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Organização e Administração de Empresas

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IEFP - ISG 
 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
 
Ficha Técnica 
 
 
 
 
 
Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS 
Título Organização e Administração de Empresas 
Suporte Didáctico Guia do Formando 
Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional - 
Departamento de Formação Profissional 
Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão 
Autor José Manuel Seixo/ISG 
Capa IEFP 
Maquetagem ISG 
Montagem ISG 
Impressão e Acabamento ISG 
Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional, Av. José 
Malhoa, 11 1099-018 Lisboa 
Edição Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004 
Tiragem 1000 exemplares 
 
 
 
 
 
Copyright, 2004 
Todos os direitos reservados ao IEFP 
Nenhuma parte deste título pode ser reproduzido ou transmitido, 
por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP 
 
 
 
 
ÍNDICE GERAL IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
Índice Geral 
I. A EMPRESA..................................................................................................................... 1 
1. A Empresa – Organização Económica e Social ............................................................................................. 4 
2. A Empresa - O Seu Papel na Sociedade...................................................................................................... 10 
3. Objectivos da Empresa ................................................................................................................................. 14 
4. Recursos da Empresa................................................................................................................................... 18 
• Resumo .................................................................................................................................................... 20 
• Questões e Exercícios ............................................................................................................................. 21 
• Resoluções............................................................................................................................................... 22 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS ............................................................................. 23 
1. Critérios de Classificação das Empresas...................................................................................................... 26 
2. Pequenas, médias e Grandes Empresas ..................................................................................................... 36 
• Resumo .................................................................................................................................................... 38 
• Questões e Exercícios ............................................................................................................................. 39 
• Resoluções............................................................................................................................................... 40 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA................................................... 41 
1. Organigramas................................................................................................................................................ 45 
2. Organização Formal e Informal..................................................................................................................... 57 
3. Estrutura ........................................................................................................................................................ 59 
• Resumo .................................................................................................................................................... 74 
• Questões e Exercícios ............................................................................................................................. 75 
• Resoluções............................................................................................................................................... 77 
IEFP ÍNDICE GERAL 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
IV. FUNÇÕES INTERNAS DA EMPRESA ..........................................................................79 
1. Função Produção...........................................................................................................................................83 
2. Função Logística............................................................................................................................................88 
3. Função Comercial ..........................................................................................................................................96 
4. Função Marketing........................................................................................................................................ 100 
5. Função Recursos Humanos........................................................................................................................ 109 
6. Função Financeira....................................................................................................................................... 116 
7. Função Administrativa................................................................................................................................. 127 
8. Função Direcção ......................................................................................................................................... 129 
• Resumo.................................................................................................................................................. 130 
• Questões e Exercícios ........................................................................................................................... 132 
• Resoluções ............................................................................................................................................ 133 
V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS ...........................................................................137 
1. O Planeamento ........................................................................................................................................... 141 
2. A Organização Administrativa da Empresa ................................................................................................ 157 
3. O Funcionamento das Equipas................................................................................................................... 163 
• Resumo.................................................................................................................................................. 172 
• Questões e Exercícios ........................................................................................................................... 173 
• Resoluções ............................................................................................................................................ 177 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................183 
GLOSSÁRIO......................................................................................................................185 
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
I. A EMPRESA
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
3 
Objectivos: 
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a: 
• Explicar a evolução histórica da empresa; 
• Distinguir bens de serviços; 
• Listar os factoresde produção; 
• Descrever as relações que se estabelecem entre as empresas e o meio envolvente; 
• Referir os objectivos económicos e sociais da empresa; 
• Listar alguns dos grupos que se relacionam com as empresas; 
• Explicar o que é um recurso; 
• Distinguir os recursos da empresa e indicar a sua finalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Temas: 
1. A Empresa – Organização Económica e Social; 
2. A Empresa – O seu Papel na Sociedade; 
3. Objectivos da Empresa; 
4. Recursos da Empresa; 
• Resumo; 
• Questões e Exercícios; 
• Resoluções. 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
4 
 
1. A EMPRESA – ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL 
Desde épocas remotas que o Homem é obrigado a agrupar-se para superar limitações individuais e 
satisfazer as suas necessidades, cooperando com o seu semelhante de uma forma organizada. 
Com a diversidade da procura nascem as empresas ligadas ao fabrico, comercialização de bens e 
prestação de serviços. 
A empresa é um tipo de associação através do qual se reúnem recursos variados para atingir 
determinados objectivos sempre em interacção com o meio exterior. 
Contexto Histórico 
O Homem, como todos os animais, retira do meio ambiente aquilo que necessita para viver. 
Na 1ª fase do seu aparecimento o Homem dependia, para a sua sobrevivência, da caça, da pesca, 
de raízes e de frutos. Recolhia e comia tudo a que pudesse retirar directamente da natureza. É a 
denominada Fase Recolectora. 
Mesmo existindo abundância de caça, o Homem vê-se obrigado a frequentes deslocações de uma 
região para outra à procura de alimentos devido, nomeadamente, a alterações climatéricas. 
Tinha que preparar-se para enfrentar os climas rigorosos. Proteger-se contra o frio era uma das 
suas preocupações, pelo que utilizava as peles dos animais que caçava. 
O Homem foi gradualmente aumentando o seu domínio sobre o meio natural, nomeadamente, 
melhorando a qualidade dos seus abrigos e do vestuário, permitindo-lhe fixar-se e possuir mais 
bens. 
Deixou de viver isolado começando a agrupar-se e a cooperar com o seu semelhante. 
Ao estádio de recolecção sucedeu o da produção alimentar com um duplo aspecto: criação de gado 
e produção agrícola - Fase Produtora 
As pequenas explorações agrícolas que negociavam os produtos obtidos da terra foram as 
primeiras unidades económicas a surgir. 
O aglomerado inicial transformou-se rapidamente. A produção, aumentando os recursos do grupo, 
ultrapassava com frequência as necessidades de cada um, provocando a oferta o que, por si só, 
incitava à procura. Mas a produção não podia ser incrementada sem os utensílios apropriados. 
Improvisar instrumentos já não era suficiente. O Homem começou a conceber instrumentos para 
fabricar outros instrumentos. À pedra, à terra, à madeira e ao osso, juntou-se a utilização de metais 
como o cobre. Pensa-se que foi a este último que se deveu o nascimento de uma civilização 
urbana. Aparece, então, a manufactura, ou seja, a “oficina” onde trabalhadores fabricavam 
ferramentas e utensílios para venda. 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
5 
Iniciam-se as transacções comerciais. Por vezes compravam-se mercadorias não porque fossem 
precisas, mas somente para serem revendidas. O Homem torna-se comerciante, abre uma loja, 
lado a lado com as “oficinas” dos artífices. As primeiras, comercializam os bens produzidos pelas 
segundas. 
Exercício: 
Faça corresponder, através de uma seta, a ideia expressa na coluna 1, com o conceito da coluna 
2 que considere adequado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resolução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Criação de gado e produção agrícola 
O homem caçava e pescava 
Oficina dos artífices 
Loja 
Nas pequenas explorações 
agrícolas negociavam os 
produtos obtidos da terra 
Unidade Económica 
Fase Produtora 
Produção de bens 
Comercialização de bens 
Fase Recolectora 
Criação de gado e produção agrícola 
O homem caçava e pescava 
Oficina dos artífices 
Loja 
Nas pequenas explorações 
agrícolas negociavam os 
produtos obtidos da terra 
Unidade Económica 
Fase Produtora 
Produção de bens 
Comercialização de bens 
Fase Recolectora 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
6 
 
Hoje, como no passado, existem organizações que se dedicam à produção e comercialização de 
bens ou prestação de serviços, para proporcionarem à comunidade um certo grau de bem-estar e 
satisfação das suas necessidades. 
O que são necessidades? 
São os desejos de cada indivíduo em obter aquilo que lhe pode trazer satisfação. À medida que 
as necessidades elementares de sobrevivência (alimentação, habitação, etc.) vão sendo 
satisfeitas, amplia-se a gama de novas necessidades 
O que são bens? 
São meios materiais, móveis ou imóveis, reconhecidos como válidos para a satisfação das 
necessidades e desejos humanos. 
Exemplos: 
Produção de Bens 
• Indústria de laticínios 
• Indústria farmaceutica 
Comercialização de Bens: 
• Mercearias 
• Sapatarias 
O que são prestações de serviço? 
São os actos de dar ou fazer algo segundo certas condições, com o auxílio ou não de bens 
materiais, com vista à satisfação das necessidades do homem. 
 
Exemplos: 
Prestações de Serviços 
Na área da saúde 
• Hospitais 
• Bombeiros 
Na área da educação 
• Escolas 
• Faculdades 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
7 
Na área dos transportes 
• Carris 
• Transtejo 
 
 
 
 
 
Exercício: 
Complete as frases a seguir indicadas, aplicando os tempos adequados dos verbos: Produzir, 
Comercializar ou Prestar Serviços 
1. Na fábrica de laticínios ___________ leite e manteiga. 
2. No Hipermercado _____________, também, óleo e detergentes. 
3. Os bombeiros quando apagam os fogos nas matas estão a _______________à comunidade. 
4. Nas sapatarias ____________calçado e malas. 
5. Na fábrica de plásticos ______________baldes e alguidares. 
6. Os médicos nos hospitais ______________aos doentes quando os consultam. 
7. Na empresa de panificação ___________pão. 
8. Na frutaria ____________fruta e hortaliça. 
9. Na fábrica de sapatos ___________calçado. 
10. Nas escolas os professores _______________, ensinando os alunos. 
Resolução: 
1. Na fábrica de laticínios produz-se leite e manteiga. 
2. No Hipermercado comercializa-se, também, óleo e detergentes. 
3. Os bombeiros quando apagam os fogos nas matas estão a prestar serviços à comunidade. 
4. Nas sapatarias comercializa-se calçado e malas. 
5. Na fábrica de plásticos produzem-se baldes e alguidares. 
6. Os médicos nos hospitais prestam serviços aos doentes quando os consultam. 
7. Na empresa de panificação produz-se pão. 
8. Na frutaria comercializa-se fruta e hortaliça. 
9. Na fábrica de sapatos produz-se calçado. 
10. Nas escolas os professores prestam serviços, ensinando os alunos. 
As necessidades 
humanas são satisfeitas por 
Bens 
Serviços 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
8 
 
Conceito de Empresa 
As necessidades, como já nos referimos, têm que ser satisfeitas com bens que serão produzidos, 
isto é, retirados da natureza e eventualmente transformados pelo homem de modo a poderem ser 
utilizados. 
Para que haja produção por parte das organizações, ou seja, para que estas funcionem, é 
fundamental que sejam postos em actuação combinada os - Factores Produtivos: 
Terra e Recursos Naturais 
A terra consiste no solo utilizado nas actividades rurais ou na implantação de estradas e de 
edifícios; os recursos naturais incluem combustíveis,como o carvão ou o petróleo; minerais, como 
o cobre, a areia; as árvores cuja madeira é utilizada no fabrico de papel e em serrações; a água 
com as mais diversas utilizações desde a produção de energia até à alimentação, etc.. 
Trabalho 
Consiste na actividade humana despendida na produção. Depende tanto do volume da população 
activa, como da qualificação dessa mesma população, trabalhando, designadamente, em fábricas 
de automóveis, em explorações rurais ou ensinando em escolas 
Capital 
Proporciona os meios de pagamento para a obtenção dos materiais e matérias primas, para a 
remuneração da mão de obra utilizada e aquisição de equipamentos produtivos. 
Exercício: 
A empresa “Vestidos e Calças, Ldª” comercializa essencialmente roupa de ganga. Emprega neste 
momento 50 pessoas. 
Indique os factores de produção que ela utiliza. 
Resolução: 
Recursos naturais: a matéria prima - algodão - o qual, depois de transformado, permite o fabrico do 
vestuário de ganga. 
Trabalho: a aplicação de esforços de ordem física e intelectual dos trabalhadores a fim de levarem 
a cabo a produção da roupa de ganga. 
Capital: é o dinheiro que a sociedade “Vestidos e Calças, Ldª” obtém da venda do seu produto, e 
que lhe permite: pagar as remunerações dos seus 50 trabalhadores; adquirir a matéria prima para a 
confecção da roupa; comprar novos equipamentos. 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
9 
 
Algumas Definições de Empresa 
Do ponto de vista económico é a conjugação de pessoas e meios que prosseguem o objectivo 
de produzir bens e prestar serviços para o mercado ou para a comunidade. 
“Lexicoteca, Moderna Enciclopédia Universal”, Circulo de Leitores, Tomo VII 
A empresa é um conjunto de factores de produção reunidos sob a autoridade de um indivíduo 
(empresário) ou de um grupo com o objectivo de realizar um rendimento através da produção de 
bens ou de serviços. 
“Dicionário de Gestão”, Henri Tézenas du Montcel 
As empresas, células base de toda a actividade económica, são vulgarmente entendidas como 
conjuntos organizados de meios humanos e materiais, virados para a produção de bens e 
serviços. 
Constituídas, em geral, sem horizonte temporal definido, têm contudo, à semelhança das demais 
organizações, um ciclo de vida, o qual pode ser dividido em três fases: 
Institucional - decisão da sua criação e obtenção e combinação de recursos necessários à sua 
entrada em funcionamento. 
Funcionamento ou execução - desenvolve-se o processo de transformação (produção de bens 
e serviços com vista à obtenção de certos resultados). Esta é a fase de maior duração. 
Liquidação - processo de extinção da empresa. 
“Elementos de Contabilidade Geral” , A. BORGES, A. RODRIGUES, R. RODRIGUES 
Do que já foi referido, podemos retirar um conceito de Empresa: 
É um conjunto estruturado de factores de produção (recursos naturais + trabalho + capital) que 
são utilizados pelo empresário para produzir bens e serviços. 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
10 
 
2. A EMPRESA - O SEU PAPEL NA SOCIEDADE 
As sociedades têm evoluído de tal forma e a um ritmo tão rápido que as empresas são chamadas a 
um permanente esforço de adaptação. 
Hoje tudo se altera com tal velocidade que a mudança muitas vezes não pode ser planeada com as 
cautelas que seriam desejáveis. 
As necessidades dos consumidores alteram-se. Surgem novos produtos com condições 
concorrenciais mais vantajosas. As empresas têm que desenvolver programas de mudança para 
que possam sobreviver e ter sucesso em contextos de maior pressão, não podendo esquecer-se 
que estão a actuar num mercado alargado, enfrentando empresas da União Europeia com grande 
capacidade competitiva e, por isso, o risco de perder posição no mercado é uma realidade. 
A Empresa e o Meio-Ambiente – Organismo Sistémico 
A empresa não vive isolada. É uma organização aberta ao exterior em comunicação permanente 
quer com o sistema produtivo, quer com a sociedade em geral, ou seja, mantém relações 
constantes com diferentes grupos. 
Vejamos o exemplo seguinte: 
Para constituir uma empresa é preciso a ideia e a vontade de a concretizar, mas também dinheiro 
(capital), designadamente para a sua legalização junto dos organismos estatais, para a aquisição 
de instalações, compra de equipamentos, contratação de empregados, etc. 
Este capital é cedido pelos sócios mas, frequentemente, não é suficiente para cobrir as despesas 
tornando-se necessário recorrer a empréstimos junto de Instituições Bancárias. 
Para produzir bens ou serviços adquirem-se, aos fornecedores, equipamentos, matérias primas e 
serviços, pagando-se o respectivo preço. 
Contratam-se empregados, pagando-se o vencimento em troca da actividade que estes prestam. 
A empresa transforma os recursos que adquire (bens e serviços) que, seguidamente, disponibiliza 
aos clientes. 
As empresas são parte de um sistema maior que é a Sociedade onde estão inseridas e o exemplo 
anterior retrata algumas das relações que se estabelecem. 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Sociedade como supra-sistema 
Exercício: 
Tomemos como exemplo a empresa “Vestidos e Calças, Ldª”. Sabendo-se que para a compra de 
novas máquinas de corte teve que recorrer a uma linha de crédito, indique as entidades que em 
sua opinião foram envolvidas. 
 
Resolução: 
Os sócios da “Vestidos e Calças, Ldª”, decidiram, em reunião, que devido ao aumento da procura 
de vestuário de ganga era necessário adquirirem novas máquinas de corte. 
Transmitiram ao gerente a sua decisão e pediram-lhe que providenciasse pela aquisição das 
mesmas. 
O processo teve início com contactos estabelecidos com alguns fornecedores, no sentido de estes 
lhe apresentarem as características, custo do equipamento pretendido, bem como os 
conhecimentos necessários ao seu manuseamento. 
Depois de optarem pelo tipo de máquinas que apresentavam condições mais vantajosas quer em 
preço, quer em qualidade, dirigiram-se a uma Instituição Bancária a fim de contraírem um 
empréstimo com vista à compra do equipamento. 
A empresa que vendeu o equipamento, após o instalar na “Vestidos e Calças, Ldª”, iniciou o 
processo de formação dos empregados que tinham como função operar com as máquinas de 
corte. 
 Sócios e 
accionistas
 Admin/Gerentes 
Fornecedores 
 Empresa
Estado 
Clientes 
Comunidade
Empregados 
I.1 - Bancos e 
outras
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
12 
 
Sistema Aberto 
Porque se considera a empresa como um Sistema Aberto? 
Considera-se sistema porque o conjunto de elementos que a compõem (órgãos, pessoas, etc.) 
actuam coordenadamente e são interdependentes, ou seja, formam uma rede de relações, com 
vista a alcançar os seus objectivos 
Considera-se aberto na medida em que recebe do meio envolvente os inputs necessários à sua 
actividade e transforma-os em outputs que envia para o meio exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A empresa como sistema aberto 
 
• Importa 
Energia do exterior: mão-de-obra, matérias-primas, capitais, Know-how*, informação (são os 
input’s). É influenciada por conjunturas económicas, legislação, opções políticas, etc.. 
• Transforma 
Os inputs em produtos ou serviços. 
• Exporta 
Esses produtos ou serviços (outputs) para a Sociedade, ou seja, coloca os produtos ou 
serviços no meio exterior para serem consumidos ou utilizados. 
Energia 
Informação 
Constragimentos 
Mão-de-Obra 
Matérias-Primas 
Capitais 
Etc. 
Realimentação 
(Feedback) 
Produtos 
Serviços
Tranformação
Empresa(Importa) 
Entrada (Input) 
Meio Ambiente 
(Exporta) 
Saída (Output) 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
13 
 
• Realimenta (feedback): 
Os produtos ou serviços obtidos são postos no meio exterior em troca de um pagamento. Este 
deverá permitir pagar aos fornecedores, aos trabalhadores, pagar os impostos ao Estado, importar 
novos input’s por forma a manter a actividade da empresa, etc.. Entre o total das receitas e o total 
das despesas terá de haver uma diferença positiva porque é necessário remunerar sócios e 
accionistas, investir em novos equipamentos, etc. É através da constante satisfação dos clientes 
que esta realimentação é garantida ao longo do tempo. 
Exemplo: 
A empresa “Panificadora, Ldª” dedica-se à fabricação de pão . 
Após a aquisição das instalações e para a pôr em funcionamento, os sócios adquiriram diverso 
material: fornos eléctricos, batedeiras, matérias primas, contrataram padeiros especializados, etc.. 
O pão depois de confeccionado, é colocado no mercado através das padarias, para ser comprado e 
consumido pelos clientes. 
Com o produto das vendas e desde que se verifique a geração dos fundos necessários, os sócios 
adquirem mais matéria-prima e equipamentos, admitem mais trabalhadores o que lhes permite a 
expansão do seu negócio. 
Podemos portanto concluir que devido às trocas que se estabelecem entre a EMPRESA e o MEIO 
AMBIENTE, esta é um sistema aberto em contínua interacção com o ambiente. 
A sociedade funciona como um conjunto de elementos organizados e interdependentes entre si. 
Exercício: 
Com base no exemplo da “Panificadora, Ldª” indique os elementos que nos levam a considerá-la 
um sistema aberto. 
Resolução: 
Importa (INPUT’S) 
Fornos eléctricos; batedeiras; matérias primas, farinha, água, fermento, sal, mão-de-obra 
qualificada (padeiros especializados), etc. 
Transforma 
As matérias-primas num bem: o pão. 
Exporta (OUTPUT’S) 
O pão para o mercado para ser comprado e consumido pelos clientes 
Realimenta 
Com uma parte do produto das vendas compra novos equipamentos, adquire mais matérias-
primas, contrata novos empregados, etc.. 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
14 
 
3. OBJECTIVOS DA EMPRESA 
A eficácia de uma empresa é determinada pelo grau em que atinge os seus objectivos. 
O que é um objectivo? 
É uma situação desejada pela empresa, ou seja, é o que a empresa quer. 
De que Servem? 
De guia para a actividade da empresa, isto é, todos sabem para onde se quer ir. 
De padrão, porque é através da sua consecução que se pode avaliar a eficácia da empresa. 
Os objectivos resultam de uma visão futura. São alvos que a empresa procura atingir. 
Os objectivos da empresa não são estáticos evoluem reajustando-se às alterações do meio 
ambiente e aos interesses dos vários grupos com ela relacionados. 
Podemos considerar como objectivos fundamentais de qualquer empresa, nomeadamente, a 
obtenção do lucro, a sua sobrevivência, o seu crescimento no mercado, a satisfação dos interesses 
dos diferentes grupos com ela relacionados: clientes, fornecedores, trabalhadores, accionistas, 
Estado ou outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro esquemático do sucesso organizacional 
Satisfação dos 
Trabalhadores
Satisfação dos Clientes 
Satisfação da Comunidade 
Satisfação dos Gerentes ou 
Administradores 
 Satisfação dos Sócios ou 
Accionistas 
Satisfação dos 
Fornecedores 
Satisfação do Estado 
Satisfação das Instituições 
de Crédito e outras 
Sucesso Organizacional
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
15 
O sucesso empresarial envolve a satisfação de todos os grupos e entidades que interagem com a 
empresa. 
A empresa que apenas se preocupa com o lucro a curto prazo, desprezando a adaptação às 
constantes alterações e evolução dos interesses destes grupos, corre o risco de desaparecer do 
mercado. 
Os objectivos podem dividir-se em dois grandes grupos: 
• Económicos 
• Sociais. 
Objectivos económicos 
Para se compreender melhor em que consistem estes objectivos, vamos retomar o exemplo da 
empresa “Panificadora, Ldª”. 
• Gerar resultados positivos (lucro) – que lhe permitam a remuneração do capital investido, isto é, 
consiga garantir um rendimento àqueles que nela investiram. 
• LUCRO = RECEITAS TOTAIS – CUSTOS TOTAIS 
 
 
 
• Crescer – a empresa cresce quando consegue aumentar o negócio: produzir mais, conquistar 
mercado, etc.. Tudo isto acontece vendendo mais, mas garantindo margens compensadoras a 
longo prazo, isto é, vendendo cada produto por um preço competitivo mas que compense o que 
foi gasto na sua produção. 
• Adaptar-se – considerando as diversas alterações ambientais e o ritmo a que as mesmas 
acontecem, quer a nível global (conhecimentos, tecnologia, comunicações, etc.), quer a nível 
específico de cada empresa (necessidades e características dos clientes, competição de 
mercados, e outras). São fundamentais a inovação, a flexibilidade e a qualidade. 
Exemplo: novos equipamentos, novos produtos (outros tipos de pão). 
11. Para isso, é indispensável que se mantenha uma constante vigilância sobre o mercado, 
contactando com fornecedores e clientes. A visita a feiras, exposições, etc. é uma excelente 
forma de actualização. 
Ex: O dinheiro recebido 
pela venda do pão 
Ex: Pagamento: dos 
salários, da matéria prima, 
da renda das instalações, 
da electricidade, etc 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
16 
 
 Objectivos sociais 
São muitos os grupos que interagem com a empresa com necessidades e interesses próprios e que 
esperam vê-los satisfeitos da melhor forma possível. 
• Os principais grupos de colaboradores são: 
 
 
 
 
 
Trabalhadores - por trabalhadores deve entender-se o conjunto de pessoas que asseguram o 
funcionamento da empresa diariamente: gestores, quadros médios, técnicos, operários, etc.. Por 
todos eles, a vida profissional é assumida como um desafio permanente. Os trabalhadores estarão 
dispostos a cooperar sempre que as actividades dentro da empresa contribuam para o alcance dos 
seus próprios objectivos. Por outras palavras, contribuem para o crescimento da empresa através 
do seu trabalho, dedicação, assiduidade, esforço pessoal, mas esperam receber contrapartidas da 
empresa, tais como: estabilidade de emprego, condições de higiene e segurança no trabalho, 
remunerações compatíveis com o trabalho desenvolvido, realização pessoal, etc.. 
Através desta troca consegue-se o equilíbrio organizacional que se irá reflectir no sucesso da 
empresa. 
Sócios ou Accionistas – são as pessoas que investiram para a criação da empresa e esperam 
obter o retorno desse investimento. 
Administração ou Gerência – são uma ou mais pessoas que dirigem a empresa e são 
remuneradas por essa função. 
• Outros grupos afectados pela empresa: 
 
 
 
 
 
Grupos 
Clientes 
Comunidade
 Fornecedores
Instituições de Crédito
 Outras Entidades
 Estado
Colaboradores 
Trabalhadores 
 Sócios ou Accionistas 
Administração ou Gerência 
I. A EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
I 
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Clientes – são os que consomem os bens ou serviços colocados no mercado pela empresa, isto é, 
absorvem os outputs. 
Fornecedores, Instituições de Crédito e Outras Entidades – são os que vendem e 
disponibilizam à empresa os bens, serviços e recursos necessários ao seu funcionamento. 
Mantêm relações de cooperação, interdependência e desenvolvimento recíproco, constituindo-se 
como autênticos parceiros de negócio.Estado – regulamenta a actividade das empresas. A empresa entrega nos seus Cofres diversos 
impostos, designadamente, IVA, IRS, IRC, Derrama, etc. 
Comunidade – a empresa colabora no seu desenvolvimento económico e contribui para a melhoria 
das condições sociais e ambientais. 
Exemplo: 
EMPRESA “ AUTOMÓVEIS, SA” 
A indústria de automóveis necessita, para a sua produção, de outras empresas que a montante 
assegurem o fornecimento de matérias primas e componentes necessários aos veículos, como por 
exemplo: aço, plástico, borracha, componentes eléctricos, tapeçarias, etc.. 
Também se relaciona com Instituições Bancárias sempre que precisa de recorrer a uma linha de 
crédito, com empresas de marketing para publicitarem nos meios de comunicação social os seus 
produtos, etc.. 
Este exemplo, de entre tantos outros que se podem citar, permite-nos concluir que todas as 
empresas dependem de outras para conseguirem alcançar os seus objectivos. 
Exercícios: 
Suponha que a empresa “Automóveis, SA” introduziu na sua linha de montagem um modelo de 
carrinha que vai utilizar uma gasolina diferente que a torna menos poluente. 
1. Recorrendo aos conhecimentos que já possui, diga, com a adopção desta medida quais os 
objectivos que a empresa pretende alcançar. 
2. Cite as entidades que se relacionam com a “Automóveis, SA”. 
 
Resolução 
1. Por um lado, os problemas ambientais, e por outro, as crescentes exigências dos consumidores, 
levaram os responsáveis da empresa “Automóveis, SA”, a encontrarem novos avanços na estrutura 
produtiva e comercial de automóveis. 
A comercialização do novo modelo de carrinha vai permitir à empresa crescer, na medida em que 
vai produzir um modelo de automóvel com uma característica diferente de todas as gamas até 
então comercializadas, com vista a conquistar um sector de mercado ainda não explorado o que lhe 
permite ir ao encontro das necessidades dos clientes e alcançar resultados positivos. 
A introdução deste tipo de modelo é revelador da consciência empresarial ecológica, ou seja, a 
preocupação com o meio ambiente. 
2. O desempenho da “Automóveis, SA” vai reflectir-se junto de várias entidades: trabalhadores, 
accionistas, administração, clientes, fornecedores, Estado, instituições de crédito, comunidade. 
IEFP I. A EMPRESA 
 
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I 
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4. RECURSOS DA EMPRESA 
Para que a empresa atinja a finalidade para a qual foi constituída, isto é, a sua missão, é preciso 
reunir determinados recursos. 
O que são recursos? 
São os meios que a empresa utiliza para atingir os seus objectivos. 
A gestão integrada dos recursos vai-lhe permitir disponibilizar um produto final, um bem ou um 
serviço, a um custo mínimo possível, garantindo a máxima satisfação para todos os clientes que se 
encontram ligadas quer interna, quer externamente à empresa. 
 
 
 
 
 
Recursos materiais 
São os meios necessários para as operações básicas da empresa, nomeadamente: 
Instalações, prédios, terrenos, máquinas, processo produtivo, ferramentas, instrumentos de 
trabalho, matérias-primas, etc.. 
Os recursos materiais englobam, também, a tecnologia utilizada no processo produtivo. 
Temos como exemplo o computador que introduziu novos métodos de trabalho. 
Recursos Humanos 
São as pessoas que ingressam, permanecem e participam na organização, quaisquer que sejam as 
suas tarefas e o lugar que ocupem na empresa. 
Cada pessoa tem os seus interesses, capacidades e motivações. São muito diferentes umas das 
outras e por isso constituem um recurso diversificado para a organização. É o único recurso vivo, 
dinâmico e inteligente. 
Recursos da Empresa 
Recursos Materiais 
 Recursos Humanos 
Recursos Financeiros 
I. A EMPRESA IEFP 
 
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I 
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Recursos financeiros 
São estes que garantem a aquisição dos restantes recursos essenciais ao funcionamento da 
empresa e que em parte contribuem para que esta realize os seus objectivos. 
Podem ser obtidos através de: 
• Capital próprios – valores provenientes dos sócios, reservas e resultados retidos, pertencentes 
à empresa. 
• Capitais alheios – empréstimos a Instituições bancárias, dívidas para com fornecedores 
Exercício: 
Considere o recorte do jornal diário “O Público” de 98/07/01 
A FÁBRICA de Porcelana da Vista Alegre adquiriu cem por cento do capital da sociedade 
Porcelana Renner, uma empresa de produção e comercialização de porcelana sediada no Brasil. A 
Vista Alegre pretende que esta aquisição, concretizada em Junho, sirva de base à continuação da 
expansão do grupo no Brasil, complementando a rede de lojas em criação e as exportações em 
curso. 
Diga quais os recursos da fábrica de Porcelanas da Vista Alegre que identifica nesta notícia e a 
finalidade. 
Resolução: 
A Fábrica de Porcelana da Vista Alegre para adquirir todo o capital da sociedade Porcelana 
Renner, tinha que possuir recursos financeiros. Partindo do pressuposto que os capitais próprios da 
Vista Alegre não eram suficientes, obteve, junto de instituições bancárias, o capital que lhe permitiu 
a aquisição daquela sociedade. 
Adquiriu, igualmente, os recursos materiais existentes, nomeadamente, instalações fabris, 
equipamentos, matérias primas, Etc. 
Porque a notícia não faz alusão aos trabalhadores, supõe-se que estes continuem a laborar na 
empresa. 
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I 
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Resumo 
1. O Homem lutou desde sempre pela sua sobrevivência. 
Inicialmente, retirava directamente da natureza tudo o que necessitava para viver. 
Posteriormente, procurou terras mais férteis e agrupou-se, desenvolvendo a agricultura e a 
criação de gado com o auxílio de instrumentos que entretanto fabricou. 
Foi nesta fase que surgiram as primeiras unidades económicas. 
• Na moderna sociedade em que vivemos quase todo o processo produtivo é realizado dentro 
das organizações. Produzem-se bens ou serviços através da combinação dos factores 
elementares de produção - terra e recursos naturais, trabalho e capital. 
• As empresas funcionam como sistemas abertos, buscando inputs do ambiente externo e 
convertendo-os em outputs que retornam ao meio ambiente. Por sua vez estes outputs 
proporcionam a retroalimentação necessária para a aquisição de novos inputs. 
• Perseguem uma multiplicidade de objectivos que se dividem em dois grandes grupos - 
económicos e sociais. 
• Nenhuma empresa é auto-suficiente. Existe uma interacção entre ela e os grupos externos. A 
sua actividade pressupõe o relacionamento e interdependência com diversas empresas, 
entidades e pessoas. 
• Devem analisar e avaliar a forma como as necessidades e interesses dos diferentes grupos 
estão a ser satisfeitos, sabendo à partida que eles são muitas vezes incompatíveis e que terão 
de ser conciliados da melhor forma possível. 
• Para o seu funcionamento, as empresas utilizam recursos materiais, financeiros e humanos 
que são geridos aos diferentes níveis da empresa. 
• Podemos, assim, afirmar que, as pessoas se agrupam para formar organizações e através 
delas alcançar objectivos comuns que seriam impossíveis de alcançar individualmente. 
I. A EMPRESA IEFP 
 
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Questões e Exercícios 
1. Explique como surgiram as primeiras unidades económicas. 
2. Dê exemplos de empresas que se dediquem: 
a. à produção de bens; 
b. à prestação de serviços; 
c. à comercialização de bens; 
3. Recorrendo à informação até agora recolhida, dê o seu conceito de empresa. 
4. Aponte as razões que levam a considerar a empresa um Sistema Aberto? 
5. Comente a seguinte afirmação: 
“O sucesso organizacionaldecorre, somente, da satisfação dos trabalhadores” 
IEFP I. A EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
I 
22 
 
Resoluções 
1. O Homem, na fase produtora, dedicou-se à criação de gado e à produção de bens agrícolas. 
Assim que a obtenção desses bens começou a ultrapassar as necessidades do grupo, decidiu 
negociar os produtos excedentários, surgindo, desta forma, as unidades agrícolas. 
2. 
a. Indústria de plásticos 
b. Clínicas médicas 
c. Hipermercados 
3. È um conjunto estruturado de factores de produção (recursos naturais, trabalho, capital), que são 
utilizados pelo empresário para produzir bens e serviços. 
4. Entende-se que a empresa é um sistema aberto na medida em que deve escolher as melhores 
condições possíveis em termos de: matéria-prima, mão-de-obra, meios financeiros e outros 
(inputs), que vai procurar transformar para colocar no mercado produtos ou serviços (outputs), 
para serem consumidos ou utilizados. 
5. Não se pode considerar a afirmação correcta na medida em que o sucesso da organização não 
passa, exclusivamente pela satisfação dos trabalhadores, mas sim pela satisfação do conjunto 
dos grupos que com ela se relacionam, designadamente dos clientes, dos sócios e accionistas, 
dos fornecedores e restantes entidades. 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
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Objectivos: 
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a: 
• Distinguir os vários critérios de classificação das empresas; 
• Identificar as características básicas de cada um deles; 
• Explicar o conceito de PME.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temas: 
1. Critérios de Classificação das Empresas; 
2. Pequenas, Médias e Grandes Empresas; 
• Resumo; 
• Questões e exercícios; 
• Resoluções. 
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
II 
26 
1. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
Sempre que o Homem tem necessidade de processar um grande volume de informação tende 
naturalmente a agrupar. 
Exemplo: 
Vejamos o que fazemos com os carros: falamos de utilitários, de monovolumes, de três-volumes, 
de berlinas, etc. 
Que vantagens retiramos desta maneira de funcionar? 
Diminuímos a quantidade de informação a tratar. Passamos a considerar grupos homogéneos, isto 
é, com características semelhantes, dependendo dos critérios utilizados. 
O mesmo se passa quando nos referimos às empresas. Falamos das pequenas e das grandes; das 
que têm um volume de negócios acima deste ou daquele valor; das que pertencem ao sector 
primário ou secundário; das sociedades por quotas ou das sociedades anónimas, etc.. 
Enfim, não estamos a fazer mais do que, face a critérios pré-definidos e entendidos por todos, 
agrupar as empresas facilitando o seu estudo e análise. 
Critério da dimensão 
Quando classificamos as empresas utilizando o critério dimensão, usamos adjectivos como: 
pequenas, médias e grandes. Mas o que será que as distingue? 
Curiosamente, nem sempre o critério é uniforme, porém, o mais comum considera o número de 
trabalhadores ao serviço. 
Assim, teremos: 
• Pequenas empresas 
Menos de 250 Trabalhadores 
• Médias empresas 
Entre 250 e 500 Trabalhadores 
• Grandes empresas 
Mais de 500 trabalhadores 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
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É no grupo das pequenas empresas que se insere a maior parte do tecido empresarial português. 
Como se pode verificar pela análise da informação disponibilizada pelos Mapas dos Quadros de 
Pessoal relativos ao ano de 1996 (quadro seguinte), 81,3% das empresas não empregam mais que 
9 pessoas e somente 0,15% se podem considerar grandes empresas. 
 
Dimensão Número de 
Empresas 
Média de 
Empregados por 
Empresa 
Até 9 pessoas 154059 3 
De 10 a 19 pessoas 18734 13 
De 20 a 49 pessoas 10821 30 
De 50 a 99 pessoas 3334 69 
De 100 a 199 pessoas 1479 138 
De 200 a 499 pessoas 722 297 
500 e mais pessoas 292 1424 
TOTAL 189441 11 
Fonte: Quadros de Pessoal - 1996 (Ministério do Trabalho e da Solidariedade) 
Se construir-mos um gráfico de barras, ainda se torna mais evidente o peso e a importância das 
pequenas empresas no tecido empresarial português. 
Distribuição das empresas por número de trabalhadores 
Até 9
10 a 19
20 a 49
50 a 99
100 a 199
200 a 499
> 500
 
Fonte: Mapas de Pessoal – 96 
 
Porém, como facilmente se percebe, este critério é muito geral, surgindo a necessidade de criar 
sub-grupos. O exemplo mais citado é o de micro-empresa, cujo número de trabalhadores se situa 
entre os 0 e os 9. 
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
II 
28 
 
Vamos, agora, observar alguns exemplos de pequenas, médias e grandes empresas considerando, 
exclusivamente, o número de trabalhadores que têm ao seu serviço: 
• Pequenas empresas 
 
Empresa Núm. de Trabalhadores 
UNIFAC, SA 28 
MERCEDES-BENZ, LDª 150 
RTC, LDª 61 
VICTOR GUEDES, SA 151 
INSTITUTO LUSO-FÁRMACO 105 
ALVES BANDEIRA & Cª., LDª 180 
BASF, LDª 78 
Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97 
 
• Médias empresas 
 
Empresa Núm. de Trabalhadores 
MANUEL NABEIRO, LDª 454 
AUTO-INDUSTRIAL, SA 388 
NOVADELTA,LDª 325 
SECIL, SA 468 
AUTOMÓVEIS CITROEN, SA 364 
ZARA, LDª 487 
CORTICEIRA AMORIM, SA 475 
Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97 
• Grandes empresas 
 
Empresa Núm. de Trabalhadores 
OPCA, SA 540 
TÊXTIL RIOPELE, SA 2435 
QUINTAS & QUINTAS, SA 811 
SECURITAS, SA 5187 
SOLVAY, SA 519 
EDP, SA 16320 
EPAC, SA 520 
Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
29 
Exercício: 
No quadro seguinte encontra um conjunto de empresas e o número de trabalhadores que 
empregavam em Dezembro de 1996. Classifique-as quanto à dimensão. 
 
Empresa Núm. de Trab. Classificação 
LUSOSIDER - AÇOS 
PLANOS, SA 
441 
ELOSECULORUM, LDª 48 
INCM, EP 940 
PROLEITE, CRL 285 
FERRO -IND. QUÍMICAS, SA 288 
ICL - COMPUTADORES, LDª 105 
Resolução: 
 
Empresa Núm. de Trab. Classificação 
LUSOSIDER - AÇOS 
PLANOS, SA 
441 Média Empresa 
ELOSECULORUM, LDª 48 Pequena Empresa 
INCM, EP 940 Grande Empresa 
PROLEITE, CRL 285 Média Empresa 
FERRO -IND. QUÍMICAS, SA 288 Média Empresa 
ICL - COMPUTADORES, LDª 105 Pequena Empresa 
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
II 
30 
 
Critério do sector de actividade 
Como, por certo, tem verificado pelas empresas que referimos nos exemplos, elas procuram 
satisfazer necessidades de pessoas ou de outras empresas, em múltiplas áreas. A variedade é tão 
grande que, como salientámos no início desta unidade temática, resulta a necessidade de as 
agrupar ou classificar. 
A classificação mais utilizada é da autoria de Colin Clark que considera existirem três sectores de 
actividade diferenciados. Vejamos quais são: 
Sector primário - este sector integra as actividades extractivas, isto é, aquelas em que se retiram 
produtos do mar, do solo ou subsolo. 
Sector secundário - neste sector incluem-se as actividades de transformação, isto é, aquelas que 
utilizando as matérias primas extraídas da natureza produzem bens necessários no nosso dia a dia. 
Sector terciário - finalmente, este sector engloba todas as restantes actividades, adquirindo maior 
ênfase, os serviços. 
Assim:Classificam-se no sector primário as empresas cuja actividade incide na pesca, agricultura, 
pecuária, minas, etc.. 
No sector secundário agrupam-se as indústrias transformadoras, como por exemplo: 
metalúrgicas, cimento, construção naval, vestuário, calçado, etc.. 
É frequente encontrarmos referências a dois sub-grupos dentro deste sector: o das indústrias 
pesadas e o das ligeiras. 
Esta sub-classificação tem em linha de conta o volume de investimento necessário para o seu 
funcionamento. Assim, podem considerar-se indústrias pesadas as metalúrgicas, cimento, 
construção naval, etc. e indústrias ligeiras as de vestuário, calçado, etc.. 
Finalmente, no sector terciário incluem-se as escolas, os bancos, as empresas de seguros, os 
hospitais, os estabelecimentos comerciais, os operadores telefónicos, etc.. 
Este critério de classificação das empresas permite fazer análises muito interessantes, seja ao nível 
da evolução do comportamento de cada sector, do seu peso relativo, da sua contribuição para a 
economia nacional, ou ainda, permitindo comparações com outros países. 
No entanto, se pretendemos fazer análises mais detalhadas, revela-se bastante insuficiente porque 
reduzimos todo o tecido empresarial a apenas três conjuntos. 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
31 
 
Daí ser natural, que outras classificações surjam, aumentando significativamente o grau de detalhe. 
É, concretamente, o caso do conceito de ramo de actividade. As empresas são agrupadas em 
conjuntos muito mais restritos e homogéneos facilitando, assim, o seu estudo comparativo. 
Distribuição das empresas por actividade e número de trabalhadores ao serviço 
ACTIVIDADE (CAE) < 10 10 a 19 
20 a 
49 
50 a 
99 
100 a 
199 
200 a 
499 > 499
Agricultura, produção animal, caça e 
silvicultura 6031 534 235 53 24 2 0 
Pesca 107 47 25 8 2 3 1 
Indústrias extractivas 458 149 101 26 11 1 1 
Indústrias transformadoras 22911 6006 4688 1738 788 423 132 
Produção e distribuição de elect., gás e 
água 47 11 5 1 3 0 8 
Construção 16562 2416 1133 297 133 57 28 
Comércio; reparação de viaturas e bens 
de consumo 57947 5027 2235 490 190 61 26 
Alojamento e restauração 20498 1526 516 133 46 32 10 
Transportes, armazenagem e 
comunicações 4508 521 342 112 61 24 16 
Actividades financeiras 749 132 134 45 21 12 25 
Activ. Imobiliárias, alugueres e serv. 
Prestados às empresas 11747 956 431 138 89 48 30 
Adm. Pública, defesa e seg. Social 
obrigatória 87 49 16 3 1 1 1 
Educação 1180 442 293 76 38 20 1 
Saúde e acção social 4562 544 497 155 53 22 6 
Outras activ. de serv. colectivos, sociais 
e pessoais 6664 373 170 59 19 16 7 
Organ. internacionais e inst. Extra 
territoriais 1 1 
TOTAL 154059 18734 10821 3334 1479 722 292 
 Fonte: Mapas de Pessoal - 96 (MTS) 
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
II 
32 
 
No quadro anterior pode encontrar um exemplo construído a partir de dados extraídos dos Mapas 
de Pessoal de 1996, onde surgem as várias actividades (de acordo com o Código das Actividades 
Económicas - CAE), bem como o número de empresas agrupadas por dimensão (chama-se a 
atenção para a possibilidade de existirem empresas que não tenham entregue os mapas de 
pessoal). 
 
Critério geográfico 
Por certo já ouviu na rádio e na televisão referências do tipo: 
• O norte é mais industrializado que o sul; 
• A região de Lisboa é sempre privilegiada; 
• O litoral concentra o maior número de empresas; 
• etc.. 
Para permitir que este tipo de afirmações sejam fundamentadas é necessária outra forma de 
agrupar as empresas diferente das que temos vindo a estudar. 
Este critério pode aplicar-se visando distinguir: 
• O norte do centro e do sul; 
• Os vários distritos do país; 
• As diferentes regiões; 
• O interior do litoral; 
• etc.. 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
33 
 
No quadro que lhe apresentamos, de seguida, encontra o número de empresas por distrito, bem 
como a sua contribuição para o total do emprego (em termos percentuais). 
 
DISTRITOS NÚM. DE EMPRESAS PESSOAS AO SERVIÇO (EM %) 
 
Aveiro 14202 8.6
Beja 2999 0.9
Braga 16027 9.7
Bragança 1862 0.5
Castelo Branco 3893 1.7
Coimbra 7249 3.6
Évora 3353 1.4
Faro 9591 3.5
Guarda 2880 1.1
Leiria 9435 4.5
Lisboa 49616 28.7
Portalegre 2421 0.9
Porto 31593 19.9
Santarém 8498 3.7
Setúbal 12223 6.1
Viana do Castelo 4825 1.8
Vila Real 2906 1.0
Viseu 5868 2.4
 
TOTAL 189441 100
Fonte: Mapas de Pessoal - 96 (MTS) 
IEFP II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
II 
34 
 
Exercício: 
Com base na informação constante no quadro que apresenta o número de empresas por distritos 
que conclusões pode tirar no que refere a: 
1. Distritos com maior concentração de empresas; 
2. Relação interior/litoral; 
3. Consequências a nível de emprego. 
4. Discuta as conclusões a que chegou com os seus colegas e com o seu formador. 
Resolução: 
1. De acordo com o quadro apresentado, os distritos com maior número de empresas são: Lisboa 
(26.2%), Porto (16.7%), Braga (8.5%), Aveiro (7.5%) e Setúbal (6.5%). 
2. Se considerarmos o nosso país dividido por uma linha imaginária que o corta de norte a sul, 
sensivelmente, a meio, teremos na parte mais ocidental os distritos de: Aveiro (14.202), Braga 
(16.027), Coimbra (7.249), Faro (9.591), Leiria (9.435), Lisboa (49.616), Porto (31.593), Santarém 
(8.498), Setúbal (12.223) e Viana do Castelo (4.825). Verificamos, assim, que nesta parte do 
território nacional se concentram cerca de 86% do total das empresas. 
3. Isto significa que nos mesmos distritos: Aveiro (8.6%), Braga (9.75), Coimbra (3.6%), Faro 
(3.5%), Leiria (4.5%), Lisboa (28./%), Porto (19.9%), Santarém ( 3.7%), Setúbal (6.1%) e Viana 
do Castelo (1.8%), se concentra cerca de 90% do total do emprego. 
 
Critério da propriedade 
Este critério de classificação das empresas considera a propriedade dos meios de produção. 
As empresas pertencem aos sócios, isto é, os meios necessários à sua actividade surgem em boa 
parte pelo investimento que aqueles fazem. 
Quando se fala em sector privado, público ou em cooperativas, estamos a dizer que os sócios 
dessas empresas são, respectivamente: 
• Comerciantes em nome individual ou sociedades comerciais, cuja actividade se rege pelo Direito 
Comercial (o Direito Comercial será objecto de um módulo específico ao longo deste curso). 
• O Estado ou outras pessoas colectivas de direito público, regendo-se a sua actividade por um 
estatuto especial, aplicando-se o direito comercial apenas de forma supletiva. Podem ser criadas 
pelo Estado, resultar da transformação de um organismo público, aquisição pelo Estado do 
capital social de uma sociedade comercial privada (expropriação) ou, finalmente, pelo exercício 
da autoridade do Estado (nacionalização). 
De notar que algumas grandes empresas públicas portuguesas passaram, nos últimos anos, por 
alterações ao seu regime jurídico transformando-se em sociedades anónimas. 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
II 
35 
Algumas, já passaram, ou estão a passar por este processo, outras continuam ainda com o Estado 
como único accionista. No primeiro caso temos como exemplo a Portugal Telecom, S.A. ou a 
Rodoviária Nacional, S. A., no segundo caso podemos considerar a TAP Air Portugal, S.A.. Sendo 
o capital da transportadora aérea nacional totalmente detido pelo Estado, esta empresa não é, no 
ponto de vista jurídico, uma empresa pública, isto é, aplica-se-lheintegralmente o código das 
sociedades. 
• Associados que contribuem com bens e serviços para através da cooperação e interajuda 
assegurarem a satisfação, sem fins lucrativos, das suas necessidades económicas, sociais ou 
culturais. Regem-se pelo código cooperativo. Podem, dependendo dos seus objectivos, ser 
cooperativas de crédito, consumo, etc.. 
As multinacionais 
Finalmente, uma breve referência a uma categoria de empresas que convivem connosco 
diariamente: as multinacionais. 
O que são multinacionais? 
São empresas cujo capital é detido por outras empresas ou grupos que actuam em vários países 
ou em vários continentes. São, normalmente, detentoras de marcas globais, isto é, produtos que 
são comercializados em todo o mundo com a mesma marca. 
Exemplos: 
Basf, Ldª., Carrefour, S.A., Texas Instruments, Ldª., Asta Médica, Ldª., Matutano, S.A., etc.. 
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II 
36 
 
2. PEQUENAS, MÉDIAS E GRANDES EMPRESAS 
Como verificou, logo no primeiro critério que abordamos, a qualificação de uma empresa como 
pequena média ou grande, não é consensual. 
No quadro que se segue, pode encontrar empresas com relativamente poucos trabalhadores ao 
serviço e cujo volume de vendas ou resultados deixam transparecer bons desempenhos, pelo que o 
adjectivo “pequenas” não será o mais adequado para as classificar. 
 
Empresa Vendas Resultado Líquido 
Número de 
Trabalhadores 
 
Mobil Oil Portuguesa, SA 133035 1609 210 
Cimpor, SA 66253 19445 108 
Siva, SA 63924 1585 182 
Tejo Energia, SA 40582 947 9 
Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97 
Hoje, é normal que uma empresa, através de adequadas opções de gestão, consiga, elevados 
volumes de vendas com um baixo número de empregados. 
Como? 
Recorrendo a contratos de prestação de serviços com outras empresas que, a montante ou a 
juzante do seu processo produtivo, lhe asseguram partes da sua operação. 
Exemplo: 
A empresa Z produz e comercializa determinado produto. Celebra com várias empresas contratos 
através dos quais estas se comprometem a fornecer-lhe os vários componentes para o produto, 
nas quantidades, qualidade e datas pré-definidas . A empresa Z apenas procede à montagem do 
produto final. 
Seguidamente, a venda e distribuição são asseguradas por uma rede de agentes. Provavelmente, 
em épocas de mais trabalho recorre a uma empresa de trabalho temporário para obter a mão de 
obra de que necessita. Para garantir a segurança das suas instalações, contrata os serviços de 
uma empresa especializada. 
 
 
 
 
 
 
 
Empresa 
Fornecedora 
Componentes 2 
Empresa de 
Segurança 
Empresa de 
Distribuição 
AGENTES 
Empresa 
Fornecedora de 
Mão-de-Obra 
Empresa 
Fornecedora 
Compenente 1 
Empresa de 
Publicidade e 
Marketing 
Empresa Z
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
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II 
37 
Esta opção de gestão tem, vantagens e desvantagens, como é fácil de entender. Nas primeiras 
podemos encontrar: a redução dos custos fixos, a diminuição dos custos de produção, etc.. Por 
outro lado, a empresa está fortemente dependente de terceiros para atingir os seus objectivos, 
perdendo o contacto directo com o mercado, etc.. 
Nas próximas unidades temáticas aprofundará os conhecimentos necessários para uma melhor 
compreensão destas vantagens e desvantagens. 
Com este exemplo, percebe-se que os conceitos de pequenas, médias e grandes empresas 
transcendem, em muito, o número de trabalhadores que têm ao seu serviço. 
Surgem, outros conceitos, nomeadamente, o de PME (pequena e média empresa), introduzida pelo 
IAPMEI (Instituto de Apoio ás Pequenas e Médias Empresas Industriais) e pela legislação que 
regulamenta a concessão de apoios a este tipo de empresas. 
Neste contexto, são consideradas PME’s as empresas que simultaneamente cumpram os seguintes 
requisitos: 
• Tenha até 500 empregados. Poderá ter até 600 empregados no caso de trabalhar por turnos, 
• Tenha um volume de vendas anuais não superior a 2.400.000 contos, 
• Não possua nem seja possuída em mais de 50% por outra empresa. 
Como se verifica, de acordo com este critério, são já vários os aspectos a considerar, para 
classificar uma empresa como pequena, média ou grande: o número de trabalhadores ao serviço, o 
volume de vendas e a propriedade do seu capital. 
 A não verificação de qualquer uma destas três condições, situa de imediato a empresa em 
questão, no lote das grandes empresas. 
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II 
38 
 
Resumo 
1. O tecido empresarial português é constituído por um grande conjunto de empresas que se 
dedicam a diferentes actividades, enquadradas em diferentes sectores da vida económica e 
dispersas de forma desigual pelo território nacional. Para facilitar a análise do seu desempenho e 
permitir o seu estudo comparativo, foram surgindo vários critérios de classificação, dos quais 
destacámos: a dimensão, o sector de actividade, a localização e o tipo de propriedade. 
2. Quanto à dimensão, as empresas são consideradas pequenas, médias ou grandes, conforme 
têm ao seu serviço até 250, entre 250 e 500, ou mais de 500 trabalhadores. 
3. No entanto, este critério de classificação das empresas não é, por vezes, suficientemente claro e 
específico. Daí que tivesse surgido o conceito de PME, onde se incluem as empresas com menos 
de 500 empregados (600 se laborarem no regime de turnos) e que, simultaneamente, tenham um 
volume de vendas anuais inferior a 2.400.000 contos e não possuam, ou sejam possuídas, em 
mais de 50% por outras empresas. 
4. Relativamente ao sector de actividade, as empresas consideram-se no primário, secundário ou 
terciário, respectivamente, quando: retiram produtos do mar, do solo ou do subsolo; os 
transformam, produzindo bens necessários ao nosso dia a dia ou, finalmente, oferecem serviços. 
5. Também é comum, segmentar o nosso tecido empresarial com base em critérios de localização 
das empresas, permitindo, assim, análises comparativas entre o norte e o sul, o interior e o litoral, 
por distrito, etc.. 
6. Finalmente, classificámos as empresas quanto à propriedade, isto é, utilizámos como critério a 
posse dos meios de produção. As empresas podem, nesta perspectiva, ser privadas, públicas ou 
cooperativas, conforme os sócios sejam: comerciantes individuais ou sociedades comerciais; o 
Estado ou outras pessoas colectivas de direito público; associados que contribuem com bens e 
serviços para, sem fins lucrativos, satisfazerem necessidades comuns. 
7. Referimos, ainda, as multinacionais como um exemplo de organizações cujo capital é detido por 
empresas ou grupos económicos de dimensão mundial e que comercializam marcas globais, isto 
é, bens e serviços que são vendidos em todo o mundo com a mesma marca. 
8. Comprovamos que não existem critérios de classificação das empresas, que só por si, nos 
permitam caracterizar o tecido empresarial português. Daí que conceitos como o de PME, ao 
combinarem vários indicadores, nos dão uma visão mais próxima da realidade 
II. CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS IEFP 
 
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II 
39 
 
Questões e Exercícios 
Recorrendo aos conhecimentos que adquiriu ao longo desta unidade temática, procure responder 
às seguintes questões: 
1. Qual a utilidade de tipificar as empresas recorrendo a diferentes critérios? 
2. Escolha um dos critérios de classificação de empresas que estudou e diga, sumariamente, em 
que consiste? 
3. Explique o conceito de PME. 
4. Analise o quadro seguinte ou outros que encontrou ao longo desta unidade temática ecomente a 
frase: “Portugal é um país de micro-empresas”. Justifique a sua resposta com dados concretos. 
 
Número de pessoas ao serviço nas empresas, por actividade e segundo a dimensão 
ACTIVIDADE < 10 10 a 19 
20 a 
49 
50 a 
99 
100 a 
199 
200 a 
499 
> 499
Agricultura, produção animal, caça e silvicultura 18060 6966 7052 3492 3339 676 0 
Pesca 404 652 693 594 368 747 1046 
Indústrias extractivas 1911 1982 2966 1707 1555 209 1037 
Indústrias transformadoras 92738 81336 143872 120271 108724 125117 129983
Produção e distribuição de elect., gás e água 217 147 149 66 369 0 16417
Construção 60140 31997 33757 20420 18547 17470 29246
Comércio; reparação de viaturas e bens de consumo 188508 66040 65981 33162 25860 17275 38660
Alojamento e restauração 66424 19935 15023 9130 6409 9713 9933 
Transportes, armazenagem e comunicações 14100 6970 10149 7826 8392 7717 75216
Actividades financeiras 2444 1786 3993 3184 3187 3962 65856
Activ. Imobiliárias, alugueres e serv. prestados às 
empresas 36164 12485 12801 9338 12367 14635 34643
Adm. pública, defesa e seg. social obrigatória 370 660 467 189 131 208 527 
Educação 5461 6095 8602 5177 5131 5662 604 
Saúde e acção social 14551 7432 14863 10587 7113 5742 4657 
Outras activ. de serv. Colectivos, sociais e pessoais 18860 4830 4993 4176 2826 4973 8092 
Organ. Internacionais e inst. extra territoriais 1 19 
 
TOTAL 520353 249332 325361 229319 204318 214106 415917
Fonte: Mapas de pessoal - 96 (MTS) 
5. O que entende por empresa multinacional? 
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II 
40 
 
Resoluções 
1. Quando somos obrigados a estudar ou a analisar um grande volume de informação sentimos 
algumas dificuldades porque apesar das nossas, imensas, capacidades somos seres humanos. 
Assim, a tendência natural é agrupar os objectos do nosso estudo em grupos com características 
semelhantes. É natural que assim seja com os automóveis, com a música ou com as empresas. 
Para facilitar o estudo das empresas surgiram alguns critérios, isto é, consideraram-se aqueles 
aspectos que as marcam definitivamente, como a dimensão, o sector de actividade, a localização 
geográfica ou a propriedade. 
2. Se escolhermos o critério da dimensão, classificamos as empresas de acordo com o número de 
trabalhadores que mantêm ao serviço. Assim, as empresas com menos de 250 trabalhadores são 
consideradas pequenas, aquelas que empregam entre 250 e 500 pessoas classificam-se como 
médias e, finalmente, serão grandes empresas se ocupam um número superior a 500 indivíduos. 
É ainda frequente utilizar-se o conceito de micro-empresa para aquelas que não ultrapassam os 9 
trabalhadores. 
3. O conceito de PME (pequenas e médias empresas) aplica-se às que tenham até 500 
empregados, tenham um volume de vendas que não ultrapasse 2.400.000 contos e não possuam 
ou sejam possuídas em mais de 50% por outra empresa. 
4. Como se pode verificar pelo quadro, mais de metade das pessoas empregadas (61.3%) 
trabalham em empresas com menos de 100 trabalhadores. Apenas 19.26% trabalham em 
empresas com 500 ou mais trabalhadores. 
5. O conceito de multinacional aplica-se às empresas que actuam em vários países, 
comercializando marcas globais, isto é, produtos ou serviços que obedecem a especificações 
únicas, independentemente do mercado onde são colocados. O seu capital é, normalmente, 
detido por grandes grupos económicos com dimensão mundial. 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA EMPRESA
ORGANIZAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
III 
43 
Objectivos: 
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a: 
• Explicar o que é um organigrama; 
• Listar os elementos que compõem um organigrama; 
• Explicar o que é um órgão e as ligações que se estabelecem entre eles; 
• Distinguir uma organização formal de informal; 
• Explicar o que é uma estrutura; 
• Diferenciar os diversos tipos de estrutura; 
• Analisar organigramas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temas: 
1. Organigramas 
2. Organização Formal e Informal 
3. Estrutura 
• Resumo; 
• Questões e Exercícios; 
• Resoluções. 
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
III 
44 
 
A forma como as empresas se organizam pode ser exemplificada por uma realidade que todos 
conhecemos muito bem: a Escola. 
A matéria escolar a ministrar, independentemente do grau de ensino (5º, 6º, 7º, 8º ou outros anos), 
tem que ser agrupada por matérias: português, inglês, matemática, etc. 
Seguidamente, para a Escola funcionar precisa distribuir os alunos consoante o ano que vão 
frequentar e agrupá-los por turmas. 
Segue-se a colocação dos professores das diferentes disciplinas: português, inglês, matemática e 
outras. 
Entre professores e alunos vão estabelecer-se relações saudáveis por forma a que os primeiros 
tenham condições de ensinar e proporcionem aos segundos a aprendizagem necessária para a 
obtenção do sucesso escolar, que é o objectivo de ambas as partes. 
Da mesma forma que as escolas, também as empresas, quer produzam bens ou prestem serviços, 
têm necessariamente que se organizar. 
Em função da sua finalidade e objectivos, é importante que definam áreas de responsabilidade às 
quais afectam os recursos necessários e suficientes para os atingir. 
A organização resultante articula-se através de: relações de autoridade, isto é, regras que 
estabelecem interdependências e permitem saber quem decide o quê; canais de comunicação 
por onde circula a informação e as instruções. 
A este conjunto de relações de autoridade e canais de comunicação existentes em todas as 
entidades organizadas, dá-se o nome de estrutura. 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
III 
45 
1. ORGANIGRAMAS 
Organigrama 
Definição: 
É a representação gráfica da estrutura de uma empresa identificando os diversos órgãos e as 
diferentes ligações que possam existir entre eles num dado momento 
Exemplo: 
Organigrama A 
 
 
 
 
 
Qual a sua finalidade? 
Proporciona a visualização da estrutura de uma empresa, possibilitando apreender, numa única e 
rápida análise, os elementos que a constituem e as relações formais que entre eles possam existir. 
Requisitos que um organigrama deve respeitar: 
• Clareza; 
• Actualidade; 
• Uniformidade; 
• Dimensão adequada; 
Direcção Geral
Dir. Financeira Dir. Comercial Dir. Produção 
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
III 
46 
Por clareza entende-se a simplicidade na sua apresentação. A grande densidade de dados torna o 
organigrama complexo e, portanto, de difícil compreensão. 
Um organigrama reflecte a estrutura num certo momento. Assim, deve inscrever-se sempre a data 
da sua elaboração. Este requisito facilita eventuais actualizações. 
Em Portugal não existem normas que definam a construção dos organigramas, porém, há um 
conjunto de regras que procuram uniformizar a sua elaboração a fim de se obter uma informação 
que possa ser interpretada da mesma maneira por várias pessoas. 
O grau de detalhe do organigrama deve ser estabelecido de acordo com as finalidades. Por 
exemplo, se for para colocar no local de atendimento deve ter um tamanho diferente, do que o do 
manual de procedimentos que se destina ao uso interno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vantagens na utilização de organigramas: 
• Facilita a informação interna e externa; 
•Permite a visualização dos elementos que o compõem e das suas interdependências; 
• Permite a localização rápida das diferentes funções e a identificação dos responsáveis da 
empresa; 
• Clarifica as relações hierárquicas; 
• Facilita o estudo da organização. 
 
 
 
Representação Gráfica (retrato) da estrutura de uma 
organização 
Organigrama 
Que deve ser
Clara Actual Uniforme Dimensão 
Adequada 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
III 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orgãos 
Os órgãos são, normalmente, representados por rectângulos de tamanho igual. Também se 
podem representar por barras ou círculos, contudo, estas duas últimas formas não são tão 
habituais. 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
A categoria hierárquica dos órgãos é dada pela posição que os rectângulos ocupam no 
organograma. 
Para o órgão do topo da hierarquia usa-se, por vezes, um rectângulo de maiores dimensões. 
 
Elementos de um organigrama 
 Órgãos 
Ligações (Relações) 
Órgão 
Ligações 
Divisão 
Direcção 
Direcção- Geral 
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA 
 
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III 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada círculo concêntrico representa um nível hierárquico. 
No centro fica o órgão de nível hierárquico mais elevado, e à medida que o diâmetro dos círculos 
aumenta diminui o nível hierárquico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As barras representam os níveis hierárquicos. 
Quanto mais á esquerda estiver a barra mais elevada é a posição hierárquica. 
 
Orgão Nível hierárquico 
Direcção-Geral Nível 1 ou Topo 
Direcção Nível 2 ou Nível Médio 
Divisão Nível 3 ou Nível Inferior 
 
Direcção-Geral Direcção 
Divisão 
Direcção-Geral 
Direcção 
Divisão 
Direcção 
Divisão 
Direcção 
Divisão 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
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III 
49 
 
Para facilitar a representação (ex: falta de espaço) pode-se optar por diferentes disposições: 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
É indiferente, em cada nível, a ordem pela qual se colocam os rectângulos que representam os 
órgãos. 
Vejamos o seguinte exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direcção Geral 
Dir. Comercial Dir. Financeira Dir. Produção
Organigrama B 
Dir. Produção Dir. Financeira Dir. Comercial 
Direcção Geral 
Organigrama A 
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA 
 
 Guia do Formando Organização e Administração de Empresas
 
III 
50 
 
 
 
 
 
 
 
A sequência da apresentação das Direcções não significa a sua subalternização como referimos 
anteriormente. A ordem de colocação dos órgãos na estrutura é indiferente. 
Ligações 
As ligações entre os diferentes órgãos são representadas por linhas: 
Contínuas para as relações hierárquicas 
Tracejadas para as relações funcionais ou de órgãos de apoio (staff) 
A entrada e saída das linhas dos rectângulos faz-se no meio dos lados, inferior e superior 
Exemplo: 
 
 
 
A representação dos órgãos de staff e das respectivas ligações aos órgãos assessorados faz-se 
através dos lados direito ou esquerdo como se pode verificar no exemplo seguinte: 
1º Direcção Comercial 
2º Direcção Comercial 
3º Direcção Produção 3º Direcção Financeira 
1º Direcção Financeira 
2º Direcção Produção 
Organigrama A Organigrama B 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
III 
51 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema dos elementos de um organograma 
Órgãos/Serviços 
Representados 
por 
rectângulos 
Relações / ligações
Representadas 
por linhas 
Contínuas Tracejadas 
Relações 
hierárquicas 
Relações 
funcionais ou 
de staff 
Órgão assessorado 
Órgão Staff 
IEFP III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA 
 
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III 
52 
 
Exercício: 
Responda às seguintes questões: 
1. O que entende por organigrama? 
2. Como se representam, habitualmente, no organigrama os órgãos? 
3. Como se representam as ligações que se criam entre eles? 
 
Resolução: 
1. É a representação gráfica da estrutura de uma empresa, identificando os diversos órgãos e as 
diferentes ligações que possam existir entre eles, num dado momento 
2. São representados através de rectângulos. 
3. As ligações representam-se por linhas: contínuas para as relações hierárquicas; tracejadas para 
as relações funcionais ou de órgãos de apoio. 
Exercício: 
O Sr. Abel, Director-Geral da “Automóveis, S. A.” solicitou a um colaborador da fábrica que 
elaborasse o organigrama da empresa, transmitindo-lhe, apenas, as seguintes indicações: 
“Dependendo da Direcção Geral existem as seguintes direcções - Financeira, Administrativa, 
Marketing, Produção e Vendas” 
Com a informação que o Sr. Abel lhe disponibilizou o colaborador, no dia seguinte apresentou-lhe o 
organigrama a seguir indicado: 
 
 
 
 
 
O Director-Geral mandou rectificar a ordem de colocação das Direcções por não ser coincidente 
com a que ele lhe tinha transmitido, justificando que estava a ser retirada importância à Divisão 
Financeira. 
Em sua opinião, e após os conhecimentos que já adquiriu, diga se a interpretação dada pelo Sr. 
Abel está ou não correcta e justifique. 
Director-Geral 
ADM FIN MARK VEND PROD 
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
Organização e Administração de Empresas Guia do Formando 
 
III 
53 
 
Resolução: 
Não se pode considerar a interpretação dada pelo Sr. Abel como correcta porque, a sequência de 
apresentação dos órgãos não expressa o seu grau de importância dentro da empresa. 
Classificação dos Organigramas 
Para facilitar o estudo dos organogramas vamos enunciar os critérios de classificação mais 
utilizados: 
Quanto à extensão: 
• Gerais - se representam a totalidade da organização 
• De detalhe ou parcelares - se reflectem apenas um sector da empresa 
Quanto à disposição gráfica: 
• Ramificação vertical 
 
 
 
 
 
Este é o tipo mais utilizado na representação de estruturas. Os níveis hierárquicos são 
estabelecidos na horizontal. 
A 
b1 b2 b3
C 
c1 c2 
B 
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III 
54 
 
• Ramificação horizontal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta representação orienta-se da esquerda para a direita. Os níveis hierárquicos são estabelecidos 
na vertical e na horizontal, as linhas representativas das ligações. 
A 
c1
b2
b1
B 
C 
c2
c3
III. A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP 
 
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III 
55 
 
• Ramificação mista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É uma combinação dos dois tipos de estrutura anteriormente enunciados. É usado normalmente 
para solucionar problemas de espaço. A sua interpretação pode ser mais confusa. 
OU 
A 
B 
b1 
DC
b2 
c1
d2 
d1 
c3
c2
B C 
c1
c2
D E e2
e1 
e3 
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III 
56 
 
Quanto à informação

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