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804 lIl," "I REFERÊNCIAS 1- De WIEST, R. J. M. 1965. Geohydrology. New York: John Wlh'vl 2- FETTER, C. W. Jr. 1980. Applied hydrogeology. Bell: ItuwrIl, 1I 3- FREEZE, A; CHERRY, J. ]979. Groundwater. Englewood ('1111 Hall, Inc. 604p. 4- LOHMAN, S. W. 1977. Hidráulica subterrãnea. Baroeltut« Ilili Ariel, 191 p. 5- Me WHORTER, B.; SUNADA, D. K. ]977. Groundwatrt hydraulics. Water Resourccs Publications, 290p. 6- TODO, D. K. 1959. Ground water hydrology. New York: J 7- WALTON, W.C.1970.Groundwaterresource evaluation.Sis« Hill, 664p. Capítulo 21 DRENAGEM URBANA Rubem Porto, Kamel Zahed F., Carlos Tuccí e Francisco Bidone L I Conceitos I lurante muito tempo o objetivo principal da drenagem urbana foi remover IIIIS pluviais em excesso da forma mais eficiente possível para evitar IIIIllIilOS, prejuízos e riscos de inundações. A partir de tal enfoque as I • concentraram-se na execução de projetos e obras e na análise econômica ltencffcios e custos dessas medidas, ditas estruturais. Medidas estruturais são necessárias e mesmo essenciais para a solução de mude número de problemas de inundações urbanas. A experiência nacional e I 1I1110lonal mostra, entretanto, que tais medidas, além de onerosas, não I'IIIn1lltl\m por si só solução eficaz e sustentável dos problemas mais 1III'Iuxos de drenagem urbana. íhores soluções para esses problemas são alcançadas a partir de uma 1lIl'llll\IlSllo mais integrada do ambiente urbano e das relações entre os I '11 IIIIUIque o compõem. Dependem também de uma atuação mais abrangente por '11 dll~ responsáveis pelo setor que necessariamente deve envolver aspectos IIhl [nstltucionais, tccnolõgícos e sociológicos. Em outras palavras, o 111'11111 do que se entende por drenagem urbana extravasou o campo restrito da • 1IIIIIIIn para se tomar um problema gerencial, com componentes políticos e I dl'/l,lllos. II ILI"1110 drenagem urbana é entendido aqui, no seu sentido mais amplo, !til " conjunto de medidas que tenham por objetivo minimizar os riscos a que 1'''I,,,h\~'ôos estão sujeitas, diminuir os prejuízos causados por inundações e ,1111111111o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e "11\V~'1. dlll'I'\(:S eficazes de drenagem urbana dependem dos seguintes fatores: para o setor que defina objetivos a serem ais, institucionais, técnicos e financeiros) upução do solo urbano devidamente lpalmcntc no que se ,ulO, m~(1I0 o lons 806 Hidrollllll prazos em toda a bacia, e integre as medidas de drenagem d pluviais no complexo maior do ambiente urbano; -existêncla de entidade eficiente que domine as tecnologias ne implante obras e medidas, desenvolva atividades de comunicaç promova a participação pública, estabeleça critérios, apliqu normas e, enfim, exerça, de forma positiva, a liderança do setor: -domínio da tecnologia adequada para planejamento, projeto, COJlHIIUl'R •• operação das obras; e -organização de campanhas de educação e esclarecimento dn 111'1111 pública. 21.1.1 Impactos da urbanização As conseqüências da urbanização que mais diretamente intcrfOrtlll1 drenagem urbana são as alterações do escoamento superficial dhullI I alterações podem ser dramáticas como mostra a figura 21.1 que 1'1'1111 11111 crescimento das vazões máximas de cheia, com a área urbanizada dll 11111I área servida por obras de drenagem. Para os casos extremos, vorlfluu '." '1" pico da cheia numa bacia urbanizada pode chegar a ser 6 vezes mntrn dll '111 pico desta mesma bacia em condições naturais. Vazão R=~Vazao tOO lIto.. ::I ~ 60 ou E 8 60 c:J eu•.. 'c:J c:J 40 "g Eeu o ~ 20 c: eu u"-euo.. 1--1 O 20 ".o no '10 1r'l!1~ "11rll Z1.1. IU"lm tllI Ulhllllll,lllllllI 101110 1\ VlI'rnll 1I111~1l1111 (l,IJ('llltlíi Drenagem Urbana 807 A Figura 21.2 mostra como se inter-relacionam os diversos processos que correm em uma área urbana e a tabela 21.1. explícita melhor as relações de ousa e efeito. Verifica-se que os problemas resultantes desses processos referem-se principalmente ao aproveitamento de recursos hídricos, controle de poluição e controle de inundações. Soluções eficientes e sustentáveis para ses problemas são aquelas que atuam sobre as causas e abrangem todas as relações entre os diversos processos. As conseqüências da urbanização sobre o clima, contrariamente aos im- pnctos hidrológicos, são de pequena escala (tabela 21.2) mas podem, a longo pI'OZO, introduzir alterações significativas no balanço hídrico, com impactos in- rlusive sobre a qualidade das águas devido, por exemplo, a alterações da qual i- rlndc das águas de chuva, diminuição de vazões mínimas, etc. A variação do uticroclima de áreas urbanas tem sido objeto de pesquisas nas últimas décadas. quantificação dessas variações é bastante difícil, pois os processos se desen- volvem de forma lenta e contínua. Tabela 21.1. Causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas. CAUSAS EFEITOS Impermeabilização Maiores picos e vazões Redes de Drenagem Maiores picos a jusante Lixo Degradação da qualidade da água Entupimento de bueiros e galerias Redes de esgotos deficientes Degradação da qualidade da água; Moléstias de veiculação hídrica; Inundações.conseqüências mais sérias Desmatamento e Desenvolvimento Indisciplinado Maiores picos e volumes; Mais erosão; Assoreamento em canais e galerias. Ocupação das várzeas Maiores prejuízos; Maiores picos Maiores custos de utilidades públicas .ICUIJI\<lI\CI ,111 lIullll de lotcamcntos 808 Hidrologia executados sem condições técnicas adequadas; b) ocupação de áreas impróprin (principalmente várzeas de inundação e cabeceiras íngremes); c) proliferaç de favelas e invasões e d) ocupação extensa e adensada dificultando 11 construção de canalizações e eliminando áreas de armazenamento. Figura 21.2. Processos que ocorreram numa área urbano (I (,,11, III/( I) Tabela 21.2. Alteração de parârnetros clirnãticos devido " \ldll\lll/ll~'nll (Landbcrg, 1970, citado por U;"1I1\1'II, 19R5). Elemento /VarlaçãO em rclllçlto ~ I'l"llli 1111111- I 10/1'11 I.r ., 1,0 O..., II H% I()()% lllalOi 1111111" 01111111' 1111\111I J Drenagem Urbana 809 Conseqüências do comportamento político e administrativo: a) o crescimento acelerado acirra a disputa por recursos entre os diversos setores da administração urbana e faz prevalecer a tendência de atuar corretivamente em pontos isolados; b) medidas para disciplinar a ocupação do solo são dificultadas por conflitos de interesses e c) políticas de médio e longo prazos são invariavelmente relegadas a segundo plano. o impacto da urbanização tende a aumentar a necessidade de ampliar a capacidade dos condutos com conseqüente aumento de custo. Normalmente este processo evolui a partir das pequenas áreas dentro de um contexto de aprovação de loteamentos. A drenagem secundária, que são os principais condutos pluviais são sobrecarregadas pelo aumento do fluxo, mas os impactos maiores ocorrem sobre a macrodrenagem. A ocupação da bacia hidrográfica tende a ocorrer no sentido de jusante para montante, devido às características do relevo. Quando o poder público não xmtrola a urbanização indisciplinada das cabeceiras da bacia ou não amplia a .apacidadc de macrodrenagem, a freqüência das enchentes aumenta significati- vamente, provocando a desvalorização de propriedades e prejuízos periódicos. Nesse processo, a população localizada a jusante, sofre as piores conseqüênci- IIS, em razão da ocupação a montante. As questões básicas neste caso são: a) os custos de ampliação da macro drenagem devem ser pagos por toda a comunidade?; b) será factívcl impedir a ocupação dessas áreas? As pressões para ocupação do espaço urhano e as inva- õcs tornam difícil esse controle. Portanto, dentro da realidade hrasileira essas questões não parecem ter respostas, já que dificilmente será possível impedir o lotcamento ou ocupaçãode áreas vazias, se o poder público não desapropriá-Ias , ocupá-Ias de forma adequada. A resposta técnica a esse processo é o disciplinamento da ocupação ur- hnna através de uma densificação compatível com os riscos de inundação. Pura tanto, é necessária a quantificação do impacto das diferentes condições dl.l urbanização sobre o escoamento. No planejamento do espaço, existem várias medidas de controle que podem ser adotadas, antes que o espaço seja ocu- pude, para minimizar as enchentes. Algumas dessas medidas são o uso de pequenos reservatórios em parques e o controle sobre a impermeabilização Ii IS lotes, ruas e passeios. Esse tipo de controle pode ser exercido nos estágios uiciais de desenvolvimento urbano com recursos relativamente limitados. No -ntnnto, se as nçõcs forem retardadas e a população ocupar os espaços, as 1111\(,ÔCS terão custos muito nlros. As soluções estruturais como ampliação 1111cnlh» Llos riw'l, litltlVÓ~d/I /-Ie11 uprofundnmcnto ou alargamento, construção .111 II~N~I'VIl161.iOMII /lIqllllti, 1'IIII'l' IlIltros, suo s()lu,ocs tlllC podem ser evitadas "11111 () plllllujl11l1llllt/1 rln 1111111111;'1/1 \1111111111. IhlVl' !-lor c,ollllldonldo ainda que 111/\\111111. dnHHIIH '1111111,(1111. li"IIIIIIIIIiIM ""1,11111111111 ('NI'(!llllIl'llllll' podt'lIlll?,rtlVllf I'" 11111111111\;11\1" I1I1 11111111'1 1'"1111111I ,111 111\1 lu 810 Hidrologla 21.1.2 Planos diretores de drenagem urbana A elaboração de planos diretores de drenagem urbana é medida altamcnt recomendável e constitui estratégia essencial para a obtenção de bon soluções de drenagem urbana. Planos bem elaborados possibilitam: -estudar a bacia hidrográfica como um todo e, conseqüentemente, chegar soluções de grande alcance no espaço e no tempo, evitando medidas d caráter restrito que não raro apenas deslocam e mesmo agravam 1\ inundações em outros locais; -estabelecer normas e critérios de projeto uniformes para toda a bllt111l, tais como o período de retomo a ser adotado, gabaritos de pont travessias, etc; -identificar áreas que possam ser preservadas ou adquiridas peIOI)(Jlh', público antes que sejam ocupadas ou seus preços se tomem proibltlvrn; -elaborar o zoneamento da várzea de inundação; -estabelecer o escalonamento da implantação das medidas necessãrlns 11, forma tecnicamente correta e de acordo com os recursos disponívcls: -possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica )11·1 articulação do plano de drenagem com outros existentes na região (plllllll viários, de transporte público, de abastecimento de água, etc); -esclarecer a comunidade a respeito da natureza e magnitude ,til problemas e formas de solução propostas; -dar respaldo técnico e político à solicitação de recursos c -privilegiar a adoção de medidas preventivas de menor custo ti nHlIlJ alcance. I! I I Etapas o processo de planejamento de uma bacia urbana é constituído ~llIl\lliU'11l das seguintes etapas: a) determinação das características da hlllllll. h simulação do comportamento hidrol6gico da bacia para condições 11111111 futuras; c) identificação das possíveis medidas estruturais c nftO"U"III11I111l1 cabíveis; d) elaboração de cenários que quantitiquem os "I,l~IlIII\"". ti diferentes políticas de atuação; e) delineação da várzea de ItlluHhll,n, I quantificação dos efeitos da aplicação do plano em tOflllO/I til benefícios e eficiência da consecução dos seus objetivos. Princípios Alguns princípio de drenagem urbana fU~O/l do IJJ:'O(lOSP/O, ~M Drenagem Urbana 811 - o subsistema de drenagem é parte de um ambiente urbano muito mais complexo e deve ser articulado com os outros subsistemas. O subsistema de drenagem não deve ser um fim por si sõ, mas um meio que possibilite a melhoria do ambiente urbano de forma mais ampla; - várzeas de inundação são áreas de escoamento e armazenamento naturais cuja conformação foi delineada pelo pr6prio rio. Nenhuma ocupação da várzea pode ser feita sem que se tenha de adotar medidas compensat6rias muito onerosas. A preservação da várzea é invariavelmente a solução mais barata para os problemas de inundação, além de oferecer outras vantagens como preservar o ecossistema, criar áreas verdes e oportunidades de recreação; - águas pluviais requerem espaço. Uma vez sobre o solo, a água irá escoar exista ou não um sistema de drenagem adequado. Sempre que se elimina o armazenamento natural sem que se adotem medidas compensat6rias, o volume eliminado será exigido em outro local. Canais, galerias, desvios e reversões deslocam a necessidade de espaço e devem ser projetados tendo esse fato em vista. Em síntese, todo o problema de drenagem é um problema de alocação de espaço e - quantidade e qualidade da água são variáveis do mesmo problema e devem ser consideradas em conjunto. Em áreas onde a qualidade da água está deteriorada, as conseqüências das inundações são mais graves e medidas como, por exemplo, a construção de reservatórios de amortecimento podem- se se tomar ínviãveís. Ao contrário, águas pluviais de boa qualidade constituem recursos potencialmente utilizáveis para irrigação, abastecimento industrial, recarga de aqüíferos, reservat6rios de recreação, combate a incêndios, etc. Um plano diretor de drenagem urbana é, em princípio, uma peça técnica e, portanto, deve ser elaborado por equipes competentes que utilizarão as ferramentas tecnol6gicas mais adequadas a cada caso. Constitui também um documento de valor político importante e, portanto, é essencial que conte com 11 apoio da comunidade e dos poderes decis6rios. Diversas estratégias podem r utilizadas para conferir peso político ao plano. Entre outras pode-se, pur exemplo, atribuir força de lei ao planejamento, obter o apoio da uruunídade através de campanhas de comunicação social e constituir fundos Ilunncciros para garantir fluxo estável de recursos. t.2 Hldroloala urbana 812 Hidrologia ser bastante simplificado e geralmente se limita ao estudo das cheias. A figura 21.3, adaptada de Ha11 (1984) ilustra o procedimento padrão de um estudo de drenagem urbana em 5 passos. Estes passos constituem uma metodologia de projeto que deve estar necessariamente subordinada à política do setor, conforme visto anteriormente. Nessa figura a determinação da tormenta de projeto, da chuva excedente do hidrograma de projeto pertencem ao campo da hidrologia urbana. O passo I, escolha do período de retorno, situa-se em um contexto socioeconômico, enquanto o passo 5, dimensionamento de estruturas hidráulicas e/ou definição de outras ações, referem-se à fase de projeto das medidas a serem implantada na bacia. Os processos hidrol6gicos contidos nos passos 2, 3 e 4 forno I apresentados em outras partes deste livro, principalmente nos capítulos 5, I), 11, 14 e 16 e, portanto, o texto seguinte se limitar-se-á a discutir aspectos. de interesse específico da drenagem urbana. 21.2.1 Bacias pequenas e médias As técnicas hidrol6gicas de estudos de drenagem urbana aplicam-ao 11 bacias hidrográficas de pequeno ou médio porte e, portanto, é importnnu dispor de algum critério de distinção entre essas bacias para poder cscnlhn os métodos e os parâmetros hidrol6gicos mais adequados a cada tipo de blH 111 A distinção entre esses tipos de bacia será sempre imprcclsr, I dependente de certo grau de subjetividade, dada a natural variuçrto du parâmetros que influem no comportamento hidro16gico da bacia. Os odt~dll .mais comuns, entretanto, classificam como bacia pequena aquela cu]a ,fiOU lI! drenagem seja inferior a 2,5 km2 ou o tempo de concentração seja infodw 11 t hora. Para bacias médias os limites superiores são, respectivamente, JOOO ~ 111: e 12 horas. As principais conseqüências dessa classificação referem-se à eSQol"" d, método para cálculo das vazões cheia e à forma de determinar os plllOIlH'flll hidrol6gicos utilizados nesses métodos. Em bacias pequenas usa-se o l'It~llIIt,! racional (capítulo 14), porque aship6teses deste método ndequn características de comportamento hidrol6gico dessas bncras. M »11111IIlh II médias normalmente se utilizam técnicas baseadas na tcorlu do IIhhll"IHIII unitário, porque estas permitem considerar a variação dl\ intul\sltllldu dl\ 11111\II no tempo e o amortecimento na bacia. A apllcação do método l'Hulolllll II 11111 I" médias não é recomendável, porque supcrcstlma 115 Vtli'.OUII(10 1 A tabela 21.3 auxilia fi cscothu cio Inétod() de oI11t'ul() (I aponta os atributos que elevem tlNlnr 1'''O~CllltOIl 110 lIlólodn tJa~lnlh da classificação dn br'('(11 C'() 1110 p(.1'1l1t11l1l 011 11I~«III1. Drenagem Urbana 813 Pol (t ic a: Propósitos, Estratégia, Planejamento Aspectos Sociais e Econõmicos PASSO Escolha do Período de Retorno I L--- I~ .. o'·. _._____~==========~·I Determinação da Tormenta de Projeto Figura 21.3. Seqüência de passos de um estudo de drenagem urbana. , ,-----I I .I; Meteorot oqio PASSO 2 Hidrologia Pedologia Uso do Solo PASSO 3 PASSO 4 Hidrologia PASSO 5 Hidráulica 1.2.2 Escolha do período de retorno Determinação do Escocrne nto Superficial Direto Período de retorno 6 Determinação das Vazões de Projeto Dimensionamento das Estrut uros H idróulicas 814 Hidrologia qual o risco aceitável pela comunidade. Evidentemente este é um critério a ser definido em esferas políticas, uma vez que, pelo menos teoricamente, é a pr6pria comunidade e seus representantes que deverão decidir o grau de proteção desejável e o quanto estão dispostos a pagar por ele. Tabela 21.3. Classificação de bacias (ponce,1989). Característica [Bacia pequena [Bacia média Variação da intensidade da IConstante chuva ao longo do tempo Variável Uniformiuadc da chuva no IUniforme r spaço Uniforme Escoamento superficial Predominante em lem superfícies e superfícies canais desprezívelArmazenamento na rede de Idesprezível canais Estudos econômicos podem orientar a escolha do período de retomo, IIIl'N 1\ necessidade de considerar custos e benefícios de difícil quantificação, I ainda mais, a impossibilidade de levar em conta uma série de aspectos li" eticamente não devem ser expressos em termos monetários, limitam baSlnnlu 1\ aplicação de métodos puramente econômicos para o estabelecimento do pljl'lllIll de retomo. Em áreas urbanas a situação é ainda mais complexa, uma ve'/, qll quanto maior o período de retomo maior será o porte das obras c, pell 11111111, não s6 o custo será maior mas também a interferência no ambiente urbun« Por interferência no ambiente urbano devem ser entendidos aspectos l'lllIlIl relocação de populações, desapropriações de imóveis, interrupções UIJ !1M 111111 prejuízos ao comércio durante as obras e uma série de outras pcrturbnçoo« 1 ses fatores significam custos adicionais e também têm impl ícaçõcs poli! li '11'1 11 difícil tratamento. É comum, portanto, o equívoco em escolher perfodoN di 11 torno pequenos para minimizar custos e interferência. Tal atitude (em I!lVIIII.I velmente conseqüências adversas, pois encoraja a ocupação de tírllllll 1111111111'1111 devido à falsa sensação de segurança. As dificuldades em estabelecer objetivamente o período (lu I'llllllllll 111. I 111 com que a escolha recaia sobre valores aceitos do rOI 1\11\ mllls ou IIltlllll" .11111,1" pelo meio técnico. Muitas entidades fixnru os pcr(odoN <lu renunn juuu dlvll"" tipos de obra como cr ité: io de prn.lultl, Os VHIOltlN dllllllllllll .' I ,1lllhlll 11111111111ilj cnconundos 11I1Illcl':IIIII'11 It~('III('1I 11)I\Ui\/( 'H'J'HSII, IIIHO! ti dotll I 1l111iI1til 11111 'OIlNCWHI 11\1 tll 11111'1110/11 Drenagem Urbana 815 Tabela 21.4. Períodos de retomo para diferentes ocupações da área (DAEE/CETESB.1980). Tipo de Obra Tipo de ocupação da área T (anos) Microdrenagem -Residencial 2 Comercial 5 Áreas com edifícios de serviços ao público 5 Aeroportos 2-5 Áreas comerciais e artérias de tráfego 5 - 10 Macrodrenagem Áreas comerciais e residenciais 50-100 Áreas de importância específica 500 A diferença entre os conceitos de período de retomo e risco é importante' para a escolha do valor desejado. Entende-se por risco a probabilidade de uma determinada obra vir a falhar pelo menos uma vez durante ua vida útil. Esse conceito leva em conta que uma obra projetada para um período de retomo T expõe-se todo o ano a uma probabilidade lff de vir a falhar. É intuitivo que ao longo de sua duração essa obra terá um risco de falha maior do que lff. porque se exporá repetidamente a essa probabilidade. risco é (capítulo 4) 1 N R = 100 [ 1 - (1 - - ) T (21.1) inde R = risco em porcentagem; T = período de retomo; N = vida útil da obra manos. Como se observa na tabela 21.5, as obras de drenagem urbana buscam loduzir a freqüência de inundação ao longo de sua vida útil. Para uma obra de vida útil de 50 anos (normal para obras de drenagem urbana) os riscos são prnrlcamente de 100%. Portanto. observa-se que: - o objetivo principal das hrus de microdrenagem é esgotar as vazões oriundas das chuvas mais hcqücntes e implicitamente admite-se a ocorrência de alagamentos eom 11~'qUencia razoavelmente alta; - as obras de macrodrenagem não constituem IIluçno definitiva para os problemas de inundações e é conveniente que sejam r umplcmcntadas por outras medidas que visem aumentar a proteção oferecida 11t'l11\~obras. 1.2,3 Cálculo dQ tempo de concentração .111 I 111III! 1\ chuva excedente (passos 2 c 3 ID ploo ou do IlldroRfnmll do projeto 11111111111 nOIl c.H\pfl1lll1lA II n 111, 816 Hidrologia Essas técnicas transformam um hietograma de chuva excedente (entrada no sistema) em um hidrograma de vazões pela alteração da forma do hietograma de entrada. Tabela 21.5. Risco R em % para diferentes valores de T e N. T (anos) Vida útil da obra (anos) 2 5 25 50 100 2 75 97 99,9 99,9 99,9 5 36 67 99,6 99,9 99,9 10 19 41 93 99 99,9 25 8 18 64 87 98 50 4 10 40 64 87 100 2 5 22 39 63 500 0,4 1 5 9 18 Os parâmetros que controlam a forma do hidrograma têm dimensão dó Il'lIlll1' e os mais comuns são o tempo de concentração, te, o tempo de retardnnu-uíu ti, e tempo para o pico, tp, que foram descritos no capítulo 11. Uma VIJ'I, 1111I estes parâmetros estão relacionados entre si (equações 11.24 11 11.' 11 tratar-se-á aqui apenas do tempo de concentração. Existe uma grande quantidade de fórmulas que fornecem o valor {lu 11 "li função de características da bacia (área, declívidadc, comprimeutn di talvegue, rugosidade das superfícies e outras) e, eventualrucntn, 11 intensidade da chuva. Essas fórmulas têm origem em estudos expcrlmentnls 1\1 campo ou de laborat6rio e, portanto, devem ser aplicadas em condiçOl'" IJIl aproximem daquelas para as quais foram determinadas. A dispersão de resultados entre elas pode ser muito grttnd •.•, (1982) mostra um exemplo no qual, para a mesma bacia urbann, 1\ f6rmulas mostraram valores variando entre 9 e 36 mino As VHZ correspondentes (T = 25 anos) variaram entre 3,3 e 1,8 O13/s. A doi do tempo de concentração por meio de fórmulas cmpírious 0111I imprecisões e incertezas significativas que se devem ao tipo ri que cada fórmula procura representar. Nesse aspecto dist il1gl1l.l11l de escoamento: - escoamento em supcrffcics, o do água escoando sobro plano: vclocldud dcp(.ll1(klll tlll dccllvldnd hlltlllSldllllo da olnivn. 0111111 I' Drenagem Urbana 817 ~,u maior do que 50 a 100 metros as fórmulas que refletem este tipo de escoamento são aplicáveis a parques de estacionamento, aeroportos e bacias urbanas muito pequenas. F6rmulas desse tipo geralmente apresentam o valor de te em função dos fatores acima relacionados; - escoamento em canais naturais, prevalecem em bacias de maior porte em que os canais são bem definidos. As velocidades são maiores que nos casos acima, pois os canais conduzem a água de forma mais eficiente. Nessas bacias o valor de te dependemenos da rugas idade da superfície e da intensidade da chuva, pois o tempo em que o escoamento ocorre sobre a superfície é menor que no canal. Usualmente as f6rmulas que representam esse tipo de escoamento apresentam o valor de tc em função do comprimento do curso de água e de sua declividade, e - escoamento em galerias e canais artificiais, prevalecem em bacias cujas condições naturais foram significativamente modificadas por obras de drenagem e as velocidades são evidentemente mais altas que nos casos anteriores. Além dos já citados, o valor de te é normalmente expresso também em função de parâmetros que refletem as alterações introduzidas tais: como a parcela da bacia que conta com sistemas de drenagem ou a extensão dos cursos de água canalizados. /} Em uma bacia urbana normalmente estão presentes os três tipos de escoa- mentos com maior ou menor significado, dependendo das características da ba- ia, A seguir são apresentadas algumas das fórmulas mais utilizadas (Kibler, 1982) acompanhadas de comentários para orientar a escolha adequada. Nas equa- -ões a seguir te é obtido em minutos. Klrpich: te = 3,989 L0,77 S -0,385 (21.2) nde L = comprimento do talvcgue em km; S = declividade do talvegue em m/km. A equação foi desenvolvida com dados de 7 pequenas bacias rurais do 'lenessee com declividades variando de 3 a 10% e áreas de no máximo 0,5 krn". llmbora as informações que a fórmula necessita (L e S) sejam uma indicação de 11110 ela reflete o escoamento em canais, o fato de ter sido desenvolvida para IlIlciu1.l tão pequenas é uma indicação que os parâmetros devem representar o ;(IIlJ11CnlO em superfícies. Ou ando o valor L é superior a 10 km a fórmula 11l1l'ÚCO subestimar o vulor de te, c 'nllfurnla ()ulvi'I'(1I 11l'lu'H,' r 1.1,155 li -0,38 (21.3) 818 Hidrologia onde H = diferença de cotas entre a saída da bacia e o ponto mais alto do talvegue em m. Essa equação é uma modificação da anterior, substituindo-se S= L/H. Federal Aviation Agency: te = 22,73 ( 1,1 - C) L°.sO S·0,33 (21.4) onde C = coeficiente de escoamento do método Racional. Desenvolvida par" drenagem de aeroportos, é válida provavelmente para os casos que predomina O escoamento em superfícies de pequenas bacias. Onda Cinemática: te = 447 (n L)O,6 S 0,3 I ·0,4 (2U) onde n = rugosidade de Manning; I= intensidade da precipitação em mm/h. BUlI equação foi deduzida a partir das equações de onda cinemática aplicadn 1\ superfícies, baseando-se na hip6tese de precipitação constante igual ao tOl)lPl1 de concentração e na equação de Manning. Essa equação é adequada 11111 pequenas bacias onde o método racional pode ser aplicado e a supcrff predominante. SCS Lag fórmula: 1000 te = 3,42 L0,8 ( __ 9 )0.7 S·O,5 CN ,L(" onde CN = número da curva (método SCS); te em mino L em krn c S 0111111/111 fórmula do SCS foi desenvolvida em bacias rurais com áreas de drenllgolll dll 1111 ! km2 e reflete fundamentalmente o escoamento em superfícies. PaI'H nplH'llI,nll1111 bacias urbanas o SCS sugere procedimentos para ajuste em função <lu ~1t'1I 11111"1 meabilizada e da parcela dos canais que sofreram modificações, E"lslI r6l1l1nlll"'lI' restima o valor de te em comparação com as expressões de Kirpich e I)()( '11.1 SCS - método cinemático: te = 1000 \:- O LV 'lU trech Drenagem Urbana 819 em que predomina o escoamento em superfícies ou em canais mal definidos, a velocidade pode ser determinada por meio da tabela 21.6. Em canais bem definidos e galerias deve ser usada a f6rmula de Manning. Tabela 21.6. Velocidade médias para cálculo de te em mls Descrição do Declividade em %. escoamento 0-3 4-7 8-11 12 - -Em superfície florestas 0-0,5 0,5-0,8 0,8-1,0 1,0- pastos 0-0,8 0,8-1,1 1,1-1,3 1,3- áreas cultivadas 0-0,9 0,9-1,4 1,4-1,7 1,7- pavimentos 0-2,6 2,6-4,0 4,0-5,2 5,2- -em canais mal definidos 0-0,6 0,6-1,2 1,2-2,1 bem definidos calcular pela f6rmula de Manning Oooge: te = 21,88 A0,41 S·O,17 (21.8) Foi determinada com dados de 10 bacias rurais com áreas na faixa de 140 II 930km2, Seus parârnetros refletem o comportamento de bacias médias e coamcnto predominante em canais. Das equações apresentadas pode-se concluir. o seguinte: . a fórmula de Kirpich foi obtida em pequenas bacias rurais com canais bem definidos e declividades altas. É de se esperar, portanto, que forneça bons resultados nestas condições. Canais bem definidos indicam que os escoamentos ao longo de seu curso prevalecem sobre os escoamentos em superfícies. Indicam também que as bacias não são muito pequenas (prova- velmente A> 2,5 km-). Entretanto, à medida que o parâmetro L cresce, a velocidade média de escoamento atinge valores grandes e pouco realistas. Para uma dcclividadc de 0,003 mim a velocidade chega a 3,12 mls para um .omprirnonro I,do 100 krn. • a f6rmuln dl\ ondn cinemãtlca é 1\ solução te6rica das equações que I'CaCI1l o CHOOlllllf1I1I() IIIlIIIll..,nlo em um plano e 6 de se esperar que funcione bem em Jl~'qlloIHII hllL'IIII, lum VI:'1.que, neste caso, prevalece esse tipo de 'M~()IIIII()1I10, A 'flllIl~lIllll\ ~ do (1110H VII)M (to 10 SiJJII supcrcstímndo, ~ 820 Hidrologia medida em que a bacia aumenta. - a f6rmula da FAA - Federal Aviation Agency deve representar bem os escoamentos em superfície, uma vez que foi desenvolvida para situações em que prevalece este escoamento. - a f6rmula do SCS parece superestimar o valor de te para valores baixos de CN. De fato, essa f6rmula s6 apresenta resultados compatíveis com as outras para CN pr6ximo .de 100 e para valores de L menores do que 10 km, o que geralmente corresponde a bacias com área de drenagem inferiores a 15 km-. O termo [(1000/CN) - 9]°,7 é um fator de ajuste que varia de 'I, para CN = 100, até 5,3, para CN = 50. Para CN = 100 a equação fica' te = 3,42 L0,8 S-o,s (21. que fornece valores de tc pr6ximos aos fornecidos pela f6rmula de Do para L até 10 km. Verifica-se que o tempo de concentração é multo sensível ao valor de CN e, como este parâmetro é um indicador dn condições da superfície do solo, a f6rmula do SCS aplica-se a situaçõr em que o escoamento em superfícies é predominante. - de maneira geral as f6rmulas analisadas apresentam comportamento semelhantes até L = 10krn e, a partir daí, passam a divergir. H comportamento é esperado, uma vez que os estudos que as originunun referem- se, de forma geral, a bacias desse porte. - o método cinemático é o mais correto do ponto de vista conceltnnl, pois permite levar em consideração as características específlcua dll escoamento da bacia em estudo. É também o mais trabalhoso, pojs cx divisão dos canais em trechos uniformes e a determinação do MIIII características hidráulicas para a aplicação da fórmula de Mann1118. - a fórmula de Dooge foi determinada a partir de dados obtidos do I de maior porte que as demais. É de se supor, portanto. <1\1 parâmetros reflitam melhor as condições de escoamento em caJlIII~. Tendo em vista as discrepâncias apontadas, recomenda-se o seguhu« 11) sempre conveniente calcular a velocidade média do escoamento 1111 11m 11 compará-Ia com os valores fornecidos pela tabela 21.6, a vclceklade 11".111.. obtida por V = L/te; b) alguns parârnetros da bacia, rnís como () oOI·lh 11111 de escoamento superficial direto, rugosldadc, (, o nõmcro ti" OUI VI\, determinados com grau de incerteza relativamente alto. Ú convenlcuro PIIIII''':' à análise de sensibilidade do hidrograma do projeto Q()Il\ rehWno 1I 11.1. parârnetros, 21.2.4 nrtlltoll dI' ur hlllll:t.II,'n!I 0111U 1\ VII1 num.lxllll ,11111, lJl1ll\1ll"I"1I1) rl/'ohn I\(' 11 Drenagem Urbana 821 obtido através das equações do método do SCS (capítulo 11). O método do Soil Conservation Service recomenda que o valor de CN, para uma ocupação mista do solo, seja calculado pela média ponderada dos CNs, adotando como fator de ponderação as áreas correspondentes a cada valor de CN. A expressão usada parauma bacia urbana é: CNm = p CNp + i CNi (21.10) onde CNm = número da curva para ocup-ação mista; CNp = número da curva da parcela permeável da bacia; CNi = número da curva da parte impermeável da bacia. Admite-se CNi = 95; p = fração permeável da bacia; i = fração impermeável da bacia i = 1 - p. Os parâmetros de forma de hidrograma (te, tp, etc.) devem também ser ajustados, pois as velocidades do escoamento na bacia também se alteram. O SCS propõe a seguinte f6rmula para ajuste de te (Me Cuen, 1982). FA = 1 - PRCT(-6789 +335CN - 0,4298CN2 - 0,02185CN3) 10.6 (21.11: onde PRCf = a porcentagem do comprimento do talveguemodificado ou então a porcentagem da bacia impermeável. Essa equação foi ajustada às figuras apre- sentadas no capítulo 11. Caso Ocorram ambas as modificações o fator é calcula- do duas vezes, uma vez para PRCf = PLM( onde PLM é a porcentagem do comprimento modificado) e outra para PRCf = PI (em que PI é a porcentagem impermeabilizada da bacia). O fator de ajuste final, FA, é obtido pela multipli- cação dos dois valores anteriormente calculados. Segundo o método do SCS, na fórmula acima deve constar o valor de CN correspondente à bacia modificada e não o valor de CN da bacia rural. Exemplo n.i. Uma bacia de 3 km2 tem declividade 2%, comprimento de 3,5 km e 010 tipo B. Atualmente é toda ocupada com pastagem, mas os planos de desenvolvimento da bacia prevêem que 33% da bacia ficará impermeabilizada e que 700m do cõrrego serão canalizados. Estime o valor de CN e te para as condições futuras da bacia. SOlução - a) condições atuais: para solo do tipo B, ocupado com pastagens, tem-se CN = 59 c da f6rmula do SCS para o tempo de concentração: IC • 3,42 X 3,f'tl' ((1000/59) - 9)]°,7/0,02°,5 = 281 min 1111 Il'oRpond smcoro 1111 bncla de 822 Hlllwllll' v = 3,5/(281 x 60) = 0,21 m/s que é muito baixa. b) ajuste para condições futuras: - no ajuste de CN a condição p, 33% impermeável (CN = 95); 67% continuarão como pastagens (CN portanto, a média ponderada será CNf = 0,67 x 59 + 0,33 x 95 = 71 No ajuste de te, aplicando a fórmula do SCS para o novo ('N, 1i]1!! te = 3,42 x 3,5°'!! [(1000nO - 9]°.7/0•02°,5 = 206 min A velocidade média do escoamento será v = 3,5/(3,43 x 3600) = 0,28 m/s Entretanto, conforme recomenda a metodologia do SCS, 11111I111 11fi 1\ 111 dade de aplicar os fatores de ajuste para PLM e PI, pois só ti t'( 111 ('\;/11' ,10.1 t para CN = 71 não reflete totalmente os efeitos do desenvolvimenf I ,I" 1 ,,1, ! tc. A porcentagem do canal que será modificado é PLM, '/00/ \'11111 [! ,'I 20%. Portanto, os fatores de ajuste serão: 2FAc=1 - 20(-6789 + 335 x 71 - 0,4298 x 71 - 0,021H '/1'11 il FAi=1 -33(-6789 + 335 x 71 - 0,4298 x 7]2 - O,02IH'I~?I Ajustando o valor de te= 205 min para as (1I1\1fll tcf= te li: FAc X FAi = 205 x 0,86 X 0.77 A velocidade média de escoamento fica: V • J!I()O/V, \ que é mais compatível com os valores da Inbtll\ ?I,(I, baixa, confirmando as observações feitas nntcrlonucn! do SCS. 21.3 Características da drenagem urbnna m urbnnn lnlclu 11l1b11ou, 1111 di Mil Drenagem Urbana 823 purcela superficial das ruas, calçadas, pátios e outras áreas impermeáveis ou Iltlrlneáveis que geraram escoamento superficial. O escoamento proveniente das nrjctas, que entra na rede através dos bueiros, e o proveniente dos coletores IUllidcnciais são drenados pelos condutos pluviais que alimentam os condutos I\('undários até os principais sistemas compostos de pequenos rios (arroios, ria- I Imll ou ribeirões) que compõem a macrodrenagem urbana. A drenagem urbana é dimensionada em dois níveis principais: macrodre- llil/'.cm e microdrenagem. A distinção das duas situações nem sempre é clara, 11111/1 pode-se caracterizar como macrodrenagem os escoamentos em fundos de 1110 que normalmente são bem definidos mesmo que não correspondam a um , IIINo dc água perene. Essas bacias possuem área de pelo menos 5 km-, depen- dtll\llo da cidade e do grau de urbanização. O termo microdrenagem aplica-se a I tlliN onde o escoamento natural não é bem definido e, portanto, acaba sendo til 1(11 minado pela ocupação do solo. Em uma área urbana, a microdrenagem é l'II(,:iu.1mentedefinida pelo traçado das ruas. Nos itens seguintes deste capítulo serão abordados separadamente as 1111' tndotogias para tratamento da micro e macrodrenagem. Enquanto na 11\111 rodrcnagern são utilizados indicadores macros da ocupação e do escoamento, 1\ tulcrodrenagem são considerados detalhadamente a topografia, quadras, II'IIIN, buciros e os condutos. Mlcrodrenagem urbana ,j Terminologia dos elementos básicos do sistema pluvial ()~ principais termos utilizados no dimensionamento de um sistema pluvial 11 824 Hidrologia cruzamentos de vias públicas, formadas pela sua própria pavimentação e desti- nadas a orientar o fluxo das águas que escoam pelas sarjetas; Condutos força- dos: obras destinadas à condução das águas superficiais coletadas de maneira segura e eficiente, sem preencher completamente a seção transversal dos con- dutos; Estações de bombeamento: conjunto de obras e equipamentos destina- dos a retirar água de um canal de drenagem, quando não mais houver condição de escoamento por gravidade, para um outro canal em nível mais elevado ou receptor final da drenagem em estudo. 21.4.2 Elementos físicos do projeto Os principais dados necessários à elaboração de um projeto de rede pluvi- ai de microdrenagem são os seguintes: Plantas - a) planta de situação da localização dentro do Estado; b) planta geral da bacia contribuinte: escalas 1:5.000 ou 1:10.000. No caso de nno existir planta plani-altirnétrica da bacia deverá ser delimitado o divisot topográfico por poligonal de campo nivelada; c) planta plani-altirnétrica <111 área do projeto na escala 1:2.000 ou 1:1000, com pontos cotados nas esquio e em pontos notáveis; Levantamento topográfico: O nivelamento geométrico em todas as esquinua, mudança de direção e mudança de greides das vias péblicas; Cadastro: de redes existentes de esgotos pluviais ou de outros serviços qu possam interferir na área de projeto; Urbanização: Os seguintes elementos relativos à urbanização du I1l1t:11I 1'111 tribuinte, na situação atual e previstas em plano diretor: tipo de OCUpllt.;nll 11111 áreas (residências, comércio, praças, etc.); porcentagem de ocupnção dllM 1I1 tes; ocupação e recobrimento do solo nas áreas não urbanizadas pOrlCl1l'lllll1 à bacia; Dados relativos ao curso de úgua receptor: As informuçõcs fino H. indicações sobre níveis de água máximo do curso de IígUII qllu li [I u lançamento final; levantamento topográfico do local tle. deNt'Hlgo 1'111111. 21.4.3 Definição do esquema geral do projeto oumento ~1II1(·lflC'IIII. I\IUIIIIIIU ltWIII~ IlIlMlt'lI~ 1111111 tI IIl1l'1Ul11 t111 Ir'lIr lilll .unll1l Drenagem Urbana 825 os divisores de bacias e as áreas contribuintes a cada trecho deverão ficar conve- nientemente assinalados nas plantas; os trechos em que o escoamento se dê apenas pelas sarjetas devem ficar identificados por meio de setas; as galerias pluviais, sempre que possível, deverão ser lançadas sob os passeios; o sistema coletor em uma determinada via poderá constar de uma rede úniea recebendo ligações de bocas de lobo de ambos os passeios; a solução mais ade- quada deverá ser estabelecida economicamente em cada rua em função da sua largura e condições de pavimentação. Bocas de Lobo - As bocas de lobo devem ser localizadas de maneira a conduzir adequadamente as vazões superficiais para as galerias, Nos pontos mais baixos do sistema viário deverão ser necessariamente colocadas bocas de lobo com vistas a evitar a criação de zonas mortas com alagamentos e águas paradas. Poços de Visita - Os poços de visita devem atender às mudanças de direção, de diâmetro e de declividade, à ligação das bocas de lobo, ao entroncamento dos diversos trechos e ao afastamento máximo admissível.Galerias circulares - O diâmetro mínimo das galerias de seção circular deve ser de 0,30 m. Os diâmetros comerciais correntes são os seguintes: 0,30; 0,40; 0,50; 0,60; 1,00; 1,20; e 1,50 m. Alguns dos critérios básicos de pro- jeto são os seguintes: as galerias pluviais são projetadas para funcionamen- 10 à seção plena para a vazão de projeto. A velocidade máxima admissível é função do material a ser empregado na rede. Para tubo de concreto a velo- idade máxima admissível é de 5,0 m/s e 0,60 m/s para a velocidade míni- ma; o recobrimento mínimo da rede deverá ser de 1,00 m, quando forem em- pregadas tubulações sem estrutura especial. Quando por condições topográ- l'icas forem utilizados recobrimentos menores, as canalizações deverão ser specialmente dimensionadas do ponto de vista estrutural; nas mudanças de diâmetro os tubos deverão ser alinhados pela geratriz superior, como é in- dicado na figura 21.4. I)Isposlção dos componentes 'l'ruçado preliminar - Através de critérios usuais de drenagem urbana, devem r estudados diversos traçados da rede de galerias. considerando os dados lopográficos existentes, o pré-dimcnsionamento hidrol6gieo e hidráulico. A inccpção inicial que for escolhida como a mais interessante será mais IllpOI'LlIoto puru 11coonornlu 810uIII do sistorna do que os estudos posteriores de tlutnlhumento do Pl'OJóto, t1C1 OMJl~olfiol\9lto do materiais, ctc. Hsl'Il,l 11'1111111111I duve '.u (Ionl.lll VIII VL,r si 111\1Ituncnmcutc II.I·IHlr:lIll'u (11l1! 1111I1 r IIII~ qlll\\hWI, IHII:1 l'JlIIO OOI1II'I~lio fi Imllll!lu CllOIIlHII'III, 1I1~111~'nl,' IIII! kVI\l11 ~(.'III\llJ() 1\ UlI\IIII 826 Hidrologia de galerias deve ser planejado de forma homogênea, proporcionando a todas as áreas condições adequadas de drenagem. ~-:"'O ":~:~,:-.'~:.~. '.:: •• ::. •.• ~: ::-.~ ~'" s•.•........,...,./~//...•-v//~//.:::. d2 I·- .0."." ..•... ( ..• '111-- - - - - _.~~i ..O",~""':" .",.. ·0 0, ..• , •...~ : d, I '" ~ ••....:, o: :.: :.:é.':~~'(-r!'.."0.'.~4.~:~~·.;d.~~·~·:":"'·!'.';.::·~~:'~'''·f·:<.°4t~,:r;••~. PV Figura 21.4. Alinhamento dos condutos. Coletores - Existem duas hipóteses para a locação da rede coletora de ~aul\ pluviais: a primeira sob a guia (meio-fio) e a segunda, a mais utilizada sob o eixo da via pública (figura 21.5). O recobrimento mínimo é de 1,0 m. solu. a geratriz superior do tubo. Além disso deve possibilitar a ligação dll canalizações de escoamento (recobrimento mínimo de 0,60m) das bocas de (oho Bocas de Lobo - A locação das bocas de lobo oferece as scgutu« recomendações: a) serão locadas em ambos os lados da rua, quando a sutlU'lI~n'l da sarjeta o requerer ou quando forem ultrapassadas as suas capacldudos 11 engolimento; b) serão locadas nos pontos baixos da quadra; c) rccOn)('ndll'~' adotar um espaçamento máximo de 60 m entre as bocas de lobo, caso nno .11 I" analisada a capacidade de escoamento da sarjeta; d) a melhor solução pllnl 1\ instalação de bocas de lobo é em pontos pouco a montante de cudu fulxlI ti cruzamento usada pelos pedestres, junto às esquinas; e) não 6 oonvculoutn 11 sua localização junto ao vértice de ângulo de interseção das SI\rJ()tll~ (10 111111 ruas convergentes pelos seguintes motivos: os pedestres para C1'l17'.111<:ill 1111111 rua, teriam que saltar a torrente num trecho de máxima vazão SUJlm111,1111, " torrentes convergentes pelas diferentes sarjetas teriam como rcsultuuu 1111 escoamento de velocidade em sentido contrário ao da "OuCnClll puw " Irlll 11m da boca de lobo. Poços de visita e d permitir o aCC!lS que se pOSI:IIt11 ruun t ~ Drenagem Urbana 827 =Yt~ =?Jl~SENTIDO OE•ESCOAMENTO ~l ri 1'1~ri Siluaça'o recomendado Si'uaçc!'o neTo recomendado O ) Rede coletora no eixo do via público ~J~+iL B L - Boca d. Lobo IIL'" - Boco d. Lobo d. MOlltant. B L,J - Boca d. Loto d. JUIGII'.--.. 9~rF Situação usual b) Rede coletoro sob o gUIo Figura 21.5. Rede Coletora. Sua locação é sugerida nos pontos de mudanças de direção, cruzamento de IlIllS (reunião de vários coletores), mudanças de declividade e mudança de cllnmctro. O cspaçarncnto máximo recomendado para os poços de visita é "llrcscntado na tabela 21.7. Quando a diferença de nível entre o tubo afluente () cflucnte for superior a O,70m, o poço de visita é denominado de quebra. 1l1l(U rh~ Lll-lu~·n(, AN 1'llIx IIH deI IIgllçüo sâo utilizadas quando se faz ne- 111/1/111/ Irl li 1()1'1l~111I di I" 11 11" .llI 10110 illl('/wudifll ill~ ou pura evitar-se ache- /li 11111 !I11I 11111 "IOMIII'I 1'11I,'1 I1I 1.I1•• le/l do IlllliN dll qlllllll) Ilihlllll~C)(,·M. SlIlI fUII- tllll 11Nllldlfli' 1111 dll "111,11 1/1 ~ ,,,Ie,, II diI'L'llIlllllIlll·HII dl'/'lIIIN 1")/ uno /WII'1ll 828 Hidrologia visitáveis. Na figura 21.6 são apresentados exemplos de localização de caixa de ligação. Tabela 21.7. Espaçamentos dos poços de visita (DAEE/CETESB,1980). Diâmetro Espaçarnento (ou altura do conduto) (m) (m) 0,30 120 0,50 - 0,90 150 1,00 ou mais 18Q 21.4.4 Vazões de projeto No capítulo 14, foram descritos os métodos para determinação de Vlmll de projetos em bacias hidrográficas. Para bacias pequenas de até 2 ha, que ('1111\1 terizam as bacias da microdrenagem, é utilizado o método Racional. O 111«11111" Racional, como descrito anteriormente, depende da intensidade de prcclpltucn« máxima (capítulo 5), do tempo de concentração, da área da bacia e de UIIl 1'111 I ciente de escoamento. O tempo de concentração em bacias urbanas é determinado pela soum dll tempos de concentração dos diferentes trechos. O tempo de concentração dl\ mil" determinada seção é composto por duas parcelas tei = tc(i-l) + tpi ULIJ.I onde te(i-l) = tempo de concentração do trecho anterior; tpl= tClIlpll li, concentração-do trecho i. O tempo de concentração inicial (ts) nos trcclm ti, cabeceira de rede, que corresponde ao tempo de escoamento supcrflclul 1" 111 quarteirões, vias e sarjetas, é muitas vezes adotado como de 10 11I11111111' r I•• entanto, esse valor pode estar superestimado, se a bacia fUI HII1IItI impermeável e com grande declividade. Em caso de dúvida deve-se l'llI, 11111111 tempo detalhado. Quando vários trechos de rede, ou seja, várias bacia .•, concentração diferentes afluem a um determinado trecho d diversos valores de tc(i-I). Neste caso, utiliza-se o mnl afluentes de montante. Os trechos em condutos sno uniforme, ou seja t a l/V, onde L dlN/llm'ill /10 velocidade no conduto. ('011\(111 VII1,1n ,iludI! 111\/1 1'11 flll!11Udo. q\lllt:fW d(1 1111IvlllllIill IOlll\u (10 11I11dlllll, l'ul( 111111111, ("111 \',11 Drenagem Urbana 829 8Ll CL IoIEIO fiO"" DI... BL ~ CALÇADA I ( I I í Figura 21.6. Locação da caixa de ligação. As áreas contribuintes a cada trecho de rede são determinadas pela análise das plantas de projeto. Essas áreas são medidas em .Janta. Nos demais trechos as áreas são adicionadas progressivamente pelas áreas locais de contribuição. As áreas locais correspondem às parcelas contribuintes dos quarteirões adjacentes. 21.4.S Dimensionamento hidráulico opacidade de condução hidráulica de ruas e sarjetas As águas, ao caírem nas áreas urbanas, escoam inicialmente pelos terrenos \lé chegarem às ruas. Sendo as ruas abauladas (declividade transversal) e tendo . ncl inação longitudinal, as águas escoarão rapidamente para as sarjetas e destas, I\IUI> abaixo. Se a vazão for excessiva, ocorrerá: alagamento e seus reflexos; nundação de calçadas; velocidades exageradas,_ com erosão do pavimento. A capacidade de condução da rua ou da sarjeta, pode ser calculada a IIIHtir de duas hip6teses: a) a água escoando por toda a ealha da rua; e b) a ua escoando sõ pelas sarjetas. Para a primeira hipótese, admite-se a declividade da rua (seção transver- 111) de 3% (figura 21.7) e altura de água na sarjeta hl= 0,15 m. Para a segunda IIIJl(~ICSC, admite-se dcclividadc também dc 3% e h2= 0,10 m.dimcnalonamcnto hidráulico pode ser realizado pela expressão de ler-Mannlnu: V '1 I' 1'.../'\ ",I!l (2 I.J 3) 830 Hidrologia {Eli')•..o":c: Figura 21.7. Seção da sarjeta. onde V = velocidade na sarjeta em m/s; S = declividade da rua em mim; K coeficiente de rugosidade, adotado igual a 60 para pavimento comum de via, públicas; Raio hidráulico em m (R = NP; A = área e P = perímetro molhado). Exemplo 21.1. Calcule a vazão máxima que escoa pela sarjeta e por toda a ruu, segundo os parârnetros normais de via pública, para uma declividade longitudl nal da, via de 0,005 mim quais são as vazões? Solução « a) capacidade total da calha da rua: Nesse caso, a largura de CI\<11\ lado fica 0,15/0,03= 5m. A área da seção pode ser aproximada por um triângulu e fica A=(O,15 . 5,0)/2 = 0,375 m2• O perímetro é obtido pela altura no IIIb10 fio 0,15, somado da hipotenusa do triângulo [(0,15/ + (5,0)2]1/2, O qu resulta P = 5,15m. A vazão fica Q = V A = K A SI/2 R2/3 = 60. 0,375.(0,005)1/2(0,375/5,15)2/3 = 0,277 11I~\1, Para os dois lados da rua resulta Q = 0,554 m3/s. b) capacidade das sarjetas, h2 = 10m. O procedimento é semelhante, f(;II\l1 11I1 11111 A = O,167m2, p:: 3,43 me Q = 0,094 m3/s. Para os dois lados da nll\ 11111 Q = 0,188 m3/s. Bocas de Lobo grupos principais: bocas ralos combinados, Cnd (rebnlxmucnto) i.1I11 reln \ 11~1 Drenagem Urbana 831 número (simples ou múltipla) (figura 21.8). Capacidade de engolimento • Quando a água se acumula sobre a boca de lobo, gera uma lâmina de água com altura menor do que a abertura da guia. Esse tipo de boca de lobo pode ser considerado um vertedor e a capacidade engolimento será Q = 1,7 L y3fl (21.14) onde Q = vazão de engolimento em m3/s; y = altura de água prõximo à abertura na guia em m; L = comprimento da soleira em m. Nas figuras 21.9 e 21.10 são apresentados gráficos que permitem determinar a vazão total com base na largura, altura e largura da depressão do bueiro, declividade transversal e altura projetada de água. Quando a altura de água sobre o local for maior do que o dobro da abertura na guia a vazão é calculada por Q = 3,101 L h3fl (yl/h)lfl (21.15) onde L = comprimento da abertura em m; h altura da guia em m; yt carga da abertura da guia em m ( yt = y -h!2). Para cargas entre uma e duas vezes a altura da abertura da guia ( 1 < yl!h < 2), a opção por um ou outro critério será definido pelo projetista. As bocas de lobo com grelha, funcionam como um vertedor de soleira livre, para profundidade de lâmina até 12 em. Se um dos lados da grelha for adjacente à guia, este lado deve ser excluído do perímetro L da mesma.A vazão 6 calculada pela equação 21.14, substituindo L por P, onde P é o perímetro do orifício em m. Para profundidades de lâmina maiores que 42 em, a vazão é calculada por Q= 2,91 A /fl (21.16) nde A = área da grade, excluídas as áreas ocupadas pelas barras, em m2, iltura de água na sarjeta sobre a grelha. Na faixa de transição entre 12 e 42cm, a carga a ser adotada é definida egundo julgamento do projetista. A capacidade teórica de esgotamento das bocas de lobo combinadas é prcximadamente igual à sornatõria das vazões pela grelha e pela abertura na ulu, consideradas lsoladumcntc, lexIl1l1l>Io 21.2. ))Jlilllmllwio uniu boou de lobo para uma vazão de 94 1/5 na sarjeta (l, tom, nhu•.'Rell li) "1111\11 Iflllll\ ,li. 1111111 1111 HIIIH: dI! ('qlllll;rw 21.1 ~ l'odu'/1II IMollII' l , 832 Hidrologia O) BOCA DE LOBO DE GUIA f, i i I, L:22} -- ..•. sem depressa'o blBOCA DE LOBO COM GRELHA !'.~~~ hld sem depressõo c) BOCA DE LOBO COMBINADA 'i ~ I I i)\ii 1 1 i _'~ I)'-.~ sem depressão o ) BOCA DE LOBO MÚLTIPLA t tLi+d~ Ji. ....•. -- :.:í/P ," ~ com depressõo ./j""j@ cem depressão com depressão , ·t !I' , IIL------ .-- e) BOCA DE LOBO COM FENDA HORIZONTAL LONGITUDINAl ~ , i " "" i:t t' i i ~I II I ! ! I ! I I I ~ I I.· -: ,. I I j :1 1- 7 l' - "OF. - s ern depr, •• ro' Jo'Jl,ltn'lI ~I,Il, '1'lpl)/1 dI,) 11('1l11~ tio lU/li, (1IAl!ll(('H'J'lIHIl, IVIJI)I Drenagem Urbana 833 16001 ' , ' , , ! ! i i I , , ' i I , 1600-1 ' , , , I ! ! ! ! , ! !! i I i , ~1400~ ~ 1200 o ~1000•.. o O' ~ 800 W = 90 em 0= 7,5em 1=0,015-0,060 W.30 em 0= 2,5 em I = 0,01 5 -0,060 0/1 :::: 1400 E ., 1200 o 'g 1000 Õ O' ~ 800 o õ600•.. ,g 400 N o > 200 O O10 20 1'0 EM cm 30 10 20 '10 EM cm 30 W = largura da depressão em m; a = altura da depressão em m; 1 "" declividade transversal do leito carroçãvel em m/m, Figura 21.9, Capacidade de engulimento (DAEE/CETESB,1980). resultando 3(1 3(1 L ==Q 1(1,7 y ) = 0,094 /(1,7 (0,10) = 1,75 m. Logo, haverá necessidade de um comprimento de 1,75 m de soleira, Pode- 1\ adotar 2 bocas de lobo padrão com L=I,O m cada e guia com h=0,15m. Da l'Ij',ura 21.10 retira-se (depressão a=5 em, abertura da guia padrão = 0,15 m); VII/h = 0,10/0,15 ==0,67 e O/L ==55 l/s.m. Como Q ==94 l/s, L ==1,71 m. Serne- IIIIIIIle ao anterior. b) Como boca de lobo combinada: b.I) boca de lobo guia padrão (h==0,15 m 111.,,1,0 m) e; b.Z) boca de lobo grelha padrão (a ==0,87 c b = 0,29 m). b.I) Q = 1,7 L yJ/2 = J, 7 1,0 , (0,10)3/2 = 541/s b, 1/ 1,7 (0,87 + 2 ' 0,29) , (0,10) ==78l!s= 1,7 I' 11\1 I/~ ( • 1M 1(. 834 Hidrologia :I ••• ~ 10 ;:) c:I ct 9 o ct ~ 8 t- Il: •••eu ct 7 11~ 30 25 20 15- I u 6 !\- 4 :\ 1000 900 800 700 600 500 400 ~ ;:) CII ~ ct 11I: ;:) I- 11I: •••eu ct ct W ct I- W., 11: ct fi) ct Z ct ;:) c:I 'ct 5 4 3 2 I,!! 1,0 0,11 0,8 0,7 0,110 1),1 11,'" 300 200 'r. 90~ 80~ 70:I 60w 50o I- 40 Z CAI :I 1-30ct ou fi) r-2Ow 1&1 o '"o ct 10o 9u 8ct IL 7ct 6u 11 5..J " 4o 3 2 ,.. L _., ~ ""0 t~~ ~ -O'S,m 7"" n.' ~Ih I, i), , 'O ct Z :I Ict ..J ct 1&1 Q: I- Z lu o 1"1•.... ct ..J lU 11: "s::-, {!. Cllpncldlldu do I.IIlIIOIIIIIIUI\IO dllR hc)ol\lI du loho 1IIIIIpll'I 111111 0111, (1111 plllltO'1 ItllllWN(111/I WII1t1II1U (I )t\liIt/( '11'1111111, IUIIIII Drenagem Urbana 835 Fatores de redução da capacidade de escoamento- As capacidades de escoamento anteriormente citadas podem, segundo alguns autores, sofrer redução no valor calculado, a fim de aproximar o resultado teórico das limitações existentes nos casos reais. No caso das sarjetas, uma vez calculada a capacidade' teõríca, multiplica-se o seu valor por um fator de redução que leva em conta a possi- bilidade de obstrução de sarjetas de pequenas declividadepor sedimentos. Na tabela 21.8 são apresentados valores recomendados de fatores de redução, A capacidade de esgotamento das bocas de lobo é menor que a calculada devido a vários fatores, entre os quais: obstrução causadas por detritos, irregularidades nos pavimentos das ruas junto às sarjetas, alinhamento real. Na tabela 2l.9 são propostos alguns coeficientes de redução para estimar esta redução. T.abela 21.8. Fatores de redução de escoamento das sarjetas (DAEE/CETESB, 1980). Declividade da sarjeta Fator de redução % 0,4 0,50 1-3 0,80 5,0 0,50 6,0 0,40 8,0 0).7 10 0,20 Tabela 21.9. Fator de redução do escoamento para bocas de lobo (DAEE/CETESB, 1980). Lozalização na Tipo de Boca % permitida sobre o valor sarjeta de lobo teórico Ponto baixo De guia 80 Com Grelha 50 Combinada 65 Ponto Intermediário De Guia 80 Orelha longitudinal 60 Gclha transversal ou lonultudlnlll com blllrll!! tmnsvcrsais 60 IJIIII\II lu 1\(11\ 110% dos valores indicados purn 11 srclhu corresponcente~ - -- -----VUIIH rllll! 1111I11I111111111. III1U( IIclUN 1111' Jllolhlll ClOlltlHJlflllllnnl"ft, 836 Hidrologia 21.4.6 Galerias o dimensionamento das galerias é realizado com base nas equações hi dráulicas de movimento uniforme, como as de Manning (equação 21.13), Ch zy e outras.O cálculo depende do coeficiente de rugosidade e do tipo de galcrln adotado. Para maiores detalhes, quanto aos coeficientes de rugosidade, consull DAEE/CETESB (1980). Exemplo 21.3. Determine uma galeria circular para escoar a vazão de 94 1/ obtida no exemplo anterior, considerando a declividade longitudinal da 1\111 igual a 0,001 m/m. O conduto é de concreto com K = 0,75 m. Solução> A área é A = 1t D2/4, substituindo na equação de Manning e isolamln o diâmetro resulta D = 1,55 ( ~ )3/8 = K SI/2 0,094 )3/8 ::: 0,461 m 1,55 ( . 1/2 75 (0,001) Pode-se adotar D = 0,500 m. 21.5 Macrodrenagem Entende-se por macrodrenagem as intervenções em fundos de vnlo 'lI coletam águas pluviais de áreas providas de sistemas de microdrcnagcm ou IInll Nesses fundos de vale o escoamento é normalmente bem definido, mesmo q\lllllRII exista um curso de água perene. Obras de macrodrenagem buscam evitar as enchentes devido à \)(\(.'1/1 1111111 na, isto é, construções de canais, revestidos ou não, com maior capllddllill li, transporte que o canal natural e bacias de detenção. Dimensionamento Hidrológico A canalização projetada deve ser capaz de, conduzir a chamndu VIIJ~II 11 projeto, cuja determinação já foi apresentada em outros clIpfl\1ll1 critérios usualmente recomendados para a dctcrrninnção dllS Vtli'.Oc~ til' li!! III I são.-os cálculos hidrolégicos devem considerar 11 OCUpOÇn() 1\11111'11dll lllH 1.11 período de retorno recomendado é 100 MOS. Como as 'baclas passfvcis de 01lf'HIl de 11111('1Illh tll\lll',lllll 11111dl1l1'lI1 de porto mõdlo, uor mnlmcnto Ilt\ 111 ilil'llIll ll\~llIdl 1M dll 1'1111'1111' til' 1'i1\111I no tendo do h 1111'01'.1'1111111\11111(\1111. A 1IIIII!t'"l'1li 1\1111111' \'1111.1VI''1 IIld· Drenagem Urbana 837 no sentido da utilização de modelos de simulação matemática em face das inúmeras vantagens que esses métodos apresentam, conforme será visto no item 21.7. Etapas de Projeto É sempre conveniente que o projeto se desenvolva de forma sistemática em uma sucessão de etapas: projeto preliminar - a partir dos dados disponíveis e das informações coleta- das, com visitas à bacia, são levantadas as possíveis alternativas de solução, detectam-se eventuais interferências e elabora-se um estudo hidrológico pre- liminar. Com esses elementos, é possível determinar as principais característi- cas da obra. É importante manter contato com todas as entidades públicas e privadas que possam ter relação com o projeto, não só para a obtenção de informações técnicas, mas também para antecipar e solucionar eventuais pro- blemas futuros de interferências diversas, que poderão dificultar a execução da obra. Nesta etapa são descartadas apenas as alternativas que se demonstrem laramente inviáveis. projeto básico - aqui a atenção concentra-se sobre um número reduzido de alternativas não eliminadas na primeira fase. Especificam-se e executam-se os levantamentos topográficos e geológicos necessários" Os levantamentos de ampo permitirão aprofundar os estudos das alternativas e, por. comparação mtre elas, escolher-se a melhor. A alternativa escolhida é então detalhada. lltuboram-se desenhos, memoriais de cálculo, especificações técnicas, íctcrminarn-se quantidades e métodos construtivos. Ao final desta fase, devem :stM prontos os documentos .que permitam licitar a obra, ou seja, estarão disponíveis todas as informações necessárias para a cotação de preços. llxccutam-sc também os estudos hidrológicos e hidráulicos definitívos. IIl'ojeto executivo - uma série de aspectos não podem ser resolvidos na fase de 1'1 ojcto básico por diversas razões. Entre elas incluem-se, por exemplo, aspectos 1j110 dependem dos métodos construtivos escolhidos pela construtora, detalhes Iibrc singularidades e interferências não previstas, ele. Esses problemas usual- IIlenle só são resolvidos durante a obra. Nesta fase serão elaborados cálculos 1~/lII uturais, desenhos de formas e documentos necessários para a execução das IiIl'd içucs. uma fase de projeto, é laborudos os desenhos wll!,lnlll o OQ detulh Iv IllU' ti 838 Hidrologia manutenção e reforma dos canais, além de poder orientar futuras obras na área. Dlmenslonamento Hidráulico o dimensionamento hidráulico pode ser feito, considerando os regimes d escoamento: regime fluvial e uniforme; regime fluvial gradualmente variado, regime não-permanente. O primeiro tipo de regime não permite considerar as possível influências do nível de água de jusante e os efeitos de singularidades sobr a linha de água. Como esse regime s6 se estabelece em trechos longos uniformes, é necessário certificar-se de que essas condições são válidas que não existem efeitos de remanso, o que é raro em áreas urbanas. Usualment utiliza-se o regime uniforme na fase de projeto preliminar. O regime gradualmente variado é o mais utilizado, pois permite doll'l minar a linha de água, considerando a presença de singularidades e mudnu ças de vazão ao lon&o trecho, além de remanso causado por condições di contorno a jusante. E fundamental sua utilização em casos de galerias ('li bertas, pois elevações da linha de água poderão causar afogamento com cuu seqüências graves. No regime não-permanente, é possível considerar alterações das VIII veis de interesse no espaço e no tempo. O tratamento matemático é considni fi velmente mais complexo. Essa alternativa é adotada em casos especiais t', 11111 '. por exemplo, para prever afogamento de rede de galerias sujeitas ti 01'111111 hidrodinâmicos, levar em conta efeitos de maré, operação de compounx I outros. 21.6 Reservatórios de Detenção O armazenamento natural do escoamento superficial existe em VIII formas. como: armazenamento na vegetação; infiltração e armazcnamonl« 1I1t subsolo; armazenamento em pequenas depressões superficiais; armazcnumrur« dinâmico nos cursos de água e nas várzeas de inundação. O desenvolvimento de uma bacia hidrográfica provoca o aumento dOA )111'11 dos hidrogramas de cheias. em face do aumento da área impermc"blll~IHIIl1I bacia. da redução de seu tempo de concentração, o da ollmltllwnll I armazenamentos naturais. Para contomar o problema criado oom a \I~hllulJ das bacias sobre o comportamento das cheias, que causam lnundll9nOl 1111' •• ribeirinhas, diversas medidas estruturais c nl'{o·ostruturul. 1)/l11.,,,1 adotadas. Entre as primeiras, dlecute-se aqui QUilO do bnolM .do tllllfl. que silo rescrvatõries do Ilrrnnr.onrtrt\onto do ourtOI PCr(O(I,OII, qllo u'll 1111'I1 vazões do plco dOI hldro~TI,nu\" (lIu oboh,~, .\\101ol1tlll)(\o (I 10\1 tl11l1111l 11 OCl'l\lltlc:mtu, ." hll,oll"l tIo ItotelloKu lIrtrl U1lhl~Olll (J \'olllmo dn .'('11 ••111 Drenagem Urbana 839 direto. apenas redistribuem as vazões ao longo de um tempo maior. formando um volume útil temporário, com parte do escoamento direto. Esse volume corresponde à área compreendida entre os hidrogramas afluente e efluente da bacia. O efeito de um reservat6rio de detenção sobre um hidrograma de cheia pode ser visto na figura 21.11. Os reservat6rios de detenção são totalmente drenados. em geral, em menos de um dia. A sua área de ocupação. normalmente, é seca e pode ser utilizada para fins recreacionais. O armazenamento do escoamento superficial nos reservat6rios de detenção, tem o potencial de produzir os seguintes benefícios: reduzir problemas de inundações localizadas; reduzir os custos de um sistema de galerias de drenagem, devido à redução das dimensões das galerias; melhorar a qualidade da água; minorar problemas de erosão nos pequenos tributários, devido à redução das vazões; - aumentar o tempo de resposta do escoamento superficial; melhorar as condições para reuso da água e recarga dos aqüíferos; reduzir as vazões máximas de inundação a jusante. 200 , , i I i , , i , • , i 10 ti lI! 13 1~ H5 I~ 17 18 19 20 2' TUlPO (11) 150 Condiçlle. futuro. ...• '"•.•.....e-.g Ho 100 > 50 o~....--tI'Jlljlun\ 840 Hidrologia Critérios de dimensionamento Os critérios de dimensionamento das bacias de detenção são normalmente os seguintes: controlar a vazão máxima efluente - fixando a vazão máxima efluente em um valor igual a 85% ou menos da vazão correspondente às condições da bacia antes do desenvolvimento da bacia hidrográfica. garantir segurança contra rompimento - dimensionando um extravasor para garantir o escoamento de vazões extremas. Quando o reservat6rio é formado pOI um barramento, prever proteção para rápidos galgamentos. garantir operação sem manutenção - evitando válvulas manuais ou automãticna, Evitar que fique uma lâmina de água constante muito rasa, que proporciona I1 crescimento de vegetação e o afloramento de camadas de lama. considerar eventos freqüentes - garantindo que a bacia seja eficaz tambéiu para as vazões de baixo período de retomo. As bacias de detenção são projetad as , em geral, para controlar I1 conseqüências de chuvas locais, de curta duração e alta intensidade, plI estas são as causadoras das inundações dos pequenos cursos de água. O ófL'l11l da redução dos pico do hidrograma de uma cheia é sentido com maior efioIOu!'!" logo a jusante da estrutura, diminuindo seu efeito para jus ante. As bacias de detenção dimensionadas para controlar apenas uma oholu extrema com grande período de retomo exige um volume de armazcnuumu« relativamente pequeno. Entretanto, são muito ineficazes para os l'1I1,1;1 menores e também para reduzir as cheias mais a jusante. As bacias proJl'IlIdn para controlar apenas as cheias menores, podem eventualmente rodUi'11 11 máximas descargas das cheias maiores, dependendo do efeito da lamlnn~nll !lu cheia no vertedor de segurança. Uma bacia de detenção pode ter uma uu 11111 estruturas de descarga normais, além do vertedor de emergência, CJlH.l 11(111I111 passar cheias maiores que aquelas do projeto da bacia. A figura 21.12 apresenta um esquema representativo de UIllI\ "I\(!III ,-' detenção com descargas múltiplas. Do ponto de vista construtivo, II~ hlll,llI' I1 detenção podem ser criadas pelo barramento de um rio, de uma 1"l\vlI\11 11\1 1111 11I11 canal, escavando-se uma bacia no solo existente ou por \JI1I1\COIIlItII1I\\ nll I! escavação e barramento. Devem dispor de um vertcdor, cujo PI'OI)(~liltlld 11 ti garantir a segurança do barramcnto, evitnndo um rornnlmemo (1111'111110 1\ \l1tII~'I~I'1iI de urna onda de cheia cxccpclonul. Hm 111/'11119 C lI/lCl R , 6 flct'~N'I~df) 1111111111 1111 bacia de dissipnção fi [uannte 1I11 (!(\I'I<'IIIj!1\ 01\ (10 Vtlll(~(ItIl', 11'111\ rvluu lncnlivndn. 1111\ (11111'10 Illdfllll li' I'I\~O", ti i10mIIlNI{,I,1 11I1I111t1l \11111\ 1111\11 Drenagem Urbana 841 retenção, para evitar que a descarga seja obstruída por folhas ou detritos. Para se efetuar um projeto mais conservativo, deve-se especificar um certo grau de controle para um número de cheias de diferentes portes, não se permitindo que em nenhuma delas, se tenha a vazão máxima descarregada superior à vazão que ocorria na bacia hidrográfica correspondente na condição prévia ao desenvolvimento. Neste critério, para se obter um projeto mais econômico, deve-se prever descargas múltiplas em diversos níveis. Nas estruturas de descargas múltiplas, a descarga inferior é menor e é utilizada para retardar as cheias menores e , em alguns casos para forçar o depósito de sedimentos. A descarga superior é utilizada nas grandes cheias. Enlrada do caAol Saída superior Saído inferior Elevaçlio do verteder Bacia de diuipaçllo ........-.,_._ ..... ' ELEVACÃO Entrado do canal " Exl.nsao da bacia "Rip r~ j":"~ pora cheia de projeto L__ ,._______..:~----------I PLANO "Escovoç50 extra poro o reservatório Figura 21.12. Bacia de detenção. 1,7 Modelol! MI\(C1I1I1tkcul ~111Drenagem Urbana 1I/l0 <I ru 1111111\ ('OUI 1 \1111))1111111011 842 Hidrologia simular processos hidrol6gicos. Desde então, os meios técnicos presenciaram o aparecimento de grande número de modelos, dos mais simples aos mais complexos. É interessante notar que, em termos de aplicação prática, a evolução tem sido no sentido de utilizar modelos simples, deixando de lado a complexidade dos primeiros modelos que surgiram. A espantosa evolução da tecnologia de computadores, tanto na área de equipamentos, como de programação tem contribuído para tomar esses modelos mais acessíveis em termos de custo e facilidade de uso. A quantidade de modelos é tão grande e o custo dos computadores vem caindo tanto, que é conseqüência natural que mais e mais pessoas se aproveitem das possibilidades oferecidas pela modelagem matemática. Analisar a enorme quantidade de modelos existentes e aprofundar-se nas técnicas de simulação hidrol6gica seria impraticável em apenas um capítulo. Neste item pretende-se apenas mostrar em que os modelos de simulação hidrológica podem auxiliar o engenheiro de drenagem urbana e quais são suas limitações. Atravé de exemplos, procurar-se-ã ilustrar a aplicação de alguns modelos. enfatizando a potencialidade dessas técnicas. Os modelos citados com exemplos foram desenvolvidos por entidades públicas e podem ser obtidos junt a essas instituições. A apresentação desse item deve responder a uma questão básica : Por qu utilizar um modelo, se diversos sistemas complexos de drenagem urbana foram construídos no passado, sem a sua ajuda ? Fundamentos do modelo ABC o modelo ABC (porto et al., 1992) é um conjunto de métodos hidrolõgico clássicos que funcionam articuladamente e são apoiados por interfaccs (I diálogo com o usuário, rotinas gráficas e um banco de dados de relaç intensidade-duração-freqüência de todo o Brasil. É apresentado neste texto, II título de exemplo para demonstrar a aplicação de modelos matemático hidrologia urbana. O modelo ABC aplica-se a problemas de drenagem urbana, (.1111 especial aos que podem ser classificados como sendo de macrodrenagcrn. Sua aplicação apresenta vantagens sobre o conhecido método raclouul, pois se aplica sem restrições a bacias com áreas de drenagem superiores u t()(I ha. Não obstante, o modelo ABC se aplica a bacias com ãreas inferiores, DOIII como a grandes bacias urbanas (superiores a 50 km2), segmentando-ao 1\ bnelu, para considerar a diversidade de distribuição da chuva o ocupação do aclo, O modelo está escrito em linguagem Quick Baslc, versão 4.5. Pod executado em computadores compatíveis com o lBM-PC, em SlIlIOOnnJ.l\ll'llUn/l mínima. Os principais m6dulos do modelo stto /l 801.l1llr d()~orlt Bacln - Neste; mõdulo, o IIR\I~dn dolllltJ 1111IJHI'I\OI!-.(lIIluUIl dll huulu oru tl"'lIdll Drenagem Urbana 843 O modelo calcula o tempo de concentração. Chuvas - Módulo para escolha da chuva de projeto. O modelo permite que se defina um hietograma, ou calcula a partir de urna das 114 equações de curvas intensidade-duração-freqüência disponíveis. O hietograma é gerado pelo pro- cesso dos blocos alternados. Infiltração - Este m6dulo objetiva calcular a chuva excedente, a partir de três processos alternativos de análise de infiltração: Horton, SCS e índice 41. Geração de um hidrograma - Esse m6dulo gera um hidrograma de escoamento superficial direto para a bacia escolhida, por três processos alternativos de hidrograma unitário: método de Clark, método de Santa Bárbara e método do SCS. Amortecimento de ondas de cheia em reservatórios - Neste modulo, pode-se obter o hidrograma efluente de um reservat6rio, a partir do conhecimento de um hidrograma afluente e das características das equações das curvas cota- volume do reservatório e da curva de descarga do vertedor. Amortecimento de ondas de cheias em canais - Esse modulo permite calcular o hldrograma transladado e amortecido em um trecho de canal, pelo método de Muskingum. Composição de hidrogramas - Neste modulo, pode-se somar hidrogramas de subo hncias diferentes. J~xcmplo 21.4. Modelo ABC - Para exemplificaro uso de um modelo de simulação cio evento de cheias, propõe-se discutir um exemplo hipotético. Suponha uma hnclu A (figura 21.13), que se encontra em processo de alteração de sua uobertura vegetal. Na situação atual, o valor de CN referente à cobertura do 010 atual é 67. Para uma chuva com duração de 4 horas, com intensidade uniforme de 20 111m/h, foi verificada uma vazão na seção P, que corresponde à capacidade do 1111\1. Com a alteração da cobertura vegetal da bacia A, o valor de CN passará HO, com aumento da vazão máxima do hidrograma. Foi projetada uma barragem 111 ponto P, para criar um reservat6rio de regularização. Pretende-se .1I11lonlllonara largura do vertedor dessa barragem, para reduzir a nova vazio Iln 1>100 ti capaoldadc (\0 01111111. restnnte do. c!1It!1'1 .~() resumídoe a seguir e na tabela 21.10: klude <lu h ,\moUl 846 Hidrolo 11.111 350 300 250-11I....• "'e 200-.3 150 N O> 100 50 O O Tabela 21.12. Característica do extravasor. Largura do Vazão máxima Lâmina máxima sobre vertedor (m) vertida (m3/s) o vertedor (m) 20 152 2,30 22 158 2,21 25 166 2,11 30 177 1,95 Hidrograma futuro Hidrograma atual 5 25 3010 15 20 Tempo (horos) REFERÊNCIAS Figura 21.14. Resultados da bacia do exemplo 21.4. 1 - DAEE/CETESB 1980. Drenagem Urbana 2 ed. São Paulo. 2 - HALL, MJ. 1984. Urban Hydrology. Essex: Elsevler. 3 - KIBLER, O.F. ed. 1982. Urban Stormwater American Geophisícal Union. 4 - LEOPOLD, L.B. Jlydro!oHY for Urlmn U/1uJ 1'I(1I/~11"1l, WIIHhhll.f.111I1 1J Govt. Prtnt, OU. (OcolOlllcllI ~\II'vt'y olroulllr ~~I\), Drenagem Urbana 847 5 - McCUEN, R.H. 1982. A Cuide to Hydrologic Analysis using SCS Methods. Englewood Cliffs: Prentice-Hall. 6 - PONCE, V.M. 1989. Englneering Hydrology: Principles and Practice. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 7 - PORTO, R., ZAHED PC, K., e GIKAS, A.N. 1993. ABC3- Análise de cheias complexas Manual do Usuário, São Paulo: Fundação Centro tecno16gico de Hidráulica. 8 - UEHARA, K. 1985. Necessidade de estudos de novos critérios de planejamento de drenagem de várzea de regiões metropolitanas. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HIDROLOGIA E RECURSOS HfoRICOS. 6., 1985, São Paulo. Anais. São Paulo: ABRH. v.3, p.I11-119.
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