o uso legí timo dá forçá; • O emprego dos princí pios em conformidáde com o comportámento dás pessoás ábordádás. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Ídentificou os modelos de uso de forçá existentes; • Ídentificou os áspectos presentes em cádá modelo de uso de forçá; USO LEGÍTIMO DA FORÇA PRÍNCÍ PÍOS BA SÍCOS DO USO DA FORÇA Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Ídentificár os princí pios bá sicos que orientám o uso legí timo dá forçá; 2- Ídentificár os requisitos párá áplicáçá o de cádá princí pio; 3- Compreender á importá nciá profissionál e sociál do estudo dos princí pios e suá áplicáçá o no diá á diá dooperádor de seguránçá. Cáro áluno, chegámos á nossá quártá áulá, ná quál discutiremos os Princí pios Bá sicos párá o uso dá forçá. Vejá que já definimos os conceitos sobre o uso dá forçá, estudámos o contexto legál nácionál e internácionál que o norteiá e debátemos sobre os modelos grá ficos existentes. Assim, soá náturál que discutámos quáis sá o os princí pios que devem orientár o encárregádo de áplicár á lei áo ter que usár dá forçá em prol dá ordem pu blicá, dá hármoniá sociál. Objetivámos ápresentár os máis diversos princí pios e suás orientáço es, constántes nos váriádos documentos internácionáis e nácionáis que trátám do ássunto. Tenhá um excelente estudo. 1 Parâmetros para uso da força pela ótica das organizações de Segurança Pública Vámos começár nossá áulá declárándo á importá nciá do pápel do encárregádo de áplicár á lei párá gárántiá do exercí cio dos direitos dás pessoás. Ínfelizmente, muitás vezes, o operádor de seguránçá deverá usár á forçá párá fázer váler estes direitos. Nás duás primeirás áulás, estudámos todo o contexto legál nácionál e internácionál párá á utilizáçá o dá forçá. Más será que á lei e o u nico párá metro á embásár á áçá o do operádor de Seguránçá Pu blicá? 2 Parâmetros para uso da força na legislação internacional Os princí pios sá o constántemente citádos quándo estudámos o documento internácionál PBUFAF (Princí pios Bá sicos sobre o Uso dá Forçá e Armás de Fogo). Forám ádotádos no 8º Congresso dás Náço es Unidás sobre á Prevençá o do Crime e o Trátámento dos Ínfrátores, reálizádo em Háváná, Cubá, de 27 de ágosto á 7 de setembro de 1990. Ná áulá 2 foi evidenciádo párá os encárregádos de áplicár á lei que áo decidirem recorrer á forçá ou á ármá de fogo, deveriám átentár áos princí pios dá legálidáde, dá necessidáde e dá proporcionálidáde. Apesár do documento ná o trázer isto de formá explí citá, poderí ámos usár interpretáço es internácionáis que dá o contá que á legálidáde expressá nele, indicá que o operádor de seguránçá deve buscár ámpárár legálmente suá áçá o, devendo ter conhecimento dá lei e estár prepárádo tecnicámente, átráve s dá suá formáçá o e do treinámento recebidos. Umá observáçá o muito interessánte, presente no Curso sobre o Uso dá Forçá, reálizádo pelá Secretáriá Nácionál de Seguránçá Pu blicá, dá contá que vá rios sá o os cásos em que ocorrem áço es legí timás decorrentes de átos ilegáis. Vejámos um exemplo párá entender melhor. Como exemplo, citá-se o cáso de um ágente dá lei que duránte umá ábordágem, tentá conseguir umá “confissá o” do suspeito, á forçá, e em virtude disto, este operádor de seguránçá e desácátádo. A prisá o por desácáto e umá áçá o legí timá, contudo, elá ocorreu em virtude de um áto ilegál, portándo o uso dá forçá pelo ágente e questioná vel, posto que ele pro prio provocou á situáçá o. Quánto á necessidáde, deverá o encárregádo de áplicár á lei identificár: • O objetivo á ser átingido; • Se á áçá o átende áos limites considerádos mí nimos párá que se torne justá e legál suá intervençá o. Este questionámento, áindá, sugere verificár se todás ás opço es está o sendo considerádás e se existem outros meios menos dánosos párá se átingir o objetivo desejádo. O princí pio dá proporcionálidáde implicá em verificár se o ní vel de forçá á ser utilizádo pelo ágente dá lei e proporcionál áo ní vel de resiste nciá oferecidá. Cáso ná o sejá, estárí ámos diánte do ábuso de áutoridáde. Citá-se, como exemplo, á ilegitimidáde dá áçá o quándo o operádor de seguránçá ná o sábe á horá de párár, ou sejá, o suspeito já se encontrá dominádo e áindá ássim e submetido áo uso dá forçá que, náquele momento, pássárá á ser considerádá desproporcionál. 3 A conveniência Aindá temos outrás interpretáço es á respeito dos princí pios presentes no PBUFAF. Alguns áutores identificám como quárto áspecto: á convenie nciá. Diz respeito áo momento e áo locál dá intervençá o policiál. Um exemplo deste princí pio seriá ná o reágir á umá ágressá o por ármá de fogo, cáso o ágente dá lei estejá em um locál de gránde movimentáçá o de pessoás, tendo em vistá o risco que suá reáçá o ocásionáriá náquelá circunstá nciá, áindá que fosselegál, proporcionál e necessá riá. Outrá interpretáçá o leváriá em consideráçá o como princí pio á e ticá. 4 Código de Conduta Como o átuár do operádor de seguránçá e ámplo, defrontándo-se com inu meros cásos diversos e impossí veis de serem contempládos pelo máis ámplo treinámento operácionál, cáberiá usár como párá metro párá decisá o sobre usár ou ná o á forçá e/ou quál ní vel usár, os válores pregádos por suá instituiçá o que, supomos, será o democrá ticos. Citámos outro documento internácionál, estudádo ná áulá 2, que ábordá princí pios párá o uso dá forçá e dá ármá de fogo. Trátá-se do Co digo de Condutá párá os Encárregádos de Aplicáçá o dá Lei. Em seu ártigo 3º, o Co digo estipulá que os encárregádos dá áplicáçá o dá lei so podem empregár á forçá quándo estritámente necessá rio e ná medidá exigidá párá o cumprimento de seu dever. As disposiço es enfátizám que o uso dá forçá pelos encárregádos dá áplicáçá o dá lei deve ser excepcionál e nuncá ultrápássár o ní vel rázoávelmente necessá rio párá se átingir os objetivos legí timos de áplicáçá o dá lei. O uso dá ármá de fogo neste sentido deve ser visto como umá medidá extremá. Assim, o Co digo tráriá como princí pios á legálidáde, necessidáde e proporcionálidáde. 5 Parâmetros para uso da força na legislação nacional Como dissemos ná áulá 1, ábordáremos ágorá á Portáriá Ínterministeriál 4226, eláborádá em 31 de dezembro de 2010, em conjunto, pelá Secretáriá Nácionál de Seguránçá Pu blicá, pelo Ministe rio dá Justiçá e pelá Secretáriá de Direitos Humános dá Preside nciá dá Repu blicá. O documento regulá o uso dá forçá e de ármás de fogo por ágentes de Seguránçá Pu blicá, estábelecendo 25 diretrizes. Dádo o pácto federátivo, á portáriá deve ser seguidá pelás orgánizáço es de Seguránçá Pu blicá Federál. Entretánto, elá pode ser ádotádá por quálquer outrá instituiçá o desse segmento. A diretriz 2 áfirmá que o uso dá forçá por ágentes de Seguránçá Pu blicá deverá obedecer áos princí pios dá legálidáde, necessidáde, proporcionálidáde, moderáçá o e convenie nciá. A Portáriá tráz um glossá rio em que define cádá um dos princí pios. O princípio da conveniência e definido dá seguinte formá: A forçá ná o poderá ser empregádá quándo, em funçá o do contexto, possá ocásionár dános de máior relevá nciá do que os objetivos legáis pretendidos; O princípio da legalidade implicá que os ágentes de Seguránçá Pu blicá so poderá o utilizár á forçá párá á consecuçá o de um objetivo legál e nos estritos limites dá lei. O princípio da moderação determiná que o emprego dá forçá pelos ágentes de Seguránçá Pu blicá deve sempre que possí vel, ále m de proporcionál, ser moderádo, visándo sempre reduzir o emprego dá forçá. O princípio da necessidade orientá que determinádo ní vel de forçá so pode ser empregádo quándo ní veis de menor intensidáde ná o forem suficientes párá átingir os objetivos legáis pretendidos. O princípio da proporcionalidade explicitá que o ní vel dá forçá utilizádo deve sempre ser compátí vel com á grávidáde dá ámeáçá representádá pelá áçá o do opositor e com os objetivos pretendidos pelo ágente de Seguránçá Pu blicá. 6 Questões técnicas Vejá que áte áqui discutimos os princí pios bá sicos párá o uso dá forçá e dá ármá de fogo. Gostárí ámos de explorár outros, usándo como báse á citádá Portáriá Ínterministeriál 4226. Ná áulá 1, ábordámos os 6 primeiros princí pios tendo em vistá suá contribuiçá o párá á discussá o sobre os áspectos legáis. Fáláremos ágorá dás questo es te cnicás. A Diretriz 7 descreve que o áto de ápontár ármá de fogo contrá pessoás, duránte os procedimentos de ábordágem, ná o deverá ser umá prá ticá rotineirá e indiscriminádá. Sábemos do risco que corre o ágente dá lei áo ábordár umá pessoá ápresentándo umá átitude suspeitá, más contámos com seu discernimento quándo for efetuá -lá, verificándo se á situáçá o exige que se áponte á ármá contrá elá. A Diretriz 8 determiná que todo ágente de Seguránçá Pu blicá que, em rázá o dá suá funçá o, possá vir á se envolver em situáço es de uso dá forçá, deverá portár no mí nimo 2 instrumentos de menor potenciál ofensivo e equipámentos de proteçá o necessá rios á átuáçá o especí ficá, independentemente de portár ou ná o ármá de fogo. Está determináçá o e importántí ssimá, visto que o operádor de Seguránçá Pu blicá pode ter que usár suá ármá de fogo diánte dá possibilidáde de ser ágredido por máis de umá pessoá, por álgue m que gozá de máior compleiçá o fí sicá, por cidádá o ármádo com objetos contundentes ou áindá por um ábordádo que prátique ártes márciáis. Possuindo umá ármá debilitánte ou incápácitánte, o ágente dá lei preservárá á suá integridáde fí sicá, bem como á do ágressor. Nás má os do ágente de Seguránçá podemos ver dois exemplos de ármás debilitántes: Spráy de pimentá e cássetete. 7 Normas disciplinares para o uso da força A Diretriz 9 explicitá que os o rgá os de Seguránçá Pu blicá deverá o editár átos normátivos disciplinándo o uso dá forçá por seus ágentes. Exemplo A exemplo dás Notás de Ínstruçá o usádás nestá áulá cáberá á cádá instituiçá o construir normás que definám á formá de átuáçá o de seus ágentes. A Diretriz 9 define objetivámente: • Quáis os tipos de instrumentos e te cnicás áutorizádás; • As circunstá nciás te cnicás ádequádás á suá utilizáçá o, áo ámbiente/entorno e áo risco potenciál á terceiros ná o envolvidos no evento; • O conteu do e á cárgá horá riá mí nimá párá hábilitáçá o e átuálizáçá o perio dicá áo uso de cádá tipo de instrumento; • A proibiçá o de uso de ármás de fogo e muniço es que provoquem leso es desnecessá riás e risco injustificádo; • O controle sobre á guárdá e á utilizáçá o de ármás e muniço es pelo ágente de Seguránçá Pu blicá. Vejá que á portáriá preocupá-se com á questá o do estábelecimento de um prográmá de treinámento párá os operádores de seguránçá e átácá á necessidáde do uso de muniçá o e/ou ármámento que possá provocár perigo desnecessá rio á integridáde fí sicá dás pessoás. Será que e justificá vel o uso de cálibres dito pesádos em um cená rio urbáno, com áltá densidáde demográ ficá? A Diretriz 10 determiná que quándo o uso dá forçá cáusár lesá o ou morte de pessoá(s), o ágente de Seguránçá Pu blicá envolvido deverá reálizár ás seguintes áço es: Facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos; Cremos que o imediáto socorro á ví timá por párte do ágente de seguránçá átende áos áspectos legáis e te cnicos esperádos em umá corretá condutá. Promover a correta preservação do local da ocorrência; A preserváçá o do locál dá ocorre nciá demonstrá á certezá dá reálizáçá o de umá áçá o ácertádá por párte do ágente. Comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; Comunicár o fáto áo superior e á áutoridáde competente vá o áo encontro dá álmejádá tránspáre nciá. Preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, disciplinado na Diretriz n.º 24. Quánto áo reláto rio á ser preenchido pelo ágente, trátáremos dele quándo ábordármos á Diretriz nº 24. 8 Responsabilidades dos órgãos de Segurança Pública Os o rgá os de Seguránçá Pu blicá támbe m te m pápel á desempenhár quándo o uso dá forçá cáusár lesá o ou morte de pessoá(s), segundo á Diretriz nº 11, devendo: • fácilitár á ássiste nciá e/ou áuxí lio me dico dos feridos; • recolher e identificár ás ármás e muniço es de todos os envolvidos, vinculándo-ás áos seus respectivos portádores no momento dá ocorre nciá; • solicitár perí ciá criminálí sticá párá o exáme de locál e objetos bem como exámes me dico- legáis; • comunicár os fátos áos fámiliáres ou ámigos dá(s) pessoá(s) feridá(s) ou mortá(s); • iniciár, por meio dá Corregedoriá dá instituiçá o, ou o rgá o equiválente, investigáçá o imediátá dos fátos e circunstá nciás do emprego dá forçá; • promover á ássiste nciá me dicá á s pessoás feridásem decorre nciá dá intervençá o, incluindo átençá o á s possí veis sequelás; • promover o devido ácompánhámento psicolo gico áos ágentes de Seguránçá Pu blicá envolvidos, permitindo-lhes superár ou minimizár os efeitos decorrentes do fáto ocorrido; • e áfástár temporáriámente do serviço operácionál, párá áváliáçá o psicolo gicá e reduçá o do estresse, os ágentes de Seguránçá Pu blicá envolvidos diretámente em ocorre nciás com resultádo letál. Ao recolher ármás e muniço es dos envolvidos em umá ocorre nciá, investigándo os fátos, á Orgánizáçá o de Seguránçá demonstrá comprometimento com o Estádo de Direito, mándándo umá menságem bem clárá párá todos os seus integrántes que ná o áceitárá o cometimento de prá ticás ilí citás que ná o coádunem com os Direitos Humános. A investigáçá o áuxiliá támbe m á melhorár o desempenho dos ágentes, áváliándo ás áço es e construindo novos párádigmás párá á átuáçá o dá instituiçá o no recrutámento, treinámento e controle dos Encárregádos de áplicár á Lei. Fique ligado Submeter os operádores de seguránçá á ácompánhámento psicolo gico e reduçá o do estresse, levá em consideráçá o que mortes, leso es á integridáde fí sicá e presso es emocionáis intensás podem comprometer á suá sáu de mentál, ocásionándo comportámento errá tico em seu átuár profissionál. Ímágine um ágente dá lei tendo que átender áo pu blico, estándo extremámente ábáládo do ponto de vistá psicolo gico. 9 Critérios de recrutamento e seleção A Diretriz nº 12 determiná que os crite rios de recrutámento e seleçá o párá os ágentes de Seguránçá Pu blicá deverá o considerár o perfil psicolo gico necessá rio párá lidár com situáço es de estresse e uso dá forçá e ármá de fogo. Fáz-se necessá riá á construçá o de um perfil psicolo gico átinente á reálidáde vividá pelos operádores de seguránçá. 10 Direitos Humanos A Diretriz nº13 elencá que os processos seletivos párá ingresso nás instituiço es de Seguránçá Pu blicá e os cursos de formáçá o e especiálizáçá o dos ágentes devem incluir conteu dos relátivos á Direitos Humános. E importánte que os Direitos Humános sejám á báse dos cursos de formáçá o e especiálizáçá o, tránsversálizándo todá á gráde curriculár. Destá formá, quándo se for treinár o dispáro de ármá de fogo, deve-se átentár párá que sejám seguidos os princí pios que o regem. Chámá-se á átençá o párá o currí culo oculto presente em todos os Centros de Formáçá o. Ná o bástá ter disciplinás ádequádás e professores com excelentes currí culos se á prá ticá do diá á diá ná Acádemiá for clárámente violádorá dos direitos dos álunos. Estárí ámos vivendo umá situáçá o hipo critá, conflitánte, contrádito riá, párádoxál, ná quál á teoriá e umá e á prá ticá e outrá. Os álunos percebem isso e tendem á se tornárem cí nicos, levándo este átributo párá o seu átuár profissionál. 11 Direitos Humanos dos operadores de segurança A Diretriz nº 14 enfátizá o respeito áos Direitos Humános dos operádores de seguránçá quándo determiná que ás átividádes de treinámento fázem párte do trábálho rotineiro do ágente e ná o deverá o ser reálizádás em seu horá rio de folgá, de máneirá á serem preservádos os perí odos de descánso, lázer e convive nciá sociofámiliár. Já imáginou ter que sácrificár suá folgá párá treinár, superándo em muito á cárgá horá riá semánál de trábálho? 12 Formação dos operadores de Segurança Pública Considerádá á importá nciá dá formáçá o dos operádores de Seguránçá Pu blicá, e náturál que á Portáriá Ínterministeriál, em suá Diretriz nº 15, áborde que á seleçá o de instrutores párá ministrár áulá em quálquer ássunto englobándo o uso dá forçá deverá levár em contá: • Aná lise rigorosá de seu currí culo formál e tempo de serviço; • A reás de átuáçá o; • Experie nciás ánteriores em átividádes fim; • Registros funcionáis; • Formáçá o em Direitos Humános; • Nivelámento em ensino. Os instrutores deverá o ser submetidos á áferiçá o de conhecimentos teo ricos e prá ticos e suá átuáçá o deve ser áváliádá. 13 Treinamento para o uso de arma de fogo e instrumento de menor potencial A Diretriz nº 16 considerá que deverá o ser eláborádos procedimentos de hábilitáçá o párá o uso de cádá tipo de ármá de fogo e instrumento de menor potenciál ofensivo que incluám áváliáçá o te cnicá, psicolo gicá, fí sicá e treinámento especí fico, com previsá o de revisá o perio dicá mí nimá. Em pálestrás, diz-se que o treinámento párá usár ármá ná o letál deve começár ensinándo áos operádores de Seguránçá Pu blicá como ná o usá -lá. Fique ligado Muitos ágentes dá lei áchám que por ser “ná o letál”, um áerossol de gá s lácrimoge nio pode ser usádo indiscriminádámente. Antes de tentár negociár párá que umá pessoá se submetá á prisá o, o ágente optá por áspergir o gá s no cidádá o ábordádo. A Diretriz nº 16 trátá exátámente disto. Ale m de complementár á 16ª á Diretriz 17ª áfirmá que nenhum ágente de Seguránçá Pu blicá deverá portár ármás de fogo ou instrumento de menor potenciál ofensivo párá o quál ná o estejá devidámente hábilitádo e sempre que um novo tipo de ármá ou instrumento de menor potenciál ofensivo for introduzido ná instituiçá o deverá ser estábelecido um mo dulo de treinámento especí fico com vistás á hábilitáçá o do ágente. 14 Habilitação para o uso de armas de fogo e técnicas para o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo A Diretriz nº 18 expo e que á renováçá o dá hábilitáçá o párá uso de ármás de fogo em serviço deve ser feitá com periodicidáde mí nimá de 1 áno. As áge nciás de Seguránçá Pu blicá deverá o construir crite rios párá á hábilitáçá o e á renováçá o destá párá o uso de ármás de fogo em serviço. A Diretriz nº 19 dá contá que deverá ser estimuládo e priorizádo, sempre que possí vel, o uso de te cnicás e instrumentos de menor potenciál ofensivo pelos ágentes, de ácordo com á especificidáde dá funçá o operácionál e sem se restringir á s unidádes especiálizádás. Vejá que está Diretriz vái áo encontro do que debátemos áo ánálisármos á Diretriz nº 8. A Diretriz nº 23 ápontá que os o rgá os de Seguránçá Pu blicá deverá o criár comisso es internás de controle e ácompánhámento dá letálidáde, com o objetivo de monitorár o uso efetivo dá forçá pelos seus ágentes. 15 Relatório A Diretriz nº 24 regulá que os ágentes deverá o preencher um reláto rio individuál todás ás vezes que dispárárem ármá de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potenciál ofensivo, ocásionándo leso es ou mortes. O reláto rio deverá ser encáminhádo á comissá o interná mencionádá ná Diretriz n.º 23 e deverá conter álgumás informáço es. A confecçá o de um reláto rio, nos termos ápresentádos, levárá áo estudo de cásos, resultándo no áprimorámento do átuár profissionál. Fique ligado Ímportánte compreender á importá nciá de um comportámento cálcádo ná legálidáde e ná te cnicá. Trábálhár mál, intencionálmente ou ná o, fáz com que á confiánçá do pu blico ná orgánizáçá o de seguránçá sejá diminuí dá, áfástándo á áge nciá dá comunidáde, desácreditándo á reputáçá o dos ágentes e dás instituiço es e ágrávándo á sensáçá o de desordem pu blicá. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Os ní veis de utilizáçá o dá forçá e á áçá o ádequádá do operádor de seguránçá em cádá ní vel; • Os ní veis de submissá o dás pessoás ábordádás, exercendo controle máis te cnico nás situáço es que exigirem o uso dá forçá. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Ídentificou os princí pios bá sicos que orientám o uso legí timo dá forçá; • Ídentificou os requisitos párá áplicáçá o de cádá princí pio; • Compreendeu á importá nciá profissionál e sociál do estudo dos princí pios e suá áplicáçá o no diá á diá do operádor de seguránçá. • os modelos de uso de forçá existentes. USO LEGÍTIMO DA FORÇA NÍ VEÍS DE UTÍLÍZAÇA O DA FORÇA Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Ídentificáros ní veis de utilizáçá o dá forçá; 2- Reconhecer ás áço es ádequádás do operádor de seguránçá diánte de cádá ní vel;3- Ídentificár os ní veis de submissá o dás pessoás ábordádás; 4- Aváliár como se dá o controle te cnico nás situáço es que exigirem o uso dá forçá. Cáro áluno, pávimentámos á estrádá do conhecimento legál e te cnico com o estudo do conteu do dás áulás ánteriores. Podemos discorrer ágorá sobre os ní veis de utilizáçá o dá forçá e suá áplicáçá o pelos operádores de Seguránçá Pu blicá. Ao reálizár suá átividáde operácionál, o ágente poderá se depárár com ás máis diversás situáço es. Ele precisá ter disponí vel vá riás opço es de átuáçá o, ádequándo á suá condutá áo que está ocorrendo. Apresentáremos estes ní veis com ás devidás explicáço es, referendándo-nos pelás áulás ánteriores. Tenhá um excelente estudo. Relembrando os conceitos Sá o muitás ás terminologiás párá se clássificár o uso dá forçá, más nos párece á máis corretá á que estudámos ná áulá 3, quándo ádotámos como objeto de discussá o ácáde micá o conceito: “uso seletivo dá forçá” Afinál de contás, ná o será isso que o operádor de seguránçá deverá fázer diánte de umá situáçá o que exijá umá intervençá o compulso riá sobre indiví duos ou grupos, á fim de reduzir ou eliminár á suá cápácidáde de áutodecisá o? Ná o terá ele que “selecionár” o ní vel de forçá que utilizárá ? Relembrándo nossá definiçá o, terí ámos que o citádo uso seletivo consistiriá ná ádequádá escolhá de opço es de forçá pelo encárregádo de áplicár á lei em respostá áo ní vel de submissá o do indiví duo suspeito ou do infrátor á ser controládo. Sábendo que existem resiste nciá e ágresso es em gráus de intensidáde e formás váriádás, cáberá áo ágente dá lei ádequár suá reáçá o proporcionálmente áo comportámento do ábordádo, estábelecendo rotinás de átuáçá o á fim de controlár o cáso. Modelos gráficos Vimos ná áulá 3 modelos grá ficos que retrátám estes grádientes do uso dá forçá dentro de umá seque nciá lo gicá e legál de cáusá e efeito. Estes ní veis de forçá será o áplicádos segundo á percepçá o de risco por párte do ágente e ná áváliáçá o que ele fárá dá átitude dáquele que e o suspeito. Quándo estudámos os modelos, verificámos que estes "degráus" do uso dá forçá podem ser escáládos de cimá párá báixo ou de báixo párá cimá, áumentándo ou diminuindo á intensidáde dá áçá o do operádor de seguránçá de ácordo com o comportámento percebido em reláçá o áo ábordádo. Níveis de uso da força Diánte de tudo que no s conversámos áte ágorá, quál seriá á definiçá o párá á expressá o “ní veis de uso dá forçá”? Considerámos que “ní veis de uso dá forçá” seriá umá listá de opço es te cnicás de intervençá o compulso riá, ápropriádás párá vá riás situáço es que possám surgir duránte o desempenho operácionál por párte do encárregádo de áplicár á lei. Estes ní veis podem ser entendidos desde á simples presençá ostensivá do ágente áte á utilizáçá o dá ármá de fogo em seu uso extremo (áfetándo á integridáde fí sicá dá pessoá ou cáusándo á suá morte). Recordámos que o exercí cio do poder párá usár á forçá e/ou ármá de fogo e umá questá o átreládá á funçá o exercidá pelo ágente, bem como quálquer uso que ná o estejá dentro do márco legál estárá sujeito á crí ticás por excesso, desvio e ábuso de áutoridáde. Ale m do máis, como estudámos ná áulá 4, sá o diversos os princí pios te cnicos á serem seguidos quándo se pretende usár á forçá. Elementos principais de ação Terí ámos no uso seletivo dá forçá, 3 elementos principáis de áçá o: • Instrumentos o que foi objeto de treinámento no curso prepáráto rio do ágente dá lei, ás ármás e os equipámentos disponibilizádos, os procedimentos etc.; • Táticas o uso dos instrumentos nás estráte giás desenvolvidás pelá orgánizáçá o párá prevençá o e repressá o do comportámento que áfetá á ordem pu blicá; • Uso do tempo como o operádor dá lei áge e/ou reáge diánte dá áçá o do ábordádo, considerándo-se á velocidáde com que responde á s átitudes do suspeito. Sempre e bom relembrár que, áo usár á ármá de fogo, o operádor deve átentár párá á seguránçá do pu blico, á suá pro priá e párá á seguránçá do indiví duo ábordádo. • O uso seletivo dá forçá consistirá em áváliár: • Percepçá o do ágente dá lei em reláçá o áo indiví duo suspeito; • Alternátivás do uso dá forçá legál; • Respostá do ágente dá lei. Níveis de submissão do suspeito Sá o 6 os ní veis que voce poderá encontrár: submissá o suspeito • Normalidade: situáçá o cotidiáná, rotineirá do pátrulhámento em que ná o há necessidáde de intervençá o compulso riá. • Cooperativo: o ábordádo átende de formá submissá á s determináço es dos ágentes dá lei, ná o oferecendo quálquer resiste nciá á revistá ou á prisá o • Resistente passivo: o ábordádo oferece umá resiste nciá pássivá, ná o obedecendo á s ordens dos operádores de seguránçá, ficándo simplesmente párádo. Ele resiste, más sem reágir, sem ágredir. • Resistente ativo: o indiví duo ápresentá resiste nciá átivá, chegándo áo desáfio fí sico. Ele empurrá o ágente dá lei e/ou ás ví timás, ná o permitindo que hájá áproximáçá o ou ná o permánecendo no locál. • Agressão não letal: o indiví duo ápresentá resiste nciá átivá e hostil, átácándo fisicámente o encárregádo de áplicár á lei e/ou pessoás envolvidás ná situáçá o. • Agressão letal: há ámeáçá á vidá do ágente dá lei e/ou do pu blico ou existe risco á suá integridáde fí sicá. Com á descriçá o efetuádá dos ní veis de submissá o, restou cláro que o operádor de seguránçá ágirá de ácordo com ás áço es do suspeito, escolhendo o ní vel máis ádequádo de forçá á ser usádo. Vejá que ele poderá ágir de formá preventivá, átivá ou reátivá. Podemos áindá comentár que umá pessoá ábordádá pode sáir do ní vel 2 párá o 3, podendo chegár áo ní vel 5. Dá mesmá formá, umá pessoá poderá estár no ní vel 6 (ápontándo umá ármá de fogo párá á direçá o do ágente ábrigádo) e ir párá o ní vel 2 (entregár á ármá e obedecer áos comándos do operádor de seguránçá). Conclui-se que o uso seletivo dá forçá e um processo contí nuo e flexí vel. Percepção de risco E cruciál compreender que o ní vel de submissá o do suspeito pode ná o ser o fáto em si párá selecionár o ní vel de forçá á ser usádo. O que vái de fáto ocorrer será como o ágente dá lei percebe o comportámento dá pessoá. Assim, umá pessoá ábordádá, áo tentár pegár seus documentos no bolso, poderá gerár párá o ágente, percepço es dás máis diversás. • Ele reálmente irá pegár os documentos párá se identificár; • Ele está gánhándo tempo párá fácilitár á fugá de possí veis compársás; • Ele está tentándo pegár umá ármá de fogo. Percepção de risco – continuação Duás pessoás podem olhár párá umá mesmá situáçá o e chegár á distintás concluso es. Destá formá, identificámos que á percepçá o de risco por párte do encárregádo de áplicár á lei támbe m pode ser escálonádá, como veremos á seguir: • Percepção profissional – ábránge ás átividádes rotineirás do ágente e ás exige nciás decorrentes. • Percepção tática – o encárregádo percebe umá eleváçá o de ámeáçá no seu ámbiente de trábálho. • Percepção do limiar de ameaça – e detectádo o áumento do gráu de ámeáçá e identificádo o perigo. • Percepção de ameaça danosa – constátá-se perigo iminente párá o ágente que deve prepárár-se párá se defender. • Percepção de ameaça mortal – e o máis álto ní vel de ámeáçá, levándo o operádor de seguránçá á usár dos seus conhecimentos e hábilidádes párá sobreviver. Níveis progressivos da força Estudáremos 6 ní veis de uso dá forçá á serem áplicádos segundo o que vimos áte ágorá. Sá o eles: Nível 1 – presença física Temos que á simples ápresentáçá o ostensivá do ágente dá lei pode ser suficiente párá impedir que ocorrá um crime ou hájá umá situáçá o que perturbe á ordem pu blicá. Em um evento com som álto, em que muitás vezes ná o sepode ouvir ás vozes dás pessoás, gestos do operádor de seguránçá podem ser suficientes párá indicár posturás á serem ádotádás pelos párticipántes no locál. Nível 2 – verbalização E o momento em que o ágente dá lei se comunicá com ás pessoás. Aliádá á suá presençá fí sicá, elá pode funcionár como umá importánte ferrámentá de persuásá o. Como vimos em álguns modelos estudádos ná áulá 3, elá perpássá por todos os ní veis de uso dá forçá, ná medidá em que em todás ás áço es, o operádor de seguránçá dárá ordens párá o ábordádo. A verbálizáçá o evolui de ácordo com á átitude do suspeito. Elá pode começár como um pedido sussurrádo áte chegár á umá ordem gritádá, pássándo pelá utilizáçá o de um tom normál. Há que se ter cuidádo com á escolhá dás pálávrás, ná o sendo deseducádo, xingár ou ofender o ábordádo. Estás átitudes demonstrám desprepáro e levám á perdá de legitimidáde do ágente dá lei. Nível 3 – controles de contato ou controle de mãos livres Apelá párá o treinámento tá tico ministrádo áos ágentes dá lei, vez que em determinádás situáço es, poderá ser necessá rio usár dá forçá fí sicá párá dominár o suspeito. Terí ámos neste ní vel ás te cnicás de imobilizáçá o e conduçá o, podendo ser utilizádás primeirámente ás te cnicás de má os livres, isto e , o ágente usáriá ápenás ás má os ou equipámento que áuxilie ná imobilizáçá o e conduçá o, como por exemplo, ás álgemás. Nível 4 – técnicas de submissão (controle físico) Diánte de umá situáçá o em que há resiste nciá átivá do suspeito, o operádor de seguránçá usárá forçá suficiente párá superá -lá, permánecendo vigilánte em reláçá o á outros sináis que possám indicár um comportámento áindá máis ágressivo. Sendo o indiví duo ábordádo violento, poderá o ser usádos cá es, te cnicás de forçámento (submissá o) e ágentes quí micos leves. Nível 5 – táticas defensivas não letais Diánte de um indiví duo ágressivo, o ágente deverá tomár medidás párá dete -lo imediátámente, bem como gánhár e mánter o controle sobre o suspeito, depois de álcánçádá á submissá o. Neste ponto, terí ámos o uso de todos os me todos ná o letáis, válendo-nos de gáses, forçámento de árticuláço es e uso de equipámento de impácto (cássetete e tonfá). Poderiá ser enquádrádá, neste ní vel, á utilizáçá o de ármá de fogo párá intimidár o suspeito, áliándo á está condutá, á verbálizáçá o (vejá que ássim á ármá de fogo ná o e dispárádá, ápenás sácádá e ápontádá párá o indiví duo). Nível 6 – força letal Finálmente chegámos áo ní vel 6, quándo diánte de umá situáçá o ágressivá que álcánçá o u ltimo gráu de perigo, o operádor de seguránçá deve usár tá ticás ábsolutás e imediátás párá deter á ámeáçá mortál e ássegurár á submissá o e o controle definitivos. E o máis extremo uso dá forçá pelo encárregádo de áplicár á lei, sendo utilizádo em u ltimo cáso, quándo todos os outros recursos já tiverem sido experimentádos ou quándo se ápresentár risco á vidá do ágente. Ímportánte frisár que se o operádor de seguránçá pu blicá possuir um equipámento ou ármámento ná o letál, ele pode ná o ter que efetuár o dispáro. Encerramento Cáro áluno, encerrámos nossá áulá e ágorá voce possui conhecimentos suficientes, do ponto de vistá teo rico, párá ájudá -lo á melhorár ná mánipuláçá o dos problemás que encontrárá ná suá vidá operácionál. Aconselhámos á leiturá dás bibliográfiás e dos sites indicádos, objetivándo o seu contí nuo áprimorámento profissionál. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Os conceitos fundámentáis sobre te cnicás e tecnologiás ná o letáis; • Os áspectos legáis párá o uso dás te cnicás e tecnologiás ná o letáis. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Ídentificou os ní veis de utilizáçá o dá forçá; • Reconheceu ás áço es ádequádás do operádor de seguránçá diánte de cádá ní vel; • Ídentificou os ní veis de submissá o dás pessoás ábordádás; • Aváliou como se dá o controle te cnico nás situáço es que exigirem o uso dá forçá. USO LEGÍTIMO DA FORÇA TE CNÍCAS E TECNOLOGÍAS NA O LETAÍS Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Reconhecer os conceitos fundámentáis relácionádos á s te cnicás e tecnologiás ná o letáis; 2- Ídentificár os áspectos legáis párá o uso dás te cnicás e tecnologiás ná o letáis. Cáro áluno, temos á convicçá o de que voce já ouviu fálár de ármás ná o letáis. Tálvez já ás tenhá visto ou mesmo treinádo com elás. Quem sábe áte ás empregádo. A pártir destá áulá, pretendemos dár ás melhores informáço es legáis e te cnicás á respeito deste tipo de tecnologiá e dás te cnicás ná o letáis. Estámos diánte de excelentes ferrámentás á serem usádás pelo operádor de seguránçá. Começáremos pelos conceitos bá sicos e os áspectos legáis, á fim de situár-nos no mesmo pátámár referenciál. Tenhá um excelente estudo. 1 Relembrando os conceitos Ao estudármos os ní veis de forçá ná áulá pássádá, verificámos que, no ní vel 4, áquele em que temos umá resiste nciá átivá do suspeito, poderemos usár ágentes quí micos leves. No ní vel 5, diánte de um indiví duo ágressivo, podemos nos váler de me todos ná o letáis. Demos como exemplo gáses, forçámento de árticuláço es e o uso de equipámento de impácto, dentro de umá o ticá de utilizáçá o de tá ticás defensivás ná o letáis. Más o que seriám estes instrumentos? Bom, começáremos pelo conceito de “ná o letál”. Conceito denão letal Seriá um conceito ámplámente utilizádo quándo se trátá de fábricáçá o, comerciálizáçá o e uso de te cnicás, tecnologiás, ármás, muniço es e equipámentos que ná o teriám por finálidáde cáusár á morte ou dános permánentes á integridáde fí sicá de umá pessoá, más tá o somente reduzir ou ánulár á suá cápácidáde de decidir continuár á cometer umá ágressá o contrá si ou contrá outros. Conceito detécnicas não letais Um conjunto de procedimentos utilizádos por operádores de Seguránçá Pu blicá objetivándo á preserváçá o dá vidá e dá integridáde fí sicá dás pessoás envolvidás em umá ocorre nciá. Tecnologiasnão letais Emprego de conhecimentos cientí ficos ná criáçá o de equipámentos e ármámentos que sálváguárdem á vidá e á integridáde fí sicá de quem os usá e dás pessoás contrá quáis sá o utilizádos. Conceito dearmas não letais Sá o ármás projetádás e empregádás párá reduzir ou ánulár á cápácidáde de umá pessoá em decidir continuár á cometer umá ágressá o contrá si ou contrá outros, ná o tendo por finálidáde cáusár riscos á suá integridáde fí sicá ou á suá vidá. Equipamentosnão letais Todos os máteriáis ná o clássificádos como ármás, tendo por objetivo á preserváçá o dá vidá e dá integridáde fí sicá de quem os usá. Agorá que definimos os conceitos em voltá do temá, voce pode estár se perguntándo sobre á seguránçá do ármámento ná o letál. 2 Afinal, o armamento não letal realmente não mata e não causa lesão? Tálvez voce já tenhá áte ouvido fálár no termo “ármás menos letáis” e, quem o usou, explicou que todás ás ármás sá o letáis. Assim, ná o se poderiá fálár em ármás ná o letáis. Voce pode ter lido sobre o cáso do jovem brásileiro que foi ábordádo pelá polí ciá de Sydney – Austrá liá – e contrá ele forám usádos dispáros dá ármá Táser, tendo o rápáz fálecido. Vejá, ármás ná o letáis ná o forám projetádás párá mátár ou lesionár permánentemente umá pessoá. Más o máu uso delás possibilitá que isto áconteçá. Vejá, ármás ná o letáis ná o forám projetádás párá mátár ou lesionár permánentemente umá pessoá. Más o máu uso delás possibilitá que isto áconteçá. Observe o mártelo, por exemplo. Voce o chámáriá de “ármá letál” ou “menos que letál”? Por isso repetimos que á terminologiá “ármás ná o letáis” e perfeitámente compátí vel com o objetivo á que se destiná. Desde que hájá treinámento ádequádo párá os encárregádos de áplicár á lei em reláçá o áos áspectos legáis e te cnicos e revisá o párá os cásos em que se utilizám estes ártefátos, ná o há risco em seu mánuseio. Sábemosque ele pode ser usádo párá tirár á vidá de álgue m. 3 Como agem as armas não letais? Sejá quál for á suá áçá o, podemos limitár os seus efeitos á debilitáçá o e á incápácitáçá o do indiví duo ágressor. Elás ágem de vá riás formás: • Por ruí dos • Írritáçá o dá pele, dá mucosá, do sistemá respiráto rio • Produzindo á priváçá o visuál por meio de fumáçá e luz • Limitándo movimentos átráve s de choque ele trico • ... Etc. Fique ligado E muito importánte conhecer á ármá ná o letál que se está usándo e em que contexto se pretende usá -lá. Existem ármás que devem ser usádás de longá distá nciá. Seu uso á curtá distá nciá poderiá provocár umá lesá o no ábordádo. 4 Aspectos legais e técnicos Quánto á utilizáçá o dá ármá ná o letál diánte dá legisláçá o internácionál e nácionál, ná o terí ámos diferençás legáis dás estudádás nás áulás 1 e 2 dá nossá discipliná. Destá formá, quándo voce utilizár umá ármá ná o letál, somente poderá fáze -lo párá preservár á suá vidá e á suá integridáde fí sicá ou á de outro, inclusive do pro prio ágressor. Umá pessoá pode estár ámeáçándo á suá pro priá vidá, colocándo umá fácá ou umá ármá de fogo contrá o rosto. Diánte dá possibilidáde iminente do suicí dio, pode ser forçoso usár de umá ármá incápácitánte. O ágente dá lei pode ser ver diánte de umá situáçá o em que á pessoá se recusá á se deixár revistár. Neste cáso, devemos nos lembrár do que estudámos ná áulá 5. Se o ábordádo ápresentá umá resiste nciá pássivá (este termo, neste contexto, e te cnico, ná o legál), ná o se deve usár contrá ele ármámento ná o letál. Ná situáçá o ápresentádá, usárí ámos ás te cnicás de imobilizáçá o com ás má os livres e o uso dás álgemás. “Más e se o suspeito tentár me ágredir?” Pássárí ámos párá o ní vel 5, onde poderí ámos, tecnicámente, usár um ágente quí mico leve – um espárgidor de substá nciá que irrite ás mucosás do indiví duo - debilitándo-o. Observe que diánte de umá resiste nciá pássivá, ágirí ámos ámpárádos pelá excludente de ilicitude “estrito cumprimento do dever legál”. E diánte dá ágressá o, usárí ámos novámente o árgumento dá “legí timá defesá”. Se párá preservár á suá integridáde, o operádor de seguránçá usá ármámento ná o letál contrá ánimál que o átácá, estárí ámos diánte do “estádo de necessidáde”. Fique ligado Ate áqui, ná o diferimos á áplicáçá o do ármámento ná o letál em reláçá o á legisláçá o que trátá do uso dá forçá. E ná o poderí ámos, umá vez que áprendemos que á utilizáçá o desse máteriál e um grádiente dá utilizáçá o dá forçá. 5 Por que o reforço em relação à legislação e aos aspectos técnicos? Muitos operádores de Seguránçá Pu blicá te m usádo indiscriminádámente ás ármás ná o letáis por ácreditárem que elás ná o produzem dános á s pessoás. Algemás támbe m ná o lesionám pessoás, más seu uso ná o pode ser indiscriminádo. Aindá que um espárgidor de gá s, cápáz de irritár ás mucosás, ná o tire umá vidá ou provoque dános permánentes, ele cáusá desconforto e deveriá ser usádo de ácordo com o que estudámos ná áulá 5, obedecendo áos princí pios dá legálidáde, necessidáde, proporcionálidáde, moderáçá o e convenie nciá. Análisámos estes princí pios quándo estudámos á Portáriá Ínterministeriál 4226, eláborádá em 31 de dezembro de 2010, em conjunto, pelá Secretáriá Nácionál de Seguránçá Pu blicá, pelo Ministe rio dá Justiçá e pelá Secretáriá de Direitos Humános dá Preside nciá dá Repu blicá. Dádo o pácto federátivo, á Portáriá deve ser seguidá pelás orgánizáço es de Seguránçá Pu blicá federáis. Entretánto, elá pode ser ádotádá por quálquer outrá instituiçá o de Seguránçá Pu blicá. Ao lermos á Portáriá, observámos que á Diretriz 8 determiná que todo ágente, em rázá o dá suá funçá o, possá vir á se envolver em situáço es de uso dá forçá, deverá portár no mí nimo 2 instrumentos de menor potenciál ofensivo e equipámentos de proteçá o necessá rios á átuáçá o especí ficá, independentemente de portár ou ná o ármá de fogo. Em seu glossá rio, presente no Anexo ÍÍ, á Portáriá clássificá ás ármás de menor potenciál ofensivo. Vejámos á seguir. 6 Armas de menor potencial ofensivo Armás projetádás e/ou empregádás, especificámente, com á finálidáde de conter, debilitár ou incápácitár temporáriámente pessoás, preservándo vidás e minimizándo dános á suá integridáde. 7 Sobre a aquisição de armamento não letal Como vimos, e expressámente proibido vender ármámento ná o letál á quem ná o tenhá áutorizáçá o do Exe rcito párá comprá -lo. Entretánto, se á suá orgánizáçá o desejár ádquirir o máteriál, bástárá cumprir ás exige nciás previstás ná legisláçá o citádá. E á pessoá que portá umá ármá ná o letál sem áutorizáçá o do Exe rcito? Como fálámos ánteriormente, ná o há tipo penál especí fico párá está condutá, isto e , ná o seriá crime portár o ármámento ná o letál. Usá -lo contrá álgue m poderiá resultár ná prisá o dá pessoá por lesá o corporál. No cáso dá utilizáçá o de um espárgidor de substá nciá quí micá, poderiá o cidádá o ser enquádrádo no ártigo 252 do Co digo Penál: “Expor á perigo á vidá, á integridáde fí sicá ou o pátrimo nio de outrem, usándo de gá s to xico ou ásfixiánte. Pená - reclusá o, de 1 á 4 ános, e multá”. Fique ligado Más observe que ele poderiá ná o ser o ágressor. Ele poderiá estár defendendo-se de umá ámeáçá á suá integridáde fí sicá. Neste cáso, terí ámos á legí timá defesá sendo usádá como excludente de ilicitude. Aguárdámos um posicionámento dos legisládores brásileiros á respeito do porte de ármás ná o letáis. 8 Conclusão Está áulá trouxe informáço es origináis, discutindo ássuntos extremámente delicádos no que diz respeito á legisláçá o que trátá do temá. Forám ápresentádos conceitos ine ditos, por horá. Más e preciso introduzi-los párá ás devidás crí ticás e evoluçá o dá discussá o. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • A estruturáçá o e á implementáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá o de Seguránçá Pu blicá; • Os áspectos fávorá veis e desfávorá veis á ádoçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá o de Seguránçá Pu blicá. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Reconheceu os conceitos fundámentáis relácionádos á s te cnicás e tecnologiás ná o letáis; • Ídentificou os áspectos legáis párá o uso dás te cnicás e tecnologiás ná o letáis. USO LEGÍTIMO DA FORÇA CONSTRUÍNDO UM PROGRAMA DE ARMAS NA O LETAÍS Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Reconhecer os áspectos fávorá veis á implementáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá ode Seguránçá Pu blicá; 2- Ídentificár os áspectos que impedem á estruturáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá ode Seguránçá Pu blicá. Cáro áluno, depois dá leiturá do conteu do dá áulá 6, voce pode ter ficádo curioso sobre á áquisiçá o do ármámento ná o letál párá á suá orgánizáçá o de Seguránçá Pu blicá. Sábemos que ná o e umá decisá o fá cil optár por está estráte giá. Elá envolve custos tánto ná áquisiçá o quándo ná construçá o de rotinás ligádás á treinámento, uso, supervisá o, controle e mánutençá o em reláçá o áos equipámentos e ármás ná o letáis. Apresentámos nestá áulá árgumentos que podem ser usádos ná ádoçá o de umá polí ticá de utilizáçá o destá tecnologiá. Essás ássertivás podem ámpliár á discussá o sobre o temá. 1 Discutindo os mitos O que ás pessoás pensám sobre ármámento ná o letál? Párá no s que somos profissionáis de Seguránçá Pu blicá, os conceitos relátivos á está temá ticá nos sá o conhecidos. Estudámos e discutimos o ássunto. Entretánto, em umá democráciá, á vontáde do povo deve preválecer. Assim, se o cidádá o ná o entende do que se trátá o uso deste ármámento, como áprovárá que sejá portádo pelás forçás de seguránçá e que possá vir á ser mánuseádo? E quánto áo chefe, áo comándánte, áo diretor, áo superintendente, áo Secretá rio de Seguránçá, seráque conhecem o ássunto? Diánte de támánhá evoluçá o cientí ficá, esbárrámos com á criáçá o de inverdádes, boátos, mitos sobre o ármámento ná o letál. Vámos discuti-los. 2 Discutindo os mitos sobre armamento não letal https://vejá.ábril.com.br/politicá/á-letálidáde-dás-ármás-náo-letáis/ O armamento não letal é ineficaz O ármámento ná o letál e desenvolvido e testádo. A orgánizáçá o de Seguránçá Pu blicá pode reálizár os seus pro prios testes ántes de comprár quálquer produto e mesmo depois de ádquiri-lo. Ao recebe - lo, comissá o criádá párá este fim, deverá verificár se o equipámento e/ou ármámento corresponde á s especificáço es determinádás e se está o funcionándo. Cáso hájá quálquer problemá, o máteriál poderá ser devolvido áo fábricánte. O armamento não letal provoca muita dor ou mata Discutimos ná áulá 6 que ás ármás ná o letáis ná o forám projetádás párá mátár ou párá provocár leso es definitivás, gráves ou dores intensás. Seu uso obedece áo grádiente do uso dá forçá, no cáso, dá áçá o por párte do ábordádo. Deve ser usádo legál e tecnicámente. Provocárá desconforto, árde nciá nás mucosás, ou outros efeitos que sirvám párá debilitár e/ou incápácitár o ágressor. E possí vel encontrár ná internet centenás de ví deos mostrándo forçás de seguránçá treinándo com este máteriál. Os pro prios ágentes experimentám uns nos outros este equipámento. Os recentes incidentes, quándo dá utilizáçá o do ármámento ná o letál, ápontám, em umá primeirá áná lise, párá determinádo erro no https://veja.abril.com.br/politica/a-letalidade-das-armas-nao-letais/ mánuseio deste equipámento. Relembremos o cáso do jovem brásileiro que foi ábordádo pelá polí ciá de Sydney – Austrá liá – e contrá ele forám usádos dispáros de vá riás ármás ele tricás, tendo o rápáz fálecido. Toda arma não letal incapacita o cidadão Ná áulá pássádá, fálámos que ármás ná o letáis te m, entre seus efeitos, á incápácitáçá o e á debilitáçá o do ábordádo. O que isto significá? As ármás considerádás debilitántes cáusám desconforto, irritáçá o nás mucosás. Umá pessoá pode resistir á elás e continuár ágredindo o operádor de seguránçá. Com isso, nem sempre se álcánçá o efeito desejádo – á imobilizáçá o dá pessoá. Sá o exemplos de ármás debilitántes os gáses lácrimoge nios. Eficázes ná dispersá o de multido es, más estimá-se que 15% dá populáçá o podem ná o ser áfetádos plenámente por este tipo de ármá ná o letál. As ármás incápácitántes operám diretámente no sistemá nervoso, cáusándo reáço es involuntá riás no metábolismo. Mesmo que ná o hájá dor ou desconforto, elá ápresentá eficá ciá contrá 100% dás pessoás, imobilizándo-á contrá á suá vontáde. 3 Quais são os aspectos que devem ser considerados na implantação de arma não letal? A Secretáriá Nácionál de Seguránçá Pu blicá, em seu curso sobre Tecnologiá e Armámento Ná o Letál, ábordá áspectos que devem ser considerádos ná implántáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis. Estes ápontámentos sá o oriundos dá ápresentáçá o do Comándánte Sid Heál, do Depártámento do Sheriff de Los Angeles e do Tem. Cel. Edurádo Jány, do Escrito rio de Ligáçá o Militár ná Embáixádá dos Estádos Unidos, no 1º Seminá rio Ínternácionál de Tecnologiás Ná o Letáis, ocorrido em Brásí liá no me s de julho de 2006. • Recursos Finánceiros • Doutriná • Aquisiçá o • Percepçá o Pu blicá • Sobrecárgá • Armás letáis • Treinámento • Mudánçá de mentálidáde • Armámento ná o letál ná o e so párá os grupos de operáço es especiáis • Aváliáçá o e ájustes 4 Aspectos que devem ser considerados na implantação de arma não letal Vámos considerár cádá um deles... RECURSOS FINANCEIROS E preciso levár em consideráçá o que quálquer estráte giá que se queirá implántár em umá orgánizáçá o de Seguránçá Pu blicá, dependerá de investimento finánceiro, sejá ná comprá de máteriál, sejá no treinámento do ágente. Armámento e equipámento ná o letáis sá o cáros se compárádos á outros máteriáis, como ármás de fogo. Más á vidá dás pessoás, incluindo á do operádor de seguránçá, ná o tem preço. Estás vidás podem vir á ser sálvás, simplesmente válendo-se de outros recursos que ná o coloquem em risco os cidádá os: infrátores, ví timás e ágentes de seguránçá pu blicá. Ressáltá-se, ná o se trátá “ápenás” de comprár o máteriál, más de investir em suá mánutençá o, no seu correto ácondicionámento e ná constánte átuálizáçá o do ármámento e equipámento. Será necessá rio áindá treinár o efetivo constántemente párá usár e ná o usár o máteriál. DOUTRINA A orgánizáçá o precisá responder quál objetivo pretende álcánçár comprándo equipámento e ármámento ná o letáis. • Eles será o distribuí dos párá todos o efetivo? • Párá determinádos grupos? • Em que situáço es será o usádos? • Como será o usádos? Sá o perguntás que áuxiliárá o ná escolhá do máteriál á ser comprádo, evitándo ádquirir equipámento sem utilidáde, áplicándo melhor os recursos finánceiros. A pártir dás respostás, deve-se ádequár á doutriná estráte gicá, tá ticá e operácionál dá instituiçá o em prol destá nová rotiná. E obrigáto rio definir os procedimentos á serem ádotádos quándo dá utilizáçá o do ármámento ná o letál. Como se dárá á ápuráçá o de possí veis infráço es por párte dos operádores de seguránçá pu blicá e o controle do uso do equipámento. Já estudámos á importá nciá dá ádoçá o de um modelo grá fico de uso dá forçá, conhecido, comunicádo, estudádo e áplicádo por todos os integrántes dá instituiçá o. Báseándo-se nele, e possí vel sáber em que situáço es os ármámentos ná o letáis será o usádos. AQUISIÇÃO 1/2 Apo s estábelecer á doutriná de emprego dás ármás e equipámentos ná o letáis, cábe áos gestores dá corporáçá o definir quáis equipámentos precisám ser ádquiridos, em que quántidáde e onde poderá o ser ádquiridos. E importánte buscár todás ás informáço es sobre o produto e o fábricánte, ántes de reálizár á áquisiçá o. Devem ser levádos em consideráçá o áo ánálisár o produto: • prázo de válidáde, • áprováçá o do Ministe rio dá Defesá, • gárántiá oferecidá pelo fábricánte, • confiábilidáde do fábricánte, • representánte ou exportádor, • compátibilidáde com outros produtos (átentár párá ás diferençás de cálibre entre fábricántes). E imprescindí vel exigir, ántes dá áquisiçá o, umá demonstráçá o do produto que está sendo ápresentádo, com á párticipáçá o de especiálistás dá á reá e de representántes dá tropá que irá usár o produto. A máioriá dos fábricántes e representántes tem gránde sátisfáçá o em demonstrár o produto. Más ná o bástá ássistir á demonstráçá o, e preciso sánár todás ás du vidás de utilizáçá o do equipámento e verificár se reálmente ele átinge os objetivos áos quáis se propo e e se átende á demándá dá corporáçá o. AQUISIÇÃO 2/2 E importánte entender que cádá equipámento tem suá importá nciá, más e ideálizádo e fábricádo párá umá determinádá finálidáde. Assim, um equipámento desenvolvido párá á Tropá de Choque, por exemplo, ná o necessáriámente irá átender com á mesmá eficie nciá umá equipe de policiámento comunitá rio. Um ártefáto importántí ssimo em umá áçá o de negociáçá o de refe ns, nem sempre terá utilidáde numá situáçá o de defesá civil. E importánte destácár ná licitáçá o que á empresá deve fornecer umá ou duás unidádes á máis do equipámento á ser ádquirido párá serem usádás em testes. Essás unidádes ná o devem ser fornecidás sepárádámente, devem vir no lote e escolhidás áleátoriámente pelo militár encárregádo do teste, ou sejá, ná áquisiçá o de coletes bálí sticos, por exemplo, deve ocorrer o teste ánterior á áquisiçá o, párá sáber se um determinádo colete átende á s especificáço es fornecidás pelo fábricánte. Apo s á licitáçá o, ná entregá dos coletes, á empresá gánhádorá deve fornecer, por exemplo, 303 coletes, se á necessidáde erá de 300. Todos os coletes devem ser fornecidos juntos e dentre eles, o militár responsá velpor testár o equipámento recebido pegárá , áleátoriámente, 3 ná o consecutivos, á fim de reálizár novo teste. Dessá formá, quáisquer problemás de fábricáçá o será o detectádos imediátámente, possibilitándo á devoluçá o do equipámento de imediáto párá que sejám sánádás ás fálhás. O principál objetivo do desenvolvimento dessás te cnicás e equipámentos e permitir áo ágente encárregádo de áplicáçá o dá lei ter ní veis de respostá ádequádos párá cádá situáçá o que ele precise resolver. Támbe m visá fornecer-lhe ní veis de reáçá o ádequádos á s ágresso es por ele sofridás. ARMAS LETAIS 1/2 E preciso que se tenhá conscie nciá de que o emprego de ármás e equipámentos ná o letáis ná o visá suplántár ou eliminár o uso dá forçá letál. O principál objetivo do desenvolvimento dessás te cnicás e equipámentos e permitir áo ágente encárregádo de áplicáçá o dá lei ter ní veis de respostá ádequádos párá cádá situáçá o que ele precise resolver. Támbe m visá fornecer-lhe ní veis de reáçá o ádequádos á s ágresso es por ele sofridás. O uso de ármás e equipámentos ná o letáis ná o gáránte, por si so , que será desnecessá rio o uso dá forçá letál. Como estudámos nás áulás 3 e 5, o primeiro ní vel de forçá e á presençá fí sicá do policiál, que pode ser suficiente párá átingir um objetivo pre -estábelecido, e que ná o se configurá como umá te cnicá ná o letál. ARMAS LETAIS 2/2 Assim, umá situáçá o pode ser resolvidá sem o uso dos ártefátos e te cnicás que iremos elencár máis á frente. Dá mesmá formá, o u ltimo ní vel de forçá e o uso dá ármá de fogo, e e possí vel que á átitude de um ágressor ná o permitá áo policiál resolver á situáçá o usándo ápenás ármás ou equipámentos ná o letáis, forçándo-o á fázer uso de forçá letál. E importánte ter essá visá o de que somente em álguns cásos será possí vel substituir á forçá letál pelo uso de ármámento e equipámento ná o letáis. TREINAMENTO Usár um equipámento ná o letál e primordiál e so e possí vel conseguir tál conhecimento, por meio de treinámentos teo ricos e prá ticos. Ná o bástá ádquirir o equipámento e entregár áos operádores de seguránçá pu blicá, imáginándo que isto será suficiente. Támbe m ná o ádiántá crer que álgumás instruço es teo ricás sobre o equipámento ou á nová te cnicá á ser empregádá irá o hábilitár os ágentes á usá -los. Nem mesmo está discipliná conseguirá esgotár o ássunto, principálmente porque o treinámento párá usár o ármámento e o equipámento ná o letáis exige o conhecimento prá tico. Clique áqui párá ver álguns exemplos em PDF http://estáciodocente.webáulá.com.br/cursos/gon378/docs /á07_t06_1.pdf http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon378/docs/a07_t06_1.pdf http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon378/docs/a07_t06_1.pdf http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon378/docs/a07_t06_1.pdf A FALTA DE TREINAMENTO 1/3 Como exemplo prá tico dos problemás que á fáltá de treinámento pode ocásionár, vámos citár umá situáçá o relátádá no curso promovido pelá SENASP. Duránte um curso reálizádo em umá fá bricá de ármámentos ná o letáis, um dos instrutores, um policiál, áo fázer uso de umá gránádá de efeito morál, simplesmente árremessou-á contrá os mánifestántes sem ácionár o mecánismo de iniciáçá o delá. Resultádo A gránádá ná o funcionou e os mánifestántes áindá gánhárám um ártefáto párá ser árremessádo contrá os policiáis. Esse fáto se deu, justámente, em funçá o de o policiál ter recebido o equipámento sem o mí nimo de conhecimento sobre seu uso. A FALTA DE TREINAMENTO 2/3 Outro problemá gráve e á fáltá de conscie nciá de que os ármámentos ná o letáis podem mátár se usádos incorretámente. Por desconhecimento, áo entregár um determinádo equipámento á um policiál e informá -lo que ele recebeu umá ármá “ná o letál” (cáso ele ná o conheçá o conceito e ná o sáibá usár o equipámento), provávelmente irá usá -lo de formá desmedidá, por ácreditár que ná o há risco de ferir grávemente ou mátár álgue m. Devem ser observádás ás regrás internácionáis de utilizáçá o do ármámento menos letál e recomendáço es dá OTAN, como formá de evitár ácidentes decorrentes de seu máu uso. Clique no endereço ábáixo http://vejá.ábril.com.br/noticiá/brásil/deputádo-quer-debáter-regrás-párá-uso- ármás-náo-letáis-pelá-policiá A FALTA DE TREINAMENTO 3/3 - REGRAS DE USO Regulámentáço es internácionáis e recomendáço es de uso de ármás menos letáis dá OTAN (Orgánizáçá o do Trátádo do Atlá ntico Norte) Armá ná o-letál que usá-se de umá descárgá ele tricá de áltá tensá o párá imobilizár momentáneámente umá pessoá. Apesár de ná o ápresentár grándes riscos á sáu de de quem e átingido por elá, existem registros de mortes cáusádás pelo uso dá ármá de choque, por esse motivo, álguns especiálistás preferem usár o termo "báixáletálidáde" párá se referir áo potenciál de mortálidáde dá ármá. A Comissá o de Seguránçá Pu blicá e Combáte áo Crime Orgánizádo áprovou no diá 13 de márço de 2013 o projeto de lei 2801/11 em do deputádo Luiz Argo lo (PP-BA), que áutorizá o uso de ármás de incápácitáçá o neuromusculár (chámádás de Táser) pelo cidádá o comum párá fins de defesá pessoál. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/deputado-quer-debater-regras-para-uso-armas-nao-letais-pela-policia http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/deputado-quer-debater-regras-para-uso-armas-nao-letais-pela-policia Tál áprováçá o álterá o Estátuto do Desármámento, Lei 10.826/03, pelo novo texto de lei, o registro concedido párá ármás de incápácitáçá o neuromusculár áutorizá seu porte. Párá conseguir o registro, o cidádá o deverá ter idáde mí nimá de 18 ános e comprovár que tem reside nciá fixá, ále m de ápresentár notá fiscál de comprá ou comprováçá o dá origem lí citá dá posse. Ele ná o precisárá comprovár cápácidáde te cnicá nem áptidá o psicolo gicá — requisitos exigidos párá que sejá concedido o registro de ármá de fogo. Spráy de pimentá, gá s pimentá ou gá s OC e um gá s lácrimoge neo, composto quí mico que irritá os olhos e cáusá lácrimejo, dor e mesmo cegueirá temporá riá. ABUSO O spráy de pimentá deve ser áplicádo de formá difusá, sem mirár no rosto e, dependendo do spráy, so pode ser usádo com 2, 5 e 10 metros de distá nciá Aproximádámente 30 centí metros Gá s Lácrimoge neo • Ao estimulár os nervos dá co rneá, esses gáses cáusám lácrimáçá o, dor, inflámáçá o e áte mesmo cegueirá temporá riá. • Se for lánçádo á curtás distá nciás e á pessoá for muito átingidá pode cáusár queimádurás ná pele • Pode provocár reáço es ále rgicá se fechámento dos bro nquios, nos pulmo es, levándo á morte ou sufocámento. Támbe m há pádro es de procedimentos dá polí ciá em cáso de protestos pu blicos. Eles se báseiám no uso progressivo dá forçá: Em seguidá, pode ápelár párá á remoçá o fí sicá e so nessá etápá está liberádá párá usár ármás menos letáis como spráy de pimentá e o gá s lácrimoge neo. Depois, pode recorrer á umá ádverte nciá, usándo megáfone Se for pácí fico, á forçá policiál deve ápenás ácompánhár os mánifestántes, primeiro á policiá deve somente fázer umá bárreirá Proje til de lá tex ABUSO Distá nciá entre os policiáis e mánifestántes e de áproximádámente 4 metros, segundo á regrás internácionáis o proje til de lá tex so poderiá ser dispárádo á no mí nimo de 20 metros de distá nciá e nuncá se deve mirár ácimá dá cinturá. MUDANÇA DE MENTALIDADE E importánte conhecer e entender o currí culo oculto nás ácádemiás de encárregádos de áplicár á lei, á fim evitár que todo o trábálho de educáçá o formál sejá destruí do pelá dissemináçá o e válorizáçá o de posturás contrá riás áo que e ensinádo. Preocupáço es relevántes no mánejo do ármámento menos letál Deve háver umá preocupáçá o dás corporáço es no sentido de mudár á mentálidáde dos operádores de seguránçá pu blicá ántes de colocár em uso os equipámentos ádquiridos. Currí culo oculto e o conjunto de conhecimentos, crençás ede Processo Penal O Código de Processo Penal também aborda, em seu artigo 292: “Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.” Veja que, neste ponto, considera-se o uso da força uma excepcionalidade, devendo haver o registro da sua utilização. Igual proceder pode ser visto no artigo 234 do Código de Processo Penal Militar. 5 Tipos penais “desobediência” e “resistência O artigo 234 do Código de Processo Penal Militar diz “o emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.” http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1002.htm Consideramos importante distinguir as diferenças entre os tipos penais “desobediência” e “resistência”. O Código Penal brasileiro apresenta, no seu artigo 329, o crime de “resistência” como “opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá- lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio”. Já a desobediência, prevista no artigo 330, seria “Desobedecer à ordem legal de funcionário público”. 6 Caso prático Para exemplificar as condutas, damos um caso prático, muito comum nos dias de hoje. Um determinado grupo de pessoas realiza passeata, fechando uma das principais vias de acesso de uma grande cidade. As forças de segurança chegam ao local. Seu comandante dá ordem para que seja desocupada uma das faixas da rua, objetivando garantir o fluxo das pessoas em seus veículos automotores. Alguns manifestantes deitam-se no chão, determinados a permanecerem na via. Estamos diante de um crime de “desobediência”, posto que a oposição a ordem legal não foi feita com violência por parte daquelas pessoas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1002.htm Deixamos bem claro que não se trata de “resistência passiva”, conduta inexistente do ponto de vista penal no Brasil, mas presente no contexto do uso da força, do ponto de vista técnico. Outros manifestantes, entretanto, agem com agressividade, tentando bater com seus cartazes nos agentes da lei ou os ameaçando, a fim de permanecerem ocupando aquelas faixas de rolagem. Aqui, temos o crime de “resistência”. 7 Uso das algemas Poderíamos citar, ao falarmos do uso da força, um equipamento muito conhecido do encarregado de aplicar a lei: as algemas. O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou a respeito do uso das algemas, editando a Súmula Vinculante nº 11, de 2008 (http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaSumulaVinculante/anexo/DJE_11.11.2008.p df). O estatuto da Súmula Vinculante está na nova redação dada ao artigo 103 – A, da Constituição Federal, oriundo da Emenda Constitucional 45/04. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Diz a Súmula que “só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaSumulaVinculante/anexo/DJE_11.11.2008.pdf http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaSumulaVinculante/anexo/DJE_11.11.2008.pdf Observamos que as algemas são consideradas uma excepcionalidade, uma exceção no trato a ser dispensado às pessoas presas. Estão presentes na Súmula os casos em que o cidadão poderá ser algemado. Ao contrário do que alguns operadores de segurança dizem, não está proibido usar as algemas. Foram colocados limites, restrições, a fim de se evitar o seu uso de forma indiscriminada, muitas vezes incorrendo o agente na possibilidade de enquadramento no tipo penal previsto na letra b, do artigo 4º, da Lei 4898/65. “Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei”. Lei 11.689 No mesmo ano de 2008, a Lei 11.689 incluiu o parágrafo 3º no artigo 474 do Código de Processo Penal, determinando que “não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes”. 8 O Direito brasileiro e o uso de algemas Você pode estar se perguntando: por que tanta preocupação com a colocação das algemas em pessoas? O Direito brasileiro tem uma preocupação muito grande com os direitos de personalidade, que a pessoa tem em defender tudo que lhe é próprio, com exceção do seu patrimônio. Assim, garantir que a pessoa não sofra nenhum constrangimento em relação a sua imagem, a sua integridade, a sua dignidade, tem sido preocupação constante dos nossos legisladores e juízes. Seus objetivos não são “atrapalhar” a atividade desenvolvida pelos encarregados de aplicar a lei, mas fazer com que ela se adeque ao que se espera e se exige em um estado democrático de direito: o máximo respeito à dignidade da pessoa humana. 9 Art. 23 e 25 do Código Penal Diante de tudo que foi exposto até aqui, você deve estar se fazendo a seguinte pergunta. Mas o que diria legalmente que aquela minha conduta, quando usei a força, não irá ser considerada criminosa? Seu questionamento é razoável. Afinal, ao usar a força ou a sua arma de fogo contra alguém que está ameaçando a sua vida ou a de outras pessoas, estaria você cometendo uma conduta tipificada no Código Penal? Ao dominar um agressor, você não poderia ser enquadrado no artigo 129 do Código Penal – “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”? Pensando nestes casos e em outros similares, o legislador optou por colocar no Código Penal situações que permitiriam excluir a ilicitude dos atos praticados pelo operador de segurança, desde que atendidos seus preceitos. Falamos dos excludentes de ilicitude, presentes no artigo 23 do citado diploma legal. De acordo com o art. 23 Código Penal, não há crime quando a pessoa pratica o fato em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. No mesmo artigo, é possível ler em seu único parágrafo que o agente, em qualquer das hipóteses previstas no artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. O artigo 25 do Código Penal traz o estatuto da legítima defesa, afirmando que ele é entendido quando uma pessoa usa moderadamente dos meios necessários, a fim de repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 10 A legítima defesa Quantas vezes nos deparamos com pessoas que acham que a legítima defesa seria apenas o direito de proteger a sua vida? Ao lermos o dispositivo normativo, vemos que a proteção é aválores tránsmitidos pelos professores áos seus álunos, sem, no entánto, estárem previstos no currí culo oficiál dá instituiçá o de ensino. Ná o bástá estábelecer umá doutriná párá uso de ármás ná o letáis e treinár os ágentes nos pontos te cnicos de uso do referido máteriál. E preciso trábálhár os áspectos legáis e, principálmente, e ticos do seu uso. E necessá rio fortálecer, no seio dá corporáçá o, umá mentálidáde de uso desses ármámentos e equipámentos, páutádá ná necessidáde e ná proporcionálidáde, sem que se tolerem utilizáço es voltádás párá sátisfáçá o de necessidádes pessoáis ou de sádismo. E primordiál entender que ármás ná o letáis ná o sá o infálí veis e, párá que o objetivo de preserváçá o dá vidá sejá cumprido, e necessá rio o seu uso correto. Támbe m e importánte que sejám bánidás mentálidádes de uso desses meios párá torturár criminosos ou suspeitos, sejá com o objetivo de obter informáço es, de puni-los pelo cometimento de um crime ou quálquer outro. E importánte que o policiál tenhá em mente que existe todo um sistemá de Seguránçá Pu blicá envolvendo os ápárelhos policiáis e ás Guárdás Municipáis, os diversos o rgá os do Ministe rio Pu blico, o Poder Judiciá rio e o sistemá prisionál. Dessá formá, cábe á cádá o rgá o cumprir á missá o que lhe foi determinádá, ná o devendo o encárregádo de áplicár á lei áchár que resolverá sozinho os problemás nessá á reá. PERCEPÇÃO PÚBLICA 1/4 E necessá rio trábálhár junto á sociedáde no sentido de evitár expectátivás equivocádás com reláçá o á implántáçá o do prográmá. As pessoás que ná o conhecem o ássunto costumám ácreditár que ármámentos e equipámentos ná o letáis permitem áo operádor de seguránçá imobilizár, independentemente de suá compleiçá o fí sicá, do equipámento ou mesmo dá quántidáde de ágressores. Pelo contrá rio, ná o ocorre nenhumá má gicá com o uso desses ártefátos. Tudo e feito com tecnologiá e ná o com “várinhá de condá o”. PERCEPÇÃO PÚBLICA 2/4 A corporáçá o precisá estár prepárádá párá responder á s indágáço es dá sociedáde e do governo quándo álgue m vier á pu blico mostrár leso es cáusádás por bálás de borráchá ou mordidás de cá es, ou ápárecer lácrimejándo em virtude do uso de gáses lácrimoge neos. A melhor opçá o e dizer á verdáde desde o iní cio. Discursos politiqueiros e fálsos ná o sá o máis áceitos pelá opiniá o pu blicá. E preciso deixár cláro que os equipámentos ná o letáis visám á preserváçá o dá vidá e que umá ámplá rede de esforços está sendo montádá pelá corporáçá o párá o seu uso correto. PERCEPÇÃO PÚBLICA 3/4 Pore m, támbe m e preciso esclárecer que o prográmá está sujeito á fálhás, visto que nádá que e feito pelo ser humáno e perfeito. Ale m disso, vále lembrár que quem irá áplicár essás te cnicás ou equipámentos será o policiáis, selecionádos entre membros dáquelá sociedáde e dotádos dás mesmás limitáço es que á pro priá sociedáde possui. Cáso ocorrá álgumá fálhá, desde que ná o sejá tá o gránde párá comprometer o prográmá, será possí vel continuá lo e permitir o ámádurecimento desse conceito junto á quelá sociedáde. Nesse trábálho, junto á opiniá o pu blicá, e importántí ssimá á párticipáçá o dos setores de Comunicáçá o Sociál dá corporáçá o e suá ligáçá o com os meios de divulgáçá o locál. PERCEPÇÃO PÚBLICA 4/4 Ísso, porque quándo ná o ocorre essá conscientizáçá o, mesmo que á implántáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis estejá ácontecendo de formá ádequádá e profissionál, áo primeiro sinál de fálhá, deciso es polí ticás páutádás no senso comum ácábám por extingui-lo. Essá situáçá o so ocorre, porque ás pessoás ná o te m á noçá o de que, emborá possá ocorrer umá ou outrá situáçá o de lesá o gráve ou mesmo morte envolvendo ármámentos ná o letáis, há centenás de outros cásos onde seu uso impedirá á áplicáçá o desnecessá riá de forçá letál, ou sejá, do uso de ármás de fogo. Tálvez fálte á percepçá o de que fálhás sá o inerentes áo ser humáno e que elás sá o evidentemente menos lesivás á sociedáde e menos gráves quándo se usá ármámento ná o letál, em reláçá o á s ármás de fogo. As ármás e os equipámentos ná o letáis ná o objetivám substituir o uso dá forçá letál, más evitár seu uso desnecessá rio. Sá o concebidos e produzidos párá finálidádes distintás. Equipár um ágente encárregádo de áplicáçá o dá lei ou umá equipe com ápenás um tipo de ármámento ná o letál e prepárá -lo párá evitár o uso dá ármá de fogo em álgumás situáço es, ápenás. O ideál e que, sempre que possí vel, sejám usádos dois ou máis efeitos, simultáneámente, conforme determinádo ná citádá Diretriz 8 dá Portáriá Ínterministeriál 4226/10. Assim, cáusá-se no ágressor um efeito máis forte de inquietáçá o e desconforto, áumentándo ás chánces de sucesso. SOBRECARGA 2/2 A essá álturá voce deve estár se perguntándo: será que eu preciso ándár com um monte de equipámentos pendurádos? A RESPOSTA E NA O. DEVEM-SE USAR DOÍS OU MAÍS EFEÍTOS E NA O EQUÍPAMENTOS. Como exemplo, podemos citár o uso simultá neo de ármámentos e equipámentos por um operádor de seguránçá. Dessá máneirá, o uso de equipámentos de proteçá o individuál que, ále m dá proteçá o, fornece um considerá vel impácto psicolo gico, áliádo áo uso de ármás ná o letáis e te cnicás segurás de ábordágem pode possibilitár umá sobrecárgá suficiente. AVALIAÇÃO E AJUSTES 1/4 Como todo plánejámento, á implántáçá o de um prográmá de ármás e equipámentos ná o letáis deve ser flexí vel. Mesmo seguindo todos os pássos áte ágorá listádos, e preciso que hájá um ácompánhámento constánte, á fim de verificár como á corporáçá o e á comunidáde está o reágindo á essá nová mentálidáde de átuáçá o. Ale m disso, o desenvolvimento de novos e máis eficázes equipámentos e constánte, o que ácárretá á necessidáde de ácompánhámento, támbe m, do que ocorre no restánte do mundo. O ideál e que cádá o rgá o responsá vel pelá Seguránçá Pu blicá, em ní vel estáduál, municipál ou mesmo federál, tenhá um colegiádo multidisciplinár responsá vel por ácompánhár os resultádos do prográmá. Esse ácompánhámento deve ocorrer átráve s de notí ciás veiculádás nos meios oficiáis de comunicáçá o, pesquisás junto áos encárregádos de áplicáçá o dá lei, áná lise de reláto rios de emprego dos equipámentos etc. AVALIAÇÃO E AJUSTES 2/4 Esses reláto rios, em álguns cásos, deverá o ser criádos, áindá ná fáse de estábelecimento de doutriná de emprego, báseándo-se no estábelecido ná Diretriz 24 dá Portáriá Ínterministeriál 4226/10, que relembrámos: Quándo se usá á ármá de fogo e/ou instrumentos de menor potenciál ofensivo, tendo hávido leso es ou mortes, deverá ser eláborádo reláto rio que contenhá no mí nimo ás seguintes informáço es: • circunstá nciás e justificátivá que levárám o uso dá forçá ou de ármá de fogo por párte do ágente de seguránçá pu blicá; • medidás ádotádás ántes de efetuár os dispáros/usár instrumentos de menor potenciál ofensivo, ou ás rázo es pelás quáis elás ná o puderám ser contempládás; • tipo de ármá e de muniçá o, quántidáde de dispáros efetuádos, distá nciá e pessoá contrá á quál foi dispárádá á ármá; • instrumento(s) de menor potenciál ofensivo utilizádo(s), especificándo á freque nciá, á distá nciá e á pessoá contrá á quál foi utilizádo o instrumento; AVALIAÇÃO E AJUSTES 3/4 • quántidáde de ágentes de seguránçá pu blicá feridos ou mortos ná ocorre nciá, meio e náturezá dá lesá o; • quántidáde de feridos e/ou mortos átingidos pelos dispáros efetuádos pelo(s) ágente(s) de seguránçá pu blicá; • nu mero de feridos e/ou mortos átingidos pelos instrumentos de menor potenciál ofensivo utilizádos pelo(s) ágente(s) de seguránçá pu blicá; • nu mero totál de feridos e/ou mortos duránte á missá o; • quántidáde de proje teis dispárádos que átingirám pessoás e ás respectivás regio es corporáis átingidás; • quántidáde de pessoás átingidás pelos instrumentos de menor potenciál ofensivoe ás respectivás regio es corporáis átingidás; AVALIAÇÃO E AJUSTES 4/4 • áço es reálizádás párá fácilitár á ássiste nciá e/ou áuxí lio me dico, quándo for o cáso; • e se houve preserváçá o do locál e, em cáso negátivo, ápresentár justificátivá. Os principáis objetivos do ácompánhámento dos resultádos do prográmá sá o á áváliáçá o dás questo es e ticás ligádás á utilizáçá o dá forçá e de ármás de fogo e á átuálizáçá o constánte dás te cnicás e equipámentos usádos pelos orgánismos de áplicáçá o dá lei. Esses procedimentos fácilitám á correçá o de rumos ná áquisiçá o de equipámentos e modificáçá o dos treinámentos. 5 Considerações Finais Estudámos áspectos que podem ser elementos fácilitádores ou dificultádores de umá polí ticá de ádoçá o de ármás e equipámento ná o letáis. Esperámos que estes pontos possám ser debátidos por voce , operádor de seguránçá pu blicá, ná suá instituiçá o. Ná o poderí ámos terminár está áulá sem deixár de citár o cáso do Estádo do Rio de Jáneiro, que promulgou á Lei 5.396/13, determinándo o seguinte nos seus 2 primeiros ártigos: Art. 1º As forçás de seguránçá do Estádo do Rio de Jáneiro utilizárá o preferenciálmente equipámentos ná o letáis no policiámento ostensivo e em operáço es especiáis, de formá á possibilitár o uso gráduál e escálonádo dá forçá. Párá gráfo u nico. O emprego de ármás ná o letáis ná o exclui o uso do ármámento convencionál. Art. 2º A formáçá o e cápácitáçá o dos ágentes de seguránçá párá uso dos equipámentos ná o letáis deverá o ser efetuádás previámente áo seu emprego, de formá á poderem ser utilizádos com eficie nciá e seguránçá párá á populáçá o. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Os tipos de ármás á serem utilizádos pelos operádores de seguránçá pu blicá, de ácordo com o tipo de álvo, tecnologiá e emprego tá tico. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Reconheceu os áspectos fávorá veis á implementáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá o de Seguránçá Pu blicá; • Ídentificou os áspectos que impedem á estruturáçá o de um prográmá de ármás ná o letáis em umá instituiçá o de Seguránçá Pu blicá. USO LEGÍTIMO DA FORÇA EQUÍPAMENTOS DE PROTEÇA O 1 Classificação das armas e equipamento não letais Clássificámos ás ármás e os equipámentos ná o letáis de ácordo com o tipo de álvo contrá á quál será o usádás, conforme á tecnologiá que será empregádá ná ármá e em reláçá o áo seu emprego tá tico. Visuálizáremos ás clássificáço es áo ládo. 2 Quanto ao tipo de alvo Como vimos, temos 2 subclássificáço es párá o tipo de álvo: Antipessoal A primeirá seriá denominádá ántipessoál. As ármás ná o letáis seriám usádás diretámente contrá pessoás, no intuito de evitár fugás, ágresso es, ou forçá -lás á tomár certás átitudes como desocupár um locál. Antimaterial A segundá subclássificáçá o seriá denominádá ántimáteriál, umá vez que usádá contrá veí culos e instáláço es com objetivo de párálisár suá átividáde. 3 Quanto à tecnologia Temos 5 subclássificáço es quánto á tecnologiá usádá. Seguem: Física A primeirá subclássificáçá o e á fí sicá, que implicáriá em ármás ná o letáis funcionándo por meio de impácto cine tico ou restriçá o fí sicá. Química A segundá seriá á quí micá, que operá por meio de reáçá o quí micá, cáusándo efeitos to xicos, fumí genos ou de ádere nciá. Energiadirigida A terceirá subclássificáçá o e á chámádá energiá dirigidá, que funcioná por meio dá áplicáçá o de energiá eletromágne ticá ou ácu sticá. Biológica A quártá subclássificáçá o e á biolo gicá. Utilizám-se dos pro prios ágentes dá lei bem equipádos e prepárádos, cáválos ou cá es como inibidores dá prá ticá criminosá. Psicológica A quintá subclássificáçá o trábálhá com o impácto psicolo gico produzido contrá o oponente, influenciándo suá cápácidáde de ráciocí nio e tomádá de decisá o. 4 Quanto ao emprego tático Podem ser clássificádás como incápácitántes, debilitántes e de proteçá o. Veremos cádá umá dás tipologiás com máis detálhes á seguir. Fique ligado Lembrámos que ná áulá 7, estábelecemos diferençás entre ás ármás incápácitántes e debilitántes. 5 Armas debilitantes As ármás considerádás debilitántes se báseiám principálmente ná dor, no desconforto ou ná inquietáçá o. Com isso, se o efeito desejádo e á imobilizáçá o do ofensor, pode-se ná o obter o resultádo. Um exemplo de ármá debilitánte sá o os gáses lácrimoge neos. Bastão policial Existem vá rios tipos de bástá o párá uso policiál. A escolhá do modelo máis ádequádo depende do fim á que se destiná. Assim, o bástá o á ser usádo no policiámento de um evento esportivo ou de um show ná o será necessáriámente iguál áo usádo no policiámento ciclí stico, por exemplo. Ao escolher um bástá o, e importánte levár em contá álgumás váriá veis, táis como: • O bástá o deve ser ádequádo áo biotipo do policiál e hábilidáde no uso dáquele tipo especí fico de equipámento • O bástá o deve possibilitár um ácondicionámento ádequádo junto áo corpo do policiál, permitindo-lhe mánter ás má os livres • O bástá o deve ser produzido com máteriál ádequádo e resistente Como exemplos de bástá o párá uso policiál, podemos citár: • Básto es retrá teis rí gidos ou flexí veis • Básto es tipo tonfá de mádeirá ou borráchá • Básto es párá átividáde de Controle de Distu rbios Civis Espargidores de agentes químicos Os espárgidores sá o ártefátos usádos párá dispersár ágentes quí micos no ámbiente. Os ágentes máis comuns usádos no Brásil sá o á Oleoresiná de Cápsáiciná (OC) e á Ortoclobenzálmálononitrilá (CS), emborá áindá sejá possí vel encontrár álguns espárgidores de Cloroácetofenoná (CN). Os modelos máis comuns párá uso dos operádores de seguránçá pu blicá sá o: • Espargidor tipo GL-108 – Usádo individuálmente contrá ágressores. Deve ser respeitádá umá distá nciá mí nimá de 1 metro do ágressor quándo áplicádo. • Espargidor tipo GL-108 MAX – Usádo contrá pequenos grupos. Deve ser respeitádá umá distá nciá mí nimá de 5 metros do grupo quándo áplicádo. Atuá ná pele, nos olhos e nás mucosás, cáusá lácrimejámento intenso, espirros, irritáçá o dá pele, forte sensáçá o de árde nciá nás á reás áfetádás, tosse, vo mito, corizá, contriçá o do peito e dificuldáde de respiráçá o. Seu efeito se iniciá em 3 á 10 segundos ápo s o contáto, perdurándo áte 40 minutos. O cálor áumentá á intensidáde do ágente quí mico. Munições de impacto controlado Sá o ás muniço es que utilizám á tecnologiá fí sicá e, por meio de impácto de báixá energiá cine ticá, provocám dor, sem cáusár leso es gráves, desde que usádás corretámente. Párá que voce tenhá umá ideiá dá diferençá de energiá cine ticá entre umá muniçá o de impácto controládo e umá muniçá o letál, de mesmo cálibre, fáremos umá compáráçá o entre á energiá cine ticá de muniço es de borráchá e de chumbo no cálibre 12. Megafone Dispositivo importánte párá comunicáçá o com os mánifestántes, infrátores homiziádos e em rebelio es de estábelecimentos prisionáis. Potenciálizándo á voz humáná, permite áo operádor de seguránçá utilizár com máis eficá ciá á verbálizáçá o, emitindo ássim ordens máis clárás áo(s) infrátor(es). Pode ser substituí do por álto-fálántes ácopládos áos sinálizádores sonoros dás viáturás. Algemas Usádás primordiálmente párá efetuár á imobilizáçá o de pessoás em cásos de resiste nciá, fundádo receio de fugá ou de perigo á integridáde fí sicá pro priá ou de terceiros, dentre eles os ágentes dá lei. Existem os máis váriádos tipos, desde álgemás de pe s á dedos, de cháve á eletro nicás. Podem ser feitás em vá rios máteriáis. Equipamentos de iluminação Podem ser tá ticos ou do tipo holofote. As lánternás tá ticás sá o gerálmente menores que ás demáis, sem perder em pote nciá de ilumináçá o, e podem ser ácopládás áo ármámento do ágente dá lei. Gerálmente permitem o ácionámento por pressá o momentá neá ou constánte. Visám,principálmente, áuxiliár o operádor de seguránçá pu blicá em várredurás de ámbientes fechádos e ábertos. Podem ser clássificádás como equipámentos ná o letáis, á medidá que forem usádás párá ofuscár á visá o de suspeitos duránte ábordágens ou gerár nos ábordádos, umá sensáçá o de háver máis ágentes dá lei do que reálmente existem. Em ámbos os cásos, ocorre um impácto psicolo gico nos suspeitos, que reduzem á probábilidáde de umá ágressá o e, consequentemente, á necessidáde de uso de forçá fí sicá por párte dos encárregádos de áplicár á lei. Granadas Temos tipos diversos. Vámos conhece -los: • Gránádá fumí gená lácrimoge neá • Gránádá explosivá de efeito morál • Gránádá explosivá identificádorá • Gránádá explosivá de luz e som 6 Armas incapacitantes Já ás ármás incápácitántes sá o ás que átuám diretámente no sistemá nervoso, cáusándo reáço es involuntá riás do orgánismo e, consequentemente, átingindo 100% dás pessoás expostás á elás. Assim, mesmo que hájá dor ou desconforto no uso dessás ármás, á pessoá expostá ná o tem opçá o entre continuár ágindo ou cessár á áçá o. Elá simplesmente párá, involuntáriámente. Temos como á máis usádá e conhecidá ármá debilitánte: á ármá de choque ele trico. Elá áge no sistemá nervoso sensoriál cáusándo umá dor que e tránsmitidá dos nervos espálhádos pelo corpo áo ce rebro. 7 Equipamento de proteção Os equipámentos de proteçá o sá o conhecidos como EPÍs – Equipámentos de Proteçá o Índividuál. Eles protegem o ágente, permitindo que ele tenhá máior seguránçá no átuár operácionál, dándo-lhe máis serenidáde párá ádotár á posturá máis ádequádá á ocásiá o, em especiál quándo e ágredido ou sente-se ámeáçádo por álgum perigo. Destá formá, consegue evitár átitudes precipitádás e preservár á vidá de infrátores, suspeitos e outrás pessoás envolvidás em ocorre nciás crimináis. Colete balístico Atuálmente, o uso do colete á prová de bálás como equipámento de proteçá o individuál está ámplámente difundido entre os operádores de seguránçá pu blicá. Sá o encontrádos no mercádo coletes bálí sticos fábricádos de diversos máteriáis. Os máis conhecidos e usádos no Brásil sá o os de fibrás de árámidá e os polietilenos. Capacetes Destinám-se á proteçá o do crá nio e fáce em ocorre nciás onde se verificám possibilidádes de impáctos provenientes de árremesso de pedrás e similáres, golpes com bárrás metá licás e dispáros de ármá de fogo, dentre outros. Podem ser usádos em diversás situáço es, táis como: • Ínváso es tá ticás párá resgáte de refe ns locálizádos • Situáço es de distu rbios civis • Abordágens de álto risco á edificáço es ou veí culos com pelí culá que ná o permite á visá o de seu interior • Támbe m sá o usádos pelos bombeiros nos trábálhos de resgáte em álturá Podem ser divididos iniciálmente em dois grupos: os ánti-impácto e os bálí sticos. Os ánti-impáctos sá o os usádos pelos bombeiros e pelás tropás de choque nás situáço es de distu rbios onde ná o hájá informe de uso de ármá de fogo pelos mánifestántes. Os bálí sticos sá o os usádos principálmente pelos times tá ticos nos resgátes de refe ns e pelás tropás de choque nás situáço es em que hájá probábilidáde de emprego de ármá de fogo pelos oponentes, táis como: rebelio es e situáço es envolvendo grupos hostis á áçá o policiál. Figurá 1 - Sá o feitos com plácás de árámidá, oferecendo proteçá o bálí sticá de ácordo com ás mesmás normás usádás párá os coletes e os escudos. Escudos Assim como os cápácetes, os escudos podem ser ánti-impácto ou bálí sticos. Podem ser produzidos com policárbonáto, ámiánto, polietileno ou árámidá. A vántágem dos fábricádos em policárbonáto e á diferençá de mássá, sendo bem máis leves que os demáis, emborá ná o ofereçám proteçá o bálí sticá. Gerálmente usádos em situáço es onde ná o hájá informe de emprego de ármás de fogo contrá á tropá, se quebrám sem estilháçár nos cásos de impácto excessivo. Resistem á umidáde e quándo expostos áo fogo sá o áutoextinguí veis. Os de ámiánto sá o, em gerál, os máis pesádos e já podem ser considerádos práticámente forá de uso, sálvo por álgumás poucás unidádes que áindá sá o usádás por álgumás corporáço es policiáis. Suá vántágem em reláçá o áos de policárbonáto e á proteçá o bálí sticá que oferecem. Por suá vez, os fábricádos em árámidá e polietileno, por serem máis leves que os de ámiánto, e támbe m oferecerem proteçá o bálí sticá, substituí rám áqueles, sendo estes os usádos átuálmente. Os de árámidá possuem viseirá em plá stico de álto impácto com tránspáre nciá superior á 70%. Máscara contra gases A má scárá contrá gáses e um equipámento de proteçá o individuál, que permite á permáne nciá do homem em átmosferá gásádá, sem que inspire ár contáminádo. E o principál meio de proteçá o individuál, tánto em ámbiente quí mico quánto biolo gico ou nucleár. Os outros meios de proteçá o complementám-ná ou te m á mesmá importá nciá, quándo diánte de determinádos ágentes. Ná átividáde policiál e máis usádá por grupos de operáço es especiáis e tropás de choque, visto que essás unidádes policiáis utilizám com máis freque nciá os ágentes quí micos, que exigem o uso deste importánte EPÍ. Tá o gránde importá nciá e decorrente por proteger o ápárelho respiráto rio, principál portá de entrádá dos ágentes quí micos párá o orgánismo, e os olhos, támbe m áltámente sensí veis áos ágentes. Perneiras As perneirás, máis usádás por tropás de choque e grupos tá ticos, visám proteger os operádores de seguránçá pu blicá contrá objetos árremessádos por possí veis ágressores e páncádás dás pernás contrá objetos e bárricádás duránte á entrádá em edificáço es. Luvas e balaclavas em nomex ou aramida Esses equipámentos te m o objetivo de proteger o usuá rio de chámuscámento no rosto e nos bráços, cáusádos pelo lánçámento de coquete is molotov ou outros ártefátos incendiá rios que possám átingir á tropá ou por bárreirás incendiá riás. Ná o devem ser confeccionádás em lá , álgodá o ou outro tecido que possá servir de combustí vel e nem ser usádás com o objetivo de omitir á identidáde do policiál que á está usándo. 8 Considerações finais Como dissemos, o objetivo destá áulá foi ápresentár o ármámento e o equipámento máis usádo pelos operádores de seguránçá pu blicá, descrevendo á suá áplicáçá o tá ticá. Neste exáto momento, voce pode estár lendo á respeito de umá ármá ná o letál que dispárá micro- ondás ou outrá que produz ondás sonorás que impedem á pessoá de ráciocinár. Pergunte-se sempre se estás ármás podem ser ádquiridás em nu mero que átendá á suá orgánizáçá o. Questione- se sobre á áplicábilidáde: • Em que situáçá o elá poderiá ser usádá? • Elá áfetáriá tá o somente o ágressor? • Em que medidá? • Ele debilitá ou incápácitá? Ao visitármos feirás de Seguránçá, somos ápresentádos á equipámentos futurí sticos, com design márávilhoso. Lembre-se que importá o válor do máteriál, párá fins de orçámento. Recorde-se que ele deverá ser objeto de treinámento e será usádo por longos perí odos pelo ágente dá lei. Portánto, importá os custos párá suá mánutençá o e ármázenágem e seu peso e portábilidáde. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • As te cnicás á serem utilizádás quándo dá ábordágem á s pessoás, relácionándo ás de combáte corpo-ácorpo, ná o letáis de ábordágem e de verbálizáçá o. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Reconheceu os tipos de ármás e equipámentos ná o letáis usádos pelosoperádores de seguránçá pu blicá; • Ídentificou os tipos de álvos, tecnologiás e emprego tá tico relácionádos com o uso dás ármás e equipámentos ná o letáis. USO LEGÍTIMO DA FORÇA TE CNÍCAS NA O LETAÍS Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Reconhecer ás te cnicás á serem utilizádás quándo dá ábordágem á s pessoás; 2- Relácionár ás te cnicás de verbálizáçá o; 3- Relácionár ás te cnicás ná o letáis de combáte corpo á corpo.Cáro áluno, preocupámo-nos áte este momento em lhe ápresentár os áspectos legáis e te cnicos párá á utilizáçá o do ármámento e equipámento ná o letáis. Nestá áulá, iremos trátár dá suá ná o utilizáçá o. Ísto mesmo. Existem te cnicás que podem evitár que se use umá ármá ele tricá ou um espárgidor de gá s lácrimoge neo. Aliá s, como dissemos ántes, por máis que ármás ná o letáis bem usádás ná o coloquem em risco á vidá dás pessoás, deve-se evitár suá utilizáçá o desnecessá riá. Por isto, fáláremos de te cnicás de ábordágem, verbálizáçá o e combáte corpo á corpo, sempre com o escopo de preservár á dignidáde e á integridáde fí sicá do ábordádo e do operádor de seguránçá pu blicá. Bom estudo. Técnicas de abordagem Umás dás rotinás máis executádás por operádores de seguránçá pu blicá e á áproximáçá o de umá determinádá pessoá ou de um grupo, sejá párá orientár, ájudár, socorrer, ávisár, determinár, fiscálizár ou revistár. Ísto e conhecido como “ábordágem”. Umá ábordágem pode ser feitá junto á um locál ou á um objeto. Diánte do exposto, poderí ámos definir ábordágem como o áto de áproximáçá o, práticádo pelo operádor, com determinádá finálidáde, obedecendo á s te cnicás de seguránçá. A ábordágem deve ser treinádá, práticádá, tornándo-se um reflexo condicionádo no operádor de seguránçá. Técnicas de abordagem – continuação Veremos, á seguir, álgumás consideráço es á respeito do que trátár ná construçá o dás te cnicás de ábordágem. Estáremos lidándo com situáço es nás quáis o cidádá o ápresentou álgumá átitude suspeitá que possá levár á crer, de formá fundádá, que ele estejá ná posse de ármá proibidá ou de objetos ou pápe is que constituám corpo de delito, ou quándo á medidá for determinádá no curso de buscá domiciliár. Tál tipo de buscá pessoál encontrá ámpáro no ártigo 244 do Co digo de Processo Penál. http://www.plánálto.gov. br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm Dificultando a agressão contra o operador de segurança Ímobilizár umá pessoá cáusá certo desconforto áo ábordádo. Ná o e este o objetivo de umá ábordágem. A imobilizáçá o visá proteger o operádor de seguránçá e terceiros de umá eventuál ágressá o por párte do cidádá o. Número de operadores de segurança O operádor de seguránçá jámáis deve ábordár álgue m sozinho. Ao ábordár um grupo de pessoás, deve átentár párá que o nu mero de ágentes dá lei sejá iguál ou superior áo do nu mero de ábordádos. Obedecendo às normas legais e técnicas Quándo o operádor de seguránçá áge dentro dos ditámes legáis e te cnicos, reduz á possibilidáde de ágressá o por párte do cidádá o. Ele deve mánter á cálmá e á concentráçá o quándo dá reálizáçá o de umá ábordágem. Técnicas de Verbalização Fálámos sobre á verbálizáçá o ná áulá 5. Vámos trátár dos conceitos geráis que envolvem está te cnicá. Linguagem usada O operádor de seguránçá deve ser cordiál e áo mesmo tempo firme em suá ábordágem, ná o se válendo de gí riás ou termos vulgáres. Está demonstráçá o de profissionálismo provocá um impácto psicolo gico positivo no cidádá o ábordádo. Ao ouvir ordens bem emitidás, em um linguájár de bom ní vel, o ábordádo tende á pensár que o domí nio dá situáçá o está nás má os do ágente. O encárregádo de áplicár á lei deve ser educádo, más deve determinár o que será feito pelá pessoá ábordádá. O cidádá o ná o pode áchár que tem á opçá o de obedecer ou ná o. Ele tem que ácreditár que deve obedecer. Discutir com o ábordádo demonstrá descontrole emocionál e inseguránçá. O tom de voz que vái ser usádo deve ser áudí vel. Como o cidadão entende as ordens E importánte que o operádor de seguránçá entendá que ele recebeu treinámento prá tico e teo rico párá ábordár pessoás, veí culos e edificáço es. Ele treinou exáustivámente com colegás que ágiám de ácordo com ás ordens dádás. Tá o intenso e o treinámento que muitás vezes o áluno do curso de formáçá o já ádotá á posiçá o de ábordágem sem ter recebido ordens párá isso. Entretánto, o cidádá o ná o recebeu quálquer orientáçá o sobre ser ábordádo. Ele ná o sáberá como ágir, podendo ná o compreender ás ordens dádás. Por isso, tenhá pácie nciá com á pessoá que está sendo ábordádá e de comándos curtos e inteligí veis. Técnicas não letais de combate corpo a corpo Sá o ás te cnicás que visám á defesá dá integridáde fí sicá e dá vidá do operádor de seguránçá, bem como á imobilizáçá o de cidádá os que ápresentem fundádá suspeitá de que estejám ná posse de ármá proibidá ou de objetos ou pápe is que constituám corpo de delito, ou quándo á medidá for determinádá no curso de buscá domiciliár. Támbe m será o usádás em cidádá os infrátores párá á colocáçá o de álgemás e conduçá o Sá o chámádás de Te cnicás ná o letáis de combáte corpo á corpo, pois ná o se trátá de defesá pessoál, simplesmente, já que o ágente dá lei ás utilizá ná o so párá defesá, más támbe m párá imobilizár indiví duos exáltádos ou que estejám em átitude de resiste nciá pássivá (lembrámos que este e um termo te cnico, ná o legál). Támbe m ná o trátámos por te cnicás de imobilizáçá o, pois nem sempre háverá condiço es de imobilizár o indiví duo. Considerações As te cnicás de combáte corpo á corpo devem ser desenvolvidás ou ádáptádás á pártir de álgumás consideráço es: Proporcionalidade O encárregádo de áplicáçá o dá lei precisá ter em mente que deve usár á forçá ná mesmá proporçá o á ámeáçá sofridá, ná o impingindo quálquer sofrimento desnecessá rio áo cidádá o ábordádo. Rátificámos á leiturá dá Portáriá Ínterministeriál 4226/10. Ná Portáriá, veremos que o princí pio dá proporcionálidáde explicitá que o ní vel dá forçá utilizádo deve sempre ser compátí vel com á grávidáde dá ámeáçá representádá pelá áçá o do opositor e com os objetivos pretendidos pelo ágente de seguránçá pu blicá. Torções de articulações As te cnicás máis ádequádás párá ás imobilizáço es sá o ás reálizádás por meio de torço es de árticuláço es, já que permitem áo ágente mediár á intensidáde de dor á ser impostá áo imobilizádo. Esse controle permite usár tá o somente á forçá necessá riá párá que o ágressor se submetá á s ordens legáis ou cesse á ágressá o, bem como seu controle posterior. Estás imobilizáço es támbe m te m á vántágem de permitir áo encárregádo de áplicáçá o dá lei mánter o ágressor á certá distá nciá, sem necessidáde de máior contáto corporál ou de levár o ágressor áo solo párá imobilizá -lo. Com isso o operádor de seguránçá corre menos risco de ter suá ármá tomádá pelo ágressor. As imobilizáço es, ápesár de cáusárem dor no oponente, ná o cáusám leso es gráves, permitindo umá rá pidá recuperáçá o do imobilizádo á pártir do momento em que o golpe deixá de ser áplicádo. Táis cárácterí sticás se áplicám perfeitámente áo conceito de ná o letálidáde estudádo nestá discipliná. Golpes traumáticos Por vezes, o operádor de seguránçá pu blicá ná o irá encontrár condiço es que fávoreçám á áplicáçá o de torço es. Os golpes tráumá ticos, inclusive com uso de básto es, devem ser treinádos tánto quánto ás torço es, más estás, por serem menos lesivás, devem ser priorizádás em reláçá o á queles. Treinamento As te cnicás de combáte corpo á corpo devem ser treinádás com reguláridáde (no mí nimo 2 vezes por semáná) á fim de possibilitár áo ágente dá lei o chámádo condicionámento de memo riá musculár, ou sejá, á prepáráçá o do corpo de formá á tornár á áplicáçá o do golpe rá pidá e precisá o suficiente párá ser eficáz. Ale m do condicionámento de memo riá musculár, e importánte o prepáro psicolo gico do encárregádo de áplicár á lei, á fim de evitár o uso desnecessá rio dás te cnicás de combáte. Considerações Finais Acreditámos ser necessá rio lembrár que trátámos dás questo es legáis envolvendo á ábordágem, á revistá e o uso dá forçá nás áulás ánteriores. Sábemos queexistem inu merás te cnicás de ábordágens e de imobilizáço es. Ná o pretendí ámos outro objetivo que ná o tráçár regrás te cnicás que devem estár presente em todo e quálquer treinámento e átuáçá o do operádor de seguránçá pu blicá. Verifique quál te cnicá está sendo usádá em suá instituiçá o. Considere o porque disso. Algumás corporáço es de Seguránçá Pu blicá escolhem determinádá árte márciál párá párámetrizár o treinámento de seus integrántes. Deve-se questionár se á te cnicá selecionádá átende á s exige nciás do trábálho. Assistimos no ví deo sobre o MDPM que houve á necessidáde de construir um modelo pro prio, que pudesse ser usádo nos cásos que se ápresentávám no cotidiáno operácionál. E preciso ressáltár que poucás instituiço es treinám á importánte verbálizáçá o. Recurso presente, em todos os grádientes do uso dá forçá, seriá necessá rio conjugár seu treinámento com umá prá ticá que privilegiásse o uso dás te cnicás ná o letáis. Por isso ná o podemos deixár de ábordár o me todo Giráldi (ou de tiro defensivo ná preserváçá o dá vidá - criádo pelo Coronel PM Giráldi, dá Polí ciá Militár de Sá o Páulo), que treiná policiáis militáres á verbálizárem com os cidádá os ábordádos. O interessánte e que este treinámento ocorre em umá pistá, com álvos e sistemá de som, permitindo que o instrutor fáçá á s vezes dá pessoá, conversándo com o policiál que o ábordá. E umá excelente possibilidáde de uso dás te cnicás ná o letáis. O que vem na próxima aula Ná pro ximá áulá, voce vái estudár: • Estudos de cáso sobre ocorre nciás nás quáis houve o uso dá forçá por Operádores de Seguránçá. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Reconheceu ás te cnicás á serem utilizádás quándo dá ábordágem á s pessoás; • Relácionou ás te cnicás de verbálizáçá o; • Relácionou ás te cnicás ná o letáis de combáte corpo á corpo. USO LEGÍTIMO DA FORÇA ESTUDO DE CASOS Olá! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- váliár situáço es prá ticás nás quáis houve o uso dá forçá; 2- Reconhecer contextos que possibilitem o uso dos grádientes dá forçá; 3- Relácionár áspectos legáis e te cnicos do uso dá forçá em situáço es reáis. Cáro áluno, depois de discutirmos tánto sobre os áspectos legáis e te cnicos que devem ser seguidos pelo encárregádo de áplicár á lei no uso dá forçá, chegou á horá de colocár este áprendizádo á serviço dos estudos de cásos. E muito importánte continuár debátendo ás áço es dos operádores de seguránçá pu blicá. E um diferenciál em umá instituiçá o que prezá pelo áperfeiçoámento contí nuo dá formá de átuár de seus integrántes. Abordámos o máior nu mero possí vel de cásos reáis nos quáis houve o uso dá forçá, esperándo que nossás observáço es sobre ele possám ájudár voce á compreender áindá melhor o que estudámos áte áqui. Tenhá umá excelente áulá. 1 Resolução nº 06 do CDDPH Em 18 de junho de 2013, o Conselho de Defesá dos Direitos dá Pessoá Humáná, dá Secretáriá de Direitos Humános dá Preside nciá dá Repu blicá, publicou á Resoluçá o de nº 6, que dispo e sobre recomendáço es párá gárántiá de Direitos Humános e áplicáçá o do princí pio dá ná o viole nciá no contexto de mánifestáço es e eventos pu blicos, bem como ná execuçá o de mándádos judiciáis de mánutençá o e reintegráçá o de posse. Divulgádá no perí odo dás mánifestáço es populáres que ocorrerám no Brásil, elá impo e em seu ártigo 3º que “ná o devem ser utilizádás ármás de fogo em mánifestáço es e eventos pu blicos, nem ná execuçá o de mándádos judiciáis de mánutençá o e reintegráçá o de posse”. 2 Recordando... Ná primeirá áulá, estudámos á Portáriá Ínterministeriál 4226. Em suá Diretriz de nu mero 6, elá declárá que os chámádos "dispáros de ádverte nciá" ná o sá o considerádos prá ticá áceitá vel, por ná o átenderem áos princí pios dá legálidáde, necessidáde, proporcionálidáde, moderáçá o e convenie nciá e em rázá o dá imprevisibilidáde de seus efeitos. Ná nossá segundá áulá, vimos que os Princí pios Bá sicos sobre o Uso dá Forçá e Armás de Fogo (PBUFAF) determinám que os encárregádos de áplicár á lei deverá o ter nos meios ná o violentos suá primeirá álternátivá, utilizándo-se de ármás ná o letáis com moderáçá o, reduzindo áo mí nimo os dános infringidos e prestándo imediátámente socorro áo lesionádo. 3 O que fazer? O que fázer em umá situáçá o ná quál se está em desvántágem nume ricá e sem o equipámento ádequádo párá lidár com á situáçá o? O operádor de seguránçá pu blicá deve estár consciente que existe á possibilidáde de recuo, de retirádá estráte gicá, enquánto se águárdám os reforços. Está e á rotiná máis difí cil de ser executádá: recuár. Psicologicámente somos treinádos párá controlár o problemá. A retirádá representáriá umá fálhá no cumprimento dá missá o e á demonstráçá o de fáltá de corágem. A átuáçá o do ágente dá lei deve páutár-se pelá legálidáde e pelá te cnicá, ressáltándo á preserváçá o do bem máior que e á vidá humáná. Assim, áfástár-se de umá turbá poderá resguárdár á integridáde fí sicá dos encárregádos de áplicár á lei e dos pro prios mánifestántes. 4 O uso de armas não letais O ártigo 4º dá Resoluçá o nº 06, explicitá que “o uso de ármás de báixá letálidáde somente e áceitá vel quándo comprovádámente necessá rio párá resguárdár á integridáde fí sicá do ágente do Poder Pu blico ou de terceiros, ou em situáço es extremás em que o uso dá forçá e comprovádámente o u nico meio possí vel de conter áço es violentás”. O citádo ártigo tráz no párá gráfo 1º umá definiçá o párá ármás de báixá letálidáde: “Párá os fins destá Resoluçá o, ármás de báixá letálidáde sá o entendidás como ás projetádás especificámente párá conter temporáriámente pessoás, com báixá probábilidáde de cáusár mortes ou leso es corporáis permánentes”. Ínteressánte observár o párá gráfo 2º do ártigo: “Ná o deverá o, em nenhumá hipo tese, ser utilizádás por ágentes do Poder Pu blico ármás contrá criánçás, ádolescentes, gestántes, pessoás com deficie nciá e idosos”. Presume-se que tál ássertivá visuálizá os grupos citádos como extremámente vulnerá veis á outrás formás de ágir do operádor de seguránçá pu blicá e sensí veis áo ármámento ná o letál á ser usádo. 5 O uso de armas não letais – continuação Debátemos exáustivámente ná áulá 6 que ármás ná o letáis ná o podem ser usádás indiscriminádámente, com á ideiá de que “ná o lesionám”. Os ágentes quí micos provocám irritáçá o ná pele, nos olhos e mucosás. Vimos támbe m, ná áulá 8, que devem ser obedecidos os áspectos te cnicos párá utilizáçá o de cádá ármá. Cientes disso, lembrámos que o espárgidor tipo GL-108 MAX deve ser usádo, respeitándo-se umá distá nciá mí nimá de 5 metros do grupo quándo áplicádo. Observe á imágem áo ládo, presente ná reportágem do site dá Globo. https://oglobo.globo.com/rio/pm-ádmiteque-policiál-se-excedeu-em-átáque-com-spráy-de- pimentá-8741260 A concentráçá o demásiádá do produto, que ocorre quándo usádo forá dás especificáço es, pode levár áo sufocámento do indiví duo. https://oglobo.globo.com/rio/pm-admite-que-policial-se-excedeu-em-ataque-com-spray-de-pimenta-8741260 https://oglobo.globo.com/rio/pm-admite-que-policial-se-excedeu-em-ataque-com-spray-de-pimenta-8741260 https://oglobo.globo.com/rio/pm-admite-que-policial-se-excedeu-em-ataque-com-spray-de-pimenta-8741260 Figurá 1 - Mánifestánte e ágredidá por policiál com spráy de pimentá Fonte: Victor R. Cáiváno / AP 6 As balas de borracha Ná áulá 8, foi explicádo que existem diversos cálibres párá ás muniço es de borráchá. No Brásil, ás máis usádás sá o ás de cálibre 12 e 38,1 mm. A recomendáçá o e que sejám dispárádás á umá distá nciá mí nimá de 20 metros do álvo. Támbe m e usuál que o dispáro ná o sejá feito contrá á cábeçá dos mánifestántes, más ná álturá que ná o ultrápásse um metro do chá o. Destá formá, os dispáros será o feitos objetivándo átingir ás pessoás ábáixo dá linhá dá cinturá, evitándo-se ás regioes máis sensí veis como tronco e cábeçá. Vejá á imágem e ássistá áos ví deos que seguem, párá, em seguidá, fázer ás devidás áná lises. E possí vel observár o policiál em um ládo de umá fáixá de pedestre e mánifestántes do outro ládo. Sábemos que á extensá o de umá fáixá de pedestre e de 4 metros. Portánto, o dispáro foi feito á umá distá nciá inádequádá. 7 O uso de armas de fogo Retornándo á Portáriá Ínterministeriál 4226, esmiuçádá ná áulá 1, lembrámos que á Diretriz 4 (A Diretriz 4 sintetizá ás questo es legáis e te cnicás em seu texto) áfirmá que: ná o e legí timo o uso de ármás de fogo contrá pessoá em fugá desármádá ou que, mesmo ná posse de álgum tipo de ármá, ná o represente risco imediáto de morte ou de lesá o gráve áos ágentes de seguránçá pu blicá ou terceiros. Os policiáis civis corriám álgum tipo de risco á s suás integridádes fí sicás? E áindá que corressem, por que ná o recuár? Observe que o ámbiente e de poucá visibilidáde. O suposto criminoso sequer teve suá identidáde confirmádá. Diversos dispáros átingirám reside nciás, colocándo em risco á vidá de vá riás pessoás. Ná o se tem áqui á legí timá defesá, más o homicí dio do cidádá o, ácusádo de prá ticás criminosás. A áçá o foi durámente criticádá por especiálistás e mí diás. Clique áqui párá ver á reportágem sobre o ássunto. http://g1.globo.com/rio-de- jáneiro/noticiá/2013/05/mprjpedirá-que-inquerito-dá-morte-de-mátemático-sejá- desárquivádo.html 8 Uso das armas de fogo – Diretriz nº05 A Diretriz nº 5 dá Portáriá Ínterministeriál 4226 determiná: ná o ser legí timo o uso de ármás de fogo contrá veí culo que desrespeite bloqueio policiál em viá pu blicá, á ná o ser que o áto represente um risco imediáto de morte ou lesá o gráve áos ágentes de seguránçá pu blicá ou terceiros. Entretánto, temos álguns cásos em que policiáis ábordárám veí culos e dispárárám contrá os mesmos quándo ná o forám obedecidás suás ordens de párádá. Saiba mais Vejá esses cásos: “Polí ciá átirá em cásál ápo s furár bárreirá e mátá mulher má e de setes filhos ná divisá TO/MA” e “Menor reáge duránte umá ábordágem e polí ciá átirá contrá cárro; será punido?”. https://www.t1noticiás.com.br/plántáo-de- policiá/máe-de-sete-filhos-e-mortá-comtiro-nás-costás-duránte-perseguicáo-dá- pm/48641/ Um cáso párá discussá o e o dá reportágem intituládá “PM átirá máis de 25 vezes contrá cárro com jovens em Sántos”. 9 Uso da força contra pessoas presas Ná áulá 2, no s estudámos o Co digo de Condutá párá os encárregádos de áplicár á lei. Lemos que seu ártigo 6º determiná que os encárregádos de áplicáçá o dá lei devem gárántir á proteçá o dá sáu de de todás ás pessoás sob suá guárdá e, em especiál, ádotár medidás imediátás párá ássegurár- lhes cuidádos me dicos, sempre que necessá rio. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/05/mprj-pedira-que-inquerito-da-morte-de-matematico-seja-desarquivado.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/05/mprj-pedira-que-inquerito-da-morte-de-matematico-seja-desarquivado.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/05/mprj-pedira-que-inquerito-da-morte-de-matematico-seja-desarquivado.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/05/mprj-pedira-que-inquerito-da-morte-de-matematico-seja-desarquivado.html Ísso obrigá que o operádor de seguránçá preserve á integridáde fí sicá de todás ás pessoás presás ou conduzidás por ele, inclusive contrá á áçá o de outrás personágens. Vejá, ágorá, o ví deo que ilustrá á áçá o incorretá de um policiál, áo átirár ná perná do criminoso já rendido ná Bárrá dá Tijucá/RJ. http://g1.globo.com/rio-de-jáneiro/noticiá/2012/07/video-mostrá- pm-átirándo-ná-pernáde-criminoso-já-rendido-ná-bárrá.html Temos um flágránte de desrespeito áo Co digo de Condutá. A prá ticá de um crime por párte do policiál. 10 A ação de não disparar Ná áulá 9, no s destácámos o Me todo do Tiro Defensivo de Preserváçá o dá Vidá, ou Me todo Giráldi, criádo pelo Coronel dá Polí ciá Militár de Sá o Páulo, Nilson Giráldi. O me todo chámou á átençá o de orgánismos nácionáis e internácionáis pelá e nfáse no treinámento dá verbálizáçá o e ná preserváçá o dá integridáde fí sicá do operádor de seguránçá, do cidádá o ábordádo e dás pessoás que está o presentes ná situáçá o. No endereço http://usoprogressivodáforcá.blogspot.com.br/2011/03/tiro-defensivo- ná-preservácáo-dávidá_05.html temos ví deos que trázem pálestrás do renomádo oficiál, nos quáis ele explicá os objetivos dá metodologiá. E importánte relembrár os conceitos que áprendemos nestá discipliná, dentre os quáis o dá preserváçá o dá vidá e dá integridáde fí sicá de todos os envolvidos em umá ocorre nciá policiál. E máis! Vimos que o treinámento está sintonizádo com os documentos internácionáis e nácionáis que estudámos nestá discipliná. Citámos o exemplo dos Princí pios Bá sicos do Uso dá Forçá e dá Armá de Fogo, estudádos ná segundá áulá. Aprendemos que ántes de usár á ármá de fogo, deverá háver, sempre que possí vel, á comunicáçá o desse uso por párte do ágente dá lei á pessoá á quem o profissionál dá seguránçá se dirige. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/video-mostra-pm-atirando-na-perna-de-criminoso-ja-rendido-na-barra.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/video-mostra-pm-atirando-na-perna-de-criminoso-ja-rendido-na-barra.html http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/07/video-mostra-pm-atirando-na-perna-de-criminoso-ja-rendido-na-barra.html http://usoprogressivodaforca.blogspot.com.br/2011/03/tiro-defensivo-na-preservacao-da-vida_05.html http://usoprogressivodaforca.blogspot.com.br/2011/03/tiro-defensivo-na-preservacao-da-vida_05.html http://usoprogressivodaforca.blogspot.com.br/2011/03/tiro-defensivo-na-preservacao-da-vida_05.html http://usoprogressivodaforca.blogspot.com.br/2011/03/tiro-defensivo-na-preservacao-da-vida_05.html 11 Conclusão Neste momento, muitos ágentes dá lei podem estár questionándo ás áná lises, posto que reálizádás distántes, no tempo e no espáço, dá situáçá o reál. Justámente em rázá o de conhecermos ás ádversidádes que se ápresentám no momento dá átuáçá o do operádor de seguránçá e que áconselhámos treinámento constánte, báseádo ná lei e nás te cnicás discutidás nestá discipliná. Armámentos e equipámentos sá o necessá rios, más pouco ádiántám se ná o sá o utilizádos de formá ádequádá. Assim, o constánte áprimorámento diánte dás reálidádes diá riás encárádás pelo encárregádo de áplicár á lei, o prepárárá melhor párá ágir nos poucos instántes que terá , por vezes, párá decidir. Tendo em vistá incide nciá criminál nos fins de tárde em umá determinádá rodoviá, resolve-se criár operáço es de ábordágem á veí culos. Ínstituí do o bloqueio párciál dá viá átráve s de posicionámento dás viáturás e cones, iniciou-se á operáçá o, sendo escolhidos párá ábordágem, áqueles veí culos que gerám fundádás suspeitás. Em um determinádo momento, o ágente encárregádo dá seleçá o ávistá um cárro preto, com pelí culá escurá nos vidros que impossibilitá visuálizár seu interior. Mesmo com á proximidáde dá operáçá o, o motoristá ná o ábáixou os vidros do cárro, ná o ábáixou o fárol e tentou evitár á operáçá o por cáminhos álternátivos, sendo que estávám bloqueádos por outrás viáturás. Enfim, áo álcánçár á operáçá o, o ágente ordenou suá párádá. Desrespeitándo á ordem legál, o veí culo furou o bloqueio ácelerándo bruscámente. Sendo ássim, tendo em vistá o conhecimento ádquirido sobre uso dá forçá, deve o Agente dá lei: E legí timo o uso de ármá de fogo contrá o veí culo que desrespeitou o bloqueio policiál em viá pu blicá, tendo em vistá se trátár de excludente de ilicitude previstá no árt. 23 do Co digo Penál, portánto devem ser efetuádos dispáros párá forçár á párádá do veí culo. E legí timo o uso de ármá de fogo contrá o veí culo que desrespeitou o bloqueio policiál em viá pu blicá, tendo em vistá se trátár de flágrántedelito por Desobedie nciá á ordem legál de funcioná rio pu blico, portánto devem ser efetuádos dispáros párá forçár á párádá do veí culo. Ná o e legí timo o uso de ármás de fogo contrá o veí culo que desrespeitou o bloqueio policiál em viá pu blicá, á ná o ser que o áto represente um risco imediáto de morte ou lesá o gráve áos ágentes de seguránçá pu blicá ou terceiros, portánto restá áo policiál persegui-lo e promover o cerco. Ná o e legí timo o uso de ármás de fogo contrá o veí culo que desrespeitou bloqueio policiál em viá pu blicá, tendo em vistá que o policiál selecionou o veí culo párá ábordágem sem motivo ápárente (fundádá suspeitá) o que justificá á suá fugá, portánto o policiál deve se eximir de persegui-lo. CONCLUSÃO Nestá áulá, voce : • Aváliou situáço es prá ticás nás quáis houve o uso dá forçá; • Reconheceu contextos que possibilitem o uso dos grádientes dá forçá; • Relácionou áspectos legáis e te cnicos do uso dá forçá em situáço es reáis. 1 Uso seletivo da força Fique ligado 2 FLECT Fique ligado 3 Gillespie 4 Remsberg 5 Modelo Canadense 6 Gráfico de Uso da Força da Polícia de Neshville Fique ligado 7 Modelo do Departamento de Policia de Phoenix 8 Modelo de uso da força O que vem na próxima aula CONCLUSÃO 1 Parâmetros para uso da força pela ótica das organizações de Segurança Pública 2 Parâmetros para uso da força na legislação internacional 3 A conveniência 4 Código de Conduta 5 Parâmetros para uso da força na legislação nacional 6 Questões técnicas 7 Normas disciplinares para o uso da força 8 Responsabilidades dos órgãos de Segurança Pública Fique ligado 9 Critérios de recrutamento e seleção 10 Direitos Humanos 11 Direitos Humanos dos operadores de segurança 12 Formação dos operadores de Segurança Pública 13 Treinamento para o uso de arma de fogo e instrumento de menor potencial Fique ligado 14 Habilitação para o uso de armas de fogo e técnicas para o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo 15 Relatório Fique ligado O que vem na próxima aula Relembrando os conceitos Modelos gráficos Níveis de uso da força Elementos principais de ação • Instrumentos • Táticas • Uso do tempo Níveis de submissão do suspeito Percepção de risco Percepção de risco – continuação Níveis progressivos da força Nível 1 – presença física Nível 2 – verbalização Nível 3 – controles de contato ou controle de mãos livres Nível 4 – técnicas de submissão (controle físico) Nível 5 – táticas defensivas não letais Nível 6 – força letal Encerramento O que vem na próxima aula 1 Relembrando os conceitos Conceito denão letal Conceito detécnicas não letais Tecnologiasnão letais Conceito dearmas não letais Equipamentosnão letais Fique ligado 4 Aspectos legais e técnicos Fique ligado 6 Armas de menor potencial ofensivo 7 Sobre a aquisição de armamento não letal Fique ligado 8 Conclusão O que vem na próxima aula 1 Discutindo os mitos 2 Discutindo os mitos sobre armamento não letal O armamento não letal é ineficaz O armamento não letal provoca muita dor ou mata Toda arma não letal incapacita o cidadão 4 Aspectos que devem ser considerados na implantação de arma não letal RECURSOS FINANCEIROS DOUTRINA AQUISIÇÃO 1/2 AQUISIÇÃO 2/2 ARMAS LETAIS 1/2 ARMAS LETAIS 2/2 TREINAMENTO A FALTA DE TREINAMENTO 1/3 A FALTA DE TREINAMENTO 2/3 A FALTA DE TREINAMENTO 3/3 - REGRAS DE USO MUDANÇA DE MENTALIDADE PERCEPÇÃO PÚBLICA 1/4 PERCEPÇÃO PÚBLICA 2/4 PERCEPÇÃO PÚBLICA 3/4 PERCEPÇÃO PÚBLICA 4/4 SOBRECARGA 2/2 AVALIAÇÃO E AJUSTES 1/4 AVALIAÇÃO E AJUSTES 2/4 5 Considerações Finais O que vem na próxima aula 1 Classificação das armas e equipamento não letais 2 Quanto ao tipo de alvo Antipessoal Antimaterial 3 Quanto à tecnologia Física Química Energiadirigida Biológica Psicológica 4 Quanto ao emprego tático Fique ligado 5 Armas debilitantes Bastão policial Munições de impacto controlado Megafone Algemas Equipamentos de iluminação Granadas 6 Armas incapacitantes 7 Equipamento de proteção Colete balístico Capacetes Escudos Máscara contra gases Perneiras Luvas e balaclavas em nomex ou aramida 8 Considerações finais O que vem na próxima aula CONCLUSÃO Técnicas de abordagem Técnicas de abordagem – continuação Dificultando a agressão contra o operador de segurança Número de operadores de segurança Obedecendo às normas legais e técnicas Técnicas de Verbalização Linguagem usada Como o cidadão entende as ordens Técnicas não letais de combate corpo a corpo Considerações Proporcionalidade Torções de articulações Golpes traumáticos Treinamento Considerações Finais O que vem na próxima aula 1 Resolução nº 06 do CDDPH 4 O uso de armas não letais 5 O uso de armas não letais – continuação 6 As balas de borracha 7 O uso de armas de fogo 8 Uso das armas de fogo – Diretriz nº05 Saiba mais 9 Uso da força contra pessoas presas 10 A ação de não disparar 11 Conclusãoum direito da pessoa. Poderíamos citar o direito à integridade física e ao seu patrimônio como exemplos de outros bens a serem protegidos. Não é preciso que a agressão esteja ocorrendo para que ela seja repelida. Se o agente da lei verificar que ela está para ocorrer, poderá ele usar dos meios necessários para preservar sua integridade física. Note que a redação do artigo pede para que a pessoa, cujo direito é ameaçado, use de forma moderada dos meios necessários. A moderação implicaria no uso parcimonioso, proporcional, do equipamento que o operador de segurança, no nosso caso, dispõe para repelir a injusta agressão. 11 Analisando os exemplos Agora iremos analisar 2 casos. Caso 1 Damos como exemplo de legítima defesa o seguinte caso: O encarregado de aplicar a lei observa uma pessoa praticando um roubo, armado com uma faca. Ele aborda o cidadão e determina que o mesmo solte a faca. O assaltante investe contra o guarda que usa seu bastão para desarmá-lo, acertando-o no pulso. Em seguida, dá-lhe uma chave de braço, jogando o sujeito no chão para que possa algemá-lo. Caso 2 Quando falamos sobre a utilização da força, incluindo aí o uso das algemas, e seu regramento na legislação nacional, temos como excludente de ilicitude o estrito cumprimento do dever legal. Ao darmos voz de prisão para uma pessoa que tenha cometido um ilícito, recusando a mesma em acompanhar o policial, atirando-se no chão ou permanecendo imóvel, poderá o operador de segurança dar-lhe uma chave de braço, algemando-a, visto que é perceptível a possibilidade de fuga. Esperamos que tenha ficado bem clara a diferença entre os 2 casos. Reiteramos que no exemplo dado sobre a legítima defesa, o guarda estava com sua integridade física em risco. No segundo caso, o policial usou a força, mas não corria risco. 12 Verbalização Se considerarmos que a verbalização é um gradiente do uso da força, a determinação verbal para que uma pessoa se retire de um local de crime não pode ser considerada ilegal. Não poderia esta alegar qualquer constrangimento, visto que a ordem se afigura dentro da lei, portanto amparada pelo estrito cumprimento do dever legal. 13 Exercício regular do direito Gostaríamos de desfazer um engano quanto ao uso da excludente “exercício regular do direito” pelo agente da lei. Não é possível usar este estatuto em qualquer situação cotidiana vivida por ele. Sabemos que este ponto despertará sua curiosidade, mas pedimos a observância cuidadosa, a análise minuciosa dos casos práticos vivenciados, alocando-os certamente nos 2 excludentes de ilicitude estudados até aqui. 14 Estado de necessidade Quanto ao estado de necessidade, o artigo 24 do Código Penal o define como aquele em que o agente pratica um fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Seria a exceção ao que colocamos até aqui, visto que quando o policial defende-se de um ataque de animal, usando de espargidor de pimenta, bastão ou arma de fogo, ele não seria incriminado por machucar aquele ser vivo, posto que sua conduta amolda-se a excludente “estado de necessidade”. É bom esclarecer que quando uma pessoa usa o animal como arma, não teríamos aí o estado de necessidade, mas a legítima defesa, a ser argumentada como excludente de ilicitude. Cremos ser importante abordar outro dispositivo legal que trata do mau uso da força pelo agente de segurança. 15 Crimes de tortura Falamos da Lei 9.455/97 que define os crimes de tortura. Em seu primeiro artigo, ela traz que constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, seja com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, seja para provocar ação ou omissão de natureza criminosa ou ainda em razão de discriminação racial ou religiosa, é considerado tortura. O artigo ainda define como crime de tortura a submissão de alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. O § 1º diz que incorrerá na mesma pena aquele que submeter pessoa presa ou sujeita à medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. A pena ainda será aumentada de 1/6 até 1/3 se o crime for cometido por agente público. 16 Lei 4898/65 Deixaremos de abordar a Lei 4898/65 nesta aula, tendo em vista seu estudo na disciplina Fundamentos dos Estudos Jurídicos em Segurança Pública. Entretanto, faremos uma rápida interface com aquele dispositivo legal e a citada disciplina. Não se pode prender uma pessoa para averiguação de seus antecedentes. Não há previsão no ordenamento brasileiro para realização deste procedimento. A Lei 4898/65, em seu artigo 3º, define abuso de autoridade como qualquer atentado a inúmeros direitos de qualquer pessoa, inclusive a sua incolumidade física. 17 Diretrizes Apresentamos algumas das Diretrizes (Trataremos deles, com mais propriedade, na aula 4), relacionando-as com o que estudamos até aqui. A explicação sobre cada princípio está no anexo II da Portaria. Ao lermos a Diretriz número 3, observamos que os agentes de Segurança Pública não deverão disparar armas de fogo contra pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro, contra perigo iminente de morte ou lesão grave. Temos aqui presente o estatuto da legítima defesa, tratando o legislador de apontar a proporcionalidade para o uso da arma de fogo: somente diante de perigo de morte ou lesão grave. A Diretriz 4 afirma que não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de Segurança Pública ou terceiros. As munições usadas pelos encarregados de aplicar a lei não foram feitas para serem usadas em automóveis. Pode tratar-se de uma pessoa inabilitada ou até mesmo desatenta (não são poucos os relatos de pessoas que passaram direto por operações sem terem percebido) ou pode haver vítimas de sequestro dentro do carro, nos bancos ou na mala. A Diretriz nº 5 determina não ser legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos agentes de Segurança Pública ou terceiros. Se o motorista consegue se evadir de uma operação policial, não há amparo legal para efetuar disparos contra ele. Não há risco de vida para o agente. Do ponto de vista técnico, isto também é totalmente errado. Finalmente, chegamos a 6ª diretriz. Ela declara que os chamados “disparos de advertência” não são considerados prática aceitável por não atenderem aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência, e em razão da imprevisibilidade de seus efeitos. Fica claro que um disparo, para acabar com um tumulto ou fazer com que uma ordem seja cumprida, poderá trazer consequências negativas. Afinal, atirar para o alto, faz com que o projétil desça e acerte uma pessoa, com a mesma energia que tinha quando disparado. Atirar para o chão pode fazer com que a munição ricocheteie, atingindo qualquer um, inclusive o próprio agente. Como uma pessoa desarmada, em fuga, poderia representar algum risco de vida ao operador de segurança? Muitas vezes discutimos sobre o que fazer quando uma pessoa presa, em estabelecimento penal, tenta fugir. Alguns agentes da lei acreditam que nessasocasiões, seria legalmente justificável um disparo de arma de fogo contra o indivíduo. Ele não pode fugir. Outros dizem que o disparo não pode ser feito, pois o preso tem direito a fuga. Ora, o preso NÃO tem direito a fuga. Ocorre que esta atitude não é tipificada como crime. Entretanto, ele incorrerá na falta disciplinar grave prevista na Lei de Execução Penal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm Quanto ao disparo para deter a fuga, não se enquadra o fato em qualquer uma das excludentes de ilicitude estudadas nesta aula. USO LEGÍTIMO DA FORÇA USO DA FORÇA – CONTEXTO INTERNACIONAL Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Definir, no plano internacional, o significado do uso da força e da arma de fogo pelos operadores de Segurança Pública; 2- Identificar a legislação internacional que trata do uso da força e da arma de fogo pelos encarregados de aplicar A lei; 3- Relacionar os aspectos legais internacionais que amparam os integrantes dos órgãos de Segurança Pública, quando do uso da força e da arma de fogo. O Brasil desponta no cenário internacional como um país que atrai eventos e investimentos significativos. Atrelado ao crescimento econômico, a nação brasileira ganha peso no plano mundial, tornando-se referência em vários campos, dentre os quais a qualidade da sua legislação contemporânea. Reconhecido como um Estado soberano, o Brasil torna-se um detentor de direitos e deveres perante a comunidade terrestre, posição reconhecida no campo dos tratados assinados e ratificados na área de Direitos Humanos, cujo cumprimento recai também sobre a atuação de suas forças de segurança. Vivendo em uma “aldeia global”, é inegável que o operador de segurança deva conhecer os aspectos legais internacionais que norteiam seu trabalho, legitimando o comprometimento assumido pela nação, frente aos demais países. Assim, trazemos nesta aula o contexto legal internacional que ampara a ação do encarregado de aplicar a lei. Boa aula. 1 Documentos internacionais sobre os direitos humanos Como dissemos na apresentação desta aula, o encarregado de aplicar a lei tem um papel importante na legitimação dos tratados internacionais assinados pelo Brasil no campo da proteção dos direitos das pessoas e na regulação do exercício desses direitos. O nosso país pratica diversos atos internacionais, dentre os quais a assinatura de tratados, pactos, convenções e outros instrumentos globais. Interessa para nossos estudos os documentos internacionais que versam sobre os direitos humanos. Mas como estes documentos entram no ordenamento jurídico nacional? A Constituição da República Federativa do Brasil trata do tema no seu artigo 5º, inciso LXXVIII, parágrafo 3º: “Os tratados e convenções internacionais sobre Direitos Humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, Serão equivalentes às emendas constitucionais”. 2 Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos Ora, teríamos obrigações no plano global a serem consideradas no nível da lei maior do nosso país. Os tratados e as convenções internacionais não aprovados, em conformidade com o que descreve o citado Dispositivo legal, estariam abaixo apenas da constituição (lei infraconstitucional). Trata-se de um desdobramento da conhecida Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em seu artigo 6.1, o PIDCP determina que “o direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida”. O Pacto traz ainda em seu artigo 9.1 o seguinte texto: “toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de liberdade, salvo pelos motivos Previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela estabelecidos”. Fique ligado Veja que neste ponto, a lei internacional guarda similaridade com o ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que a prisão só poderá ocorrer de acordo com o previsto no inciso LXI do artigo 5º da CF: ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 3 Comitê dos Direitos Humanos O PIDCP, em seu artigo 28, estabelece a constituição do Comitê dos Direitos Humanos que, entre outras funções, está encarregado de supervisionar a implementação eficaz das normas contidas no Pacto na legislação nacional dos Estados-partes deste Tratado. Para isso “os Estados-partes ao pacto comprometem-se a apresentar relatórios sobre as medidas que houverem tomado e deem efeito aos direitos nele consignados e sobre os progressos realizados no gozo destes direitos...” (artigo 40.1 PIDCP). O Comitê dos Direitos Humanos considera que: • os Estados deveriam adotar medidas não apenas para prevenir e punir a privação da vida por atos criminosos, mas também prevenir mortes arbitrárias pelas suas próprias forças de segurança; • a privação da vida pelas autoridades do Estado é um assunto da mais alta gravidade. Por conseguinte, a lei deve, eficientemente, controlar e limitar as circunstâncias nas quais uma pessoa pode ser privada da sua vida por tais autoridades. 4 Código de Conduta para os Encarregados de Aplicação da Lei A Organização das Nações Unidas, objetivando orientar os Estados quanto à conduta dos seus encarregados de aplicar a lei formulou, no dia 17 de dezembro de 1979, através da Resolução 34/169 da ONU, o CCEAL (Código de Conduta para os Encarregados de Aplicação da Lei). O Código não tem força de tratado, sendo um instrumento global, um indicador de conduta a se basear no Exercício do policiamento ético e legal. O CCEAL busca criar padrões para as práticas de aplicação da lei que estejam de acordo com as disposições básicas dos direitos e liberdade humanos. Por meio da criação de uma estrutura que apresente diretrizes de alta qualidade ética e legal, procura influenciar a atitude e o comportamento prático dos encarregados da aplicação da lei. No artigo 3º do CCEAL está estipulado que os encarregados da aplicação da lei só podem empregar a força quando estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento de seu dever. As disposições enfatizam que o uso da força, pelos encarregados da aplicação da lei, deve ser excepcional e nunca ultrapassar o nível razoavelmente necessário para se atingir os objetivos legítimos de aplicação da lei. O uso da arma de fogo neste sentido deve ser visto como uma medida extrema. O artigo 5º do CCEAL estipula a absoluta proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, desumano ou degradante. Nenhum encarregado da aplicação da lei pode invocar ordens superiores ou circunstâncias excepcionais como Justificativa para esses atos. O artigo 6º do Código determina que os encarregados de aplicação da lei devam garantir a proteção da saúde de todas as pessoas sob sua guarda e, em especial, devem adotar medidas imediatas para assegurar-lhes cuidados médicos, sempre que necessário. Isso obriga que o operador de segurança preserve a integridade física de todas as pessoas que por ele forem presas ou conduzidas, inclusive contra a ação de outras personagens. Finalmente, o artigo 8º doCCEAL estipula que os encarregados da aplicação da lei devem respeitar a lei e esse Código. Precisam, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se rigorosamente a quaisquer violações da lei e do Código. O CCEAL exorta os encarregados da aplicação da lei a agir contra as violações do Código: “Os encarregados da aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que houve ou que está para haver uma violação deste Código, devem comunicar o fato a seus superiores e, se necessário, a outras autoridades adequadas ou órgãos com poderes de avaliação e reparação”. Fique ligado Observe que os citados dispositivos legais têm por escopo auxiliar as Organizações de Segurança Pública e seus operadores a compreender e exercitar os deveres que o povo lhes confere através do Estado. Não se engane. O poder nas mãos dos agentes da lei é imenso. Eles lidam o tempo todo com situações que não são encontradas no mundo das leis, cabendo a eles decidirem, da melhor forma possível, o que deve ser feito, atuando diante de extrema visibilidade perante a população. Mas o que é necessário para um efetivo controle das ações dos Encarregados de Aplicar a Lei? Que haja transparência em suas ações: • deverão responsabilizar-se perante a população no aspecto legal – isto é, cumprir a lei; • no aspecto político – suas estratégias deverão ser conhecidas e aprovadas pela comunidade; • no aspecto econômico – deverão prestar contas sobre como aplicam a verba que recebem. Obviamente, diante do exposto, teremos que ter uma atenção toda especial para os valores éticos praticados nas organizações de segurança. Fique ligado Muitas vezes, ao agir com violência ou desrespeito, em uma determinada ocorrência, o aplicador da lei está reproduzindo o que vivencia dentro da instituição. Muitos chefes afirmam que precisam ser enérgicos nos tratos com os operadores de segurança para que eles possam atuar legal e tecnicamente nas ruas, não percebendo que contribuem para que haja um mal atendimento, ao se distanciarem da ética que deve estar obrigatoriamente presente nas relações internas das corporações que lidam com o público. 5 Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo Outro documento internacional importante para nosso estudo são os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo (PBUFAF). Foram adotados no 8º Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infratores, realizado em Havana, Cuba, de 27 de agosto a 7 de setembro de 1990. Você sabia... Que os PBUFAF têm como meta assegurar e promover o papel adequado dos operadores de segurança pública? Entretanto, apesar de sua não obrigatoriedade, cremos que os Princípios tratam de rotinas importantes na vida prática do operador de segurança pública e deveriam ser conhecidos e praticados pelas organizações. Reportando-se aos pontos principais, os EAL (Encarregados de Aplicação da Lei) deverão atentar para os princípios da Legalidade, Necessidade e Proporcionalidade ao decidirem recorrer à força ou à arma de fogo. Deverão ter nos meios não violentos sua primeira alternativa, utilizando-se de armas não letais com moderação, reduzindo ao mínimo os danos infringidos e prestando imediatamente socorro ao lesionado. Você pode estar se perguntando... O que fazer em caso de lesão ou morte de uma pessoa? Deverá ser produzido relatório contendo todas as circunstâncias em que se deu a ação. Fique ligado Nada justifica o uso arbitrário ou abusivo da força ou da arma de fogo, não podendo o EAL invocar quaisquer condições excepcionais ou ordens superiores para adotar conduta incompatível com os princípios citados anteriormente. Antes de usar a arma de fogo, deverá haver, sempre que possível, a comunicação desse uso à pessoa a quem o profissional da Segurança se dirige. E quanto a seleção do EAL ? Deve ser feita através de procedimento adequado, atentando para as qualidades morais, psicológicas e físicas adequadas; e sua formação deve se pautar pela ética, respeito aos Direitos Humanos, pela ênfase na resolução pacífica de conflitos e na utilização de estratégias de persuasão, negociação e mediação. O EAL deverá ter acompanhamento psicológico quando utilizar a arma de fogo, havendo a produção de relatório sobre o ocorrido com a competente revisão para verificar se os princípios foram seguidos pelos agentes. É preciso que os gerentes entendam sua grande importância na implementação destas medidas. 6 Abordagem e busca pessoal Outro ponto a ser estudado na nossa aula é o da abordagem e busca pessoal. O encarregado de aplicação da lei pode se deparar com uma situação em que as circunstâncias levem-no a suspeitar da atitude de alguém. Por isso, não há que se falar em “elemento suspeito”, mas em atitude suspeita. Ao avaliar condições temporais, climáticas, de localização e comportamentais, o agente pode decidir que a conduta apresentada por uma pessoa está em desacordo com o contexto no qual se encontra. Assim, uma pessoa parada em frente a uma instituição financeira por muito tempo, trajando um casaco em um dia quente, apresenta uma atitude inusitada. A legislação nacional contempla a abordagem e a busca pessoal no artigo 244 do Código de Processo Penal: “A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de Delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar”. O legislador contemplou a condição de gênero no artigo 249 do citado documento: “A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência”. Importante ressaltar que há uma interpretação internacional em relação à revista da mulher no documento produzido pela ONU chamado Conjunto de princípios para a proteção de todas as pessoas sujeitas a qualquer forma de detenção ou prisão. Tal documento não tem força de tratado, pacto ou convenção, prestando-se apenas a ser um manual de orientações. Ainda que o documento não manifeste explicitamente, doutrinadores internacionais concordam com a ideia de que a revista em mulheres e em suas roupas seja feita por agentes femininas, não havendo exceção para que o homem faça a revista. http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu /fpena/lex51.htm 7 Convenção contra a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes No Brasil, o Decreto nº 40, de 15 de fevereiro de 1991 aprova a Resolução 39/46 da ONU que se torna o instrumento internacional chamado Convenção contra a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Mas como a Convenção define tortura? Em seu primeiro artigo, a Convenção define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de: Obter, dela ou terceira pessoa, informações; castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; Intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas, ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; ou quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com seu consentimento ou aquiescência. 8 Convenção internacional para a eliminação de todas as formas de discriminação racial Podemos citar ainda a Convenção internacional para a eliminação de todas as formas de discriminação racial, promulgadano Brasil através do Decreto nº 65.810, de 8 de dezembro de 1969. Em seu artigo 2º, número 1, letra a, pode ser lido que: Os Estados-partes condenam a discriminação racial e comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem uma política de eliminação da discriminação racial em todas as suas formas e de promoção de Entendimento entre todas as raças. E para esse fim: Cada Estado-parte compromete-se a efetuar nenhum ato ou prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de pessoas ou instituições e fazer com que todas as autoridades públicas nacionais ou locais, se conformem com esta obrigação. 9 Violações dos artigos A Convenção garante no seu artigo 5º, letra b, o direito à segurança da pessoa ou à proteção do Estado contra violência ou lesão corporal cometida, quer por funcionários de Governo, que por qualquer indivíduo, grupo ou Instituição. Neste ponto, você pode estar se perguntando... http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu ...o que ocorre quando há violações dos artigos expressos nestes documentos internacionais assinados pelo Brasil? Primeiro precisamos compreender que no campo do Direito Internacional, as violações de leis criminais que vigoram dentro dos Estados-membros, incluindo aquelas leis que proscrevem criminalmente o abuso de poder são definidas como “Violações de Direitos Humanos”. O principal aspecto de tais violações são o dano e o sofrimento individual ou coletivo causado às pessoas, incluindo dano físico ou mental, sofrimento emocional, prejuízo econômico ou dano substancial de seus direitos fundamentais, provocados por atos ou omissões que possam ser imputadas ao Estado. 10 Documentos internacionais especializados em Direitos Humanos São muitas as rotinas legais estabelecidas para fazer com que um Estado preste satisfação, no cenário mundial, de suas deliberações, ações ou omissões em relação aos Direitos Humanos. A forma de responsabilizar-se um Estado, quando ele é acusado de violar os direitos das pessoas, poderá estar prevista no tratado assinado pelo mesmo. Temos 3 documentos internacionais especializados em Direitos Humanos que trazem disposições que tratam da Denúncia efetuada por um Estado sobre violações aos Direitos praticadas por outra Nação: • O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP); • A Convenção contra a Tortura (CCT); • A Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (CIEDR). 11 O que determinam o PIDCP e a CCT? Que um Estado deve, primeiramente, reconhecer que o Comitê de Direitos Humanos e o Comitê Contra a Tortura são competentes para receber e apreciar quaisquer denúncias, efetuadas por outro país, a respeito do não cumprimento das obrigações previstas no Pacto ou na Convenção. Quando uma nação assina a CIEDR, reconhece obrigatoriamente a competência do Comitê responsável pelo cumprimento das normas previstas na referida Convenção. Estas Convenções e Pacto positivam quais são as regras para ofertar e apreciar as denúncias de quebra das normas previstas neles. 12 Denúncias entre Estados Os Comitês tem uma importante atuação na mediação e conciliação quando ocorrem denúncias entre Estados. O escopo é o de realizar um acordo pacífico, visando que o país respeite as obrigações consideradas no documento internacional competente. Há ainda a possibilidade de uma pessoa ofertar uma denúncia em relação a determinado Estado. Apesar de sua previsão nos 3 documentos citados, o Estado poderá optar por não reconhecer denúncias individuais realizadas aos respectivos Comitês. Nestes casos, as comunicações individuais serão consideradas inadmissíveis. O PIDCT poderá, entretanto, através de seu Comitê, apreciar comunicações de pessoas que se dizem vítimas de violação de normas previstas no citado Pacto. O mesmo ocorre em relação a CCT e a CIEDR. Vamos ver como isso acontece Quando um Comitê recebe uma denúncia, ele a avalia. Tendo-a admitido, levará ao conhecimento do Estado citado que disponibilizará de 6 meses para responder ao Comitê por escrito, esclarecendo os fatos que lhe foram imputados. Em seguida, o Comitê avaliará as informações do peticionário e do respectivo Estado, transmitindo sua visão aos mesmos. Anualmente, os respectivos Comitês das Convenções e do Pacto elaboram um relatório anual de suas atividades e o enviam à Comissão de Direitos Humanos. Importante ressaltar que o Conselho de Direitos Humanos e outros organismos da ONU que trabalham nesta área, podem investigar violações de Direitos Humanos, sempre e quando elas sejam devidamente comprovadas. As denúncias podem ser encaminhadas pelo site do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos. Pacto de San José da Costa Rica O Pacto de San José da Costa Rica (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm), Conhecido como Convenção Americana sobre Direitos Humanos, foi promulgado no Brasil através do Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992. Ele reafirma o propósito dos Estados Americanos em consolidar, no continente, um regime de liberdade pessoal e de justiça social. Prevê órgãos competentes para conhecer os assuntos relacionados com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Mas você sabe como a eleição e nomeação de cada um é feita? Pelos Estados na Assembleia Geral da Organização USO LEGÍ TÍMO DA FORÇA USO DA FORÇA – CONTEXTO ÍNTERNACÍONAL Olá ! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Definir, no pláno internácionál, o significádo do uso dá forçá e dá ármá de fogo pelos operádores de Seguránçá Pu blicá; 2- Ídentificár á legisláçá o internácionál que trátá do uso dá forçá e dá ármá de fogo pelos encárregádos de áplicár A lei; 3- Relácionár os áspectos legáis internácionáis que ámpárám os integrántes dos o rgá os de Seguránçá Pu blicá, quándo do uso dá forçá e dá ármá de fogo. O Brásil despontá no cená rio internácionál como um páí s que átrái eventos e investimentos significátivos. Atreládo áo crescimento econo mico, á náçá o brásileirá gánhá peso no pláno mundiál, tornándo-se refere nciá em vá rios cámpos, dentre os quáis á quálidáde dá suá legisláçá o contemporá neá. Reconhecido como um Estádo soberáno, o Brásil torná-se um detentor de direitos e deveres peránte á comunidáde terrestre, posiçá o reconhecidá no cámpo dos trátádos ássinádos e rátificádos ná á reá de Direitos Humános, cujo cumprimento recái támbe m sobre á átuáçá o de suás forçás de seguránçá. Vivendo em umá “áldeiá globál”, e inegá vel que o operádor de seguránçá devá conhecer os áspectos legáis internácionáis que norteiám seu trábálho, legitimándo o comprometimento ássumido pelá náçá o, frente áos demáis páí ses. Assim, trázemos nestá áulá o contexto legál internácionál que ámpárá á áçá o do encárregádo de áplicár á lei. Boá áulá. 1 Documentos internácionáis sobre os direitos humános Como dissemos ná ápresentáçá o destá áulá, o encárregádo de áplicár á lei tem um pápel importánte ná legitimáçá o dos trátádos internácionáis ássinádos pelo Brásil no cámpo dá proteçá o dos direitos dás pessoás e ná reguláçá o do exercí cio desses direitos. O nosso páí s práticá diversos átos internácionáis, dentre os quáis á ássináturá de trátádos, páctos, convenço es e outros instrumentos globáis. Ínteressá párá nossos estudos os documentos internácionáis que versám sobre os direitos humános. Más como estes documentos entrám no ordenámento jurí dico nácionál? A Constituiçá o dá Repu blicá Federátivá do Brásil trátá do temá no seu ártigo 5º, inciso LXXVÍÍÍ, párá gráfo 3º: “Os trátádos e convenço es internácionáis sobre Direitos Humános que forem áprovádos, em cádá Cásá do Congresso Nácionál,em dois turnos, por tre s quintos dos votos dos respectivos membros, Será o equiválentes á s emendás constitucionáis”. 2 Pácto Ínternácionál sobre Direitos Civis e Polí ticos Orá, terí ámos obrigáço es no pláno globál á serem considerádás no ní vel dá lei máior do nosso páí s. Os trátádos e ás convenço es internácionáis ná o áprovádos, em conformidáde com o que descreve o citádo Dispositivo legál, estáriám ábáixo ápenás dá constituiçá o (lei infráconstitucionál). Trátá-se de um desdobrámento dá conhecidá Decláráçá o Universál dos Direitos Humános. Em seu ártigo 6.1, o PÍDCP determiná que “o direito á vidá e inerente á pessoá humáná. Esse direito deverá ser protegido pelá lei. Ningue m poderá ser árbitráriámente privádo de suá vidá”. O Pácto tráz áindá em seu ártigo 9.1 o seguinte texto: “todá pessoá tem direito á liberdáde e á seguránçá pessoál. Ningue m poderá ser preso ou encárcerádo árbitráriámente. Ningue m poderá ser privádo de liberdáde, sálvo pelos motivos Previstos em lei e em conformidáde com os procedimentos nelá estábelecidos”. Fique ligádo Vejá que neste ponto, á lei internácionál guárdá similáridáde com o ordenámento jurí dico brásileiro, umá vez que á prisá o so poderá ocorrer de ácordo com o previsto no inciso LXÍ do ártigo 5º dá CF: ningue m será preso sená o em flágránte delito ou por ordem escritá e fundámentádá de áutoridáde judiciá riá competente, sálvo nos cásos de tránsgressá o militár ou crime propriámente militár, definidos em lei. 3 Comite dos Direitos Humános O PÍDCP, em seu ártigo 28, estábelece á constituiçá o do Comite dos Direitos Humános que, entre outrás funço es, está encárregádo de supervisionár á implementáçá o eficáz dás normás contidás no Pácto ná legisláçá o nácionál dos Estádos-pártes deste Trátádo. Párá isso “os Estádos-pártes áo pácto comprometem-se á ápresentár reláto rios sobre ás medidás que houverem tomádo e deem efeito áos direitos nele consignádos e sobre os progressos reálizádos no gozo destes direitos...” (ártigo 40.1 PÍDCP). O Comite dos Direitos Humános considerá que: • os Estádos deveriám ádotár medidás ná o ápenás párá prevenir e punir á priváçá o dá vidá por átos criminosos, más támbe m prevenir mortes árbitrá riás pelás suás pro priás forçás de seguránçá; • á priváçá o dá vidá pelás áutoridádes do Estádo e um ássunto dá máis áltá grávidáde. Por conseguinte, á lei deve, eficientemente, controlár e limitár ás circunstá nciás nás quáis umá pessoá pode ser privádá dá suá vidá por táis áutoridádes. 4 Co digo de Condutá párá os Encárregádos de Aplicáçá o dá Lei A Orgánizáçá o dás Náço es Unidás, objetivándo orientár os Estádos quánto á condutá dos seus encárregádos de áplicár á lei formulou, no diá 17 de dezembro de 1979, átráve s dá Resoluçá o 34/169 dá ONU, o CCEAL (Co digo de Condutá párá os Encárregádos de Aplicáçá o dá Lei). O Co digo ná o tem forçá de trátádo, sendo um instrumento globál, um indicádor de condutá á se báseár no Exercí cio do policiámento e tico e legál. O CCEAL buscá criár pádro es párá ás prá ticás de áplicáçá o dá lei que estejám de ácordo com ás disposiço es bá sicás dos direitos e liberdáde humános. Por meio dá criáçá o de umá estruturá que ápresente diretrizes de áltá quálidáde e ticá e legál, procurá influenciár á átitude e o comportámento prá tico dos encárregádos dá áplicáçá o dá lei. No ártigo 3º do CCEAL está estipuládo que os encárregádos dá áplicáçá o dá lei so podem empregár á forçá quándo estritámente necessá riá e ná medidá exigidá párá o cumprimento de seu dever. As disposiço es enfátizám que o uso dá forçá, pelos encárregádos dá áplicáçá o dá lei, deve ser excepcionál e nuncá ultrápássár o ní vel rázoávelmente necessá rio párá se átingir os objetivos legí timos de áplicáçá o dá lei. O uso dá ármá de fogo neste sentido deve ser visto como umá medidá extremá. O ártigo 5º do CCEAL estipulá á ábsolutá proibiçá o dá torturá ou outro trátámento ou pená cruel, desumáno ou degrádánte. Nenhum encárregádo dá áplicáçá o dá lei pode invocár ordens superiores ou circunstá nciás excepcionáis como Justificátivá párá esses átos. O ártigo 6º do Co digo determiná que os encárregádos de áplicáçá o dá lei devám gárántir á proteçá o dá sáu de de todás ás pessoás sob suá guárdá e, em especiál, devem ádotár medidás imediátás párá ássegurár-lhes cuidádos me dicos, sempre que necessá rio. Ísso obrigá que o operádor de seguránçá preserve á integridáde fí sicá de todás ás pessoás que por ele forem presás ou conduzidás, inclusive contrá á áçá o de outrás personágens. Finálmente, o ártigo 8º do CCEAL estipulá que os encárregádos dá áplicáçá o dá lei devem respeitár á lei e esse Co digo. Precisám, támbe m, ná medidá dás suás possibilidádes, evitár e opor-se rigorosámente á quáisquer violáço es dá lei e do Co digo. O CCEAL exortá os encárregádos dá áplicáçá o dá lei á ágir contrá ás violáço es do Co digo: “Os encárregádos dá áplicáçá o dá lei que tiverem motivos párá ácreditár que houve ou que está párá háver umá violáçá o deste Co digo, devem comunicár o fáto á seus superiores e, se necessá rio, á outrás áutoridádes ádequádás ou o rgá os com poderes de áváliáçá o e repáráçá o”. Fique ligádo Observe que os citádos dispositivos legáis te m por escopo áuxiliár ás Orgánizáço es de Seguránçá Pu blicá e seus operádores á compreender e exercitár os deveres que o povo lhes confere átráve s do Estádo. Ná o se engáne. O poder nás má os dos ágentes dá lei e imenso. Eles lidám o tempo todo com situáço es que ná o sá o encontrádás no mundo dás leis, cábendo á eles decidirem, dá melhor formá possí vel, o que deve ser feito, átuándo diánte de extremá visibilidáde peránte á populáçá o. Más o que e necessá rio párá um efetivo controle dás áço es dos Encárregádos de Aplicár á Lei? Que hájá tránspáre nciá em suás áço es: • deverá o responsábilizár-se peránte á populáçá o no áspecto legál – isto e , cumprir á lei; • no áspecto polí tico – suás estráte giás deverá o ser conhecidás e áprovádás pelá comunidáde; • no áspecto econo mico – deverá o prestár contás sobre como áplicám á verbá que recebem. Obviámente, diánte do exposto, teremos que ter umá átençá o todá especiál párá os válores e ticos práticádos nás orgánizáço es de seguránçá. Fique ligádo Muitás vezes, áo ágir com viole nciá ou desrespeito, em umá determinádá ocorre nciá, o áplicádor dá lei está reproduzindo o que vivenciá dentro dá instituiçá o. Muitos chefes áfirmám que precisám ser ene rgicos nos trátos com os operádores de seguránçá párá que eles possám átuár legál e tecnicámente nás ruás, ná o percebendo que contribuem párá que hájá um mál átendimento, áo se distánciárem dá e ticá que deve estár obrigátoriámente presente nás reláço es internás dás corporáço es que lidám com o pu blico. 5 Princí pios Bá sicos sobre o Uso dá Forçá e Armás de Fogo Outro documento internácionál importánte párá nosso estudo sá o os Princí pios Bá sicos sobre o Uso dá Forçá e Armás de Fogo (PBUFAF). Forám ádotádos no 8º Congresso dás Náço es Unidás sobre á Prevençá o do Crime e o Trátámento dos Ínfrátores, reálizádo em Háváná, Cubá, de 27 de ágosto á 7 de setembro de 1990. Voce sábiá... Que os PBUFAF te m como metá ássegurár e promover o pápel ádequádo dos operádores de seguránçá pu blicá? Entretánto, ápesár de suá ná o obrigátoriedáde, cremos que os Princí pios trátám de rotinás importántes ná vidá prá ticá do operádor de seguránçá pu blicá e deveriám ser conhecidos e práticádos pelás orgánizáço es. Reportándo-se áos pontos principáis, os EAL (Encárregádos de Aplicáçá o dá Lei) deverá o átentár párá os princí pios dá Legálidáde, Necessidáde e Proporcionálidáde áo decidirem recorrer á forçá ou á ármá de fogo. Deveráo ter nos meios ná o violentos suá primeirá álternátivá, utilizándo-se de ármás ná o letáis com moderáçá o, reduzindo áo mí nimo os dános infringidos e prestándo imediátámente socorro áo lesionádo. Voce pode estár se perguntándo... O que fázer em cáso de lesá o ou morte de umá pessoá? Deverá ser produzido reláto rio contendo todás ás circunstá nciás em que se deu á áçá o. Fique ligádo Nádá justificá o uso árbitrá rio ou ábusivo dá forçá ou dá ármá de fogo, ná o podendo o EAL invocár quáisquer condiço es excepcionáis ou ordens superiores párá ádotár condutá incompátí vel com os princí pios citádos ánteriormente. Antes de usár á ármá de fogo, deverá háver, sempre que possí vel, á comunicáçá o desse uso á pessoá á quem o profissionál dá Seguránçá se dirige. E quánto á seleçá o do EAL ? Deve ser feitá átráve s de procedimento ádequádo, átentándo párá ás quálidádes moráis, psicolo gicás e fí sicás ádequádás; e suá formáçá o deve se páutár pelá e ticá, respeito áos Direitos Humános, pelá e nfáse ná resoluçá o pácí ficá de conflitos e ná utilizáçá o de estráte giás de persuásá o, negociáçá o e mediáçá o. O EAL deverá ter ácompánhámento psicolo gico quándo utilizár á ármá de fogo, hávendo á produçá o de reláto rio sobre o ocorrido com á competente revisá o párá verificár se os princí pios forám seguidos pelos ágentes. E preciso que os gerentes entendám suá gránde importá nciá ná implementáçá o destás medidás. 6 Abordágem e buscá pessoál Outro ponto á ser estudádo ná nossá áulá e o dá ábordágem e buscá pessoál. O encárregádo de áplicáçá o dá lei pode se depárár com umá situáçá o em que ás circunstá nciás levem-no á suspeitár dá átitude de álgue m. Por isso, ná o há que se fálár em “elemento suspeito”, más em átitude suspeitá. Ao áváliár condiço es temporáis, climá ticás, de locálizáçá o e comportámentáis, o ágente pode decidir que á condutá ápresentádá por umá pessoá está em desácordo com o contexto no quál se encontrá. Assim, umá pessoá párádá em frente á umá instituiçá o finánceirá por muito tempo, trájándo um cásáco em um diá quente, ápresentá umá átitude inusitádá. A legisláçá o nácionál contemplá á ábordágem e á buscá pessoál no ártigo 244 do Co digo de Processo Penál: “A buscá pessoál independerá de mándádo, no cáso de prisá o ou quándo houver fundádá suspeitá de que á pessoá estejá ná posse de ármá proibidá ou de objetos ou pápe is que constituám corpo de Delito, ou quándo á medidá for determinádá no curso de buscá domiciliár”. O legisládor contemplou á condiçá o de ge nero no ártigo 249 do citádo documento: “A buscá em mulher será feitá por outrá mulher, se ná o importár retárdámento ou prejuí zo dá Dilige nciá”. Ímportánte ressáltár que há umá interpretáçá o internácionál em reláçá o á revistá dá mulher no documento produzido pelá ONU chámádo Conjunto de princí pios párá á proteçá o de todás ás pessoás sujeitás á quálquer formá de detençá o ou prisá o. Tál documento ná o tem forçá de trátádo, pácto ou convençá o, prestándo-se ápenás á ser um mánuál de orientáço es. Aindá que o documento ná o mánifeste explicitámente, doutrinádores internácionáis concordám com á ideiá de que á revistá em mulheres e em suás roupás sejá feitá por ágentes femininás, ná o hávendo exceçá o párá que o homem fáçá á revistá. http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu /fpená/lex51.htm 7 Convençá o contrá á torturá e outros trátámentos crue is, desumános ou degrádántes No Brásil, o Decreto nº 40, de 15 de fevereiro de 1991 áprová á Resoluçá o 39/46 dá ONU que se torná o instrumento internácionál chámádo Convençá o contrá á torturá e outros trátámentos crue is, desumános ou degrádántes. Más como á Convençá o define torturá? Em seu primeiro ártigo, á Convençá o define torturá como quálquer áto pelo quál dores ou sofrimentos águdos, fí sicos ou mentáis sá o infligidos intencionálmente á umá pessoá á fim de: http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu%20/fpena/lex51.htm Obter, delá ou terceirá pessoá, informáço es; cástigá -lá por áto que elá ou terceirá pessoá tenhá cometido ou sejá suspeitá de ter cometido; Íntimidár ou coágir está pessoá ou outrás pessoás, ou por quálquer motivo báseádo em discrimináçá o de quálquer náturezá; ou quándo táis dores ou sofrimentos sá o infligidos por funcioná rio pu blico ou outrá pessoá no exercí cio de funço es pu blicás, ou por suá instigáçá o, ou com seu consentimento ou áquiesce nciá. 8 Convençá o internácionál párá á elimináçá o de todás ás formás de discrimináçá o ráciál Podemos citár áindá á Convençá o internácionál párá á elimináçá o de todás ás formás de discrimináçá o ráciál, promulgádá no Brásil átráve s do Decreto nº 65.810, de 8 de dezembro de 1969. Em seu ártigo 2º, nu mero 1, letrá á, pode ser lido que: Os Estádos-pártes condenám á discrimináçá o ráciál e comprometem-se á ádotár, por todos os meios ápropriádos e sem umá polí ticá de elimináçá o dá discrimináçá o ráciál em todás ás suás formás e de promoçá o de Entendimento entre todás ás ráçás. E párá esse fim: Cádá Estádo-párte compromete-se á efetuár nenhum áto ou prá ticá de discrimináçá o ráciál contrá pessoás, grupos de pessoás ou instituiço es e fázer com que todás ás áutoridádes pu blicás nácionáis ou locáis, se conformem com está obrigáçá o. 9 Violáço es dos ártigos A Convençá o gáránte no seu ártigo 5º, letrá b, o direito á seguránçá dá pessoá ou á proteçá o do Estádo contrá viole nciá ou lesá o corporál cometidá, quer por funcioná rios de Governo, que por quálquer indiví duo, grupo ou Ínstituiçá o. Neste ponto, voce pode estár se perguntándo... ...o que ocorre quándo há violáço es dos ártigos expressos nestes documentos internácionáis ássinádos pelo Brásil? Primeiro precisámos compreender que no cámpo do Direito Ínternácionál, ás violáço es de leis crimináis que vigorám dentro dos Estádos-membros, incluindo áquelás leis que proscrevem criminálmente o ábuso de poder sá o definidás como “Violáço es de Direitos Humános”. O principál áspecto de táis violáço es sá o o dáno e o sofrimento individuál ou coletivo cáusádo á s pessoás, incluindo dáno fí sico ou mentál, sofrimento emocionál, prejuí zo econo mico ou dáno substánciál de seus direitos fundámentáis, provocádos por átos ou omisso es que possám ser imputádás áo Estádo. 10 Documentos internácionáis especiálizádos em Direitos Humános Sá o muitás ás rotinás legáis estábelecidás párá fázer com que um Estádo preste sátisfáçá o, no cená rio mundiál, de suás deliberáço es, áço es ou omisso es em reláçá o áos Direitos Humános. A formá de responsábilizár-se um Estádo, quándo ele e ácusádo de violár os direitos dás pessoás, poderá estár previstá no trátádo ássinádo pelo mesmo. Temos 3 documentos internácionáis especiálizádos em Direitos Humános que trázem disposiço es que trátám dá Denu nciá efetuádá por um Estádo sobre violáço es áos Direitos práticádás por outrá Náçá o: • O Pácto Ínternácionál de Direitos Civis e Polí ticos (PÍDCP); • A Convençá o contrá á Torturá (CCT); • A Convençá o Ínternácionál párá á Elimináçá o de Todás ás Formás de Discrimináçá o Ráciál (CÍEDR). 11 O que determinám o PÍDCP e á CCT? Que um Estádo deve, primeirámente, reconhecer que o Comite de Direitos Humános e o Comite Contrá á Torturá sá o competentes párá receber e ápreciár quáisquer denu nciás, efetuádás por outro páí s, á respeito do ná o cumprimento dás obrigáço es previstás no Pácto ou ná Convençá o. Quándo umá náçá o ássiná á CÍEDR, reconhece obrigátoriámente á compete nciá do Comite responsá vel pelo cumprimento dás normás previstás ná referidá Convençá o. Estás Convenço es e Pácto positivám quáis sá o ás regrás párá ofertár e ápreciár ás denu nciás de quebrá dás normás previstás neles. 12 Denunciás entre Estádos Os Comite s tem umá importánte átuáçá o ná mediáçá o e conciliáçá o quándo ocorrem denu nciás entre Estádos. O escopo e o de reálizár um ácordo pácí fico, visándo que o páí s respeite ás obrigáço es considerádás no documento internácionál competente. Há áindá á possibilidáde de umá pessoá ofertár umá denu nciá em reláçá o á determinádo Estádo. Apesár de suá previsá o nos 3 documentos citádos, o Estádo poderá optár por ná o reconhecer denu nciás individuáis reálizádás áos respectivos Comite s. Nestes cásos, ás comunicáço es individuáis será o considerádás inádmissí veis. O PÍDCT poderá , entretánto, átráve s de seu Comite , ápreciár comunicáço es de pessoás que se dizem ví timás de violáçá o de normás previstás no citádo Pácto. O mesmo ocorre em reláçá o á CCT e á CÍEDR. Vámos ver como isso ácontece Quándo um Comite recebe umá denu nciá, ele á áváliá. Tendo-á ádmitido, levárá áo conhecimento do Estádo citádo que disponibilizárá de 6 meses párá responder áo Comite por escrito, esclárecendo os fátos que lhe forám imputádos. Em seguidá, o Comite áváliárá ás informáço es do peticioná rio e do respectivo Estádo, tránsmitindo suá visá o áos mesmos. Anuálmente, os respectivos Comite s dás Convenço es e do Pácto eláborám um reláto rio ánuál de suás átividádes e o enviám á Comissá o de Direitos Humános. Fique ligádo Ímportánte ressáltár que o Conselho de Direitos Humános e outros orgánismos dá ONU que trábálhám nestá á reá, podem investigár violáço es de Direitos Humános, sempre e quándo elás sejám devidámente comprovádás. As denu nciás podem ser encáminhádás pelo site do Alto Comissáriádo dás Náço es Unidás párá Direitos Humános. 13 Pácto de Sán Jose dá Costá Ricá O Pácto de Sán Jose dá Costá Ricá (http://www.plánálto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm), Conhecido como Convençá o Americáná sobre Direitos Humános, foi promulgádo no Brásil átráve s do Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992. Ele reáfirmá o propo sito dos Estádos Americános em consolidár, no continente, um regime de liberdáde pessoál e de justiçá sociál. Preve o rgá os competentes párá conhecer os ássuntos relácionádos com o cumprimento dos compromissos ássumidos pelos Estádos: á Comissá o Ínterámericáná de Direitos Humános e á Corte Ínterámericáná de Direitos Humános. Más voce sábe como á eleiçá o e nomeáçá o de cádá um e feitá? Pelos Estádos ná Assembleiá Gerál dá Orgánizáçá o dos Estádos Americános (OEA). Ínteressánte destácár que estes membros ná o representám seus páí ses. O pápel dá Comissá o e dá Corte e principálmente supervisionár os Estádos no que diz respeito áo cumprimento do previsto nos Trátádos Ínternácionáis de Direitos Humános. A Comissá o e o o rgá o que USO LEGÍ TÍMO DA FORÇA MODELOS DE USO DA FORÇA Olá ! Ao finál destá áulá, voce será cápáz de: 1- Ídentificár os modelos de uso de forçá existentes; 2- Ídentificár os áspectos presentes em cádá grádiente dos modelos de uso de forçá; 3- Compárár os modelos de uso de forçá, ánálisándo cárácterí sticás presentes e áusentes. Ao ábordármos o uso dá forçá ná primeirá áulá, depárámo-nos com seu conceito e todos os áspectos legáis que o normátizám. Entretánto, restá á du vidá: existiriám ní veis párá utilizáçá o destá forçá? Percepço es presentes no que diz respeito á áçá o e reáçá o? Cáusá e conseque nciá? A áulá de hoje propo e-se á responder á estás questo es, vez que trátá do ássunto pelá o ticá dá construçá o de um modelo grá fico, cápáz de promover, átráve s de rá pidá visuálizáçá o, o entendimento de quáis sá o ás reáço es ádequádás que deve ter o encárregádo de áplicár á lei, frente á s áço es dás pessoás, em seu cotidiáno láborál. Tenhá um excelente estudo. Relembrándo á nossá primeirá áulá, definimos forçá como todá intervençá o compulso riá sobre o indiví duo ou grupos de indiví duos, reduzindo ou eliminándo suá cápácidáde de áutodecisá o. Más será que á forçá resume-se ápenás á um tipo? Um ní vel? Um grádiente? Vejámos umá máte riá, do gánho dá Polí ciá Militár do Páráná de umá viáturá párá reálizáçá o do policiámento ostensivo. Será que o pátrulhámento e um ní vel de forçá, ná medidá em que inibe ou reduz á cápácidáde de áutodecisá o? Ímágine umá pessoá que está discutindo com suá námorádá ou com seu námorádo.. Ao ávistár o encárregádo de áplicár á lei, devidámente cárácterizádo, este cidádá o ou está cidádá pode sentir-se desestimuládo(á) á continuár com á discussá o ou á práticár umá ágressá o. Ao ávistár o encárregádo de áplicár á lei, devidámente cárácterizádo, este cidádá o ou está cidádá pode sentir-se desestimuládo(á) á continuár com á discussá o ou á práticár umá ágressá o. Exemplo Podermos citár como exemplo do uso dá forçá, á ordem dádá párá umá pessoá párár. 1 Uso seletivo dá forçá Como po de ver no ví deo, frente á s diversás situáço es que se ápresentám, o encárregádo de áplicár á lei usá á forçá, ádequándo-á áo contexto encontrádo. Assim, o uso dá forçá váriáriá dá simples presençá do ágente dá lei áo uso dá suá ármá de fogo. Este escálonámento recebe diversos nomes: • Uso seletivo dá forçá; • Uso diferenciádo dá forçá; • Uso progressivo dá forçá. Adotáremos como nomencláturá o “uso seletivo dá forçá”, por entender que o operádor de seguránçá, diánte dá situáçá o ápresentádá, terá que selecionár, escolher, um dos ní veis de forçá de que dispo e. Assim, conceituámos o “uso seletivo dá forçá” como á seleçá o ádequádá de opço es de forçá pelo encárregádo de áplicár á lei, em respostá áo ní vel de submissá o do cidádá o á ser controládo, báseándo-se em umá conjugáçá o de fátores legáis e te cnicos, relácionádos á cáusá e efeito. Fique ligádo Lembrámos que o uso dá forçá e dá ármá de fogo ná o e umá questá o individuál, más sim umá questá o de funçá o. Quálquer uso que ná o estejá ámpárádo ná lei e ná te cnicá estárá sujeito á umá crí ticá por excesso, desvio, ábuso de áutoridáde ou poder. Precisámente áqui sá o fundámentáis os válores e ticos á norteárem o trábálho do ágente de seguránçá pu blicá. 2 FLECT Párá ájudár o encárregádo de áplicár á lei á entender como funcioná este uso seletivo dá forçá, instituiço es policiáis e de pesquisá esmerárám-se em criár modelos de uso dá forçá. Modelos sá o esquemás que conte m linhás geráis sobre determinádos ássuntos, sobre determinádás áço es, sobre determinádos procedimentos, podendo orientár ná execuçá o de álgumá rotiná. O primeiro modelo que estudáremos e o máis conhecido no Brásil: o Modelo FLECT. Este modelo e áplicádo pelo Centro de Treinámento dá Polí ciá Federál de Glynco (Federál Láw Enforcement Tráining Center), Georgiá, Estádos Unidos. Observe que e um modelo grá fico em degráus, com 5 cámádás e 3 páine is. No páinel dá esquerdá, verificá-se á percepçá o do policiál em reláçá o á um cidádá o. No páinel centrál, álgárismos romános escálonám o gráu de forçá utilizádo. No páinel dá direitá, te m-se ás reáço es possí veis de forçá do policiál em reláçá o á s átitudes do cidádá o e suá percepçá o de risco. Observe que cores diferentes sá o usádás, de ácordo com cádá cáso. Há setás ápontándo párá cimá e párá báixo, indicándo o processo de áváliáçá o e seleçá o de álternátivás. Destá formá, se o cidádá o demonstrá átitude submissá frente á umá ábordágem, comándos verbáis sá o Suficientes e ádequádos párá seu controle. Fique ligádo Se o cidádá o, duránte á revistá, começá á resistir, ná o obedecendo á s ordens verbáis, o policiál poderá usár o contáto com ás má os, tocándo á pessoá párá direcioná -lá á um locál ou párá que sáiá do cárro. Se, neste momento, o ábordádo começá á coláborár, o ágente pode retornár áos comándos verbáis.