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Vamos estudar as características do aluno com transtornos globais do desenvolvimento e a adequação do trabalho pedagógico para sua escolarização. O objetivo será oferecer subsídios básicos para o educador desenvolver o processo de ensino e aprendizagem do aluno no contexto escolar. Os alunos com TGD apresentam variações e diferenças em relação à interação social, comunicação, comportamento, interesses repetitivos e estereotipados e alterações no desenvolvimento neuropsicomotor. Incluem-se nessa definição alunos cm autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. O trabalho pedagógico adequado deve valorizar as interações de grupo, as leituras e manejos adequados das regras sociais dentro de um espaço estimulador e desafiante para o aluno. Neste contexto, o aluno encontrará um ambiente que promove seu bem-estar, equilíbrio emocional e oportunidade de estabelecer interações sociais significativas e desenvolver seu processo de aprendizagem e construção de conhecimentos. Aula 8: O aluno com transtornos globais do desenvolvimento e sua escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:00 Página 1 de Nova Seção 1 A escolarização do aluno com transtornos globais de desenvolvimento (TGD) inserido na escola inclusiva é uma abordagem que vem suscitando debates e pesquisas no contexto educacional atual. Vários pesquisadores indicam a proposta inclusiva como a alternativa mais adequada para o desenvolvimento de habilidades sociais e acadêmicas desse aluno e apontam estratégias que atendam suas necessidades sociais e educacionais específicas. Durante muito tempo, a sociedade considerou a pessoa com transtornos globais de desenvolvimento como incapaz de aprender e de se beneficiar do processo de escolarização. A justificativa para essa exclusão era fundamentada na ideia de que a escola não poderia contribuir frente a crianças com comportamentos tão diferenciados. No contexto atual, não só os aspectos legais garantem o acesso e permanência do criança/jovem com TGD na escola, mas também, vários estudos e pesquisas apontam para a conclusão de que a escola tem papel fundamental no desenvolvimento global desses alunos. É preciso conhecer as especificidades cognitivas, sensoriais, sociais e comportamentais do aluno com TGD para que o processo de ensino- aprendizado possa ser planejado e desenvolvido, atendendo suas características individuais e criando as mediações facilitadoras de sua escolarização no ambiente inclusivo. A compreensão de que muitos dos alunos com TGD percebem o ambiente físico e apresentam condições de aprendizado de uma forma diferenciada dos demais alunos é condição para a construção de uma proposta pedagógica adequada. Segundo VASQUES & BAPTISTA (acessado em 10/10/2010), a escola é o espaço destinado a todas as crianças e “a aprendizagem de conhecimentos específicos mas, sobretudo, de conhecimentos existenciais que são veiculados em todo ato educativo, submete os aprendentes às marcas comuns ao humano - na medida em que transmitem a história e filiam à cultura. Através da educação se estabelecem vínculos de filiação e pertença entre sujeitos e, se isso é primordial para TODAS as crianças, para aquelas com problemas graves, torna-se essencial”. De acordo com o art. 4º da Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, o aluno com TGD é incluído como público-alvo do serviço de Atendimento Educacional Especializado, que deve ser oferecido como apoio e suporte ao aluno matriculado em classe comum de escola regular. Escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:05 Página 2 de Nova Seção 2 Os alunos com transtornos globais de desenvolvimento são caracterizados como aqueles que “apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.” Esses cinco transtornos têm em comum a redução ou perda das habilidades sociais, da comunicação, da imaginação e a presença de padrões atípicos e/ou restritivos de comportamento e interesse (NUNES & LEMOS, 2009). Podem ser englobados na definição dos transtornos do espectro autístico, que é compreendido como um quadro de alterações nas interações sociais, na comunicação e no comportamento, em interesses restritos e estereotipados. Essas características foram inicialmente descritas pela Dra. Lorna Wing e compõe a tríade de Wing, ou seja, o conjunto de manifestações apresentadas pela pessoa com TGD, em intensidades e qualidades diversas (SMITH, 2008). Aula 8: O aluno com transtornos globais do desenvolvimento e sua escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:11 Página 3 de Nova Seção 3 O transtorno global de desenvolvimento envolve diferentes transtornos que apresentam alterações qualitativas em funções envolvidas do desenvolvimento humano. Dessa forma, as alterações características do TGD envolvem a qualidade das interações sociais, da comunicação e do comportamento do aluno em relação ao processo de ensino- aprendizado. Essas características exigem atendimento educacional especializado e a utilização de recursos de comunicação alternativa e a mediação adequada do educador para a aprendizagem e interação social do aluno. As estratégias e os recursos pedagógicos utilizados devem favorecer a organização e segurança do aluno, auxiliando-o a se organizar, comunicar, interagir e se comportar em diferentes situações. O aluno com TGD apresenta uma forma diferenciada de percepção, compreensão e de inserção no mundo, o que refletirá na qualidade de suas interações no contexto escolar e social. Um ambiente inclusivo pode ser mais motivador ao aluno com TGD, além de poder oferecer uma variedade maior de comportamentos e de oportunidades de Aula 8: O aluno com transtornos globais do desenvolvimento e sua escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:19 Página 4 de Nova Seção 4 Algumas estratégias de ensino podem facilitar o trabalho no contexto escolar inclusivo e, dentre elas, destacamos a necessidade de elaboração de um Plano Individualizado de Ensino para o aluno com transtornos globais de desenvolvimento. Esse plano deve ser elaborado em conjunto, envolvendo a participação da escola, da família e de outros profissionais envolvidos com o aluno, e deve conter tanto objetivos acadêmicos quanto objetivos funcionais. Dentre os objetivos funcionais, deve-se abranger o desenvolvimento de habilidades sociais; habilidades na linguagem/comunicação perceptiva e expressiva; habilidades cognitivas (atenção, processamento de informações); comportamentos adaptativos (controle do estresse, independência, convívio em grupo); habilidades sensoriais (MARTINS & PIRES, 2008). Aula 8: O aluno com transtornos globais do desenvolvimento e sua escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:27 Página 5 de Nova Seção 5 A relação educador-educando é essencial no processo de construção de conhecimento e as propostas pedagógicas deverão ser adaptadas para atender às necessidades especiais desse aluno. Um ambiente escolar organizado e uma proposta pedagógica adequada, que possibilite a interação do aluno com outros grupos e com outros ambientes são fundamentais para a construção de uma proposta inclusiva. Além desses aspectos, é preciso ressaltar a importância do trabalho integrado entre os profissionais do campo da educação e da saúde para que, a partir da inserção escolar, seja possível a construção de um trabalho integrado que favoreça à retomadae reordenação da estruturação psíquica do sujeito (VASQUES & BAPTISTA, acessado em 10/10/2010). Aula 8: O aluno com transtornos globais do desenvolvimento e sua escolarização quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:29 Página 6 de Nova Seção 6 Vimos que, Transtorno Global de Desenvolvimento não diz respeito apenas ao autismo, mas envolve diferentes transtornos que apresentam alterações qualitativas em funções do desenvolvimento humano. São eles o Autismo, síndrome de Rett, síndrome de Asperger, Psicoses. As alterações características do TGD envolvem a qualidade das interações sociais, da comunicação e do comportamento do aluno em relação ao processo de ensino-aprendizado. Essas características exigem atendimento educacional especializado e a utilização de recursos de comunicação alternativa e a mediação adequada do educador para a aprendizagem e interação social do aluno. As estratégias e os recursos utilizados devem favorecer a organização e segurança do aluno, auxiliando-o a se organizar, comunicar, interagir e se comportar em diferentes situações. O aluno com TGD apresenta uma forma diferenciada de percepção, compreensão e de inserção no mundo, o que refletirá na qualidade de suas interações no contexto escolar e social. A relação educador- educando é essencial no processo de construção de conhecimento e as propostas pedagógicas deverão ser adaptadas para atender às necessidades especiais desse aluno. Um ambiente escolar organizado e uma proposta pedagógica adequada, que possibilite a interação do aluno com outros grupos e com outros ambientes, são fundamentais para a construção de uma proposta inclusiva para o aluno com TGD. SÍNTESE DA AULA quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:32 Página 7 de Nova Seção 7 Thalita é uma adolescente de 12 anos de idade que recebeu um diagnóstico de autismo e foi incluída na Escola estadual Gabriela Mistral. Os pais dos seus colegas de classe estão reprovando a atitude da escola por considerar Thalita incapaz de acompanhar os conteúdos do Ensino fundamental. Como professor desta escola, qual argumento poderia ser usado com objetivo de explicar aos pais dos alunos a viabilidade do processo educativo de Thalita na rede regular? Marque a resposta correta. A escola vai receber Thalita e permitir que ela curse seus estudos em classe comum apenas para o cumprimento da lei. Thalita aprenderá através de atividades diversificadas e terá o recurso da flexibilização curricular para acompanhar as atividades realizadas com os seus colegas. Os autistas não se socializam mesmo e sendo assim, Thalita pouco interferirá na dinâmica da turma. Thalita fará apenas atividades de recreação e educação física com os colegas para ter contato com outros adolescentes. A lei obriga a escola a receber Thalita, mas não oferece os melhores subsídios para educar a jovem com tão grave transtorno. O Secretário de Educação da cidade X está promovendo um curso de formação com os profissionais da rede pública de ensino. O objetivo do curso é capacitar profissionais das creches, para identificação precoce de sinais em crianças com transtorno global do desenvolvimento. O Secretário afirma que a identificação de sinais de risco de autismo é importante para realizar o encaminhamento do aluno para avaliação e permitir uma intervenção precoce, aumentando a chance da criança desenvolver suas funcionalidades. Esta ação do Secretário de Educação da cidade X é: errada, pois não tem como identificar sinais dos transtornos globais de desenvolvimento antes dos quatro anos de idade. utópica, pois segundo a legislação, alunos com transtornos globais do desenvolvimento são excluídos do sistema educacional. questionável, porque não existe comportamento observável que caracterize possível diagnóstico autista antes dos quatro anos de idade. desnecessária, pois toda criança recebe o diagnóstico de autismo, através do resultado do teste do pezinho, realizado na maternidade. correta, pois a inclusão do aluno com transtorno global do desenvolvimento deve acontecer desde da creche, atrelada a inclusão em projeto de estimulação precoce. Das definições abaixo, qual está correta sobre os Transtornos Globais do Desenvolvimento? São alunos com histórico de problemas graves de saúde após a puberdade. Alunos que apresentam alterações nos quadros de desenvolvimento neuropsicomotor, nas relações sociais e na comunicação. São todos os alunos que apresentam um atraso generalizado no desenvolvimento em função em quadros psiquiátricos crônicos e incuráveis. São todos os alunos que apresentam retardo mental moderado ou severo. ATIVIDADE quinta-feira, 8 de outubro de 2015 21:40 Página 8 de Nova Seção 8 São todos os alunos que apresentam retardo mental moderado ou severo. São os autistas e os psicóticos, pessoas com nível normal de inteligência, mas vivem no seu mundo por terem dificuldade nas habilidades sociais Muitos educadores sentem dificuldades apara compreender os quadros que fazem parte dos Transtornos Globais dos Desenvolvimentos. Quais são esses quadros? Transtornos Desintegrativos da Infância, Autismos, Síndrome de Asperger e Rett Neurose, Psicopatia e Paranóia Síndrome de Asperger, Altas Habilidades e Superdotação Psicose, Retardo Mental e Esquizofrenia Transtorno de Humor Bipolar, Retardo Mental e Psicose Infantil Filme: Temple Gandin Sinopse: Temple Grandin, jovem autista, tem sua maneira particular de ver o mundo, se distanciou dos humanos, mas chegou a conseguir, entre outras conquistas, defender seu doutorado. Com uma percepção de vida totalmente diferenciada, dedicou-se aos animais e revolucionou os métodos de manejo do gado com técnicas que surpreenderam experientes criadores e ajudaram a indústria da pecuária americana. Considerando aspectos estudados a respeito dos transtornos globais do desenvolvimento, o filme Temple Gandin foi baseado em: uma história real, de uma pessoa autista que alcançou estágios avançados de desenvolvimento. uma história real, pois toda pessoa com TGD possui grande conhecimento e interação com animais. uma ficção, pois uma pessoa não tem como perceber o mundo de maneira diferente, os órgãos dos sentidos funcionam de maneira semelhante em todos os seres humanos. uma ficção, não tem como uma pessoa com TGD ingressar em uma Universidade. uma ficção, pois o transtorno global do desenvolvimento está sempre atrelado a deficiência intelectual. No processo educacional dos alunos com transtornos globais do desenvolvimento, professores precisam entender que o aluno com TGD processa informações de maneira diferente, tem resistência a mudanças, pode ser mais sensível ao barulho, exigindo assim, que adaptações aconteçam no planejamento. Sendo assim, o processo de inclusão dos alunos com transtornos globais do desenvolvimento, segundo a legislação brasileira, deve: acontecer no centro de atendimento educacional especializado, segregando alunos com transtornos globais do desenvolvimento do convívio com outros alunos. Página 9 de Nova Seção 8 acontecer através de uma rede de apoio, integrando ações entre o professor da turma regular, o profissional do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o coordenador pedagógico. ser o grande desafio somente do professor, que deve assumir toda responsabilidade pelo desenvolvimento do aluno com TGD. acontecer em parceria com a família, que deve permanecer no período escolar, realizando as mediações necessárias, visando minimizar as diferenças e dificuldades apresentas pelo aluno com TGD. acontecer somente com a presença de um mediador com pós graduação concluída na área de Transtorno Global do Desenvolvimento. Página 10 de Nova Seção 8
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