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ORTOPEDIA Conferência 05 – 19/08/14 PATOLOGIAS DO OMBRO (Dr. Matco Pedroni) O ombro é a articulação mais móvel do corpo, por isso a quantidade de patologias atribuídas a essa articulação. SÍNDROME DO IMPACTO Impacto entre a grande tuberosidade (inserção do manguito) do úmero contra o acrômio e a clavícula e ligamento córaco-acromial, levando a compressão do manguito rotador, bursa e por vezes o tendão longo do bíceps. Todo o movimento que se faz uma anteriorização da grande tuberosidade (flexão do ombro) bata em cima. Quando se há trauma constante desse local há um desequilíbrio (muscular, ósseo – passando a apresentar micromovimentos) causando tendinite, bursite e rompimento muscular. Uma das causas mecânicas para essa síndrome é a angulação do acrômio – morfologia do desfiladeiro do supraespinhal. Depende da superfície inferior da articulação acromioclavicular (osteófitos) e do formato e inclinação do acrômio (tipo I: plano; tipo II: curvo; e o mais comum tipo III: ganchoso). Sendo que o os dois últimos tipos determinam a redução do espaço do desfiladeiro do supraespinhal. Ocorre atrito e degeneração do manguito rotador. O mecanismo de atrito ocorre com a abdução, flexão e rotação externa do membro superior. Fatores de desequilíbrio muscular podem estar associados a causa, assim como fatores mecânicos. Perde-se a musculatura do ombro, que fica “jogando” (instável); na maioria é essa a causa do desequilíbrio, causando dor. Exs de esportes: tênis, natação, etc. *cabeça do bíceps: depressora da cabeça do úmero Causas Mecânicas: trauma de repetição e tipo de acrômio. Causa mecânica óssea: o espaço onde está passando o músculo está menor, pelo formato do acrômio. Existem 3 tipos de acrômio: reto, curvo e ganchosos. Inflama a bursa e inflama o tendão, que, de tanto inflamado, acaba rompendo (lesão do manguito rotador). Radiologia: ex de ombro AP, perfil e axial (alterações ósseas) US (exame de bursas, tendões e ruptura muscular) RNM BURSITE SUBACROMIAL Inflamação da bursa subacromial causada por microtraumas de repetição, devido ao impacto. Clínica: dor progressiva que piora com abdução e rotação externa e flexão do ombro. A bursite pode ser o primeiro sintoma de desequilíbrio da musculatura O tratamento para isso é reestabelecer o equilíbrio da musculatura; podem ser feitas medidas suportes para alivio da dor, mas para que a síndrome pare deve ser cessada a atividade já que o próximo passo para essa bursite é a ruptura de tendão e tendão muscular. Diagnóstico: US e RNM. Agora o RX seria apenas para afastar uma causa mecânica de impacto. Tratamento: conservador com reequilíbrio muscular (fisioterapia, musculação, etc), em 90% dos casos ou mais. Infiltração: corticóide local – o uso a longo prazo causa a deposição de cristais e destruição da articulação. Cirúrgico quando houver falha do tratamento conservador. Lembrar que a bursite pode ser a primeira fase da inflamação de um microtrauma de repetição que pode estar lesando aquela estrutura que está imediatamente embaixo dela, que é o manguito rotador. LESÃO DO MANGUITO ROTADOR Causas de lesões do manguito (abdução e rotação externa; deltoide faz os 20º iniciais da abdução): Trauma – cair da bicicleta, erguer uma mala pesada, jogar vôlei acima do limite, etc. Hipovascularização do supraespinhal (SE) – área crítica de Codmann; área do tendão que é hipovascularizada Impacto subacromial Fases de Neer Fase 1: edema e hemorragia reversíveis: comum em jovens com excesso de uso Fase2: fibrose e tendinite: comum em pacientes de meia idade. Tempo prolongado de manifestação com períodos de melhora e piora dos sintomas. Fase3: ruptura completa do manguito rotador: ocorre geralmente em pacientes de mais idade (melhora da dor – ruptura do tendão). *a cada 20º elevados no braço, a escápula abre 10º. Tipos de lesão: Grade I A: horizontal B: vertical Grade II Clínica: dor, dor que piora com o movimento de abdução e flexão do MS, dor que piora à noite (estira toda o complexo ligamentar – relaxamento da musculatura que esta trabalhando para sustentar o braço), irradiação ou não para braço e região cervical. Exame físico: testes irritativos positivos, crepitação e dor à palpação. Testes irritativos: Neer: braços estendidos e polegar apostando para baixo força contra movimento de abdução Jobe: braço e antebraço fletido, movimento contra a força Patte: Howkin Teste do arco doloroso: apresenta dor de 60º a 120º quando abduzindo o braço; não dói no começo pois o movimento é do deltoide e no final porque a grande tuberosidade sai do espaço Exames auxiliares: Rx (esclerose, ... Tratamento: conservador, com uso de medicação, reequilíbrio da musculatura do ombro (RE e tendão longo do bíceps), analgesia e infiltrações; cirúrgico: descompressão (acromioplastia), sutura do manguito, aberta ou artroscópica. TENDINITE BICIPTAL A cabeça longa do bíceps é intra-articular, e algumas vezes Clínica: dor à supinação e flexão do cotovelo. Teste de yergason positivo (paciente faz uma supinação e flexão do antebraço e faz força contra) Tratamento: conservador com analgesia e fortalecimento, reequilíbrio muscular, quando associada a impacto tratamento do mesmo, infiltração. RUPTURA BICEPTAL Devido à cronicidade da lesão pode ocorrer a ruptura do tendão longo do bíceps. Ocorre uma deformidade no braço e perda parcial da flexão e supinação do antebraço. Tratamento: conservador nos idosos e sutura nos mais jovens.
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