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Aulas ortopedia

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Ortopedia P2 Jaqueline Ogeda, Thalita Kummer e Uilliane Pietro
!!!!!!!!!!!
! ! ! ! MEDICINA ESPORTIVA (aula 12)! ! ! !
! ! ! ! ! Uilliane Pietro!!
! Os traumas, dentro da medicina esportiva, podem aparecer tanto em atletas profissionais, quanto 
em indivíduos que praticam esportes como hobbies. !!
Traumatologia no Esporte!
Lesões comuns nas atividades relacionadas a atividade física.!!
Rsponsabilidades!
É responsabilidade da equipe técnica e ou treinadores e técnicos, a saúde, o bem estar e a 
segurança dos atletas em competições e ou outras atividades esportivas. Estes profissionais do esporte 
devem prevenir, reconhecer, assistir nos primeiros socorros, e ajudar na reabilitação de lesões causadas 
pelo esporte e nos esportistas.!!
Centro de Medicina Esportiva!
 ! Equipe multidisciplinar, composta de fisioterapia, fisiologia, cardiologia, nutrição, psicologia, 
educação, física, clinica médica e ortopedia, em si. Medicina esportiva: própria traumatologia esportiva 
(número de acidentes são grandes) e clínica esportiva, com destaque à cardiologia, devido aos eventos de 
morte súbita nos esportes. Toda equipe acima descrita, deve integrar a medicina esportiva. !!
- Fisioterapia: !
Trabalha com a avaliação, cineantropometria (mensurações), mecanoterapia (trabalho com 
aparelhos para tto de lesões), eletroterapia, termoterapia, hidroterapia e fototerapia.!!
- Fisiologia/Cineantropometria: !
Promove avaliação, ergometria, composição corporal, antropometria, força muscular, 
flexibilidade. Fisiologistas avaliam condições de exercício (calor, exaustão), promove medidas para 
condicionamento físico. Atualmente, existem testes que mensuram flexibilidade, explosão, salto em altura/
distância, massa muscular. !!
- Cardiologia: !
Avaliação cardiológica, ergometria (teste de esforço), ECG, eco-Doppler. Uma das especialidades 
mais promissoras da medicina atual, pois há crescente necessidade de maior atenção aos casos de mortes 
súbitas nos esportes. Estes episódios envolvem vários fatores genéticos, de predisposição, que levam ao 
estresse cardíaco. !
! O cardiologista realiza teste de esforço, teste de condicionamento físico, teste ergoespirométrico 
(verifica VO2 – condicionamento aeróbico do paciente, com variações cardíacas, demonstrando as 
condições do paciente). !!
- Clínica Médica: !
Avaliação de hipertensão, DM, estresse, obesidade. Há, principalmente, a solicitação 
endocrinológica. São avaliados mais os atletas amadores, no caso, indivíduos comuns que praticam 
exercícios físicos. !
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12. Medicina esportiva!
13. Ortopedia pediátrica!
14. Artrose de joelho e quadril!
15. Artroscopia e lesões ligamentares!
16. Artrite reumatoide !
17. Doença de Perthes !
18. Tumores ósseos!
19. Asteocondroses!
Ortopedia P2 Jaqueline Ogeda, Thalita Kummer e Uilliane Pietro
!
- Nutrição: !
Avaliação nutricional, composição corporal (massa magra, massa gorda), dos níveis calóricos, dos 
gastos energéticos. Importante para a reposição nutricional, hidroeletrolítica, com dietas próprias 
(hipocalórica, hipercalórica). !!
- Psicologia: !
Avaliação psicológica, perfil e acompanhamento de atletas. !!
- Educação Física:!
! Fisiologia, cinesiologia, prescrição de atividade, readaptação ao esporte!!
- Traumatologia:!
Ortopedista traumatologista. Avaliam contusões, tendinite, mialgia, estiramento muscular, de 
profissionais e amadores. !
Avaliação dos medicamentos que estão sendo tomados pelos atletas, se medicamentos receitados 
por conta, mandar medicamento para avaliação da composição e ver se há medicamentos que dão 
positivos para dopping.!!
Funcionamento:!
-! Equipe Multidisciplinar!
-! Experiência na traumatologia!
-! Equipamento adequado!
-! Métodos de auxílio diagnóstico!
-! Ambulatórios de especialidades!
*Obs: no vôlei é comum entorse de tornozelo; no tênis são comuns epicondilite lateral e bursite (sd de 
impacto); ginastica olímpica, a hiperlordose podendo forçar a uma espondilolistese; ciclismo de volocidade, 
microlesões. !
! A traumatologia esportiva visa tanto à prevenção, quanto o tto das patologias, sendo para isto, 
necessários métodos diagnósticos. !!
Objetivos!
-! Busca de novos talentos!
-! Valorização dos esportes olímpicos!
-! Desenvolver novas tecnologias!
-! Estudos e pesquisa na área!
-! Equipe multidisciplinar!
-! Atuação interdisciplinar!!
Áreas de atuação!
-! Rede de educação!
-! Rede de atenção aos desportistas!
-! Rede de atenção à população!!
Trauma de extremidade!
Introdução!
- Risco de vida:!
o! Hemorragias intensas e incontroláveis!
o! Lesões por esmagamento!
o! Fraturas expostas!
- Lesões com risco de perda do membro: lesões vasculares, síndrome compartimental, fratura exposta, 
lesões por esmagamento, luxações das grandes articulações. !!
Fraturas por estresse!
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São lesões de sobreuso (overuse) – sobrecarga de treinamento. Os locais mais comuns de 
acometimento são: pés e pernas. Podem aparecer em qualquer segmento ósseo que esteja submetido a 
um excesso de uso de uma forma inadequada, podendo estar associados fatores intrínsecos do indivíduo e 
extrínsecos do meio em que treinando.!
- esforço prolongado!
- mais comum nos metatarsianos!
- sobreuso e uso inadequado de sapatos e ou tipos de pisos em academias e outros locais de 
tratamento.!
! É ultrapassar do limite fisiológico de absorção e reabsorção óssea. Qualquer situação pode 
ocasionar este tipo de fratura e qualquer osso do corpo pode sofrer uma fratura por estresse. Esta alteração 
entre o equilíbrio de produção e deformação óssea leva a fratura por estresse, com ressalva aos fatores 
predisponentes. !!
Lesões musculares!
São muito comuns nas atividades de condicionamento físico, associadas geralmente ao 
excesso de carga ou repetições. !
- carga: estiramento e rupturas musculares!
- repetições: tendinites!
! Edema, estiramento, ruptura. Qualquer uma destas situações são possíveis lesões. A ruptura é 
mais comum quando se faz um maior esforço (chute, erguer algo pesado). !!
Classificação !
- cãibra!
- dor muscular tardia!
- laceração!
- estiramento!
- contusão muscular!!
Caibra!
Fasciculação focal que se espalha por todo o músculo de forma irregular, durante o esforço 
físico ou repouso. Acomete mais musculatura da panturrilha. Está associada a desequilíbrio 
hidroeletrolítico, promovendo diminuição de Na sérico (sudorese ou diurese), diminuição Ca ou Mg 
sérico ou falta de condicionamento físico (músculo produz tanto acido lático que não consegue absorvê-
lo, principalmente por ser um mm fraco, mal treinado, entrando em fadiga). O distúrbio eletrolítico é mais 
comum em atletas de alta performance. !
Tratamento: alongamento muscular, ativação dos antagonistas!!
Dor muscular tardia induzida pelo exercício!
! “Sensação prazerosa” após o exercício, que ocorre 24 a 48h após o mesmo. Sensação 
desconfortável da musculatura que está se condicionando, porém não dor incomodativa. O paciente pode, 
por vezes, tomar relaxante muscular, analgésico, para alívio desta sensação. !
- não ocorre acidose lática!
- microrrupturas no músculo ou junção musculotendínea!
- contrações excêntricas, rítmicas e intensas!
Dor a palpação, contração ativa, melhora com alongamento passivo, por relaxar e soltar a 
musculatura.!
Tratamento: analgésico, repouso relativo!!
Estiramento muscular!
Ruptura, geralmente por mecanismo indireto, alongamento excessivo e ruptura tecidual. Lesão mais 
frequente no esporte. Todos os mm do MMII são acometidos, principalmente os poliarticulares: isquiotibiais, 
quadríceps, adutores e gastrocnêmios. !
O diagnóstico é clínico, através do exame físico (palpação, movimentação ativa e passiva). Para 
complementação, utiliza-se US e RNM para o estadiamento e controle da evolução. !
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Classificação graus I, II, III pela US. O grau I se expressa por edema; o grau II: edema com discreta 
ruptura de aponeurose; grau III: ruptura muscular de pequena intensidade e grau IV: ruptura muscular 
completa ou incompleta. !!
Ruptura de gastrocnêmio!
! Músculo poliarticular, geralmente se rompe na transição miotendínea. Comum nos saltadores, 
oferecendo aos pacientes o típico sinal da pedrada, a pressão na panturrilha, assemelhando-se a uma 
pedra atirada na mesma. !
* Local: interface!
Clínica: dor na panturrilha, como se fosse atingido por trás.!!
Estiramento e ruptura quadriciptal!
Menos comum que IQT, sendo seu mecanismo a extensão explosiva do joelho com quadril em 
flexão. O paciente terá dor, sensibilidade aumentada, limitação funcional, limitação muscular. !!
Estiramento e ruptura dos adutores!
Comum nos esportes que necessitam de mudanças rápidas e propulsões explosivas. Deve-se 
palpar adutor longo, adutor curto, observando o ponto doloroso. Por vezes, pode-se ter edema, dor à 
contração excêntrica, concêntrica; dor à mobilização ativa/passiva. !
- Ruptura proximal!!
Estiramento e ruptura isquiotibiais!
Uma lesão de difícil tratamento, oferecendo ao paciente dor na posição ortostática, deitado, na 
movimentação, associado à contração excêntrica, num mecanismo de desaceleração (musculatura 
antagonista segura o movimento que deveria ser feito). !
- mais comum dos estiramentos: cronifica!
- mecanismo contração excêntrica rápida!
! !
TRATAMENTO:!
- PRICE!
P: proteção da articulação/lesão (tala, gesso), R: repouso, I: ice (gelo no local), C: compressão 
(imobilizadores, também), E (exercise) fisioterapia e reabilitação. Média de 21 dias. !!!
ORTOPEDIA PEDIÁTRICA (aula 13)!
Thalita Kummer!!
! Mulher, 30 anos, sem trauma prévio. Refere que começou a mancar desde que começou a andar, 
sem nunca tratar. MID mais curto, de 4 a 5 cm. Qual o provável dx? Displasia (alteração da forma) 
congênita (desde que começou a andar) do quadril.!
! No RX, observa-se no lado D um acetábulo mal formado, displásico e largo + luxação (perda da 
congruência articular). Uma das formas da displasia do quadril é, portanto, a luxação.!!
DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (D.D.Q.)!
Nomenclatura:!
! Antigamente era chamada de luxação congênita do quadril ou displasia congênita do quadril, 
porque se acreditava que a criança nascia assim. Hoje, sabemos que a criança pode nascer com uma 
frouxidão e a luxação ocorrer no primeiro mês de vida, por isso alterou-se o nome. !
! Várias manifestações: pode ser um quadril luxado, subluxado ou somente displásico (com sua 
forma alterada). Desde casos mais graves até mais simples; todas têm em comum a alteração da forma: a 
displasia do quadril.!!
DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL!
Equilíbrio!
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O quadril é formado embriologicamente ao redor da décima primeira semana de gestação. Essa 
formação depende basicamente da redução da cabeça femoral no conteúdo acetabular. A cabeça do fêmur 
estimula a forma do acetábulo. Se esse quadril não estiver reduzido, ou estiver subluxado nesse período, a 
forma do quadril vai se alterar e vai predispor a uma subluxação ou luxação. O período crítico, portanto, é 
ao redor da décima primeira semana. Depende basicamente da cabeça femoral estar centrada no acetábulo 
e do crescimento adequado da cartilagem triradiada (cartilagem que fica no fundo do acetábulo); se houver 
qualquer instabilidade ou subluxação, essa cartilagem não se forma adequadamente e o acetábulo pode 
ficar raso/ plano, e não mais concêntrico.! !
Obstáculos!
! Com relação às partes moles, toda vez que eu tenho uma luxação, se não for diagnosticada e 
tratada, o fundo do acetábulo não vai ficar vazio: ele vai ser preenchido por estruturas moles, que 
obviamente vão dificultar o tratamento – são obstáculos para a redução.Todas essas estruturas existem no 
nosso corpo:!
•! Psoas, cápsula, limbus (estrutura fibrocartilaginosa), ligamento redondo (vai da cabeça do fêmur até o 
fundo do acetábulo, levando nutrição), ligamento transverso (no fundo do acetábulo) e pulvinar 
(fibrogordura no fundo do acetábulo para o crescimento).!
Quanto mais cedo diagnosticar essa doença, portanto, melhor. !!
Etiologia!
Desconhecida. !
Existem fatores/teorias - fatores genéticos e fatores étnicos: !
•! 1/ 1000 nascidos vivos (na população em geral); !
•! 25/ 1000 nativos americanos (Peru lá as crianças depois de nascidas são imobilizadas com cobertores 
iguais um charutinho; essa imobilização tem-se atribuído à causa da luxação);!
•! Baixa na China e África; !
•! Hx familiar (12 a 30%), evidenciando que há alguma relação genética; !
•! Frouxidão ligamentar – tendência à elasticidade maior de algumas articulações; !
•! Fatores mecânicos – apresentação pélvica (cesárea quando a criança estava sentada) e oligodrâmnio 
(pouco líquido amniótico);!
•! Primogênito.!!
Fatores de Risco – é fundamental gravar!!
•! Apresentação pélvica – hoje se aceita que toda criança que tiver apresentação pélvica deve ser 
consultada por um ortopedista (100%)!
•! Sexo feminino, !
•! Histórico familiar – se a mãe teve, avaliar o filho!
•! Deficiências no membro inferior, como pé torto!
•! Torcicolo congênito – crianças que nascem com uma inclinação lateral do pescoço, devido a uma 
contratura do músculo esternocleidomastoideo!
•! Metatarso varo!
•! Oligodrâmnio !
•! Assimetria de abdução persistente no quadril ao nascimento!!
Diagnóstico Precoce:!
! Testes de estabilidade são padrão de excelência/padrão ouro (testes clínicos):!
•! Teste de Ortolani: primeira descrição do teste; pediatra italiano: Signo dello scotto #Click (cada vez que 
a mãe vai trocar a criança ocorre como se fosse um estalar de dedos, e a criança não chora). Redução 
do quadril luxado = estalido. !
! Deve ser feito com a criança despida, estabilizando os dois quadris, o polegar na região adutora e o 
dedo médio no grande trocânter e é feita uma abdução do quadril, reduzindo o quadril luxado – e o 
recém-nascido não apresenta dor (não é uma luxação traumática; é uma luxação por deficiência da 
cartilagem e da estabilidade do quadril). Fazendo essa manobra, o sinal de Ortolani é positivo.!
•! Teste de Barlow: Ao contrário: fazemos a adução. Reduzimos e depois aduzimos. Provocativo = click 
de saída. Ambas as manobras devem ser realizadas simultaneamente. É a luxação do quadril que foi 
reduzido. É um sinal que provoca a saída do quadril.!
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Ortopedia P2 Jaqueline Ogeda, Thalita Kummer e Uilliane Pietro
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*No Brasil, é obrigatório realizar o teste de Ortolani em todos os pacientes nascidos vivos.!
*Se algum desses testes der positivo, solicitar alguns exames para confirmação diagnóstica.!!
Diagnóstico Tardio:!
•! Galeazzi: coloca o bebê na cama (acima de 4 meses), junta os pesinhos e observa que o nível dos 
joelhos está diferente – um lado esta maior que o outro. Como o quadril está luxado, e, portanto, mais 
alto, aparenta o encurtamento do pé.!
•! Assimetria das pregas: as mais importantes são as glúteas e as poplíteas (Peter – Bade) – observar o 
nivelamento das pregas (se estão na mesma altura). Se houver desnivelamento, pode significar que o 
quadril D está mais alto que o E. !
! ! Na displasia congênita, o lado mais acometido é o E (não sabemos a razão), mas a doença pode 
ser bilateral (25 – 50% dos casos). Se for bilateral, o Galeazzi e as pregas podem estar normais.!!
! Crianças mais velhas ainda, pós 6 meses de idade, podem apresentar:!
•! Assimetria na abdução do quadril – a luxação já está instalada (a cabeça do fêmur bate no ilíaco). !
•! Sinal do Trendelemburg positivo, com uma lordose lombar - crianças que já mancam e têm uma 
insuficiência do glúteo médio (o músculo glúteo médio se torna incompetente na marcha).!
•! Marcha Anserina (“marcha do pato”): crianças que chegaram até um ano,um ano e meio de idade, 
sem dx. Ocorre nos casos de doença bilateral e a luxação não impede que a criança caminhe. A criança 
terá dor e artrose do quadril, que é o que temos que evitar.!!
EXAMES COMPLEMENTARES!
! Ultrassonografia para confirmação diagnóstica: 0 – 3 meses. Não é feito um Raio X, porque o terço 
proximal do fêmur (cabeça e trocânter maior) e o fundo do acetábulo são cartilaginosos; se eu fizer um raio 
X não aparece (não há calcificação; não está ossificado). Fazemos uma US, onde observamos a cabeça do 
fêmur encaixada no fundo do acetábulo. É o exame de eleição, portanto, para crianças de 0 – 3 meses.!
! Fazemos raio X para crianças a partir dos 3 meses, porque já dá para ver o início da calcificação da 
cabeça do fêmur: identificam a luxação ou não.!!
TRATAMENTO:!
! Quando há a doença e é diagnosticada precocemente, o tratamento é não cirúrgico/incruento, 
visando à estabilização do quadril e a redução do quadril fechado. O método mais utilizado é o uso do 
aparelho ou suspensório de Pavlik – imobilização da criança como se fosse um suspensório, imobilizando o 
quadril na posição de abdução e flexão, reduzindo o quadril que está luxado; imobiliza o quadril na posição 
de redução 45 – 60 graus abdução/ 90 – 110 de flexão. Esse aparelho foi desenvolvido por um ortopedista 
e é utilizado no mundo todo. Deve ser utilizado 24 h por dia; só tira para tomar banho e trocar. Crianças 
menores apresentam maior tolerabilidade. É usado durante 3 a 4 meses e a evolução é monitorada através 
do exame clínico e de imagem (US ou RX). Só pode ser usado em crianças até os 6 meses de idade. 
Depois dessa idade não pode ser utilizado porque criança maior faz mais força, tornando a musculatura 
mais hipertrofiada, não sendo hígido o suficiente para manter o quadril estável. Pode ser utilizado por cima 
da roupa. É utilizado nos dois lados, mesmo quando a luxação for unilateral nivelamento da pelve.!!
! 6 – 18 meses: leva a criança para o CC, faz uma anestesia geral e faz um gesso bilateral. Quando 
fazemos o gesso, reduz o quadril. A criança usa esse gesso por 4 meses, aproximadamente; é permitido 
trocar com 2 meses, podendo ser o segundo gesso um pouco menor (até o joelho). Há uma fenda em baixo 
para limpeza. É recortado na região abdominal, para permitir que a criança mame. Quando as crianças são 
maiores e têm aquela limitação da abdução, o tendão do adutor longo fica tenso, aí antes da colocação do 
gesso podemos fazer uma tenotomia do adutor longo, para auxiliar na redução do quadril, que está luxado. 
A tenotomia é feita apenas no lado luxado, mas o gesso é bilateral.!
! Do ponto de vista estatístico – O Pavlik apresenta bons resultados em 95% dos casos (depende de 
dx precoce); redução incruenta, tenotomia e gesso: 70% de sucesso.!!
! 18 meses – 6 anos: a partir de um ano e meio, a chance do acetábulo voltar a sua forma original é 
menor: os obstáculos para sua redução são mais intensos. A partir de um ano e meio de idade, a opção de 
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tto é cirúrgica: abre-se o quadril, retiram-se todos os obstáculos, reduz-se o quadril luxado e, como o 
acetábulo é raso, fazemos uma osteotomia (cortamos o ilíaco e colocamos o enxerto ósseo), para refazer a 
concavidade do quadril = OSTEOTOMIA PÉLVICA. Colocam-se dois pinos para estabilizar o quadril. O 
nome dessa cx é cx de Salter.!
! Em alguns casos, a cabeça do fêmur está tão alta que não conseguimos reduzir apenas abrindo o 
quadril e devemos encurtar o fêmur. Esse encurtamento não traz problemas (remodelação), mas ele é 
necessário para diminuir a tensão das partes moles para que o quadril luxado possa ser reduzido. !
! Após as cirurgias, gesso por aproximadamente 45 - 60 dias apenas do lado afetado. !
! Taxa de sucesso das cirurgias: 50 – 60%.!!
! Acima de 6 anos: não faz nada, vai mancar para o resto da vida. Se na vida adulta tiver dor, pode 
ser feita uma prótese completa de quadril.!
! É fundamental, portanto, o dx precoce (que deve ser feito pelo pediatra). Tem que ter alto índice de 
suspeita. O diagnóstico não é fácil, mas temos que saber os fatores de risco e, em caso de dúvida, 
encaminhar para o ortopedista. A incidência é grande: 1/1000.!
! Os resultados para normalidade são muito bons quando tratados precocemente.!!
Complicações!
! 2 principais: artrose do quadril com necrose avascular e reluxação.!
! Quando vamos reduzir o quadril luxado, ele pode sofrer um distúrbio circulatório (da circulação do 
osso) e necrosar a cabeça do fêmur. Pode ocorrer em recém-nato, mas é mais comum em dx tardio.!
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! ! ! ARTROSE DE JOELHO E QUADRIL (aula 14)!
! ! ! ! ! Jaqueline Ogeda!
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ARTROSE NO JOELHO!!
! Também conhecida com Gonoartrose, é a lesão da cartilagem articular. A cartilagem hialina é 
avascularizada, quem a nutre é o líquido sinovial, estimulado pelos movimentos dos epicôndilos.!
! A cartilagem hialina é um combinado de compostos pobre em células e rico em massa 
(proteoglicanos, colágeno, matriz, água), que a medida que vai degenerando não tem volta, isso porque as 
células - os condrócitos - são poucas e não se regeneram. Assim forma-se uma lesão irreversível e 
progressiva da cartilagem. !
! Podem ser classificadas como primária ou idiopática, e secundária a qualquer outra alteração que 
possa ocorrer a nível da cartilagem. !
! A causa secundária mais comum é o desvio mecânico do eixo (varo e valgo), que causa uma 
sobrecarga mecânica e demanda maior em determinado ponto da cartilagem e essa sobrecarga com o 
tempo vai degenerando a cartilagem. Entra ainda processos reumáticos, degenerativos, traumas, 
metabólicos, inflamatórios, impacto, lesão de ligamentos. !
* Osteoporose é redução da massa óssea, a artrose é o processo degenerativo da cartilagem (esta sim está 
envolvida na artrose do joelho). !
* É importante lembrar que os processos patológicos de artrose tanto do quadril como do joelho são os 
mesmos.!!
Clinica: !
- dor que piora com apoio, devido a maior sobrecarga!
- dor a palpação da interlinha medial, onde consegue-se palpar os meniscos. O menisco medial é muito 
fácil de ser palpado, diferente do lateral. !
- edema!
- crepitação!
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- bloqueio articular: muito comum em lesão de menisco (sensação de “travar" o joelho), porque temos 
pequenas partes de cartilagem que se desprendem.!
- derrame articular: produção excessiva de líquido sinovial. É de fácil de palpação no joelho, diferente do 
quadril. !!
Fatores etiológicos: !
- idade: quanto mais velho, maior a frequência de artrose.!
- sexo!
- biomecânica: alteração mecânica do dia a dia, como andar de salto, que gera uma rotação dos pés. É o 
mais comum.!
- peso!
- sobrecarga de peso!
* Coluna, quadril e joelho trabalham juntos, quando temos uma sobrecarga de peso em alguma dessas 
articulações, a outra também é afetada.!!
Tipos: pode ser uni, bi, ou ticompartimental. Temos 2 articulações: a femoro-tibial e a femoro-patelar, 
porém, a primeira possui 2 superfícies articulares, podendo ter uma artrose uni, bi ou tricompatimental. !!
! Em média, a articulação do joelho possui 36 cm quadrados de cartilagem articular e, a articulação 
do quadril, possui 9 cm quadrados. Podemos concluir então que a base de apoio do quadril é muito menor 
que a do joelho, que é maior. Comparando também a movimentação, o joelho possui 2 movimentos: flexo-
extensão e um pouco de translação, e o quadril possui flexo-extensão, abdução, adução e rotação. Neste 
tipo de articulação a sobrecarga mecânica é muito maior, por isso que a artrose de quadril possui 
prognóstico pior que a artrose de joelho, porém esta é mais comum do que àquela. A comparação entre 
joelho e quadril é feita pois as duas articulações são de carga, assim como o pé e o tornozelo, só que estes 
possuem muito menor incidência de artrose, pela mecânicae mecanismo fisiológico deles. !
! Joelho e quadril, quando se fala em artrose por sobrecarga mecânica, em membros inferiores são 
os dois que mais se comparam.!!
Diagnóstico radiológico: radiografia AP e P.!
- principalmente articular!
- esclerose óssea subcndral!
- osteofitose!
- cistos!
* Se quer ver uma atrose tricompartimental, adicionar uma axial de patela ajuda bastante.!
* A radiografia indica a fisiopatologia da artose em todas as regiões. !!
Fisiopatologia:!
! Com o passar dos anos, a carga, a biomecânica, esforço, pós trauma, tumor, doenças da infância, 
inicia o processo de degeneração. Quando essa degradação de cartilagem começa na patela o processo se 
chama Condromalacia patelar, que ocorre pela sobrecarga mecânica de atrito da patela sobre o joelho. 
Quando o organismo percebe que a cartilagem está passando por degeneração, há aumento da quantia de 
liquido sinovial para tentar melhor nutrir a cartilagem. Esse aumento de liquido gera um derrame articular da 
sinóvia, espessando-a e gerando uma Sinovite (processo inflamatório).!
! No dia em que o paciente abusa do uso do joelho, ficando muito tempo de pé, fazendo atividades 
de impacto, o líquido sinovial passa a ser produzido em excesso gerando um derrame articular agudo. Essa 
é a caracterização de uma crise de artrose que pode acontecer após um excesso de uso, mas a 
degeneração em si é crônica e contínua. !!!
ARTROSE DE QUADRIL!!
! Lei de Volf: “Osso estimulado produz osso”, o exemplo mais comum disso é ao quebrar uma perna 
e colocar gesso, em que precisa-se de 40 dias de repouso e ao final destes já existe um calo ósseo. A partir 
da existência desse calo pode-se começar a pisar e exercitar os movimentos que envolvem o osso 
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danificado, pois este calo precisa endurecer, e o que favorece isto é o estímulo de apoio. Por isso que em 
algumas fases de formação do calo ósseo o paciente é aconselhado a fazer uma certa movimentação.!
! A cartilagem destruída está gerando impacto sobre o osso subcondral, cuja espessura aumenta. A 
sinóvia irritada (sinovite) produz tensão sobre os ossos, estas começam a estimular a produção de osso, 
fazendo nascer saliências ósseas chamadas de bico de papagaio, 
são Osteófitos. Os osteófitos são formados para tentar abraçar a 
articulação, pois quanto maior a base, maior a distribuição de forças 
e então menos sobrecarga de pressão em determinado ponto. 
Assim, o organismo tende a aumentar a base e travar o 
movimento para parar o processo inflamatório. A partir de então, 
processo irreversível e a cartilagem começa a “esfarelar” de tão 
sobrecarregada e desnutrida. !
! Esse desprendimento de pequenas partículas de cartilagem 
com o esfarelamento é a crise aguda que ocorre ao dançar, ao 
limpar a casa, ao jogar bola, ao caminhar, usar muito salto; ou seja, 
a cartilagem trava. No joelho, o derrame sinovial era visível, no 
quadril não é. !
! É importante notar a diferença da membrana sinovial 
antes e depois das modificações articulares: era lisa, produzia 
liquido lubrificante em quantia certa, fluído, se tornou espessa, 
fibrótica, reduziu sua produção. !
! O osso subcondral também se espessa durante a 
evolução desse processo, com a formação do osteófito, como já 
dito, para tentar aumentar a superfície de apoio e travar a 
articulação.!
! A ultima fase é a ausência de cartilagem, onde a 
membrana sinovial desaparece, assim como o líquido, o bico de 
papagaio aumenta, e surgem cistos ósseos justarticulares também 
chamados de Geodos.!!
 ! No raio-x: (é o que vai cair na prova!)!
1. Pinçamento articular, com redução da cartilagem. !
2. Esclerose óssea subcondral. !
3. Osteófitos!
4. Cistos ósseos subcondrais ou geodos. O liquido sinovial é corrosivo ao osso subcondral e se ele entrar 
em contato com este a tendência é a reabsorção do osso. Quando a cartilagem perde a capacidade de 
velamento, o liquido sinovial, devido a pressão hidrostática aumentada (pessoa pisar, andar, carregar 
peso) é pressionado pelos canais de Harvers, passa a área de esclerose e ao chegar no osso 
subcondral começa a corroer. Toda vez que o paciente pisa o líquido é empurrado para dentro causando 
maior sobrecarga de pressão e maior absorção formando os cistos. !
* Essa fisiopatologia foi explicada com o exemplo do quadril, mas é a mesma que ocorre em artroses de 
quaisquer outros ossos.!
!!!!!!!!!!!
* Nas radiografias acima podemos ver os osteófitos, a redução de cartilagem, a diferença de opacidade em 
algumas regiões dos ossos devido a neoformação óssea.!
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!
TRATAMENTO!
- Conservador: não cura, pois o problema é mecânico!
! AINH nas crises, não adianta tomar fora delas!
! Fisioterapia: trabalho de fortalecimento quadriciptal, ioga, RPG. O fortalecimento da musculatura da 
coxa tem como objetivo reduzir o peso aplicado na articulação. !
! Redução de peso, de uso de salto, de carregar materiais pesados, de jogar bola!
! Uso de bengalas! !
! Condroprotetor: glicosamina e condroetina. São matrizes cartilaginosas provenientes de traquéia de 
bói moída e toma-se como substrato (vitamina). Existem outros na Europa, como saponato de sódio e 
estratificado de abacate.!
* No joelho, os resultados de tratamentos com células troco e implantes de cartilagem são os que parecem 
estar mais a frente das outras opções. Isso por causa dos 36 cm quadrados de cartilagem, 2 plataformas 
de apoio e movimento básico de flexo-extensão; as outras articulações possuem um resultado muito 
pobre. !
* Equilibrar um tratamento que gera muitos efeitos colaterais e no final acaba por gerar mais malefícios que 
benefícios, já que artrose de joelho e quadril não matam, apenas doem. !!
- Cirúrgico: quando chega-se num processo degenerativo muito grande existem algumas técnicas 
cirúrgicas que podem ser feitas para minimizar os efeitos.!!
Artroscopia: limpeza da articulação, feita em situações onde existem fragmentos de articulação grandes. 
Não cura, é apenas uma tentativa de melhora, sendo que na maioria das vezes não é efetivo apesar de não 
estar errado fazer.!
* Existe um gel de acido hialurônico para o joelho (que é um dos componentes naturais da cartilagem), que 
pode ser injetado em atroses iniciais na tentativa de reduzir o processo inflamatório. Custa cerca de 500 
reais, tem que ser feita a cada 3 meses intrarticular, e é apenas uma tentativa de melhorar a lubrificação 
articular do paciente. !
! ! ! !
Osteotomia: correção do eixo, ou seja, para correção de 
varo/vago antes de você ter artrose (cirurgia preventiva), 
onde quebra-se a tíbia e realinha ela novamente. Indicado 
para pacientes jovens.!!
!
Artroplastia: prótese total de joelho, realizada apenas no 
limite do uso da articulação normal (quando não há mais 
funcionalidade aguma). Não indicada para jovens assim como a 
prótese de quadril, pois a sobrecarga mecânica é muito grande e a 
chance do mecanismo se soltar é muito grande (daqui 10 a 15 anos), 
tendo que trocar o aparelho e a chance dessa troca dar errado é muito 
grande em pacientes com casos graves e de preferencia mais velho (> 
60 anos), com baixa mecânica, menor sobrevida, vida mais calma. 
! ! !!!
Hemiatroplastia: opção para joelho em deformidade em varo ou valgo com um 
lado bem gasto e o outro não. Ou seja, troca-se apenas um côndilo articular 
(artrose monoarticular). É uma opção nova no mercado.!!!!!!!
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! ! ! ARTROSCOPIA E LESÕES LIGAMENTARES (aula 15)!
! ! ! ! ! Uilliane Pietro!!
Artroscopia – definição e histórico!
Tem significado de ver, olhar, dentro de uma articulação. Não é algo tão novo, seu primeiro relato 
data 100 anos atrás (1912) por um dinamarquês, adiante, outros relatos mostram o inicio da artroscopia 
através de um cistoscópio, porum japonês, em cirurgia geral. Outros países iniciaram também seus relatos 
e com a 2ª GM, no Japão, se desenvolveu e aperfeiçoou o conhecimento. Desenvolvimento e progresso da 
técnica e aparelhos nas décadas de 70/80. É considerada uma revolução. !!
Artroscópio!
Composto por câmera e óptica, monitor de TV, fonte de luz, irrigação com soro fisiológico (pois 
precisa-se distender a articulação), ganchos/pinças/bisturis/tesouras, shaver (limpeza e debridamento de 
tecidos dentro da articulação) e radiofrequência. !
*devemos lembrar que as articulações são escuras, por isso a necessidade da fonte de luz. !!
Técnica!
! Realização de mini-incisões, para menores complicações. Infunde-se o soro fisiológico e se utiliza 
a ténica da triangulação em que se observa toda a articulação. !!
Vantagens!
- avaliação exata (imagem ampliada em até 8 vezes, muito precisa em pequenos traumas e lesões)!
- trauma mínimo de partes moles, já que se utilizam mini-incisões!
- reabilitação rápida, cirurgia menos dolorosa!
- menos complicações pós operatórias!!
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE ARTROSCOPIA!
Joelho!
Realização em biópsias, sinovites, lesões de meninos e condrais, luxação e instabilidade da patela, 
retirada de corpos livres, lesões ligamentares (principalmente LCA e LCP), tratamento de fraturas. !
! Normal do joelho: cartilagem do côndilo do fêmur, platô tibial, menisco sendo todos componentes do 
lado interno. Lado externo: côndilo lateral do fêmur, platô tibial lateral, menisco lateral. !
- Lesões Meniscais: diversos tipos de lesões, sendo a grande maioria de indicação de tto cirúrgico. !
- Sinovites: por vezes, deve-se fazer limpeza do joelho, debridamento. !
- instabilidade e luxação de patela!
- condropatia e condromalácia: eventualmente quando a cartilagem está desgastada, há dor e o 
paciente não melhora com o tratamento fisioterápico. !
- lesões LCA: quando não há mais ligamento (existe desgaste), tração do osso e consequente fx.!
- lesões de cartilagem (osteocondrite dissecante): descola a cartilagem da estrutura, por exemplo, além 
de muitas outras lesões. !
! !
Tornozelo!
Tratamento de lesões ligamentares, retirada de corpos livres, lesões de cartilagem, osteocondrite 
dissecante, impacto ósseo. !!
Quadril!
Tratamento de lesões de laborum acetabular, impacto fêmur-acetabular, corpos livres, sinovite, 
biópsias. !
Necessária tração para abrir espaço articular, já que é um espaço anatomicamente pequeno.!!
Ombro!
 ! Indicações de artroscopia mais frequentes são: ruptura do manguito rotador, instabilidade 
glenomueral, artrose acrômio-clavicular.!!
Cotovelo!
! Podem ser consideradas as mesmas indicações das articulações anteriores.!!
Mão e punho:!
Indicação para síndrome do túnel do carpo, lesão fibrocarlilagínea, lesão ligamentar, fraturas. 
Atentar-se para a anatomia, já que é uma área rica em nervos, vascularização. !
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!
Crianças: !
Também se pode indicar artroscopia para o tto em crianças, em lesões como de menisco discoide e 
fraturas da espinha tibial, artrite séptica de quadril e joelho, displasia do desenvolvimento do quadril da 
criança!!
Conclusão!
! Em resumo, como importante da artroscopia deve-se saber que pode ser utilizada em praticamente 
todas as articulações, com as técnicas específicas e instrumentos especializados. Promove menos 
complicações, a incisão é mínima e promove recuperação precoce dos pacientes. !!
LESÕES LIGAMENTARES E MENISCAIS DO JOELHO! !!
Anatomia do joelho!
- ligamento cruzado anterior sai da região 
intracondilar para o côndilo lateral. O cruzado 
posterior é o contrário, ou seja, sai do fêmur, 
côndilo medial e vai para região mais posterior. !
- ligamento colateral (tibial ou medial) sai do 
epicôndilo medial do fêmur até o platô medial. 
Colateral lateral sai do epicôndilo lateral do fêmur 
e vai até a cabeça da fíbula. !
- meniscos!
- tendão patelar (não está na figura)!!!
!
!
Visão posterior!
- ligamento cruzado posterior é o mais visto, 
indo até 1 cm abaixo da articulação, vai em 
direção ao côndilo medial do fêmur. !!
- menisco lateral: menor e mais “fechado” em 
relação ao medial.!
- vários tendões no joelho: patelar, os da pata 
de ganso. !!!!!!!!
Classificação das instabilidades do Joelho (Hughston)!
-Simples: medial, lateral, anterior e posterior!
-Rotacionais: anterior-medial, anterior-lateral, posterior-lateral!
-Combinadas: anterior-medial + anterior-lateral, anterior-lateral + posterior-lateral, anteromedial + 
anterolateral!
! São muitas as lesões ligamentares do joelho. Didaticamente, são divididas pelos quatro principais 
grupos ligamentares: LCA, LCP, L. colateral medial e L. colateral lateral. !!
Ligamento Colateral Medial!
Principal estabilizador do lado medial do joelho. Sua anatomia é composta de 3 camadas: !
I. fáscia e sartório; !
II. LCM superficial, ligamento posterior oblíquo, semimembranoso; !
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III. LCM profundo e cápsula. !
Sua função está relacionada à estabilidade em valgo 30º em flexão e em extensão completa e RI. A 
lesão ocorre, geralmente, pelo estresse em valgo do joelho (comum em indivíduos que praticam futebol, por 
exemplo). O exame se faz com estresse valgo 0º e 30º de flexão (30º teste que isola o ligamento e 0º outros 
ligamentos estabilizam o joelho). O ligamento se abrirá, sendo identificado ao raio X, por exemplo. !
Exame complementar: Rx com estresse, RNM. !
Classificação: (I) 0,5 cm aberta; (II) 0,5 a 1 cm e (III) > cm.!
*O ligamento pode romper no fêmur, na tíbia, em ambos lugares, porém o mais comum é na origem 
femoral!
Tratamento: !
! I e II: realização do PRICE (proteção, repouso, gelo – ice, compressão, exercícios -- reabilitação). 
! São lesões isoladas.!
! III: conservador ou cirúrgico em casos de lesões associadas (principalmente aos lig. cruzados). !!
Ligamento Colateral Lateral:!
Sua anatomia é representada por:!
I. trato iliotibial, bíceps e fáscia; !
II. retinátulo, ligamento patelofemoral, LCL; !
III. ligamento arqueado, ligamento fabelofíbular e cápsula. !
Tem função relacionada à estabilidade em varo (joelho para dentro), sendo o mecanismo de lesão 
também o estresse em varo. O exame é realizado através do estresse varo a 0° e a 30°. Lesões isoladas do 
LCL não são tão frequentes como a lesão do LCM. Geralmente, quando há lesão do LCL, ocorre lesão de 
outras estruturas, chamadas de complexo canto póstero-lateral do joelho (faz com que além de abertura em 
varo, o joelho rode, fazendo a perna ficar mais rotacionada). !
Tratamento: opção do conservador quando lesão isolada (mesmo protocolo PRICE); cirúrgico: 
lesão combinada (LCA ou LCP) com reconstrução de todos os ligamentos (reconstrução do LCL, tendão do 
poplíteo, ligamento poplíteo-fibular). !!
Ligamento Cruzado Anterior (LCA)!
É um ligamento que se origina da iminência intercondilar da tíbia (região anterior), indo para a 
região posterior, o côndilo lateral do fêmur. É dividido em duas bandas, ou seja: banda antero-medial e 
póstero-lateral. A banda antero-medial tem função principal de estabilidade do joelho em flexão e a banda 
póstero-lateral com o joelho em extensão (e rotação). Através dos mecanorreceptores, promove a 
estabilidade anterior do joelho.!
O mecanismo de lesão é, principalmente, devido à torção com desaceleração súbita, valgo e RE 
(principal), hiperextensão, varo e rotação interna.!
Na lesão aguda, os sintomas serão relacionados ao edema e dor, evoluindo com falseio e 
insegurança. !!
Exame físico:!
- Hemartrose imediata!
- Principal teste é o de Lachman: teste realizado em 30º quando quadro agudo!
- gaveta anterior mais relacionados à evolução!
- pivot shift!
Os exames complementares compreendem artrômetro, Rx, RNM (lesões associadas meniscais e 
articulares), artroscopia (principalmente para lesõesparciais). !
Lesões Associadas: menisco lateral (aguda), medial (crônica), lesão de cartilagem, LCM, Canto 
posterior-lateral. !
O tratamento na maior partes das vezes é cirúrgico, principalmente em sintomáticos, atletas, 
jovens, lesões associadas. O tratamento conservador deve ser instituído para pacientes sedentários, com 
idade avançada ou lesão isolada. !
O tratamento cirúrgico é feito através da reconstrução dos tendões, sendo atualmente a técnica 
utilizada a colocação, novamente, do tendão no seu lugar anatômico, com a utilização de outros tendões, 
como o tendão patelar, semitendíneo e grácil, tendão quadricipital e enxerto homólogo (banco de ossos).!
*Pós-operatório: ganho ADM, apoio imediato com muletas, fisioterapia!
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*Complicações: quando não ocorre o tratamento, pode haver lesão meniscal e condral, com consequente 
artrose.!!
Ligamento cruzado posterior (LCP)!
Tem origem no côndilo medial, também possuindo dois grupos de fibras: ântero-lateral (flexão) e 
póstero-medial (extensão), sendo sua principal função proporcionar estabilidade posterior. !
O mecanismos de trauma está relacionado ao trauma antero-posterior em flexão, hiperextensão. 
Os sintomas mais relacionados são dor anterior, insegurança, falseio (os dois últimos são mais presentes 
em lesões mais graves ou combinadas). Quando isolada, a lesão provocará dor, principalmente na frente do 
joelho, já que a tíbia se posterioriza e faz sobrecarga na articulação da patela. !
O exame é feito através da gaveta posterior, posteriorização passiva (Godfrey). !
Exames complementares: Rx, Rx sob estresse (observa posteriorização da tíbia), RNM, artroscopia. !
Tratamento: conservador é a maioria (fortalecimento do músculo quadríceps). O tto cirúrgico é indicado 
para lesões associadas e instabilidade. Cuidado, pois é diferente do cruzado anterior!!
Complicações: artrose patelo-femoral e côndilo femoral interno!
*OBS: não fazer somente uma incidência de rx. É preciso fazer outras para verificar luxação. Deve-se, 
também, ter sempre muito índice de suspeição, pois nem sempre é de fácil dx essa lesão. !!
Meniscos!
! São dois: medial e lateral. Nada mais são do que fibrocartilagem com as funções de 
amortecimento*, distribuição de carga*, estabilização, nutrição articular e propriocepção. !
! É de suma importância saber a vascularização dos meniscos***. São subdivididos em três zonas: 
zona branca (maior parte), transição e zona vermelha (pois é a que existe a vascularização, é uma zona 
mais periférica). Lesões em área periférica são passíveis de cicatrização. A vascularização ditará o tto e o 
prognóstico da lesão.!
*Medial: 2x lateral!
O mecanismo de lesão está associado à torção, lesões ligamentares associadas, degenerativas.!
! A clínica será de dor, derrame articular, falseio e bloqueio articular. Ao exame físico, é necessário 
observar dor em interlinha articular, presença de derrame. Deve-se realizar os testes de Apley (com o 
paciente em decúbito ventral, flexiona-se o joelho e comprime a perna em direção ao joelho, rotacionando 
para fora e para dentro – ao rodar para fora testa menisco medial, para dentro se testa menisco lateral), 
McMurray (palpação da interlinha com rotação para dentro e para fora) e Steimann (com o paciente deitado 
faz-se a rotação externa do joelho- existirá dor para o lado medial). !
Exames complementares: raio-x mostra eixo do joelho, artrose; RNM; artroscopia!
O tratamento pode ser: !
- conservador (lesões pequenas assintomáticas)!
- cirurgia (artroscopia): maioria meniscectomia parcial!
- sutura meniscal (periferia)!
- transplante/prótese. !!
**Evitar meniscectomia total, pois a consequência final é a artrose!!!!!
! ! ! ! ARTRITE REUMATOIDE (aula 16)!
! ! ! ! ! Thalita Kummer!!
! Quando chegam pacientes em nível muito alto de deformidades, pouco temos a fazer sob o ponto 
de vista funcional. Queremos receber esses pacientes precocemente.!
! Conceito de doença reumatológica – diagnósticos imprecisos. Doenças que aparentemente não têm 
comportamento de doença reumatoide podem vir a apresentar e permear por outras doenças que são 
conhecidas também reumáticas – advém de mecanismos autoimunes: o próprio corpo faz um auto-
anticorpo e um auto-antígeno. É exatamente isso que faz com que tenha uma deposição do complexo 
autoimune – alteração de algumas estruturas, principalmente as de dentro de uma articulação (agressão às 
células sinoviais). Destruição e desestruturação de toda uma articulação.!
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- Doença inflamatória crônica, sem conhecimento da causa.!
- Acomete principalmente a faixa etária de 35-50 anos e atinge 3 mulheres para cada 1 homem.!
- Fatores de risco: tabagismo, consumo de café, exposição à sílica, genético (HLA – DR4).!
- Atinge as células sinoviais, presentes dentro da articulação E ao redor da bainha dos tendões 1 
componente de ARTRITE e 1 componente de TENOSSINOVITE. Tanto o tendão quanto a articulação 
podem ser acometidos.!
Sob o ponto de vista da doença, a função da ortopedia é em relação ao tto, realinhamento articular, 
ver se há tenossinovite ou artrodese no punho. !!
CRITÉRIOS (AMERICAN COLLEGE OF REUMATOLOGY) – tradicional; está em constante mutação.!
Presença de pelo menos 4 dos 7 seguintes critérios (para que os critérios de 1 a 4 sejam válidos, 
eles devem persistir por no mínimo 6 semanas):!
1.! Rigidez matinal e em torno das articulações por ao menos 1 hora - pessoas acima de 50 anos: é 
normal sentir dor articular quando acorda.!
2.! Inchaço dos tecidos de três ou mais articulações!
3.! Inchaço das articulações IFP, MF ou punho!
4.! Artrite simétrica!
5.! Nódulos subcutâneos!
6.! Teste positivo para fator reumatoide!
7.! Radiografia de erosões ou RM – RX é pedido precocemente principalmente para ver as MCF e as 
MTF. Encontraremos rarefação óssea periarticular. Hoje o screening está sendo feito com RNM.!!
AVALIAÇÃO LABORATORIAL!
! Atividade inflamatória: proteína C reativa e VHS.!
! Resposta imune humoral: autoanticorpos marcadores de atividade – tbm podem demonstrar uma 
manifestação clínica.!
! Anti-CCP: avalia a resposta humoral especificamente dentro da artrite reumatoide.!!
SINAIS PRECOCES!
! O diagnóstico precoce é muito importante.!
! Dentro da articulação e ao redor dos tendões é onde teremos essa doença; é onde teremos essa 
grande atividade.!
! Inicialmente: nos locais onde temos mais células sinoviais é onde teremos mais agressão da 
doença. Por isso existe a erosão que se forma pela presença dos fundos de saco que ocorrem nas 
articulações – no local onde tem mais sinovial vai ter uma reação inflamatória maior resposta do osso 
edema e erosão.!
O processo inflamatório dentro da articulação tem uma diartrose. Quando ela é acometida ela 
acumula substâncias inflamatórias nos fundos de “saco” – região metafisária – local esse que deve ser 
investigado no RX.!!!!!!!!! !
- Sinovite: aumento do volume articular.!
- Erosão do osso próximo inserção cápsula.!
- Tenossinovite: síndrome túnel carpo (muito comum) e rotura tendões extensores podem ser os primeiros 
sintomas.!
**A síndrome do túnel do carpo pode ser a primeira manifestação dessa doença. A doença pode 
ocorrer tanto dentro da articulação quanto ao redor do tendão, fazendo, por exemplo, uma síndrome do 
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túnel do carpo. Dentro do túnel do carpo temos 9 tendões flexores do carpo, cada um capaz de sofrer essa 
doença, e consequentemente quem sofre é o nervo mediano.!
Pode haver uma rotura de tendões extensores: retináculo dos extensores no dorso do punho 
(quantidade enorme de tendões), devido ao fato de haver muita bainha sinovial ao redor desses tendões 
podemos ter uma rotura tendinosa.!
! Se nós pudermos lançar mão da RNM, teremoso edema mais precocemente. É isso que vai me dar 
o dx, é isso que vai fazer com que eu consiga agir precocemente dentro da doença, modificando a sua 
evolução (e é isso que interessa). O que eu quero é que o pct não desenvolva essas deformidades.!!
ARTICULAÇÕES ACOMETIDAS!
Mãos e pés são as articulações mais são acometidas. Na mão e no pé, principalmente teremos as 
metacarpofalangicas e as interfalangicas.!
Quando interfalangica distal quase 100% do acometimento é de osteoartrose. Quando for 
interfalângica proximal pode ser tanto uma doença degenerativa, como pode ser uma doença reumática. O 
acometimento das mãos é muito grande. !
A coluna cervical também pode ser acometida. Ombros, quadris e joelhos também.!
O que acontece dentro das articulações? Destruição da cartilagem articular com desestruturação da 
articulação de todas as estruturas periarticulares.!
!!!!!!!!!!!!!
Na IFP é degenerativa e não é simétrica. Nas articulações distais existe um aumento de volume com a 
idade! É uma osteoartrose degenerativa.!!
MANIFESTAÇÕES INICIAIS!
Aumento da sinovial no dorso da mão (quarto túnel acometido). Edema em todos os dedos (mais 
grossos na base do que na extremidade). !
Roturas tendinosas (dorso da IFP): DEDO EM BOTOEIRA (degeneração do tendão do dorso das 
interfalangicas proximais ou degeneração, fazendo uma desestrutura e formando um colo do cisne são 
frequentes na AR).!
Rotura da IFD: DEDO EM MARTELO.!
Sintoma de parestesia na área do nervo mediano – passam 9 tendões dentro do túnel do carpo (não 
necessariamente noturna).!
DEDO EM GATILHO: impede a extensão ou flexão do dedo. É uma tenossinovite no colo dos 
metacarpos (região da palma da mão). É comum na AR. Forma um nódulo no tendão dos flexores, que 
engatilha.!!!!
! É notável a rarefação óssea nas articulações – representada pelo 
aspecto menos radiopaco da radiografia.!!!!
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DEFORMIDADES TARDIAS!
Deformidade do polegar (em adução), desvio dos dedos em direção oposta ao polegar, deformidade 
dos dedos em PESCOÇO DE CISNE (hiperextensão da IFP e flexão da IFD), deformidades do punho 
(destruição óssea), etc.!
Nos pés: hálux valgus, dedos em garra, etc. Onde é o apoio desse pé? Será na cabeça dos 
metatarsos, o que causa muita dor ao pct (metatarsalgia muito dolorosa).!
Joelhos: desestruturação. Praticamente há uma interrupção da articulação. Cistos de Baker (parte 
posterior do joelho) – desestruturação da articulação do joelho; esclerose ao redor da articulação – 
rarefação em região metafisária e esclerose em região periarticular.!
Coluna cervical: aumento do espaço entre o atlas e o áxis instabilidade; pode causar lesão medular 
ou radicular; instabilidade de C1-C2 (é comum na AR e devemos observá-la precocemente, para evitar uma 
subluxação atlantoaxial, que vai causar uma lesão nervosa que pode ser definitiva) destruição dos 
ligamentos, subluxação atlantoaxial, RX perfil superior a 3 mm devem ser considerados no adulto (entre o 
dente do odontoide e áxis instabilidade). A instabilidade pode levar a uma luxação ou subluxação.!
**É essencial o diagnóstico precoce.!!
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO!
! O tratamento da artrite reumatóide é essencialmente medicamentoso.!!
TRATAMENTO CIRÚRGICO!
Indicado quando sintomas como: !
- Dor que não passa com o tratamento medicamentoso!
- instabilidade (independente da dor), !
- déficit neurológico (como é o caso da instabilidade da coluna), !
- alteração da função (corpos resiformes – espessam o tendão) – principal queixa. !
- Perda progressiva de força.!
- Rotura tendinosa, transposição tendinosa. !
- Subluxação das MCFs (colocamos prótese de silicone – não confere força, mas alinha). !
- Alteração dos pododátilos (em garra)!!
Tipos de Cx: !
**Elas apenas auxiliam a diminuir o processo de AR e tentam evitar as deformidades!
- Tenossinovectomia: retirada da sinovial excessiva sobre o tendão, que está comprimindo o tendão, 
fazendo com que ele regenere. Quando sem resposta ao tratamento conservador por 6 meses (fazer 
antes da rotura do tendão); antes que o tendão rompa, você tira parcialmente a sinovial ao redor do 
tendão. É imprescindível para evitar uma rotura.!
- Sinovectomia – retirada da sinovial de dentro da articulação. A sinovial produz o liquido sinovial; se eu 
retira-la, vou deixar de produzir líquido articular. Contribuo assim para uma maior agressão da articulação.!
- Realinhamentos (prótese de silicone entre os dedos): é muito comum que façamos isso, porque na mão a 
tendência dos dedos é ir para o lado ulnar, então realinhamos os tendões extensores. Também é feito 
isso nos pés.!
As 3 de cima são de reparo e as 2 de baixo são de tratamento de sequela já:!
- Artrodese: (unir cirurgicamente uma articulação) acabamos com a função – rigidez (retiramos o 
movimento): instabilidade cervical, do punho (destruição) – ancilose: união óssea com destruição óssea 
sem ser cirúrgica (punho e pé são os que melhor aceitam a artrodese). Rigidez (tira o movimento). É 
importante quando temos uma articulação totalmente destruída eliminamos a dor do paciente. Um 
desalinhamento proximal vai interferir no desalinhamento dos dedos mais distalmente.!
- Artroplastias – substituição das articulações quando possível. Próteses que auxiliam a manutenção do 
movimento. Articulações de quadril e de joelhos.!
Nos pés: retirada do dedo em martelo/ em garra com alongamento dos tendões, alinhamento do 
hálux valgo, artrodese da metatarsofalângica e ressecção da cabeça dos metatarsos para dar espaço para 
o dedo se enconpridar um pouquinho e não provocar metatarsalgia.!!
CONCLUSÃO!
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Diagnóstico precoce e CLÍNICO (sempre é clínico): ANTES DE OCORRER AS DEFORMIDADES, 
TEMOS QUE PROTEGER AS ARTICULAÇÕES. Órteses em mãos e pés (funcionais, que são feitas para 
que o paciente evite posturas inadequadas). Exercícios de reabilitação.!
Orientações reumatológicas: o reumatologista tem que estar atualizado, tem que saber o que 
usamos de drogas modificadoras da doença.!
Equipe multidisciplinar: reumatologista + cirurgião de coluna + cirurgião da mão + terapeuta 
ocupacional + fisioterapia + oftalmologia Orientar como um todo esse paciente. Hoje existe uma 
especialidade dentro da terapia ocupacional que chama-se terapia da mão (reabilitação dessas doenças; 
esse pessoal também tem que ser colocado no jogo do tratamento porque eles saberão orientar esse 
paciente em diversas situações: distribuir o peso nas mão, fortalecer as musculaturas.etc.).!!!
! ! ! ! DOENÇA DE PERTHES (aula 17)!
! ! ! ! Jaqueline Ogeda!
! ! ! ! ! !!
! É uma doença pouco conhecida, pouco falada, mas é prevalente na população em geral. Existe 
uma razoável incidência dessa patologia, que atualmente é subdiagnosticada. Os sintomas iniciais são 
muito leves, e não é uma doença traumática, mas que afeta principalmente as crianças no início, podendo 
gerar na vida adulta alguns distúrbios. !!
Caso clínico:!
! Menino, 6 anos, BEG, afebril, que há um mês apresenta claudicação e dor 
na região inguinal. Por vezes, dor no joelho, sem trauma. Até então, pensaríamos 
em estiramento muscular pela atividade física, mas geralmente isso ocorre em 
adultos ou idosos. Também poderia ser uma doença reumática, como artrite 
reumática juvenil, tumor ósseo.!
! À radiologia, se observa: circunferência da cabeça do fêmur com uma 
retificação, uma deformidade (cabeça do fêmur não é mais uma bola). A cor do osso 
da figura em relação ao osso normal está mais radiopaco (mais branco), e isso 
significa estado isquêmico, necrótico.!
! Histórico de um mês, sem trauma, com início de claudicação e um aspecto 
diferente ao raio-x (osso mais branco, deformado). Sendo assim, uma isquemia em 
cabeça de fêmur em criança é doença de Legg Calvé-Perthes.!
! Trêsmédicos, em 1908, publicaram que algumas crianças chegavam mancado no consultório, com 
dor no quadril, mancando, sem causa conhecida, e o aspecto radiológico é de isquemia. No passado, 
achava-se que era uma doença consequente de tuberculose.!
!
Definição!
Doença em que há necrose avascular da epífise proximal do fêmur (e 
apenas na cabeça do fêmur) de característica autolimitada em crianças, de etiologia 
desconhecida. No passado havia uma desconfiança de que a doença teria origem da 
tuberculose, porém, até atualmente, não há um consenso de sua origem. É restrita ao 
fêmur, somente acometendo crianças. !
É autolimitada pois o sangue volta para a cabeça do fêmur, sendo esse 
retorno da circulação para a cabeça femoral espontâneo (existe cura 
espontanemante), levando de 2 a 4 anos para restabelecimento total da circulação. !
! Apesar de ser uma doença autolimitada, o estudo da doença é de 
fundamental importância para que se evite posteriores deformidades. Isso porque 
quando há necrose, a resistência do osso é afetada e pode gerar deformidades. 
Deve-se tratar a doença, para evitar a deformidade. Se a criança continua brincando mesmo com uma 
necrose em processo, a cabeça vai achatando até chegar em uma artrose de quadril. É fundamental 
portanto o tratamento da conseqüência da doença, já que a cura é espontânea (não adianta dar 
vasodilatador, anticoagulante). !
* A cura da necrose é espontânea, mas devemos evitar a deformidade!!
Epidemiologia:!
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•! crianças de 2-12 anos (4-8 anos: ocorrência máxima); diferente da epifisiolise, que acomete 
crianças de mais idade e aparece no período do estirão, sendo uma doença da puberdade, 
relacionada com hormônios.!
•! 5 masculino: 1 feminino!
•! Bilateral em 10% casos. Quando ocorre dos dois lados, geralmente primeiro acomete um lado e 
depois o outro (raramente é simultâneo).!
•! mais comum nos últimos filhos (sem razão)!
•! mais comum brancos e orientais!
•! mais comum em população de baixa renda!
! ! !
! ! Isso levou a alguns autores a investigação de alguma deficiência nutricional envolvida, mas nada foi 
concluído.!!
ETIOLOGIA:!
- Desconhecida (idiopática), não existe causa comprovada.!
- Teorias postuladas: inflamatória, traumática, alteração da coagulação, alteração vascular de pequenos 
vasos distais da cabeça do fêmur (estudos mais recentes). !
- Dificuldade para produção desta doença em laboratório!
! Alguns autores pesquisam algum complexo autoimune que agride a circulação da cabeça do fêmur 
nessas crianças, sendo uma doença autoimune, mas nada ainda foi provado - permanece de etiologia 
desconhecida. !!
CLÍNICA:!
- Criança que apresenta claudicação. A família tende a associar com alguma atividade física traumática 
anterior ao episódio, mas esta não tem relação com a doença. !
- Existe dor em quadril, coxa, joelho, devido a irradiação causada pela inervação pelo obturatório (ramo do 
nervo femoral). A dor não é incapacitante.!
- Muitas vezes existe uma atrofia muscular por desuso, sem causa correta.!
- Discrepância de membro: membro afetado menor que o outro lado, principalmente em crianças maiores;!
- Limitação funcional de rotação interna e abdução. !!
Estágios:!
1.! Necrose: fase inicial. Se caracteriza pelo aumento da opacidade na epífise femoral devido a 
isquemia. No raio-x a cabeça do fêmur fica um pouco menor em relação ao outro lado. !
! a. É autolimitada porque a necrose cura, mas isso não significa que não haverá deformidades!
! b. O que deve ser tratado é a deformidade!
2.! Fragmentação: cabeça do fêmur começa a se partir como se fosse uma fratura (radiograficamente 
também parece). Essa fase é causada pelo próprio organismo tentando reabsorver o osso necrótico 
para substituí-lo por um osso de densidade normal.!
3.! Remodelação: reossificação.!
4.! Sequela!!
! Esse processo pode durar de 2 a 4 anos, e as fases se intermeiam, portanto todos os processos 
são dinâmicos. O critério de cura só é determinado pela fase de remodelação e sequela. !
! Denominada também como osteocondrose do quadril, mas é estudada separadamente pois 
possuem curso mais lento e deformidade excessiva.!!
Classificação:!
CATERRAL: de acordo com o envolvimento da epífise-parcial ou total (porcentagem de acometimento da 
cabeça).!
I. 0-25% - bom prognostico (necrose parcial)!
II. 25-50% - bom prognostico (extensão da necrose)!
III. 50-75% - prognostico moderado!
IV. 75-100% - prognostico ruim!!
**HERRING: mais recente e mais utilizada no mundo. Essa classificação orienta o tratamento. Foi 
descoberto que a principal circulação da cabeça é lateral, e dividiu-se a cabeça em três apartes: lateral, 
medial e central. A interpretação baseada nessas divisões é que para saber o estágio da doença o mais 
importante é a altura do pilar lateral. Portanto, essa classificação diz a respeito do pilar lateral. !
! Para saber se está normal faz RX contralateral e faz-se a medida. !
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A.! Sem alteração pilar lateral: altura se mantém, bom prognostico - não deixa sequela.!
B.! Perda altura 50%: intermediário; pode deixar sequela!
C.! Mais de 50% perda: pior prognostico (não vê o pilar lateral); vai deixar sequela!!
Sinais no raio-x que são ruins:!
- Subluxação lateral: com a evolução da doença, a cabeça pode subluxar alguns milímetros, 
consequentemente sofrendo maior pressão do acetábulo, gerando maior deformidade. Nesses casos o 
prognóstico não é bom, ou seja, haverá deformidade da cabeça.!
- Sinal de Gage: é uma rarefação da epífise até a metáfise. !
- Calcificação lateral!
- Horizontalização da fise!
- Cistos subcondrais: reflexo da necrose (mancha no osso)!!
!!!!!!!!!!!
Diagnostico diferencial:!
! Série de doenças podem ser destacadas como diagnóstico diferencial jaá que o histórico desses 
pacientes é comum. Estas são:!
- sinovite transitória, !
- condrólise (necrose da cartilagem), !
- displasia de Meyer: alteração da cabeça do fêmur congênita. Geralmente a criança com 1 ano já claudica, 
o envolvimento é bilateral e pode associar alteração de outros ossos.!
- displasia epifisária múltipla, !
- artrite infecciosa: ver hemograma,!
- artrite reumática!
- tumores. !
! Geralmente, o quadro clínico e a radiologia serão suficientes para estabelecer o diagnóstico. !
* Pesquisas apontam que a RNM é capaz de fazer o diagnóstico antes do aparecimento da necrose no raio-
x. Nesse exame aparece alteração do trabeculado (canais de Volkmann) no osso e edema ósseo.!!
**TRATAMENTO:!
O objetivo é evitar a deformidade da cabeça do fêmur. A cabeça do fêmur é uma esfera, o 
acetábulo é uma concavidade; se eu tenho uma isquemia, a cabeça perde a resistência, fica mole, e a 
criança continua brincando mesmo com a dor (não é incapacitante). Essa pressão exercida pela cabeça 
pode gerar deformidade já que a cabeça está amolecida. Sabendo disso, o princípio é manter o quadril 
centrado, deixando o acetábulo articulado corretamente com a cabeça do fêmur e preservar mobilidade 
articular (movimento de flexo-extensão). !
Os resultados de tratamento conservador ou cirúrgico são iguais, mesmo em longo prazo. 
Geralmente, a opção inicial é o tratamento conservador. As cirurgias, quando indicadas, são para pacientes 
acima dos 8 anos. !!
Tratamento conservador!
! Há uma imobilização da criança, para que não ande e haja maior deformidade da cabeça do fêmur. 
O gesso é inguino-maleolar, em posição de abdução e rotação interna, para manter a cabeça 100% 
centrada no acetábulo. !
* Quando estamos em abdução a epífise femoral está totalmente coberta e o acetábulo vai servir de molde 
para a cabeça. Como só a cabeça está doente, o acetábulo é um modelo para a reconstrução da cabeça. !
! O gesso é chamado de Broom Stick (cabo de vassoura que separa as 2 pernas, ele é adaptado 
para mantera perna em abdução).!
! É utilizado em torno de 45 dias (6 semanas), após a retirada há 2 semanas de descanso (criança 
pode deambular, fazer fisioterapia) e depois realiza radiografia e analisa se a fragmentação está 
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desaparecendo, ou seja, está entrando na fase de fragmentação. Se tiver iniciando a fase de fragmentação 
significa que está curando, todo esse processo leva em média 6 meses. Então são 6 meses de 
imobilização, lembrando que esta não é contínua (há 2 semanas de descanso). !
! !!!!!!!!!!!!!!
Tratamento cirúrgico:!
Tratamento cirúrgico não é melhor que o conservador, mas reservado para casos específicos. Utilizada 
em acima de 8 anos em pacientes com subluxação lateral, ou quando falha do tratamento conservador.!
* A necrose vai ser curada, portanto não é necessário tratamento para ela. !!
As cirurgias:!
- osteotomia do fêmur (varizante) em que se encaixa melhor a cabeça dentro do acetábulo!
- osteotomia do acetábulo: enxerto para ampliar o acetábulo, evitando subluxações!!
Prognóstico:!
Bom prognóstico: em relação ao desenvolvimento ou não de artrose.!
- Quando a doença se inicia e é diagnosticada abaixo dos 6 anos!
- Quando a classificação de Caterral é tipo 1 !
- Quando a classificação de Herring é grau A!
- Quando, ao final do tratamento (após 4 anos), a cabeça permanece esférica!!
Complicação:!
! A principal complicação é a artrose coxofemoral precoce, causada pelo achatamento da cabeça. 
Após a deformidade da cabeça deve ser realizada uma prótese, o que não é feito em crianças devido a 
necessidade de troca a cada dez anos.!
- Pacientes acima de 8 anos com subluxação, mesmo assim em alguns casos pode-se tentar o tratamento 
incruento e só se não der certo partir para o cirúrgico. !!!!!
! ! TUMORES ÓSSEOS E LESÕES PSEUDO-TUMORAIS (aula 18)!
! ! ! ! ! Uilliane Pietro!!
Tumor pode ser definido como crescimento anormal de tecido (vários tipos de tecido), benigno ou 
maligno. É um assunto muito especializado dentro da medicina, especialmente quando abordada pela 
medicina oncológica. Envolve uma série de alterações do comportamento normal do indivíduo. A oncologia 
ortopédica se dedica aos tumores de ossos longos, sendo os tumores da coluna abordados pela 
neurocirurgia e pelo cirurgião da coluna. !
Deve-se salientar que o estudo de tumor é feito por imagens, sendo atribuída uma dificuldade 
diagnóstica. O mais importante é sabermos que o dx do tumor é feito por vários parâmetros (abordados a 
seguir). !
Numa imagem, por exemplo, podemos não conseguir observar os limites de ossos normais e do 
que é tumor, demonstrando um mau critério radiológico (doença está invadindo tecido normal). Ao olharmos 
a radiologia, não sabemos qual a classe pertencente ao tumor, ela somente é estabelecida através da 
biópsia. !!
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TUMORES ÓSSEOS!
O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos, na radiologia, no laboratório e na patologia.!
O laboratório fornece dados genéricos e apoio às imagens (HMG – anemia, VHS elevado, fosfatase, 
eletroforese de proteínas, proteínas de Bence Jones na urina, cálcio, fósforo), porém somente o aspecto 
histológico, pelo tipo, há demonstração da gravidade e a agressividade do tumor. Baseado no estado clínico 
do paciente que se propõe o tto ou não.!
A coluna é o primeiro sítio de metástase, para a maioria dos tumores, além de ser local de tumores 
primários. E existem critérios que ditarão a sobrevida do paciente de acordo com o tumor. Se a sobrevida 
for pequena, melhor somente fazer o tto paliativo (como de 3 a 6 meses), tentando descomprimir o tumor, 
melhorando a dor do paciente. Caso a sobrevida seja de um ano para mais, deve-se fazer a cura local, 
através de ressecções amplas (anterior e posterior). Tudo isto dependerá apenas não do tumor, mas sim da 
situação clínica que se encontrará o paciente (ex: atrofia, sd consumptiva). !
! Basicamente, um dos primeiros exames para se elucidar o dx é pela radiografia ou ressonância 
magnética. Eventualmente, pode-se fazer raio X contrastado da coluna, arteriografia, urografia, mielografia, 
TAC (estadiamento -- determinar se tumor está dentro ou fora do osso, se é maligno ou benigno), 
cintilografia. !!
Diagnóstico clínico:!
É preciso analisar a história, sabendo inicio, duração, sintomas, idade. Ao exame físico, observar 
principalmente aspecto do membro e volume. !
! ! !
Diagnóstico laboratorial!
-Hemograma: anemia, rouleaux!
-VHS, geralmente elevado!
-Fosfatases!
-Eletroforese de proteínas - hipergamaglobulina!
-Urina: P. Bence Jones!
-Cálcio!
-Fósforo!
*Fosfatase ácida e fosfatase alcalina podem estar alteradas em tumores ósseos.!!
Diagnóstico por imagem!
-Raio X simples: qualidade digital!
-Raio X contrastado!
-Arteriografia!
-Urografia!
-Mielografia!
-TAC: realizar o estadiamento (tumor dentro ou fora do osso, aspecto benigno ou maligno). !
-Cintilografia!
-Tecnécio 99,89!
-Ressonância magnética!
! !
Diagnóstico radiológico!
- Local da lesão – epífise, metáfise e diáfise – tem tumores característicos de cada local. !
- Natureza do processo!
- reação periostal!
- limites e bordas!
- partes moles. !
Deve-se saber o local da lesão: epífise, metáfase ou diáfise. Tumores diafisários, em geral, são 
metastáticos. Observar a natureza do processo, ou seja, lítico (destrutivo—reduz massa óssea)) ou blástico 
(produtivo, formador de tecido que imita osso). O raio dx basicamente se mostrara com rarefação pálida ou 
condensação. Observar se há reação periostal (levantamento do perióstio), os limites e as bordas (tumor 
benigno se observa cortical destacada, área lítica ao centro e bordas claras, limites claros entre o patológico 
e o normal). Tumor sem limite, com área lítica que se estende sem limites definidos tem alta probabilidade 
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de ser maligno. Finalmente, observa-se se existe invasão de partes moles. Tumor que invade partes moles 
passa na escala de estadiamento para uma situação mais crítica. !
*fratura patológica é a fratura em local afetado, ocorrendo em osso tumoral, infecção, osteoporose. Há 
alguma doença prévia à fratura. !
! Todos estes dados no estudo radiológico são importantes.!!
Imagem!
- Achados radiográficos característicos!
•! Desaparecimento do pedículo (Winking owl sign) por uma metástase, acontece por via 
hematogênica e pega o pedículo, dando a imagem da coruja com um olho fechado. Tumores locais 
pegam o corpo da vértebra, e não o pedículo. Olhar todos os pedículos, um por vez (é uma imagem 
radiológica chave, pois é por onde inicia-se a vascularização). !
- RNM: destruição ou apagamento do corpo vertebral, com massa invasora do canal, promovendo 
compressão. Pode-se analisar o grau de compressão do saco dural em 4/5 fases. A urgência cirúrgica é 
dependente do quanto ou não que afeta a medula. A RNM mostra invasão de partes moles. !
- TAC: estadiamento de lesão, invasão de compartimentos e prognóstico. !
- cintilografia: capta radioisótopo, sendo que áreas mais vascularizadas têm maior captação. Exame 
sensível, porém não específico. !
- PET Scan: realiza-se mapeamento do organismo, pela parte interior do corpo. Mostra metástases de 
várias partes. !
 !
*tumor primário: mais do corpo vertebral, tumor metastático ocorre mais nos pedículos. !!
Anatomopatológico!
É quem ditará o tto, sendo este curativo ou paliativo. Precisa-se de exatidão da anatomia e da patologia. !
- Biópsia: procedimento em que se retira uma amostra de tecido e se encaminha para análise da patologia. 
Pode ser de dois tipos:!
•! Aberta: cirúrgica; cada vez que se faz um biópsia aberta em um tumor maligno faz se a 
contaminação e pode fazer a disseminação. !
•! Fechada: por punção; é o principal método de punção com agulha ou trocater!
- em geral,deve ser feita com guia pelo computador. Deve-se acertar o centro da lesão e realizar a bx no 
local certo. !
- Principal fonte de erro: tecido inadequado!
- Patologista experiente em TU ósseo (patologista deve ver a clínica, rx e depois a lâmina; pois mostra 
somente células gigantes, neoformações, não demonstrando o tipo do tumor)!
- Se tumor secundário fazer testes para pesquisa de foco primário!
*nem sempre será possível fazer o dx exato anatomopatológico do tumor. !!
Classificação OMS – critérios histológicos!
! O diagnóstico do tumor é baseado na histologia. Será variável se o tumor é benigno, maligno, 
radiosensível ou não. Dependerá da bx e do tipo do tumor, classificados de acordo com os critérios 
histológicos. !!
Tumores formadores de tecido ósseo: benigno (osteoma, osteoma osteoide, osteoma benigno), malignos 
(osteossarcomas). !
Tumores formadores de tecido cartilaginoso: benignos, malignos. !
Tumores de céls gigantes: são extremamente agressivos!
Tumores de medula óssea: malignos – turmo de Ewing, Mieloma, linfomas!
Tumores vasculares: benignos, intermediários ou malignos. Intermediários são aqueles potencialmente 
malignos, em que poderão avançar para o câncer. São: hemangioma, linfangioma, hemangioendotelioma. !
Tumores do tecido conjuntivo (outros tumores): benignos (fibroma desmoplástico, lipoma) ou malignos 
(fibrossarcoma). !
Outros tumores: cordoma, adamantioma, neurilemoma, neurofibroma!
Lesoes pseudotumorais: cisto ósseo solitário, cisto ósseo aneurismático, cisto ósseo justa-articular, 
defeito fibroso metafisário, ganuloma eosinófilo, displasiai fibrosa, hiperparatireoidismo, cisto epidermoide 
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intra-ósseo, miosite ossificante. São de aspecto radiológico e crescimento parecidos com tumor, porém não 
são, são benignos. !!
Osteoma osteóide!
Lesão osteoblástica benigna, caracterizada por ter um geral, menos de 1 cm com bordas 
claramente delimitadas, com uma zona periférica de neoformação óssea reativa. Clínica de dor crescente 
(ocorre muito a noite e cede com aspirina) atrofia muscular, artrite e escoliose. Frequentemente acomete 
indivíduos dentre 11 e 20 anos de idade, com maior predominância no sexo masculino. !
-Frequência: +/- 10% dos tumores benignos!
-Localização: 50% em fêmur ou tíbia!
-Raio X: visualização não exata; foco osteolítico!
-Melhor visível na ressonância!
- Tratamento: ressecção. !
! Lesão autolimitada, com tendência à maturação espontânea em dois a cinco anos. O nicho 
progressivamente se calcifica e ossifica, confundindo-se com osso esclerótico ao redor. Com a maturação 
da lesão, a dor diminui. O curso natural é transformação de uma lesão ativa em latente. A cintilografia 
continua demonstrando o aumento da concentração, mesmo após a maturação e calcificação do nicho. !!
Osteoblastoma!
! Lesão semelhante ao osteoma osteoide, que acomete mesma faixa etária, mesmo sexo, mesma 
frequência e localização, mesma clínica, com lesão um pouco maior. A diferença, então, será dada pelo 
tamanho maior ( > 1,5 cm), com habitual ausência de zona periférica de formação óssea reativa e 
maior agressividade. !
- Idade: 3 primeiras décadas!
- Imagem predominantemente osteolítica, raramente predomina componente osteoblástico. !
- Sexo masculino!
- Frequencia 1%!
- Localização: tíbia, coluna, fêmur!
-Clínica: dor, compressão!
- Melhora com aspirina a noite!!
Osteossarcoma!
Tumor maligno caracterizado pela formação discreta de tecido ósseo ou osteóide pelas células 
tumorais. Contém vários tipos histológicos, com diferentes graus de malignidade.!
- Idade: 60% na 2ª década!
- Sexo: 60% no masculino!
- Tumor primário maligno mais comum!
- Metáfise de ossos longos + 50% joelho!
- Clinica: dor, aumento de volume, fosfatase alcalina.!
- Rx: Origem central, destrói a cortical, invade partes moles, espículas em raio de sol, triangulo de Codman 
(patognomonico de tumor maligno – levantamento do periósteo. Tumor cresce levanta o periósteo e 
calcifica). É um tumor altamente vascularizado e as células ósseas começam a se depositar como se 
fossem raios de sol.!!
TUMORES FORMADORES DE CARTILAGEM!
Condroma!
Tumor benigno caracterizado pela formação de cartilagem madura. Possui tipos: central, 
justacortical e calcificante. Tumor que insufla a cortical, respeita a delimitação da epífise, com graus 
diferentes de erosão. !
Condroma múltiplos, encondromatose unilateral (Ollier) com hemangiomas: S. Maffucci. Ao raio X se 
tem descrição bem delimitada; erosões em diferente planos dando uma imagem que parece multicavitada, 
não havendo comumente reação periostal. !
- 3ª a 4ª década, sexo masculino e feminino.!
- Frequente em ossos dos pés e das mãos!
- Tratamento por curetagem e enxerto. !
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!
Osteocondroma!
Saliência óssea coberta por cartilagem que se desenvolve na superfície externa do osso. Pode ser 
séssil ou pediculado, benigno, porém contém cartilagem que pode malignizar. Ao se malignizar, dá tumor 
secundário que é o condrossarcoma. !
- Tipo séssil – base ampla!
- Tipo pediculado – maligniza, se transforma em um condrossarcoma. !
- Múltiplos (aclasia diafisária)!
- Displasia epifisária hemimelica!
- Sua retirada evita a malignização. !!
Condroblastoma!
 Benigno, raro, com céls semelhantes à condroblastos de céls gigantes. Caracteriza-se por tecido 
muito celular e relativalmente indiferenciado. !
- Comum no ombro!
- Um dos dois únicos tumores epifisários. Só tem ele e o tumor de células gigantes ( 30 anos).!
- 2ª década, mais ou menos 20 anos.!
- Sexo feminino!
- 1% dos T.B!
- Localização: epífises*!
- Clínica: dor, artrite.!
- Raio X: área bem delimitada de osteólise, excêntrica, oval, delimitação do canal medular!
- Tratamento: ressecção e enxerto. !!
Fibroma condromixóide!
! Lesão cartilaginosa, benigna ativa, em que o tecido cartilaginoso é entremeado à áreas de tecido 
mixóide e fibroso. Tecido mixomatoso aparece pela necrose do tecido condroide e tecido fibroso é resultado 
da reparação das áreas degeneradas. Lesão cartilaginosa benigna mais rara. !
- Idade: 2ª a3ª década!
- Sexo feminino!
- Excêntrico, do centro para o lado, com limites definidos, osteolítico (benignos em geral são destrutivos).!
- Tumor metafisário, tíbia em 30% !
- Clínica de dor, tumefação!
- Rx: área de rarefação óssea (tamanho variável – excêntrico) expansão cortical.!!
Condrossarcoma!
! Lesão cartilaginosa maligna, primariamente em adultos, raramente em crianças e mais raro ainda 
em crianças. !
- 30 a 60 anos!
- Sexo feminino 60%!
- Frequência 10% dos T. M!
- Fêmur, úmero e pelve. !
- Tumor maligno cujas células formam cartilagem e não tecido ósseo.!
- Não tem limites bem definidos, tem áreas mais condensadas, de calcificação. !
- Tratamento dependerá do estadiamento e sobrevida variará com o grau de malignidade. !!
Tumor de células gigantes !
! Tumor benigno agressivo, com características de tecido muito vascularizado, constituído por 
estroma de céls fusiformes ou ovoides e presença de numerosas céls gigantes do tipo osteoclástico, 
distribuído de forma uniforme por todo tecido neoplásico. O tumor de céls gigantes é uma entidade benigna 
agressiva, mas não maligna. Deve ser tratada como tal, tanto no tto inicial como em suas recorrências. !
- raro, 50% entre 20 e 40 anos. !
- Sexo masculino. !
- 50% no joelho, dor. Rx – área transparente, expansiva, excêntrica e epifisário!
- deve ser ressecado totalmente!
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Ortopedia P2 Jaqueline Ogeda, Thalita Kummer e Uilliane Pietro
*origina metástase em pulmão. !!
OBS: tumores de epífise: condroblastoma e tumor de céls gigantes!!
TUMORES DE MEDULA!
Tumor de Ewing !
Tumor de pequenas células redondas, máxima mortalidade entre os tumores ósseos, radiosensível 
e quimiosensível. Tumor do sistema reticulo endotelial, ocorrem em jovens (5 – 15 anos).

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