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Perfuração – aula 6 Coluna de perfuração direcional Objetivo: como compor uma coluna de perfuração com estabilizadores para ganho ou a perda de ângulo. Uma coluna de perfuração é composta de: a) Drill Pipes. b) E mais um conjunto de ferramentas chamado de BHA (bottom hole assembly). O BHA em poço direcional leva em consideração: tendência de ganho ou perda de inclinação, linha neutra, tipo de formação, tipo de broca, parâmetros de perfuração (peso sobre a broca, vazão e rotação). Fonte Perfuração – aula 6 Índice Componentes básicos da coluna de perfuração 1 – Drill Collars; 2 - Hevyweight drillpipes; 3 – Estabilizadores; 4 - Percussor (drilling jar); 5 – Sub com válvulas flutuantes; 6 – Brocas; 6.1 – Exercícios sobre brocas; 7 - Composição de colunas dir. utilizando componentes básicos; 7.1 – Composição para ganhar ângulo; 7.2 – Composição para manter o ângulo; 7.3 – Composição para perder ângulo; Perfuração – aula 6 1 - Drill Collars (comandos) Eles têm as seguintes características: a) Os DC colocam peso sobre a broca. b) Paredes são lisas ou espiraladas. As espiraladas diminuem o risco de prisão da coluna por pressão diferencial; c) O DC não magnético aloja os equipamentos de leitura magnética para medições direcionais. São os non magnetic drill collar – NMDC (MONEL). d) O DC curto (short drill collar), visa permitir menor espaçamento entre os estabilizadores. Perfuração – aula 6 1 – Drill collar Comandos Espiralados Comandos lisos Perfuração – aula 6 2 – Hevyweight Drill pipes (HWDP) Suas principais características são: a) Os HWDP podem ter o mesmo OD dos Drill Pipes, porém espessura menor de parede. b) Utilizados entre os DC e DP para evitar concentração de tensão na passagem de DC para DP, que pode levar o primeiro DP à quebra. c) Os HWDP p/colocar peso sobre a broca seguem regras específicas se o poço for vertical ou de baixa inclinação p/evitar a flambagem da coluna. d) Os esforços cíclicos (tração x compressão) causam quebras por fadiga, uma vez que os HWDP ficam colidindo com a parede do poço. Perfuração – aula 6 2 – Hevyweight Drill pipes (HWDP) Perfuração – aula 6 3 - Estabilizadores São equipamentos com formato específico, desenvolvidos para as seguintes funções: a) Estabilizar a composição de fundo (BHA); b) Controlar o desvio do poço; c) Manter os comandos no centro do poço e evitar e reduzir a vibração lateral; d) Prevenir prisão por diferencial de pressão e o desgaste dos comandos. Perfuração – aula 6 3 – Estabilizadores Perfuração – aula 6 4 – Percussor de perfuração (drilling jar) É um equipamento utilizado para facilitar a retirada da coluna em caso de prisão reduzindo risco de pescaria. Possui dois sentidos de atuação, para cima e para baixo. O jar funciona pela liberação instantânea de uma carga de impacto, O jar pode ser mecânico ou hidráulico. Quando bate para baixo o efeito é parecido com bate estacas. Para cima é como um saca pistão. Para acionar o jar para cima, traciona-se a coluna presa, até o martelo se deslocar e bater contra a extremidade. Coloca-se peso para bater para baixo. Para a atuação do jar é necessário conhecer o peso da coluna abaixo e acima dele. A posição do jar deve seguir orientação do fabricante. Perfuração – aula 6 Perfuração – aula 6 5 – Sub de broca com válvula flutuante (float sub) O Sub de broca que possui uma válvula que permite somente o fluxo do fluido de perfuração no sentido de dentro da coluna para o anular e evita o fluxo reverso, que pode prejudicar os equipamentos de controle direcional e evita também o entupimento dos orifícios da broca. Assim, não permite que fluidos do poço entrem para dentro da coluna através dos orifícios dos jatos da broca. Perfuração – aula 6 6 – Brocas Classificação Sua seleção é função de vários fatores que incluem os tipos de formação a serem atravessadas e a qualidade de limpeza do poço. As brocas são classificadas com partes móveis (roller cone bit) ou não moveis (drag bit). As drag bit são agrupadas em: (a) integral c/ lâminas de ação. (b) diamantes naturais. (c) diamantes artificiais (PDC – polycrystalline diamond compact). (d) TSP – thermally stable polycrystalline). Perfuração – aula 6 6 – Brocas Escolha das brocas As drag tem como princípio de corte o arraste. As de diamantes naturais e artificiais o princípio de corte é o esmerilhamento. As brocas roller com princípio de corte por esmagamento podem cortar uma maior gama de formações se comparadas com a PDC. As brocas PDC (diamantes artificiais) são para sondas de custo diário da perfuração elevado. Possibilitam melhor desempenho em formações uniformes, sejam macias, firmes ou muito duras, não muito abrasivas e não pegajosas, p/evitar o enceramento da broca. As TSP para formações mais duras que geram calor durante o corte. O calor destrói a ligação dos diamantes c/a liga de cobalto das brocas PDC. Perfuração – aula 6 6 – Brocas A tabela no slide seguinte apresenta as condições operacionais que limitam a utilização de brocas tipo roller cone. O código IADC 515 a 517 é recomendado para formações macias, p/ limites máximos e mínimos de peso na broca de 2.000 lb até 6.000 lb por pol de diâmetro da broca, p/rotações entre 50 e 140 rpm. Com peso de 2.000 lb gira-se com 140 rpm. A qualidade de limpeza é dada por: TFA = √ ρ x Q²/(10 858 x ΔPbroca) TFA = total flow area (pol) ρ = peso do fluído de perfuração (lb/gal); Q = vazão (gpm); ΔPbroca = queda de pressão na broca Diâmetro do jato => d (pol/32”) = 32 x √ 4 x TFA/ 3 x ∏ Perfuração – aula 6 6 - Brocas Relação entre a quantidade e o tamanho do jato da broca e o TFA Parâmetros de perfuração de brocas Roller Cone com insertos de carbono- tungstênio Perfuração – aula 6 6.1 - Exercício sobre bocas Exercício 1: determine a quantidade e diâmetros (d) dos jatos da broca sabendo-se; pressão de circulação na sonda é de 3000 psi, a vazão é de 400 gpm, a densidade do fluído 12 lb/gal e assumindo que a perda de carga na broca representa 65% da pressão de circulação. TFA =√ 12 x 400² /(10858 x 0,65 x 3000) = 0,3011 pol² d (pol/32”) = 32 x √ 4 x TFA/ 3 x ∏ = 11,44 (fórmula) Na tabela pg. Anterior, primeira coluna 11,44 fica entre 11/32 e 12/32, pois não há jatos de 11,44/32. Dessa forma pode-se escolher dois jatos de 11/32 e um de 12/32, respectivamente 0,186 + 0,110 = 0,29 (aproximadamente TFA de 0,3). Perfuração – aula 6 7 - Composição de colunas dir. utilizando componentes básicos; As ferramentas básicas para BHA direcional são: a) Hevyweights; b) Drillpipes (dp); c) Drill collars (comandos) d) Estabilizadores. As diferentes posições dos estabilizadores na coluna levam a ganhar inclinação, manter e a perder inclinação. Os tipos básicos de composição direcional e suas funções são: Composição para ganhar ângulo (efeito Fulcrum). Composição para manter ângulo (coluna empacada). Composição para perder ângulo (princípio do pêndulo). 7.1–Composição p/ganhar ângulo (princípio da alavanca) O efeito de ganho de ângulo se baseia no efeito de alavanca promovido pelo estabilizador colocado bem próximo da broca (near- bit stabilizer ou NBS), que a empurra para o lado alto do poço (high side) à medida que o peso do BHA curva gradualmente o comando. Perfuração – aula 6 Perfuração – aula 6 7.1 – Composição para ganhar ângulo (efeito fulcrum) Colunas p/ganho de ângulo com um segundo estabilizador colocado acima para que a taxa de ganho de ângulo possa ser reduzida. Perfuração – aula 6 7.1 – Composição para ganhar ângulo (efeito fulcrum) Alguns fatores que afetam o ganho de ângulo são: a)Peso sobre a broca: o aumento de peso tende a empurrar o ponto de contato da coluna c/a parede dopoço, mais para baixo, fazendo que a taxa de ganho de ângulo aumente mais rapidamente. b) Rotação da coluna: uma alta rotação causa tendência de perfurar em linha reta. Menores rotações aumentam o ganho de ângulo. c) Vazão: altas vazões podem erodir a parede do poço e impedir que o estabilizador near-bit toque o poço, reduzindo o efeito alavanca. Perfuração – aula 6 7.2 – Composição para manter o ângulo (coluna empacada) Baseia-se que 3 estabilizadores em seqüência separados p/pequenas seções de DC rígidos, farão com que a coluna resista diante de uma curva mantendo a tendência retilínea do poço. Este BHA é utilizado para perfurar os trechos em Slant, mantendo dessa forma o ângulo e a inclinação do poço. Perfuração – aula 6 7.2 – Composição para manter o ângulo (coluna empacada) Exemplos de seções típicas para manter o ângulo. Uma alta rotação ajuda a manter a trajetória retilínea. Perfuração – aula 6 7.3 – Composição para perder ângulo (princípio do pêndulo) O BHA para perder ângulo é a não utilização de estabilizador near-bit, ou usá-lo num diâmetro menor que o da broca (under gauge). Assim, a porção do BHA, que vai da broca até o primeiro estabilizador se inclina como um pêndulo, devido ao seu peso próprio, pressionando a broca contra a parte de baixo do poço. Perfuração - aula 6 7.3 – Composição para perder ângulo; Fatores quando se utiliza composição para perda de ângulo são: a) Distância do estabilizador até a broca: a força lateral depende do peso dos DC entre o ponto de contato e a broca. Há um ponto que o estabilizador não terá nenhuma influência se o DC entre ele e a broca tocar na formação. A tabela indica que acima da distância mínima o efeito pendular pode não existir. Perfuração – aula 6 7.3 – Composição para perder ângulo b) Parâmetros de perfuração: utilizar baixo peso sobre a broca para evitar o contato da coluna com o lado baixo do poço que reduz o efeito pêndulo. Depois de atingir o efeito pêndulo pode-se aumentar o peso sobre a broca para obter a taxa de penetração desejada. c) Quanto maior a rotação da coluna maior será a taxa de perda de ângulo, pois nessas condições tendem a mover o ponto de contato para cima, ajudando o efeito pendular. Perfuração – aula 6 7.3 – Composição para perder ângulo: Exemplos de composições de perda de ângulo Perfuração – aula 7 Equipamentos especiais de perfuração direcional Objetivo: familiarizar-se os equipamentos que compõe o BHA para permitir o deslocamento do eixo do poço p/uma direção determinada e com a inclinação planejada. Fonte: livro Perfuração Direcional Perfuração – aula 7 Objetivo: conhecer os equipamentos que ajudam a fazer o poço direcional. 1- Equipamentos especiais de perfuração direcional 1.1 – Motor de fundo (Mud Motor) 1.1.1 – Dump Sub/Dump valve 1.1.2 – Seção de potencia 1.1.3 – Unidade de transmissão 1.1.4 – Seção de rolamento 1.2 – Sistema steerable 1.3 – Sistema rotary steerable 1.4 – Sistema rotary steerable com motor de fundo 1.5 - Turbina 2 – LWD (logging while drilling) MWD (measurement while drilling) 3 – Geosteering. 4- Exercícios Perfuração – aula 7 1.1- Motor de Fundo - MF (Mud Motor) É um motor hidráulico colocado acima da broca, c/rotor metálico helicoidal que gira dentro de um tubo com elastômero, de tal modo que formem cavidades separadas. Assim que o fluído passa a avançar à câmera seguinte faz girar o rotor, esse por estar conectado a broca faz essa girar. A perfuração c/MF ocorre sem o giro da coluna. Inicialmente foram usados para o início do trecho de ganho de inclinação a partir do KOP. Os principais componentes do MF são: a) Dump Sub/ Dump Valve; b) Seção de potencia; c) Seção de transmissão; d) Seção de rolamento. Perfuração – aula 7 1.1 – Motor de fundo Principais componentes do motor de fundo. Perfuração – aula 7 1.1 – Motor de Fundo (MF) 1.1.1 Dump sub/Dump Valve Permitir a entrada de fluido para dentro da coluna de perfuração na descida e de drenagem do mesmo fluído na subida. Quando as bombas estão ligadas a pressão do fluído fecha a mola e o fluxo se dá unicamente por dentro do motor. 1.1.2 Seção de potência A potência do MF é fornecida pelo conjunto rotor e estator. O fluxo do fluído de perfuração ao passar através dessas cavidades fornece giro ao rotor. Perfuração – aula 7 1.1.2 – Seção de potencia (continuação) O rotor tem forma de hélice ou de saca-rolha. Cada passo da hélice é chamado de estágio. Quanto a velocidade de rotação dos motores podem ser baixas, médias e altas. Essa variação se dá de acordo com o passo da hélice e pela alteração do número de lóbulos. A potência e o torque do motor aumentam com o aumento do comprimento da seção de potência do motor. Quanto maior o número de lóbulos maior será o torque e menor a sua velocidade de rotação. Perfuração – aula 7 1.1.2 – Seção de potencia (continuação) Uma seção de potencia maior melhora a eficiência volumétrica sem prejudicar a eficiência mecânica. No entanto, o comprimento é limitado pela dificuldade de manuseio de longas ferramentas na sonda e da necessidade de compor o BHA com outros equipamentos. 1.1.3 – Unidade de Transmissão O motor em forma de hélice tem movimento excêntrico em relação ao eixo da coluna, faz-se uso de duas conexões articuladas (juntas universais), para transformar o movimento helicoidal em movimento rotacional central que alinha as demais ferramentas situadas abaixo. Perfuração – aula 7 1.1.4 – Seção de rolamento A unidade de transmissão é conectada a seção de rolamento pelo eixo de conexão com a broca (drive shaft). A seção de rolamento permite a transmissão do peso para a broca e das cargas laterais provenientes da coluna. As rotações usuais variam de 80 rpm a 360 rpm. No gráfico nota-se que a rotação é quase linearmente proporcional com a vazão de fluídos. O torque é proporcional a queda de pressão através da ferramenta. Dessa forma a pressão na superfície indica a magnitude do torque. Perfuração – aula 7 1.1.4 – Seção de rolamento (continuação) O aumento de peso sobre a broca causa aumento de torque e portanto maior pressão de bombeio. Se o motor parar de girar (stall) que se caracteriza pela pressão mantendo-se constante mesmo quando o peso sobre a broca aumenta. Nesse caso suspende-se a broca e ele voltar a girar e observa-se se a pressão de bombeio volta aos níveis normais. Por isso a constante observação da pressão na superfície é importante quando se opera MF. Alguns diâmetros de motores de fundo e do poço entre parênteses: MF=12” (poço revestido c/36” até 26”), MF=9 5/8”(26 ½” a 12 ¼) , MF=7 ¾”(12 ¼”), MF=6 ½”(9 ½” a 8 ½”) e MF=4 ¾”(5 7/8” a 6 ½”). Perfuração – aula 7 1.1.4 – Seção de rolamento O motor de fundo era conectado abaixo do bent sub. O controle da trajetória do poço era feito em estações a certa distância, com ferramentas simples (magnetic single shots), os resultados nem sempre eram satisfatórios. Desvantagens: a)não permitia o giro da coluna. b) depois de ganhar ângulo a ferramenta era retirada e isso acarretava manobras. c) gerava doglegs localizados. d) não eficiente p/ ganhar ângulo em formações duras ou muito macias. Bent Sub Perfuração – aula 7 1.2 – Sistema steerable (dirigivel) É composto do Motor steerable (evolução do MF) e a uma ferramenta de controle direcional contínua MWD. Os motores steerable já incorporam um bent hosing ajustável (no lugar do bent sub), c/ângulos variando de 1° a 3°. Figura 3.22 e 3.23 Perfuração –aula 7 1.2 – Sistema steerable (dirigível) A perfuração no sistema steerable divide-se em: orientado e rotativo. Módulo orientado, gira-se a mesa rotativa ou o trop drive c/acompanhamento da indicação da tool face, no painel de controle de superfície do MWD,até que a direção deseja ser atingida e desce-se a coluna no poço sem girá-la. Inicia-se então a perfuração pelo motor steerable até que o ganho de ângulo final seja obtido. Perfuração – aula 7 1.2–Sistema steerable (dirigível) Módulo rotativo é iniciado após ter atingido o ângulo desejado, passando a coluna a ser girada (estamos no trecho slant). As vantagens do sistema steerable em relação ao MF, são: •Longos intervalos perfurados s/manobras; •Redução do torque e arraste; •Redução risco de prisão por dif. de pressão, pois a coluna fica parada menos tempo. •Economia de manobras depois do desvio feito. Perfuração –aula 7 1.2– Sistema steerable (dirigivel) Os desafios da perfuração no módulo orientado, são: Pode ocorrer prisão p/pressão diferencial; Aumento das chances de prisão por desmoronamento do poço; Deficiência na limpeza pela tendência de acumular cascalho na parte inferior do poço; A potencia disponível para girar a coluna combinada com a força de fricção para empurrar coluna para baixo, reduz a taxa de penetração (rate of penetration). Perfuração – aula 7 1.2 – Sistema steerable Alternância entre o método rotativo e o orientado geralmente geram poços mais tortuosos. Recentemente motores de altíssimo torque, obtidos pela redução da espessura dos estatores para evitar a fuga de fluídos, ganharam mais eficiência. Com isso pode-se usar brocas PDC mais agressivas, mas o limite continua sendo a capacidade de bombeio das sondas. Perfuração – aula 7 1.2 – Sistema steerable (dirigível) Outro avanço foi o desenvolvimento de brocas de calibre long (long gauge) com motores especialmente desenvolvidos para trabalhar com essas brocas. Com isso se consegue gerar um poço de melhor qualidade, pois com calibre mais longo e menor offset fica reduzida a vibração e o movimento excêntrico da broca. Perfuração – aula 7 1.3 Sistema Rotary Steerable É evolução do sistema anterior e permite que a coluna gire durante todo tempo inclusive nos trechos de ganho de ângulos e alteração da direção. Classifica-se os sistemas rotary steerable em: Push the bit e point the bit. No push the bit, uma força é aplicada contra a parede do poço para se conseguir levar a broca para a trajetória desejada. Esse sistema exige brocas com capacidade de corte lateral. Push the bit Point the bit Perfuração – aula 7 1.3 Sistema Rotary Steerable No sistema push the bit por atuar aplicando esforço lateral contra a parede do poço, o seu melhor desempenho ocorre em formações de dureza média. Formações friáveis são “lavadas” pelo fluido, o diâmetro do poço aumenta e pode faltar apoio na parede do poço para empurrar a coluna. Perfuração – aula 7 1.3 Sistema Rotary Steerable Broca de calibre ativo resultam em poços espiralados que trazem dificuldades para manobras, descidas de revestimentos e completação para controle de areia, gravel packer. Perfuração – aula 7 1.3 Sistema Rotary Steerable No sistema point the bit a broca é deslocada com relação aos resto da coluna. As ferramentas do point the bit tem como desvantagens: •São mais complexas na sua construção. •Aumentam o risco de falha. • Necessitam ter um ponto na coluna de perfuração que não gire durante a perfuração para permitir uma referência quanto ao tool face. Perfuração – aula 7 1.3 Sistema Rotary Steerable Algumas dessas ferramentas (point the bit) são capazes de ajustar o dogleg severity. São chamadas de rotary steerable de DSL ajustável, sem parar a operação. Assim, as não ajustáveis são chamadas de rotary steerable de DSL constante. Um dos inconvenientes dos sistemas steerable continua existindo no rotary steerable de DSL constante, por exemplo: se o máximo DLS da ferramenta for 10°/30m, e deseja 5°/30m, junta-se a ferramenta para atuar em 50%, gerando trechos com DSL 10°/30m, e trechos retos que média representarão 5°/30m. Pode ficar o resultado aceitável, mas os altos DSL, podem trazer dificuldades. As ferramentas de DSL ajustável permitem construir poços com curvaturas constantes e menos alterações bruscas de trajetórias, sendo recomendadas quando se deseja poços com baixa tortuosidade. Perfuração – aula 7 1.4 Sistema rotary steerable com motor de fundo. Para conseguir um poço de grande afastamento, o limite passou a ser a fricção da coluna de perfuração contra as paredes do poço e a capacidade das bombas da sonda de vencer as perdas de carga. Ainda, quando a perda de potencia na broca é resultado do aumento de fricção, leva ao aparecimento de vibrações torcionais Slip Sticks, prejudiciais para a perfuração. Para atingir taxas aceitáveis de perfuração as rotações devem ficar entre 130 e 180 rpm. Mas, isso é próximo do limite da sonda. A solução é combinar motores de fundo e sistemas rotary steerable. Perfuração – aula 7 1.4 Sistema rotary steerable com motor de fundo. Com o uso de motores de fundo aumenta-se a potencia na broca sem majorar o torque na superfície, uma vez que a sonda continuará a fornecer menores rotações a coluna de perfuração. Nesse caso a maior preocupação é a concentração de esforços no motor de fundo devido a longa coluna abaixo deste. Perfuração – aula 7 1.4 Sistema rotary steerable com motor de fundo. Uma maneira de minimizar os esforços no Motor de Fundo é compor o BHA com os mesmos elementos de menor comprimento. Perfuração – aula 7 Evolução até o sistema Rotary Steerable Sytems ano evolução 1960 Bent sub 1970 Sterring Tool 1980 MWD 1990 Steerable motor 2000 Rotary Steerable Systems Perfuração – aula 7 1.5 Turbina As turbinas são motores de fundo mas de concepção totalmente diferente. Similares aos motores de fundo são compostas por seção de potência, onde se encontram o estator/rotor e uma seção de rolamentos. A diferença é que o rotor da turbina é formado por hélices que giram a medida que o fluído passa. Essa força gerada cria grandes forças adicionais sobre os rolamentos que precisam ser balanceados pelo peso sobre a broca, se as condições de perfuração permitirem. Perfuração - aula 7 1.5 Turbinas Algumas utilizações de turbinas são: -Para melhorar o desempenho de poços verticais. -Para reduzir o desgaste dos revestimentos. -Perfurar poço com alta temperatura. -Quando se deseja alta rotação: de 500 a 850 rpm c/turbina de 12 ½”(brocas de 12” a 171/2”. 700 a 1400 rpm c/ turbina de 4 ½” ( com brocas de 5 5/8” a 6 ¾”). Face as melhorias conseguidas pelos conjuntos brocas e motores de fundo fizeram com que as turbinas ficassem restritas a poucas aplicações. Perfuração – aula 7 2–LWD (logging while drilling) MWD (measurement while drilling) LWD: pode conter mais de um tipo de sensor, são: a) Raios Gama. b) Resistividade, para identificar os fluídos contidos nos poros. c) Sônico e de densidade neutrão, que indicam a porosidade. d) Ressonância magnética, indica o tipo de fluído. e) teste de pressão, que faz tomadas de pressão em pontos de interesse. Com o LWD posso passar perfis em locais impossíveis de se descer c/cabo. Perfuração – aula 7 2–LWD (logging while drilling) MWD (measurement while drilling) MWD: no mesmo BHA com o LWD usa-se o MWD, que é a ferramenta responsável pelo registro direcional, que registra: - Inclinação; - Direção; - Tool face; - Temperatura; - Parâmetros magnéticos; •Fotos obtidas por variação de pressão de circulação. •Envia dados por pulsos na lama e também grava na memória. Perfuração – aula 7 3 – Geosteering. Os sistemas direcionais fornecem informações geométricas. A técnica de navegação, geosteering baseia-se na utilização de ferramentas defletoras (motor ou rotary steerable) equipadas com um conjunto LWD, que permite identificar em tempo real os tipos de formação, porosidade e os fluídoscontidos. As ferramentas azimutais (RG, resistividade, densidade, pressão de formação) permitem avaliar de que quadrante do poço veio uma descontinuidade e ajustar a trajetória. Exemplo: deseja-se navegar numa certa camada geológica e perde-se a camada. Precisamos buscá-la por tentativa. Com a ferramenta azimutal é possível perceber se houve a aproximação de uma cama da indesejável e corrigir a trajetória. Perfuração – aula 7 3 – Geosteering. O geosteering apenas não ajuda a corrigir a trajetória mas permite estar com o poço dentro da melhor parte do reservatório. Perfuração – aula 7 3 – Geosteering. Os trabalhos de geosteering necessitam de uma grande integração de equipes (geólogos, geofísicos e engenheiros de petróleo), sendo essas visualizações realizadas em salas especiais, em terra, através de softwares de grande poder de visualização. Outra aplicação do geosteering é a navegação em formações delgadas e muito intercaladas com folhelho e também para poço de grande alcance (ERW). Perfuração – aula 7 3 – Geosteering Comparação da seção geométrica com a seção de geosteering. No sistema geosteering se busca estar dentro da melhor parte do reservatório. Os trabalhos de geosteering evoluíram através de software simples para software com grande poder de visualização. Perfuração – aula 7 3 – Geosteering Sala de visualização da trajetória do poço e onde se encontram as equipes multidisciplinares. Perfuração – aula 7 3 – Geosteering Exemplo de aplicação do soft de visualização 3D para trabalhos de acompanhamento com equipe multidisciplinar. Perfuração – aula 7 4 – Exercícios (sobre outras aulas de direcional) Exercício n° 1. Dado a estação 30, que se encontra em relação a sonda, 341,66 m ao norte e 326,23 m a leste. A profundidade vertical é de 2533,38 m. Calcule as coordenadas da estação 35, de acordo com os dados abaixo, pelo método das médias: Z = 2907,02 m Respostas: N = 524,31 m E = 527,07 m Estação Profundidade medida direção inclinação 30 2856,22 N 45° E 32,5° 31 2911,67 N 46° E 33,75° 32 2982,22 N 47° E 34,25° 33 3078,66 N 48° E 36,50° 34 3298,33 N 49° E 38,25° 35 3318,35 N 50° E 39,75° Perfuração – aula 7 4 – Exercícios (sobre outras aulas de direcional) Exercício n° 2. Num poço c/ inclinação de 30° e direção N25°W, ddeve-se fazer uma correção para se atingir o objetivo. A correção é de 10° a direita. 1) Qual a correção que você proporia mantendo a inclinação. 2) Qual a inclinação que o poço teria se você optar por fazer a correção mais rápida possível? As equações disponíveis são: (1) cos β = cos α1 . cos α2 + sen α1 . sen α2 . cos ∆θ (2) tan ∆θ = (tan β x sen ϒ)/(sen α1 + tan β cos α1 cos ϒ) (3) cos α2= cos α1 cos β - sen α1 sen β cos ϒ Lembrar que β na pag. 185 do livro de perfuração direcional é DL e o giro é o ϒ. Isso é para não confundir pois nos primeiros exercícios na equação 1 usamos o ϒ como DL. Perfuração – aula 7 4 – Exercícios (sobre outras aulas de direcional) Exercício n° 2. 1) Qual a correção que você proporia mantendo a inclinação?. (1) cos β = cos α1 . cos α2 + sen α1 . sen α2 . cos ∆θ cos β = cos 30° . cos 30° + sen 30° . sen 30° . cos 10° = 4,995°=5° Substituindo na equação (3) cos α2= cos α1 cos β - sen α1 sen β sen ϒ cos 30°= cos 30° cos 5° - sen 30° sen 5° cos ϒ => ϒ =94,33 (giro) Qual a inclinação que o poço teria se você optar por fazer a correção mais rápida possível? sen10°= β/30°= β= 5,21° cos10°=α2/30°= α2= 29,54° o ângulo interno é 180-90-10 = 80° ϒ(giro) é o complemento = 180° - 80° = 100° = 30 10 ϒ β Perfuração – aula 7 4 – Exercícios (sobre outras aulas de direcional) Exercício n° 3. Para fazer a correção a ferramenta foi posicionada com o giro do lado alto do poço (tool face) de 170°. Após 2 tubos perfurados (18,2 m) foi tirado uma foto que mostrou a nova inclinação de 24,5° e direção N 70°E. Estime o torque reativo e o DLS da ferramenta defletora. Sabendo-se que a inclinação inicial era de 26° e a direção era N65°E cos β = cos α1 . cos α2 + sen α1 . sen α2 . cos ∆θ cos β = cos 26 . cos 24,5+ sen 26 . sen 24,5. cos (70°-65°) = 2,606 cos α2= cos α1 cos β- sen α1 sen β cos ϒ(pag 185) cos 24,5=cos26 .cos2,206-sen26.sen2,606.cos ϒ cos ϒ =-0,7735 = -39°+(-90°)= -129° Como girou 170 -129 = 41° é o torque reativo. DSL =30 m x 2,606°/18 m = 4,29° 26 ϒ Β=2,606 5 Perfuração – aula 8 Índice 1 – Objetivo: aplicar os Métodos de cálculo e de acompanhamento da trajetória inclusive 3D 1.1 – Introdução; 1.2 – Método da Tangente; 1.3 – Método da Tangente balanceada; 1.4 – Método do ângulo médio; 1.5 – Método do raio de curvatura; 1.6 – Método do Raio Mínimo de curvatura; 2 – Exercício n°1; 3 – Mudança de direção da trajetória. 4 - Aplicação gráfica de Ouija Board 5 – Exercício n°2 Fonte: Livro Perfuração Direcional (existente na biblioteca) Livro Applied Drilling Enginerring (item 8.1) Perfuração 1.1 – Introdução Independente do método de medição direcional, dispomos apenas de: INCLINAÇÃO, DIREÇÃO e as PROFUNDIDADES MEDIDAS desses registros. Assim, para saber a posição do poço, em qualquer profundidade é necessário fazer o cálculo da trajetória. Perfuração 1.1 – Introdução A hipótese básica utilizada nos métodos é que entre os pontos A e B a trajetória é calculada utilizando medições de profundidade (M), inclinação (α) e direção (ε) obtida nesses dois pontos. Dessa forma são conhecidas: M1 = profundidade medida na estação 1 M2 = profundidade medida em 2 α = inclinação em 1 α = inclinação em 2 ε = direção em 1 ε = direção em 2 N1= posição Norte-Sul em 1 E1= posição Leste-oeste em 1 V1=profundidade vertical em 1 A1=afastamento em 1 Perfuração 1.1 – Introdução Os valores a serem calculados são: ΔM = M2 - M1 V2 = V1 + ΔV N2 = N1 + ΔN E2 = E1 + ΔE A2 = A1 + ΔA As variáveis ΔV, ΔN, ΔE e ΔA, são calculadas diferentemente de acordo com o método de cálculo escolhido. O Dogleg Severity entre os pontos 1 e 2 calcula-se em graus/metro assim: DLS= (30xβ)/ΔM ou pela fórmula de Lubinski DLS=(30/ΔM) x 2 arcsen (sen Δα/2)²+(sen Δε/2)²x (senα1) x (senα2) ½ Perfuração 1.2 – Método da Tangente: Esse método usa apenas a direção e a inclinação tomadas na última foto (estação) e assume como o poço sendo tangente a esse ponto. Características: •Segmento AB é aproximado por AB’ paralelo a tangente no ponto B (fig. 4.21). •Ponto “B” é calculado com base na inclinação e na direção medidas nesse ponto. •Método menos preciso. Perfuração 1.2 – Método da Tangente: Os valores a serem calculados são: ΔV = ΔM x cos α2 ΔA = ΔM x sen α2 ΔN = ΔM x sen α2 x cos ε2 ΔE = ΔM x sen α2 x sen ε2 β =arccos (cos α2-α1)–senα1 x sen α2 x (1 –cos “Δε”), onde “Δε” = ε2 – ε1 DLS = β x 30/ ΔM Fig 4.21 Perfuração 1.3 – Método da Tangente balanceada As considerações são: •Divide-se o comprimento entre fotos em dois segmentos iguais(fig 4.22 •O método é similar do ângulo médio, apresentando erros de maiores de cálculo das seções de ganho de ângulo, valores de profundidade verticais maiores e afastamento menores. Perfuração 1.3 – Método da Tangente balanceada Os valores são calculados: ΔN=(ΔM/2) x ((sen(α2) x cos(ԑ2)) + (sen(α1) x cos(ԑ1)) ΔE= (ΔM/2) x (( sen(α2) x sen (ԑ2) + (sen (α1) x sen (ԑ1)) ΔV = (ΔM/2) x (cos (α1) + cos (α2)) ΔA = (ΔM/2) x (sen (α1) + sen (α2)) Perfuração 1.4 – Método do ângulo médio •Inclinação e direção no ponto “B” são iguais à média das inclinações e direções em “A” e “B”. •As projeções dos pontos “A” e “B” são calculadas como as projeções obtidas dos ângulos médios das inclinações e das direções. Perfuração 1.4 – Método do ângulo médio Os valores são calculados: ΔN = ΔM x sen ((α2+ α1)/2) x cos ((ε2+ ε1)/2) ΔE = ΔM x sen ((α2+ α1 )/2) x sen ((ε2 + ε1)/2) ΔV = ΔM x cos ((α2+ α1)/2) ΔA = ΔM x sen ((α2+ α1)/2) Perfuração 1.5 – Método do Raio de curva. As considerações são: •O trecho perfurado AB é tratado como uma curva inscrita sobre uma superfície cilindra com eixo vertical. •As projeções horizontais e verticais são assumidas como sendo arcos de circulo cujos os raios serão função da taxa de ganho de ângulo e da taxa de variação da direção. •Este método fornece valores muito próximos dos apresentados pelo raio mínimo de curvatura. Perfuração 1.5 – Método do Raio de curva Os valores a serem calculados são: ΔN=(180/∏)²xΔMx((cos(α1)-cos(α2))/(α2-α1))x (sen (ԑ2) – sen(ԑ1))/(ԑ2- ԑ1) ΔE=(180/∏)²xΔMx((cos(α1)-cos(α2))/(α2-α1))x((cos(ԑ1)–cos(ԑ2))/(ԑ2-ԑ1) ΔV=((180/∏) xΔMx((sen (α2) –sen(α1))/(α2 – α1) ΔA =((180/∏)²xΔMx((cos (α1) – cos (α2))/(α2 – α1) β =arcos((cos (α2 – α1) – sen (α1) x sen (α2) x (1-cos(ԑ2- ԑ1))) DSL = β x30/ΔM Perfuração 1.6 – Método do mínimo raio de curvatura Este método assume que a trajetória é uma curva suave sobre a superfície de uma esfera, por exemplo, um arco circular. As fotos iniciais e finais de um comprimento da trajetória definem os vetores espaciais que são tangentes à trajetória nesses dois pontos representados pelas fotos. Os vetores são suavizados em uma curvatura através de um fator (F) definido pela curvatura (dogleg) da seção do poço. Os passos para cálculo são: β = cos⁻¹ ((cos(α2 – α1)) – (sen(α1)x sen(α2) x (1-cos(ԑ2-ԑ1)))) F = (2/β(rad) x tan (β (graus)/2) Para β<0,25° ou β< 0,0043633 rad) pode-se assumir F=1 Perfuração 1.6 – Método do mínimo raio de curvatura Perfuração 1.6 – Método do mínimo raio de curvatura Continuação dos passos para cálculo são: ΔN =(ΔM/2) x ((sen(α2) x cos(ԑ2) + (sen(α1) x cos(ԑ1)) x F ΔE =(ΔM/2) x ((sen(α2) x sen(ԑ2) + (sen(α1) x cos(ԑ1)) x F ΔV = (ΔM/2) x (cos(α2)+ cos(α1)) x F ΔA = (ΔM/2) x (sen(α2)+ sen(α1)) x F β (graus)= β (rad) x (180/∏) DLS(graus/30m) = (30/ΔM) x β (graus) Perfuração 2 Exercício: Exercício n°1: com base nos registros direcionais da tabela, calcule a posição do poço de cada foto utilizando os métodos tangencial, tangencial balanceado, ângulo médio, raio de curvatura e mínimo raio de curvatura. Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1 Perfuração Exercício n°1: Análise dos resultados Tabela de comparação de resultados Método de cálculo (1000 a 1100 m) PV (m) N/S (m) L/O (m) Tangente 1099,86 4,86 1,94 Tangente balanceada 1099,93 2,43 0,97 Ângulo médio 1099, 96 2,57 0,49 Raio de curvatura 1099,95 2,55 0,49 Mínimo raio de curvatura 1099,95 2,43 0,97 cálculo (1100 a 1200 m) Tangente 1199,31 14,21 6,6 Tangente balanceada 1199, 59 9,54 4,27 Ângulo médio 1199,65 9,73 3,69 Raio de curvatura 1199,63 9,71 3,69 Mínimo raio de curvatura 1199,63 9,54 4,27 Perfuração 3 – Mudança de direção da trajetória Podem ser dois casos: O primeiro é no momento em que se inicia o ganho de ângulo. Nesse instante em que a inclinação do poço é próxima a vertical, a orientação será do tipo magnética cuja referência é o norte magnético. A ferramenta já desce com a orientação de direção para o objetivo. A segunda ocorre quando é necessário fazer correção na trajetória e o poço já tem uma certa inclinação. Nesse caso o lado alto do poço pode ser definido, pois ele sempre aponta para a direção do poço. Nessa situação a orientação da ferramenta é feita através do ângulo da tool face. Esse tipo de orientação recebe o nome de orientação gravitacional. Desse segundo caso, resultam duas situações que são: Perfuração 3 – Mudança de direção da trajetória a) Determinar a nova direção e inclinação após se perfurar certo trecho de poço, utilizando uma ferramenta defletora que produz uma mudança de trajetória β nesse trecho assentado num ângulo ϒ. As equações que dão a direção (Δԑ) e a nova inclinação (α2) são respectivamente: Δԑ = arc tan ((tan(β) x sen(ϒ))/(sen(α1) + tan(β) x cos (α1) x cos(ϒ))) α2 = arc cos (cos(α1) x cos (β) – sen(α1) x sen (β) x cos(ϒ)) b) Determinar o ângulo (ϒ) no qual uma ferramenta que produz uma mudança de trajetória (β) deve ser assentada, para se obter uma nova inclinação e uma nova direção, ambas predefinidas, após a perfuração de um certo trecho de poço. Duas equações utilizadas estão apresentadas no próximo slide. Dog legg Perfuração 3 – Mudança de direção da trajetória ϒ = arc cos ((cos(α1) x cos(β)- cos(α1))/ (sen(α1) x sen (β))) ou ϒ = arc sen ((sen (α2) x sen(Δԑ))/(sen (β))) 4 - Aplicação gráfica de Ouija Board (ver texto Halliburton) Perfuração 3 – Mudança de direção da trajetória. Aplicável para DL menores que 5°. Usa-se uma escala e marca-se o valor de α1. Na mesma escala ao final da reta α1 coloca-se o circulo com o DL. Onde a reta α2 tocar o circulo fica determinado o ângulo de giro da ferramenta a a variação ∆e da direção é o angulo entre α1 e α2. Perfuração 5 – Exercício exercício n° 2 No poço 7-Ch-12D-RS, do campo de Chimarrão o revestimento de 9 5/8” foi descido e cimentado. Correu-se o giroscópio sendo detectada a seguinte posição da sapata do revestimento 9 5/8”. Norte: 342 m Oeste : -76,39 Prof: 2474,59 m As coordenadas do objetivo são Norte: 693,5 m Oeste : -45 m Prof: 3179,35 m Depois de cimentado o revestimento começou-se a perfurar e foram tiradas as seguintes fotos (pag. Seguinte). Perfuração Exercício n° 2 (Registros obtidos por fotos) estação Metros perfurados inclinação Direção 1 27,78 16,5 N 12 W 2 27,48 17 N 12 W 3 27,63 17,5 N 11 W 4 27,77 17,5 N 10 W 5 27,28 17,0 N 11 W 6 27,98 17,5 N 11 W 7 27,32 17,0 N 10 W 8 27,37 17,0 N 9 W 9 27,23 17,0 N 9 W 10 27,32 17,0 N 9 W 11 27,45 17,5 N 10 W 12 26,99 17,5 N 9 W 13 28,01 17,5 N 9 W Perfuração Exercício n° 2 (Lembrando do método do ângulo médio) ΔN = ΔM x sen ((α2+ α1)/2) x cos ((ε2 + ε1)/2) ΔE =∆W = ΔM x sen ((α2+ α1 )/2) x sen ((ε2 + ε1)/2) ΔV = ΔM x cos ((α2+ α1)/2) ΔA = ΔM x sen ((α2+ α1)/2) Na última foto o poço (pág. anterior) acaba de entrar na zona de interesse. 1) Qual a profundidade do topo da zona de interesse? 2) Seguindo com pequenas alterações, o pessoal do direcional esta em dúvida se irá atingir o objetivo. Qual o raio de tolerância nesse caso se considerar que foi atingido o objetivo? 3) Qual a correção que você proporia se o raio de tolerância fosse de no máximo 30 m? Perfuração Exercício n° 2 (em preto os dados e em vermelho os calculados) 1 ∆M 2 Incli. 3 Incli. Méd 4 Direção 5 Direç méd ∆N ∆Msen3.cos5 ∆W ∆Msen3.sen5 ∆Z ∆M.cos3 27,78 16,5 16,25 N 12 W 11,75 7,610 1,583 26,670 27,48 17 16,75 N 12 W 12 7,746 1,646 26,314 27,63 17,5 17,25 N 11 W 11,5 8,028 1,633 26,387 27,77 17,5 17,5 N 10 W 10,5 8,210 1,521 26,487 27,28 17,0 17,25 N 11 W 10,5 7,966 1,404 26,052 27,98 17,5 17,25 N 11 W 11 8,158 1,541 26,721 27,32 17,0 17,25 N 10 W 10,5 7,952 1,545 26,091 27,37 17,0 17,0 N 9 W 9,5 7,850 1,458 26,174 27,23 17,0 17,0 N 9 W 9 7,852 1,313 26,040 27,32 17,0 17,0 N 9 W 9 7,809 1,249 26,126 27,45 17,5 17,25 N 10 W 9,5 8,028 1,343 26,215 26,99 17,5 17,50 N 9 W 9,5 8,004 1,339 26,740 28,01 17,5 17,50 N 9 W 9 8,319 1,317 26,713 total 103,636 18,870 341,73 Perfuração Exercício n° 2 Qual a profundidade do topo da zona de interesse? 2816,32 m. Seguindo com pequenas alterações, o pessoal do direcional esta em dúvida se irá atingir o objetivo. Qual o raio de tolerância nesse caso se considerar que foi atingido o objetivo? Vamos supor que eles chegam no objetivo com inclinação de18,5° e correção angular de 6°. considerações ∆Z ∆N ∆W 1 Avanço nas últimas 13 estações (slide anterior) 341,731 103,636 18,870 2 Início é o final do 9 5/8” 2474,59 342,45 76,39 3 = 1+2 Onde estou? 2816,32 446,08 95,26 4 Objetivo 3179,35 693,50 45,00 5=4-3 Distância do objetivo 363,03 247,42 -50,26 Perfuração Exercício n° 2 Então ∆M ∆M = 363/sen72° = 381,71 ∆M = 363/sen72° = 381,71 1 ∆M 2 Incli. 3 Incli. Méd 4 Direção 5 Direç méd ∆N ∆Msen3.cos5 ∆W ∆Msen3.sen5 ∆Z ∆M.cos3 28,01 17,5 17,50 N 9 W 9 8,319 1,317 26,713 18,5 18,00 6 7,5 18° 363 72° ∆M Incli. Incli. Méd Direção Direç méd ∆Msen3.cos5 ∆Msen3.sen5 ∆M.cos3 381,71 18,5 18,00 6 7,5 116,94 15,39 363,02 ∆Z ∆N ∆W 1 Onde estava? 2816,32 446,08 95,26 2 Quanto avancei? 363,02 116,94 15,94 3=1+2 Onde estou 3179,34 563,03 111,2 4 Objetivo 3179,35 693,50 45,00 5=4-3 término 0,01 m 130,47 66,2 Perfuração Exercício n° 2 2) Seguindo com pequenas alterações, o pessoal do direcional esta em dúvida se irá atingir o objetivo. Qual o raio de tolerância nesse caso se considerar que foi atingido o objetivo? R= 146,30 m 3)Qual a correção que você proporia se o raio de tolerância fosse de no máximo 30 m? Fazer. 130,47 66,2 Geopressões Objetivo: conhecer as pressões de sobrecarga, fratura e poros. 1 – Introdução - conceitos 2 – gradiente de sobrecarga (1 horas); 3 – gradiente de fratura (1 horas); 4 – gradiente de pressão de poros (4 horas); Fonte: Livro (Projeto de poços de Petróleo - existente na biblioteca) Geopressões 1 – Introdução - conceitos Mecânica das rochas: Quando a pressão da lama é mínima, pode ocorrer: a) Ser for < que a pressão de poros (Pp) pode ocorrer Kick; b) Ser for < que a pressão de colapso pode ocorrer, deformação da parede do poço ou desabamento. Quando a pressão da lama é máxima, pode ocorrer: a) Se for > que a pressão de fratura (PF) da rocha pode ocorrer a perda de circulação. Geopressões 1 – Introdução - conceitos a) Geopressões: são pressões e tensões existentes no subsolo. b) Estimativa de geopressões considera: gradiente de sobrecarga, gradiente de pressão de poros, gradiente de colapso e gradiente de fratura. c) Homogêneo: mesma propriedade em qualquer parte. d) NPT=No Production Time (pequenos incidentes como aprisionamento de coluna, instabilidade da parede de poço, perdas de fluido de perfuração, repasse, kick e até blow out que se torna uma catástrofe). e) Gradiente = é a razão entre a pressão e a sua profundidade de atuação em lb/gal ou g/cm³. (“peso de fluido”, “densidade equivalente” ou “peso de fluido equivalente”). Geopressões 1 – Introdução - conceitos Esquema de um fluxo que pode ser seguido para o projeto de um poço. Geopressões 1 – Introdução - conceitos Janela operacional: é a variação permitida para a pressão exercida pelo fluído de perfuração dentro de um poço, de forma a manter a integridade deste, respeitando as pressões de poros, fratura e colapso. Mudweight(MW)<GP(gradiente de poros) haverá influxo da formação para o poço. GP<MW<Colapso há instabilidade na parede de poço. MW>Gradiente de Fratura, perda de fluído para formação. Geopressões 1 – Introdução - conceitos Tensão = Força/Área (lb/in²=psi). Também 1 psi= 6895 Pa Pressão de fluído = pressão do fluido contido no interior de uma rocha que reage de maneira igual em todas as direções. Pressão hidrostática = pressão exercida pelo peso da coluna de um fluído que seja incompressível. Ph= 0,1704 x ρ x h ρ=peso específico da lama em lb/gal h=altura da coluna de fluídos ou profundidade em m. C= 0,1704 = constante para homogeneizar as unidades. Ph = pressão hidrostática em psi. Geopressões 1 – Introdução - conceitos Gradiente de pressão: G=Ph/(CxD) em lb/gal ou peso de fluído equivalente ppg (pound per gallon). C = 0,1704(Ph em psi, profundidade em metros e gradiente em lb/gal) C= 0,0519 (profundidade em ft). D= Profundidade vertical Exercício n°1: um poço vertical com profundidade de 1000 m está preenchido com um fluído de 10 lb/gal e com pressão atmosférica no topo. Qual é o valor do gradiente no fundo do poço. Ph = 0,1704 x 10 lb/gal x 1.000 = 1.704 psi G = 1.704 psi /(0,1704 x 1000) = 10 lb/gal (peso do fluido equivalente). Nós preferimos trabalhar com gradientes pois é mais fácil comparar Geopressões 1 – Introdução - conceitos Exercício n° 2: uma coluna de perfuração vertical com altura de 1.000 m esta preenchida com um fluído de peso específico igual a 10 lb/gal e com pressão de 1200 psi no topo. Qual o valor do gradiente de pressão ? Ph = (0,1704 x 10lb/gal x 1.000) + 1.200psi = 2.904psi G = 2.904psi /(0,1704 x 1000) = 17,4lb/gal ________________________________________________________ Tensão de Overburden(1)=tensão devido ao peso das camadas acima. Tensões horizontais(4) = com dois valores, tensão maior e menor. Pressão de poro(2)=pressão suportada p/fluído dentro da formação. Tensão efetiva(3)=pressão suportada pelo arcabouço da formação. (1) (4) (4) (2) (3) Geopressões 1 – Introdução - conceitos Princípio das tensões efetivas de Terzaghi (1923). A tensão efetiva esta aplicada a matriz da rocha e é igual a tensão total menos a pressão de poros. σ’= σ – Pp onde: σ’=tensão efetiva. σ=tensão total. Pp= pressão de poro. Biot (1955) expandiu o conceito de tensão efetiva ao notar que apenas uma percentual da pressão do fluído contido no espaço poroso era responsável por reduzir as tensões atuantes na matriz da rocha. σ‘ = σ – α x Pp onde α= 1 – Kr/Ks Kr= Módulo de elasticidade da rocha. Ks= Módulo de elasticidade do grão. Geopressões 1 – Introdução - conceitos Pressão do fluído de perfuração na situação de escoamento dinâmico é chamada de ECD. Em termos práticos durante a perfuração a pressão de fluído de perfuração pode ser substituída por uma pressão dinâmica hidrostática equivalente a um fluído de peso específico maior ou de densidade apropriada. Essa densidade é normalmente referida com a densidade equivalente de circulação (Equivalente Circulation Density – ECD). PTF = PH mud + Pan ou ECD = ρ lama + Pan/(CxD) ECD=>em lb/gal Pan = pressão devido a perda de carga no anular. C = constante de conversão de medidas. D = profundidade vertical. PH mud = pressão hidrostática do fluído de perfuração. PTF = pressão total no fundo do poço Geopressões 1 – Introdução - conceitos Exercício n° 3: Um fluído esta sendo bombeado por dentro de uma tubulação de 2,5“ OD e 2,0” ID que esta dentro de outra tubulação de ID = 3”. O fluído retorna à superfície pelo anular formado pelas duas tubulações. As tubulações estão enterradas no solo a uma profundidade de 1.000 m. O fluido bombeado tem densidade de 10 lb/gal e a pressão na bomba na superfície é de 1.200 psi. Qual é o gradiente de pressão dinâmica no fundo do poço (ECD) expresso em lb/gal, sabendo que? a) Perda de carga interna na tubulação de 2” = 300 psi b) Perdas de carga na restrição (broca) colocada a 1.000 m = 700 psi Qual seria o gradiente de pressão estática no fundo? Geopressões 1 – Introdução - conceitos A perda de carga total sentida pela bomba é: Pressão na bomba = perdas de carga no interior da coluna + perdas de carga no anular + perdas de carga em restrições + Pressão atmosférica. Pressão atmosférica = 0 psi Pan=? (perda de carga no anular) 1.200psi = 300psi + Pan + 700psi + 0psi. Pan = 1200psi – 700psi - 300psi = 200psi ECD = ρ lama + Pan/(CxD) ECD = 10 lb/gal + (200/0,1704 x 1000) = 11,2lb/gal Gradiente de pressão estática: G=10 lb/gal. Notar a diferença do gradiente de pressão exercido pelo fluido fluido em fluxo sendo de 11,2 lb/gal e parado é igual a 10 lb/gal Geopressões 1 – Introdução - conceitos Perfis utilizadospara determinar características das rochas: O perfis elétricos são sensores descidos no poço para medir propriedades da formação. No cálculo de geopressões, os perfis mais utilizados são: -Raios gama (litologia); -Caliper; -Sônico (compactação das rochas); -Resistividade (indicador de porosidade) -Densidade; -Neutrônico. -PWD (Pressure while drilling) Geopressões 1 – Introdução - conceitos Dados necessários: Levantamento de dados Densidade das formações Gradiente de pressão de Poros Propriedade mecânica das rochas Tensões in situ Gradiente de pressão de fratura Gradiente de pressão de colapso Geopressões 2 – Gradiente de Sobrecarga ou overburden 2.1 – Tensão de sobrecarga 2.2 - Gradiente de sobrecarga 2.3 - Estimativa pressão sobrecarga 2.4 - Determinação das densidades das formações 2.5 - Influência da profundidade no Gov. Geopressões 2.1–Tensão de sobrecarga Definição: considerando um dado elemento de rocha no subsolo, a tensão de sobrecarga a uma dada profundidade é aquela exercida pelo somatório do peso de todas as camadas sobrepostas a este elemento, conforme a equação: σov = ʃ₀ ρg dD σov = tensão de sobrecarga ou overburden; ρ= massa ou “densidade” das camadas sobrepostas; g = constante gravitacional; Z = profundidade desejada dD = variação da profundidade z Geopressões 2.2–Gradiente de Sobrecarga Podemos definir Gradiente de Sobrecarga (overburden gradient) a uma certa profundidade como a relação: Gov = σov/(C x D) Gov = gradiente de sobrecarga. σov = pressão ou tensão de sobrecarga ou pressão de overburden; D= profundidade vertical; C= constante de conversão de unidades. Geopressões 2.3-Estimativa pressão sobrecarga É definida por 3 parâmetros que são a profundidade, a constante gravitacional e a massa específica. Sendo os 2 primeiros conhecidos. O terceiro parâmetro é a incógnita a ser estimada da pressão de sobrecarga. Na fórmula abaixo estamos desprezando a distância entre a mesa rotativa e a terra ou ao mar, chamado air gap. σov =1,422(ρw Dw+Σ ρbi ΔDi), psi ρw = densidade da água do mar, g/cmᶟ. Dw = lâmina d’água, metros. ρbi=densidade de cada camada da formação, g/cmᶟ. Δdi=intervalo de profundidade, metros. σov= pressão de sobrecarga 0 n Geopressões 2.3-Estimativa pressão sobrecarga: informações disponíveis x indisponíveis. Geopressões 2.4–Determinação das densidades das formações: diretamente obtido por medições (testemunhos e perfil densidade) ou indiretamente por correlações matemáticas. 2.4.1 Por medições (testemunho e perfil densidade) para determinar a densidade das formações. a)Testemunhos: são amostras reais da rocha obtidas de subsuperfície, nos comprimentos de 9, 18 ou 27 metros, analisadas em laboratório, podem fornecer a densidade das formações com auxílio de correlações matemáticas. É uma medição pontual da densidade. b)Perfil densidade: medição direta da densidade (ρb). O cálculo do gradiente se faz utilizando uma fórmula. Mas, os fatores limitantes são: a) normalmente corrido em zona de interesse. b) tem grandes imprecisões em trechos alargados. c) está disponível apenas a partir do revestimento de superfície. Geopressões Exercício n°4: estime o gradiente de sobrecarga quando as densidades são conhecidas, medidas através de perfil densidade. Profundidade vertical final de 3388 metros, LDA=315 m, altura da mesa rotativa em relação ao nível do mar 25 m. Fazer também os gráficos da pressão de sobrecarga e do gradiente de sobrecarga versus profundidade total, isto é, com relação a mesa rotativa. PAFM = profundidade abaixo do solo marinho. Geopressões Exercício n°4 a)Poço é marítimo -> densidade para a água (1,03g/cmᶟ). b)Calcular a pressão de sobrecarga no fundo do mar (poço marítimo). c)Assumir um valor médio de densidade (1,95g/cmᶟ) p/trecho superficial onde não existem dados, até 305m. d)Dividir os trechos rochosos onde as densidades são conhecidas. e)Calcular os incrementos de pressão até a profundidade de interesse. f)Efetuar o somatório das pressões e calcular o gradiente. Geopressões Exercício n° 4 GOV=9832/(0,1704x3388)=17,0 (cuidado 9.832 psi é da soma) Coluna da soma: 461+846=1307 340=25+315 Geopressões Exercício n°4 em gráfico Geopressões 2.4.2– Por correlações matemáticas: estimativas das densidades das formações, quando não se possui o perfil densidade. •Baseados em perfil sônico; •Correlações de Bellotti. Gardner. Miller e Bourgoyne. 2.4.2.1 - Correlação de Bellotti, considera: a)Tempo de transito da formação (perfil sônico) e da matriz da rocha. b)Divide-se entre formações consolidadas (ΔT<100μs/ft) e formações inconsolidadas (ΔT> 100 μs/ft). ρb = 3,28 – Δt/88,95 ..... Para (Δt <100μs/ft); (1) ρb =2,75-2,11x((Δt - Δtma)/(Δt +200)) .... Para (Δt> 100μs/ft) (2) Δtma = tempo de trânsito na matriz (μs/ft) Δt = tempo de trânsito (μs/ft) ρb = densidade da formação em g/cmᶟ. Geopressões 2.4.2–Correlação de Bellotti: Tempo de trânsito típicos de materiais (matriz) e fluidos Materiais e fluidos Tempo de trânsito (μs/ft) Arenito inconsolidado 58,6 Arenito consolidado 52,6 calcário 47,6 Argila/folhelho 167 a 62,5 sal 55 Água salgada 189 óleo 218 Geopressões Exercício n° 5: Calcule o valor da densidade da formação para 1000 m, 2000 m e 3000 m em um poço que foi perfilado com perfil sônico, conhecendo-se os valores dos tempos de trânsito da matriz das rochas perfuradas (usar Bellotti) Dados do perfil: 1000 metros –> Δt = 115 μs/ft , Δtma = 50 μs/ft ; 2000 metros –> Δt = 80 μs/ft , Δtma = 58,8 μs/ft ; 3000 metros –> Δt = 67 μs/ft , Δtma = 62,5 μs/ft . Solução – profundidade – 1000 m Δt > 100 usar fórmula (2) ρb=2,75-2,11x((Δt-Δtma)/(Δt+200))= ρb=2,75-2,11(115-50)/(115+200)=2,31 g/cmᶟ Solução – profundidade – 2000 m Δt< 100, usar fórmula (1) ρb = 3,28 – Δt/88,95 ρb=3,28-80/88,95=2,38 g/cmᶟ. Geopressões 2.4.2.2 - Correlação de Gardner, considera: Ela faz a correlação da densidade com o tempo de trânsito ou com a velocidade do som, de acordo com as fórmulas: ρb = a (V)b ρb = a (10⁶/Δt)b Δt = tempo de trânsito (μs/ft) ρb = densidade total da formação (g/cm³) a = constante empírica (valor usual de 0,23, definido para o Golfo do México) b = expoente empírico (valor usual de 0,25 , definido para o Golfo do México) V = velocidade do som (ft/s) Geopressões Exercício n° 6: Calcule o valor da densidade da formação para 1000 m, 2000 m e 3000 m em um poço que foi perfilado com perfil sônico, utilizando a correlação de Gardner. 1000 metros –> Δt = 115 μs/ft ; 2000 metros –> Δt = 80 μs/ft; 3000 metros –> Δt = 67 μs/ft . Solução – profundidade – 1.000 m -> Δt = 115 μs/ft ρb = a (10⁶/Δt)b = 0,23 (10⁶/115) 0,25 = 2,22 g/cmᶟ Solução – profundidade – 2.000 m -> Δt = 80 μs/ft ρb = a (10⁶/Δt)b = 0,23 (10⁶/80) 0,25 = 2,43 g/cmᶟ Solução – profundidade – 3.000 m -> Δt = 67 μs/ft ρb = a (10⁶/Δt)b = 0,23 (10⁶/67) 0,25 = 2,54 g/cmᶟ Geopressões 2.4.2.2 - Correlação de Gardner, como fazer uma tabela: a) Com Δt calcula-se ρb pela correlação de Gardner b) ρb = a (10⁶/Δt)b para todas as profundidades. c) Tendo-se a densidade, semelhante ao exercício n°4 e usando os termos aplicáveis da formula σov =1,422(ρw Dw+Σ0 n ρbi ΔDi), psi, calcula-se a tensão de sobrecarga e do gradiente de sobrecarga, respectivamente em psi e (lb/gal) para todas as profundidades informadas. d) Desenhar em papel quadriculado (profundidade (m) na vertical x gradiente de sobrecarga em (lb/gal) na horizontal o respectivo gráfico). Existem outras correlações específicas como a de Miller (utiliza porosidade) e o método de Bourgoyne, que constam da bibliografia indicada. Geopressões 2.5–Influência da profundidade no Gov. Gradiente de sobrecarga de poços terrestres é maiorque dos poços marítimos. A LDA quanto maior for, menor será o gradiente de sobrecarga para a mesma profundidade em terra, medida com relação a mesa rotativa. Geopressões 2.5–Influência da profundidade no Gov.: influência da lâmina d’água. A janela operacional fica mais apertada com a profundidade. m m m Geopressões 3 – gradiente de fratura A fratura da formação ao redor do poço se inicia quando as tensões na rocha mudam de compressão para tração e atingem a resistência de tração da rocha. Estimativa do gradiente de fratura, pode ser por métodos diretos, indiretos e correlações. 3.1 Métodos diretos: Teste de absorção Clássico (Leak off Test -LOT); 3.2 Correlações específicas Geopressões 3.1–Teste de absorção Clássico (Leak off Test - LOT); Depois do revestimento descido e cimentado se faz o teste de estanqueidade do revestimento colocando pressão na cabeça e verificando se o revestimento não vaza. Após isso, corta-se o colar e se expõe a formação. O Leak off test consiste em injetar fluido do poço fechado e monitorar a relação entre o volume injetado e a pressão na cabeça. O gradiente de fratura terá seu menor valor na base da sapata, pois ele deve crescer com a profundidade. Geopressões 3.1–Teste de absorção Clássico (Leak off Test - LOT) Ao chegar na pressão de absorção, gráfico ao lado, deve-se calcular a densidade de fluido equivalente na sapata, pela equação a seguir: ρeq= ρmud + PA/(0,1704 x Dcg ) GF = gradiente de fratura = ρeq. ρeq=fluido equivalente na sapata (lb/gal). ρmud= peso do fluído de perfuração usado no teste (lb/gal). PA= pressão de absorção (psi); Dcg=profundidade vertical da sapata; Geopressões 3.1–Teste de absorção Clássico (Leak off Test-LOT): Exercício n°7: Calcule o valor do gradiente de fratura com base no teste de absorção (tabela) realizado num poço com as seguintes características: • Prof. do poço = 3230 m. • Prof da sapata= 3200 m • Densidade do fluído de perf.= 12,4 lb/gal Volume (bbl) Pressão na superficie (psi) 1 310 1,5 460 2 640 2,5 810 3 1000 3,5 1150 4 1350 4,5 1400 5 1450 5,5 1350 Geopressões 3.1–Teste de absorção Clássico (Leak off Test - LOT) Exercício n°7 : a solução é plotar o gráfico volume x pressão. O ponto em que a curva começa a sair da tendência linear defini-se a pressão de absorção. ρeq= ρmud + PA/(0,1704 x Dcg ) ρeq= 12,4+1350/(0,1704x3200) Ρeq=GF=14,9lb/gal Geopressões 3.2 – Correlações específicas Pf = K x (σov – Pp) + Pp Pf = pressão de fratura em psi; K = é o coeficiente de tensão na matriz; σov = pressão de sobrecarga na formação em psi. Pp = pressão de poros da formação em psi. O fator K pode ser obtido com restrições (pois o método não é direto) do gráfico a seguir. Geopressões 3.2 – Correlações específicas Exercício n°8; estimar a pressão de fratura na profundidade de 3000 m, em uma perfuração com profundidade d’água de 1000 m. Utilizar a figura 2.6 e 2.7 na resolução. O Gp=9 lb/gal. Comprimento da coluna litológica : 3000 m – 1000 m = 2000 m σov = entra-se com 2000 e obtém-se 18 lb/gal na fig. 2.6 e K= 0,725 na fig. 2.7. σov = 0,17 x (2000 m x 18 lb/gal+ 1000 m x 8,5 lb/gal)= 7565 psi Pf = K x (σov – Pp) + Pp Pp= 0,17 x 3000 x 9 = 4590 psi Pf = 0,725 x (7565 psi – 4590 psi) + 4590 psi = 6747 psi Geopressões 4 – gradiente de pressão de Poros A determinação do gradiente de pressão de poros é a base do projeto do poço. Quando a pressão exercida pelo peso da coluna hidrostática de lama, fica inferior a pressão de poros, temos: a)Em formações permeáveis: Kick. b)Em formações impermeáveis: instabilidade da parede do poço, ovalização e possível aprisionamento de coluna de perfuração. Geopressões 4 – gradiente de pressão de Poros O estudo da pressão de poros compreende: 4.1- Classificação; 4.2- Mecanismos geradores de pressões anormal; 4.3 - Indicadores de zonas anormalmente pressurizadas; 4.4 - Métodos para estimativa de pressão de poros. Geopressões 4.1 – Classificação: Pressão hidrostática é a pressão exercida pelo peso de uma coluna de fluído, função da altura da coluna e da massa específica do fluído. Pressão de poros normal é a altura medida a partir da profundidade vertical até a atmosfera, considerando a conectividade dos vazios. Anormalmente Baixa Pressão de poros < pressão hidrostática Normal Pressão de poros =Pressão hidrostática Anormalmente alta ou sobrepressão Pressão hidrostática < pressão de poros< 90% da pressão de sobrecarga Alta sobrepressão Pressão de poros>90% pressão de sobrecarga Geopressões 4.1 – Classificação: Pressão de poros anormalmente baixa Pressão de poros NORMAL Pressão de poros anormalmente alta 8,34 lb/gal 9,00 lb/Gal Água com alta salinidade Água doce Geopressões 4.1 – Classificação a)Pressões de poros anormalmente baixas. É raro encontrar zonas com pressões anormalmente baixas. Também durante a perfuração convencional a casos de dificuldade de detecção . Já quando se perfura em campos em produção normalmente eles apresentam pressão de poros baixas, pois estão em fase de depleção. Geopressões 4.1 – Classificação b)Pressões de poros anormalmente altas Encontrados em várias partes do mundo: golfo do México, regiões da Europa, costa da África e Brasil. São zonas perigosas e causadoras de grandes acidentes e muito “No Production Time” (NPT). Geopressões 4.1 – Classificação b)Pressões de poros anormalmente altas No Brasil em vários estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, e Rio Grande do Sul. Geopressões 4 – Classificação b)Pressões de poros anormalmente altas Encontradas a algumas centenas de metros, tanto em profundidades rasas quanto em grandes profundidades abaixo de 6500 metros. Ocorrem freqüentemente em seqüências de folhelhos/arenitos. Mas, não são incomuns em seções de evaporitos e carbonatos (anidras, calcários e dolomitas). Em formações permeáveis a pressão de poros é medida através de perfis elétricos, testes de formação ou durante a produção e, em alguns casos podem ser estimadas através de métodos indiretos. Em formações consideradas impermeáveis, os folhelhos, não se consegue medir a pressão de poros. Mas, veremos que é nas formações impermeáveis que a pressão de poros é estimada. Geopressões 4.2–Mecanismo geradores de pressão de Poros anormalmente alta Origens das pressões altas, estão relacionados a rocha (permeabilidade da formação), condições de fluxo, tipo de fluído e temperatura e incluem os seguintes MECANISMOS DE GERAÇÃO DE PRESSÕES ALTAS: 4.2.1-> Tensões in situ: Subcompactação. Tectonismos. 4.2.2->Expansão de fluídos devido a: Aumento da temperatura. Água liberada por transformação mineral Geração de hidrocarbonetos. 4.2.3 -> diferenças de densidades (efeito buoyancy). 4.2.4-> transferência lateral de pressão Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: Compactação: Durante o processo de formação dos substratos rochosos (soterramento) ocorreram vários processos diagenéticos. Dentre eles destacam-se, a compactação química e a compactação mecânica, sendo que a ênfase será dada para a compactação mecânica. Compactação mecânica, que não engloba processos químicos, mas sim aspectos físicos como mudança no empacotamento intergranular e deformação ou quebra de grãos individuais. Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ : Compactação: Compactação mecânica. Consiste na redução do volume poroso das rochas, com simultâneo escape de fluídos presentes nestes poros, em função do soterramento ao longo do tempo, gerado pelo peso das camadas sobrepostas. O processo de compactação é influenciado por vários fatores, tais como: -Taxa de soterramento;-Permeabilidade da formação; -taxa de redução do espaço poroso; -Facilidade do excesso de fluido ser removido. Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: compactação pode ser NORMAL ou ANORMAL (subcompactação) Pressão de poro Estado inicial Tensão de Overburden Tensão efetiva Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: compactação Normal Estado Final com expulsão Tensão de Overburden Pressão de poros Tensão efetiva Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: compactação Anormal Estado Final sem expulsão Tensão de Overburden Tensão efetiva Pressão de poros Geopressões 4.2.1- Tensões in situ: compactação normal (Rochas Normalmente adensadas). É dita normal quando o fluido contido no espaço poroso escapa a medida que o soterramento prossegue. A compactação NORMAL-> quando ocorre o equilíbrio entre o aumento da σov (peso das camadas sobrepostas) e a redução do espaço poroso com o escape de fluídos. Na compactação normal a pressão dos fluídos no espaço poroso permanece igual à pressão hidrostática gerada pelo fluído. Geopressões 4.2.1-Tensões in situ compactação normal . Redução de porosidade observada em perfis elétricos comparada com profundidade. Perfis sônico (ou tempo de trânsito), resistividade ou densidade. Tendência normal de redução de porosidade x prof. em escala semi-log. O gráfico mostra a tendência normal de redução da porosidade ao longo da profundidade. Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: compactação anormal (subcompactação) Num processo de compactação anormal, não há o equilíbrio entre o escape do fluído a medida que o soterramento avança. Confinado-o no espaço poroso menor que o necessário para armazenar seu volume, assim a pressão de sobrecarga acaba atuando sobre o fluído. O excesso de peso sobre o fluído faz com que a pressão dos fluídos nos poros da rocha fique maior que a pressão hidrostática gerada apenas pelo fluído, indicando assim pressões anormalmente altas. Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: compactação anormal (Subcompactação) Um exemplo de desequilíbrio do processo de compactação é a deposição contínua e rápida de espessas camadas de rochas com baixa permeabilidade, tais como folhelhos e argilas. O fluido trapeado poderá ficar retido nos poros dos folhelhos ou em finas camadas permeáveis de areias, recebendo parte da pressão de sobrecarga. Zonas com altas pressões de sobrecarga devido a subcompactação são normalmente identificadas por valores de porosidade mais altos que os esperados a uma determinada profundidade. Geopressões 4.2.1 - Tensões in situ: compactação anormal (Subcompactação) O perfil sônico ao lado mostra-se bastante linear até a profundidade de 3000 m, indicando um trecho normalmente compactado, com gradiente de poros normal. A partir dessa profundidade o perfil sônico começa a se afastar do comportamento linear indicando um trecho anormalmente pressurizado, com porosidade maior. Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ: (Subcompactação x tensão efetiva) Numa compactação normal, o peso das camadas sobrejacentes não atua sobre o fluído, permanecendo esse com a pressão igual a pressão hidrostática. Mas, em termos de pressão efetiva, estamos nos referindo à atuação da pressão de poros sobre a rocha de forma a reduzir a sobrecarga. No caso de compactação normal a pressão de poros atua na rocha de forma a reduzir a carga aplicada e essa atuação é igual a pressão hidrostática. No caso de subcompactação, a pressão de poros atuando sobre a rocha é maior que a pressão hidrostática. Geopressões 4.2.1-Tensões in situ: (Subcompactação x tensão efetiva). Compactação normal σ‘= σ – Pp Pp = PH σa‘ = σ – PH Compactação anormal σ‘= σ – Pp Pp = PH + ΔP σb‘ = σ – PH- ΔP σb‘< σa‘ σ‘= tensão efetiva σ=σov= Tensão total =Overburden Geopressões 4.2.1 – Tensões in situ - tectonismo Se o aumento das tensões tectônicas for muito mais rápido que a dissipação do fluido, pode não ocorrer o equilíbrio, e isso levar a pressões anormalmente altas. 4.2.2-Expansão de fluidos Os principais mecanismos propostos como geradores de pressões anormais devido a expansão de fluidos são: a) Expansão do volume de água devido ao aumento de temperatura; b) Diagênese químicas em argilas (água liberada por transformação mineral). c) Geração e hidrocarbonetos. O processo de mecanismo de expansão de fluidos que mais contribui para aumento da pressão de poros é a geração de hidrocarbonetos. Geopressões 4.2.2 – Expansão de fluidos a) Expansão do volume de água devido ao aumento de temperatura; Estudos mostram um aumento de 8.000 psi causado por aumento do volume de apenas 1,65% devido a um incremento de temperatura da água de 54,4 °C até 93,3°C. No entanto o aumento da pressão de poros devido a expansão do volume de água somente ocorre: Se existir ambiente completamente isolado; Se ocorrer uma variação do volume poroso menor que a variação do volume do fluido; Se ocorrer uma variação de temperatura após o ambiente ter sido isolado. Geopressões 4.2.2 - Expansão de fluidos b) Diagênese químicas em argilas (água liberada por transformação mineral). O conteúdo de água nas argilas no estagio inicial pode chegar até 80%. O estágio inicial da desidratação ocorrer após o sedimento ser depositado. Grandes volumes de água são expulsos. O segundo estágio ao 60°C quando a argila montmorilonita começa a se desidratar e se transformar em argila ilita. A água adsorvida próximo ao argilomineral é a primeira a ser deslocada e se aloja nos poros. Se não puder ser drenada gera pressões anormais. A partir dos 100° C a água estrutural começa a ser liberada para os poros da rocha e devido a sua grande densidade se expande podendo surgir pressões de poros ainda maiores. Geopressões 4.2.2 - Expansão de fluidos Geração de hidrocarbonetos Em ambientes rasos, onde ocorre a Diagênese é raro a existência de um bom selo, o gás normalmente migra e se dissipa na superfície. Gases trapeados podem ser verdadeira ameaça para a perfuração na ausência de BOP. A Catagênese e Metagênese são dados por um processo de craqueamento, sob influência da temperatura. Essas transformações aumentam o número total de moléculas e o volume que elas ocupam. Se esse processo ocorrer em ambiente fechado ou semi fechado por formações selantes a pressão nos poros da rocha irá aumentar. Além disso, menos água consegue ser expelida. E se essa água por decomposição da M.O. ficar saturada com gás, eventualmente pode produzir gás livre, se esse último não conseguir escapar, o peso das camadas superiores poderá atuar sobre ele elevando a sua pressão. Geopressões 4.2.3-Dif. Densidade (efeito buoyancy) A transmissão hidráulica poderá gerar pressões anormais no topo da zona permeável quando acima de um aqüífero o reservatório contiver um fluido menos denso que a água. Exemplo: Note que o gradiente passará de 8,9 lb/gal para 10,6 lb/gal. Se o peso do fluido for 9,5 lb/gal, teremos provavelmente um Kick. Gp= 8,9 lb/gal Gp= 9,3 lb/gal Gas = 2 lb/gal Oleo=6 lb/gal 4000m 4500 m 5000 m Pp 5000 = 0,17 x 5000 x 9,3 = 7924 psi Pp 4500 = 7924–(0,17 x 500 x 6) = 7413psi Gp 4500 = 9,7/lb/gal Pp 4000 = 7413-(0,17 X 500 X 2) = 7243 psi Gp 4000 = 10,6 lb/gal. FOLHELHO Aqüífero Fluido de perfuração = 9,5 lb/gal Gp=10,6 lb/gal Geopressões 4.2.4 -Transferência de pressão. Acontece a posterior. Portanto não é mecanismo primário. Pode ser vista como uma redistribuição de pressão em excesso, geradas por migração de fluidos de zonas com pressões maiores. O movimento do fluido é guiado pelas diferenças de pressão e controlado por um canal conectante, por uma falha ou pela permeabilidade de uma formação inclinada. Geopressões4.2.4 – Transferência de pressão. a) Migração dentro de Formações permeáveis inclinadas. Independente do tipo de fluido a transmissão de pressão dentro das formações inclinadas ocorre por causa do desnível entre a sua base e o seu topo. Estruturas permeáveis inclinadas (arenitos por exemplo) podem ter gradiente de pressão de poros diferente das camadas impermeáveis vizinhas na base ou pela transmissão de pressão para o topo. O efeito centróide é definido como o ponto onde a pressão de poros no folhelho e no arenito imediatamente adjacentes estão em equilíbrio. Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Formações inclinadas- exemplo. Note que o gradiente de pressão irá diminuir da locação “A” para a locação “C”. Isto é normal com o aumento da profundidade. Mas no poço “A” a perfuração encontrará o mesmo reservatório do poço “C” numa profundidade menor e com pressão de poros igual a de “C”, pressão anormal para o poço “A” e pressão possivelmente normal para o poço “C”. Geopressões 4.2.4 - Transferência de pressão. For. inclinadas e efeito centroide. Caso a estimativa de pressão de poros não leve em consideração o arenito, estimando os valores apenas no folhelho, será obtida a curva de pressão de poros no folhelho mostrado na figura. Mas, se houver transmissão de pressão no arenito, a pressão de poros ao longo dele será bem diferente, exceto no ponto Centróide, onde estas são coincidentes. A estimativa de pressões na base do folhelho subestima as pressões de poro no arenito acima do centróide. Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Formações inclinadas Método de cálculo utilizado para estimativa de gradiente de pressão de poros no arenito inclinado com transmissão de pressão saturado por um único fluido. P topo = P base – 0,1704 (D base-D topo) x ρfl (1) Gp topo = P topo/(0,1704 x D topo) (2) P topo = pressão no topo do arenito (psi); D topo = profundidade do topo do arenito (m); P base = pressão na base do arenito (psi); D base = profundidade da base do arenito ρfl = massa específica do fluido presente no arenito (lb/gal) Gp topo = gradiente de pressão de poros no topo do arenito (lb/gal) Geopressões 4.2.4 - Transferência de pressão. Formações inclinadas – exemplos Comparação da pressão de poros no arenito inclinado e nos folhelhos vizinhos, considerando 3 casos para fluidos presentes no arenito. Note que o Gás devido a menor densidade tem a menor variação de pressão entre a base e o topo. Comparação entre gradientes de pressão. Note que a mais crítica é o caso do gás, que é a situação que implica no maior gradiente de poros. Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Formações inclinadas Exercício n°9 A seção sísmica indica a presença de várias lentes de arenitos inclinados contendo óleo e gás com pesos específicos de 6,0 lb/gal e 2,0 lb/gal. É mostrado um poço (A) que confirmou esse fluidos nas profundidades de 2500 m (gás) e 3000 m (óleo). As avaliações indicam pressão normal na extensão do poço (A). Um segundo poço (B) esta sendo programado para a locação. O que se espera encontrar em termos de pressão para arenitos onde serão encontrados gás e óleo, sabendo-se que eles são previstos para serem encontrados na locação (B) nas profundidades de 1500 m e 2000 m. Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Formações inclinadas Poço (A) já perfurado. As setas indicam o mesmo arenito encontrado no Poço (A) esta previsto de ser encontrado na perfuração do poço (B), mas em profundidade mais rasa. Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Continuação exercício n°9. Considerando que o gradiente de pressão de poros normal encontrado no poço “A” foi de 8,5 lb/gal, devemos aplicar as equações (eq1) e (eq2) para determinar a pressão de poros no topo dos arenitos com gás e como óleo (poço “B”). a) Arenito com óleo: Ptopo= 0,1704x3000x8,5-0,1704(3000-2000)x6=3323 psi Gp=3323/0,1704x2000)=9,8lb/gal b) Arenito com gás: Ptopo= 0,1704x3000x8,5-0,1704(3000-1500)x2=3280 psi Gp=3280/0,1704x1500)= 12,8 lb/gal Geopressões 4.2.4-Transferência de pressão. Canal conectante Trata-se da migração de fluido através de uma falha conectando duas formações de diferentes profundidades e pressões. A falha (se não selante) funcionam como um condutor pelo qual os fluidos contidos migram p/formações superiores. A migração depende do diferencial de pressão entre as camadas (a falha precisa não ser selante). Geopressões 4.2.4 – Transferência de pressão. Canal conectante p/Vazamento de revestimento O fluido da formação mais profunda atinge as zonas mais rasas migrando por fora do revestimento por falha na cimentação. Nota-se que esse fenômeno poderá ser fonte de grandes problemas para poços a serem perfurados na área, uma vez que essas áreas anormais pressurizadas não podem ser previstas. Geopressões 4.3 – Indicação de zonas anormalmente pressurizadas Principais indicadores: 4.3.1 - Taxa de penetração; 4.3.2 -Taxa de penetração normalizada (Expoente “d” e Sigmalog) 4.3.3 - Torque e arraste 4.3.4 -Aspectos dos cascalhos 4.3.5 –Gás no fluido de perfuração. Gás show Gases de conexão Background gás 4.3.6 - Propriedade do fluido de perfuração Resistividade e condutividade Temperatura 4.3.7- Propriedade das Rochas (Sônico e Sísmica) Tempo de trânsito Resistividade densidade Geopressões 4.3.1 – Taxa de penetração A taxa de penetração é a velocidade com que a broca perfura um determinado intervalo. Em trechos normalmente compactados, a porosidade diminui com a profundidade fazendo com que a velocidade da perfuração também se reduza com a profundidade. Então, se uma zona de pressão anormal é atingida -> temos aumento da porosidade -> menor volume de rocha para a broca cortar -> consequente aumento na taxa de penetração. A validade desse argumento deve ser analisada de modo a excluir todos os outros fatores, tais como mudanças de litologia e de parâmetros mecânicos como peso sobre a broca e rotação. Geopressões 4.3.2 - Taxa de penetração normalizada Ou expoente “d” é um modelo que tenta reduzir a influência de outros parâmetros. A sua formulação segue a fórmula: d=(log(ROP/RPM)-log a)/log(WOB/dh) d = expoente de compactação da formação (adimensional). ROP = taxa de penetração (ft/min); RPM = revoluções da broca p/minuto; dh = diâmetro da broca em (pol); a = constante litológica; WOB = peso sobre a broca. Mas, mesmo atenuando os parâmetros de perfuração o valor de “d” é influenciado pelo peso do fluido de perfuração. Tornou-se necessário corrigir o valor do expoente “d”. Geopressões 4.3.2- Expoente “d” corrigido tem o símbolo “dc” e segue a fórmula: dc=d x Gn/ECD. Onde: dc=expoente corrigido d= expoente “d” Gn=gradiente de Pp normal p/área. ECD=densidade equivalente de circulação. Note que a partir de 850 m a curva se afasta para a esquerda, sendo um indicativo de zonal anormalmente pressurizada. O calculo da Pp pode ser feito pelo método de Eaton, a ser visto. Geopressões 4.3.2 – Metodologia do sigmalog; Não será detalhada e é similar a do expoente “dc”, normalização da ROP (taxa de penetração) com relação aos parâmetros de perfuração. Geopressões 4.3.3 – Torque e Arraste. Torque medido na superfície = torque na broca + proveniente da fricção da coluna de perfuração com as paredes do poço. A medida que aumenta a profundidade do poço, aumenta também o contato da coluna com as paredes do poço, conseqüentemente ocorre o incremento gradual no torque. No entanto, se houver incremento exagerado no torque pode haver múltiplas razões, que inclui a redução de diferencial de pressão entre o poço e a formação. Isso afeta o comportamento dos folhelhos de duas maneiras: a) Deformando as argilas,
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