Buscar

Epifisiólise: Causas, Sintomas e Diagnóstico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Ortopedia Jaqueline Ogeda
! ! ! ! ! EPIFISIÓLISE!!
Menino, 13 anos!
Dor na região inguinal, na coxa esquerda há 1 mês sem trauma!
Claudicação!
Bom estado geral !
Exames laboratoriais: HMG, VHS normais!!
Escorregamento da epífise proximal do fêmur: Epifisiólise!
! É a quebra/separação da placa de crescimento, assim a epífise se 
separa da parte proximal do fêmur. Não é uma fratura/ trauma, é uma 
doença da placa epifisária que acomete apenas crianças e adolescentes 
pois adultos ja possuem as fises fechadas, o osso só apresenta placas 
abertas durante o crescimento.!!
Definição: escorregamento da epífise femoral proximal póstero-inferior em 
relação ao colo. A doença é da placa fisária proximal do fêmur e SÓ 
acomete quadril. !!
! O quadro clínico é variável, podendo se apresentar de forma 
aguda, com dor intensa e com incapacidade de deambular mesmo que com auxílio de muletas ou de forma 
crônica, sendo um quadro clínico mais brando, com dor insidiosa e menor restrição funcional na fase inicial 
da doença. Nos casos agudizados ou com elevado grau de deformidade, o diagnóstico é feito com 
facilidade, entretanto, na fase inicial da doença e nos escorregamentos leves, o diagnóstico!
pode passar despercebido.!!
Incidência variável: !
- 0,2 a 10 / 100.000!
- 60% acometem os meninos;!
- mais comum na raça negra!
- idade media preferencial 13 a 15 anos nos meninos, 11 a 13 anos nas meninas. É uma doença que 
aparece na adolescência ou pré adolescência. !
- é bilateral em 25 a 50% dos casos!
- o lado esquerdo é mais comum!
- tem preferencia pelo verão e outono sem comprovação cientifica!
- a maioria das crianças que possuem essa doença estão em sobrepeso!!
Paciente típico:!
! Adolescente com obesidade, alto, com retardo de aparecimento de caracteres sexuais secundários.!!
Exame físico: !
- Dor inguinal insidiosa, coxa ou joelho. A explicação para a dor ocorrer no joelho e não no quadril é por ser 
uma dor referida/ irradiada pelo nervo femoral - este, se divide ao nível do quadril em obturatório que 
emite um ramo para a capsula articular. Qualquer dor em MS ou MI deve ser avaliada a partir da procura 
de problemas em todo membro, não apenas no local da dor. !
- Claudicação, gerada pela instabilidade da situação. !
- Limitação da rotação interna pelo acometimento posterior.!!
Causa:!
! É idiopática, desconhecida. Existem algumas teorias multifatoriais, principalmente a respeito de 
fatores biomecânicos (crianças de maior peso e estatura) e hormonais (fase de adolescência). O GH, junto 
com o hormônio feminino e masculino, age na placa do 1/3 proximal do fêmur que é a região doente nessa 
doença. !!
Etiologia:!
- Fatores biomecânicos: obesidade aumenta o estresse sobre a placa fisária. !
- Fatores hormonais: !
! 1. É uma doença da puberdade; !
! 2. Há aumento nas crianças com hipotireoidismo, hipogonadismos e com outras disfunções 
endócrinas. !
�1
Ortopedia Jaqueline Ogeda
! 3. O fator principal seria o aumento dos hormônios sexuais desproporcional ao do GH. !
- Rompimento de fibras de colágeno ocorrem devido a força de cisalhamento na fise!
- Ocorrem na camada hipertrófica da fise. !
- Não se sabe se as alterações são a causa ou o efeito do escorregamento, então o que devemos saber é 
que há um desequilíbrio hormonal que muitas vezes pode não ser reconhecido laboratorialmente. !!
Exames complementares:!
Quando temos um paciente suspeito devemos fazer:!
- Raio -x da pelve (não do quadril), para estabelecer uma comparação!
- Raio-x na posição Lauenstein (raio-x em posição de rã): com as pernas abduzidas.!!
Como identificar a doença no raio-x? !
! O escorregamento é insidioso, quanto mais tempo leva-se para fazer o diagnostico, mais ele 
escorrega. O primeiro sinal é o alargamento da placa.!
! Podemos traçar uma linha no bordo superior do colo do fêmur, chamada de linha de Klein. No 
quadril normal, quando passamos essa linha corta-se a epífise; já no quadril afetado, traçamos a linha e 
toda a epífise está medial a linha que foi traçada.!
* Então são 2 sinais: alargamento e borramento, e sinal de Klein.!!!!!!!!!!!
! ! PELVE EM INCIDÊNCIA AP SINAL DE LAUENSTEIN (fise alargada)!
! ! ! !!
LINHA DE KLEIN:!!!!!!!!!!!!
! As alterações radiográficas mais comumente encontradas na fase de pré-deslizamento são a 
rarefação óssea metafisária adjacente à cartilagem epifisial e o aumento da altura da placa de crescimento 
com perda de seus processos mamilares. Nos casos agudizados, observa-se uma epífise em 
descontinuidade com o colo, não havendo entre os dois a presença de neoformação e/ou reabsorção 
óssea. Nos casos de evolução crônica a epífise encontra-se em continuidade com o colo havendo sinais de 
remodelação óssea na metáfise.!
! Não é recomendada a utilização rotineira da RM e US para o diagnóstico da doença.	
!
Classificação !
Gravidade (largura da placa): de acordo com quanto o femur escorregou!
- Leve: 33% do diâmetro do colo. !
- Moderado: 33 a 50%!
- Grave: > 50% !!
Tempo de apresentação:!
- Aguda: dor de 2 semanas.!
- Crônica: acima de 2 semanas. !!
�2
Ortopedia Jaqueline Ogeda
Funcional: capacidade de apoio do membro!
- Estável: paciente mancando, mas chega andando sozinho.!
- Instável: paciente chega em cadeira de rodas. É mais grave no que se refere a prognóstico: como a 
epífise se desloca, vai caminhando para a parte posterior e a vascularização diminui, pois os vasos que 
nutrem a cabeça do femur vão sendo rompidos, portanto o prognostico para complicação (principalmente 
de necrose avascular) é muito grande. !!!!!!!!!!
! ESTÁVEL! ! ! ! ! ! INSTÁVEL!!
!
* Existe também uma classificação pelo ângulo do fêmur, mas está em desuso. !!!!!!!!!!!!
Princípios do tratamento:!
- Impedir progressão do deslizamento!
- Evitar complicações: necrose vascular, condrólise.!
! O uso de gesso é ineficaz, pois o problema é intrarticular. Com o gesso, você consegue impedir o 
movimento, mas não consegue-se controlar o deslizamento interno e o movimento gerado pelas contrações 
musculares (que ocorrem mesmo com o gesso). Portanto o tratamento é eminentemente cirúrgico e de 
urgência. !!
Tratamento para caso:!
Estável: fixação in situ: passamos 1 único parafuso fixando a epífise no colo. Possui alta taxa de sucesso 
(95%), satisfação estética (pois não é uma cirurgia aberta), é feito apenas um acesso de 1 cm com auxílio 
de um ampliador de imagem. Para casos leves ou moderados é uma técnica muito boa.!
! !
Instável: Não pode reduzir a lesão antes dessa técnica, pois no momento que tentar-se reduzir pode lesar 
a circulação remanescente. Ao reposicionar a cabeça aumenta a chave do cirurgião provocar uma necrose 
(taxa maior desta complicação se tentamos reduzir). !!
Osteotomias: secção do osso, em que se trata o escorregamento cortando o osso em outras posições. 
Elas reduzem a posição do escorregamento mas são utilizadas apenas para casos graves, que não foram 
diagnosticados precocemente. !
! Uma outra complicação à distância é tratar o paciente aos 13 anos e ocorrer artrose no futuro, já 
que o osso não fica 100% normal. A solução então é substituir essa placa por prótese de quadril. !!
Fixação profilática: realizada quando é certeza que o outro lado vai ser afetado também. Quando a criança 
possui alterações endócrinas (em que a chance do outro lado escorregar cresce de 25-50% para 80%), ou 
quando a baixa idade é significante (11 anos, 10 anos - para as pernas ficarem do mesmo tamanho, já que 
o lado afetado para de crescer). !!
* Não esquecer: examinar articulações adjacentes.!!
(Em itálico: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia)
�3

Outros materiais