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* UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental - DCAA Disciplina: Irrigação e Drenagem Adriana Ramos Mendes RELAÇÃO SOLO-ÁGUA * Elaboração de projetos de irrigação A elaboração de projetos de irrigação devem ser seguida de informações importantes, dentre elas: Caracterização do solo: infiltração, retenção e movimento da água; A quantidade de água a aplicar: dependerá da capacidade de armazenamento de água do solo. * DEFINIÇÃO E COMPOSIÇÃO DO SOLO Material poroso, constituído de 3 fases: sólidas, líquida e gasosa. Originado de rochas por processos de intemperização. Serve de apoio físico (sustentação), químico e biológico para o crescimento vegetal. Funciona como reservatório de água, essencial para o desenvolvimento vegetal e produção agrícola. * COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA DO SOLO A relação ideal estaria em torno de 50% de espaço poroso e 50% de componentes sólidos. Gráf4 45 15 35 5 Gráf1 50 15 35 Plan1 Sólidos 45 Ar 15 Água 35 MO 5 Plan1 Plan2 Plan3 * FRAÇÃO SÓLIDA Constitui de partículas classificadas de acordo com o tamanho médio dos grãos (partículas). Areia: 2 – 0,02 mm Limo (Silte): 0,02 – 0,002 mm Argila: < 0,002 mm * FRAÇÃO SÓLIDA Composta de partículas minerais, orgânicas e substâncias solúveis e insolúveis. Partículas minerais: originadas do intemperismo das rochas. Minerais primários são originados da fragmentação simples das rochas (exemplo: quartzo, mica). Minerais secundários: são sintetizados no próprio local, a partir do intemperismo dos minerais primários (exemplo: argilas). * FRAÇÃO SÓLIDA As partículas orgânicas são originadas de restos vegetais e animais e funcionam como fonte de nutrientes bem como sítios de reações químicas e físico-químicas do solo (húmus). Substâncias solúveis e insolúveis: sais de cloreto de sódio, nitratos e carbonatos, sulfatos de cálcio e os carbonatos de cálcio e magnésio. * FRAÇÃO LÍQUIDA Constitui-se essencialmente de água, contendo minerais dissolvidos e materiais orgânicos solúveis. A água é absorvida pelas plantas ou drenada para as camadas mais profundas, por isso necessita ser periodicamente reposta pela chuva ou irrigação. Em função de sua capacidade de armazenamento no solo, a água pode ser classificada em: gravitacional, capilar e higroscópica. * FRAÇÃO GASOSA Constitui-se do ar do solo ou da atmosfera do solo, ocupando os macroporos. Porção importante devido a aeração do sistema radicular. Composição química semelhante a atmosfera, junto à superfície do solo, apresentando diferenças quanto aos teores. * CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO TEXTURA ESTRUTURA CURVA CARACTERÍSTICA DE ÁGUA NO SOLO * COMPACTAÇÃO DO SOLO Indiretamente ligada à estrutura. Como o solo é um material poroso, por compactação, a mesma massa de material sólido pode ocupar um volume menor ESTRUTURA DO SOLO Altamente dinâmica, podendo variar muito no tempo, em resposta a mudanças nas condições naturais ou nas práticas de manejo do solo. * Amostragem Objetivo: “coletar uma pequena quantidade de terra que represente toda uma área a ser amostrada”. Tipos de amostras: as amostras podem ser: deformadas, indeformadas, simples (porção coletada em cada ponto do terreno) ou compostas (é a mistura homogênea de varias amostras simples). Fertilidade: geralmente são deformadas e compostas. Físico-hídricas: indeformadas e simples. * Amostras deformadas: refere-se ao solo solto podendo ser coletada com pá ou trado. Amostras indeformadas: porção do solo extraída com equipamento especial e que representa a estrutura original da área estudada. Amostragem para análises física e físico-hídricas do solo. * Determinações a serem obtidas: * - Análise granulométrica - classe textural. * - Densidade de partículas do solo. - Densidade do solo. - Porosidade total do solo. - Porosidade drenável do solo. - Umidade do solo na capacidade de campo. - Umidade do solo no ponto de murcha permanente. - Curva completa de retenção de água no solo (*) Amostras deformadas. * Amostragem propriamente dita Coleta de amostras de acordo com as características do solo, podendo conter diferenças de tipo de solo, fertilidade e relevo. Número de amostras: 3 amostras por profundidade sendo estabelecidos no mínimo 3 locais de amostragem no terreno. Cultivos em estufas ou em áreas com irrigação localizada: a principal preocupação passa a ser o monitoramento da salinização, onde a amostragem irá requerer alguns cuidados especiais (Figura 2). * Figura 2 – Ponto correto de amostragem em estufa, para análise de salinização. * Escolha da ferramenta de coleta Existem vários métodos de coleta de amostras. Porém vamos nos fixar nos métodos do cilindro. a) Método do anel direto (anel de Kopeck): são anéis com bordas cortantes enterrados diretamente no solo com um martelo ou com utilização de “castelo”. b) Amostradores + anel volumétrico: Existem vários modelos como o de Uhland, Bravifer AI100, com vários tamanhos de anéis e formas de introdução no solo (martelo, peso, etc). * RELAÇÕES MASSA-VOLUME * DENSIDADE DAS PARTÍCULAS OU DOS SÓLIDOS: útil para avaliação indireta da porosidade do solo. Pequena variação entre os solos pois apresenta como constituintes os minerais predominantes: quartzo, feldspatos e os silicatos. Valor médio: 2,65 g.cm-3 Para a M.O. 0,6 a 1,2 g.cm-3 * RELAÇÕES MASSA-VOLUME Determinação da densidade das partículas Picnômetro com água: método mais clássico e de maior precisão. Balão volumétrico: não é muito preciso, entretanto apresenta maior facilidade de realização. * DENSIDADE DO SOLO Bastante variável dada a sua dependência da textura, estrutura e compactação. Solos arenosos 1,3 - 1,8 g.cm-3 Solos argilosos 1,1 - 1,5 g.cm-3 * POROSIDADE Maior porosidade indica maior capacidade do solo em armazenar água. A porosidade total ou volume total de poros não dá indicação da distribuição de tamanho de poros. * RELAÇÕES MASSA-VOLUME DENSIDADE DO SOLO E POROSIDADE * RELAÇÕES MASSA-VOLUME Determinação da densidade do solo: Anel volumétrico: um dos mais utilizados, apresentando como limitações a presença de raízes, alteração do volume dos poros e a variabilidade espacial. Torrão impermeabilizado: indicado para solos onde se torna difícil cravar o anel (solos com conglomerados – litossolos). * RELAÇÕES MASSA-VOLUME UMIDADE Umidade à base de peso ou gravimétrica (U): é quantidade de água que contém o solo com relação ao peso de solo seco. * RELAÇÕES MASSA-VOLUME UMIDADE Umidade à base de volume ou volumétrica (): é a porcentagem de água que contém o solo com relação ao volume de solo. * RELAÇÕES MASSA-VOLUME UMIDADE Umidade à base de volume * RELAÇÕES MASSA-VOLUME Na área de irrigação alguns laboratórios possam nos fornecer a umidade em base úmida. Para calcularmos a partir da umidade com base úmida utilizamos para transformação: * POROSIDADE LIVRE DA ÁGUA: Refere-se ao espaço poroso total que é ocupado pelo ar Também chamado de porosidade drenável. GRAU DE SATURAÇÃO: Refere-se quanto em relação ao espaço poroso total é ocupado pela água. * CICLO DA ÁGUA NA AGRICULTURA * ARMAZENAMENTO DE ÁGUA É dada por sua umidade e pode ser medida por uma “altura de água”. * ARMAZENAMENTO DE ÁGUA (Sólidos +Ar) Água Z h X Y Sólidos Ar Água θ = ? * ARMAZENAMENTO DE ÁGUA Como o solo é um reservatório, quanto maior a profundidade maior a quantidade de água armazenada. * ARMAZENAMENTO DE ÁGUA A quantidade de água que se deve adicionar ao solo (h) para elevar sua umidade de i a f, será: É possível estimar a altura de água consumida pela cultura ou a variação de umidade no perfil do solo. * DISPONIBILIDADE DE ÁGUA DO SOLO PARA AS PLANTAS CAPACIDADE DE CAMPO Marca o limite superior de água no solo, pronta-mente disponível às plantas PONTO DE MURCHA: Marca o limite inferior de aproveitamento da água do solo pelas plantas. LIMITES DE UMIDADE * DISPONIBILIDADE DE ÁGUA DO SOLO PARA AS PLANTAS * DISPONIBILIDADE DE ÁGUA DO SOLO PARA AS PLANTAS SATURAÇÃO: Um solo está saturado quando todos os seus poros estão ocupados pela água. CAPACIDADE DE CAMPO: A água ocupa e está retida nos poros pequenos do solo e o ar ocupa grande parte do espaço dos poros maiores. É o limite superior de umidade Energia de retenção de água na CC = -10 e -33 KPa para solos de textura grossa e fina e PMP =-1,5MPa. * DISPONIBILIDADE DE ÁGUA DO SOLO PARA AS PLANTAS CAPACIDADE DE CAMPO: Marca o limite superior de água no solo, prontamente disponível às plantas PONTO DE MURCHA: Marca o limite inferior de aproveitamento da água do solo pelas plantas * DISPONIBILIDADE DE ÁGUA (LIMITES DE UMIDADE) * ÁGUA DISPONÍVEL Considerando os conceitos de capacidade de campo e ponto de murcha e, principalmente, entendo ser o solo um reservatório de água para as plantas, pode-se expressar a quantidade de água disponível para uma dada profundidade corresponde à profundidade efetiva do sistema radicular da cultura. * DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA (DRA) * DISPONIBILIDADE TOTAL DE ÁGUA (DTA) Água disponível é a quantidade de água que o solo pode armazenar, entre CC e o PM. em que: DTa – disponibilidade total de água, mm/cm de solo; Ucc – umidade do solo à capacidade de campo, g.g-1; Upm – umidade do solo ao ponto de murcha, g.g-1; ds – densidade do solo, g.cm-3 * DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO Corresponde a uma reserva de água disponível que pode ser consumida sem que as plantas exerçam esforço excessivo, sem que se configure déficit hídrico capaz de afetar a produção. em que: DRA – água disponível útil, cm; p – fração da disponibilidade total de água que a planta pode utilizar, antes que se configure déficit hídrico. * CAPACIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (CTA) A capacidade total de água no solo somente deve ser calculada até a profundidade do solo correspondente à profundidade efetiva do sistema radicular da cultura a ser irrigada, ou seja: em que CTA = capacidade total de água no solo, em cm; e Z = profundidade efetiva do sistema radicular, em cm. A profundidade efetiva do sistema radicular deve ser tal que, pelo menos 80% do sistema radicular da cultura esteja nele contido. * CAPACIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO (CrA) Em irrigação, nunca se deve permitir que o teor de umidade do solo atinja o ponto de murchamento, isto é, deve-se usar somente entre duas irrigações sucessivas, uma fração da capacidade total de água no solo, ou seja: em que CRA = capacidade real de água no solo, em mm. * CAPACIDADE TOTAL DE ÁGUA (DTA) Capacidade total e água no solo pode também ser expressa em volume de água. em que: DTA – disponibilidade total de água, cm; cc – umidade do solo à capacidade de campo, cm3.cm-3; pm – umidade do solo ao ponto de murcha, cm3.cm-3; Z - profundidade efetiva do sistema radicular, cm * DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA (DRA) Fator/fração de disponibilidade - p A fração de disponibilidade ou de esgotamento de água disponível, depende: tipo de cultura tipo de solo magnitude da demanda evapotranspiro-métrica da planta (clima). Doorenbos e Kassan (1979) sugerem valores de “p” em função do grupo ao qual pertence a cultura e da evapotranspiração máxima diária. * Grupo 1: cebola, arroz, alho, folhosas; Grupo 2: feijão, trigo, ervilha; Grupo 3: milho, girassol, tomate, batata; Grupo 4: algodão, amendoim, sorgo, soja, cana-de-açúcar. DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA (DRA) Fator/fração de disponibilidade – p * Bernardo, S. Manual de irrigação Klar, A. Água no sistema solo-planta-atmosfera Reichardt, K. Processos de transferência no sistema solo-planta-atmosfera Reichardt, K. A água em sistemas agrícolas Bibliografia consultada e recomendada RELAÇÃO SOLO-ÁGUA
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