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Segundo Maria do Carmo Bettencourt de Faria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL
CURSO: DIREITO DIURNO
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
PROFESSOR: JOAQUIM
DIREITO E ÉTICA: ARISTÓTELES, HOBBES, KANT.
 
 Fiama Nadine Ramalho de Sá
Teresina, 2012
FARIA, Maria do Carmo Bettencourt de. Direito e Ética: Aristóteles, Hobbes, Kant. São Paulo: Paulus, 2007. 
Segundo Maria do Carmo Bettencourt de Faria, a elaboração do pensamento político ocidental se destacam três figuras: Aristóteles, principal formulador da herança que deriva da Grécia antiga; Hobbes que surge no século XVII, portanto no limiar da modernidade; e Kant, no final do século XVIII, que se afasta dos dois primeiros, representa um novo ponto de partida para o pensamento ético-político. Aristóteles acredita na perfectibilidade do ser humano, que, mais que os outros entes da natureza, uma vez que de forma consciente, age em vista de sua felicidade, ou seja, de sua plena realização, do seu bem. Hobbes, ao contrário, afirma que o homem é de fato dirigido por suas paixões agressivas, pelo instinto de sobrevivência e a competitividade. Já Kant, recupera por outras vias, a crença na vocação do ser humano para o aperfeiçoamento moral, embora reconhecendo nele a “insociabilidade” apontada por Hobbes. Vemos que o pensamento ocidental pendula entre os valores da segurança e da liberdade, mas depois encontram um ponto de equilíbrio. Assim, a autora tece o seu pensamento sobre Direito e Ética segundo a teoria destes. Vamos lá!
Na Grécia, fortemente marcada pelo advento da democracia, a liberdade se afirma como valor maior, a merecer mesmo o sacrifício da vida. Aquele que não se governa, seja no plano ético, seja no plano político, não pode ser considerado um homem em plenitude. É a perspectiva que marca o pensamento de Aristóteles. Existem pontos que caracterizam o seu pensamento, entre eles, a articulação entre ética e política, a perspectiva teleológica; a desigualdade natural dos homens; justiça como proporcionalidade; homem “animal político”; necessidade de viver em comunidade; a razão domina a paixão; o homem busca o bem; o amadurecimento do homem; o ponto de partida da ética é a discussão das opiniões; a metodologia da práxis é condicionada pela própria natureza do seu objeto e; o Estado se destina a ser a sede da razão sem paixão.
No século XVII, numa Inglaterra marcada pela guerra civil e pela insegurança generalizada, a liberdade perde sua importância em face da segurança. O homem quer, antes de tudo, sobreviver. Busca no Estado a garantia de sobrevivência e a proteção contra a violência. Entre segurança e liberdade Hobbes não hesita em optar pela primeira. Em primeiro lugar Hobbes desvincula a política da ética, ele considera que o pior mal que pode atingir uma sociedade é o conflito generalizado; a política é a capacidade de garantir a segurança e a paz por meio do exercício do poder. Como um contratualista, acredita que o Estado é fruto do pacto. Um duplo pacto entre os homens e destes com um poder soberano que tem por missão garantir a segurança, o soberano só trai o pacto quando deixa de proporcionar segurança aos cidadãos. Os homens são assim iguais por natureza e isso causa competições e guerra. A desigualdade provém da ordem imposta pelo estado civil, ordem que visa acima de tudo à paz e à segurança. O homem é lobo do homem, e tem como móvel o medo. 
Kant, no século XVIII, propõe uma saída para o dilema através da racionalidade, pois é nela que tanto a segurança quanto a liberdade podem encontrar seu fundamento e seu ponto de equilíbrio. Ele discorda de Aristóteles que se contentava com uma ética fundada no costume e que, pela dialética, não ultrapassa o limite da opinião, e busca, como Hobbes, uma ética universal, fundada sobre demonstrações racionais irrefutáveis. A razão kantiana é uma razão pura, e para ele ética é o cumprimento do dever. Os homens se diferenciam por suas paixões, que os levam a buscar objetivos individuais e pragmáticos, mas se igualam na razão. Kant separa também o plano privado, do plano político. O primeiro é o campo da moral – o foro interno – o outro o campo do direito – o foro externo. A lei moral ou a lei jurídica não se fundam nem se justificam em leis naturais, mas são ditadas, de forma totalmente autônoma pela razão. Kant acredita ainda na perfectibilidade do ser humano, e vê que a historia tem um fim que se cumpre ao longo das gerações, e apresenta avanços e recuos.

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