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CONTROLE DO CICLO CELULAR, MITOSE E MEIOSE As células se reproduzem pela duplicação do seu conteúdo e pela divisão em duas, um processo chamado de ciclo de divisão celular ou ciclo celular. CICLO CELULAR EUCARIÓTICO CICLO CELULAR A divisão ocorre em quatro fases. O período entre o final da interfase e o começo da seguinte, compreende a fase M que é composta por dois processos, mitose (divisão do núcleo) e citocinese (divisão do citoplasma). Gráfico do ciclo celular com período G0. Se, ao atingir determinado ponto da fase G1, denominado “ponto de restrição”, a célula não encontrar os fatores necessários para ingressar na fase S, ela entra em uma fase denominada G0, em que seu metabolismo continua normalmente, mas sua divisão é bloqueada. A freqüência das divisões celulares varia com o tipo e o estado fisiológico de cada célula. Por exemplo, células de nosso duodeno dividem-se a cada 24 horas, enquanto células de nosso esôfago dividem- se semanalmente. As células nervosas e musculares esqueléticas adultas nunca se dividem. Células como as do fígado, dos rins e dos pulmões só voltam a se dividir para reconstituir partes lesadas. Dois pontos importantes de checagem ocorrem em G1 e G2. O ponto de checagem em G1 permite que a célula confirme que o meio é favorável para proliferação celular e o seu DNA esteja intacto antes de passar para a fase S. A proliferação celular depende dos nutrientes e de moléculas de sinalização específicas no meio extracelular; se as condições extracelulares são desfavoráveis, as células podem atrasar o progresso por G1 e podem até mesmo encontrar um estado especializado de repouso conhecido como G0 (G zero). O ponto de checagem em G2 assegura que as células não entrem em mitose até que o DNA danificado seja reparado e a replicação de DNA esteja completa. A progressão pelo ciclo celular depende de proteinoquinases dependentes de ciclinas (Cdks). A atividade das Cdks é regulada pela degradação da ciclina As principais ciclinas e Cdks de vertebrados. Cdks distintas se associam com diferentes ciclinas para acionar os diferentes eventos do ciclo celular. S-Cdk aciona a replicação do DNA e assegura que a replicação de DNA seja apenas iniciada uma vez por ciclo. O dano no DNA interrompe o ciclo celular em G1 Para que M-Cdk seja ativa ela deve ser fosforilada em alguns sítios e desfosforilada em outros. A M-Cdk ativa indiretamente mais Cdk. Cdc 25 Cdc 25 Cdc 25 Wee1 Wee1 O sistema de controle do ciclo celular pode interromper o ciclo em vários pontos de checagem. Representação esquemática da relação entre DNA e cromossomos nas diversas fases do ciclo celular. Em G1, cada cromossomo contém apenas uma molécula de DNA; em S ocorre a duplicação do DNA; em G2, o cromossomo está constituído por duas cromátides-irmãs, cada uma contendo uma molécula de DNA; as cromátides separam-se na mitose (M). Observe também o gráfico da variação da quantidade de DNA em uma célula durante o ciclo celular. Interfase: período entre o final de uma divisão e o começo da seguinte, o material genético do núcleo das células encontra-se disperso e ativo, constituindo a cromatina. Este período compreende três fases: G1, S e G2. Fase G1: caracteriza-se por uma intensa síntese de RNA e proteínas. Nesta fase ocorre o crescimento geral e a reconstituição do citoplasma das células filhas recém-formadas. Fase S: ocorre a duplicação do conteúdo de DNA da célula, paralelamente á síntese das proteínas histônicas, com as quais o DNA se complexa. Fase G2: nesta fase, ocorre a síntese de RNA e proteínas essenciais para que a mitose tenha início. As proteínas sintetizadas em G2 são, possivelmente, aquelas envolvidas na divisão celular propriamente dita. Prófase: os cromossomos replicados, cada um consistindo em duas cromátides-irmã intimamente associadas, se condensam. Fora do núcleo, o fuso mitótico se forma entre os dois centrossomos, os quais iniciam a sua separação. As coesinas mantêm unidas as duas cromátides-irmã adjacentes. As condensinas enrolam moléculas de DNA no processo de condensação dos cromossomos. Juntas, as coesinas e condensinas auxiliam na redução dos cromossomos mitóticos a pequenas estruturas condensadas que podem ser facilmente segregadas durante a mitose. Prometáfase: inicia-se repentinamente com o rompimento do envelope nuclear. Os cromossomos podem agora se ligar aos microtúbulos do fuso mitótico pelo cinetocoro e sofrem movimentos ativos. pólo do fuso O envelope nuclear é dissociado e reunido durante a mitose. lamina Fosforilaçãodas laminas laminas fosforiladas Desfosforilação das laminas Metáfase: os cromossomos estão alinhados no equador do fuso, exatamente na metade entre os dois pólos. Os microtúbulos do cinetocoro pareados de cada cromossomo se ligam aos pólos opostos do fuso. microtúbulos do cinetocoro Representação esquemática dos cromossomos na placa metafásica. Microtúbulos interpolares Detalhe dos feixes de microtúbulos que prendem as cromátides-irmãs a pólos opostos. Anáfase: as cromátides irmãs pareadas se separam sincronizadamente para formar dois cromossomos-filho e cada um deles é puxado lentamente para o pólo do fuso ao qual está ligado. Os microtúbulos do cinetócoro encurtam e os pólos do fuso também se distanciam, contribuindo para a separação dos cromossomos. pólo do fuso se distanciando encurtamento do microtúbulo com cinetocoro cromossomos-filho Representação esquemática do encurtamento dos microtúbulos que faz os cromossomos serem puxados para os pólos. Está representado apenas um microtúbulo, com a ampliação muito maior que a do cromossomo. A APC ativa a separação das cromátides-irmãs, promovendo a destruição das coesinas. (securina) (separase) Dois processos separam as cromátides-irmã na anáfase. (A) Os cromossomos-filhos são puxados para os polos opostos à medida que os microtúbulos do cinetocoro despolimerizam. (B) O deslizamento do microtúbulos interpolares (1) e forças exercidas pelos microtúbulos astrais (2). Acredita-se que todas essas forças dependem de proteínas motoras associadas aos microtúbulos. Telófase: os dois conjuntos de cromossomos-filho chegam aos pólos do fuso. Um novo envelope nuclear é remontado em torno de cada conjunto de cromossomos-filho completando a formação de dois núcleos e marcando o término da mitose. A divisão do citoplasma começa com a formação do anel contrátil na célula animal. microtúbulos interpolares conjunto de cromossomos-filho no pólo do fuso Citocinese: a citocinese difere de maneira acentuada nas células animais e vegetais. Nas células animais, a separação das células filhas ocorre por um mecanismo contrátil, do qual participam microfilamentos de actina e miosina. Nas células vegetais a citocinese começa com o aparecimento do fragmoplasto, que é formado por componentes do fuso de divisão e vesículas oriundas do aparelho de Golgi. A fusão das vesículas de Golgi determina a formação da placa celular, que separa as duas células filhas, com a liberação do seu conteúdo para a formação da matriz péctica. Citocinese em uma célula animal regeneração dos microtúbulos interfásicos ordenados pelo centrossomo Citocinese em uma célula vegetal MEIOSE • A meiose é um tipo especial de divisão celular em que o óvulo e o espermatozóide (gametas haplóides) são feitos. Duas divisões nucleares sucessivas com apenas um ciclo de replicação do DNA gera quatro células filhas haplóides a partir de uma célula diplóide. (Do grego, meiosis, diminuição). • Fases da meiose: Tanto a meiose I como a meiose II são divididas em quatro fases, nas quais ocorrem eventos semelhantes aos da mitose, as fase das meioses I e II recebem os mesmos nomes. A meiose I é dividida em prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. A meiose II é divida em prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. A meiosegera quatro células haplóides diferentes, ao passo que a mitose produz duas células diplóides idênticas. MEIOSE I: Prófase I: a prófase I é longa e complexa e, por isso, dividida em cinco subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Leptóteno tem início a condensação dos cromossomos. Eles se tornam visíveis ao microscópio óptico, como fios longos e finos, pontilhados de grânulos, denominados cromômeros, em que o grau de condensação é maior. Zigóteno os cromossomos homólogos se colocam lado a lado com a formação do complexo sinaptonêmico, uma elaborada estrutura constituída por diversas proteínas. Paquíteno os cromossomos estão mais condensados e completamente emparelhados, cada par de cromossomos homólogos formam um conjunto denominado bivalente, ou tétrade. Nesta fase ocorre a recombinação genética, ou crossing- over, provavelmente pela ação de nódulos de recombinação. Bivalentes com quatro cromátides Diplóteno eventos de recombinação criam quiasmas entre cromátides não- irmãs. A combinação do quiasma e de uma forte associação das cromátides- irmã entre elas, mediada por proteínas coesinas, mantém unidos os dois homólogos duplicados. Diacinese os cromossomos continuam o seu movimento de separação iniciado no diplóteno. Eles permanecem unidos apenas pelos quiasmas, com deslocamento dos quiamas para a extremidade do cromossomo, fenômeno conhecido como terminalização dos quiasmas. Metáfase I na mitose (A) os cromossomos maternos (M) e paternos (P) se alinham aleatoriamente na placa metafásica, ao passo que na meiose (B) os cromossomos homólogos maternos e paternos formam pares antes de se alinharem na placa metafásica. Há uma diferença fundamental entre a metáfase da meiose I e a metáfase da mitose. Na metáfase da meiose I, cada cromossomo, com suas duas cromátides, prende-se a microtúbulos provenientes de um dos pólos; o homólogo prende-se a microtúbulos do pólo oposto. Na metáfase da mitose, cada cromossomo prende-se a microtúbulos de ambos os pólos, de modo que as cromátides-irmãs ficam unidas a pólos opostos. Anáfase I na anáfase I, cada cromossomo de uma par de homólogos, constituído por duas cromátides unidas pelo centrômero, é puxado para um dos pólos das células. Nessa fase as coesinas são degradas e os quiasmas desaparecem. Telófase I na telófase I os cromossomos estão separados em dois lotes, um em cada pólo da célula. O fuso mitótico se desfaz, os cromossomos se descondensam, as membranas nucleares se reorganizam e os nucléolos reaparecem. Surgem, assim, dois novos núcleos, cada um deles com metade do número de cromossomos presente no núcleo original. Cada cromossomo, entretanto, ainda está constituído por duas cromátides unidas pelo centrômero. Citocinese I geralmente, logo após a primeira divisão meiótica se completar, ocorre a citocinese I, resultando na separação de duas células-filhas. Estas logo iniciam a meiose II. Durante o breve período entre a meiose I e a meiose II, os centrossomos se duplicam nas duas células-filhas recém-formadas. MEIOSE II: A segunda divisão da meiose é muito semelhante à mitose. As duas células resultantes da meiose I entram simultaneamente em prófase II, metáfase II, anáfase II, telófase II e citocinese II, dando origem a quatro células haplóides. Prófase II Metáfase II Anáfase II Telófase II Célula em diferentes fases da meiose extraída da antera de botão de lírio.
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