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Os Direitos Sociais (Art. 6º CF/88)

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FACULDADE DE COLÍDER - FACIDER
FERNANDO HENRIQUE KÖETZ - 2595
DIREITO/BACHARELADO – 2º SEMESTRE
ARTIGO 6º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (DIREITOS SOCIAIS)
COLÍDER-MT 
2015
FERNANDO HENRIQUE KÖETZ - 2595
ARTIGO 6º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (DIREITOS SOCIAIS)
Trabalho solicitado pelo professor Thelmer Mantovanini para obtenção de nota parcial na disciplina de Direito Constitucional.
COLÍDER-MT 
2015
Um dos objetivos do Estado brasileiro é assegurar aos seus cidadãos a dignidade como pessoas humanas, garantindo direitos básicos e elementares. Nas palavras de Alexandre de Moraes: 
“Direitos Sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, IV, da Constituição Federal. ” [1]
 Os direitos sociais, pertencentes à segunda dimensão de direitos fundamentais, são aqueles que têm por objetivo fornecer aos indivíduos o usufruto dos supramencionados direitos inerentes ao ser humano e, por conseguinte, vivência em condições de igualdade sendo que, tais direitos, exigem intermediação de entes estatais e de forma gradativa, considerando, ainda, o homem para além de sua posição individualista. Destarte, realizam-se, em suma, a longo prazo e possuem um custo excessivamente alto. Isto posto, pode-se dizer que os direitos sociais são o reflexo do estado de preocupação do Constituinte com a integridade do homem e ligam-se diretamente à igualdade, um dos temas da Revolução Francesa, visando atingir a justiça social, pois a liberdade, outrora reconhecida, requer certas condições econômicas para sua plena fruição. Neste sentido, Dalmo de Abreu Dallari diz:
 “Não basta afirmar que todos são iguais perante a lei; é indispensável que sejam assegurados a todos, na prática, um mínimo de dignidade e igualdade de oportunidades”. [2]
Tais direitos adquiriram relevância, além da Constituição Francesa de 1791, com a Constituição Mexicana, sendo esta a primeira a inscrever o trabalho como direito fundamental. No Brasil, a primeira constituição a inserir os direitos fundamentais em seu corpo, foi a de 1934, fortemente influenciada pela Constituição alemã de Weimar (1919). Passando para a Constituição Federal de 1988 (detentora de um dos textos mais avançados no que se refere à proteção e a promoção dos direitos humanos), tais direitos estão cravados no artigo 6º, disposto da seguinte maneira:
 “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ” [3]
Assim sendo, percebe-se que o artigo 6º se refere de maneira bastante genérica aos direitos sociais, cujo foco principal é a qualidade de vida dos indivíduos, através de normas constitucionais, buscando equalizar condições de vida desiguais, ligando-se, portanto, aos direitos de igualdade. Uma das grandes preocupações da Constituição Federal de 1988 foi, exatamente, atribuir uma série de dispositivos que assegurem os direitos sociais dos brasileiros, objetivo este formalizado no artigo 6º. Desenvolveu-se, ainda, o conceito de “mínimo existencial”, cuja explicação se dá pelo conjunto de condições materiais mínimas, cuja concretização é a própria dignidade humana, neste enfoque, se alguém vive abaixo do patamar estipulado, o mandamento constitucional está sendo desrespeitado.
ESPÉCIES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS PRESENTES NO ARTIGO 6º:
EDUCAÇÃO: Vista também no artigo 205 da CRFB/88, a educação é o direito social basilar na construção de um ser humano. Como visto no próprio artigo 205, é um direito de todos e dever do Estado e da família, através do qual o indivíduo ver-se-á possuidor do discernimento necessário para o pleno exercício da cidadania, além de qualificar-se para o trabalho. Sendo assim, sem a educação não seria possível exercer nenhum outro tipo de direito, seja ele civil, político, econômico etc. Passando para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei 8.069/90, em seu artigo 54, inciso VII, parágrafo 3º, que é obrigação do Poder Público orientar os educandos de ensino fundamental junto ao auxílio familiar para a reiteração da presença do aluno em sala de aula. Assim sendo, constata-se que a educação é assunto pautado em toda a legislação brasileira e, mesmo sem total efetivação, os direitos ao acesso à educação estão concatenados à mesma.
SAÚDE: Direito também previsto pela CRFB/88, em seu artigo 196. A partir do século XX, com a fundação da OMS, esta espécie passou a ser gradativamente aceita como direito fundamental para qualquer ser humano, independendo de vínculos sociais, políticos, econômicos etc. Saúde é uma questão de cidadania, pois está diretamente ligada à uma axiologia de qualidade de vida. O direito à saúde está previsto, além dos artigos 5º e 6º da CRFB/88, na lei 8080/90, em seu artigo 3º caput, apregoador da saúde como direito básico. Retornado à nossa Carta Maior, em seu artigo 196, observa-se a obrigação do Estado de concretizar, exteriorizar e otimizar a política de efetivação dos direitos à saúde. Isto posto, a saúde deve realmente fazer parte da vida de um cidadão para que este seja possuidor de plena qualidade de vida.
ALIMENTAÇÃO: Recentemente inserido na Constituição, passou a figurar como direito social no Artigo 6º após a Emenda Constitucional 064/2010 que incluiu o direito à alimentação entre os direitos sociais individuais e coletivos. Segundo o dicionário, fome é a necessidade fisiológica protestada pelo organismo quando este percebe que precisa de alimento para prosseguir suas atividades que emanam vida. Transladando para a seara jurídica, o primeiro conceito imaginado a respeito da alimentação é o de erradicar a fome, e é exatamente nesse contexto que a definição se encaixa melhormente. Em determinada circunstância, pode-se imaginar que a fome é oriunda da falta de produção de subsídios alimentares provindos da agricultura ou pecuária devido à sobrecarga que a atual população mundial causa às mesmas. Porém, estas atividades funcionam a plena capacidade e poderiam suprir, facilmente, toda a população mundial. O embrulho, neste caso, é a adoentada política de distribuição destes recursos e da renda em âmbito federal e mundial por parte do Estado. 
TRABALHO: Não mais condicionado como obrigação social, como previa a CRFB/1946, o direito de trabalhar é a mais expressiva construção dos direitos sociais para um ser humano. Todos têm direito ao livre acesso ao trabalho, junto à livre iniciativa e poder de escolha. Isto posto, gera-se o direito de remuneração justa e satisfatória que lhe garanta compatibilidade com a dignidade humana. Além da constituição, em seus artigos 7º a 11, os direitos relacionados ao trabalho estão assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), existente, ainda, para regulamentar as relações trabalhistas. Contudo, não raro, há o descumprimento das leis postas pelas normatividades brasileiras, postando salários indignos, desemprego, condições precárias de trabalho, desigualdade etc. Diferente de alguns outros direitos, o trabalho não se vê amparado por mecanismos formais que o garantam aos brasileiros. O que existe são medidas que, durante determinado período, buscam amenizar as sequelas do desemprego, como o seguro desemprego, auxílio transporte, isenção de determinadas taxas etc. 
MORADIA: Embora, de certa forma, já prevista pelo artigo 23, IX da CRFB/88, o direito à moradia foi inserido no artigo 6º da Constituição por meio de Emenda Constitucional, a de número 26, de 14/02/2000. Moradia não significa, necessariamente, uma casa própria, mas sim um abrigo em condições adequadas onde a intimidade pessoal dos membros dafamília possa ser preservada de forma digna.
LAZER: Previsto pelo § 3º do artigo 217 da Constituição que diz que “o Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social”. A contar da Revolução Industrial, o tempo de trabalho do homem deixou de ser ditado pela natureza para designar-se pela demanda de produção. Assim como os outros direitos previstos pelo artigo 6°, o lazer é de suma importância social para as pessoas pois e uma espécie de supressão de determinadas necessidades humanas como, por exemplo, a necessidade de libertação das angústias causadas por atividades não escolhidas ou não desejadas; Necessidade de compensação às tensões e agitações causadas pelo trabalho e, acima de tudo, uma necessidade de restauração do estado psíquico. Isto posto, o lazer está devida e dignamente inserido entre os direitos sociais como um meio de incentivo ao homem em sociedade.
SEGURANÇA: Nos ensinamentos de José Afonso da Silva:
“A segurança assume o sentido geral de garantia, proteção, estabilidade de situação ou pessoa em vários campos, dependente do adjetivo que a qualifica (...) A segurança pública consiste numa situação de preservação ou restabelecimento dessa convivência social que permite que todos gozem de seus direitos e defesa de seus legítimos interesses”. [4]
O artigo 144 da Constituição Federal trata sobre a segurança pública, cujo objetivo é a preservação do patrimônio, da ordem pública e, principalmente, das pessoas, sendo estes realizados por determinados entes aptos a tal. A causa dos problemas que afetam as comunidades e têm seus reflexos na segurança pública são, em geral, a ausência ou escassez da satisfação, por parte das pessoas, de condições mínimas para uma existência digna, como educação de qualidade, sistema de saúde adequado às necessidades locais, trabalho e renda às populações, saneamento e uma série de fatores que requerem a atuação de outros órgãos estatais que não os diretamente acometidos da segurança. Neste caso, percebe-se que somente são necessárias as políticas de opressão para beneficiar a segurança quando outras políticas que deveriam evitar o uso das primeiras, citadas acima, são falhas e não saciam as necessidades populacionais. 
PREVIDÊNCIA SOCIAL: Com seu surgimento propiciado pela Revolução Industrial, a previdência social nasceu para prevenir ou, de certa forma, recompensar acidentes de trabalho, trabalho infantil etc. Objetivando, dessa maneira, melhores condições de trabalho e direitos nunca antes conquistados. Além de benefícios pecuniários, a previdência fornece o salário desemprego, pensão por morte, direitos de aposentadoria, da gestante etc. Foi coadunada à Constituição Federal por meio da Emenda Constitucional 20/1998, encontrando, ainda, certo amparo no artigo 201 da supracitada Constituição.
PROTEÇÃO À MATERINIDADE E À INFÂNCIA: Além do artigo 6º, este direito encontra respaldo nos subsequentes artigos 201 (da previdência social) e 203 (da assistência social) de nossa Carta Maior. O escopo dos artigos relacionados a este assunto, como uma primazia para o direito à vida, é a preservação da espécie, e não exatamente a mulher, pois esta seria somente a detentora da função biológica que dá origem à vida, por isto, então, as políticas de resguardo durante à gravidez, objetivando o desenvolvimento saudável do feto.
ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS: Contribuintes ou não da Previdência Social, a Constituição Federal garante assistência social a qualquer necessitado, em todos os âmbitos da federação.
Analisando o exposto, percebe-se que, nos moldes da Revolução Francesa, a Constituinte de 1988 se propôs a perseguir os valores de uma sociedade fraterna, pluralista, a redução das desigualdades sociais e regionais e a garantir os direitos sociais como direitos e garantias fundamentais aos cidadãos brasileiros. No tocante aos direitos de segunda dimensão, devem estes ser complementados, em regra, por intermédio do Estado, porquanto positivos e prestacionais, se transformado em um Estado Social, preocupado agora não só com a liberdade dos cidadãos, mas também como o bem-estar de cada um destes cidadãos.    
A partir destas premissas, conclui-se que é necessário dimensionar tamanhas necessidades que os Estados, bem como todos os entes da nossa sociedade e das diversas instituições públicas e privadas, devem promover na implementação da gravidade que requerem os direitos sociais frente à dignidade da pessoa humana. Ressalta-se em tempo que tais argumentos devem ser tomados como fundamentos para as nossas decisões sociais frente à nossa atual sociedade e das instituições, entre elas o poder judiciário, com reconhecimento dos direitos sociais fundamentais previstos no artigo 6º da nossa Constituição Federal de 1988.        
REFERÊNCIAS.
[1] MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 13ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2003, p. 202.
[2] DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. 2ª ed. Reform. – São Paulo: Moderna, 2004, p. 46.
[3] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 31ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[4] SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 8ª ed., atual. Até a Emenda Constitucional 70, de 22.12.2011. – São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 649.

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