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A força normativa da Constituição (1)

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A força normativa da Constituição
Konrad Hesse
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Abordagem a Lassale – Tese fundamental é a que questões constitucionais não são questões jurídicas, mas, sim, questões políticas. Constituição como expressão das relações de poder nele dominantes;
Relações fáticas resultantes da conjugação desses fatores constituem a força ativa determinante das leis e das instituições da sociedade fazendo com que estas expressem, tão-somente, a correlação de forças que resulta dos fatores reais de poder;
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Esses fatores formam a Constituição real do país;
O documento Constituição (Constituição Jurídica) não passa de um pedaço de papel;
Jellinek – regras jurídicas não são aptas a controlar efetivamente a divisão dos poderes políticos. Elas têm leis próprias;
A condição de eficácia da Constituição jurídica, isto é, a coincidência de realidade e norma constitui apenas um limite hipotético extremo;
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Constituição Jurídica X Constituição Real;
Direito Constitucional em contradição com a própria essência da Constituição;
Condicionamento recíproco existente entre a Constituição jurídica e a realidade político-social;
Positivismo jurídico e filosófico – isolamento entre a norma e a realidade;
É preciso encontrar um caminho entre o abandono da normatividade em favor do domínio das relações fáticas, de um lado, e a normatividade despida de qualquer elemento da realidade de outro;
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A essência da norma Constitucional depende da vigência;
A pretensão de eficácia da norma jurídica somente será realizado se levar em conta condições como as naturais, técnicas, econômicas e sociais;
Pretensão de eficácia da Constituição procura imprimir ordem e conformação a realidade política e social;
A constituição adquire força normativa na medida em que logra realizar essa pretensão de eficácia;
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Somente a Constituição resultante da luta do acaso poderoso com a racionalidade que se lhe opõe consegue desenvolver-se;
LIMITES DA FORÇA NORMATIVA 
Se a Constituição não quiser permanecer eternamente estéril, não deve procurar construir o Estado de forma abstrata e teórica;
Se as leis culturais, sociais, políticas e econômicas imperantes são ignoradas pela Constituição, ela não irá se concretizar;
A força vital e eficácia da Constituição assentam-se na sua vinculação às forças espontâneas e às tendências dominantes do seu tempo;
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A constituição não pode por si realizar, mas pode impor tarefas;
A Constituição se converterá em força ativa se fizerem presentes na consciência geral não só a vontade do poder, mas a vontade da Constituição;
Vontade de Constituição:
Baseia-se na necessidade e valor de uma ordem normativa e inquebrantável;
Ordem constituída e mais do que uma ordem legitimada pelos fatos (constante processo de legitimação);
Consciência de que a ordem não logra ser eficaz sem o concurso da vontade humana;
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Pressupostos que permitam a Constituição desenvolver sua força normativa:
Conteúdo:
e relação com a natureza singular do presente;
Estabelecimento de alguns poucos princípios fundamentais;
Constitucionalização de interesses momentâneos ou particulares exige uma constante revisão com a inevitável desvalorização da força normativa da Constituição;
Praxis:
Sacrifício do interesse em favor da preservação de um princípio constitucional fortalece o respeito à Constituição;
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A frequente revisão normativa é um perigo para a força normativa da Constituição;
Estabilidade é condição fundamental da eficácia da Constituição;
Interpretação é aquela que consegue concretizar o sentido da proposição normativa dentro das condições reais dominantes numa certa situação;
Mudança nas relações fáticas pode ou deve provocar mudanças na interpretação da Constituição;
O jurídico está condicionado pela realidade histórica; não constitui apenas a expressão de uma dada realidade, mas, graças ao elemento normativo, ordena e conforma a realidade política e social;
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A intensidade da força normativa da Constituição apresenta-se como uma questão de vontade normativa, vontade de Constituição;
Discordância com Lassale e Jellinek: apesar da Constituição não estar desvinculada da realidade histórica, não está condicionada apenas por essa realidade.

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