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Estuários
São regiões costeiras parcialmente fechadas onde a água doce dos rios encontra e se mistura com a água salgada do mar.
 Definição: são corpos d’água com um ou mais conexões livres com o oceano, onde a inclusão da água salgada pode se estender além do limite da influência da maré e que pode ser diluída pela dragagem da água doce continental, sustentando comunidades eurihalinas em pelo menos algum estágio de sua vida.
Pode ser um ambiente estressante para algumas espécies, devido a grande variação das propriedades físico-químicas. E os animais que se encontram neste ecossistema são de extrema importância para outras espécies, que se alimentam deles, e para atividades comerciais.
- Classificação quanto a geomorfologia:
1) Estuário de Planície Costeira (vale dos rios afogados) -> comuns em regiões de planície costeira e de plataforma continental larga, como a costa atlântica da América do Norte.
Origem: quando o nível do mar subiu na última era glacial, devido ao derretimento do gelo. O mar invadiu as terras baixas e desembocaduras dos rios.
Ex: baía de Chesapeake, EUA.
2) Estuários tectônicos:
Origem: semelhante à planície costeira, mas difere pela nova divisão do mar devido a subsidência do solo e não por causa do aumento no nível do mar.
Ex: baía de São Francisco, Califórnia.
3) Baías semi-fechadas ou Lagunas:
Origem: bancos de areia que se formam paralelamente à costa, formamndo uma barreira para as águas marinhas, o que gera uma laguna rasa.
Ex: lagoa dos Patos
4) Fiordes: 
Origem: vales que sofreram aumento em sua barreira devido a ação glacial e depois foram invadidos pelo mar. São ambientes de circulação restrira
Ex: SE do Alasca, Noruega.
- Classificação quanto ao gradiente de salinidade/circulação: 
1) Positivo (dominado por rios estratificados): 
Origem: um aporte superficial de água doce se move pela superfície, se misturando com a água salgada. Em qualquer parte do estuário forma-se uma coluna vertical, sendo a água da superfície mais doce e as mais profunda mais salgada. Ocorre cunha salina. Formação isoalina. (FORMA MAIS COMUM)
2) Neutro (dominado pelo mar homogênio): 
Origem: Há uma mistura completa de água doce e água salgada, ou ocorre uma taxa de evaporação similar ao fluxo de água doce que entra no sistema. Salinidade similar na superfície e no fundo. (TIPO MAIS RARO)
3) Negativo:
Origem: aporte deficiente de água doce e alta taxa de evaporação resulta num estuário de alta salinidade. A água salgada entra pela superfície e mistura-se com a água doce. No entanto, a alta taxa de evaporação leva a superfície da água e se torna hipersalina, e esta por ser mais densa afunda e se move pelo estuário como uma corrente de fundo. (OCORRE EM AMBIENTES HIPERSALINOS)
4) Sazonal: 
Origem: Formado em áreas onde a época de seca e de chuvas são bem marcadas. Na época de chuvas, há o aporte de água doce e o estuário se abre para o oceano. Na época da seca, sem o aporte de água doce, o estuário pode secar, sendo invadido por bancos de areia. A variação de salinidade não é espacial, e sim sazonal.
Oscilação de salinidade:
A principal característica de um estuário é a sua variação de salinidade, variando tanto espacial como temporalmente. Quanto mais próximo da montanha (perto de nascentes de rios) menor é a salinidade. Outros fatores que interferem na salinidade: época do ano, topografia, marés e quantidade de água doce.
Sendo a água salgada mais densa, ela desliza pelo fundo, formando a CUNHA SALINA. Ela se move acompanhando o ritmo diário das marés. Com isso os organismos são sujeitos às grandes oscilações de salinidade, e eles precisam manter o equilíbrio salino em seus organismos.
Substrato:
Os rios carregam grandes quantidades de sedimentos e outros materiais para o estuário. Os grânulos mais grossos depositam e os mais finos são carreados. Sendo assim, a maioria dos estuários possui fundo lamoso, sendo este uma combinação de sílica e argila. A respiração de bactérias consome todo o oxigênio da água interstical. Como a água próxima ao fundo não consegue fluir facilmente através dos sedimentos finos e reabastecer o fornecimento de oxigênio, os sedimentos em estuários são geralmente anóxicos abaixo de alguns centímetros. Bactérias anaeróbias prosperam neste ambiente.
Temperatura:
Nos estuários ela varia devido a profundidade e a grande área de superfície. Os organismos que ficam expostos na maré baixa podem ter de enfrentar oscilações de temperatura diárias e sazonais ainda mais drásticas.
Turbidez:
Grandes quantidades de sedimentos em suspensão são típicas de estuários, reduzindo a transparência da água. Assim, pouca luz penetra na coluna d’água. As águas tendem a ser mais claras mais próximo do mar. A diminuição na penetração de luz devido à turbidez ocasiona diminuição na fotossíntese do fitoplâncton e das algas bentônicas.
Oxigênio dissolvido:
Amplo suprimento na coluna d’água: fluxo regular de água doce e salgada, áreas rasas,
turbulência e mistura por vento.
Anoxia pode ocorrer em estuários profundos e com presença de termoclina (fiordes) devido à alta produção na superfície e consumo no fundo.
Ação de ondas e correntes:
A ação de ondas é reduzida devido à estreita passagem (boca do estuário) e baixa
profundidade, o que impede a entrada de ondas de grande tamanho; As correntes em estuários são primariamente causadas pela ação das marés e fluxo dos rios, e estão geralmente confinadas a canais, onde podem atingir altas velocidades; A deposição de sedimentos supera a erosão.
- Tipos de organismos do estuário:
a) marinhos: os mais numerosos em termos de espécies.
= estenoalinos (tipicamente marinhos e não toleram mudanças de salinidade e restringem-se à boca do estuário)
= eurialinos (toleram mudança de salinidade e são capazes de se deslocar para dentro do estuário)
b) dulciaquícolas: derivados da água doce.
c) estuarinos (de águas salobras): organismos residentes do estuário, que toleram ampla variação de salinidade, como ostras, siris, poliquetas. Em maioria são espécies eurialinas.
Fluidos corporais x salinidade do meio:
a) Osmoconformador perfeito – quando a salinidade corporal dos fluidos corporais (sangue e hemolinfa) corresponde exatamente a da água
b) Osmorregulador perfeito – a salinidade dos fluidos corporais permanece a mesma, independente da salinidade da água.
Alguns organismos só podem osmorregular em uma determinada faixa, se ultrapassarem desta faixa passam a ser osmorreguladores.
Composição da Fauna:
Zooplâncton com número reduzido de espécies.
Não há tolerância de espécies de água doce e marinhas à variação de salinidade.
Os estuários são ambientes geologicamente recentes, isso quer dizer que não houve tempo evolutivo necessário para que as espécies se adaptem ao ambiente. Além disso, há uma baixa diversidade topográfica, com isso há poucos nichos e consequentemente, poucas espécies. 
A maior parte do estuário é composta por espécies de origem marinha. As espécies estuarinas evoluíram de espécies marinhas, e eles toleram melhor a redução de salinidade do que os animais de água doce toleram o aumento da mesma. Inclui espécies de peixes estuarianos residentes e depedentes.
Peixes residentes: tem seu ciclo de vida totalmente associado ao estuário.
Peixes dependentes: podem ser marinhos ou de água doce, que utilizam o estuário em algum período de sua vida, como zona de criação e alimentação para seus juvenis, tendo como local de desova áreas próximas ao estuário. 
Composição da Flora:
Composta por fitoplancton (diatomáceas), macroalgas, macrófitas e angiospermas. A macrofauna possui um número limitado de espécies, devido à pobreza do seu solo, que na maioria das vezes é lama, e devido à turbidez da água, que restringe a penetração de luz.
Ocorrem:
- banco de gramíneas
- n° limitado de espécies de algas nos baixios de lama
- baixios de lamas geralmente possuem abundância de diatomáceas bentônicas, que podem ser mais abundantes que as planctônicas
- cianofíceasfilamentosas
- bancos de plantas nos marismas
Planície de maré e Marismas:
Os fundos dos estuários que se tornam expostos na maré baixa comumente formam planícies de maré, que podem ser bastante extensas em estuários onde há uma grande amplitude de maré e um fundo ligeiramente inclinado.
Os estuários de regiões de clima temperado e subártico ao redor do mundo são normalmente margeados por extensas áreas de gramíneas que se estendem para o interior das planícies de maré. Essas áreas, conhecidas como marismas ou pântanos salgados (salt marsh), são parcialmente inundadas na maré alta. Nos trópicos, ao longo das costas abrigadas, os marismas são substituídos pelos manguezais.
*Marismas = manguezais das regiões tropicais
Habitantes de planícies de marés em estuários temperados:
Os animais dominantes nas planícies de maré enterram-se no sedimento (infauna). Embora representados por um número pequeno de espécies, ocorrem em altas densidades. Poucos animais das planícies de maré pertencem à epifauna.
Principais predadores: peixes e aves (peixes invadem em maré alta, aves em maré baixa).
Zonação no Marisma:
As comunidades dos marismas são dominadas por poucas gramíneas resistentes e outras plantas terrestres tolerantes ao sal, obedecendo a uma
clara zonação. Spartina alterniflora (na costa do Atlântico) ocupa a margem acima do nível médio da maré baixa, seguida por S. patens e salicórnia. 
A zonação é determinada não somente pelos efeitos das inundações das marés, mas também pelo efeito combinado de outros fatores como: competição por espaço, aumento da salinidade e efeito de animais escavadores.
Ecologia dos estuários:
- Fonte autóctone: fitoplâncton, diatomáceas, gramíneas e algas.
- Fonte alóctone: carreado como detrito e marisma adjacente.
Cadeias alimentares: baixa produtividade primária na coluna d’água, pequeno número de herbívoros e presença de grande quantidade de detritos sugere que a base da cadeia trófica nos estuários sejam os detritos.
Importância:
- desenvolvimento urbano, porto, área de criação para muitos organismos de importância comercial (camarões, siri-azul).
Impactos humanos:
- Principais cidades do mundo estão em estuários, logo, representam um ecossistema marinho bastante impactado;
- Em alguns países, as áreas de marisma vêm sendo utilizadas para habitação, indústria, aeroportos;
- Bancos de algas e de lama são degradados para a construção de portos e marinas;
- Poluentes são facilmente retidos no sistema (sub-produtos de petróleo, esgotos, metais pesados, fertilizantes, pesticidas, ...);
- Influência no plâncton – eutrofização indesejada – propaga na cadeia trófica até o homem;
- Casos extremos: anoxia e apenas vida bacteriana.
Manguezais
Definições:
- São comunidades de árvores e arbustos tolerantes a altos níveis de salinidade (halófitas) que crescem nas regiões intertidais das costas tropicais e subtropicais. Estão em locais onde há mistura de água doce e salina, e o sdimento é composto basicamente por lama, elas alcançam seu maior desenvolvimento.
- São ecossistemas costeiros que ocorrem em regiões subtropicais e tropicais, na região entremarés. É caracterizado por vegetação lenhosa típica, adaptada às condições limitantes de salinidade, substrato inconsolidado e pouco oxigenado, que é frequentemente submerso pelas marés.
50% dos manguezais da América do Sul se encontram no Brasil, seguido da Colômbia (18%), Venezuela, Equador, Suriname e outros. Já em escala mundial, ocupa a 3° posição, junto com a Nigéria (7%).
Importância dos Manguezais:
- protegem a linha da costa
- retém os sedimentos carreados pelos rios em função do baixo hidrodinamismo das áreas de manguezal
- te ação depuradora, ou seja, o ecossistema funciona como um filtro biológico, onde as bactérias trabalham a mo e a lama promove a inertização de partículas contaminantes, como metais pesados
- possui alta produtividade e diversidade biológica
- renova a biomassa costeira: apresentam condições ideais para reprodução e desenvolvimento de forma jovens de várias espécies, funcionando como um berçário
- habitat de espécies residentes permanentes e de espécies temporárias
- áreas de alimentação, abrigo, nidificação e repouso de aves.
No Brasil, existem no total 7 espécies de manguezais.
Principais espécies de caranguejos no Brasil: guaiamum e caranguejo-uçá.
Adaptações da vegetação:
a) Rizóforos (ou raízes-escoras) e raízes adventícias – os rizóforos são caules com crescimento vertical orientado para cima (geotropismo positivo), além do eixo caulinar normal. Um sistema de rizóforos pode auxiliar a sustentação ou estabilização da planta, ou aumentar a capacidade de exploração do solo adjacente. Particularmente o mangue-vermelho (Rhizophora mangle) forma rizóforos aéreos que crescem com geotropismo positivo, e em contato com o solo pantanoso do manguezal produzem raízes adventícias que constituem um eficiente sistema de sustentação em um ambiente instável, alagadiço. 
Já as raízes adventícias que se originam na parte aérea das plantas.
Ambas mantém grande parte da planta fora do alcance do substrato e das marés.
b) Glândulas excretoras de sal - Estruturas especializadas em eliminar o sal absorvido pela planta (Avicennia, Laguncularia). As folhas destes gêneros ficam constantemente
cobertas por uma pequena crosta de sal. O excesso de sal é eliminado pelo simples
descarte de folhas, que amarelam na medida em que ficam mais concentradas de sal, morrem e simplesmente caem.
Com o mecanismo de ultrafiltração é permitido que a planta absorva água sem que entre uma grande quantidade de sal.
c) Lenticelas – são fendas no tecido dos caules das árvores de espécies que se desenvolveram em solo alagado. Sob essas fendas há também células suberificadas e células de preenchimento (parênquima) com grandes espaços entre elas, o que garante a troca de gases.
d) Pneumatóforos – raízes de plantas que se desenvolveram em áreas alagadas onde o solo é pobre em oxigênio. Elas partem de outras raízes existentes no solo e crescem verticalmente, emergindo da água, possuem poros que permitem a absorção do oxigênio atmosférico.
e) Propágulos – uma adaptação reprodutiva, onde as sementes permanece presas à planta mãe até germinar, e em seguida desprende-se e flutua na água, sendo acrreada pelas correntes até que encontre local propício para enraizar.
Espécies de Mangues:
- Mangue vermelho ou Sapateiro (Rhizophora mangle):
Árvore de 5-20 m de altura, com raízes aéreas e de ancoragem de 2-4,5 m de altura. As raízes aéreas, além de fornecer ar para as raízes inferiores, garantem estabilidade. Desenvolve-se em água marinha e constitui a parte mais externa do litoral com manguezal. Folhas elípticas, sem nervuras visíveis, espessas com a consistência de couro, de 6-12 cm de comprimento por 2,5-6 cm de largura, verde-escuras na face superior e verde-amareladas na face inferior. Flores amarelo-claras, de 2 cm de diâmetro, com a forma de sino.
Região do mar.
- Mangue preto, Siriba ou Siribeiro (Avicennia schaueriana):
Árvore de 3-20 m de altura, dotada de raízes modificadas conhecidas por pneumatóforos, que crescem verticalmente, emergindo do e expondo-se ao ar. Ocorre atrás do mangue vermelho, sendo inundado somente durante as marés mais altas. Folhas simples, elípticas, de 5-11 cm de comprimento, por 2-4 cm de largura, sustentadas por uma haste de 3-15 mm de comprimento, dotadas de pelos microscópicos que embranquecem a folha e de glândulas que excretam sal. Flores brancas, perfumadas e tubulares, de 6 mm de comprimento por 10 mm de diâmtero, revestidas por pelos e densamente incrustadas em pequenas espigas, dispostas na ponta dos ramos.
Região entremarés.
- Mangue Branco ou manso (Laguncularia racemosa):
Árvore de grande porte, podendo atingir até 2o m de altura. Dotada de raízes pneumatóforos, que crescem verticalmente, emergindo do e expondo-se ao ar. Folhas simples, com filotaxia oposta, pecioladas, espessa e coriáceas. Pecíolo vermelho com duas glândulasna parte superior.
Região do continente.
Sucessão ecológica:
Acreditava-se que a Rhizophora (mangue vermelho) era a espécie pioneira.
A sucessão não é provocada pelas plantas e sim por fenômenos naturais – enchentes,
tufões, predação por isópodes, ações antrópicas – lançamento de esgotos , lixo, retirada de plantas, poluição de rios, poluição por óleo... conseqüências: Assoreamento, erosão, mortandade.
Processo de formação dos manguezais:
- Caracterização = vai depender dos tipos de solos litorâneos e da dinâmica de águas que age sobre cada ambiente costeiro.
 - Formação = com a variação do nível do mar, um processo lento e gradual
- Fixação de manguezais = o substrato acumulado é inundado pelas marés. Ocorre o transporte de sedimentos que vem dos rios e oceanos, o contato com a água doce/salgada dos estuários faz com que o sedimento forme grumos por processos físico-químicos. Nos grumos, o peso maior das partículas faz com que estas afundem, onde se instala os vegetais, que emitem suas raízes, criando uma barreira física nos sedimentos , favorecendo sua deposição ao redor, criando novas áreas de sedimentação disponíveis para a colonização de outras plantas.
- Matéria orgânica = com a queda de folhas, a matéria orgânica é absorvida pelo aumento do subtrato retido pelas raízes e troncos. É exportada pela maré vazante, que drena para as gamboas um grande volume de folhas e e material particulado, o que contribui para o aumento nas áreas de manguezais.
- Marés = transportam sedimentos e sementes (propágulos).
Comunidade típica de manguezal:
Algas esponjas, ostras, anêmonas, cracas, ascídias, entre outros, vivem aderidos às raízes das árvores dos mangues.
Macrofauna com distribuição vertical.
Benefícios dos manguezais:
- comunidades costeiras utilizam o manguezal como proteção
- extrativismo: pesca, coleta de moluscos, caranguejos...
- a erosão é evitada pelo acúmulo de sedimentos causado pelas raízes das árvores
- peixes, moluscos, caranguejos e outras espécies dependem dos manguezais para a sua sobrevivência
Ecologia dos manguezais:
Os manguezais com melhor desenvolvimento estrutural são encontrados próximo ao equador, onde a temperatura, a precipitação e a amplitude das marés são elevadas, a razão precipitação/evaporação é baixa e a variação sazonal do clima é reduzida. Os fatores ambientais (ex: luminosidade, vento, chuva, nutrientes, marés) correspondem às fontes de energia subsidiárias ao sistema. Apesar do melhor desenvolvimento estrutural ocorrer nos locais onde as fontes de energia sejam adequadamente disponíveis, o manguezal também pode se desenvolver em ambientes onde alguns desses fatores sejam limitantes. Nestes ambientes mais rigorosos a estrutura da floresta é reduzida, embora as mesmas espécies possam estar presentes.
Dentro desse contexto, o desenvolvimento estrutural alcançado por uma floresta é função dos níveis e periodicidade das energias subsidiárias e da natureza e intensidade dos tensores presentes, que correspondem à assinatura energética do lugar.
A baía de Guanabara e os manguezais:
No passado os manguezais ocupavam a desembocadura dos rios e quase toda a orla da baía. Hoje estão reduzidos a poucas áreas. Uma exceção a esse estado de degradação
é a APA de Guapimirim, criada em 1984, que abrange os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Com mais de 14 mil ha, ainda preserva a sua vegetação natural.
No estado do Rio de Janeiro aproximadamente 16.000 km2 são ocupados por manguezais, sendo as ÁREAS MAIS EXTENSAS de manguezal a foz do rio Paraíba do Sul e as baías de Guanabara, Sepetiba e Angra dos Reis.
Costões Rochosos
É o ambiente costeiro formado pelas rochas, entre os meios terrestres e aquáticos, considerado mais uma extensão do ambiente aquático mais do que do terrestre, visto que a maioria dos animais que lá habitam são marinhos. Concentram alta riqueza de espécies de grande importância ecológica e econômica, sendo por isso um ecossistema muito importante.
Tipos de costões:
- Paredões verticais bastante uniformes, que se estendem muito abaixo e acima do nível do mar;
- Rochas fragmentadas de pequena inclinação;
- Costão protegido: encontrados em regiões de baixo hidrodinamismo, ou seja, onde o batimento das ondas é baixo e suave durante a maior parte do tempo. É bem fragmentado, o que dificulta a formação de zonas definidas. Geralmente encontra-se organismos maiores do que os ocorrentes em costão batido. O baixo dinamismo favorece a fixação de organismo, mas por outro lado também dificulta o estabelecimento de vegetais por conta do baixo fluxo de nutrientes;
- Costão exposto ou batido: estão em regiões de alto hidrodinamismo. Podem ser paredões lisos, que apresenta uma menor diversidade de habitats que o costão protegido. Com o grande fluxo de nutrientes, a vegetação é favorecida (principalmente algas), bem como pelo baixo pastoreio de herbívoros, por causa da grande movimentação de ondas. Esse batimento é a causa da morte de organismos mais frágeis, que necessitam de estruturas para proteção e fixação, por isso alguns organismos possuem formato hidrodinâmico e tamanho reduzido.
Costões rochosos na costa brasileira:
A maior concentração de costões rochosos no Brasil é na região sudeste, onde a costa é bastante recortada (entre baia de São Marcos, MA e Torres, RS).
É possível relacionar a ocorrência de costões com a serra, ou seja, quando a serra está próxima da costa, é possível encontrar um maior número de costões. Já quando ocorre longe da costa, é possível notar um maior número de mangues e restingas.
Zonação em costão rochoso:
O substrato duro favorece a fixação de larvas e outros invertebrados, sendo comum a disposição dos organismos em faixas horizontais no costão (zonação)., onde cada espécie se posiciona onde há as melhores condições para os eu desenvolvimento e sucesso. Estas zonas são formadas à partir das habilidades adaptativas dos organismos com relação aos fatores abióticos (ambientais) e aos fatores bióticos (diversos níveis de interações biológicas e processos de recrutamento).
São 3 as principais zonas de localização: infralitoral, supralitoral e mesolitoral (ou médio-litoral). É possível diferenciar essa zonação pelos seguintes componentes: coloração, morfologia dos organismos dominantes e a combinação de ambos anteriores.
a) Nível supralitoral:
região superior do costão. Onde somente chegam os borrifos do mar. Compreendido entre o limite inferior da vegetação terrestre e o limite superior da ocorrência de cirripédios, as cracas. Também são característicos desse nível os gastrópodos do gênero Littorina e os isópodos do gênero Ligia . Os fatores abióticos como temperatura e radiação solar possuem grande importância na distribuição dos organismos deste nível, os quais são muito adaptados à perda de água e à variação da temperatura.
b) Nível mesolitoral:
Regiões sujeitas a flutuações de marés, permanecendo submersas em maré alta e expostas em maré baixa (ou vazante). O limite superior do médio-litoral é caracterizado, geralmente, pela ocorrência de cirripédios, as cracas, e o inferior pela alga parda Sargassum sp. São comuns neste nível os gastrópodes patelliformes “chapéu chinês” dos gêneros Acmaea, Patella, Fissurela. Nos níveis médios do médio-litoral são comuns “cinturas” de cirripédios do gênero Balanus. Na parte inferior observam-se povoamentos densos de mexilhões da família Mytilidae, entre outros. Os organismos sésseis dessa região estão adaptados a esta variação diária, enquanto os organismos errantes (vágeis) podem migrar para regiões inferiores na maré baixa, permanecendo assim sempre submersos.
*Poças de maré: depressões onde a água do mar fica represada durante a maré baixa, e que apesar de sujeitas a grandes alterações das variáveis ambientais, podem vir a apresentar um aumento da diversidade da flora e fauna que irá apresentar integrantes típicos do infralitoral.
c) Nível infralitoral:
É permanentemente submersa. Seu limite superior caracterizadopela zona de Sargassum sp. e por mexilhões da família Mytillidae. O limite inferior pode ser determinado pelo encontro das rochas com o substrato arenoso, perpendicular ao costão. Nesta região começam a ter mais importância as relações bióticas (predação, herbivoria, competição) na determinação da distribuição dos organismos, uma vez que os fatores ambientais são mais estáveis.
Causas de zonação:
- Fatores abióticos:
a) Ondas – a intensidade com que as ondas irão bater nos costões determina a ocorrência e distribuição de algas e animais sésseis, que desenvolvem estruturas de fixação e de proteção que resistem ao embate de ondas. Se o batimento de ondas aumenta, os animais também modificam sua morfologia para reduzir a tendência do arrasto. O mais difícil para os animais de costão é justamente a fixação na rocha.
* Estruturas de fixação permanente = cimento nas cracas
* Estruturas de fixação temporária = bisso nos mexilhões, apressório nas macroalgas
* Adaptações morfológicas = conchas mais achatadas nas lepas, pés mais largos e com grande força de adesão
* Refugiar-se em reentrâncias ou fendas = ouriço-do-mar, maria-da-toca (Blennidae)
Organismos sésseis bentônicos são influenciados pela força de arrasto das ondas, e esse arrasto produz uma força paralela à direção da corrente. As algas são flexíveis e por isso resistem às ondas. Porém, em seres não flexíveis o arrasto pode ser o suficiente ara remove-lo de sua posição, ou até mesmo quebrar um exoesqueeto ereto. No caso de uma anêmona-do-mar, quando encontra-se em local abrigado, ela cresce relativamente mais, fica mais alta, do que as que crescem em local exposto, reduzindo o atrito do corpo do animal com a água. Já no caso dos mexilhões, quando crescem como indivíduos isolados, recebem todo o impacto das ondas sobre suas conchas, os indivíduos pequenos conseguem se segurar, porém os maiores acabam sendo levados. Em grupos mais densos, a força da onda não atinge nenhum deles diretamente ou de forma isolada, impedindo que sejam levadas com a onda, e essa estratégia permite também o acúmulo de plâncton perto deles (mais alimento disponível), visto que quando a água escorre criam-se redemoinhos de água perto deles. Porém, se esses grupos se tornam muito densos, muitos mexilhões se fixam em outros mexilhões ao invés de se fixar na rocha, e isso faz com que grupos inteiros sejam arrancados da rocha quando a onda bate.
b) Marés - Durante períodos de maré baixa, com a exposição ao ar, os organismos do médio-litoral encontram-se sujeitos a uma maior variação dos fatores físicos (temperatura, insolação, salinidade, concentração de oxigênio, etc.) e muitas vezes encontram-se privados de realizar funções vitais. Por exemplo, animais que se alimentam através da filtração, captando partículas de alimento ou nutrientes disponíveis na água, passam por um longo período de jejum. Outro fator resultante da baixa maré é a dessecação, que pode ser agravada dependendo do grau de insolação, dos ventos e da umidade relativa do ar, resultando no aumento da concentração de sais dentro e fora dos organismos. Por outro lado, em um dia de chuva, a exposição ao ar resultará na diluição dos sais, uma vez que os organismos ficam encharcados pela água doce, diminuindo, assim, a salinidade.
c) Irradiância - Nas zonas mais inferiores do costão, a irradiância pode tornar-se o principal fator limitante. A ocorrência de produtores primários relaciona-se à penetração de luz (acredita-se que verticalmente haverá vegetais até a profundidade que receba, no mínimo, 1% da irradiância incidente na superfície). A profundidade de penetração de luz irá depender, principalmente, da turbidez da água, pois a luz é atenuada pelas partículas de sedimento ou microorganismos em suspensão. Para as águas costeiras, sujeitas ao maior grau de turbidez, o azul e o violeta são rapidamente absorvidos, daí a ocorrência das macroalgas vermelhas nos locais mais profundos.
d) Dessecação - A existência de oscilação de maré na região de costões rochosos promove várias adaptações à perda de água por dessecação, principalmente em organismos que habitam a região superior do costão.
Adaptações morfológicas: fechamento de valvas em bivalves e de placas operculares em cirripédios, produção de conchas não porosas, abertura de concha estreita em gastrópodes, conchas mais claras para refletir o calor.
Adaptações fisiológicas: tolerância de algas em níveis de desidratação de até 90%, produção de muco em anêmonas, resfriamento por evaporação de cirripédios. 
Adaptações comportamentais: migração dos organismos vágeis em função da variação das marés, utilização de fendas ou bancos de algas como refúgio pelos organismos vágeis.
- Fatores bióticos:
As relações entre organismos tornam-se muito importantes para a sua distribuição a partir da região mesolitoral até a infralitoral, principalmente. As relações simbióticas são as mais importantes. São elas:
* Comensalismo: uma espécie é beneficiada e outra não é prejudicada nem beneficiada. Ex: algas epífitas que se fixam a carapaça de alguns animais.
* Mutualismo: as duas espécies são beneficiadas de forma mútua, de forma permanente e indispensável para sua sobrevivência. Ex: liquens (associação de fungos e algas).
* Parasitismo: quando uma espécie é beneficiada e a outra é prejudicada, pois a parasita sobrevive às custas da hospedeira. Caso o hospedeiro morra, o parasita morre também. 
* Competição: duas espécies diferentes(interespecífica) ou de mesma espécie(intra-específica), disputando um recurso que não há disponível para ambas. A competição intra-específica pode ser responsável pelo controle de crescimento da população. Em costões rochosos, geralmente, há escassez de espaço para fixação ou locomoção, uma vez que a maioria dos organismos é séssil ou semi-séssil e necessita de espaço para sobreviver e para o assentamento de larvas e propágulos.
* Predação: A predação pode amenizar a dominância que a competição poderia originar, afetando fortemente a composição específica de um local. Em muitos casos, a predação previne a monopolização de um habitat por uma espécie competidora potencialmente mais apta. As espécies predadoras, que mantêm a abundância das espécies competidoras dominantes sob controle, são denominadas espécies chave. Da mesma forma que os predadores desenvolveram evolutivamente atitudes comportamentais e estruturas destinadas à predação, presas também desenvolveram mecanismos para evitar a predação. Os organismos que possuem capacidade de locomoção (errantes ou vágeis) procuram permanecer em locais de difícil acesso aos predadores, como tocas, tubos e frondes de algas. Outra estratégia, mas esta metabólica, é apresentar um rápido crescimento (refúgio pelo tamanho). Já os organismos sésseis desenvolveram outras formas de evitar a predação como viver em locais de maior estresse nas partes superiores do costão (onde apenas alguns organismos alcançam), hábito críptico (camuflagem), formar grandes bancos (aglomeramento) ou produzir substâncias que os tornem inadequados à ingestão. A predação pode ser considerada o principal evento que envolve não só os organismos habitantes do costão, mas também aqueles que “visitam” este ambiente, esporádica ou freqüentemente, na maioria das vezes para se alimentar.
# Espécies chave: espécies importantes para a comunidade. Sua retirada do habitat causam grandes mudanças na composição e abundância relativa de muitas espécies. Em geral relaciona-se a relações tróficas. Nos costões rochosos, são consideradas espécies chaves as estrelas-do-mar.
História de vida de um invertebrado marinho bentônico:
Larva > dispersão > detecção de substâncias e seleção do substrato > metamorfose > adulto (fixação no substrato).
A fixação ou o estabelecimento das formas de dispersão (larvas ou propágulos) de
organismos incrustantes é dependente do tipo e da rugosidade do substato, da intensidade de luz, da existência de colonizadores primários, da presença de adultos da mesma espécies, da quimiorecepção das larvas.Existem 3 modelos ecológicos clássicos desenvolvidos para explicar a substituição de espécies ao longo do tempo ou em sucessões biológicas:
- “Facilitação” ou alteração das condições pelos colonizadores primários permitindo ou
mesmo estimulando a fixação de colonizadores “tardios”;
- “Inibição”, ou seja, colonizadores primários dificultam ou inibem a invasão posterior;
- “Tolerância” ou indiferença, ou seja, colonizadores primários não interferem no recrutamento posterior.
Sucessão ecológica (experimento):
Rocha nua > película de bactéria ou algas/ mexilhões adultos se movem para o espaço > algas > cracas chegam primeiro/ cracas > chegam crripédios/ presença de estrelas/ ausência de estrelas > filme de lepas e algas/ mistura de organismos/ todos mexilhões.
Influência antrópica nos costões rochosos:
- Extrativismo: a pesca pode ser considerada muita das vezes um extrativismo de costão, visto que alguns peixes que interessam estão associados à dinâmica do costão. O extrativismo é feito principalmente com organismos que vivem no costão. Ex.: algas, ostras e mexilhões (Brasil). Ouriços, moluscos e gastrópodes (em outros países).
- Cultivo: Espécies de algas de interesse comercial são cultivadas em larga escala em diversos países, sendo o Japão um dos maiores maricultores. No Brasil, ainda não existem sistemas de cultivo em larga escala, mas alguns pesquisadores se dedicam ao desenvolvimento de uma técnica adequada às nossas águas. O cultivo de animais (camarões e mexilhões, por exemplo) também é bastante comum, mas deve ser realizado com muita cautela, principalmente em relação à introdução de espécies exóticas e ao local de implantação do cultivo. 
Lagoas Costeiras
Definição: são corpos d’água normalmente orientados paralelamente à linha da costa, separados do oceano por uma barreira ou conectados a este por um ou mais canais ou pequenas baías que permanecem abertas pelo menos intermitentemente e possuem profundidade que raramente excede os poucos metros. Podem ou não estar sujeitas ao regime de marés, e a salinidade da água pode variar de água doce até uma condição hipersalina, dependendo do balanço hidrológico. A maioria das lagoas costeiras se formou como resultado da elevação do nível dos oceanos (especialmente durante o Holoceno) e pela construção de barreiras costeiras por processos marinhos.
Importância:
- Preservação e manutenção de biodiversidade peculiar e rica em espécies
- Reserva de água doce
- Controle de inundação
- Receptor de efluentes tratados
- Beleza cênica
- Harmonia paisagística
- Lazer
- Valorização turística da região
Impactos antrópicos:
- Lançamento de efluentes domésticos e industriais
- Aterro da margem
- Assoreamento da bacia
- Retirada de sedimento e depósitos calcários
- Degradação da vegetação terrestre no entorno
- Introdução de espécies exóticas de peixes
- Edificações na margem
- Eutrofização artifical
Tipos:
- sufocada: uma só conexão com o mar (ex: Lagoa dos Patos)
- restrita: duas conexões com o mar
- vazada: três ou mais conexões com o mar.
Classificação baseada na zonificação da salinidade (VENICE SYSTEM, 1959).
CLASSIFICAÇÃO SALINIDADE
Zona Limnética (Água Doce) < 0.5
Oligohalina 0.5 a 5.0
Mesohalina 5.0 a 18.0
Polihalina 18.0 a 30.0
Euhalina 30.0 a 40.0
Hiperhalina > 40.0
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba:
Engloba Macaé, Carapebus e Qissamã. Possui 44km de praias, com 18 lagoas costeiras. É o único PARNA criado com o objetivo de proteger regiões de restinga e lagoas costeiras. 
É um dos três parques nacionais brasileiros onde é possível observar a coexistência da preservação
do ambiente com o desenvolvimento sustentável de uma população de pescadores tradicionais que já pescavam na área mesmo antes de sua criação. Através de um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal e o Instituto Chico Mendes, 25 famílias de pescadores obtiveram autorização para continuar pescando na lagoa de Carapebus, uma das mais ricas em peixes de toda a região.
Algumas lagoas encontradas: 1)L. Cabiúnas, 2)L. Comprida, 3)L. Carapebus, 4)L. Paulista, 5)L. Amarra-boi, 6)L.Graças, 7)L.Piripiri II, 8)Piripiri I, 9)L. Maria-Menina, 10)L. Robalo, 11)L. Visgueiro, 12)L. Pires, 13)L. Preta, 14)L. Ubatuba.
LC que os valores de salinidade variam de água doce até lagoas euhalinas (>30%): Lagoa dos Carapebus.
LC que os valores de salinidade variam de água doce até lagoas oligohalinas (0,5-5%): Lagoa de Cabiúnas, Lagoa Comprida.
LC que valores de salinidade variam de oligohalinas (0,5-5%) até mesohalinas (5-18%): Lagoa Paulista.
LC que são euhalinas todo ano: Lagoa Salgada.
- Ocupação sem planejamento (Lagoa Imboassica, Macaé):
De uma maneira geral, os corpos d’água da região norte fluminense são altamente influenciados pela sazonalidade, retraindo seu espelho d’água durante período de estiagem e voltando a encher no período de chuvas. Essa região do estado também vem sofrendo uma rápida proliferação de seus balneários, principalmente como resultado da expansão da economia do petróleo e a ocupação irregular de áreas. É frequente a pressão para abertura de suas barras para enriquecimento de peixes e de crustáceos, e para controle da inundação em épocas de cheias.
Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim:
A Lagoa dos Patos conecta-se ao oceano através de um estreito canal. A passagem de água doce e as trocas de água com o mar determinam a hidrodinâmica, a dinâmica dos sedimentos e as condições físico-químicas da água, condicionantes da estrutura e dinâmica das comunidades de plâncton, bentos e nécton. A abundância de pescado no estuário impulsionou a formação de um povoado em 1737 (Rio Grande), que tornou a Lagoa dos Patos um importante centro de colonização portuguesa. Desde então, a área tem sido objeto de múltiplas atividades humanas. 
O fluxo das águas da Lagoa dos Patos em direção ao oceano favorece a deposição de grandes
quantidades de sedimento na bacia de drenagem do estuário, o que historicamente tem interferido na navegação. Desde 1830 é feita a atividade de dragagem dos canais. As correntes litorâneas continuamente formaram e destruíram bancos arenosos na estreita abertura da lagoa, conhecida como Barra do Rio Grande. Com isso, muitos navegadores encalhavam. Em 1917 foram construídos os Molhes da Barra (Construção hidráulica marítima de pedras, que visava fixar a barra do canal e proteger o canal de formação dos bancos de areia. Possui uma extremidade em terra e outra no mar. Representou a introdução de substrato rochoso em uma área tipicamente ocupada por praias arenosas. Nele existem também colônias de lobos e leões marinhos e são o único refúgio destes pinípedes na costa brasileira, e são protegidas por lei ambiental). 
Praias Arenosas
Def.: Ambiente sedimentar costeiro de composição variada, condicionado pela ação de interação de ondas incidentes e pelo regime de marés. 
Limites do ambiente praial: uma porção marinha, que é determinada pela profundidade máxima onde há transporte efetivo de sedimentos pela ação das ondas ou marés e uma porção terrestre, que é delimitada pela linha de vegetação permanente, ou pelo início de uma feição fisiográfica, como dunas ou falésias.
Zonação geomorfológica de praias:
- Antepraia: a porção submersa do perfil praial, limitado muita das vezes por um decréscimo na declividade, considerando o limite entre o nível inferior do estirâncio e o nível base da ação das ondas, onde ocorre o transporte efetivo de sedimentos.
- Estirâncio: zona situada entre os níveis de maré alta e maré baixa, conhecida também como região entre-marés.
- Pós-praia: região entre o limite máximo de espraiamento, sob maré alta e o início de dunas fixas ou qualquer outra feição fisiológica. Pode ser inundada pelo efeito de onda em tempestades.
- Berma: porção praticamente horizontal do pós-praia formada pela sedimentação de areia por ação das ondas. Podem existir ou não, sendo um ou vários.
- Zona de surfe: região onde ocorre a quebra das ondas. É parte integrante da antepraia,estende-se da linha de arrebentação até o limite inferior da face da praia.
- Face da praia: é a porção imersa, onde ocorre a interação da onda com a linha da costa. O limite superior é o limite máximo da capacidade de espraiamento da onda. A máxima incursão das ondas sobre a face depende de fatores como amplitude de maré, declividade do perfil, tipo de sedimento, tipo e altura de ondas, dentre outros. Na face da praia a onda perde a energia após o espraiamento, uma parte da água se infiltra e percola o sedimento, e outra retorna por escoamento superficial em direção ao mar. O período de espraiamento é um parâmetro muito importante no estabelecimento da fauna bentônica, pois está relacionado à dessecação e às atividades de alimentação e locomoção.
Limites:
- externo (em direção ao mar): ocorre na profundidade máxima onde há um transporte efetivo de sedimento pela ação de ondas ou marés.
- interno (em direção à terra): o limite superior está delimitado pela ação de ondas de tempestade sobre a costa, por dunas, falésias ou qualquer outra feição fisiográfica.
Classificação quanto ao grau de exposição às ondas:
- protegida
- semi-exposta
- exposta
Principais parâmetros físicos:
a) Ondas: A altura da onda (H) é o parâmetro que representa a sua energia, ou seja, o seu potencial na mobilização de sedimentos. Quando atingem a linha de costa, as ondas são chamadas “ondas incidentes ou gravitacionais” e sofrem transformações devido à sua interação com o fundo marinho. A forma da onda pode ser dada por sua esbeltez, ou seja relação entre sua altura e seu comprimento. À medida que o trem de ondas aproxima-se da costa as ondas situadas na parte frontal entram em águas rasas e diminuem a velocidade. Consequentemente as ondas posicionadas atrás começam a engavetar e a distância entre as ondas diminui. A água e a energia de cada onda concentram-se em uma estreita faixa, e as ondas empinam, tornam-se instáveis e eventualmente quebram. Quando atingem uma profundidade equivalente a aproximadamente 1,3 vezes sua altura, as ondas quebram. Já em águas profundas as ondas quebram quando a razão entre sua altura e comprimento ultrapassa 1/7.
Tipos de arrebentação de ondas:
- mergulhante: a onda mergulha abruptamente ao se apoximar da linha da arrebentação e quebra com violência, formando um tubo, dissipando sua energia de forma rápida numa porção pequena no perfil da praia. Com esbeltez pequena, ocorrendo em praias com declividade moderada a acentuada.
- progressiva/deslizante: dissipam sua energia de forma gradual ao longo de uma extensa porção do perfil da praia. Com valores de esbeltez mais altos e com declividade baixa.
- ascendente: não chegam a sofrer quebra propriamente dita, devido a alta declividade do perfil, o que faz com que a onda avance sobre a face da praia e interaja com o refluxo das ondas precedentes.
b) Correntes costeiras: resultados da transferência de energia das ondas e do vento, sendo responsáveis pelo transporte longitudinal e transversal de sedimentos em uma praia. São 3 tipos de correntes:
- correntes de retorno de fundo: associadas a presença de bancos e cavas, o retorno da água acumulada ocorre na forma de dispersas correntes de fundo.
- correntes longitudinais: responsáveis pelo transporte de sedimento que ocorre paralelo à linha da costa, sendo este o tipo mais importante.
- correntes de retorno: são eficientes no transporte de sedimentos em direção ao mar, onde atravessam a linha de arrebentação em fluxo rápido e concentrado, espraiando-se em forma de leque. Também são chamadas de correntes de erosão. Quando ocorre transporte em direção à costa, proporcionam acresção de sedimentos à praia, sendo denominadas de correntes de acresção.
c) Marés: também são importantes no transporte de sedimentos, podendo exercer um deslocamento periódico na zona de espraiamento, surfe e zona de arrebentação, adicionando uma variação espaço-temporal aos processos morfodinâmicos.
d) Sedimentos: maioria formada por quartzo. O ambiente praial pode receber sedimentos transportados de rios, erosão de rochas, transporte eólico e fontes biogênicas. O tamanho do grão é de extrema importância, pois eles determinam a declividade do perfil e pel determinação de propriedades como porosidade, permeabilidade e o grau de compactação dos sedimentos.
O grau de compactação do sedimento é um fator de seleção das comunidades bentônicas. Quanto mais compacto o sedimento, mais estável ele é, o que o caracteriza como um ambiente favorável à fauna construtora de tocas e galerias. Em sedimentos com baixo grau de compactação, devido ao fator de instabilidade, há o estabelecimento de uma fauna mais ágil, capaz de se enterrar rapidamente nas camadas mais superficiais. 
Morfodinâmica praial:
Praias dominadas por ondas submetidas ao regime de micromarés podem ser classificadas por 3 principais parâmetros: altura da arrebentação, período da onda e tamanho da partícula do sedimento.
- Praias refletivas: com sedimento grosso, zona de surfe reduzida ou ausente, alta declividade, sem bancos, ondas do tipo mergulhante, menor riqueza de espécies;
- Praias intermediárias: grãos médios mal selecionados, inclinação média, ondas do tipo mergulhante e/ou deslizante;
- Praias dissipativas: sedimento fino e compactado, zona de surfe extensa, baixa declividade, bancos múltiplos, ondas do tipo deslizante, alta riqueza de espécies.
- Seleção: refere-se a uniformidade do tamanho dos grãos no sedimento. O bem selecionado é aquele no qual os grãos são todos do mesmo tamanho. Assim, há muitos espaços entre os grãos, onde a água pode fluir livremente. O tamanho dos grãos também influencias na fluidez da água: quanto maiores, maiores os espaços entre si, sendo assim mais porosos. Já o sedimento mau selecionado tem grãos de vários tamanhos, sendo que os menores preenchem os espaços entre os grãos maiores, dificultando o fluxo da água. Na zona entremarés, quanto maior o tamanho dos grãos (areia grosseira), mais rapidamente o sedimento drena (e, portanto, seca).
Estado morfodinâmico das praias e a riqueza de espécies
Maioria dos grupos de invertebrados (principalmente poliquetas, moluscos e crustáceos), sendo grande parte encontrada no interior dos sedimentos.
A composição e abundancia das espécies estão diretamente relacionadas aos fatores ambientas. As praias refletivas, devido a intensa dinâmica de transporte de sedimentos, tem seu perfil constantemente modificados, além de que possui sedimento mais grosseiro, o que retém menos água. Por isso, são poucas espécies adaptadas a esse tipo de ambiente, mais severo e instável. Assim a riqueza de espécies aumenta em direção as praias dissipativas, porque seu sedimento é mais compacto e com maior umidade.
Teia alimentar
Como as praias arenosas não possuem plantas macroscópicas, a produção primária é realizada pelo fitoplancton e por microalgas que estão no sedimento. Os animais carniceiros também aproveitam algas e animais mortos depositados na praia como fonte de energia primária. A pesar da vegetação de dunas e restingas contribuírem com a matéria orgânica, elas fazem parte de outro sistema ecológico.
O tempo de imersão/emersão por conta da ação das marés, a ação das ondas e o transporte de sedimentos pelo vento, são fatores que geram uma acentuada variação do ambiente, por afetarem a temperatura e umidade. Assim, existe uma zonação, já que as características biológicas dos organismos diferem gradativamente.
Supralitoral: acima da linha da maré alta, sendo alcançado apenas pela maresia e grandes ondas de ressaca. Isópodes, caranguejos (Maria farinha) e alguns insetos coleópteros.
Litoral: sob ação usual das marés e sujeita à perda de água por capilaridade. Isópodes (tatuzinho da areia), anfípodes (pulgas da areia) e poliquetas.
Sublitoral: sempre imerso, onde o sedimento está sempre saturado com água do mar havendo fluxo limitado entre os grãos. Sujeito a ação das ondas. Muitos invertebrados, incluindo ouriços irregulares (bolacha da praia) moluscos bivalves,gastrópodes, crustáceos decápodes, isópodes, poliquetas.
Tatuí: exemplar da macrofauna. Formato anatômico que favorece a escavação (corpo liso e apêndices locomotores toráxicos – pereópodos). Para alimentar-se, ficam de costas para o mar, estendem suas antenas com cerdas e filtram a água que está retornando para o sublitoral. Após, flexionam duas antenas e passam o fitoplancton para o aparelho bucal. Ou seja, suas antenas funcionam como uma rede.
Vivendo no sedimento – Adaptações: Molusco Donax, com concha triangular, lisa e sem ornamentações, associada a um pé musculoso, que permite a esse se enterrar rapidamente. Primeiro deixam o pé fino e o empurra sedimento adentro, e em seguida engrossam a extremidade do pé, atuando assim como ancora, puxando o resto do corpo. Protuberâncias na parede interna do sifão inalante também é uma adaptação que previne o entupimento das estruturas respiratórias por partículas suspensas.
Os organismos da meiofauna em sua maioria têm o corpo vermiforme ou delgado, já que vivem entre os grãos. Podem possuir estruturas para reforçar a parede do corpo, minimizando danos do atrito com a areia. Do mesmo modo, expandem a extremidade do corpo que funciona como uma ancora. Eles alargam seus segmentos para evitar que deslizem pra trás enquanto empurram sua probóscide para frente
O pepino do mar se locomove como os moluscos citados, mas também ingerem o sedimento à medida que cavam, digerindo a matéria orgânica e deixando o resto do sedimento no seu rastro. Essa técnica é mais comum em granulometrias mais finas, provavelmente porque a lama contém mais matéria orgânica e pelo fato de que a areia é mais abrasiva no sistema digestivo.
Adaptações da macrofauna: alto grau de mobilidade, capacidade de se enterrar rápido; altas taxas de ingestão e assimilação eficientes; locomoção através do fluxo e refluxo da onda; distribuição de forma agregada; migração associada às marés; ritmos de atividade nos crustáceos; cores geralmente claras; tolerância à variação da salinidade e temperatura.
Adaptações da meiofauna: redução do tamanho; formato alongado e flexível; órgãos adesivos (escamas, ventosas, espinhos e muco); transparentes; muitos cílios; alguns com reforço na cutícula.
Consequências da urbanização e das atividades recreativas em praias arenosas
Perda da biodiversidade, alteração da cadeia trófica, redução das densidades populacionais, destruição da vegetação de dunas. Remoção das algas que servem de alimento e refúgio. Alteração na distribuição das espécies e perda das áreas de alimentação e nidificação de aves marinhas.
Dunas Costeiras
São feições naturais da maioria das praias arenosas constituídas por grande acumulo de areia, com forma, tamanho e orientação particulares pra cada local em função do perfil da praia, da orientação da costa, da direção e velocidade do vento dominante, do tamanho dos grãos de areia e do tipo de vegetação presente.
Sistema Dunar:
Praia > Pré-duna > Duna primária > Zona inter-dunar > Duna Secundária > Zona posterior às dunas
Praia: Intensa utilização humana. Zona sujeita a ação das marés.
Pré-duna: dunas embrionárias onde ocorrem os primeiros grupamentos vegetais.
Duna primária: cordão de dunas paralelas à linha da costa, com elevada dinâmica sazonal. Herbáceas e gramíneas como vegetação.
Zona inter-dunar: depressão entre as dunas, com umidade mais elevada, onde começa a surgir vegetação lenhosa subarbustiva.
Duna Secundária: separada da costa pela duna primária, tendo menor influencia marítima. Povoamentos vegetais, mais ricos e diversificados, podendo ocorrer matagais.
Zona posterior às dunas: protegida pelo vento e com pouca influencia salina, com matagais das dunas secundárias podendo surgir coberto arbóreo (pinheiro...)
Como se formam as dunas? São resultantes da estabilização do sedimento transportado pelo vento através da vegetação. Mas a formação de uma duna costeira depende principalmente das marés, que permite a deposição de lixo (resto de algas, vegetação etc) na zona pós-praia. O mar deposita areia fina durante a maré alta, e está após secar é transportada pelo vento em direção ao continente, até que seja depositada junto à linha de deposição de lixo, ou junto a uma vegetação pioneira.
Vegetação de dunas:
Blutaparon portulacoides (bredo de praia) – principal obstáculo que intercepta o fluxo de areia. Densa rede de raízes, hastes e folhas retém a areia e forma pequenas elevações até 1m. Conhecidas como dunas incipientes ou dunas embrionárias. Possuem folhas suculentas com gandulas de sal e capacidade de se propagar a partir de fragmentos do seu rizoma.
Panicum racemosum (capim das dunas): a areia que continua a ser levada além da Blutaparon é interceptada e sua deposição é mais eficiente e permanente quando alcança a Panicum. Por ter o crescimento mais vigoroso de hastes e folhas, proporciona retenção de maior volume, estimulando o crescimento da duna. Também possui densa rede de rizomas e raízes, construindo lentamente dunas frontais que podem atingir até 6 m. A fixação por essa planta estimula o avanço das dunas frontais em direção ao mar, mas esse processo é interrompido em situação de tempestade/ressaca, quando as ondas alcançam as dunas. As dunas incipientes (embrionárias) podem ser destruídas e a base das dunas frontais é escarpada (torna-se íngreme). Esse avanço é frequente no inverno, enquanto no verão/primavera nova areia é depositada na praia, transportada pelos ventos e interceptadas pelas plantas. As dunas frontais se reestabelecem e tornam a avançar para o mar. Esse ciclo de erosão/deposição confere as dunas uma função de barreira natura, assegurando a estabilidade da costa e protegendo os terrenos de retaguarda. Quando a cobertura da Panicum é perturbada (natural ou pelo homem) o ciclo é interrompido. Os ventos oceânicos movem a areia das áreas sem cobertura, formando uma espécie de funil, que abrem caminho para a areia chegar aos terrenos abrigados atrás das dunas frontais e também facilita a penetração de ondas de tempestade.
Balanço sedimentar de uma praia
Definição: relação entre saídas/perdas e as entradas/ganhos de sedimento numa praia.
Essas trocas podem ocorrer entre a praia e o continente (através de rios e canais de maré, dunas e terraços marinhos adjacentes à praia), entre a praia e a plataforma continental (através de correntes costa-adentro e correntes costa-afora e correntes de retorno) e entre a praia e ela própria (através de correntes de deriva litorânea) O homem também pode ser agente, retirando areia das praias para realização de projetos de alimentação ou engorda artificial das praias.
Balanço = zero é equilíbrio do sistema praial.
Balanço sedimentar positivo: entrada/ganho maior que saída/perda. Proporciona assim um saldo sedimentar positivo: predomina a deposição de sedimentos e a praia tende a crescer a linha de costa progradará.
Balanço sedimentar negativo: saída/perda maior que entrada/ganho. Saldo sedimentar negativo: predomina erosão da praia, com diminuição de sua largura e retração da linha de costa.
A erosão se torna problemática quando passa a ser um processo severo e permanente ao logo de toda a praia, ou trecho dela, ameaçando áreas de interesse ecológico ou sócio-economico.
Consequências da erosão costeira: Modificações morfológicas na praia (redução da largura e aumento da declividade); perda e desequilíbrio da pós-praia e de outros hábitats naturais (dunas, manguezais, florestas de restinga); perda de bens e propriedades; destruição de estruturas urbanas e obras de engenharia; aumento da vulnerabilidade costeira e do risco à erosão (frequência e intensidade das inundações costeiras); aumento da intrusão da cunha salina (aquíferos/rios); perda do valor paisagístico; perda do potencial turístico; artificialização da orla; prejuízo sócio-economico.
Respostas políticas – gestão costeira integrada
Planejamento ambiental integrado e estratégico: baseia-se no conhecimento dos processos costeiros, mecanismos naturais e antrópicos no desencadeamento de processoserosivos e impactos da elevação no NM.
Recomendações e regulamentação para certas atividades nas praias/orla: para obras de engenharia, retirada de areia de praias e dunas, desassoreamento de desembocaduras fluviais e lagunares, canais portuários, indicação de áreas para atividade náutica (marinas, rotas para Jet-sky e “banana-boat”); evitar a ocupação de novas áreas na orla.
O que fazer? Gestão de riscos
Faz-se o mapeamento de riscos para posterior tomada de ações. Os riscos são categorizados em:
Riscos Muito Alto e Alto: praias particularmente vulneráveis que estão sob forte ameaça e requerem ações imediatas (realocações, remoções, recuperação de praias e dunas frontais);
Risco Moderado: praias que requerem atenção; impedir a piora do estado;
Risco Baixo e Muito Baixo: praias comparativamente mais seguras de danos; conservar o estado.
Juntos, risco muito alto e alto são mais de 50% das praias avaliadas na zona costeira de SP. Muito boas só 2,3%.
Medidas de contenção: 
Medidas não estruturais (adaptação): informação/conscientização; remoção completa de estruturas urbanas e obras; realocação de estruturas urbanas para o continente; estabelecimento de faixa (ou zona) de proteção (ZP)
Medidas Estruturais: obras de proteção costeira (necessidade de estudos aprofundados); alimentação/engordamento artificial da praia.
Medidas não estruturais: Zona de Proteção ou Amortecimento
Faixa de terreno da planície costeira, paralela e contígua à praia, com determinada largura mínima medida a partir do limite superior da praia (este limite poderá se dar com a planície costeira propriamente dita ou com algum tipo de estrutura construída) no sentido do continente. 
Largura mínima única ou variável em função da classificação de risco à erosão da praia, por exemplo, (progessivamente maior quanto maior o seu grau de risco), ou taca de recuo da linha de costa.
Não há legislação no Brasil que proteja as praias.
Na intenção de proteger as praias e as áreas urbanas da erosão costeira e dos avanços progressivos do NM, essa zona deveria: 1) ser mantida livre de qualquer ocupação antrópica; 2) ter restauradas as condições e permeabilidade original do terreno, com a recuperação da duna frontal anteriormente existente e de sua vegetação original ou, não havendo essa possibilidade, ser efetuado o plantio de espécies nativas.
Zonas de proteção: Em alguns países na Europa a ZP possui 100 m de largura contados a partir do limite das águas. Nos EUA, a ZP tem largura que varia em função da taxa de erosão da linha da costa para intervalos de 10, 30 e 60 anos, definindo zonas nas quais são estabelecidos diferentes tipos de uso e ocupação. Na Austrália, a faixa tem largura adequada à recuperação da primeira duna frontal.
Medidas Estruturais: Obras de “proteção” costeira.
Muralhas de proteção, espigões, quebra mar de berma dinamicamente estável (feito de malhas de produtos plásticos resistentes que não apodrecem, que podem ser usados em associação com areia ou massa, empilhados, para edificar quebra-mares ou outras formas de fixação de fundo, e na forma de campos de telas submersas ancoradas no fundo arenoso (“algas articiais”), bombeamento de água sob a face da praia (água é sugada através de uma tubulação subterrânea diminuindo o refluxo das ondas, o que permite acumulo de areia e recuperação de faixas erodidas, alimentação/engordamento artificial.
Alguns exemplos de erosão costeira no estado do rio de janeiro: praia de atafona (são João da barra) -> processo erosivo crônico, com elevadas taxas de erosão em zonas urbanas (2,7 m/ano)
PRINCIPAIS AMEAÇAS AOS OCEANOS
Espécies invasoras
Fontes continentais de poluição
Sobre-exploração de recursos vivos
Alterações físicas e destruição de ambientes costeiros
Espécies invasoras
Lastro = qualquer material usado par dar peso extra a um objeto. Nos navios, o lastro é utilizado para manter o balanço, dar estabilidade e integridade estrutural, especialmente quando está sem carga. Hoje em dia o lastro é feito com água.
A água de lastro é responsável pela invasão de espécies, já que transporta água de um local para outro distante, onde é descartada. Por isso, hoje existe programas de assistência, visando reduzir a transferência de organismos que podem ser um problema em outra região.
As dez espécies mais indesejadas que a água de lastro trás são: Vibrião colérico, cladocera, decápode, alga tóxica, peixe (neogobius), caranguejo (carcinus), macroalgas, mexilhão zebra, estrela-do-mar e ctenóforo. 
Navios
Além da água de lastro carregada pelos navios (água recolhida no mar e armazenada em tanques nos porões, com objetivo de dar estabilidade às embarcações durante a navegação, compensando a perda de peso de carga e de combustível), a incrustação em cascos também transporta espécies e é responsável pelo aumento no número de introduções marinhas ao longo do tempo.
Atualmente a descarga de água de lastro é potencialmente via de introdução de espécies indesejáveis nos portos de todo o mundo e uma das grandes ameaças ao equilíbrio ecológico do ambiente marinho.
Bioinvasão: termo empregado par designar o ramo de investigação que estuda a biologia e ecologia de espécies fisicamente transportadas via atividades humanas, procurando compreender os padrões desta forma de dispersão, assim como identificar medidas de controle que possam minimizar ou eliminar possíveis impactos negativos causados pelas espécies introduzidas em seu novo ambiente. Há vários termos para designar a espécie que foi transportada para um local fora da sua área geográfica natural de ocorrência: exótica, alienígena, não nativa, não indígena, invasora, indesejável, peste... Todas expressões se referem a um organismo ou qualquer material biológico capaz de propagar espécies (incluindo sementes, ovos, esporos, etc, que entram em um sistema sem registro anterior).
Cadeia de eventos que representam as etapas do processo de transporte e introdução de espécies:
Espécie é captada no local de origem espécie sobrevive ao transporte espécie sobrevive à chegada ao local de destino espécie se reproduz e estabelece população população aumenta em distribuição geográfica e/ou abundância. 
Através de vetores associados às atividades humanas, culmina na introdução da espécie, atingindo a categoria de espécies invasora.
Prevenção e tratamento: sistema de gerenciamento e controle pode reduzir a probabilidade de introdução de espécies indesejáveis. A troca de água de lastro em alto mar (>500m) é um dos métodos mais efetivos para prevenir, já que o meio ambiente oceânico não serve de habitat a organismos de águas costeiras.
Opções de tratamento: Precisa ser seguro, prático, barato e aceitável ambientalmente. Entre eles estão à filtração, o tratamento térmico, aplicação de biocidas e tratamentos elétrico, ultravioleta, acústico, de oxigenação e biológico.
Pré-requisitos para o estabelecimento de uma espécie: características biológicas da espécie; condições do meio ambiente*; clima; número de indivíduos introduzidos (se é o suficiente para estabelecer uma população); ganhar competição com as espécies nativas; disponibilidade de alimento.
*Os pontos de descarga são chave para o sucesso da colonização. Áreas fechadas dos portos são susceptíveis. Se os portos forem semelhantes ecologicamente, o risco de introdução é alto. Dragagens e drenagens mudam o regime hidrográfico e abrem as portas para a colonização de novas espécies.
Exemplos estrangeiros de invasões com “sucesso”
Mexilhão Zebra: Da Europa, se estabeleceu nos EUA e hoje ocupa mais de 40% dos rios americanos. Causa prejuízo anual com a remoção da incrustações e controle.
Ctenóforo: Do Norte Atlântico para o mar Negro e o Azov. A população de ctenóforo local foi extinta e a pescaria de anchovas e espadas diminuiu drasticamente. Em 1992 sua presença foi constatada no Mediterrâneo.
Estrela-do-mar e dinoflagelados tóxicos: Do Japão para Austrália, com efeitos negativos na pescaria e na aquicultura industrial.
Macroalga: Para Mar Mediterrâneo através da lavagem deaquários. Substitui algas nativas limitando o habitat de larvas de peixes e invertebrados. Já foi registrada na Espanha, Itália e Mar Adriático. Diminui a diversidade. É proibida na Califórnia, por isso.
Exemplos nacionais de invasões com “sucesso”
Mexilhão dourado: Detectada primeiramente em Buenos Aires. Foi dispersada por água de lastro, casco das embarcações, plantas aquáticas, madeira e material plástico. Atingiu o pantanal Matogrossense. Não possui inimigos naturais e tem alto poder reprodutivo. Causa impactos ecológicos, destruindo comunidades vegetais de juncos, pois envolve a raiz e apodrece a planta. Também causa a morte de moluscos e crustáceos etc porque sua larva se fixa a eles e se desenvolvem. Causa impactos econômicos, pois aumento a corrosão de encanamentos, pela proliferação de fungos e bactérias, obstrução de captação de água, obstrução de filtros e sistemas de resfriamento em industrias e usinas hidrelétricas etc... 
Tubastraea spp. (coral) : Natural do pacífico. Dispersa por plataformas de petróleo e água de lastro de navios. Introduzida na Baía da Ilha Grande. Já foi registrada em arraial do cabo, em SC e no nordeste. Rápido crescimento e compete com espécies de corais nativas.
Isognomon bicolor: Natural do Caribe. Disperso por água de lastro. Invadiu Arraial do Cabo, Caraguatatuba e Guarujá. Rápido crescimento, competindo com Perna perna.
Riscos das invasões para a biodiversidade:
Aumentando a frequência; pode resultar n chegada de espécies com fortes efeitos ecológicos locais; eventualmente homogeneízam a biota mundial.
O sucesso da invasão depende de: vetor (meio de transporte, capacidade de dispersão da larva); frequência de invasão e compatibilidade ecológica (habitat apropriado para colonizar e propagar-se).
As invasões têm sido facilitadas por: abertura de canais; transporte de espécies exploradas na maricultura e troca de água de lastro de navios.
POLUIÇÃO
Definição: introdução pelo HOMEM, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no meio marinho (incluindo os estuários), que resulte em efeitos nocivos, tais como danos aos recursos vivos e à vida marinha; riscos à saúde humana; entrave às atividade marítimas, incluindo a pesca e outras utilizações legítimas do mar; diminuição da qualidade da água do mais, no que se refere à sua utilização, e deterioração dos locais de recreio.
Fatores importantes relacionados à poluição marinha: o mar é o destino final da maioria dos despejos industriais e domésticos não tratados; os efeitos da poluição marinha são muito menos sentidos pelos homens do que a poluição das águas continentais; a maioria dos estudos tratam principalmente de efeitos sobre a vida marinha e o ecossistema do que dos efeitos sobre a vida humana; alguns dos principais poluentes despejados pelo homem são substâncias encontradas na natureza (hidrocarbonetos, mercúrio).
Principais poluentes marinhos: Esgotos, compostos organoclorados, metais, materiais radioativos, resíduos sólidos, petróleo e derivados.
Termos e técnicas importantes para os estudos de poluição:
1) Efeitos agudos (curta duração) ou crônicos (longa duração):
O primeiro pode ter consequências mais drásticas, mas tem efeito local e não compromete várias
gerações de organismos. O segundo requer um programa de monitoramento e equipamentos de precisão
para dosagem.
2) Efeitos letais (fácil constatação) ou subletais (difícil constatação):
O primeiro é medido pelo parâmetro DL50 (dose letal a 50% de uma população)
O segundo requer estudos fisiológicos e ecológicos aprofundados.
3) Bioacumulação = processo no qual os organismos retêm e concentram um elemento tóxico em seu
corpo.
4) Biomagnificação = processo em que um elemento tóxico aumenta de concentração em cada nível da
cadeia trófica (resulta da bioacumulação em cada nível trófico).
5) Estudo da resposta metabólica dos organismos aos poluentes:
Estudos recentes têm demonstrado que muitos organismos têm a habilidade de destoxificar certos poluentes (ex: metalotionina = enzima que destoxifica metais pesados). Entretanto, algumas vezes o subproduto é mais tóxico que o produto original.
6) Experimentos ecológicos para avaliar os efeitos dos poluentes:
Isolamento de um grande volume de água no ambiente natural contendo vários níveis tróficos no qual é introduzida uma quantidade conhecida de poluente, seguida de observação dos efeitos sobre a comunidade. (embora pequenas quantidades de poluentes não tenham efeitos drásticos sobre a vida marinha, podem ocorrer mudanças na estrutura das comunidades, como na dominância).
Características dos principais poluentes no ambiente marinho:
1) Poluição orgânica: ESGOTOS.
Esgoto = mistura complexa de dejetos humanos, água, compostos químicos derivados de produtos em uso doméstico e/ou industrial.
Indicadores microbiológicos: Indicam o grau de poluição de origem fecal humana ou animal e o risco da presença de patógenos entéricos. 
Grupo coliforme: Indicadores de contaminação fecal. Bactérias presentes no intestino de animais de sengua quente e que podem contaminar corpos d’água que recebam despejo de esgoto que não foi adequadamente tratado.
Coliformes totais e coliformes fecais transmitem doenças de veiculação hídrica (febre tifoide, desinteria bacilar, cólera...)
Saneamento básico
Relacionado com: o abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando a saúde das comunidades.
Destino dos efluentes no mar
Os poluentes tendem a concentrar-se em 3 partes do ambiente oceânico: camada do nêuston (=película superficial da água do mar), picnoclina e fundo oceânico.
O tratamento adequado para águas residuais e esgoto envolve pelo menos 4 etapas de
principais tratamentos:
Tratamento preliminar:
- Gradeamento: remoção de sólidos grosseiros, onde o material de dimensões maiores é retido.
- Desarenação: mecanismo de remoção de areia por sedimentação. A MO em suspensão não é removida.
Tratamento primário:
- Decantador primário: o esgoto flui vagarosamente através de decantadores, permitindo que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. Parte da MO fica retida nesta etapa.
Tratamento secundário:
Tanque de aeração: ocorre a remoção de MO através de reações bioquímicas, realizadas por microrganismos aeróbicos (bactérias, protozoários, fungos, etc). Decantador secundário: separa os sólidos em suspensão proveniente dos tanques de aeração, permitindo a saída de efluente clarificado.
Tratamento do Lodo
Inclui as etapas de adensamento do lodo, digestão anaeróbica, condicionamento químico, desidratação e secagem térmica.
Eutrofização: crescimento exponencial de algas planctônicas devido ao aporte de uma grande quantidade de nutrientes essenciais (N e P) por despejos agrícolas e domésticos, causando desestabilização do ecossistema. Ocorre o aumento da demanda biológica de oxigênio : diminuição do teor de O2 dissolvido pela degradação da M.O por microrganismos aeróbicos.
2) Poluição por compostos organoclorados
- Organoclorados são compostos orgânicos que contêm átomos de cloro;
- Não ocorrem naturalmente no ambiente e a contaminação dos oceanos por esses compostos resulta, principalmente, do uso de pesticidas (DDTs e HCHs) na agricultura.
Problemas ambientais: persistência, bioacumulação, biomagnificação.
Efeitos sobre a biota:
- fitoplâncton: Por diminuir a atividade fotossintética, diminui o crescimento. 
- zooplâncton: inibição da transformação de náuplio -> adulto.
- crustáceos (caranguejos Uca, camarões Penaeus): mortalidade massiva.
- moluscos: Redução do sucesso no desenvolvimento de ovos e larvas.
- peixes: mortalidade de alevinos e redução do crescimento.
- aves: danos fisiológicos.
Efeitos tóxicos:
- distúrbios hepáticos
- afetam o sistema imunológico
- afetam o sistema reprodutivo
- suspeita de efeitos mutagênicos e carcinogênicos
3) Poluiçãopor metais
- Os metais representam o maior grupo dentre os elementos químicos, e são constituintes naturais da crosta terrestre;
- São estáveis e persistentes e, de acordo com sua atividade biológica classificam-se em:
Metais essenciais 
Funções biológicas conhecidas e específicas eventualmente presentes nas células; Na, K, Mg, Ca = elementos construtores no meio intracelular (macronutrientes). Co, Ni, Zn, Mo = necessários em baixíssimas concentrações (micronutrientes).
 Metais tóxicos (não-essenciais)
Não tem função biológica conhecida. Ag, Dc, Sn, Au, Hg, Tl, Pb, Bi, Al
Metais indiferentes [sem f(x) específica]
Eventualmente presentes nas células; sem função definida, podendo indicar o mau funcionamento das mesmas.
Metal pesado = metais com densidade acima de 5g.cm3. Essa definição é arbitrária, representando um grupo diverso de metais. A expressão geralmente está associada a uma conotação de poluição e/ou toxicidade.
Fontes de entrada de metais no ambiente marinho
- descargas fluviais (erosão de rochas e lixiviação do solo)
- ventos
- fontes hidrotermais
- atividades antrópicas (emissões de automóveis, esgotos, indústria **)
** As usinas siderúrgicas despejam maior variedade de metais (Cd, Cr, Cu, Hg, Pb, Ni, Sn e Zn), seguida pelas de fertilizantes (todos menos Sn) e depois as de Papel, Petroquímica e Refinarias de petróleo, que despejam dentre esses, 6 (variando entre si).
ORDEM DE TOXICIDADE DOS METAIS-TRAÇO PARA OS ORGANISMOS MARINHOS
Hg+2 > Ag+2 > Cu+2 > Zn+2 > Ni+2 > Pb+2 > Cd+2 > As+3 > Cr+3 > Sn+2 > Fe+3 > Mn+2 > Al+3 > Be+2 > Li+2
Nas águas costeiras, as concentrações de metais-traço (Hg, Pb e Cd) são maiores do que em águas oceânicas. São tóxicos para o sistema nervoso, renal e reprodutor. Provocam distúrbios cerebrais, e são agentes carcinogênicos e mutagênicos.
Efeitos dos metais pesados mais perigosos:
- Chumbo (Pb): deposita-se nos ossos, musculatura, nervos e rins, provocando estados de agitação, epilepsia, tremores, perda da capacidade intelectual e anemia.
- Cádmio (Cd): afeta o sistema nervoso e os rins. Provoca perda do olfato, formação de um anel amarelo na base dos dentes, redução na produção de glóbulos vermelhos e remoção de cálcio dos ossos.
- Mercúrio (Hg): acumula-se no sistema nervoso (cérebro e medula) e nos rins. Provoca perda da concentração dos movimentos, dificuldade na fala, audição e capacidade de ingestão, além de atrofia e lesões renais.
- TBT (tributil-estanho = composto utilizado em tintas de navios, com o objetivo de inibir incrustação biológica). Apesar de sua grande eficiência anti-incrustante, causa câncer e é apontado como um dos principais responsáveis por alterações genéticas em organismos marinhos.
4) Poluição por materiais radioativos
- Radioatividade = é um processo de desintegração espontânea, devido à instabilidade nuclear do átomo, emitindo radiação.
- A radioatividade “admissível” pode ser proveniente de vias naturais ou artificiais, tendo como principais elementos o urânio 238 e o tório 232.
- O grande risco de acidentes é provocado por vazamentos de usinas nucleares, testes nucleares ou armazenamento inadequado de lixo radioativo (césio137, urânio 235,...).
- Muitos países industrializados tem usado o fundo do mar como depósito de lixo radioativo, podendo causar a contaminação dos organismos.
EFEITOS TÓXICOS EM ORGANISMOS MARINHOS
- Mudanças genéticas
- Mudanças fisiológicas
- Crescimento e desenvolvimento anormal
- Indução ao câncer
- Morte
DUMPING: despejo de material radioativo no mar. São lançados ao mar barris (latões, de ferro) com o material. Os problemas estão relacionados ao vazamento destes por perfurações no ferro do latão. Já ocorreu de um barril encalhar na costa da Somália, após um tsunami. É descarte ilegal!
5) RESÍDUOS SÓLIDOS (poluição por plásticos)
- Resíduos sólidos são materiais que podem ser subdivididos em categorias como plásticos, vidros, borrachas, metais, tecidos, isopor, madeira, etc.
- O termo “plástico”, por sua vez, é a denominação de uma numerosa e prolífica família de materiais sintéticos formados por grandes cadeias moleculares chamadas polímeros.
- São materiais “amolecíveis” por calor e solventes e, nesse estado, facilmente moldáveis.
- Podem receber aditivos (estabilizadores: resistência a ácidos, calor e raios solares) e também pigmentos.
- “Vantagens”???? = leve, baixo custo de produção, grande variedade de produtos.
 Fontes de entrada de plástico no ambiente marinho:
- embarcações
- resíduos de pesca recreativa
- descarte acidental
- drenagem continental
-“pellets”= esférulas usadas na matéria-prima (grânulos de plástico que correspondem à forma principal com que as resinas plásticas são produzidas e comercializadas. Distribuem-se na coluna de sedimento até 2m de profundidade. Podem causar sérios danos à fauna marinha, como contaminação química, pois concentram compostos químicos como DDTs (DicloroDifenilTricloroetano) e PCBs (Bifenis policlorados) que podem causar disfunções fisiológicas ou alterações hormonais nos animais que os ingerem)
- lixo na praia
Destino dos plásticos no ambiente marinho:
- transportados para regiões distantes (pouco densos)
- acúmulo nos fundos oceânicos
- ingestão e incorporação por organismos marinhos
A informação sobre o impacto dos plásticos concentra-se nos danos sobre a biota marinha (principalmente tartarugas, aves e focas).
IMPACTOS DO PLÁSTICO NOS OCEANOS
1. Poluição visual em áreas costeiras
2. Enredamento (afogamento, estrangulamento, redes fantasma)
3. Ingestão
4. “Substrato” para espécies invasoras
5. POPs = poluentes orgânicos persistentes
6. Interferência no bentos.
Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)
Inclui 12 substâncias orgânicas tóxicas conhecidas como “a dúzia suja” (“the dirty dozen”) cuja proibição de uso foi sugerida na Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes em Estocolmo (2001): Aldrin, clordano, Mirex, Dieldrin, DDT, dioxinas, furanos, PCBs, Endrin, heptacloro, BHC, toxafeno. Causam doenças graves, em especial o câncer, e má-formação de humanos e animais, muitas vezes sendo encontrados em locais distantes de qualquer fonte emissora, tornando-se, um problema global.
Sua proliferação ocorreu durante e após a II Guerra Mundial (1940-1950), quando foi necessário aumentar a produção de alimentos no mundo, para fazer frente ao crescimento populacional. Esta necessidade, aliada ao rápido desenvolvimento científico e tecnológico, promoveu a produção de uma quantidade enorme de poluentes.
A sopa plástica do Pacífico
Estima-se que na região do Giro Subtropical do Norte do Pacífico a massa de lixo conhecida como Grande Mancha de Lixo do Pacífico ocupe uma área equivalente a duas vezes o território de Goiás, cerca de 695.660 km2. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13.000 partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico. O acúmulo de plástico no centro dessa região é favorecido pelo movimento das correntes marítimas e dos ventos (descoberta acidental de Charles Moore). Os resultados da análise mostra que as maiores concentrações são encontradas em latitudes subtropicais.
6) Poluição por petróleo e derivados (Hidrocarbonetos)
- Derivado de M.O. = decomposição da M.O. (vegetais, plâncton e animais marinhos) por bactérias, depositados há milhões de anos no fundo de antigos mares e lagos. Cadeias de carbono e hidrogênio associados à atividade biológica. São constituintes naturais da água do mar com [1-10 ppb]. 
- Componente básico (~ 6000 produtos), incluindo: gasolina, combustível de aviação, gás de cozinha, lubrificantes, borrachas, plásticos, tecidos sintéticos, tintas...
- Entrada anual: 6 milhões de toneladas de petróleo no mar, dos quais grande parte não se conhece a origem (rios, atmosfera, vazamentos naturais?)
- Efeitos poluentes: geralmente associada a rotas de petroleiros, onde são encontradas altas [ ]

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