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Resumo Círculo de Bakhtin

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF 
LICENCIATURA EM LETRAS/PORTUGUÊS-INGLÊS
DISCIPLINA: LINGUÍSTICA GERAL
O interacionismo no círculo de Bakhtin
Resumo
DANIEL DE ALMEIDA PEREIRA
VANESSA OLIVEIRA DE SOUZA DIAS
FORTALEZA
2015
	RESUMO
Entre os anos de 1919 e 1929, um grupo de intelectuais de diversas formações reuniu-se regularmente, em São Petersburgo, em torno de dois grandes projetos intelectuais:
- o de construir uma “prima filosofia”;
- o de construir para a construção de uma teoria da criação ideológica.
	Esse grupo de intelectuais ficou conhecido como o Círculo de Bakhtin, devido a Mikhail Bakhtin, um dos autores que apresentaremos neste resumo. 
Em relação ao primeiro grande projeto do Círculo, é possível ver o interesse do autor na construção de uma reflexão filosófica ampla. O autor fala sobre o dualismo entre o Mundo da teoria e o Mundo da vida. Segundo ele, esses mundos não se comunicam. 
A superação desse dualismo só é possível subjugando a relação teórica e a relação prática, isto é, teorizando-se a partir do vivido, do interior do mundo da vida. Com o intuito de realizar essa superação, Bakhtin tomará o evento início e um irrepetível como uma referência central de suas elaborações filosóficas. (MUSSALIM, 2012, p. 115)
Três grandes coordenadas faziam parte da reflexão de Bakhtin: a unicidade do ser e do evento, a relação eu/ outro e a dimensão axiológica, que são eixos constantes e nucleares do pensamento do grupo.
O outro projeto do Círculo era o de contribuir para construção de uma teoria da criação ideológica. Para o Círculo, tudo que é ideológico possui significado, e se possui significado, é um signo. Portanto tudo que é ideológico possui um valor semiótico.
	Eis uma das questões colocadas por Voloshinov: e o que é expressão? É tudo aquilo que, tendo se formado no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se objetivamente com a ajuda de algum código de signos. A expressão comporta dois aspectos, o conteúdo interior e a objetivação exterior. Vê-se portanto um dualismo entre o que é interior e exterior, com predominância do que é interior, já que qualquer expressão procede do interior para o exterior.	
	Voloshinov (2006, p. 116) afirma que o conteúdo a exprimir e sua objetivação externa são criados a partir de um mesmo material, já que, para o autor, não existe atividade mental sem expressão semiótica, o que implica abandonar a idéia de uma distinção qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior. Além disso o autor afirma que o centro organizador do conteúdo e da expressão situa-se no psiquismo individual visto que “o aspecto da expressão-enunciação considerado, ele será determinado pelas condições reais da enunciação em questão” (VOLOSHINOV, 2006, p. 116).
	A enunciação é o produto da interação entre dois indivíduos. A palavra dirige-se a um interlocutor e variará, e constitui-se, pois, o produto da interação do locutor e do interlocutor. A enunciação é, portanto, a palavra.
	Na visão do Círculo, a enunciação individual (a parole saussuriana) não é de forma alguma um fato individual. Daí vem a polêmica com o pressuposto saussuriano de que a parole (a fala) é individual.
	A maior contestação do Círculo é a distinção dicotômica que Saussure faz entre langue (língua) e parole (fala). Voloshinov argumenta que há um equívoco na suposição de Saussure que distingue o sistema lingüístico dos atos reais de fala, ao mesmo tempo separando o que é social do que é individual. Na concepção do Círculo de Bakhtin, a fala é um ato bilateral construído por interlocutores socialmente organizados. Mas que isso, Voloshinov afirma que não se pode isolar uma forma linguística de seu conteúdo ideológico.

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