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SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 1 Um bom projeto de pesquisa é o primeiro passo para uma monografia de qualidade e para um trabalho científico. Deve seguir o seguinte roteiro e conter 6 (seis) partes, numeradas adequadamente e ter no máximo 10 páginas: 1. INTRODUÇÃO 2. PROBLEMATIZAÇÃO-HIPÓTESE 3. REVISÃO DE LITERATURA 4. METODOLOGIA 5. ROTEIRO PRELIMINAR DA MONOGRAFIA (SUMÁRIO PRELIMINAR) 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. INTRODUÇÃO Na Introdução o aluno-pesquisador deverá escrever, em texto corrido, sobre os seguintes tópicos: dade suficiente com o tema)? 1 O presente roteiro foi retirado da aula da Profa Júlia Ximenes. Fica recomendada a leitura do seguinte artigo: XIMENES, Julia Maurmann. O processo de produção científico-jurídica – o problema é o problema. In: XVII Congresso Nacional do CONPEDI, Brasília/DF, 2008. SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br -político do tema? O importante é apontar o objeto de pesquisa, de forma ampla, pois ele será delimitado com a problematização no próximo item. Além disso, o aluno-pesquisador deverá apontar a relevância da pesquisa ou justificativa. Quais os motivos a justificam? Os motivos de ordem teórica são aqueles que apontam as contribuições do estudo para a compreensão do problema apresentado. Os motivos de ordem prática são os que indicam a relevância da pesquisa para a intervenção na questão social abordada. Os de ordem pessoal são os que demonstram a relevância da escolha do estudo em face da trajetória do pesquisador. Assim, neste primeiro item é importante que o aluno-pesquisador apresente o tema de forma mais ampla, e no decorrer do projeto desenvolva como fará a pesquisa, com destaque para o tripé da construção do conhecimento científico: problema- hipótese-marco teórico. 2. PROBLEMATIZAÇÃO - HIPÓTESE A função da problematização é, essencialmente, chegar ao cerne da questão a ser tratada e delimitar o tema. Restringindo o objetivo do trabalho, fica mais fácil cumpri-lo, sem exageros desnecessários. Um trabalho despretensioso pode ser imensamente mais interessante do que um trabalho que promete, mas não cumpre. A pesquisa não pode ser um amontoado de dados sobre um determinado tema, e o problema que guiará o aluno-pesquisador não poderá ser resolvido com a simples leitura do acervo bibliográfico, mas sim a integração entre as categorias de análise ou referenciais teóricos que compõem o marco teórico, além de dados empíricos, quando for o caso. Portanto, o desafio é encontrar a inquietação, a própria dúvida que motivou o aluno-pesquisador na escolha do tema. A definição do problema sofrerá a influência SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br de nossas experiências, o senso comum, que será modificado a partir do conjunto de conhecimentos (conceitos e teorias, o marco teórico) utilizados como quadro de referência, uma grade de leitura pela qual o pesquisador percebe o real. Assim, o problema deve ser levantado e formulado de forma interrogativa e delimitado com indicações dos referenciais teóricos que sustentam as relações entre os diversos estudos que serão abordados. Ao selecionar o problema predeterminando as categorias de análise utilizadas, os conceitos e a relação entre eles, o aluno- pesquisador já está definindo o seu marco teórico, o terceiro elemento do tripé mencionado anteriormente. Algumas dicas para elaborar o problema: gunta, não uma pergunta simplista (o que é isso ou aquilo), mas deve expressar uma complexidade maior que reflita um certo conhecimento da matéria pelo aluno-pesquisador; nciosas sobre o tema, mas revelar uma genuína curiosidade. Exemplo de problema tendencioso: “Por que o Judiciário brasileiro ainda tem preconceitos em relação à união civil de homossexuais?” Melhor seria problematizar da seguinte forma: “Quais são as possíveis formas de se regulamentar a relação homoafetiva a partir do ordenamento jurídico brasileiro?” – viabilidade. Neste item deverá ser indicada a hipótese de trabalho, ou seja, a proposta de resposta ao problema apresentado. A hipótese é uma formulação preliminar do aluno- pesquisador a partir de seu arcabouço teórico. Trata-se de uma resposta prévia que será objeto de “testagem” durante a investigação científica. Por isto poderá ser encarada como um “tateio inteligente”, um certo “achismo” preliminar do aluno- pesquisador, antes que ele comprove ou não esta hipótese. 3. REVISÃO DE LITERATURA SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br Na revisão de literatura o aluno-pesquisador deverá apresentar os principais argumentos teóricos utilizados para conectar o problema a sua hipótese. Trata-se de uma proposta provisória do marco teórico que será adotado na monografia. Os argumentos são as categorias teóricas. Esta literatura inicial norteará as leituras a serem indicadas pelo professor-orientador quando do início do processo de redação da monografia. Dicas: a) Utilize os fichamentos (dos livros e artigos) feitos durante o curso. b) Após a descrição fática, descreva como a legislação trata o tema, indique a existência de jurisprudência ou precedentes sobre seu tema; c) Em seguida, apresente os conceitos/categorias teóricas – apresente uma ou mais definições das categorias teóricas escolhidas e caso haja controvérsia esta também deverá ser explicitada. Contudo, mais do que DESCREVER os autores escolhidos para analisar o tema, é importante analisar os argumentos, teorias e conceitos que eles estão utilizando para defender um determinado ponto de vista. A apresentação dos autores deverá estar acompanhada das referências completas, ou seja, através de nota de rodapé com indicação da fonte consultada ou no sistema autor-data. Não adianta somente enumerar os autores, sem explicar por que eles foram escolhidos e qual o fundamento das ideias. (conexão de sentido). Sempre que você transcrever a ideia de um autor, ou mesmo parafraseá-lo, você deve comentar esta mesma transcrição. Caso contrário, seu trabalho vai se assemelhar a uma colagem de pensamentos de atores 2 . Portanto, trata-se de uma breve exposição dos elementos teóricos que, provisoriamente, permeiam a discussão apresentada. O aluno-pesquisador 2 Para mais detalhes sobre a opção metodológica utilizada v. GUSTIN, Miracy B. de Souza, DIAS, Maria Tereza F. (Re) pensando a pesquisa jurídica: teoria e prática. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br estabelecerá uma grade de leitura, identificando os pressupostos utilizados e as limitações da grade, mencionando algumas teorias. 4. METODOLOGIA A metodologia da pesquisa deverá esclarecer os caminhos que o aluno- pesquisador utilizará para elaboração da pesquisa e apresentação do trabalho científico. Não é apenas um conjunto de técnicas e procedimentos utilizados para a construção do trabalho, mas tambémincorpora a própria dimensão teórica, como a escolha do marco teórico. Portanto, neste tópico o aluno-pesquisador deverá apresentar todas as questões metodológicas importantes para a compreensão do próprio projeto de pesquisa, inclusive, as técnicas de pesquisa utilizadas para a coleta de dados, seja a pesquisa experimental ou apenas bibliográfica. As técnicas abordadas no módulo foram: pesquisa documental, entrevistas, questionários e formulários, estudo de caso, análise de conteúdo e análise de políticas públicas. No tocante a abordagens, utilizamos três eixos teórico-metodológicos, que poderão ser combinados entre si ou com outras vertentes (v. texto GUSTIN, Miracy) -jurídica; A pesquisa dogmática utiliza o tripé: doutrina, jurisprudência e legislação. Ela tem por objetivo verificar a coerência do sistema jurídico e de seus elementos. Ao contrário da pesquisa dogmática ou instrumental, a pesquisa sócio-jurídica vai tentar conhecer as incoerências do sistema jurídico, sobretudo relacionando-o a outros sistemas de saber. Por isso, aqui há uma relação estreita do direito com outras ciências, ou seja, uma ideia de interdisciplinaridade mais ampla. As incoerências do sistema também podem ser conhecidas pela contraposição da ordem jurídica em tese e o funcionamento das instituições que têm o dever de implementá-la. SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br Por fim, pesquisas epistemológicas têm uma natureza teórica mais marcante. Elas se dedicam ao estudo dos fundamentos de um sistema qualquer, seja jurídico, seja de ideias. Interessa-se por conceitos, categorias fundamentais da ciência, seus paradigmas, fundamentos do discurso jurídicos e seus valores, normas jurídicas e conceitos jusfilosóficos. Investiga a própria ciência jurídica, sua identidade e fundamentos científicos ou valorativos e até o questionamento da própria atividade investigativa dos juristas. 5. ROTEIRO PRELIMINIAR DA MONOGRAFIA (Cronograma de estudos) Este roteiro auxiliará no processo de redação da monografia, inclusive na relação com o professor-orientador. Algumas dicas para a sua elaboração: possível começar de uma abordagem mais geral para uma mais específica; inteiro a ele? Se houver mais de um problema, cada capítulo poderá responder a cada um dos problemas? ssível dedicar um capítulo inteiro à descrição da legislação? -os. O que neles se repete? Seria bom trazer tais pontos para sua monografia? insiste na inclusão de um capítulo histórico no início de toda monografia. Por onde se deve começar um trabalho? Por que recorrer sempre ao critério cronológico para responder a tal pergunta? Este questionamento pode ser confirmado pela banalização da história, quando é reduzida a um mero capítulo introdutório, esvaziada de seu papel esclarecedor do presente em função das lições do passado. SGAS Quadra 607 . Módulo 49 . Via L2 Sul . Brasília-DF . CEP 70200-670 (61) 3535.6565 - Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP | www.idp.edu.br 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O aluno-pesquisador deverá mencionar todos os livros, artigos, sites que efetivamente utilizou para o projeto de pesquisa. Cite pelo menos 6 referências bibliográficas para esta fase preparatória do seu trabalho científico. IMPORTANTE: todo o texto do projeto de pesquisa deverá observar as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Além disso, cuidado com a linguagem, evitando adjetivos e juízos de valor. Lembre-se que é um trabalho científico, não uma peça jurídica, e que tudo que você apontar deverá ser demonstrado ou comprovado. É possível utilizar citações literais e/ou paráfrases, mas sempre indicando as fontes. Com relação à fonte, espaçamento, margens e paginação, o aluno-pesquisador deverá observar as seguintes regras: 10 páginas fonte Arial ou Times New Roman 12 entre linhas: 1,5 cm entre parágrafos: automático margens: superior 3 cm inferior 2 cm esquerda 3 cm direita 2 cm notas de rodapé fonte Arial ou Times 10 folha A4 citações literais acima de 3 linhas – fonte Arial ou Times 11, entre linha simples, recuo esquerdo do parágrafo de 4 cm. Uma última dica – atenção à padronização e a conexão de sentido entre problema-hipótese e marco teórico. Estes também serão importantes na redação da monografia.
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