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Envelhecimento e Cognição Profª Heloisa Matos Funções Cognitivas Percepção Atenção Pensamento Linguagem Aprendizado Memória Senescência X Senilidade Comprometimento Cognitivo Leve O comprometimento cognitivo leve (CCL) ou declínio cognitivo leve (DCL) trata-se de um declínio cognitivo maior do que o esperado para idade e escolaridade do indivíduo, mas que não interfere notavelmente nas atividades de vida diária. Pessoas com DCL podem permanecer estáveis ou voltar à normalidade ao longo do tempo, no entanto, mais da metade progride para demência dentro de cinco anos. Sendo esta condição um estado de risco para demência, sua identificação pode levar a uma prevenção secundária pelo controle dos fatores de risco associados (GAUTHIER et al., 2006 apud RABELO, 2009). Demência em Idosos Prevalência de demências em idosos: 60-65 anos: 1 a 2% 65-80 anos: 4% 80-90 anos: 20% Acima dos 90 anos: 40% (AZAMBUJA, 2007 apud RABELO, 2009) Comprometimento Cognitivo Leve Do tipo amnéstico; De múltiplos domínios (linguagem, funções executivas, habilidades visuoespaciais com ou sem alteração da memória) e; De um único domínio que não a memória. CCL do tipo amnésico (Taxa de conversão para DA de 10 a 15% ao ano). Aspectos Neuropatológicos no CCL Estudos neuropatológicos mostram que idosos com CCL, especialmente na forma amnésica, apresentam placas senis no neocórtex e emaranhados neurofibrilares nas regiões dos lobos temporais mediais (Charchat-Fichman, 2005) Fatores de risco para o CCL Baixa escolaridade; idade avançada; hipertensão arterial; história de acidente vascular encefálico; predominância em mulheres; associação com incapacidade funcional, comorbidades, pouco contato social, atividade intelectual pobre, tabagismo, viver sozinho e sedentarismo. A depressão também se constitui em fator de risco, podendo preceder o desenvolvimento da demência ou coexistir com a doença. (RABELO, 2009) Estilo de vida e capacidade cognitiva Segundo Ribeiro e Yassuda (2007), estudos atuais têm demonstrado relações entre o estilo de vida e a capacidade cognitiva. Ao que parece, certos estilos de vida têm potencial para proteger os idosos do declínio cognitivo. Os elementos mais estudados incluem o engajamento social, as redes sociais e o envolvimento em atividades mentais, de lazer e físicas. (RABELO, 2009) Capacidade funcional e capacidade cognitiva Marra et al., (2007) compararam o desempenho de idosos mineiros com diferentes níveis de demência nas atividades básicas e instrumentais de vida diária. O desempenho dos idosos nas atividades de vida diária teve relação com a gravidade da disfunção cognitiva. Aqueles nos estágios iniciais ficam mais comprometidos nas atividades instrumentais de vida diária e nos estágios mais avançados nas atividades básicas relacionadas ao autocuidado. Avaliação Cognitiva - Mini Exame do Estado Mental •Orientação para tempo; •Orientação para local; •Registro de 3 palavras; •Atenção e Cálculo; •Lembrança das 3 palavras; •Linguagem e •Capacidade construtiva visual. Escore de 0 a 30 pontos; Idosos sem escolaridade – Ponto de corte = 19 Idosos com escolaridade - Ponto de corte = 23 Avalia as habilidades visuo-espaciais, habilidades construtivas e funções executivas. Consiste em pedir ao examinado que desenhe um relógio com todos os números marcando 11:10. A ordem é dada e é oferecido um círculo desenhado. 0 – Inabilidade absoluta de representar um relógio. 1 – O desenho tem algo a ver com um relógio, mas com desorganização espacial grave. 2 – Desorganização visuoespacial moderada (marcação da hora incorreta, confusão esquerda-direita, números faltando, números repetidos, sem ponteiros ou ponteiros em excesso). 3 – Distribuição visuoespacial correta com marcação errada da hora. 4 – Pequenos erros espaciais com dígitos e horas corretos. 5 – Relógio perfeito. Avaliação Cognitiva – Teste do desenho do relógio de Shulman Depressão no Idoso A depressão caracteriza-se pela alteração essencial do humor, que pode ser deprimido ou irritável, ou pela perda de prazer pelas atividades em geral, além de outras alterações no sono, no apetite e na psicomotricidade. Depressão reativa Depressão secundária Depressão endógena A depressão é 2x mais comum em mulheres do que em homens (LIMA, 1999) Ansiedade no Idoso Caracteriza-se por estado emocional transitório que envolve conflitos psicológicos e sentimentos desagradáveis de tensão, angústia e sofrimento. Entre os sintomas mais frequentes estão: taquicardia, distúrbios de sono, sudorese, vertigens, distúrbios gastrintestinais e náuseas (CHEIK ET AL., 2003). Exercício e Atividade Física na Depressão e Ansiedade em Idosos CHEIK, N.C.; REIS, I. T.; HEREDIA, R. A. G.; VENTURA, M. L.; TUFIK, S.; ANTUNES, H. K. M.; MELLO, M. T. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. R. bras. Ci. e Mov. 2003; 11(3): 45-52. O presente estudo objetivou avaliar a influência do exercício físico (programado e sistematizado) e da atividade física (como atividade de lazer), nos aspectos psicológicos (índices indicativos para depressão e ansiedade), em idosos com mais de 60 anos. Metodologia 54 idosos saudáveis (66,85 ± 4,42 anos), de ambos os sexos, que foram subdivididos em 3 grupos: Grupo A – controle (indivíduos sedentários), n=18; Grupo B – grupo de desportistas (indivíduos sedentários que passaram a praticar exercícios físicos regularmente), n=18; Grupo C– grupo de lazer (indivíduos que participam de programas de atividade física não sistematizada) n=18. Questionários que medem escores indicativos de depressão (Inventário Beck) e ansiedade (Idate Traço e Estado). Exercício e Atividade Física na Depressão e Ansiedade em Idosos Resultados: Nos escores indicativos para depressão foi observada uma redução significativa nos três grupos, sendo que apenas no grupo desportistas houve uma mudança na classificação do escore passando de depressão leve para normal, os outros grupos permaneceram na classificação de depressão leve. Com relação aos resultados dos escores indicativos de ansiedade avaliado pelo questionário IDATE-TRAÇO, não foram observadas alterações significativas nos escores de nenhum grupo, permanecendo sua classificação de baixo grau de ansiedade inalterada. Exercício e Atividade Física na Depressão e Ansiedade em Idosos Resultados: Quanto aos resultados do escores indicativos de ansiedade estado avaliado pelo questionário IDATE- ESTADO, foi observada uma redução significativa no grupo desportistas Conclusão: Os dados observados sugerem que a prática regular de exercícios físicos orientados com parâmetros fisiológicos obtidos em uma avaliação cardiorrespiratória e/ou ergoespirométrica pode auxiliar na redução dos escores indicativos para a depressão e ansiedade em idosos. Exercício e Atividade Física na Depressão e Ansiedade em Idosos
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