Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Kant & Hegel Prof. Dr. Lucas Azambuja Algumas perguntas preliminares... A História mostra uma tendência de melhoramento moral da humanidade? O que causa a História apresentar ou não esta tendência? O que definiria uma ordem política moralmente desenvolvida? Kant e Hegel Ambos, de alguma forma, procuraram responder estas questões. Trata-se de pensar sobre a relação entre ética e política a partir de um ponto de vista histórico. Como o desenvolvimento das principais instituições políticas – Estado, Direito e Sociedade/Cidadania – reflete as contradições e desafios desta relação? Para ambos, este desenvolvimento histórico é o desenvolvimento da ideia de liberdade. Tratando-se do desenvolvimento da(s) ideia(s), ambos estabeleceram filosofias do conhecimento. Isto é, o que é a razão humana? Como ela se desenvolve? Como este desenvolvimento se reflete na política? Razão Política = Iluminismo Kant (1724-1804) Filosofia Crítica = todas as grandes questões da filosofia devem se submeter a um rigoroso exame da razão de forma privada e, principalmente, pública. Liberdade = ser capaz de seguir uma regra imposta por um ato da razão = autonomia da vontade. Seu oposto, portanto, é a heteronomia. A razão seria, então, capaz de produzir as leis morais, não algo externo à ela, p.ex., religião. A lei produzida por um ato de vontade da razão é o fundamento da ética. Qual seria o conteúdo desta lei? “Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa ser sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”. Ou seja, a sintonia entre o indivíduo e o universal => Liberdade e Paz Não se trata de um princípio de meios e fins, mas de compromisso/dever com os fins Kant Diferença entre Direito e Ética Liberdade externa = limitação da liberdade de cada um para coexistir com a do outro => disto é que trata o Direito. Liberdade interna = capacidade do indivíduo dar para si fins elaborados por sua razão => disto é que trata a Ética. Política, em Kant, se insere na esfera do Direito. O problema fundamental da política é, então, o do estabelecimento da liberdade externa => Justiça. Estado de direito = garantir o ordenamento jurídico capaz de produzir a coexistência das liberdades. Estando o Direito fundamentado na moral (no imperativo categórico) o seu caráter coercitivo não assume a forma de heteronomia. A fonte disto são as leis universais da liberdade Constituição com base nas Leis Naturais. Kant O movimento da história é o movimento do esclarecimento O seu motor são as tensões da convivência social entre homens que exercem vícios privados produzindo virtudes públicas = republicanismo. INSOCIÁVEL SOCIABILIDADE O conflito e guerra promovem o desejo de paz, ordem e liberdade. Hegel (1770-1831) Método dialético = forma de pensamento que não isola as partes, mas as coloca em relação ao todo, este entendido como aquilo que contém todas as cisões e contradições entre as partes. A dialética é um movimento das ideias que se reflete nas coisas, i.e., ao reconhecer a totalidade nas cisões há uma superação da ideia que, então, manifesta no mundo. O movimento dialético das ideias é o que produz a mudança histórica. Reconhecer a totalidade é não se limitar na sua individualidade abstrata e numa liberdade abstrata. E adquirir consciência de si como espírito (razão), i.e., livre das ilusões da consciência. Cada estágio da consciência contém um síntese superior das ideias em contradição no estágio anterior. Hegel O desenvolvimento histórico na política é, então, o desenvolvimento da ideia de liberdade e de Estado rumo ao seu conceito puro, i.e., universal e absoluto. É o desenvolvimento do espírito em 3 estágios: espírito subjetivo = individualidade subjetiva + características naturais + consciência espírito objetivo = instituições políticas e sociais Espírito absoluto = conhecimento como arte, religião e filosofia A política pertence a filosofia do espírito objetivo. O Direito (que engloba tudo que é político e social e econômico) é o desenvolvimento do conhecimento do espírito como absoluto. Hegel Três momentos do Direito Abstrato = indivíduos compreendidos de modo atomístico e portadores de propriedades que estabelecem contratos Moralidade = pela luta por reconhecimento, os direitos são reconhecidos também a partir de seus deveres e responsabilidades, i.e., determinação dos princípios subjetivos da ação, da vontade de deveres (valores) que devemos compartilhar. Eticidade = quando a vontade subjetiva moral se cristaliza nas instituições, ou seja, se torna vontade objetiva. Este desdobramento do Direito se reflete em três momentos da sociedade civil: família, sociedade civil e Estado.
Compartilhar