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movente que não seja ele próprio mutável: o primeiro 
motor imóvel, que é Deus).
• Segunda via: o argumento da causalidade eficiente ou 
da causa primeira (nas relações de causalidade, um 
efeito é necessariamente antecedido por uma causa, 
e o que é causa para um efeito é, em igual medida, 
efeito de uma causa anterior; tal situação se sustenta 
na causa primeira, que não é efeito, e da qual decor-
rem todas as relações de causa e efeito imanentes ao 
mundo: essa causa primeira é Deus).
• Terceira via: os seres contingentes e o ser necessário 
(os seres da natureza são contingentes, isto é, podem 
ser e podem não ser, algo que é atestado por nossa 
experiência sobre a geração e a corrupção dos seres 
existentes. Porém, a existência do mundo requer um 
ser necessário, que jamais transita para o não ser e 
sem o qual não existiriam os seres contingentes: esse 
ser necessário é Deus).
• Quarta via: os graus de perfeição dos seres e o ser 
perfeito (há diferentes níveis de perfeição nos seres, o 
que nos permite afirmar, em uma perspectiva compa-
rativa, que existem seres mais perfeitos e seres me-
nos perfeitos. Constata-se, assim, uma gradação de 
perfeição que procede de um parâmetro de absoluta 
perfeição, remetendo ao ser perfeito: esse ser perfeito 
é Deus.).
• Quinta via: o sentido teleológico, segundo o qual to-
dos os seres do mundo possuem uma finalidade, 
sendo que até mesmo os seres incapazes de conheci-
mento agem conforme um fim que lhes é inerente, em 
sintonia com a ordem do Universo. Esse Universo rigi-
damente ordenado, em que todas as coisas são dire-
cionadas a um fim, revela o governo de uma inteligên-
cia ordenadora: essa inteligência ordenadora é Deus.
C. A querela dos universais
A polêmica dos universais, desenvolvida na passagem 
da Alta para a Baixa Idade Média, examina as relações con-
ceituais entre os termos que designam uma multiplicidade 
de individualidades e essas individualidades em si mesmas. 
Termos como “humanidade” são conceitos com realidade ob-
jetiva ou são simples nomeações desprovidas de conteúdos 
reais? Em torno desse problema, desenvolvem-se, na filoso-
fia medieval, três concepções: o realismo, o nominalismo e o 
realismo moderado. 
• Realismo: compreende os conceitos como realidades 
objetivas. Segundo esse ponto de vista, a humanidade 
é um conceito real e os seres humanos singulares são 
realizações específicas dessa realidade conceitual.
• Nominalismo: entende que os termos universais 
são somente palavras sem conteúdo real, que não 
se referem com pertinência à realidade, pois o que 
realmente existe são as individualidades que efetiva-
mente se observam no mundo. Sob essa ótica, huma-
nidade é somente um termo convencional, porque o 
que existe de fato são os múltiplos seres humanos 
em sua vida concreta. 
• Realismo moderado: defendido por Pedro Abelardo 
(1079-1142), é uma tese intermediária, na qual os ele-
mentos que formam os indivíduos, suas características 
universais e suas características singulares, não são 
objetivamente dissociáveis; eles existem concreta-
mente nas composições individuais. Entretanto, esses 
diferentes elementos são discernidos pelo intelecto 
humano que, mediante o procedimento da abstração, 
identifica os aspectos comuns das individualidades, 
os quais consistem, assim, em conceitos universais.
3. Filosofia Moderna
A. René Descartes
Segundo Descartes (1596-1650), para se ter o verdadeiro 
conhecimento de alguma coisa é necessário que sejam elimina-
das todas as dúvidas possíveis a respeito daquilo que se preten-
de conhecer. A dúvida serve como método (dúvida metódica) 
para o sujeito que pretende conhecer determinado objeto.
Se podemos duvidar de tudo, isso já é um fato em si e, 
se podemos duvidar, isso implica em outro fato: o que nos 
permite duvidar? Duvidamos porque temos a capacidade de 
pensar; logo, se pensamos é porque existimos (“penso, logo 
existo”, que, em latim, é cogito, ergo sum).
A dúvida metódica nos permite encontrar a primeira e in-
questionável verdade clara e distinta: existo porque sou antes 
de tudo uma coisa pensante. Descartes retoma a importância 
da razão como fonte primeira do conhecimento verdadeiro. 
Um ser que pensa tem uma compreensão real.
As ideias produzidas pela razão são chamadas por Des-
cartes de ideias claras e distintas. Elas correspondem a 
verdades inquestionáveis e são inatas, ou seja, já nascemos 
com elas.
Em Descartes, o ponto de partida da análise é o sujeito (que 
nesse caso é o cogito, ou seja, a razão) que investiga o objeto (o 
mundo). A reunificação da unidade ser humano-natureza se dá 
do sujeito para o objeto. A análise de Descartes parte dele pró-
prio, isto é, do indivíduo que quer compreender o mundo.
Assim como Platão, que separou o “mundo das ideias” do 
“mundo sensível”, Descartes também separa a “alma” (res 
cogitans – razão) do “corpo” (res extensa – sentidos). O co-
nhecimento obtido pela razão é mais seguro do que aquele 
obtido pelos sentidos.
A corrente filosófica cartesiana é conhecida como ra-
cionalismo e influenciou outros importantes pensadores da 
Idade Moderna, como o alemão Leibniz (1646-1716) e o ho-
landês Spinoza (1632-1677).
B. David Hume
Hume (1711-1776) foi o maior expoente do empirismo. 
Se, para Descartes, a razão é tudo e por isso as ideias são 
inatas aos homens, para Hume isto é impossível, pois o ser 
humano está submetido aos sentidos: as ideias são meros 
reflexos das impressões que obtemos do mundo exterior.
A filosofia empírica (filosofia da experiência) entende que 
o ser humano é primeiramente vazio de saber, como uma 
lousa limpa. Por meio da experiência proporcionada pelos 
sentidos, ele descobre, por exemplo, que a água é diferente 
do álcool. A razão tem seu papel na formação do conheci-
mento, mas de uma forma secundária frente aos sentidos.
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Hume questionou a validade da relação “causa e efeito” à 
maneira como era usada pelos racionalistas. Para ele, se sa-
bemos que o fogo é a causa do calor, isso ocorre devido à ex-
periência, por meio da qual percebemos tal fato. Não se trata 
de um conhecimento inato relacionar o fogo como a “causa” 
do “efeito” calor. Contudo, a experiência não nos revela que 
“o fogo é a causa do calor”, mas sim que “há fogo, portanto há 
calor”. “Fogo” e “calor” são exteriores entre si e não há nada 
que os relacione interiormente. Para Hume, “causa e efeito” 
não são necessariamente ligados entre si.
Dessa forma, quem nunca tiver sofrido um ferimento ja-
mais terá a ideia de dor relacionada a um ferimento, a não ser 
por uma crença desenvolvida a partir do hábito que temos de 
acreditar e aceitar algumas “verdades”, o que levou Hume a 
tratar da questão das crenças. Para ele, a crença seria a atitu-
de de aceitação de uma verdade que possui uma determina-
da certeza, sem poder ser comprovada racionalmente. Esta 
atitude da aceitação vem da necessidade que os homens têm 
em acreditar nos acontecimentos. O ser humano se habitua a 
crer nas leis imutáveis da natureza ou na sua causa e efeito.
A crença não pode ser confundida com ficção, uma vez que 
ela é mais viva por apoiar-se no hábito, produzindo a sensação de 
que os fatos naturais ocorrem com regularidade. O que me leva a 
acreditar em certas coisas que não vejo ou não posso tocar, por 
exemplo, é a crença sustentada pelo hábito. O “eu” metafísico não 
pode existir, mas sim a natureza humana, ou seja, a maneira pela 
qual as ideias são naturalmente associadas pelo pensamento.
Um dos iniciadores da ideia da experiência como fonte de 
conhecimento na Idade Moderna foi o filósofo inglês Francis 
Bacon, cuja influência sobre outros filósofos do Reino Unido 
foi fundamental. Entre os grandes nomes do empirismo in-
glês estão também John Locke e Thomas Hobbes.
C. Immanuel Kant e o criticismo
Kant (1724-1804) busca superara dicotomia racionalis-
tas-empiristas, além de propor as bases para a constituição 
de uma moral.
A filosofia kantiana é tão revolucionária quanto o pensa-
mento de Nicolau Copérnico (1473-1543) foi para a Astrono-
mia e para a ciência em geral (Revolução Copernicana). En-
quanto Copérnico colocou o Sol no centro do Universo (teoria 
heliocêntrica), em oposição à teoria geocêntrica da Antigui-
dade e do Medievo, Kant colocou a razão no centro de suas 
análises, partindo do pressuposto de que era necessário per-
ceber o que ela é, o que ela pode ou não conhecer, quais são 
os seus limites. Não se trata de conhecer o mundo e as coisas 
que existem nele, seja por meio da razão, seja por meio da 
experiência: trata-se, primeiro, de conhecer a própria razão.
Para Kant, a razão é uma forma pura, sem conteúdo, e isso 
é universal. Essa estrutura da razão é inata, portanto, anterior à 
experiência (a priori). Já os conteúdos que a razão conhece, es-
ses sim, dependem da experiência, caso contrário, a razão seria 
inoperante. Esses conteúdos só existem a posteriori, pois são 
fornecidos pela experiência, ou seja, vêm depois. Sendo assim:
Conhecimento verdadeiro = síntese realizada pela razão 
entre uma forma universal inata e um conteúdo particular 
oferecido pela experiência.
Kant afirma que não somos capazes de conhecer intei-
ramente os objetos reais, pois esse conhecimento é limita-
do por aquilo que somos capazes de pensar a respeito eles. 
Nosso conhecimento é limitado pelas noções de espaço e de 
tempo inerentes à nossa razão, e às quais estamos presos. 
Dessa forma, o “ser em si” não existe, ou seja, não existe um 
mundo independente do sujeito. O objeto a ser conhecido só 
existe em função de um sujeito que o conhece: o ser humano.
Para Kant, um iluminista convicto, a resposta à pergunta “O 
que é o esclarecimento?” – ou seja, o que é o próprio Iluminis-
mo – estava justamente na figura do ser humano, pois este deve 
sair da “menoridade” do conhecimento e atingir o seu ponto mais 
alto, sendo que o caminho a ser trilhado é o próprio ser humano, 
percebendo a sua capacidade de conhecer. É por meio do conhe-
cimento que o ser humano atinge sua liberdade (“maioridade”).
No que diz respeito à ética, Kant afirma que a capacidade 
que o ser humano tem de diferenciar o certo do errado é inata, 
ou seja, a moral humana independe da experiência, já nasce-
mos com ela. Sendo anterior à experiência, ela é universal: vale 
para todas as pessoas, onde quer que elas estejam e em qual-
quer tempo. O ser humano não escapa do imperativo categóri-
co, ou seja, uma ordem válida para agir em relação a tudo (ética 
do dever): devemos sempre agir de modo a podermos desejar 
que a regra a partir da qual agimos se transforme numa lei 
geral. Quando faço uma escolha e ajo de determinada maneira, 
preciso estar convicto de que posso desejar que todas as outras 
pessoas façam a mesma coisa na mesma situação, afinal não 
posso desejar para os outros aquilo que não quero para mim.
Duas coisas me enchem a alma de crescente 
admiração e respeito, quanto mais intensa e fre-
quentemente o pensamento delas se ocupa: o céu 
estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.
Immanuel Kant
D. Francis Bacon e Galileu Galilei 
O inglês Francis Bacon (1561-1626) defendia a necessi-
dade de conduzir a observação e a experimentação por meio 
de um método seguro e rigoroso, visando eliminar os “ídolos” 
que poderiam conduzir o intelecto humano ao erro. Na obra 
Novo Organum ele critica os quatro “ídolos” que seriam os res-
ponsáveis pelo insucesso da ciência:
• Ídolos da tribo: são fundados na própria natureza 
humana e se referem às imperfeições do intelecto, 
causadoras da ingenuidade humana de acreditar em 
coisas que lhes são convenientes.
• Ídolos da caverna: predisposição do intelecto humano 
em tomar seu mundo particular como verdadeira reali-
dade (o “mundo das sombras” da Alegoria da Caverna).
• Ídolos do foro: demonstram problemas de comunica-
ção entre os homens, pois as palavras nem sempre 
são tomadas pelo sentido com que são faladas.
• Ídolos do teatro: apontam as doutrinas filosóficas 
como invencionices especulativas.
Para superar os “ídolos”, Bacon propõe o método experi-
mental, conduzido por um modelo rigoroso de investigação. 
Segundo ele, é preciso descrever todas as circunstâncias em 
que um fenômeno ocorre, além de avaliar os casos em que 
esse mesmo fenômeno não ocorre. Propõe o exame detalhado 
dos casos particulares e a relação entre eles para chegar-se a 
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uma conclusão geral (trata-se do método indutivo em substi-
tuição ao dedutivo). Para Bacon, a experiência como método 
para desvendar os fenômenos representa também o poder de 
os manipular. Daí a sua mais famosa frase: “Saber é poder”.
Para o italiano Galileu Galilei (1564-1642), o mundo 
pode ser traduzido na linguagem matemática. Segundo 
ele, a observação, na ciência moderna, significa eliminar 
dos objetos todas as suas qualidades sensíveis, obser-
váveis e empíricas, transformando o mundo em números. 
Qualidades como “leve”, “pesado”, “sublunar” e “supralu-
nar”, criadas pela observação aristotélica, deveriam ser 
afastadas em nome de um conhecimento mais preciso e 
definitivo da natureza.
Antes da experiência precisa haver uma boa teoria, coe-
rente e coesa. Isso quer dizer que não basta apenas a expe-
riência para obter o conhecimento, mas é preciso um con-
junto de ideias racionais sobre o problema a ser investigado, 
para depois expor esse objeto à investigação.
O que é uma teoria científica?
É um sistema ordenado e coerente de propo-
sições ou enunciados baseados em um pequeno 
número de princípios, cuja finalidade é descrever, 
explicar e prever do modo mais completo possí-
vel um conjunto de fenômenos, oferecendo suas 
leis necessárias. A teoria científica permite que 
uma multiplicidade empírica de fatos aparente-
mente muito diferentes sejam compreendidos 
como semelhantes e submetidos às mesmas leis; 
e, vice-versa, permite compreender por que fatos 
aparentemente semelhantes são diferentes e sub-
metidos a leis diferentes.
CHAUI, M. Convite à Filosofia. 8. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 251.
Em oposição à teoria geocêntrica (a Terra como centro 
do Universo) de Ptolomeu, Galileu, com base na observação 
do Universo por meio de uma luneta aperfeiçoada por ele 
próprio, ampliou as bases da teoria heliocêntrica (o Sol como 
centro do Universo), iniciada por Nicolau Copérnico.
E. Nicolau Maquiavel
Como era cada vez mais comum à época do Renascimen-
to, Maquiavel (1469-1527) pautava-se por um olhar empírico 
sobre a realidade, procurando evitar as meras especulações.
Assim como Leonardo da Vinci (1452-1519) 
observa que a experiência jamais engana e o erro 
é produto do pensamento especulativo, quando 
dele se quer tirar consequências físicas, assim 
também Maquiavel propõe estudar a sociedade 
pela análise da verdade efetiva dos fatos huma-
nos, sem perder-se em vãs especulações. O objeto 
de suas reflexões é a realidade política, pensada 
como prática humana concreta, e o centro maior 
de seu interesse é o fenômeno do poder, forma-
lizado na instituição do Estado. Não se trata de 
estudar o tipo ideal de Estado, mas compreender 
como as organizações políticas se fundam, se de-
senvolvem, persistem e decaem. [...].
Maquiavel conclui, por meio do estudo dos an-
tigos e da intimidade com os potentados da época, 
que os homens são todos egoístas e ambiciosos, 
só recuando da prática do mal quando coagidos 
pela força da lei. Os desejos e as paixões seriam os 
mesmos em todas as cidades e em todos os povos.
In: Os pensadores. Maquiavel. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 16-17.
Recorrendo à história, Maquiavel percebeu que o “Esta-
do ideal” greco-romano, assim como o cristão, não eram Es-
tados possíveis, uma vez que os homens são movidos muitomais por sentimentos negativos do que positivos. Trata-se de 
uma constatação.
Maquiavel desvincula a política da religião e da moral (éti-
ca), afirmando que o poder político ou o poder do Estado tem 
razões que justificam seus atos. Ao desenvolver essa ideia, 
ele emprega os conceitos de fortuna e virtú.
O conceito de fortuna remete à ideia daquilo que não 
está em nosso poder, ou seja, aquilo que não está ao nos-
so alcance, pois é exterior a nós, independe da nossa von-
tade, mas que afeta direta ou indiretamente nossas vidas. 
Por ser algo relacionado com o irracional, muitas vezes nos 
referimos a essa fortuna como sendo a sorte ou a falta dela. 
Portanto, a fortuna deve ser entendida como uma coisa in-
constante, movida pelo capricho; em suma, não depende da 
vontade humana.
Quanto à virtú, o seu significado maquiaveliano está 
relacionado com o seu sentido latino, ou seja, viril. A ideia 
de virilidade está relacionada com a força e a determina-
ção empregadas por uma pessoa que pretende conquis-
tar algo. Sendo assim, a virtú de um príncipe (governante) 
não está ligada a práticas morais que visam combater a 
fortuna, mas sim à capacidade que um príncipe deve ter 
de se adequar às mais variadas situações provocadas pela 
fortuna. O príncipe de virtú é aquele que agarra e domina 
a fortuna, ou seja, aquele que consegue se adequar às 
circunstâncias, mesmo que para isso precise ser volúvel 
e inconstante.
Em uma passagem da obra O príncipe, Maquiavel afirma:
Nos atos de todos os homens, em especial dos 
príncipes, em que não há tribunal a que recorrer, so-
mente importa o êxito, bom ou mau. Procure, pois, 
um príncipe vencer e preservar o Estado. Os meios 
empregados sempre serão considerados honrosos e 
louvados por todos, porque o vulgo se deixa condu-
zir por aparências e por aquilo que resulta dos fatos 
consumados, e o mundo é composto pelo vulgo, e 
não haverá lugar para a minoria se a maioria não 
tiver onde se apoiar.
In: Os pensadores. Maquiavel. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 111.
Daí a máxima pela qual a obra de Maquiavel é conhecida: 
“os fins justificam os meios” (embora ele não a tenha escrito 
com todas as letras).
F. Thomas Hobbes
Thomas Hobbes (1588-1679), em Leviatã, formula sua 
teoria política e inaugura a discussão em torno do princípio 
de contrato social.
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