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O cotovelo O cotovelo Único movimento Flexo-extensão A superfície articular Tróclea umeral Côndilo umeral Incisura troclear Cabaça do rádio Úmero Fossa coronóide Fossa do olécrano Imprescindíveis para atingir total ADM A cabeça radial Rotação axial Flexo-extensão Anatomia fisiológica da articulação rádio-ulnar superior “Rolamento de bolas” • cabeça radial • anel fibroso • cavidade sigmóide da ulna • ligamento anular Dinâmica da articulação rádio-ulnar superior Principal movimento Rotação da cabeça radial • gira em contato com o côndilo radial Epicondilos Lateral: Inserem os ligamentos laterais, supinadores e extensores do punho. Medial: Ligamentos mediais, flexores e pronadores do punho. Os ligamentos do cotovelo Manter as superfícies articulares em contato Ligamento colateral ulnar Ligamento colateral radial Os ligamentos do cotovelo 156 SEÇÃO II Anatomia funcional ligament ligament ligament Olécrano ASPECTO MEDIAL Ulna Rádio Corda oblíqua Tendão do bíceps braquial Ligamento anular do rádio Úmero Cápsula articular Tendão do tríceps braquial Ligamentos colaterais ulnares Ulna ASPECTO LATERAL Tendão do tríceps braquial Úmero Cápsula articular Ligamento colateral radial Ligamento anular Rádio FIGURA 5.18 Ligamentos do cotovelo. na posição de semipronação (12). A posição de completa extensão é a posição de máximo contato para a articulação umeroulnar. Assim, quando a articulação umeroulnar está mais estável na posição estendida, a articulação umerorra- dial está com contato apenas parcial e minimamente está- vel. A articulação radioulnar proximal está em sua posição de máximo contato na posição de semipronação, comple- mentando a posição de máximo contato da articulação umerorradial (12). A amplitude de movimento no cotovelo em flexão e extensão é de aproximadamente 145° de flexão ativa, 160° de flexão passiva e 5 a 10° de hiperextensão (12). Movimentos de extensão ficam limitados pela cápsula arti- cular e pelos músculos flexores. Esses movimentos também ficam, no fim, restringidos pelo impacto de osso a osso com o olécrano. A flexão na articulação fica limitada pelos tecidos moles, pela cápsula posterior, pelos músculos extensores e pelo contato de osso a osso (do processo coronoide com sua respectiva fossa). Um grau significativo de hipertrofia ou uma grande quantidade de tecido adiposo irá limitar con- sideravelmente a amplitude de movimento em flexão. Há necessidade de cerca de 100 a 140° de flexão e extensão para a maioria das atividades cotidianas, embora a ampli- tude de movimento total seja de 30 a 130° de flexão (53). A amplitude de movimento para a pronação é de apro- ximadamente 70°, limitada pelos ligamentos, pela cápsula articular e pelos tecidos moles, que fazem compressão conforme o rádio e a ulna se cruzam. A amplitude de movimento para supinação é 85°, estando limitada pelos ligamentos, pela cápsula e pelos músculos pronadores. Há necessidade de cerca de 50° de pronação e 50° de supinação para a realização da maioria das atividades cotidianas (89). AÇÕES MUSCULARES Há 24 músculos que cruzam a articulação do cotovelo. Alguns deles exercem sua ação exclusivamente nessa articu- lação e outros funcionam nas articulações radiocarpal e dos dedos (3). Muitos desses músculos são capazes de produzir até três movimentos nas articulações do cotovelo, punho ou articulações interfalângicas da mão. Contudo, em geral um movimento é dominante, e é o movimento com o qual o músculo ou grupo muscular está associado. São quatro os grupos musculares principais: flexores anteriores, exten- sores posteriores, extensores laterais-supinadores e flexores mediais-pronadores (1). A localização, ação e inervação dos músculos que têm atuação na articulação do cotovelo podem ser encontradas na Figura 5.19. Os flexores do cotovelo tornam-se mais efetivos com o aumento da flexão do cotovelo, porque seu ganho mecâ- nico amplia-se com o aumento na magnitude do braço do momento (3,58). O braquial exibe a maior área de secção transversal dos flexores, mas possui a menor van- tagem mecânica. O bíceps braquial também tem grande secção transversal e melhor vantagem mecânica em relação ao braquial, e o braquiorradial tem menor secção transver- sal, mas com a melhor vantagem mecânica (Fig. 5.20). A 100º e 120º de flexão, a vantagem mecânica dos flexores é máxima, porque os braços do momento são mais lon- gos (braquiorradial = 6 cm; braquial = 2,5-3,0 cm; bíceps braquial = 3,5-4,0 cm) (58). Cada um dos três principais flexores do cotovelo está limitado em sua contribuição ao movimento de flexão do cotovelo, dependendo da posição da articulação ou da vantagem mecânica. O braquial é ativo em todas as posições do antebraço, mas fica limitado por sua baixa vantagem mecânica. O braquial desempenha maior papel quando o antebraço está na posição pronada. O bíceps braquial pode ficar limitado por ações nas articulações radioulnar e do ombro. Considerando que a cabeça longa do bíceps atravessa a articulação do ombro, a flexão dessa articulação gera frouxidão na cabeça longa do bíceps bra- quial, e a extensão do ombro gera mais tensão. Tendo em vista que o tendão do bíceps se fixa ao rádio, a inserção pode ser mobilizada em pronação e supinação. A influên- cia da pronação sobre o tendão do bíceps braquial está ilustrada na Figura 5.21. Considerando que o tendão se enrola em torno do rádio em pronação, o bíceps braquial é mais efetivo como flexor na supinação. Finalmente, o bra- quiorradial é um músculo com pequeno volume e fibras muito longas; é um músculo muito eficiente, por causa de sua excelente vantagem mecânica. O braquiorradial fle- xiona o cotovelo mais efetivamente quando o antebraço se encontra em meia pronação, e seu recrutamento é muito intenso durante movimentos rápidos. Esse músculo está bem posicionado para contribuir com a flexão do cotovelo na posição de semipronação. No grupo dos músculos extensores, encontramos o potente tríceps braquial, o músculo mais forte do coto- velo. O tríceps braquial tem grande potencial de força e capacidade de trabalho por causa de seu volume muscular Hamill 05.indd 156 29/1/16 2:07 PM A tróclea umeral Na extensão o antebraço fica obliquo para baixo e para fora (valgo fisiológico da ulna) - Masculino: 10 a 15 graus - Feminino: 15 a 25 graus 155CAPÍTULO 5 Anatomia funcional do membro superior ção e supinação. Na verdade, existem duas articulações radioul nares, a proximal na região da articulação do coto- velo, e a distal, perto do punho. Do mesmo modo, a meio caminho entre o cotovelo e o punho existe outra conexão fibrosa entre o rádio e a ulna, reconhecida por alguns como uma terceira articulação radioulnar. A articulação radioulnar proximal consiste na articulação situada entre a cabeça do rádio e a incisura radial no lado da ulna. A cabeça do rádio realiza rotação num anel osteo- fibroso e pode girar tanto no sentido horário como no sentido anti-horário, criando o movimento do rádio com relação à ulna (12). Na posição neutra, o rádio e a ulna se situam próximos entre si, mas, em pronação completa, o rádio cruza diagonalmente a ulna. Enquanto o rádio realiza esse movimento em pronação, a extremidade distal da ulna se movimenta lateralmente. Durante a supinação, ocorre o oposto. Uma membrana interóssea que conecta o rádio e a ulna avança pelo comprimento dos dois ossos. Essa fáscia aumenta a área para inserção muscular e garante que o rádio e a ulna mantenham uma relação específica entre si. Oitenta por cento das forças compressivas são tipicamente aplicadas ao rádio, e a membrana interóssea do antebraço transmite forças recebidas distalmente desde o rádio até a ulna. A membrana fica tensionada em semipronação (12). Dois últimos componentes estruturais na região do cotovelo são os epicôndilos medial e lateral. Trata-se de pontos de referência importantes nos aspectos medial e lateral do úmero.O epicôndilo lateral serve como local de inserção para os ligamentos laterais e para os múscu- los supinadores e extensores do antebraço, e o epicôn- dilo medial acomoda os ligamentos mediais e os flexores e pronadores do antebraço (1). Essas extensões do úmero funcionam como locais de inserção muscular para muitos dos músculos da mão, sendo também locais onde ocorrem lesões por uso excessivo. Ligamentos e estabilidade articular A articulação do cotovelo é sustentada nas partes medial e lateral por ligamentos colaterais. O ligamento colateral ulnar (LCU) conecta a ulna ao úmero e oferece susten- tação e resistência às cargas em valgo impostas à articu- lação do cotovelo. A sustentação na direção em valgo é muito importante na articulação do cotovelo, pois a maio- ria das forças é direcionada medialmente, criando uma força em valgo. A faixa anterior do LCU fica retesada em extensão; nessa posição, a faixa posterior fica relaxada, mas fica mais tensa quando na posição de flexão (1,69). Consequentemente, o ligamento colateral ulnar fica ten- sionado em todas as posições da articulação. Em caso de lesão do LCU, a cabeça do rádio se torna importante, por proporcionar estabilidade ao ser aplicada uma força valga (4). Os músculos flexores-pronadores com origem no epicôndilo medial também proporcionam estabilização dinâmica à parte medial do cotovelo (70). Existe também um grupo de ligamentos colaterais na parte lateral da articulação, chamados de ligamentos cola- terais radiais. O colateral radial fica tenso em todo seu arco de flexão (1,69), mas, diante da raridade dos estres- ses varos, esses ligamentos não são tão significativos no suporte da articulação (89). O pequeno músculo ancô- neo proporciona estabilização dinâmica à parte lateral do cotovelo (70). Um ligamento que é importante para o funcionamento e a sustentação do rádio é o ligamento anular do rádio. Esse ligamento envolve a cabeça do rádio e se insere na lateral da ulna. O ligamento anular mantém o rádio na articulação do cotovelo, embora ainda permita que esse osso gire em pronação e supinação. Os ligamentos que sustentam a região da articulação do cotovelo e suas ações são revisadas na Figura 5.18. Características dos movimentos Nem todas as três articulações do complexo do cotovelo atingem uma posição de máximo contato (a posição de máximo contato da superfície articular e de apoio liga- mentar) no mesmo ponto na amplitude de movimento. A posição de máximo contato para a articulação umerorradial é alcançada quando o antebraço está flexionado em 80° e 10°–25° FIGURA 5.17 Na posição estendida, a ulna e o úmero formam o ângulo de transporte por causa da assimetria na tróclea. O ângulo de transporte é medido como o ângulo entre uma linha que descreve o eixo longitudinal da ulna e uma linha que descreve o eixo longitudi- nal do úmero. O ângulo varia de 10° a 25°. Úmero Ulna Hamill 05.indd 155 29/1/16 2:07 PM As limitações da flexão • contato das massas musculares anteriores do braço • Contato ósseo • Cápsula posterior • Músculos extensores As limitações da extensão • Impacto ósseo • tensão na parte anterior da cápsula articular • resistência dos músculos flexores Flexores do cotovelo 158 SEÇÃO II Anatomia funcional (3). Esse músculo se divide em três partes: cabeça longa, cabeça medial e cabeça curta. Dessas três partes, apenas a cabeça longa cruza a articulação do ombro, o que torna o músculo parcialmente dependente da posição do ombro para sua eficácia. A cabeça longa é a menos ativa do tríceps. Contudo, pode ficar muito mais envolvida com a flexão do ombro quando sua inserção neste é tensionada. A cabeça medial do tríceps braquial é considerada o “burro de carga” do movimento de extensão, porque essa parte está ativa em todas as posições, em todas as velocida- des e contra resistência máxima ou mínima. A cabeça curta do tríceps braquial, embora seja a mais forte das três cabe- ças, fica relativamente inativa a menos que o movimento ocorra contra resistência (73). O rendimento do tríceps braquial não é influenciado pelas posições de pronação e supinação do antebraço. O grupo muscular flexor-pronador medial, com origem no epicôndilo medial, é formado pelo pronador redondo e por três músculos do punho (flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, palmar longo). O pronador redondo e os três músculos do punho ajudam na flexão do cotovelo, e o pronador redondo e o pronador quadrado, mais distal, são responsáveis essencialmente pela pronação do antebraço. O Biceps brachii Brachialis Brachioradialis Bíceps braquial Braquial Braquiorradial FIGURA 5.20 Linha de ação dos três músculos do antebraço. O braquial é um músculo grande, mas tem o menor braço do momento, resultando na menor vantagem mecânica. O bíceps braquial também possui uma grande secção transversal e um braço do momento mais longo, mas o braquiorradial, com sua menor secção transversal, tem o maior braço do momento, o que lhe dá a melhor vantagem mecânica nessa posição. FIGURA 5.21 Na posição de pronação do antebraço, a inserção do bíceps braquial ao rádio fica torcida por baixo desse osso. Essa posi- ção interfere com a ação de produção de flexão pelo bíceps braquial, músculo que é mais eficiente na produção de flexão quando o ante- braço está supinado e o tendão não está torcido por baixo do rádio. pronador quadrado é mais ativo, independentemente da posição do antebraço, seja a atividade lenta ou rápida, esteja trabalhando contra resistência ou não. O pronador redondo é solicitado para maior atividade quando a ação de prona- ção se torna rápida ou contra uma carga alta. O pronador redondo é mais ativo em 60° de flexão do antebraço (74). O grupo muscular final no cotovelo é formado pelos músculos extensores-supinadores, com origem no epicôn- dilo lateral, consistindo no supinador e em três músculos do punho (extensor ulnar do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo). Os músculos do punho podem ajudar na flexão do cotovelo. A supinação é produzida pelo músculo supinador e, sob circunstâncias especiais, pelo bíceps braquial. O supinador é o único mús- culo a contribuir para uma ação de supinação lenta e sem resistência em todas as posições do antebraço. O bíceps braquial pode supinar durante movimentos rápidos ou em repouso quando o cotovelo está flexionado. A ação de fle- xão do bíceps braquial é neutralizada por ações do tríceps braquial, permitindo contribuição à ação de supinação. Numa flexão de 90°, o bíceps braquial se transforma num supinador bastante efetivo. Muitos dos músculos com ação na articulação do coto- velo criam movimentos variados e um grande número de músculos biarticulares também gera movimentos em duas articulações. Quando um movimento isolado é desejado, Hamill 05.indd 158 29/1/16 2:07 PM Maior vantagem mecânica a 120 graus - Maior momento de força (tamanho dos braços de alavanca de cada músculo.) Ação maior com antebraço supinado Ação maior com antebraço pronado Ação maior com antebraço semi pronado Os músculos da flexão • Braquial: Exclusivamente flexor Braquiorradial: Principal na flexão Secundário na pronosupinação O- superficie anterior do umero – região distal I- Tuberosidade da ulna O- crista supracondilar lateral do úmero I- Processo estilóide do rádio Os músculos da flexão Bíceps Braquial Porção longa Porção curta O- processo coracoide I- tubeosidade do radio O- tuberculo supraglenoide I- tubeosidade do radio Flexores do cotovelo Os músculos da extensão Tríceps Braquial Porção longa Porção média + trabalha Porção lateral Os músculos da extensão Porção longa Porção média Porção lateral O- dois tercos distais das superficies medial e posterior do umero O- tuberculo infraglenoide O- superficie lateral e posterior da metade proximal do umero I- superf. Posterior processo do olecrano da ulna Os músculos da extensãoOs músculos pronadores - Pronador redondo O: Epicôndilo medial do úmero I: superfície mediolateral do rádio - Pronador quadrado (+efetivo) o: Superfície anterior distal da ulna I: superfície anterior distal do rádio Os músculos supinadores - Supinador O: Epicôndilo lateral do úmero I: área lateral superior do rádio OBS: Em uma flexão de 90°, o bíceps braquial se transforma num supinador bastante efetivo. Estabilizadores 1. ligamentos (LCU e LCR) 2. Tríceps 3. Bíceps 4. Braquial 5. Braquiorradial Pronação e Supinação Cotovelo a 90° supinação pronação Posição intermédia Pronação e supinação Supinação 85 graus Pronação 70 graus • supinador • bíceps braquial • pronador quadrado • pronador redondo Os músculos supinadores são mais potentes que os pronadores Amplitude de movimentação Extensão: 0° (5 a 10° hiperextensão) Flexão: 145° a 160° 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Flexão do punho: 70 a 90 graus Extensão do punho: 70 a 80 graus Flexão radial: 15 a 20 graus Flexão ulnar: 30 a 40 graus Ossos do carpo 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Articulação carpometacarpica Primeiro raio: Flexão e extensão: 50 a 80 graus Abdução e adução: 40 a 80 graus Rotação: 10 a 15 graus Oponência: 90 graus Articulação carpometacarpica 169CAPÍTULO 5 Anatomia funcional do membro superior dos músculos do punho que se inserem nos epicôndilos medial e lateral. Epicondilite medial ou lateral também pode ser decorrente desse uso excessivo. Epicondilite medial está associada ao uso excessivo dos flexores do punho, enquanto a epicondilite lateral está associada ao uso excessivo dos extensores do punho. Uma lesão por uso excessivo causadora de incapacita- ção é a síndrome do túnel do carpo. Depois das lesões lombares, a síndrome do túnel do carpo é uma das lesões de trabalho mais frequentes comunicadas pela profissão médica. O assoalho e as laterais do túnel do carpo são formados pelos ossos carpais, e o teto do túnel é formado pelo ligamento transverso. Avançando através desse túnel, encontram-se todos os tendões flexores do punho e o nervo mediano (Fig. 5.29). Por meio de ações repetitivas no punho, comumente a flexão repetida, os tendões fle- xores do punho podem ficar inflamados, até o ponto em que passa a haver pressão e constrição do nervo mediano. O nervo mediano inerva o lado radial da mão, especifi- camente os músculos tenares do polegar. A compressão desse nervo pode causar dor, atrofia dos músculos tenares e sensações de formigamento no lado radial da mão. Para eliminar esse distúrbio, a origem da irritação precisaser removida pelo exame do ambiente de trabalho; pode-se aplicar um dispositivo para estabilização do punho, com o objetivo de reduzir a magnitude das forças flexoras; ou pode-se tentar uma descompressão cirúrgica. É recomen- dável que o punho seja mantido na posição neutra durante a realização de tarefas no local de trabalho, para que seja evitada a síndrome do túnel do carpo. Lesões do nervo ulnar também podem resultar em perda da função no lado ulnar da mão, especificamente os dedos anular e mínimo. A lesão desse nervo pode ocorrer como resultado de traumatismo no cotovelo ou na região do ombro. Neuropatia ulnar está associada a atividades como o ciclismo (56). Contribuição da musculatura dos membros superiores para habilidades esportivas ou movimentos Para que seja completamente estimada a contribuição de um músculo ou grupo muscular para determinada ati- vidade, essa atividade ou movimento de interesse deve ser avaliado e estudado. Isso nos fará compreender o aspecto funcional do movimento, dará ideias para treinamento e condicionamento da musculatura apropriada e permitirá melhor compreensão dos locais lesionados e dos mecanis- mos de lesão. Os músculos dos membros superiores são importantes para a realização de muitas atividades do dia a dia. Por exemplo, o impulso para cima, para levantar-se de uma cadeira ou de uma cadeira de rodas faz incidir uma carga tremenda nos músculos do membro superior, pois o indivíduo sustenta todo o peso do corpo durante uma transferência da posição sentada para a posição em pé (5,25). Se a pessoa simplesmente fizer uma flexão para sair de uma cadeira, ou da cadeira de rodas, o principal mús- culo utilizado será o tríceps braquial, seguido pelo peitoral maior, com mínima contribuição do latíssimo do dorso. Os músculos dos membros superiores contribuem de maneira importante para diversas atividades físicas. Por exemplo, na natação em estilo livre (ou crawl), as forças propulsivas são geradas pelo movimento do braço na água. A rotação medial e a adução são os principais movimen- tos na fase de propulsão da natação e utilizam os múscu- los latíssimo do dorso, redondo maior e peitoral maior (55,61). Do mesmo modo, quando o braço é retirado da água na preparação para outra braçada, os músculos ati- vos são o supraespinal e o infraespinal (abdução e rotação lateral do úmero), parte acromial do deltoide (abdução) e serrátil anterior (muito ativo no levantamento da mão, ao fazer rotação da escápula). A natação incorpora muitas ações dos músculos dos membros superiores. Já foi publicada uma revisão mais aprofundada da ati- vidade muscular para movimentos de arremesso por cima da cabeça e para o swing no golfe. Estes são exemplos de uma descrição anatômica funcional de um movimento, tendo sido selecionados sobretudo com base na pesquisa eletromiográfica. Inicialmente, dividimos cada atividade em fases. Em seguida, descrevemos o nível de atividade no músculo como de pouca atividade, de atividade moderada ou de atividade intensa. Finalmente, identificamos a ação do músculo, juntamente com o movimento que o músculo esteja gerando concentricamente ou controlando excentri- camente. É importante perceber que esses exemplos não incluem todos os músculos que possam estar ativos nessas atividades, mas apenas os músculos que oferecem maior contribuição. ARREMESSO POR CIMA DA CABEÇA O arremesso implica em grande tensão incidente na articulação do ombro e exige ação muscular significativa do membro superior para controle e contribuição ao movi- Retináculo dos músculos flexores Tendões flexores Artéria e nervo ulnares Pisiforme Piramidal Capitato Semilunar Escafoide TÚNEL DO CARPO Trapézio N. mediano FIGURA 5.29 O assoalho e laterais do túnel do carpo são forma- dos pelos carpais, enquanto o teto do túnel está revestido por liga- mento e pelo retináculo dos músculos flexores. No interior do túnel, situam-se os tendões flexores do punho e o nervo mediano. O uso excessivo dos flexores do punho pode fazer o nervo mediano ficar comprimido, causando a síndrome do túnel do carpo. Hamill 05.indd 169 29/1/16 2:07 PM 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Articulação metacarpofalângicas Flexão: 70 a 90 graus OBS: dedo mínimo maior Indicador menor Extensão: 25 graus OBS: Limitada devido a extensão do punho Aumenta com a flexão do punho 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos dopunho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Articulação metacarpofalângicas Abdução: 20 graus OBS: Abdução limitada se os dedos estão em flexão. 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Articulação metacarpofalângicas Flexão: 30 a 90 graus Extensão: 15 graus 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM Articulação Interfalângicas Flexão IFP: 110 graus Flexão IFD: 90 graus Flexão IF polegar: 83 graus 164 SEÇÃO II Anatomia funcional Os dedos podem se flexionar entre 70 e 90°; a maior flexão ocorre no dedo mínimo e a menor flexão ocorre no dedo indicador (73). A flexão, que determina a força de preensão, pode ser mais efetiva e gerar mais força quando a articulação radiocarpal é mantida em 20 a 30° de hipe- rextensão, uma posição que aumenta o comprimento dos flexores dos dedos. A extensão dos dedos nas articulações MCF podeocor- rer ao longo de aproximadamente 25° de movimento. A extensão pode ficar limitada pela posição do punho. Ou seja, a extensão dos dedos limita-se com o punho em hipe- rextensão e aumenta com o punho em flexão. Os dedos se separam em abdução e voltam a se unir em adução na articulação MCF. São permitidos cerca de 20° de abdução e adução (82). A abdução fica extremamente limi- tada se os dedos estiverem flexionados, pois nessa posição os ligamentos colaterais ficam muito tensionados e limitam esse movimento. Portanto, os dedos podem ser abdu zidos quando estão estendidos, mas não podem ser abduzi- dos nem aduzidos quando flexionados em torno do objeto. A articulação MCF para o polegar é uma articulação em gínglimo que permite movimento em apenas um plano. A articulação é reforçada com ligamentos colaterais e com os ligamentos palmares, mas não está conectada com os demais dedos por meio dos ligamentos metacarpais trans- versos profundos. Nessa articulação, podem ocorrer apro- ximadamente 30 a 90° de flexão e 15° de extensão (82). Articulações interfalângicas da mão As articulações mais distais na interligação do membro superior são as articulações interfalângicas da mão (IF). Cada dedo possui duas articulações IF, as articulações interfalângicas proximais (IFP) e as articulações inter- falângicas distais (IFD). O polegar possui uma articulação IF e, consequentemente, possui apenas duas seções ou falanges, as falanges proximal e distal. Contudo, os demais dedos possuem três falanges – proximal, média e distal. As articulações IF são articulações em gínglimo que permitem movimentos em apenas um plano (flexão e extensão) e são reforçadas nas laterais das articulações por ligamentos colaterais que limitam os demais movimentos. A amplitude de movimento dos dedos em flexão é de 110° na articu- lação IFP e de 90° na articulação IFD e na articulação IF do polegar (82,89). Como ocorre com a articulação MCF, a força de flexão nessas articulações determina a força de preensão. Essa força pode ser aumentada com o punho em hiperextensão de 20°, ficando diminuída se o punho estiver flexionado. Podem ser obtidas diversas posições dos dedos por meio de ações antagônicas e sinérgicas de outros músculos, de maneira que todos os dedos podem ser flexionados e esten- didos ao mesmo tempo. Também pode ocorrer extensão da articulação MCF com flexão da articulação IF, e vice- -versa. Habitualmente, não é permitida a hiperextensão nas articulações IF, a menos que o indivíduo possua ligamentos longos, que permitam extensão por causa da frouxidão articular. MOVIMENTOS COMBINADOS DO PUNHO E DA MÃO A posição do punho influencia a posição das articulações metacarpais, e estas influenciam a posição das articulações IF. Isso depende de um equilíbrio entre os grupos mus- culares. Habitualmente os movimentos do punho são o inverso dos movimentos dos dedos, porque os tendões dos músculos extrínsecos não são suficientemente longos para permitir o arco completo do movimento no punho e nos dedos (76,77). Assim, em geral a flexão completa dos dedos será possível apenas se o punho estiver em ligeira extensão, e a extensão dos dedos é facilitada com a ação sinergética dos extensores do punho. AÇÕES MUSCULARES Em sua maioria, os músculos atuantes nas articulações radiocarpal e dos dedos têm origem fora da mão, na região da articulação do cotovelo; por isso, são chamados múscu- los extrínsecos (veja a Fig. 5.25). Esses músculos ingressam na mão por seus tendões, que podem ser bastante longos, como é o caso de alguns tendões dos dedos que acabam terminando na extremidade distal de um dedo. Os tendões são mantidos no lugar sobre a área dorsal e palmar do punho por retináculos de extensores e de flexores. Esses retináculos são faixas de tecido fibroso dispostas transver- salmente ao antebraço distal e ao punho e que mantêm os tendões junto à articulação. Durante os movimentos do punho e dos dedos, os tendões se deslocam ao longo de distâncias consideráveis, mas ainda ficam contidos pelos retináculos. Trinta e nove músculos atuam no punho e na mão, e nenhum desses músculos trabalha sozinho; anta- gonistas e agonistas trabalham em pares. Mesmo o menor e mais simples movimento depende da ação de agonistas e antagonistas (76). Os músculos extrínsecos propiciam força e destreza consideráveis aos dedos, sem aumentar o volume muscular na mão. Além dos músculos com origem no antebraço, músculos intrínsecos com origem na mão criam movimentos nas articulações MCF e IF. Os quatro músculos intrínsecos do polegar formam a região carnosa na palma, conhe- cida como eminência tenar. Três músculos intrínsecos do dedo mínimo formam a eminência hipotenar (de menores proporções), a crista carnosa no lado da palma da mão referente ao dedo mínimo. Os flexores do punho (flexor ulnar do carpo, flexor radial do carpo e palmar longo) são, todos, músculos fusi- formes com origem nas adjacências do epicôndilo medial no úmero. Esses músculos avançam por cerca de meio- -caminho ao longo do antebraço, antes de terem conti- nuidade na forma de um tendão. Os músculos flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo dão a maior contribuição para a flexão do punho. O músculo palmar longo é variável, podendo ser tão pequeno como um tendão ou nem mesmo estar presente em cerca de 13% da população (73). O flexor mais forte do grupo, o flexor ulnar do carpo, adquire parte de sua potência por envolver o osso pisiforme e por utilizá- Hamill 05.indd 164 29/1/16 2:07 PM Músculos do punho e da mão Musculatura intrínseca: movimentos das articulações MCF e IF Musculatura extrínseca: Os ventres musculares estão no antebraço. Grande tendões chegam ao punho e a mão. Músculos flexores do punho Flexor ulnar do carpo: + forte Flexor radial do carpo Palmar longo: Menos influente Músculos extensores do punho (Biarticulados) Extensor ulnar do carpo: (Influencia a extensão cotovelo) Extensor radial Longo do carpo (Influencia a flexão cotovelo) Extensor radial curto do carpo (Influencia a flexão cotovelo) 165CAPÍTULO 5 Anatomia funcional do membro superior -lo como osso sesamoide, aumentando o ganho mecânico e reduzindo a tensão total incidente sobre o tendão. Tendo em vista que a maioria das atividades necessita do uso de pequeno grau de flexão do punho, sempre devemos dar atenção ao condicionamento desse grupo muscular. Os extensores do punho (extensor ulnar do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo) se originam nas adjacências do epicôndilo lateral. Esses músculos se transformam em tendões num ponto situado cerca de um terço do trajeto ao longo do ante- braço. Os extensores do punho também atuam e criam movimento na articulação do cotovelo. Assim, a posição da articulação do cotovelo é importante para a função dos extensores do punho. Os músculos extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo criam flexão na articulação do cotovelo e, portanto, podem ser reforçados como extensores do punho na extensão do cotovelo. O extensor ulnar do carpo cria extensão no cotovelo, sendo reforçado como extensor do punho na posição de flexão do cotovelo. Do mesmo modo, a extensão do punho é uma ação importante que acompanha e dá apoio às ações de preensão que usam a flexão dos dedos. Portanto, os músculos extensores do punho participam de forma ativa nessa atividade. Os flexores e extensores do punho atuam de forma con- junta para a produção de flexão ulnar e radial. A flexão ulnar é produzida pelos músculos ulnares do punho, que são o flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo. Do mesmo modo, a flexão radial é produzida pelo flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo. O movimento articular de flexão radial, embora tenha metade da amplitude de movimento da fle- xão ulnar, é importante em muitos esportes de raquete por criar a posição de máximo contato do punho e promover,assim, a estabilização da mão (82). A flexão dos dedos é realizada principalmente pelo flexor profundo dos dedos e pelo flexor superficial dos dedos. Esses músculos extrínsecos têm origem nas adjacências do epicôndilo medial. O flexor profundo dos dedos não pode flexionar independentemente cada dedo. Portanto, em geral, a flexão nos dedos médio, anular e mínimo ocor- rerá de forma conjunta, pois os tendões flexores surgem, todos, de um tendão e músculo comuns. Contudo, o dedo indicador pode flexionar de modo independente por causa da separação do músculo flexor profundo dos dedos e do tendão para esse dedo. O flexor superficial dos dedos é capaz de flexionar de modo independente cada dedo da mão. Os dedos podem ser flexionados de modo independente na articulação IFP, mas não na articulação IFD. A flexão do dedo mínimo é também auxiliada por um dos músculos intrínsecos, o flexor curto do dedo mínimo. A flexão dos dedos na articu- lação metacarpofalângica é gerada pelos lumbricais e inte- rósseos, dois grupos de músculos intrínsecos situados na palma da mão e entre os metacarpais. Esses músculos tam- bém promovem extensão nas articulações interfalângicas, pois se inserem no capuz extensor fibroso que avança ao longo da superfície dorsal dos dedos. Consequentemente, para obter uma flexão completa das articulações MCF, IFP e IFD, os flexores longos dos dedos devem sobrepassar o componente de extensão dos lumbricais e interósseos, o que fica facilitado se a tensão for retirada dos extensores por alguma extensão do punho. A extensão dos dedos é criada principalmente pelo mús- culo extensor dos dedos. Esse músculo tem origem no epicôndilo lateral e ingressa na mão na forma de quatro tiras de tendão que se ramificam na articulação metacarpo- falângica. Os tendões criam uma tira principal que se insere no capuz extensor e duas tiras colaterais que se conectam a dedos adjacentes. O capuz extensor, formado pelo tendão do extensor dos dedos e por tecido conjuntivo fibroso, envolve a superfície dorsal das falanges e avança por todo o comprimento do dedo até a falange distal. As estruturas no dedo estão ilustradas na Figura 5.26. Considerando que os lumbricais e interósseos se conec- tam com esse capuz, eles também ajudam na extensão das articulações IFP e IFD. Suas ações são facilitadas quando o extensor dos dedos se contrai, aplicando tensão ao capuz extensor e alongando esses músculos (82). A abdução dos dedos II, III e IV é realizada pelos inte- rósseos dorsais. Os interósseos dorsais consistem em quatro músculos intrínsecos situados entre os metacarpais. Esses músculos se conectam às laterais dos dedos II e IV e a ambos os lados do dedo III. O dedo mínimo (dedo V) é abduzido por um dos seus músculos intrínsecos, o abdutor curto do dedo mínimo. Os três interósseos palmares, situados no lado medial dos dedos II, IV e V, tracionam para trás os dedos num movimento de adução. O dedo médio é aduzido pelos interósseos dorsais, que estão conectados a ambos os lados do dedo médio. Os movimentos de abdução e adução são Tendão extensor dos dedos M. interósseo Metacarpal M. lumbrical Expansão dorsal (capuz) Expansão extensora Falange média Falange distal Tendão do flexor superficial dos dedos Tendão do flexor profundo dos dedos Ligamentos colaterais VISTA DORSAL VISTA LATERAL FIGURA 5.26 Não há ventres musculares nos dedos. Na superfície dorsal dos dedos, existe a expansão extensora e o capuz extensor, nos quais se inserem os extensores dos dedos. Os tendões dos fle- xores dos dedos avançam por sua superfície ventral. Os dedos se flexionam e se estendem ao ser gerada tensão nos tendões por meio da atividade muscular na parte superior do antebraço. Hamill 05.indd 165 29/1/16 2:07 PM Principais músculos flexores dos dedos Flexor profundo dos dedos: Flexor superficial dos dedos: Lumbricais e interóseos (intrínsecos) Principais músculos flexores dos dedos 165CAPÍTULO 5 Anatomia funcional do membro superior -lo como osso sesamoide, aumentando o ganho mecânico e reduzindo a tensão total incidente sobre o tendão. Tendo em vista que a maioria das atividades necessita do uso de pequeno grau de flexão do punho, sempre devemos dar atenção ao condicionamento desse grupo muscular. Os extensores do punho (extensor ulnar do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo) se originam nas adjacências do epicôndilo lateral. Esses músculos se transformam em tendões num ponto situado cerca de um terço do trajeto ao longo do ante- braço. Os extensores do punho também atuam e criam movimento na articulação do cotovelo. Assim, a posição da articulação do cotovelo é importante para a função dos extensores do punho. Os músculos extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo criam flexão na articulação do cotovelo e, portanto, podem ser reforçados como extensores do punho na extensão do cotovelo. O extensor ulnar do carpo cria extensão no cotovelo, sendo reforçado como extensor do punho na posição de flexão do cotovelo. Do mesmo modo, a extensão do punho é uma ação importante que acompanha e dá apoio às ações de preensão que usam a flexão dos dedos. Portanto, os músculos extensores do punho participam de forma ativa nessa atividade. Os flexores e extensores do punho atuam de forma con- junta para a produção de flexão ulnar e radial. A flexão ulnar é produzida pelos músculos ulnares do punho, que são o flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo. Do mesmo modo, a flexão radial é produzida pelo flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo. O movimento articular de flexão radial, embora tenha metade da amplitude de movimento da fle- xão ulnar, é importante em muitos esportes de raquete por criar a posição de máximo contato do punho e promover, assim, a estabilização da mão (82). A flexão dos dedos é realizada principalmente pelo flexor profundo dos dedos e pelo flexor superficial dos dedos. Esses músculos extrínsecos têm origem nas adjacências do epicôndilo medial. O flexor profundo dos dedos não pode flexionar independentemente cada dedo. Portanto, em geral, a flexão nos dedos médio, anular e mínimo ocor- rerá de forma conjunta, pois os tendões flexores surgem, todos, de um tendão e músculo comuns. Contudo, o dedo indicador pode flexionar de modo independente por causa da separação do músculo flexor profundo dos dedos e do tendão para esse dedo. O flexor superficial dos dedos é capaz de flexionar de modo independente cada dedo da mão. Os dedos podem ser flexionados de modo independente na articulação IFP, mas não na articulação IFD. A flexão do dedo mínimo é também auxiliada por um dos músculos intrínsecos, o flexor curto do dedo mínimo. A flexão dos dedos na articu- lação metacarpofalângica é gerada pelos lumbricais e inte- rósseos, dois grupos de músculos intrínsecos situados na palma da mão e entre os metacarpais. Esses músculos tam- bém promovem extensão nas articulações interfalângicas, pois se inserem no capuz extensor fibroso que avança ao longo da superfície dorsal dos dedos. Consequentemente, para obter uma flexão completa das articulações MCF, IFP e IFD, os flexores longos dos dedos devem sobrepassar o componente de extensão dos lumbricais e interósseos, o que fica facilitado se a tensão for retirada dos extensores por alguma extensão do punho. A extensão dos dedos é criada principalmente pelo mús- culo extensor dos dedos. Esse músculo tem origem no epicôndilo lateral e ingressa na mão na forma de quatro tiras de tendão que se ramificam na articulação metacarpo- falângica. Os tendões criam uma tira principal que se insere no capuz extensor e duas tiras colaterais que se conectam a dedos adjacentes. O capuz extensor, formado pelo tendão do extensor dos dedos e por tecido conjuntivo fibroso, envolve a superfície dorsal das falanges e avança por todo o comprimento do dedo até a falange distal.As estruturas no dedo estão ilustradas na Figura 5.26. Considerando que os lumbricais e interósseos se conec- tam com esse capuz, eles também ajudam na extensão das articulações IFP e IFD. Suas ações são facilitadas quando o extensor dos dedos se contrai, aplicando tensão ao capuz extensor e alongando esses músculos (82). A abdução dos dedos II, III e IV é realizada pelos inte- rósseos dorsais. Os interósseos dorsais consistem em quatro músculos intrínsecos situados entre os metacarpais. Esses músculos se conectam às laterais dos dedos II e IV e a ambos os lados do dedo III. O dedo mínimo (dedo V) é abduzido por um dos seus músculos intrínsecos, o abdutor curto do dedo mínimo. Os três interósseos palmares, situados no lado medial dos dedos II, IV e V, tracionam para trás os dedos num movimento de adução. O dedo médio é aduzido pelos interósseos dorsais, que estão conectados a ambos os lados do dedo médio. Os movimentos de abdução e adução são Tendão extensor dos dedos M. interósseo Metacarpal M. lumbrical Expansão dorsal (capuz) Expansão extensora Falange média Falange distal Tendão do flexor superficial dos dedos Tendão do flexor profundo dos dedos Ligamentos colaterais VISTA DORSAL VISTA LATERAL FIGURA 5.26 Não há ventres musculares nos dedos. Na superfície dorsal dos dedos, existe a expansão extensora e o capuz extensor, nos quais se inserem os extensores dos dedos. Os tendões dos fle- xores dos dedos avançam por sua superfície ventral. Os dedos se flexionam e se estendem ao ser gerada tensão nos tendões por meio da atividade muscular na parte superior do antebraço. Hamill 05.indd 165 29/1/16 2:07 PM Flexor profundo dos dedos: Flexor superficial dos dedos: Lumbricais e interóseos (intrínsecos) - Flexão MCF Principais músculos flexores dos dedos Flexor profundo dos dedos: Flexor superficial dos dedos: Lumbricais e interóseos (intrínsecos) - Flexão MCF Flexor curto do dedo mínimo Principais músculos extensores dos dedos Extensores dos dedos Extensor do dedo mínimo Principais músculos extensores dos dedos Extensores dos dedos 165CAPÍTULO 5 Anatomia funcional do membro superior -lo como osso sesamoide, aumentando o ganho mecânico e reduzindo a tensão total incidente sobre o tendão. Tendo em vista que a maioria das atividades necessita do uso de pequeno grau de flexão do punho, sempre devemos dar atenção ao condicionamento desse grupo muscular. Os extensores do punho (extensor ulnar do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo) se originam nas adjacências do epicôndilo lateral. Esses músculos se transformam em tendões num ponto situado cerca de um terço do trajeto ao longo do ante- braço. Os extensores do punho também atuam e criam movimento na articulação do cotovelo. Assim, a posição da articulação do cotovelo é importante para a função dos extensores do punho. Os músculos extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo criam flexão na articulação do cotovelo e, portanto, podem ser reforçados como extensores do punho na extensão do cotovelo. O extensor ulnar do carpo cria extensão no cotovelo, sendo reforçado como extensor do punho na posição de flexão do cotovelo. Do mesmo modo, a extensão do punho é uma ação importante que acompanha e dá apoio às ações de preensão que usam a flexão dos dedos. Portanto, os músculos extensores do punho participam de forma ativa nessa atividade. Os flexores e extensores do punho atuam de forma con- junta para a produção de flexão ulnar e radial. A flexão ulnar é produzida pelos músculos ulnares do punho, que são o flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo. Do mesmo modo, a flexão radial é produzida pelo flexor radial do carpo, extensor radial longo do carpo e extensor radial curto do carpo. O movimento articular de flexão radial, embora tenha metade da amplitude de movimento da fle- xão ulnar, é importante em muitos esportes de raquete por criar a posição de máximo contato do punho e promover, assim, a estabilização da mão (82). A flexão dos dedos é realizada principalmente pelo flexor profundo dos dedos e pelo flexor superficial dos dedos. Esses músculos extrínsecos têm origem nas adjacências do epicôndilo medial. O flexor profundo dos dedos não pode flexionar independentemente cada dedo. Portanto, em geral, a flexão nos dedos médio, anular e mínimo ocor- rerá de forma conjunta, pois os tendões flexores surgem, todos, de um tendão e músculo comuns. Contudo, o dedo indicador pode flexionar de modo independente por causa da separação do músculo flexor profundo dos dedos e do tendão para esse dedo. O flexor superficial dos dedos é capaz de flexionar de modo independente cada dedo da mão. Os dedos podem ser flexionados de modo independente na articulação IFP, mas não na articulação IFD. A flexão do dedo mínimo é também auxiliada por um dos músculos intrínsecos, o flexor curto do dedo mínimo. A flexão dos dedos na articu- lação metacarpofalângica é gerada pelos lumbricais e inte- rósseos, dois grupos de músculos intrínsecos situados na palma da mão e entre os metacarpais. Esses músculos tam- bém promovem extensão nas articulações interfalângicas, pois se inserem no capuz extensor fibroso que avança ao longo da superfície dorsal dos dedos. Consequentemente, para obter uma flexão completa das articulações MCF, IFP e IFD, os flexores longos dos dedos devem sobrepassar o componente de extensão dos lumbricais e interósseos, o que fica facilitado se a tensão for retirada dos extensores por alguma extensão do punho. A extensão dos dedos é criada principalmente pelo mús- culo extensor dos dedos. Esse músculo tem origem no epicôndilo lateral e ingressa na mão na forma de quatro tiras de tendão que se ramificam na articulação metacarpo- falângica. Os tendões criam uma tira principal que se insere no capuz extensor e duas tiras colaterais que se conectam a dedos adjacentes. O capuz extensor, formado pelo tendão do extensor dos dedos e por tecido conjuntivo fibroso, envolve a superfície dorsal das falanges e avança por todo o comprimento do dedo até a falange distal. As estruturas no dedo estão ilustradas na Figura 5.26. Considerando que os lumbricais e interósseos se conec- tam com esse capuz, eles também ajudam na extensão das articulações IFP e IFD. Suas ações são facilitadas quando o extensor dos dedos se contrai, aplicando tensão ao capuz extensor e alongando esses músculos (82). A abdução dos dedos II, III e IV é realizada pelos inte- rósseos dorsais. Os interósseos dorsais consistem em quatro músculos intrínsecos situados entre os metacarpais. Esses músculos se conectam às laterais dos dedos II e IV e a ambos os lados do dedo III. O dedo mínimo (dedo V) é abduzido por um dos seus músculos intrínsecos, o abdutor curto do dedo mínimo. Os três interósseos palmares, situados no lado medial dos dedos II, IV e V, tracionam para trás os dedos num movimento de adução. O dedo médio é aduzido pelos interósseos dorsais, que estão conectados a ambos os lados do dedo médio. Os movimentos de abdução e adução são Tendão extensor dos dedos M. interósseo Metacarpal M. lumbrical Expansão dorsal (capuz) Expansão extensora Falange média Falange distal Tendão do flexor superficial dos dedos Tendão do flexor profundo dos dedos Ligamentos colaterais VISTA DORSAL VISTA LATERAL FIGURA 5.26 Não há ventres musculares nos dedos. Na superfície dorsal dos dedos, existe a expansão extensora e o capuz extensor, nos quais se inserem os extensores dos dedos. Os tendões dos fle- xores dos dedos avançam por sua superfície ventral. Os dedos se flexionam e se estendem ao ser gerada tensão nos tendões por meio da atividade muscular na parte superior do antebraço. Hamill 05.indd 165 29/1/16 2:07 PM Extensão interfalangica (Associado aos lumbricais) Abdução II, III e IV dedos: Interósseos dorsais Abdução do dedo mínimo: Abdutor curto do dedo mínimo Adução II, IV e Vdedos: Interósseos Palmares Adução do dedo III: Interósseos dorsais O Polegar 162 SEÇÃO II Anatomia funcional Trapezoide Trapézio Escafoide Rádio Articulação interfalângica distal (IFD) Articulação interfalângica proximal (IFP) Articulação metacarpofalângica (MCF) Capitato Hamato Piramidal Semilunar Ulna FIGURA 5.23 O punho e a mão podem realizar movimentos de precisão e também de força por causa das numerosas articulações controladas por um grande número de músculos. A maior parte des- ses músculos tem como origem o antebraço, ingressando na mão por seus tendões. Lig. transverso do metacarpo Placa palmar Pisiforme Lig. colateral ulnar U ln a R ád io Lig. radiocarpal palmar Escafoide Trapézio Cabeça do capitato Lig. intercarpal palmar ASPECTO PALMAR Lig. colateral ulnar Lig. radiocarpal dorsal Lig. intercarpal dorsalTrapézio Lig. colateral radial R ád io U ln a ASPECTO DORSAL FIGURA 5.24 Ligamentos do punho e da mão. os ossos carpais, estando separada por um disco fibrocarti- laginoso. Esse arranjo é importante para que a ulna possa deslizar sobre o disco em pronação e supinação, ao mesmo tempo em que não influencia os movimentos do punho ou dos ossos carpais. Articulações mediocarpais e intercarpais Para compreender a função da articulação radiocarpal, é necessário examinar a estrutura e a função nas articulações entre os ossos carpais. Há duas fileiras de ossos carpais, a fileira proximal, contendo os três carpais que participam do funcionamento da articulação radiocarpal (semilunar, escafoide e piramidal) e o osso pisiforme, que se assenta no lado medial da mão e se presta à inserção muscular. Na fileira distal, há também quatro ossos carpais, o trapézio, que faz interface com o polegar na articulação selar, o trapezoide, o capitato e o hamato. A articulação situada entre as duas fileiras de ossos car- pais é chamada articulação mediocarpal, e a articulação situada entre um par de ossos carpais é conhecida como articulação intercarpal. Todas essas articulações são do tipo deslizante, em que movimentos de translação são gerados simultaneamente com movimentos do punho. Tendões dos fls. superficiais dos dedos Tendões dos fls. profundos dos dedos Lumbricais Tendão do fl. longo do polegar Adut. do polegar Fl. curto do polegar Abd. curto do polegar Oponente do polegar Músculos tenares: Tendão do palmar longo Retináculo dos flexores Palmar curto Abd. do dedo mínimo Fl. do dedo mínimo Oponente do dedo mínimo FIGURA 5.25 Músculos do punho e da mão. Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos observados (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) são apresentados na Figura 5.28. Hamill 05.indd 162 29/1/16 2:07 PM 166 SEÇÃO II Anatomia funcional necessários para segurar, apertar e agarrar objetos. Quando os dedos estão flexionados, a abdução fica seriamente limi- tada pelo tensionamento do ligamento colateral e pela limi- tada relação de comprimento-tensão nos interósseos, que também são flexores da articulação MCF. O polegar possui oito músculos que controlam e geram um extenso conjunto de movimentos. Os músculos do polegar estão apresentados na Figura 5.25. Oposição é o movimento mais importante do polegar, porque dá a oportunidade de pinçar, apertar ou segurar um objeto mediante a mobilização do polegar até se unir a qualquer um dos demais dedos. Embora todos os músculos hipo- tenares contribuam para a oposição, o principal músculo responsável pelo início do movimento é o oponente do polegar. O dedo mínimo também é auxiliado na oposição pelo músculo oponente do dedo mínimo. FORÇA DA MÃO E DOS DEDOS Comumente, a força na mão está associada à força de preensão, e há muitos modos de segurar ou apertar um objeto. Uma preensão firme que necessite da máxima pro- dução de força irá lançar mão dos músculos extrínsecos, enquanto movimentos finos como, por exemplo, os de pinça, utilizarão mais os músculos intrínsecos para uma “regulagem fina” dos movimentos. Em um aperto, os dedos se flexionam para envolver um objeto. Se houver necessidade de uma preensão de força, os dedos se flexionarão mais, e a preensão mais potente é aquela da posição de punho cerrado, com flexão de todas as três articulações dos dedos – MCF, IFP e IFD. Se houver necessidade de uma preensão de precisão, poderá ocorrer apenas limitada flexão nas articulações IFP e IFD, e podem estar envolvidos apenas um ou dois dedos como, por exem- plo, no ato de beliscar ou de escrever (89). A Figura 5.27 ilustra exemplos de preensões de força e de precisão. O polegar determina se foi gerada uma posição de precisão fina ou uma posição de força. Se o polegar permanece no plano da mão numa posição de adução e os dedos se flexionarem em torno do objeto, é criada uma posição de força. Um exemplo dessa posição é a preensão utilizada no lançamento do dardo e na tacada de golfe. Essa posição de força ainda permite alguma precisão, importante, por exemplo, no direcionamento do taco de golfe ou do dardo. A força na preensão pode ser aumentada se o indivíduo cerrar o punho com o polegar envolvendo os demais dedos completamente flexionados. Com essa preensão, a precisão é mínima ou inexistente. Em atividades que dependem de ações precisas, o polegar é mantido numa posição mais perpendicular à mão, sendo mobilizado em oposição, com flexão limitada nos demais dedos. Um exemplo desse tipo de posição ocorre no arremesso de uma bola, no ato de escrever e no ato de beliscar. Num movimento de beliscar ou de preensão, maior força poderá ser gerada se a polpa do polegar for aplicada contra as polpas dos dedos indica- dor e médio. Esse movimento de beliscar é 40% mais forte do que a preensão de beliscar com as pontas do polegar e dos dedos (39). A força de preensão pode ser aumentada pela posição do punho. O posicionamento do punho em ligeira extensão e em flexão ulnar aumenta a força de flexão dos dedos. A força mínima dos dedos pode ser gerada em uma posição de flexão e com o punho em flexão radial. A força de preensão em aproximadamente 40° de hiperextensão do punho é mais de três vezes superior à força de preensão medida em 40° de flexão do punho (89). A força de pre- ensão pode aumentar com um posicionamento específico do punho, mas também aumenta a incidência de tensão ou compressão das estruturas circunjacentes ao punho. A posição neutra do punho é a mais segura, pois reduz a tensão incidente nas estruturas do punho. Os músculos mais fortes na região da mão, aptos para a maior capacidade de trabalho, em ordem decrescente, são flexor profundo dos dedos, flexor ulnar do carpo, exten- sor dos dedos, flexor longo do polegar, extensor ulnar do carpo e extensor radial longo do carpo. Dois músculos que são fracos e com pequena capacidade de trabalho são o palmar longo e o extensor longo do polegar. CONDICIONAMENTO Há três razões principais pelas quais as pessoas con- dicionam a região da mão. Em primeiro lugar, os dedos podem ser fortalecidos para aumentar a força de preensão em atletas que participam de esportes de raquete, operários que trabalham com ferramentas e indivíduos que possuem pouca capacidade de segurar ou apertar objetos. Em segundo lugar, os músculos que atuam na articula- ção radiocarpal em geral são fortalecidos e alongados para Adução Adução Adução FORÇA PRECISÃO FIGURA 5.27 Se houver necessidade de força na preensão, os dedos serão flexionados nas três articulações para formar um punho cerrado. Do mesmo modo, se o polegar ficar em adução, a preen- são será mais forte. Geralmente, uma preensão de precisão envolve ligeira flexão em um pequeno número de articulações dos dedos, com o polegar perpendicular à mão. Hamill 05.indd 166 29/1/16 2:07 PM