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12-Apr-24
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Entomologia Florestal
Aula 03 – Anatomia Externa
Os insetos são invertebrados segmentados que possuem o 
esqueleto externo (exoesqueleto) articulado característico de 
todos os artrópodes. 
Plano corporal de anelídeos Plano corporal de insetos
Cada segmento apresenta 
um par de apêndices
Muitas características anatômicas dos apêndices (ex. peças bucais, 
pernas, asas e o ápice abdominal) são importantes para o reconhe-
cimento de grandes grupos nos insetos (ordens, famílias e gêneros).
A identificação a nível de espécie depende de detalhes 
morfológicos menos óbvios.
A nível de Ordem
A nível de Espécie
Conhecer e entender a diversidade de formas de insetos não nos 
permite apenas apreciar as suas funcionalidades, mas também 
entender o impacto destas estruturas em fatores como:
• Herbivoria e modos de interação com plantas;
• Predação/parasitismo e controle de pragas;
• Polinização e dispersão de plantas;
• Dentre outros.
Perfurador-sugador Mastigador
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Orientações corporais
O corpo bilateralmente simétrico pode ser descrito de acordo com 
três eixos:
• Longitudinal – dividindo o corpo em duas partes simétrica;
• Dorsoventral – dividindo o corpo em dorso e ventre;
• Transversal – dividindo o corpo em região anterior e posterior.
Para apêndices:
• Proximal – próximo ao corpo;
• Distal – distante do corpo;
• Mediano – próximo à linha mediana.
Orientações corporais
Quatro regiões da superfície do corpo.
Dorso Ventre Duas pleuras
Superior Inferior Laterais
Separam o dorso do ventre e é 
onde se inserem os membros
Cutícula
Um dos principais contribuintes para o sucesso dos insetos.
Camada inerte que consiste no exoesqueleto (do corpo e 
dos membros) e as asas.
Barreira física entre os tecidos internos e o meio ambiente.
Restringe a perda de água pelo inseto, sendo fundamental para 
o sucesso dos insetos na ocupação de ambientes terrestres.
Cutícula
Pode ser rígida como uma armadura ou mais flexível.
Embora seja fina, sua estrutura é complexa e varia entre os 
diferentes grupos taxonômicos.
Sua estrutura também varia ao longo do desenvolvimento (ex. 
larvas vs. pupas vs. adultos) e em diferentes partes do corpo.
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Camada única de células 
que secreta a cutícula
Cutícula
Epiderme
Camada mais espessa e 
normalmente esclerotizada 
(mais rígida)
Procutícula
Camada mais fina onde se 
encontrada a camada de 
lipídica (ou de cera)
Epicutícula
Cutícula
Epiderme + Cutícula = Tegumento
Cobertura mais externa dos 
tecidos vivos de um insetos
A epiderme está intimamente associada ao processo de troca 
da cutícula (ecdise).
Cutícula
A epicutícula varia de 1 a 4 μm. 
Mesmo constituindo uma camada microscópica de ceras e 
lipídios, é graças à epicutícula que os insetos não perdem 
água em excesso para o ambiente.
O revestimento de cera dá o aspecto brilhoso da cutícula.
Cutícula
Além de proteção contra desidratação, a superfície cerosa pode:
• Apresentar compostos químicos que repelem predadores;
• Produzir padrões de mimetismo e camuflagem;
• Repelir o excesso de água da chuva;
• Refletir a radiação solar e ultravioleta;
• Fornecer sinais olfatórios específicos da espécie.
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Cutícula
A quitina é o principal componente da cutícula.
Se trata de um polímero não-ramificado de alto peso molecular.
Quanto mais ligações entre as cadeias de quitinas adjacentes, 
maior é a resistência da cutícula.
Cadeias de quitina
Cutícula
Um endurecimento adicional da cutícula se dá pelo processo de 
esclerotização. 
Ligação adicional entre as cadeias de quitina e outras proteínas 
e minerais adicionados à procutícula. 
A extrema dureza da margem cortante das mandíbulas de alguns 
insetos se dá pela presença de zinco e/ou manganês na cutícula.
Cutícula
A dureza da cutícula varia de acordo com a região do corpo do 
inseto.
Escleritos e peças bucais são mais duros.
A cutícula é mais macia, plástica ou flexível nas articulações ou 
em locais onde ocorrem movimentos elásticos.
Cutícula
Os insetos também apresentam prolongamentos cuticulares, 
como espinhos e cerdas.
Espinhos – estruturas que auxiliam na defesa e no 
deslocamento.
Cerdas – estruturas mecanorreceptoras.
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Segmentação e tagmose
Plano corporal de anelídeos Larva de inseto
A segmentação metamérica, evidente em outros invertebrados, é 
visível apenas em algumas larvas não-esclerotizadas.
Em insetos adultos e ninfas, os segmentos são unidos em 
unidades funcionais (processo de tagmose).
Tagmas: cabeça, tórax e abdome.
Segmentação e tagmose
Os 20 segmentos originais se dividem em uma cabeça com 6 
segmentos, um tórax com 3 segmentos e um abdome com 11 
segmentos.
A esclerotização de algumas partes da cutícula dá origem a 
placas de quitina rígidas chamadas escleritos.
Os maiores escleritos segmentares são o tergo (conjunto de 
tergitos) dorsal, o esterno (conjunto de esternitos) ventral e a 
pleura (ou conjunto de pleuritos) lateral.
Esternitos
Tergitos
Escleritos
Suturas
As pleuras abdominais são 
parcialmente membranosas, mas as 
torácicas são totalmente esclerotizadas 
e fundidas ao tergo e ao esterno
Segmentação e tagmose Cabeça
A rígida capsula cefálica apresenta três regiões estruturais de 
destaque:
• Um par de antenas;
• Um par de olhos compostos e três ocelos;
• As peças bucais ao redor da boca.
Peças bucais
Antena Olho composto Ocelos
Os ocelos são órgãos 
sensoriais que percebem a 
variação de luz ambiente, 
mas não formam imagens
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Cabeça
A cabeça é formada por seis segmentos e cinco deles possuem 
apêndices.
Intercalar (labral)
Labral
Ocular/preantenalOcular/pré-antenal
Antenal
Mandibular
Maxilar
Labial
Cabeça
As antenas são o par de apêndices do segmento antenal.
Sua função é sensorial e pode apresentar quimio, mecano, 
termo e higrorreceptores.
Antenas de machos podem ser mais elaboradas que as das 
fêmeas, sendo capazes de detectar sons e feromônios.
Cabeça
Peças bucais – formadas a partir dos apêndices dos 
segmentos cefálicos 3 a 6.
Seus formatos estão adaptados ao modo de alimentação do 
inseto.
Peças moedoras, mastigadoras, perfurantes, lambedoras, sugadoras...
Cabeça
Existem cinco componentes 
básicos do aparelho bucal:
• O labro, ou “lábio superior”;
• A hipofaringe (“língua”);
• As mandíbulas;
• As maxilas;
• O lábio, ou “lábio inferior”.
Labro
Mandí-
bula
Maxila
Lábio
Hipofaringe
O labro forma o teto da 
cavidade pré-oral e cobre 
a base das mandíbulas.
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Cabeça
As mandíbulas, as maxilas e o lábio são altamente variáveis em sua 
estrutura entre as ordens de insetos.
Em geral, as mandíbulas possuem uma borda apical cortante, de 
modo que a área molar mais basal tritura o alimento.
Cabeça
As mandíbulas também podem ser utilizadas para transportar 
objetos, para defesa e em contextos de seleção sexual.
Elas podem ser muito duras, sendo fácil para alguns cupins e 
besouros perfurarem placas de metal como cobre e chumbo.
Cabeça
Atrás das mandíbulas, as maxilas ajudam no processamento do 
alimento.
Partes pontudas e esclerotizadas seguram e maceram o alimento, 
enquanto outras partes apresentam mecanorreceptores e 
quimiorreceptores.
Cabeça
Os apêndices do sexto segmento fundem-se ao esterno e formam o 
lábio.
O lábio forma o assoalho da cavidade pré-oral e também possui 
palpos com função sensorial.
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Cabeça
Conhecer a forma e a função das peças buscais nos ajuda a 
identificar insetos a nível de ordem, família ou mesmo de gênero.
As peças bucais de abelhas são do tipo mastigador e lambedor.
Glossas labiais formam uma língua com 
pelos que retêm o néctar.
Mandíbulas ajudam na manipulação de 
cera e construção do ninho.
Cabeça
A maioria das borboletas adultas obtêm o seu alimento sugando 
líquidos por meio de peças bucais sugadoras, as quais forma uma 
probóscide.
O alimento líquido é bombeado para dentro da boca por ação 
muscular da faringe.
Cabeça
Mosquitos possuem uma probóscide do tipo que pica e suga.
Peçasorais formam um conjunto de bainha e agulhas, as quais 
penetram a pele, seguram a abertura, percebem a presença química 
dos capilares, sugam o mesmo e injetam saliva anticoagulante.
Cabeça
O hábito hematófago dos dípteros os tornou importantes vetores de 
doenças.
O tipo de doença transmitido pelo díptero varia de acordo com o 
tamanho da probóscide.
Borrachudos – alimentação mais superficial
Transmitem microfilárias, 
que se concentram na pele
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Cabeça
O hábito hematófago dos dípteros os tornou importantes vetores de 
doenças.
O tipo de doença transmitido pelo díptero varia de acordo com o 
tamanho da probóscide.
Mosquitos – alimentação mais profunda
Transmitem patógenos que circulam 
pelo sangue, como a malária
Cabeça
A mosca doméstica apresenta peças orais modificadas em esponjas
que absorvem os alimentos.
Cabeça
Ninfas de libélula apresentam um lábio modificado que captura 
presas.
Cabeça
Alguns insetos adultos que possuem um curto período de vida nesta 
fase possuem peças bucais atrofiadas e não funcionais.
Como estes insetos costumam viver só por um dia como adultos, 
eles focam todo o seu tempo disponível em tentativas de reprodução 
e não se alimentam.
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Tórax
O tórax é composto de três segmentos: protórax, mesotórax e 
metatórax.
Cada um destes segmentos possui um par de pernas.
Insetos alados possuem dois pares de asas, um no mesotórax
e outro no metatórax.
Tórax
As pernas dos insetos são apêndices articulados formados por 
seis artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia, tarso e pós-tarso 
com garras.
A face inferior do tarso pode apresentar almofadas que 
auxiliam na adesão a substratos.
Tórax
A superfície de cada almofada é cerdosa (pilosa).
Graças à capacidade de adesão do tarso, insetos conseguem 
caminhar por superfícies verticais e contra a gravidade.
Tórax
Normalmente, o fêmur e a tíbia são os artículos mais 
compridos da perna, mas variações no comprimento e na 
robustez de cada artículo varia com suas funções
Insetos que andam (gressoriais) ou que 
correm (cursoriais) apresentam fêmures 
e tíbias bem desenvolvidos em todas as 
pernas.
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Tórax
Insetos saltadores (saltatoriais) 
apresentam fêmures e tíbias das 
pernas posteriores desproporcio-
nalmente desenvolvidos.
Insetos que vivem em ambientes 
aquáticos apresentam um ou mais 
pares de pernas modificados para 
a natação (natatórias), com franjas 
e pelos longos e finos.
Tórax Insetos que vivem em cavidades no 
solo possuem as tíbias das pernas 
anteriores alargadas e modificadas 
para cavar (fossoriais).
Insetos predadores possuem 
membros anteriores especializados 
na captura e contenção de presas 
(raptoriais).
Tórax
As tíbias das pernas posteriores de 
abelhas são modificadas para a 
coleta e transporte de pólen.
As asas são completamente desenvolvidas apenas nos adultos.
Asas são projeções cuticulares em forma de aba, sustentadas por 
nervuras esclerotizadas tubulares.
As nervuras maiores são longitudinais, estendendo-se da base até a 
ponta da asa.
Tórax
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Tórax
Nervuras menores transversais conectam as nervuras maiores e dão 
maior sustentação às asas.
As nervuras maiores contém traqueias (oxigênio), vasos sanguíneos 
(nutrientes) e fibras nervosas (comandos cerebrais).
Tórax
Os padrões de enervação das asas são as principais características 
utilizadas na classificação e identificação de insetos dentro de 
grupos como Ordens, Famílias e Gêneros.
Tórax
Normalmente, dois pares de asas funcionais, membranosas e 
transparentes são localizadas dorsolateralmente no tórax.
P
ro
M
es
o
M
et
a
As asas anteriores são encontradas no mesotórax, enquanto as asas 
posteriores são encontradas no metatórax.
Tórax
Variações deste padrão básico de asas são encontrados em diversas 
ordens de insetos.
Algumas ordens apresentam asas anteriores espessas e coriáceas, 
chamadas de tégminas.
Blattodea Orthoptera Mantodea
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Tórax
Coleópteros possuem asas anteriores endurecidas que formam 
estojos de proteção das asas posteriores: os élitros.
Hemípteros possuem asas anteriores com parte basal espessa e 
parte apical membranosa: os hemiélitros.
Coleoptera
Hemiptera
Élitro
Hemiélitro
Tórax
Dípteros só possuem duas asas (di + ptera) anteriores.
As asas posteriores são modificadas em halteres e não funcionam 
como asas.
Halteres – estabilizam o voo.
Tórax
Em cupins (Blattodea: Termitoidae) e formigas (Hymenoptera: 
Formicidae), apenas os indivíduos reprodutores possuem asas.
Estas asas são decíduas, sendo funcionais apenas durante o voo 
nupcial e perdidas após o mesmo.
Tórax
Muitos insetos primitivos não possuem asas (ápteros, Ordens 
Archaeognatha e Zygentoma).
Zygentoma
Outros insetos perderam as asas secundariamente, sendo descendentes 
de ancestrais alados, como os piolhos (Psocodea) e as pulgas 
(Siphonaptera).
Siphonaptera
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Abdome
Primitivamente, o abdome dos insetos apresenta 11 segmentos, 
podendo haver variações neste padrão.
Em geral, os 7 primeiros segmentos abdominais (segmentos pré-
genitais) de adultos são semelhantes entre si e não apresentam 
apêndices.
Abdome
Adultos de alguns grupos ou mesmo larvas e ninfas podem 
apresentar apêndices nestes 7 primeiros segmentos.
Brânquias abdominais 
em ninfas aquáticas
Abdome
A parte anal-genital do abdome é chamada terminália, que consiste 
em geral nos segmentos 8 a 11.
• Os segmentos 8 e 9 apre-
sentam a genitália e seus 
apêndices;
• O segmento 10 não possui 
apêndices;
• O segmento 11 apresenta 
um par de cercos e o ânus.
Os cercos podem ser modificados 
(como nas tesourinhas) ou reduzidos
Abdome
Os segmentos terminais têm função excretora e sensorial em todos 
os insetos, mas nos adultos também possuem função reprodutora.
A genitália externa de fêmeas é mais simples, enquanto a de machos 
é mais variada e pode ser usada como caractere de identificação de 
espécies.
Pênis
Pênis
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Abdome
A genitália externa dos machos inclui um órgão para a transferência de 
espermatozoides (livres ou empacotados - espermatóforos) e estruturas 
que agarram, seguram e estimulam a parceira durante a cópula.
Esta estrutura copulatória é chamada de edeago. 
Abdome
A terminália de fêmeas inclui estruturas internas para receber o órgão 
copulador masculino e seus espermatozoides ou espermatóforos, além 
de estruturas externas utilizadas para oviposição.
Abertura 
copulatória
Ovipositor
Em alguns Hymenoptera, o ovipositor é 
modificado em um ferrão injetor de veneno
Abdome
A maior parte da variação da 
genitália externa masculina se 
relaciona com a posição de 
acasalamento, que pode ser 
variável entre e intra ordens.
Abdome
Mas há casos de reversão sexual com a evolução de pênis feminino e 
vagina masculina.
O espermatóforo produzido por machos se torna um recurso mais 
valioso que os gametas femininos.
Cavernas brasileiras pobres de nutrientes.
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Entomologia Florestal
Aula 03 – Anatomia Externa

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