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Nome: Ronaldo Siro Curso/Turma: Medicina A DATA da entrega: 24/09/2020 Exercícios de Fixação – 2º Módulo de BCAM e CHG Tecido epitelial de revestimento 1- Quanto à interação com a lâmina basal, o que diferencia os epitélios simples, estratificado e pseudoestratificado? O epitélio simples possui apenas uma camada de células, com todas as células presas à membrana basal, distribuídas de forma achatada, cúbica ou prismática. Exemplos: Observe a disposição das células, bem como a associação delas com a lâmina basal. Ao lado, veja como é a organização em forma esquemática. Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1093.html O epitélio estratificado apresenta várias camadas de células sobrepostas, nas quais a camada mais interna está em contato direto com a lâmina basal. Exemplo: mucosa vagina representando um tecido epitelial estratificado pavimentoso. Observe a delimitação das estruturas na microscopia. Fonte: http://mol.icb.usp.br/ No epitélio pseudoestratificado todas as células estão em contato direto com a membrana basal, assim como o epitélio simples. No entanto, as células não possuem os mesmos tamanhos, o que na microscopia dá uma falsa impressão de formação de estratos, assim como nos epitélios estratificados. Exemplo: Epitélio pseudoestratificado da traqueia. 2- Caracterize a lâmina basal, quanto a sua composição química e funções A lâmina basal é constituída por colágeno tipo IV e VII, glicoproteínas (laminina, proteoglicanos e entactina). Muitos desses componentes são sintetizados pelas células adjacentes, como as epiteliais. Suas funções são separar e aderir o epitélio ao tecido conjuntivo subjacente, ação seletiva, por dimensão e cargas, do trânsito de moléculas e células no meio extracelular através do epitélio. No microscópio eletrônico de transmissão podemos diferenciar duas regiões da lâmina basal: 1) A parte da lâmina densa, composta por colágeno tipo IV, que se arranjam em forma de tela, e 2) A lâmina rara ou lúcida que é o espaço entre a membrana plasmática e a lâmina densa. Exemplo: representação esquemática da lâmina basal com suas duas camadas. 3 – Qual é a diferença da membrana basal comparada a lâmina basal? A membrana basal é a união entre a lâmina basal associada às fibras reticulares e complexos de proteoglicanas e glicoproteínas. Assim, podemos notar que a membrana basal possui os componentes da lâmina basal, mas se diferem desta por apresentar componentes do tecido conjuntivo entre os elementos de sua matriz, isto é, lâmina reticular composta por colágeno do tipo III, e fibras colágenas grossas do tipo I. Em contrapartida, na lâmina basal podemos encontrar especializações de membrana como os hemi-desmossomos, e ainda proteínas como a laminina e fibronectina. Além disso, a lâmina basal não é visível ao microscópio de luz, mas a membrana basal devido à sua espessura pode ser visualizada nesse microscópio, principalmente após utilização da técnica de PAS. Exemplo: representação esquemática da morfologia comparada da membrana e lâmina basal. 4- Quais são as adaptações funcionais do epitélio da bexiga que permitem a distensão do órgão? O epitélio da bexiga ou urotélio apresenta uma acomodação das células epiteliais dependendo da pressão interna dela. Isso faz com que quando a bexiga em repouso ou vazia, as células assumam a formas variadas como cuboide, prismática e globosa. Já no estado de distensibilidade máxima ou cheia, as células assumem o formato achatado, tal como o tecido epitelial pavimentoso. Por sofrer modificações no número de camadas e na forma das células epiteliais, esse tecido é classificado como epitélio de transição. Exemplo: Representação esquemática dos dois estados assumidos pelo tecido epitelial da bexiga. Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/ 5- Qual é a importância da borda estriada no epitélio do intestino delgado? A borda estriada é importante, pois essa especialização aumenta a superfície das células intestinais consideravelmente em várias vezes. Assim, o epitélio do intestino pode realizar sua função absortiva de forma mais eficiente. Importa ressaltar que essas bordas estão ligadas ao quadro clínico da doença celíaca, pois o processo inflamatório desencadeado pelo glúten, ocorre na parede do intestino delgado, o que leva as vilosidades do intestino à atrofia, reduzindo, portanto, a absorção de vários nutrientes. Exemplo: Eletromicrografia mostrando essas “bordas estriadas” no intestino delgado. Ao lado a microscopia comparativa entre a mucosa normal e a mucosa anormal plana característica da doença celíaca. Fonte: https://www.ufrgs.br/biologiacelularatlas/index.htm 6- Como é a renovação celular nos epitélios estratificados? E a sua nutrição? A renovação do epitélio estratificado ocorre a partir de mitoses das células na camada basal. Ao ponto que essas células se diferenciam ocorre um processo que as empurram em direção à superfície a partir da proliferação de novas células também na camada basal. Por fim, completando seu ciclo de vida, essas células se tornam queratinizadas e se desprendem do tecido. Cumpre destacar que há um equilíbrio dinâmico na renovação celular, pois à medida que as células são esfoliadas novas células são originadas para realizar a substituição, ambos os processos ocorrem na mesma velocidade. Já quanto à nutrição, os epitélios não são vascularizados, assim sua nutrição se dá pela difusão a partir dos vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo subjacente. Exemplo: representação esquemática do processo de renovação celular. Tecido epitelial glandular 1- Diferencie a morfologia das células serosa e mucosa ao microscópio de luz e eletrônico. As células serosas apresentam-se bem coradas devido ao ergatoplasma basal e aos grãos de secreção apicais. Os núcleos são ovoides e localizam-se no terço-médio das células. Elas são pobres em secreção de carboidratos, mas ricas em secreção de proteína. Já as células mucosas coram-se fracamente por técnicas histológicas de rotina. Apresentam vacúolos com núcleos densos e achatados na região basal dos adenômeros, e sua secreção é rica em carboidratos e pobre em proteínas. Exemplo: morfologia dessas células na microscopia. 2- O que é secreção parácrina? É o tipo de secreção em que células individuais secretam substâncias que não alcançam a corrente sanguínea, afetando somente as células vizinhas ou de localização mais próxima. O seu mecanismo de alcance se dá por meio da difusão, pois elas possuem uma amplitude de sinalização bastante limitada. fatores de crescimento, Exemplos desse tipo de sinalização ocorrem com citocinas, interleucinas, eicosanóides e neurotransmissores. Exemplo: representação comparativa entre secreção parácrina e autócrina. 3- Compare a morfologia das células da supra-renal ao microscópio de luz e eletrônico. No microscópio de luz as células da supra-renal estão apresentadas em fileiras ou cordões, sendo denominada glândula endócrina cordonal. Elas estão separadas por capilares sinusoides colabados, os quais podem ser reconhecidos pela presença de núcleos densos e alongados entre as células cordonais. O citoplasma fica claro de aspecto vacuolado. No microscópio eletrônico podemos observar as regiões das células ricas em retículo endoplasmático rugoso, com muitas mitocôndrias de cristas tubulares. 4- O que são glândulas de secreção apócrina, merócrina e holócrina? Glândula de secreção apócrina: é aquela em que o produto de secreção é descarregado junto com as porções do citoplasma apical. Um exemplo disso é a glândula mamária. Glândula Merócrina: é aquela que libera sua secreção por exocitose, sem perda do material celular. O produto secretor é transportadoem vesículas envoltas por membrana até a superfície apical celular. Nas células acinosas do pâncreas é comum esse tipo de célula. Glândula Holócrina: nesse tipo, o produto de secreção é liberado juntamente com a célula, ocorrendo a destruição total das células. Há exemplo disso podemos citar as glândulas sebáceas. Exemplo: representação esquemática das três glândulas. Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-epitelial-glandular/ 5- Porque as glândulas sebáceas e sudoríparas não são classificadas quanto ao aspecto histológico dos adenômeros? Porque os adenômeros possuem classificação quanto aos produtos de secreção em seroso e mucoso. No caso das glândulas sebáceas e sudoríparas essa classificação não é aplicável, tendo em vista que ambas não produzem muco e nem secreções proteicas. As glândulas sebáceas caracterizam por produzir o sebo que é lançado diretamente no folículo piloso ou superfície epidérmica, esse sebo é uma secreção oleosa constituída por substâncias como ácidos graxos e ésteres de colesterol. Já as glândulas sudoríparas são especializadas na secreção do suor, uma substância que apresenta composição química de aproximadamente 99% de água e o resto de sais minerais. 6- O que diferencia uma glândula exócrina simples de uma composta? A diferenciação delas é pela quantidade de ductos e suas ramificações. A glândula exócrina simples possui apenas um ducto não ramificado, já as exócrinas compostas possuem ductos ramificado. Exemplo: representação de glândulas simples e compostas. Fonte: Junqueira, 2013. 7- Como se coram as células serosas e mucosas pelas técnicas histoquímicas do PAS e AB pH 2,5? Nesses tipos de técnicas as células serosas apresentam reação negativa para as técnicas do PAS e AB e as mucosas possuem reação positiva. 8- O que são, onde ocorrem e qual é a função das células mioepiteliais? São células de aspecto fusiforme que contornam as unidades secretoras das glândulas. Elas possuem a função de contrair-se ao redor da porção secretora da glândula para ajudar no processo de secreção dos produtos para o exterior da célula. Localizam-se em glândula exócrinas como as lacrimais, mamárias e salivares. Exemplo: células mioepiteliais dos ductos mamários. Fonte: http://anatpat.unicamp.br/lamgin21.html Tecido conjuntivo: Matriz extracelular 1- Quais são e como se diferenciam os componentes do sistema elástico? Os componentes do sistema elástico são o núcleo central de elastina e uma rede circundante microfibrilas de fibrilina. A elastina é uma proteína rica em prolina e glicina, e possui espiralamento aleatório de suas fibras, conferindo elasticidade e resistência à degradação, sendo observadas em forma reticular. Assim, as fibras podem deslizar em cima das outras e realizar o movimento de estiramento, retornando ao seu estado inicial. Já as microfibrilas são compostas de glicoproteínas, conferem resistência e dão suporte para a deposição de elastina, elas se dispõem de forma paralela em uma rede circundante. Microfibrilas Elastina Fonte: https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_ Bio/Aula_ConjuntivoI.pdf 2- Qual é a importância da vitamina C na síntese do colágeno? A vitamina C é um cofator que adiciona grupos hidroxila aos resíduos de prolina e lisina nas pró-cadeias. Quando não ocorre a hidroxilação desses resíduos, as pontes de hidrogênio, que são essenciais para formar a configuração final correta da molécula de colágeno, não se formam. Assim, a deficiência dessa vitamina provoca a doença denominada escorbuto que se caracteriza por ferimentos que não se cicatrizam e formação óssea comprometida. Exemplo: representação esquemática da ausência e presença da vitamina C na síntese de colágeno. 3- Quais são as principais etapas da síntese e montagem do colágeno tipo I? 1. Formação das moléculas de RNAm no núcleo, de cada tipo de cadeia alfa. 2. Essas moléculas são traduzidas pelos polirribossomos associados ao RER, acarretando na síntese das cadeias alfa de procolágeno com os peptídeos de registo. 3. Hidroxilação de resíduos específicos de prolina e lisina no RER. A vitamina C atua como cofator nessa reação. 4. Glicolisação da hidrosilina, adição de glicosil e galactosil. 5. Formação da molécula de procolágeno em disposição de tripla hélice. 6. Alinhamento dos peptídeos. 7. Transporte do procolágeno solúvel para o complexo de Golgi. 8. Empacotamento do procolágeno em vesículas. 9. As vesículas de secreção contendo o procolágeno são transportadas para a superfície da célula. 10. Descarga das moléculas de procolágeno no meio extracelular. 4- Como se organiza o colágeno das lâminas basais? Eles se organizam em forma de uma estrutura de rede ou malhas, associando-se a outras proteínas como a laminina, exercendo o papel de aderência e filtração. Exemplo: representação da disposição do colágeno na lâmina basal. 5- Porque a SFA (substância fundamental amorfa) do tecido conjuntivo aparece em imagem negativa nas lâminas histológicas de rotina? A substância fundamental amorfa aparece em imagem negativa porque é de difícil preservação devidos ao alto teor de glicosamiglicanos em sua constituição. Assim, na sua visualização podemos constatar um envoltório em imagem negativa envolvendo as fibras. Em algumas regiões a SFA é levemente preservada e apresenta basofilia. Tecido conjuntivo: Células 1- Diferenciar fibroblasto, fibrócito, célula reticular e miofibroblasto. Fibroblasto: célula alongada, fusiforme e rica em prolongamentos citoplasmáticos. É uma célula responsável pela síntese da maioria dos componentes da matriz extracelular, por essa função de síntese ela apresenta grande quantidade de RER, além de complexo de Golgi bem desenvolvido. Eles são células mais jovens com alto poder de síntese e citoplasma tico em prolongamentos. Fibrócito: é o fibroblasto mais velho, mais delgado e fusiforme e são encontrados em menor número do que o fibroblasto. Possui núcleo menor e menos prolongamentos citoplasmáticos. Quando necessário eles podem voltar ao estágio de fibroblasto. Célula Reticular: são formadas por fibras de colágeno do tipo III. Elas constituem o arcabouço dos órgãos hematopoiéticos e linfoides, compõem a lâmina reticular da membrana basal. No processo de cicatrização as fibras dessas células são as primeiras a serem sintetizadas pelos fibroblastos e gradualmente são substituídas por fibras mais fortes como as colágenas. Miofibroblasto: é uma célula do tecido conjuntivo que possui formato alongado e são delgadas, neles há feixes de filamentos de actina associadas à proteína motora miosina não muscular. Eles também possuem RER e complexo de Golgi bem desenvolvidos. Exemplo: representação das estruturas em eletromicrografia. 2- Qual é o papel dos macrófagos, plasmócitos e mastócitos no sistema imunológico? Os macrófagos são células apresentadoras de antígenos aos linfócitos T auxiliares CD4+, eles destroem os corpos estranhos que sobreviveram à ação dos neutrófilos, formando uma única célula de tamanho considerável que fagocita os corpos estranhos. Já os mastócitos são células que participam da reação inflamatória secretando para a matriz extracelular moléculas acumuladas em grânulos presentes em seu citoplasma como a heparina/vasodilatador e a histamina/vasoconstritor. Por fim, os plasmócitos são células derivadas do linfócito B que na ocasião da resposta imunitária reconhece os antígenos e se diferenciam em plasmócitos, estes produzem e secretam ativamente grandes quantidades de imunoglobulinas, conhecidas como anticorpos. 3- Quais são os precursores sanguíneos de macrófagos, mastócitos e plasmócitos? Os macrofágos são originados dosmonócitos que migram do sangue para o tecido conjuntivo. Os precursores sanguíneos dos mastócitos se originam da medula óssea. Os plasmócitos originam-se dos linfócitos B. 4- Quais são as células tronco que dão origem ao tecido conjuntivo no adulto? As células que dão origem ao tecido conjuntivo são as mesenquimais que são células tronco pluripotentes. 5- O que é o sistema mononuclear fagocitário? Cite seus componentes. É um sistema constituído por células presentes em diversas partes do organismo que possuem atividade fagocitária, atuando nos processos de defesa do corpo. Compõem esse sistema os macrófagos, a micróglia, as células de Kuppfer, osteoclastos, células dendríticas, células de Langerhans e monócitos. Tecido Conjuntivo: variedades de conjuntivo próprio e tecido Adiposo 1- Diferencie tecido conjuntivo frouxo do denso quanto a sua constituição e funções. O tecido conjuntivo frouxo possui células permanentes e recrutadas, fibras frouxamente entrelaçadas, é vascularizado, além de apresentar uma consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações. É a forma mais comum dos tecidos conjuntivos, fornecendo apoio e nutrição para o tecido epitelial, está sob a pele de todo o corpo, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos e linfáticos, além disso também participa do processo de cicatrização. Já no tecido denso predomina as fibras colágenas e há pouca SFA, possuindo duas classificações de acordo com o modo como suas fibras se arranjam: modelado e não modelado, sua função é oferecer proteção e resistência mesmo sendo menos flexível que o frouxo. Exemplo: morfologia desses dois tipos de tecido. 2- Qual é a importância do conjuntivo elástico nas artérias de grande calibre? Fornecer elasticidade ao vaso, garantindo que as paredes das artérias possam suportar a pressão na sístole e depois retornar ao seu estado de menor pressão na diástole. Sem essa elasticidade o transporte de sangue ocorreria como se estivesse em um vaso rígido condutor de água, no qual não há controle do fluxo do líquido transportado, isto na artéria provocaria uma diferença de pressão irregular, caindo muito durante a diástole e aumentando muito após a sístole . Quando ocorre degeneração desse tecido é com uma formação de aneurisma, assim o tecido conjuntivo colágeno substituí o tecido elástico, o que acarreta a perda de elasticidade do vaso. Exemplo: representação do tecido conjuntivo elástico de uma artéria. 3- Onde ocorre e como é a constituição do tecido conjuntivo reticular? Esse tipo de tecido ocorre no arcabouço de órgãos hematopoiéticos e linfáticos como a medula, baço e linfonodos. Ele é constituído por fibras reticulares originadas do colágeno tipo III em associação com células reticulares (fibroblastos especializados). Caracterizam-se por ser dispostos em forma de rede. Exemplo: Tecido conjuntivo reticular demonstrando a disposição das fibras. 4- Qual é a origem dos triglicérides armazenados no tecido adiposo? Eles são originados dos quilomícrons obtidos a partir dos nutrientes absorvidos na alimentação, do fígado pela VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) e da transformação da glicose com a participação da insulina acelerando o processo. Exemplo: resumo esquemático da formação e armazenamento dos triglicérides. 5- Qual é o papel da insulina e da noradrenalina no metabolismo de gorduras? A insulina atua na lipogênese, reduzindo a taxa de lipólise, por meio do estímulo da diminuição da conversão dos lipídeos contidos nas células adiposas em ácidos graxos, aumentando o armazenamento de gordura excedente. Já a noradrenalina promove a ativação da enzima lipase que possui ação de quebra (lipólise) dos triglicérides armazenados no tecido adiposo. Ambos os hormônios podem ajudar no controle do peso à medida em que o indivíduo possua uma alimentação balanceada e pratique atividades físicas. 6- Porque o tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor? Esse tipo de tecido possui mitocôndrias que ao invés de produzirem ATP liberam calor para aquecer os vasos sanguíneos que passam por esse tecido e lentamente aquecem o resto do corpo. Em animais que hibernam esse tipo de tecido possui grande importância para manter o corpo aquecido no período em que a sua atividade metabólica está reduzida. Em contrapartida, nos humanos, esse tecido possui função restrita ao estágio pós-natal para produzir calor e proteger o recém-nascido do frio. Tecido cartilaginoso 1- Diferencie a matriz das 3 variedades de tecido cartilaginoso. Na cartilagem hialina o colágeno da MEC é constituído principalmente por moléculas de colágeno do tipo II, possuem muita SFA e apresentam moléculas de agrecana. A cartilagem elástica também é constituída por fibrilas de colágeno tipo II, mas pouco numerosas e com abundância de fibras elásticas. Já na cartilagem fibrosa há o predomínio de fibras de colágeno tipo I, com pouca SFA e a presença de moléculas de versicana. 2- Diferenciar os crescimentos aposional e intersticial. O crescimento aposicional é o processo pelo qual se forma uma nova cartilagem através da adição de uma nova matriz na superfície da cartilagem já existente, as novas células são denominadas condroblastos, sendo originadas a partir do pericôndrio. Em contrapartida, o crescimento intersticial ocorre a partir de divisões mitóticas dos condrócitos e a secreção de uma nova matriz entre as células filhas faz expandir a cartilagem, com isso percebemos que o processo deriva de uma massa cartilaginosa já existente. Exemplo: representação dos dois tipos de crescimento tratados. A) Crescimento Aposicional B) Crescimento Intersticial 3- Porque a cartilagem fibrosa não apresenta crescimento aposicional? Porque esse tipo de cartilagem não apresenta pericôndrio. Sua nutrição, por exemplo, ocorre pelo líquido sinovial. 4- Quais são as funções do pericôndrio? Nutrição, oxigenação, eliminação dos refugos metabólicos e fonte de novos condroblastos, como no crescimento aposicional. 5- Justifique basofilia ou acidofilia da matriz cartilaginosa. Por existirem muitos radicais ácidos na matriz fundamental, esta matriz se cora preferencialmente por corantes básicos. Em cortes corados por hematoxilina e eosina a matriz tem cor azulada, ao contrário da matriz do tecido conjuntivo propriamente dito que é acidófila (cor de rosa) devido à presença de grande quantidade de fibras colágenas. Tecido ósseo 1- Qual é a principal característica histológica diferencial entre cartilagem hialina e tecido ósseo? A característica diferencial entre eles se refere ao tipo de constituição desses dois tipos de estrutura. O tecido ósseo é formado por um tecido esponjoso trabecular, revestido por uma camada externa rígida, o osso compacto. Ele ainda possui uma membrana externa, o periósteo, e uma membrana interna o endósteo que reveste a camada medular, ambos possuem função nutritiva e de fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e reparo ósseo. Em contrapartida, a cartilagem hialina possui uma matriz composta de tecido conjuntivo fibroso denso junto com uma substância semelhante à um gel com pouco cálcio, ela possui uma consistência firme, mas não é rígida igual ao tecido ósseo. Além disso, a cartilagem não possui nervos e vasos sanguíneos e sua nutrição se dá pelo tecido conjuntivo adjacente. Exemplo: Observe os componentes das duas estruturas em estudo na questão. 2- Como é a nutrição dos osteócitos? Ela ocorre a partir de canalículos presentes na matriz óssea que possibilitam a troca de íons e moléculas entre os capilares sanguíneos e os osteócitos pelas junções de GAP. Os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos percorrem os canalículos da matriz óssea conectando-se com os prolongamentosdos osteócitos adjacentes. Exemplo: na imagem de microscopia a seguir podemos visualizar a morfologia dos osteócitos (setas maiores) e os seus prolongamentos (setas menores). 3- O que é remodelação óssea? Quais são as células envolvidas? A remodelação óssea é o processo contínuo no qual o tecido ósseo maduro é renovado por um novo. Esse processo controla o formato ósseo e repara pequenas lesões comuns. Ela ocorre em diferentes velocidades, dependendo do tipo e localização de osso em reparo. Dois tipos de células são essenciais para o processo: o primeiro tipo são os osteoclastos que realizam a reabsorção, secretando íons H+, colagenases e outras hidrolases que digerem a matriz orgânica e dissolvem os cristais de sais de cálcio, sua ação é regulada especialmente pela calcitonina e pelo paratormônio. O segundo tipo são os osteoblastos que realiza a aposição, sintetizando a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas), a calcificação ocorrerá após os osteoblastos iniciarem a secreção de pequenas vesículas, ricas em fosfatase alcalina para a matriz óssea. Exemplo: Ilustração do processo de remodelagem óssea. 4- Como as glândulas tireoide e paratireoide interferem no metabolismo ósseo? A tireoide aumenta a produção do hormônio calcitonina quando o nível de cálcio no sangue está acima do normal (hipercalcemia), fazendo com que os ossos absorvam mais cálcio, assim esse nível diminuí na corrente sanguínea. Já a paratireoide atua em contraponto, ou seja, quando os níveis de cálcio no sangue estão abaixo do ideal (hipocalcemia) essa glândula aumenta a liberação do paratormônio, estimulando a liberação de cálcio pelos ossos, fazendo com que o nível de cálcio aumente na circulação sanguínea e atinge os valores normais. Assim, esses dois hormônios, juntos, controlam o nível plasmático de cálcio, mantendo-o dentro do normal em torno de 9 a 11 mg por ml de sangue, e evitando, assim, uma hipercalcemia ou uma hipocalcemia. Exemplo: representação esquemática da ação dos dois hormônios. 5- Qual é a origem de: osteoclastos, osteoblastos e osteócitos? Os osteoclastos são células muito grandes que resultam da fusão de várias células do sistema fagocitário mononuclear, têm origem na medula óssea, sua principal função é a reabsorção óssea. Os osteócitos originam-se dos osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Já os osteoblastos são células originárias do tecido hematopoiético, sendo derivadas de colônias de células formadoras de macrófagos. Sua função básica é a síntese da parte orgânica da matriz óssea. Exemplo: observe a morfologia esquemática dessas células. 6- O que é osteóide? Qual é sua composição química e função? É porção orgânica de matriz não mineralizada do tecido ósseo durante o processo de ossificação endocondral. Apresentam-se como células achatadas que possuem pouco retículo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi e cromatina condensada. Eles são responsáveis por compor o interior da matriz óssea, preenchendo as lacunas dos canalículos. Sua composição química é de fibras colágenas tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas. Exemplo: lâmina demonstrando o osteóide. 7- Por que o osso se torna poroso na osteoporose? A osteoporose é uma condição na qual os ossos diminuem progressivamente sua densidade óssea. Com o passar do tempo a atividade dos osteoclastos na absorção das células velhas aumenta e a formação de novas células ósseas diminui. Assim, os ossos se tornam mais porosos e perdem resistência. As perdas maiores de densidade óssea são próprias da osteoporose e podem ser responsáveis por fraturas espontâneas ou causadas por pequenos impactos. A osteoporose está relacionada ao envelhecimento humano, podendo se manifestar tanto em homens como mulheres, mas estas costumam ser mais afetadas depois da menopausa porque o ciclo de remodelação óssea se altera, havendo mais reabsorção do que formação óssea devido à queda na taxa de estrógeno. Exemplo: representação interna do osso normal e com osteoporose. 8- Justifique a deformação da estrutura óssea no raquitismo. No raquitismo ocorre alterações na placa epifisária de crescimento, a calcificação dos ossos é retardada ou ausente por conta da baixa quantidade de cálcio e a vascularização se apresenta de forma irregular devido a morfologia defeituosa dos canais. A camada esponjosa apresenta cartilagem não calcificada, com alterações na mineralização no osso cortical e trabecular e um aumento na espessura dos osteóides. Com isso, os ossos longos apresentam extremidades alargadas e encurvamento formando, por exemplo, o quadro clínico de coxa vara. A principal causa dessa enfermidade é a deficiência de vitamina D. Exemplo: foto e radiografia mostrando uma criança acometida pelo raquitismo apresentando o fenótipo de coxa vara. Ossificação 1- Diferenciar ossificação membranosa e endocondral. A ossificação endocondral inicia-se sobre a cartilagem hialina do esqueleto que irá formar o tecido ósseo. Esse tipo de ossificação é realizada por dois processos básicos, o primeiro é a formação de um molde de cartilagem hialina em miniatura com a hipertrofia dos condrócitos acarretando o início da mineralização do tecido, já no segundo esse molde de cartilagem em início de calcificação serve de esqueleto estrutural e as cavidades vão sendo ocupadas por condrócitos calcificados, por capilares sanguíneos e células osteogênicas. Estas se diferenciam em osteoblastos e nas cavidades anteriormente ocupadas pelos condrócitos para deposição de matriz óssea e formação de tecido ósseo onde inicialmente havia tecido cartilaginoso. Esse tipo de ossificação é importante na formação de ossos curtos e longos. Em contrapartida, a ossificação membranosa ou intramembranosa ocorre em membranas do tecido conjuntivo, a partir de células mesenquimatosas com mitoses contínuas que dão suprimento para as células osteoprogenitoras. A partir da agregação das células mesenquimatosas em áreas específicas o tecido recém-organizado fica mais vascularizado e essas células tornam-se maiores e arredondadas para se diferenciarem em osteoblastos que vão sintetizar e secretar o colágeno e as proteoglicanas da matriz óssea. Esse tipo de ossificação contribui no crescimento de ossos curtos, crescimento em espessura dos ossos longos, formação dos ossos do crânio e do centro de ossificação primário. 2- Compare os tipos de ossificação que ocorrem na formação e crescimento de um osso chato e de um osso longo. Os ossos chatos crescem por formação do tecido ósseo a partir do periósteo entre as suturas e na face externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna. Nos ossos longos, as epífises aumentam de tamanho devido ao crescimento radial da cartilagem, acompanhado pela ossificação endocondral. A diáfise cresce em extensão pela atividade dos discos epifisários e, em espessura, pela formação de tecido ósseo na superfície externa, com reabsorção na superfície interna. Esta absorção interna aumenta o diâmetro do canal medular. 3- Quais são as regiões do disco epifisário? Que região é responsável pela sua manutenção durante o crescimento ósseo? Justifique. 1) Zona de repouso: nessa área há cartilagem hialina sem alteração. 2) Zona de cartilagem seriada: divisão rápida dos condrócitos formando fileiras paralelas de células. 3) Zona de cartilagem hipertrófica: apresenta condrócitos volumosos (glicogênio e lipídeos). A matriz fica reduzida e os condrócitos entram em apoptose. 4) Zona de erosão e formação óssea: local onde surge o tecido ósseo. 5) Zona de cartilagem calcificada: mineralização dos tabiques de matriz cartilaginosa. A região responsável pela manutenção do disco epifisário é a zonade cartilagem seriada, pois com a proliferação dos condrócitos há um acumulo das células-filhas desses elementos na porção distal do osso. Esse acumulo tem uma ação mecânica de empurrar as epífises, afastando-as da diáfise e consequentemente a mantém devido ao crescimento longitudinal. Exemplo: representação dessas regiões. 4- Quais eventos ocorrem na zona de erosão do disco epifisário? Invasão das cavidades de condrócitos mortos por capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras do periósteo, derivando osteoblastos, ocorrendo a deposição de matriz óssea sobre restos de matriz cartilaginosa. 5- Por que as vitaminas C e D são importantes na formação e crescimento ósseo? A vitamina C é importante pois participa da hidroxilação do colágeno, importante constituinte da matriz óssea. E a vitamina D mantém a homeostase do cálcio no corpo, além de atuar na absorção de cálcio, fosfato e magnésio no intestino, importante na mineralização do osso. Ela está ligada ao paratormônio, um responsável pelo controle da reabsorção óssea. Cumpre destacar que a falta dela aumenta a chance de osteoporose, causa amolecimento dos ossos em adultos e raquitismo nas crianças. Exemplo: comparação entre o osso normal e um com raquitismo. 6- Que estruturas são responsáveis pela reconstituição das fraturas ósseas? Justifique. Que tipo de tecidos constituem o calo ósseo? O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada. O periósteo é uma membrana muito vascularizada que envolve por completo o osso, enquanto o endósteo é uma camada mais fina que reveste o osso internamente. Essas duas membranas têm capacidade de produzir osteoblastos. Eles proliferam-se intensamente, um ou dois dias após a ocorrência da fratura, para formar um tecido rico em células osteoprogenitoras que vão formar um novo tecido ósseo na região fraturada. O calo ósseo é constituído por tecido fibroso e cartilaginoso. Exemplo: Esquematização do processo de remodelação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013. Lothhammer, N.; Matte, C.; Cruz, P. F.; Sehn, F.; Fernandes, M. C. Biologia Celular – Atlas Digital. Porto Alegre: UFRGS/UFCSPA, 2009. Disponível em http://www.ufrgs.br/biologiacelularatlas e http://histologia.ufcspa.edu.br/ . Acesso em 31 ago. 2020. Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais – Atlas Digital. Belo Horizonte. Disponível em: http://depto.icb.ufmg.br/dmor/chg/ . Acesso em 31 ago. 2020. Bruna, Maria Helena Varella. Doença celíaca: Como diagnosticar e tratar – Portal Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/doenca-celiaca-como-diagnosticar-e- tratar/ . Acesso em 31 de agosto de 2020. Ross, Michael H. Histologia: texto e atlas / Michael H. Ross, Wojciech Pawlina; Revisão técnica Telma Maria Tenório Zorn; Tradução Beatriz Araújo, Claudia Araujo, Patricia Lydie Voeux. – 7. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Histologia Interativa. Universidade Federal de Alfenas/UNIFAL-MG. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/ . Acesso em 31 de agosto de 2020. Araújo, Diego Pereira de. Mascarenhas, L.J. Santos. Tecido Epitelial - Laboratório de Anatomia Humana. Universidade Federal de Goiás/UFG. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/707/o/Tecido_Epitelial.pdf?1425734247 . Acesso em 31 de agosto de 2020. Anatomia Patológica Especial. Patologia Ginecológica - Lâminas. Universidade de Campinas – Unicamp. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/lamgin21.html. Acesso em 3 de setembro de 2020. 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